INSTITUTO NEUROSABER. DSM5 e o Diagnóstico No TEA.

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DSM-5 e o diagnóstico

no TEA

Segundo o DSM-5 — Manual de Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais — o autismo é um transtorno do
neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação
social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos.

O Transtorno do Espectro Autista, TEA, tem essas três características


que são essenciais para o diagnóstico. Ainda que os sintomas variam
de caso a caso, esses elementos são determinantes para realizar o
diagnóstico de autismo.

Antes dos três anos de vida os sinais de TEA já podem ser percebidos.
No entanto, muitas crianças ainda são diagnosticadas tardiamente,
seja por desinformação ou resistência da família e dos médicos. O
DSM-5 estabelece critérios que facilitam o diagnóstico precoce e o
tratamento. Saiba mais neste artigo.
O diagnóstico de autismo segundo o DSM-5
A nova classificação do DSM-V trouxe mudanças significativas nos
critérios diagnósticos do autismo, ampliando a identificação de
sintomas e com uma ênfase na observação do desenvolvimento da
comunicação e interação social da criança.

A nova descrição facilitou a compreensão dos sintomas do autismo,


seja por profissionais ou pelos familiares. O diagnóstico precoce é
fundamental para que as melhores intervenções sejam realizadas.
Critérios diagnósticos de autismo no DSM-5

 Inabilidade persistente na comunicação social, manifestada em déficits


na reciprocidade emocional e nos comportamentos não verbais de
comunicação usuais para a interação social.
 Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou
atividade, manifestados por movimentos, falas e manipulação de
objetos de forma repetitiva e/ou estereotipada, insistência na rotina,
rituais verbais ou não verbais, inflexibilidade a mudanças, padrões
rígidos de comportamento e pensamento; interesses restritos e fixos
com intensidade; hiper ou hipo atividade a estímulos sensoriais.
 Os sintomas devem estar presentes no período de desenvolvimento,
em fase precoce da infância, mas podem se manifestar com o tempo
conforme as demandas sociais excedam as capacidades limitadas. 

Todos esses sintomas causam prejuízos significativos no


funcionamento social, profissional e em outras áreas da vida da pessoa
com autismo.
Níveis de gravidade do autismo
Nível 1 — Leve
As pessoas com nível leve de autismo, em relação à interação e
comunicação social, apresentam prejuízos mas não necessitam de
tanto suporte. Têm dificuldade nas interações sociais, respostas
atípicas e pouco interesse em se relacionar com o outro. 

Em relação ao comportamento, apresentam dificuldade para trocar de


atividade, independência limitada para autocuidado, organização e
planejamento.
Nível 2 — Moderado
As pessoas com nível moderado de autismo, em relação à interação e
comunicação social, necessitam de suporte substancial, apresentando
déficits na conversação e dificuldades nas interações sociais, as quais,
muitas vezes, precisam ser mediadas.

Em relação ao comportamento podem apresentar dificuldade em


mudar de ambientes, desviar o foco ou a atenção, necessitando
suporte em muitos momentos.
Nível 3 — Severo
As pessoas com nível severo de autismo, em relação à interação e
comunicação social, necessitam de muito suporte, pois apresentam
prejuízos graves nas interações sociais e pouca resposta a aberturas
sociais. 

Em relação ao comportamento, apresentam dificuldade extrema com


mudanças e necessitam suporte muito substancial para realizar as
tarefas do dia a dia, incluindo as de autocuidado e higiene pessoal.

Além desses fatores, outros critérios específicos para o diagnóstico de


autismo são: prejuízo intelectual e de linguagem, condição médica ou
genética, outras desordens do neurodesenvolvimento ou transtornos
relacionados.
Como é feito o diagnóstico de autismo
O diagnóstico de autismo é clínico e deve ser feito por profissionais
especializados através da observação da criança e conversa com pais
e familiares. Já no primeiro ano de vida é possível detectar alguns
sinais, como contato visual pobre, ausência de balbucio ou gestos
sociais, não responder pelo nome quando chamado.

Os pais observam pouco interesse em compartilhar objetos e


dificuldade em desviar o foco em atividades que interessa à criança.
Problema para dormir também é uma característica muito presente no
autismo, assim como seletividade para alimentos, medos excessivos e
hipersensibilidade a determinados barulhos ou estímulos.
Outros sinais relevantes para o diagnóstico de TEA é a excessiva
preferência por determinados objetos, texturas, cores ou jogos. Pode
haver uma demora para engatinhar, andar, falar e até mesmo
regressão da fala  entre 1 e 2 anos. 

O médico especialista fará o diagnóstico baseado nas conversas com


pais e na observação desses sintomas, organizados no DSM-V. Não
existem exames de laboratório que confirmem o autismo, sendo um
diagnóstico clínico feito pela observação da criança em diferentes
ambientes.

Muitas vezes o diagnóstico acontece quando a criança já está na


escola, sendo o papel dos professores fundamental para identificar
sinais que possam indicar o TEA.

Referências:

SILVA, Micheline  and  MULICK, James A.. Diagnosticando o


transtorno autista: aspectos fundamentais e considerações
práticas. Psicol. cienc. prof. [online]. 2009, vol.29, n.1 [cited  2020-10-
01], pp.116-131.
Transtorno do Espectro do Autismo. Manual de Orientação D e p a r t a
m e n t o C i e n t í f i c o d e P e d i a t r i a do Desenvolvimento e
Comportamento.

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