Aula 4 - Governaça Corporativa e Compliance
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GOVERNANÇA CORPORATIVA E
COMPLIANCE
Ainda de acordo com Fiorini, Alonso Junior e Alonso (2016, p. 10), sobre o
modelo anglo-saxão, cujos “[...] valores fundamentais são a geração de valor,
riqueza e rentabilidade para os acionistas. As empresas são financiadas via
mercado de capitais: equity é a base do processo de capitalização. Assim, o
modelo é fortemente orientado para o mercado e por ele monitorado”.
Fiorini, Alonso Jr e Alonso (2016, p. 10) explicam então o modelo nipo-
germânico, que:
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Oliveira (2000) destaca que
Segundo Rubach e Sebora (citados por Borges; Serrão, 2005), foi realizado
um estudo sobre a governança corporativa em EUA, Japão e Alemanha, em que
se evidenciou que:
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Borges e Serrão (2005, p. 119) afirmam ainda que: “Mas, como ressaltado
antes, a liberalização e internacionalização das aplicações dos recursos têm
imposto mudanças nos sistemas de governança”.
Benitez e Polo (2013) mostram que
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O outro modelo exposto pelo IBGC ([201-]) é o insider system, que se trata
do sistema de governança adotado na Europa continental e no Japão, em que
prevalecem:
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1.1 Outros modelos de governança corporativa propostos por Leal e Camuri
(2008)
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significa eficácia na aplicação da regra). Geralmente, as presidências
do Conselho de Administração - CA e da Diretoria Executiva são
justapostas, mas é crescente e alta a presença de outsiders
independentes no órgão colegiado. Pelas pressões ativistas que vem
sofrendo nos últimos anos, o modelo tende a abrir-se mais a
interesses múltiplos; e, por fim,
5. Modelo Latino-Americano: fortemente influenciado pelas
características históricas do ambiente empresarial, tais como: (1)
concentração patrimonial; (2) existência de grandes grupos privados
familiares; (3) baixa pressão exercida pelo mercado de capitais; (4)
tradição jurídica do Código Civil Francês, com baixo enforcement. A
estas origens somaram-se mais duas fortes influências, ocasionadas
pelos programas políticos dos últimos anos: (1) privatizações e (2)
abertura dos mercados. Neste modelo, predomina a alavancagem;
os mercados de capitais são pouco expressivos; a propriedade das
grandes corporações é concentrada; a gestão é exercida por
acionistas majoritários; os conflitos acontecem entre as forças
polarizadas dos acionistas, constantemente desencadeados pelos
minoritários, que possuem fraca proteção; e, por fim, há o ambiente
regulatório ainda em transição. É um modelo de GC que está ainda
em fase embrionária, mas evoluindo com rapidez. Prevalecem os
interesses dos acionistas, mas se percebem movimentos na direção
para o atendimento a múltiplos interesses. (Castro, 2014)
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Diante do exposto, o Relatório Cadbury permitiu um aperfeiçoamento das
práticas de governança, as quais passaram a ser replicadas em todo o meio
empresarial.
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a necessidade de comitês de conselho (especificamente um comitê de
auditoria, um de nomeação e um de remuneração).
De acordo com o IBGC (2006, p. 61), sobre o seu Código das melhores
práticas de governança corporativa:
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Como o trabalho comparava, tópico por tópico, os 15 principais códigos
de melhores práticas internacionais, incluindo Cadbury e Vienot, permitiu
o aprofundamento e a compreensão do tema, eliminando o que podia
parecer turvo, diante do fato de que o tema da governança corporativa
era quase desconhecido no Brasil.
Por isso, a evolução das boas práticas de governança foi intensamente
influenciada pelo Código do IBGC. Nesse sentido, podemos
compreender a fase da sua primeira versão como um período de
transição entre duas concepções diferentes quanto ao papel do conselho
de administração — uma que poderíamos chamar de tradicional ou
meramente formal, e outra, moderna, essencialmente atuante. A face
mais visível da repercussão do Código foi a emergência do debate e a
adesão das empresas às boas práticas de governança.
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ou civis, interessadas em aumentar o valor da companhia e contribuir,
em última instância, para sua perenidade. Com isso, abriu-se o leque de
possibilidades de aprimoramento da governança corporativa e da
influência construtiva do IBGC nas empresas que têm um passado
relevante e reúnem todos os predicados para ter um futuro ainda melhor.
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Corrobora essa ideia Camargo (2015, p. E2): “A lógica do ‘comply or
explain’ deixa às organizações as principais decisões sobre flexibilizar ou não uma
‘boa prática de governança corporativa’, sendo muitos dos dogmas históricos
combatidos (e com bons argumentos e exceções), aumentando o questionamento
sobre o tema”.
Loturco (2017) menciona a expectativa dos agentes de mercado a fim de
“[...] que o novo código force as empresas a uma reflexão maior e imponha a
conduta do ‘pratique ou explique’. Ou seja, se não adotar determinada regra terá
que dizer por que tomou tal decisão, o que será julgado pelos stakeholders (toda
a cadeia de relacionamento da empresa)”.
Conforme o IBGC (2016), o propósito do modelo aplique ou explique “[...] é
permitir que o mercado decida se as práticas adotadas por determinada
companhia são adequadas em vista dos padrões de governança do Código, do
estágio de desenvolvimento da companhia e das explicações fornecidas”.
Loturco (2017) ainda externa que há uma preocupação com as aplicações
no longo prazo, no mercado de capitais: “O novo cenário deve impor mudanças
também no comportamento do investidor, que se tornará um inquisidor mais
contundente. Para os especialistas, o investidor deveria deixar de agir com day
trader (negociador do dia) e apostar mais nos resultados de longo prazo da
empresa”.
Oioli, Visentini e Góes (2017, p E2) ratificam que
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REFERÊNCIAS
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CASTRO, H. Modelos de governança corporativa. Administradores.com, 4 set.
2014. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/modelos-de-
governanca-corporativa>. Acesso em: 8 maio 2019.
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LETHBRIDGE, E. Governança corporativa. Revista do BNDES, v. 4, n. 8, Rio de
Janeiro, dez. 1997.
OIOLI, E.; VISENTINI, A.; GÓES, M. L. Boa governança para quem? Valor
Econômico, São Paulo, 21 fev. 2017. Caderno Legislação & Tributos. Disponível
em: <https://www.pressreader.com/brazil/valor-
econ%C3%B4mico/20170221/282144996111931>. Acesso em: 8 maio 2019.
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