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AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 2169661 - SP (2022/0218074-4)

RELATOR : MINISTRO MARCO BUZZI


AGRAVANTE : MARDSON COSTA SANTOS
ADVOGADOS : JOÃO PAULO GALISI CORDES - SP215797
PHAEDRA YOKO MATSUNAGA - SP362387
AGRAVADO : LIVIA APARECIDA NABEREGNY DE LARA
ADVOGADO : JORGE PAULO SOUSA CAVALCANTE - SP386342

EMENTA

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - DECISÃO MONOCRÁTICA DA
PRESIDÊNCIA DESTA CORTE QUE NÃO CONHECEU DO RECLAMO, ANTE A
AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AO FUNDAMENTO DA DECISÃO
AGRAVADA.
INSURGÊNCIA RECURSAL DA PARTE DEMANDADA.
1. Em razão do princípio da dialeticidade, deve o agravante demonstrar, de modo
fundamentado, o desacerto da decisão que inadmitiu o apelo extremo, o que não
aconteceu na hipótese. Incidência da Súmula 182 do STJ.
2. Agravo interno desprovido.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas,


acordam os Ministros da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, em sessão
virtual de 06/12/2022 a 12/12/2022, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti
e Antonio Carlos Ferreira votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Raul Araújo.

Brasília, 12 de dezembro de 2022.

Ministro MARCO BUZZI


Relator
Superior Tribunal de Justiça
AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 2.169.661 - SP (2022/0218074-4)

RELATOR : MINISTRO MARCO BUZZI


AGRAVANTE : MARDSON COSTA SANTOS
ADVOGADOS : JOÃO PAULO GALISI CORDES - SP215797
PHAEDRA YOKO MATSUNAGA - SP362387
AGRAVADO : LIVIA APARECIDA NABEREGNY DE LARA
ADVOGADO : JORGE PAULO SOUSA CAVALCANTE - SP386342

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO MARCO BUZZI (Relator): Cuida-se de agravo


interno, interposto por MARDSON COSTA SANTOS, em face de decisão
monocrática da Presidência desta Corte (fls. 302-304, e-STJ), que não conheceu do
agravo do ora insurgente, ante a ausência de impugnação específica ao fundamento
da decisão de admissibilidade.
Daí o presente agravo interno (fls. 307-315, e-STJ), no qual o insurgente
aduz ter impugnado especificamente a decisão que inadmitiu o recurso especial.
Sem impugnação (fl. 318, e-STJ).
É o relatório.

AREsp 2169661 Petição : 790081/2022 C542524551560494812191@ C4253204=0881032212089@


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Superior Tribunal de Justiça
AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 2.169.661 - SP (2022/0218074-4)

EMENTA

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
E MATERIAIS - DECISÃO MONOCRÁTICA DA
PRESIDÊNCIA DESTA CORTE QUE NÃO CONHECEU DO
RECLAMO, ANTE A AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO
ESPECÍFICA AO FUNDAMENTO DA DECISÃO AGRAVADA.
INSURGÊNCIA RECURSAL DA PARTE DEMANDADA.
1. Em razão do princípio da dialeticidade, deve o agravante
demonstrar, de modo fundamentado, o desacerto da decisão
que inadmitiu o apelo extremo, o que não aconteceu na
hipótese. Incidência da Súmula 182 do STJ.
2. Agravo interno desprovido.

AREsp 2169661 Petição : 790081/2022 C542524551560494812191@ C4253204=0881032212089@


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Superior Tribunal de Justiça

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO MARCO BUZZI (Relator): O agravo interno não


merece acolhida, porquanto os argumentos tecidos pelo agravante são incapazes de
infirmar a decisão objurgada, motivo pelo qual merece ser mantida na íntegra por
seus próprios fundamentos.
1. Com efeito, com base no princípio da dialeticidade, compete à parte
recorrente impugnar especificamente os fundamentos da decisão de
admissibilidade do recurso especial, autônomos ou não, sob pena de atrair o óbice
contido no enunciado da Súmula 182 do STJ ("É inviável o agravo do art. 545 do
CPC/73 que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão
agravada").
Nesse sentido, confira-se:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INÉPCIA.


FALTA DE IMPUGNAÇÃO A TODOS OS FUNDAMENTOS DA
DECISÃO RECORRIDA. MANIFESTA INADMISSIBILIDADE.
DESISTÊNCIA PARCIAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. Nos termos do art.
1.042 do CPC/15 c/c 253, parágrafo único, I do RISTJ, incumbe ao
agravante o ônus de impugnar, especificamente, todos os
fundamentos da decisão proferida pelo Tribunal de origem com o
intuito de "destrancar" o recurso especial inadmitido, permitindo,
assim, o exame deste pelo STJ. 2. O agravo é apenas o meio idôneo a
viabilizar o juízo definitivo de admissibilidade por este Tribunal, quando
inadmitido na origem o recurso especial. Desse modo, há uma vinculação do
primeiro com o segundo, de modo que, na sistemática de julgamento, o
agravo deve ser sempre analisado com os olhos voltados para a
admissibilidade do recurso especial e não para o acórdão recorrido. 3. A
partir de tais premissas, é possível inferir que não há como o
agravante restringir o efeito devolutivo horizontal do agravo porque
esse efeito já foi previamente delimitado pelos fundamentos da
decisão exarada pelo Tribunal de origem. 4. O ordenamento jurídico
admite que a parte inconformada recorra, parcialmente, de uma decisão, e,
ainda, que o órgão julgador conheça, em parte, do recurso interposto. Não
há, entretanto, qualquer previsão que autorize a desistência parcial, tácita ou
expressa, do recurso especial após sua interposição. 5. É manifestamente
inadmissível o agravo que não impugna, de maneira consistente,
todos os fundamentos da decisão agravada. 6. Agravo interno no
agravo em recurso especial não provido. (AgInt no AREsp 727.579/PR, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/12/2017,
DJe 19/12/2017) [grifou-se]

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ. JUÍZO DE
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2022/0218074-4 Documento Página 3 de 5
Superior Tribunal de Justiça
ADMISSIBILIDADE REALIZADO NA INSTÂNCIA DE ORIGEM.
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MINUTA QUE NÃO
CONFRONTA A INTEGRALIDADE DA MOTIVAÇÃO ADOTADA NA
DECISÃO DE INADMISSIBILIDADE. DESATENDIMENTO DO ÔNUS
DA DIALETICIDADE. ERRO GROSSEIRO. REFUTAÇÃO DE
FUNDAMENTO VINCULADO A RECURSO REPETITIVO. 1. As razões
deduzidas na minuta do agravo previsto no art. 1.042 do CPC/2015
devem impugnar a totalidade dos motivos adotados no juízo de
admissibilidade feito na instância ordinária, pena de desatenção ao
ônus da dialeticidade. Jurisprudência do STJ. 2. A teor do referido
preceito legal, descabe a interposição do agravo em recurso especial
quanto a capítulo decisório fundado na aplicação de entendimento firmado
em regime de recursos repetitivos, o recurso correto sendo o agravo
interno, nos termos do art. 1.030, inciso I, alínea "b" e § 2.º, do
CPC/2015, constituindo erro grosseiro a opção pelo agravo em recurso
especial. Precedentes. 3. Agravo em recurso especial não conhecido.
(AREsp 1108347/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 28/08/2017) [grifou-se]

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL


AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS FUNDAMENTOS
DA DECISÃO PROFERIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM.
PRINCIPIO DA DIALETICIDADE. ART. 932, III, DO CPC DE 2.015.
INSUFICIÊNCIA DE ALEGAÇÃO GENÉRICA. 1. À luz do princípio
da dialeticidade, que norteia os recursos, compete à parte agravante, sob
pena de não conhecimento do agravo em recurso especial, infirmar
especificamente os fundamentos adotados pelo Tribunal de origem para
negar seguimento ao reclamo. 2. O agravo que objetiva conferir trânsito
ao recurso especial obstado na origem reclama, como requisito objetivo de
admissibilidade, a impugnação específica aos fundamentos utilizados
para a negativa de seguimento do apelo extremo, consoante
expressa previsão contida no art. 932, III, do CPC de 2.015 e art. 253, I,
do RISTJ, ônus da qual não se desincumbiu a parte insurgente, sendo
insuficiente alegações genéricas de não aplicabilidade do óbice invocado.
[...] 4. Agravo interno não provido. (AgInt no AREsp 1039553/PR, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
23/05/2017, DJe 26/05/2017) [grifou-se]

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO (ART. 1.042 DO CPC/15) - AÇÃO


CONDENATÓRIA - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NÃO
CONHECEU DO RECLAMO. INSURGÊNCIA RECURSAL DO
AUTOR. 1. Razões do agravo que não impugnaram
especificamente os fundamentos invocados na decisão de
inadmissão do recurso especial. Em razão do princípio da
dialeticidade, deve o agravante demonstrar, de modo fundamentado,
o desacerto da decisão agravada. 2. Correta aplicação analógica da
Súmula 182 do STJ: "É inviável o agravo do art. 545 do CPC[1973] que
deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada." 3.
Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp 1032521/SP, Rel. Ministro
MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 02/05/2017, DJe
10/05/2017) [grifou-se]

AREsp 2169661 Petição : 790081/2022 C542524551560494812191@ C4253204=0881032212089@


2022/0218074-4 Documento Página 4 de 5
Superior Tribunal de Justiça
No caso dos autos, nas razões do agravo (fls. 288-293, e-STJ), a parte
insurgente não combateu, especificamente, todos os fundamentos utilizados pela
Corte de origem para inadmitir o processamento do apelo extremo.
O Tribunal a quo inadmitiu o processamento do recurso especial, ante a:
a) não demonstração de ofensa ao dispositivo arrolado; b) incidência da Súmula
7/STJ.
Ocorre que, nas razões do agravo do art. 1.042 do CPC/15 (fls. 288-293,
e-STJ), embora a parte agravante afirme que o artigo apontado, efetivamente, restou
violado, no sentido de a responsabilidade civil do advogado ser subjetiva, com
relação ao outro óbice efetivamente aplicado pelo Tribunal local - incidência da
Súmula 7 do STJ - verifica-se, de fato, que tal fundamento não fora sequer
mencionado nas razões recursais.
Com efeito, nos moldes do entendimento firmado por este Tribunal
Superior, à luz do princípio da dialeticidade, que norteia os recursos, deve a parte
recorrente impugnar todos os fundamentos suficientes para manter o decisum
recorrido, de maneira a demonstrar que o juízo de admissibilidade do Tribunal de
origem merece ser modificado, o que não se vislumbra no recurso em questão.
Desta forma, irrefutável a incidência da Súmula 182 do STJ, porquanto
inexistiu ataque específico a todos os fundamentos da decisão que obstou a
ascensão do recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça.
2. Do exposto, nega-se provimento ao agravo interno.
É como voto.

AREsp 2169661 Petição : 790081/2022 C542524551560494812191@ C4253204=0881032212089@


2022/0218074-4 Documento Página 5 de 5
TERMO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
AgInt no AREsp 2.169.661 / SP
Número Registro: 2022/0218074-4 PROCESSO ELETRÔNICO

Número de Origem:
10996702420198260100 20220000154880

Sessão Virtual de 06/12/2022 a 12/12/2022

Relator do AgInt
Exmo. Sr. Ministro MARCO BUZZI

Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro RAUL ARAÚJO

Secretário
Dra. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI

AUTUAÇÃO

AGRAVANTE : MARDSON COSTA SANTOS


ADVOGADOS : JOÃO PAULO GALISI CORDES - SP215797
PHAEDRA YOKO MATSUNAGA - SP362387
AGRAVADO : LIVIA APARECIDA NABEREGNY DE LARA
ADVOGADO : JORGE PAULO SOUSA CAVALCANTE - SP386342

ASSUNTO : DIREITO CIVIL - OBRIGAÇÕES - ESPÉCIES DE CONTRATOS - MANDATO

AGRAVO INTERNO

AGRAVANTE : MARDSON COSTA SANTOS


ADVOGADOS : JOÃO PAULO GALISI CORDES - SP215797
PHAEDRA YOKO MATSUNAGA - SP362387
AGRAVADO : LIVIA APARECIDA NABEREGNY DE LARA
ADVOGADO : JORGE PAULO SOUSA CAVALCANTE - SP386342

TERMO

A QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, em sessão virtual de 06/12/2022 a 12/12


/2022, por unanimidade, decidiu negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti e Antonio Carlos
Ferreira votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Raul Araújo.
Brasília, 13 de dezembro de 2022

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