Agresp 2018179 2022 10 28

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 2018179 - RS (2022/0235329-4)
RELATOR : MINISTRO SEBASTIÃO REIS JÚNIOR

AGRAVANTE : NILTON JOAO BECKERS
ADVOGADOS : DIOGO AUGUSTO BIATO NETO - PR038642
EDSON SILVA DA COSTA - PR037790
WILIBRANDO BRUNO ALBUQUERQUE DE ARAUJO - DF066470
AGRAVADO : ALCIDES ROGERIO DE MOURA
ADVOGADO : RAFAEL ALEXANDRE LIRA BAUMGARTNER - PR066875
AGRAVADO : LUIZ CARLOS KOSSAR
ADVOGADOS : NEREU LUIS BATTISTI JUNIOR - PR061021
RAFAEL ALEXANDRE LIRA BAUMGARTNER - PR066875
AGRAVADO : LUIS HENRIQUE WEISS DE CARVALHO
ADVOGADOS : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
EDUARDO TERGOLINA TEIXEIRA - DEFENSOR PÚBLICO DA
UNIÃO
AGRAVADO : MARIO CESAR HABBY DOS SANTOS
ADVOGADOS : SÉRGIO BATISTA HENRICHS - PR018459
FACUNDO EDUARDO MENDOZA - PR053670
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
AGRAVADO : ELIANE YAMAMOTO SAITO
AGRAVADO : SANDRO HIDEO SAITO
ADVOGADOS : OLIVAR CONEGLIAN - PR020891
NEANDRO LUNARDI - PR028113
RODRIGO TAGLIARI HELBLING - PR030310
AGRAVADO : ALEXANDRO TAVARES PEREIRA
ADVOGADO : ADEMAR MARTINS MONTORO - PR006004
AGRAVADO : APARECIDO PORFIRIO DOS SANTOS
AGRAVADO : CELIO ANTUNES
ADVOGADO : LUCIANO BORGES DOS SANTOS - PR062905
AGRAVADO : EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR
ADVOGADOS : CLEDY GONÇALVES SOARES DOS SANTOS - PR014855
MAURÍCIO DEFASSI - PR036059
JOHNNY PASIN - PR046607
FERNANDO HENRIQUE VIEIRA ZANATTA - PR062741
TALITA SOARES DOS SANTOS - PR064201
THAYNARA REGINA DE BARROS FRANZEN - PR071419
MARINALDA RODRIGUES DA SILVA MARTINS - PR079637
AGRAVADO : GERALDO GENTIL BIESEK
ADVOGADO : JORGE LUÍS NUNES - PR040648
AGRAVADO : NATANAEL ALMEIDA
ADVOGADO : EMERSON ROBERTO CASTILHA - PR036557
AGRAVADO : ROSINALDO LUZIANO DOS SANTOS
ADVOGADOS : LUCIANO FERNANDES MOTTA - PR023198
LUCAS MOTTA VINCENSI - PR074967
AGRAVADO : SILVANA MATVEICHUKE RIZZI
INTERES. : MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA
ADVOGADO : ARIANE DIAS TEIXEIRA LEITE DEFASSI - PR032179
EMENTA
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PENAL E

PROCESSUAL CIVIL. OPERAÇÃO PECÚLIO. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 4º E
7º, AMBOS DA LEI N. 12.850/2013; E 141 E 492, AMBOS DO CPC.
ACORDOS DE COLABORAÇÃO PREMIADA. TESES DE JULGAMENTO
ULTRA PETITA QUANTO À COBRANÇA DE INDENIZAÇÃO.
DESPROVIMENTO. EXPRESSA PREVISÃO CONSTANTE DOS
RESPECTIVOS ACORDOS, NÃO CONDICIONADA A EVENTUAL
DESCUMPRIMENTO. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA DAS CLÁUSULAS
QUE PREVIRAM O PAGAMENTO, A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO CÍVEL,
PELOS DANOS QUE O AGRAVANTE RECONHECEU POR CONTA DOS
DIVERSOS CRIMES PRATICADOS. PENA DE MULTA, RECONHECIDA
PELA CORTE DE ORIGEM, NÃO ENGLOBADA PELO ACORDO DE
DELAÇÃO PREMIADA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO EXPRESSA.
MANUTENÇÃO.
1. [...] o acordo celebrado entre as partes não faz nenhuma referência a
penas de multa eventualmente impostas no caso de prolação de decreto
condenatório. Embora o acordo preveja o pagamento de indenização civil,
em valor pré-fixado, não há como concluir que tal indenização abranja as
penas de multa, seja diante da ausência de previsão expressa no acordo,
seja pelo fato de que o MPF, em seus memoriais, refere-se tão somente à
"reprimenda corporal", e seja ainda pelo fato de que a multa não possui
natureza reparatória, mas punitiva. [...] Assim sendo, por ocasião da
unificação das penas, deve o Juízo das Execuções Penais atentar para o
fato de que as multas impostas ao réu não se encontram albergadas pelo
acordo entabulado pelas partes, devendo, portanto, ser aplicadas
cumulativamente, sem limitação de qualquer espécie (fls. 441/442).
2. Agravo regimental desprovido.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas,

acordam os Ministros da Sexta Turma, por unanimidade, negar provimento ao agravo
regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Rogerio Schietti Cruz, Antonio Saldanha Palheiro, Olindo
Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região) e Laurita Vaz votaram com o
Sr. Ministro Relator.
Brasília, 25 de outubro de 2022.
Ministro Sebastião Reis Júnior

Relator
Superior Tribunal de Justiça S.T.J
Fl.__________
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA
AgRg no
Número Registro: 2022/0235329-4 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 2.018.179 / R S
MATÉRIA CRIMINAL
Números Origem: 50008624720184047002 5000862472018404700250053250320164047002

50047187920154047113 50053250320164047002 50121866820174047002
50365422120164040000
PAUTA: 18/10/2022 JULGADO: 18/10/2022
Relator
Exmo. Sr. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. JOSE ADONIS CALLOU DE ARAUJO SA
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE :
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA
ADVOGADO :
ARIANE DIAS TEIXEIRA LEITE DEFASSI - PR032179
RECORRENTE :
NILTON JOAO BECKERS
ADVOGADOS :
DIOGO AUGUSTO BIATO NETO - PR038642
RECORRIDO : ALCIDES ROGERIO DE MOURA
RECORRIDO : LUIZ CARLOS KOSSAR
RECORRIDO : LUIS HENRIQUE WEISS DE CARVALHO
EDUARDO TERGOLINA TEIXEIRA - DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO
RECORRIDO : MARIO CESAR HABBY DOS SANTOS
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
RECORRIDO : ELIANE YAMAMOTO SAITO
RECORRIDO : SANDRO HIDEO SAITO
RECORRIDO : ALEXANDRO TAVARES PEREIRA
RECORRIDO : APARECIDO PORFIRIO DOS SANTOS
RECORRIDO : CELIO ANTUNES
RECORRIDO : EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR
TALITA- SOARES
C542524551881911803548@
2022/0235329-4 DOS SANTOS
REsp 2018179 - PR064201
Petição : 2022/0083981-3 (AgRg)
Fl.__________
SEXTA TURMA
AgRg no
MATÉRIA CRIMINAL

RECORRIDO : GERALDO GENTIL BIESEK
RECORRIDO : NATANAEL ALMEIDA
RECORRIDO : ROSINALDO LUZIANO DOS SANTOS
RECORRIDO : SILVANA MATVEICHUKE RIZZI
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Parte Geral - Aplicação da Pena
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVADO 2022/0235329-4
: NATANAEL
C542524551881911803548@ ALMEIDA
- REsp 2018179 Petição : 2022/0083981-3 (AgRg)
Fl.__________
SEXTA TURMA
AgRg no
MATÉRIA CRIMINAL

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Adiado por indicação do Sr. Ministro Relator.
C542524551881911803548@ 2022/0235329-4 - REsp 2018179 Petição : 2022/0083981-3 (AgRg)

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 2018179 - RS (2022/0235329-4)
RELATOR : MINISTRO SEBASTIÃO REIS JÚNIOR

EDUARDO TERGOLINA TEIXEIRA - DEFENSOR PÚBLICO DA
UNIÃO
AGRAVADO : NATANAEL ALMEIDA
EMENTA
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PENAL E

PROCESSUAL CIVIL. OPERAÇÃO PECÚLIO. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 4º E
7º, AMBOS DA LEI N. 12.850/2013; E 141 E 492, AMBOS DO CPC.
ACORDOS DE COLABORAÇÃO PREMIADA. TESES DE JULGAMENTO
ULTRA PETITA QUANTO À COBRANÇA DE INDENIZAÇÃO.
DESPROVIMENTO. EXPRESSA PREVISÃO CONSTANTE DOS
RESPECTIVOS ACORDOS, NÃO CONDICIONADA A EVENTUAL
DESCUMPRIMENTO. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA DAS CLÁUSULAS
QUE PREVIRAM O PAGAMENTO, A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO CÍVEL,
PELOS DANOS QUE O AGRAVANTE RECONHECEU POR CONTA DOS
DIVERSOS CRIMES PRATICADOS. PENA DE MULTA, RECONHECIDA
PELA CORTE DE ORIGEM, NÃO ENGLOBADA PELO ACORDO DE
DELAÇÃO PREMIADA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO EXPRESSA.
MANUTENÇÃO.
1. [...] o acordo celebrado entre as partes não faz nenhuma referência a
penas de multa eventualmente impostas no caso de prolação de decreto
condenatório. Embora o acordo preveja o pagamento de indenização civil,
em valor pré-fixado, não há como concluir que tal indenização abranja as
penas de multa, seja diante da ausência de previsão expressa no acordo,
seja pelo fato de que o MPF, em seus memoriais, refere-se tão somente à
"reprimenda corporal", e seja ainda pelo fato de que a multa não possui
natureza reparatória, mas punitiva. [...] Assim sendo, por ocasião da
unificação das penas, deve o Juízo das Execuções Penais atentar para o
fato de que as multas impostas ao réu não se encontram albergadas pelo
cumulativamente, sem limitação de qualquer espécie (fls. 441/442).
2. Agravo regimental desprovido.
RELATÓRIO
Trata-se de agravo regimental interposto por Nilton João Beckers contra a

decisão que negou provimento ao recurso especial por ele manejado (fls. 844/852):
RECURSOS ESPECIAIS. PENAL E PROCESSUAL CIVIL. OPERAÇÃO

PECÚLIO. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 4º E 7º, AMBOS DA LEI N. 12.850/2013; 141 E
492, AMBOS DO CPC. ACORDOS DE COLABORAÇÃO PREMIADA. TESES DE
JULGAMENTO ULTRA PETITA QUANTO À COBRANÇA DE INDENIZAÇÃO.
DESPROVIMENTO. EXPRESSA PREVISÃO CONSTANTE DOS RESPECTIVOS
ACORDOS, NÃO CONDICIONADA A EVENTUAL DESCUMPRIMENTO.
INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA DAS CLÁUSULAS QUE PREVIRAM O
PAGAMENTO, A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO CÍVEL, PELOS DANOS QUE OS
RECORRENTES RECONHECERAM POR CONTA DOS DIVERSOS CRIMES
PRATICADOS. MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO QUE SE IMPÕE. PARECER DO
MPF ADOTADO COMO RAZÕES DE DECIDIR.
Recursos especiais desprovidos.
Sustenta o agravante, de início, que busca-se no especial a suspensão da

exequibilidade da pena de multa aplicada pelo Juízo de primeiro grau, ao argumento de
que o Tribunal de origem, ilegalmente, considerou que a referida reprimenda não
estaria abrangida pelo acordo de colaboração premiada firmado entre o sentenciado e
o Ministério Público. [...] No entanto, a despeito da sólida fundamentação lançada no
recurso especial, Vossa Excelência, com a devida vênia, entendeu que o pagamento
da multa seria devido, valendo-se para tanto da judiciosa argumentação do Ministério
Público Federal (fl. 867).
Argumenta que o valor de R$2.250.000,00 (dois milhões duzentos e

cinquenta mil reais) já foi pago! [...] O julgamento é ultra petita, especialmente em face
da aludida cláusula referenciada por Vossa Excelência, que restou adimplida!
Entretanto, em que pese a cláusula expressa, em que pese o pagamento do valor
acordado, isto é, R$2.250.000,00 (dois milhões duzentos e cinquenta mil reais), o juízo
de piso fixou nova valor de multa fora do acordado entre Recorrente e o Ministério
Público Federal! [...] Daí a controvérsia do especial! [...] É possível o Juízo e o Tribunal
Regional assumirem esse protagonismo extra, isto é, fora do acordo entabulado entre
Recorrente e Ministério Público Federal? [...] Entende a defesa que não! O acordo de
colaboração é muito claro! Não caberia a atuação do Poder Judiciário fixando uma
segunda multa, essa com natureza penal, fora das cláusulas do acordo entabulado
entre Recorrente e o Parquet! [...] A regra da correlação exige, portanto, que o juiz, ao
deliberar sobre determinada pretensão, respeite os limites que lhe foram expostos. [...]
Deveria, pois, ater-se às partes envolvidas no acordo de colaboração, aos fundamentos
apresentados para justificar e para rejeitar o pleito formulado (notadamente, os de fato)
e ao próprio pedido. [...] Daí o que fez o magistrado? Homologou o acordo, mas no
momento de sentenciar fixou uma multa pena extrapolando os limites do acordo! E por
qual motivo extrapolou? [...] Extrapolou pois a multa penal fixada sentença não guarda
relação com os termos do acordo entabulado, uma vez que o recorrente já tinha
recolhido o valor de R$ 2.250.000,00! Homologado o acordo, o juiz terá diante de si o
thema decidendum, a moldura do conflito a ser fixado em sentença. [...] O magistrado
conhece, desde a homologação do acordo de colaboração, todas as pretensões
deduzidas no respectivo acordo, em relação a quais sujeitos os futuros provimentos
dirão respeito, quais são os fatos juridicamente relevantes para a controvérsia, os
fundamentos jurídicos apresentados pelas partes, a relação jurídica existente entre
elas, as tutelas perseguidas, a pena fixada e a contrapartida assumida pelo recorrente
delator! [...] Daí o recorrente delator já recolheu o valor milionário fixado no acordo, é
defeso ao Juiz sentenciante fixar nova multa fora daquilo que constava do termo de
colaboração premiada. [...] A exigência da boa-fé, em sua faceta objetiva, como
princípio norteador das interações humanas, consiste em verdadeira norma geral de
conduta, conforme ensina MENEZES CORDEIRO, a boa-fé objetiva é aquela que “não
se reportando a estados atinentes ao sujeito, surge, fora dele, máxime como regra de
conduta". (MENEZES CORDEIRO, António. Da boa fé no Direito Civil, 7ª reimpr.
Coimbra: Almedina, 2017, p. 524) [...] A boa-fé é aplicável a todos os campos em que
existam relações jurídicas. Por meio dela, impõe-se a observância de arquétipos de
conduta, isto é, de standards comportamentais, pautados por deveres éticos, como os
de honestidade, probidade, lealdade, colaboração e honradez. [...] São três as funções
usualmente atribuídas à boa-fé objetiva no sistema jurídico. [...] A primeira é a de
cânone interpretativo de negócios jurídicos; a segunda, de criação de deveres jurídicos;
e a terceira, de limite ao exercício de direitos e posições jurídicas. [...] Consideram-se
ultra petita os provimentos nos quais o juiz decide além dos elementos da demanda,
contemplando algo em excesso. [...] Ao fixar uma nova penalidade, excedendo e
diferente daquela fixada no acordo de colaboração premiada, certamente o juiz
sentenciante, bem como o tribunal proveram além dos limites do acordo entabulado.
[...] Assim, a sentença e o acordão ofenderam a inércia da jurisdição, pois adotaram, de
ofício, elementos estranhos àqueles delimitados pela atividade das partes. [...] De igual
forma, decisão assim proferida também tornou-se irregular por desrespeitar o
contraditório e a ampla defesa, haja vista as partes serem surpreendidas com a porção
excedente do provimento (fls. 869/871).
Ao final da peça recursal, requer seja o presente recurso recebido e

regularmente processado de acordo com o artigo 258 do Regimento Interno do
Superior Tribunal de Justiça, para o fim de: (i) Que Vossa Excelência reconsidere a r.
decisão agravada, para dar provimento ao recurso especial outrora interposto, para
determinar a suspensão da exequibilidade da pena de multa (fixada de forma
complementa ao valor de R$ 2.250.000,00 e já adimplido) (fixada somente na sentença
sem correlação ao outro valor mencionado anteriormente), para que somente se torne
exequível em caso de descumprimento do acordo avençado entre Recorrente e
Ministério Público Federal, por parte do Sr. Nilton! (ii)Subsidiariamente, não havendo
reconsideração, seja o presente Agravo Regimental apresentado em mesa para
julgamento do recurso pelo Colegiado, requerendo provimento ao especial, nos exatos
termos suplicados naquele recurso, bem como pelos fundamentos lançados na
presente peça (fl. 872).
Foi dispensada a oitiva da parte agravada.
É o relatório.
VOTO
Os argumentos recursais não são suficientes para infirmar os fundamentos

da decisão agravada.
Em que pese a alegação de que o agravante já adimpliu o valor acordado

em sede de colaboração premiada, extrai-se do combatido aresto que o acordo
celebrado entre as partes não faz nenhuma referência a penas de multa
eventualmente impostas no caso de prolação de decreto condenatório. Embora o
acordo preveja o pagamento de indenização civil, em valor pré-fixado, não há
como concluir que tal indenização abranja as penas de multa, seja diante da
ausência de previsão expressa no acordo, seja pelo fato de que o MPF, em seus
memoriais, refere-se tão somente à "reprimenda corporal", e seja ainda pelo fato de
que a multa não possui natureza reparatória, mas punitiva. [...] Assim sendo, por
ocasião da unificação das penas, deve o Juízo das Execuções Penais atentar
para o fato de que as multas impostas ao réu não se encontram albergadas pelo
cumulativamente, sem limitação de qualquer espécie (fls. 441/442 - grifo nosso).
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.

Fl.__________
SEXTA TURMA
AgRg no
MATÉRIA CRIMINAL
Números Origem: 50008624720184047002 5000862472018404700250053250320164047002

50047187920154047113 50053250320164047002 50121866820174047002
50365422120164040000
PAUTA: 18/10/2022 JULGADO: 25/10/2022
Relator
Exmo. Sr. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE :
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA
ADVOGADO :
ARIANE DIAS TEIXEIRA LEITE DEFASSI - PR032179
RECORRENTE :
NILTON JOAO BECKERS
ADVOGADOS :
DIOGO AUGUSTO BIATO NETO - PR038642
RECORRIDO : ALCIDES ROGERIO DE MOURA
RECORRIDO : LUIZ CARLOS KOSSAR
RECORRIDO : LUIS HENRIQUE WEISS DE CARVALHO
RECORRIDO : MARIO CESAR HABBY DOS SANTOS
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
RECORRIDO : ELIANE YAMAMOTO SAITO
RECORRIDO : SANDRO HIDEO SAITO
RECORRIDO : ALEXANDRO TAVARES PEREIRA
RECORRIDO : APARECIDO PORFIRIO DOS SANTOS
RECORRIDO : CELIO ANTUNES
RECORRIDO : EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR
TALITA- SOARES
C542524551881911803548@
2022/0235329-4 DOS SANTOS
REsp 2018179 - PR064201
Petição : 2022/0083981-3 (AgRg)
Fl.__________
SEXTA TURMA
AgRg no
MATÉRIA CRIMINAL

RECORRIDO : GERALDO GENTIL BIESEK
RECORRIDO : NATANAEL ALMEIDA
RECORRIDO : ROSINALDO LUZIANO DOS SANTOS
RECORRIDO : SILVANA MATVEICHUKE RIZZI
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Parte Geral - Aplicação da Pena
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVADO 2022/0235329-4
: NATANAEL
C542524551881911803548@ ALMEIDA
- REsp 2018179 Petição : 2022/0083981-3 (AgRg)
Fl.__________
SEXTA TURMA
AgRg no
MATÉRIA CRIMINAL

SUSTENTAÇÃO ORAL
Dr. WILIBRANDO BRUNO ALBUQUERQUE DE ARAUJO, pela parte: AGRAVANTE:
NILTON JOAO BECKERS
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Rogerio Schietti Cruz, Antonio Saldanha Palheiro, Olindo
Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região) e Laurita Vaz votaram com o Sr.
Ministro Relator.
C542524551881911803548@ 2022/0235329-4 - REsp 2018179 Petição : 2022/0083981-3 (AgRg)

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AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 2018179 - RS (2022/0235329-4)

RELATOR : MINISTRO SEBASTIÃO REIS JÚNIOR

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PENAL E

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas,

Ministro Sebastião Reis Júnior

Números Origem: 50008624720184047002 5000862472018404700250053250320164047002

THAYNARA REGINA DE BARROS FRANZEN - PR071419

ADVOGADO : EMERSON ROBERTO CASTILHA - PR036557

C542524551881911803548@ 2022/0235329-4 - REsp 2018179 Petição : 2022/0083981-3 (AgRg)

RELATOR : MINISTRO SEBASTIÃO REIS JÚNIOR

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PENAL E

Trata-se de agravo regimental interposto por Nilton João Beckers contra a

RECURSOS ESPECIAIS. PENAL E PROCESSUAL CIVIL. OPERAÇÃO

Sustenta o agravante, de início, que busca-se no especial a suspensão da

Argumenta que o valor de R$2.250.000,00 (dois milhões duzentos e

Ao final da peça recursal, requer seja o presente recurso recebido e

Foi dispensada a oitiva da parte agravada.

Os argumentos recursais não são suficientes para infirmar os fundamentos

Em que pese a alegação de que o agravante já adimpliu o valor acordado

Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.

Números Origem: 50008624720184047002 5000862472018404700250053250320164047002

THAYNARA REGINA DE BARROS FRANZEN - PR071419

ADVOGADO : EMERSON ROBERTO CASTILHA - PR036557

C542524551881911803548@ 2022/0235329-4 - REsp 2018179 Petição : 2022/0083981-3 (AgRg)

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