Curso: Licenciatura em Ciências da Educação - Educação Social

1.º Ano – 1.º Semestre

Unidade Curricular: Introdução às Ciências Sociais (ICS)

Docente: Prof.ª Doutora Arlinda Cabral

Trabalho realizado por:

Nome: Bianca Mcmillan

Tema Da Ficha De Leitura: Igualdade, fraternidade e liberdade (Jean-Jacques Rousseau)

Palavra-chave: igualdade, iluminismo, absolutismo, liberdade

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Introdução

O presente trabalho é uma breve biografia de Jean Jacques Rousseau e as suas ideias e teorias
voltadas contra as injustiças da época, entre elas mencionamos a desigualdade, o iluminismo, a
liberdade e a fraternidade.
Concebeu ideias que actualmente ainda são utilizadas e desenvolvidas, teve uma influência
considerável sobre o pensamento político e social moderno, sendo que foi o maior precursor do
iluminismo e o pai da democracia moderna, os seus estudos discutem a importância da pedagogia
moderna.
Por se inserir num contexto social de total soberania e absolutismo, as suas contribuições tornam-se
mais verdadeiras por o mesmo as ter vivenciado, foi por causa da sua vida e dos meios em que foi
educado e viveu que ele consegue alcançar um papel fundamental para o estudo de várias áreas da
nossa sociedade.
Com as suas obras Rousseau procura alcançar uma melhor organização social, estabelecer as normas
para um pacto social legítimo, e consagrar a vontade do povo como a fonte da autoridade política.
Das obras que irei abordar nesta ficha destacam-se: “O Contrato Social”, “Discurso sobre a origem e
fundamentos da Desigualdade entre os Homens” e “Émile”.

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Jean Jacques Rousseau foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor genebrino
que influenciou todo o pensamento político e social com as suas ideias, e apesar de ser alvo de
críticas na sua época, permaneceu até hoje na história e as suas contribuições continuam a ser
usadas num estado de evolução constante.
Nascido a dia 28 de Junho de 1712 em Genebra, morto a 2 de Julho de 1778 em França, teve uma
vida bastante preenchida, a sua infância havia sido algo problemática pois a sua mãe morrera
durante o parto e o seu pai só tomou conta do mesmo até aos 10 anos de idade, e a partir daí
começa a ser educado por um pastor protestante e finalmente dá inicio aos seus estudos, estudou
em Turim no norte da Itália onde realizou vários trabalhos, entre eles de tutor e de copista de textos
musicais, mudou de religião algumas vezes começando por ser calvinista como o pai, um movimento
religioso, extremo e injusto para as classes mais baixas, procurava glorificar Deus de todas as
maneiras possíveis e quem não desrespeitasse deus seria executado, o calvinismo foi tão radical em
Genebra que a uma certa altura era proibido o teatro, a dança e jogar ás cartas; mais tarde
converteu-se ao Deísmo, um movimento filosofo que acreditava na criação do universo por uma
entidade superior através da razão, livre arbítrio e de pensamento livre, muitas das suas teorias
foram marcadas com este movimento.

Jean Rousseau viveu num período bastante marcante da Europa, denominado de absolutismo que
durou quase dois séculos, dominava a Europa e as crenças de grande parte da população, era um
regime político em que apenas um individuo tinha o direito de exercer os poderes absolutos, apenas
ele governa, a lei obedece á vontade do rei, este é o Estado. Por causa deste regime diversos
movimentos começam a desenvolver-se com o intuito de terminar este regime, entre eles surge o
mais conhecido, o Iluminismo, nome dado ao movimento composto por intelectuais que
condenavam todos os ideiais do absolutismo e defendiam a reorganização da sociedade.
Entre eles destaca-se o filósofo Jean Jacques que influenciou este movimento, por procurar um
estado legítimo, onde as vozes e vontades da população pudessem ser ouvidas e tivessem peso nas
decisões do estado, e onde possamos obter liberdade, fraternidade e igualdade, o lema de vida de
Rousseau, critica assim as ideias do seu tempo incluindo a educação ecolástica, um método de
aprendizagem que se relacionava bastante com a religião catolica de modo a obter propaganda para
a igreja.
O Iluminismo caracteriza-se num período de mudança positiva, defendia ideias como as liberdades
individuais, a fraternidade, a separação da igreja-estado, a tolerância religiosa, a liberdade
económica, a razão como substituição à crença religiosa pois esta ofusca a verdade e prejudica o
progresso do homem, daí o termo “ Século das luzes” pois a razão ilumina as trevas; repudia
também todas as ideias e crenças do absolutismo, tendo assim grande impacto na cultura europeia e

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motivando diversas mudanças na Europa, acrescentando uma citação feita pelo autor realçando
estas ideias: “«Deste modo, Rousseau não pode ser visto nem como um iluminista tout court, ou
seja, como um entusiasta ingénuo em relação ao poder emancipador da razão, nem como seu
crítico radical, que ao defender a teoria do bom selvagem teria negado por completo as
potencialidades inerentes à racionalidade humana”» Educação, Santa Maria, v. 37, n. 2, p. 229-240,
maio/ago. 2012
Os iluministas acreditavam no poder da razão e do intelecto relativamente à religião e à fé e
procuravam reestruturar a sociedade do antigo regime, segundo Rousseau partimos da vontade
geral como critério absoluto, ou seja, para Rousseau a vontade geral não é o mesmo que a vontade
de todos pois a vontade de todos é uma adição de entidades inteiras, enquanto a vontade geral é
uma soma de vontades particulares que olham para o bem comum.
Ao valorizarem a razão os iluministas conseguiam uma nova sociedade assente na liberdade e
igualdade, por reconhecer que estes são direitos naturais ao homem, para Rousseau “O homem
nasce bom e é a sociedade que o corrompe”, a sociedade envolvera o ser humano numa vida de
pecados e maldades, tornando-o cruel, egoísta e mesquinho, considera que foi a propriedade
privada a corromper os homens esta era viável e culpada das desigualdades sociais.
As suas obras estão relacionadas entre si, a do “Émilio” complementa a do “Contrato Social”, não só
porque foram escritas ao mesmo tempo mas porque que contribuem as duas no modelo de
educação-formação dos indivíduos, as suas obras buscam a formação de sujeitos capazes de lutarem
contra a depravação da natureza humana, de darem valor à sua própria consciência pois esta é o
que nos difere de todos os outros homens, a nossa consciência é o núcleo da nossa autencidade, e
com esta podemos parar de ser corrompidos pela sociedade.
A obra “Émilo” explora um modelo educativo de acordo com as ideias de Rousseau, este modelo
tornar-se ia um exemplo para a sociedade, através de uma educação não formal e formada na razão,
caracterizada pelas filosofias defendidas po Rousseau. É nesta obra que se faz a critíca á educação
ecoelástica, atribuindo um novo significado á infância e ao modo de educar.
Já na obra “Discurso sobre a origem e fundamentos da Desigualdade entre os Homens” publicada
oito anos antes destas obras foi outra peça chave para podermos entender melhor o contrato social,
pelos dois livros abordarem os mesmos conceitos, nesta obra Rousseau explora os conceitos que
levam à corrupção do homem na sociedade e os fatores que levam à injusta desigualdade entre os
homens. Apesar da igualdade ser uma busca por parte dos filósofos iluministas, os mesmos têm a
noção que tal não se poderá alcançar, por várias razões, sendo a principal as capacidades e talentos
de cada um, que são individuais.

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A razão deste filósofo se distinguir dos outros é através da critica que o mesmo faz à propriedade
privada, defendia que enquanto esta não tivesse fim não poderiamos alcançar a liberdade, procura
então meios para compreender através da razão como diminuir estas injustiças e a desigualdade e
ao mesmo tempo promover os direitos e deveres, por isso no pensamento iluminista de Rousseau a
meta final do Estado deveria ser a garantia da liberdade, da igualdade e da justiça para toda a
população, o poder começa na população.
Apesar da critíca que o mesmo faz á propriedade privada por contribuir para as desigualdades entre
os homens, entre os pobres e os ricos, é imperial que a mesma exista, pela mesma poder determinar
o que é de cada indivíduo, e por estes individuos procurarem manter as suas posses e é aqui que
surge a ideia de um contrato social.
É através então de uma das suas obras mais conhecidas “ O Contrato Social” que Jean Jacques cria
um modelo para este propósito, para ele o contrato social é um acordo entre indivíduos com a meta
de se criar uma sociedade, e só então um Estado, reconhecem a autoridade de cada indivíduo e
assim inicia-se a democracia direta, e justa.
Segundo Rousseau para preservar a liberdade e assegurar a segurança e bem-estar na sociedade,
apenas teria de se criar o tal contrato social, onde a soberania da sociedade prevaleceria sob a
soberania de um só sujeito mas sim da vontade coletiva. O obstáculo para este modelo é o egoísmo,
muitos homens não vão abdicar de coisas como a propriedade privada a favor da liberdade coletiva,
muitos não vão aceitar este pacto social. Pelo contrato rescindimos da nossa liberdade natural, mas
ganhamos a liberdade civil, que acaba por ser limitado.
O conceito de liberdade para Rousseau é central porque para o homem, para o ser humano a maior
dádiva é ser se livre, com o pacto social esta liberdade natural é perdida, e o que se pode recuperar
é a liberdade civil.
Jean Jaques teve um papel fundamental na nossa sociedade, não só influenciou várias teorias como
desenvolveu o estado, o poder e a soberania, conceitos que hoje caracterizam a nossa sociedade.
Jean propõe assim um novo modelo de educação para a sociedade, criando uma educação centrada
na liberdade e autonomia, ou seja na pedagogia natural, pois a parte necessária na educação é
deixar a criança explorar por si, obtendo prazer em aprender e não estar apenas a decorar
informações.
Rousseau e as suas ideias contribuiram para hoje em dia alcançarmos uma democracia justa basiada
nos seus ideias de liberdade, igualdade e fraternidade.
Ele revolucionou a educação, com suas concepções de infância, influencia pessoas com as suas
teorias sobre o Governo, a liberdade civil, e a democracia.