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Mini voleibol: Uma estratégia de iniciação esportiva para

crianças e jovens entre 7 e 14 anos.

Mini volleyball: A sports initiation strategy for children and young people between 7
and 14 years.

Leandro Régis da Silva1, André Rímoli Costi2


1 Estudante de bacharelado em Educação Física da Universidade Paulista – UNIP
2 Docente da Universidade Paulista – UNIP
Instituto de Ciências da Saúde – ICS
[email protected] , [email protected]

Resumo. Nossa intenção foi colaborar com o processo de conhecimento do


método teórico/prático do mini voleibol, destacando a importância desta ferramenta
para o profissional de educação física que desenvolve o esporte tanto na área
escolar, quanto em clubes e instituições. O jogo apresenta regras simplificadas e
direcionadas as diferentes faixas etárias e conta com espaço de prática reduzido,
onde cada jogador tem oportunidade de tocar diversas vezes na bola, e as áreas
que ele terá para proteger serão menores e mais adequadas para o seu nível de
desenvolvimento. Durante as pesquisas notou-se que, as regras adotadas para o
trabalho com mini voleibol podem ser flexíveis de acordo com a realidade
encontrada pelos profissionais. Concluiu-se que dentro das fases do
desenvolvimento motor infantil e no processo de iniciação esportiva, esta
ferramenta de ensino se encaixa perfeitamente nos padrões estabelecidos por
diversos autores.

Palavras-chave: mini voleibol, voleibol, desenvolvimento motor, iniciação


esportiva.

Abstract. Our intention is to collaborate with the process of knowledge of the


theoretical method / practical mini volleyball, highlighting the importance of this
tool for the professional physical education that develops the sport both in school
area, as in clubs and institutions. It features simplified rules, targeted different age
groups, and has reduced play space where each player touches the ball often, and
distances it will cover will be smaller, logically most appropriate to their level of
development. During the research, it was noted that the rules adopted to work with
mini volleyball can be flexible according to the reality encountered by professionals.
It was concluded that within the stages of child development and motor sports
initiation process, this teaching tool fits perfectly on the standards set by several
authors.

Keywords: mini Volleyball, volleyball, motor development, sports initiation.

Iniciação - Revista de Iniciação Científica, Tecnológica e Artística


Edição Temática em Saúde e Bem estar
Vol. 6 no 5 – Abril de 2017, São Paulo: Centro Universitário Senac
ISSN 2179-474X

Portal da revista: http://www1.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistainiciacao/


E-mail: [email protected]

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-SemDerivações
4.0
Internacional
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1.Introdução

A procura por programas de iniciação ao voleibol no Brasil cresce a cada ano. A


sucessão de resultados expressivos alcançados pelas seleções nacionais, a evolução
nas regras e a tecnologia, vem despertando o interesse do público pelas partidas e
trazendo ao esporte um elemento determinante: a televisão. A exposição dos
atletas em propagandas, a transmissão de campeonatos nacionais e internacionais
pelas emissoras de TV também vem aumentando. Tudo isso contribui
decisivamente para a popularidade, investimento de empresas no esporte e faz com
que crianças e jovens se inspirem e sonhem em um dia alcançar o lugar mais alto
do pódio nas competições como seus ídolos de hoje (Benetti, 2005.; Morales,
2009).

O voleibol foi idealizado por William George Morgan na ACM de Holioke,


Massachusetts, em 1895, quando aceitou o desafio de criar um jogo menos
exaustivo que o basquete para os associados mais velhos da ACM. Ele inspirou-se
no tênis, pelo formato do campo e pela rede suspensa ao meio para evitar o
contato físico e o chamou de "mintonette" que deu origem ao voleibol praticado nos
dias de hoje (Mezzaroba, 2011).

O esporte a princípio foi criado respeitando as necessidades da elite, quando a


burguesia emergente americana necessitava de uma atividade que conservasse os
homens de negócios entre 40 e 50 anos de idade dos contatos mais agressivos do
basquete, das atividades pouco recreativas da calistenia e das mudanças climáticas
do rigoroso inverno americano (Mezzaroba, 2011.; Marchi Junior, 2001.;
Matthlessen, 1994).

A quadra de "mintonette" tinha 15,24 cm de comprimento por 7,62 cm de largura.


A rede ficava a 1,98 cm de altura, com 0,61 cm de largura e 8,23 cm de
comprimento. O número de jogadores era ilimitado, só tinha de ser igual para
ambos os lados da rede e já se usava o sistema de rotação para que todos os
jogadores passassem pelo saque.

Numa conferência na Universidade de Springfield, entre diretores de educação física


dos Estados Unidos, duas equipes de Holyoke fizeram uma demonstração do
esporte, que agradou os professores presentes. Sua apresentação causou boas
impressões na conferência e motivou discussões animadas.

Lá, o Dr. Alfred Thompson Halstead, sugeriu o nome de volleyball, já que a bola
precisava ser conservada no alto através de constantes voleios (volley, em inglês)
sobre a rede (Bizzochi, 2013.; Mezzaroba, 2011).

O esporte ao longo dos anos foi evoluindo e criando características únicas. Todos os
jogadores devem aprender a respeitar o rodízio e suas posições na quadra. Para
cada posição é exigida uma postura, habilidade técnica e física diferente e tudo
exige extrema habilidade.

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O jogo é uma atividade de desafios constantes, uma vez que não existe momento
de descontração e relaxamento para ambas as equipes durante o raly. O contato
com a bola precisa ser rápido, preciso e deve respeitar as regras, exigindo do
jogador raciocínio, tomada de decisão e inúmeros deslocamentos rápidos para
interceptá-la (Muller, 2009).

Além disso, o jogo apresenta uma série de dificuldades motoras como: habilidade
de salto, velocidade e destreza. Estabelece também conhecimento tático para
organizar as jogadas, características estas que podem afastar muitos que começam
a jogar tardiamente (Ripka, 2009). Inúmeros atributos tornam o voleibol um
esporte atrativo e belo em sua plasticidade. Os mesmos atributos e suas
dificuldades técnicas transformam o seu ensino em uma tarefa árdua e paciente
para seus técnicos e professores.

Uma das maiores dificuldades do aprendizado está no fato de envolver habilidades


não naturais ou construídas, baseadas em gestos específicos também chamados de
fundamentos. Este fator limita a evolução do aprendiz pelo fato de não conseguir
executar as ações fundamentais para jogar, levando-o a frustração e a possível
falta de motivação (Bizzochi, 2013).

O medo de rejeição e a exigência de todas essas habilidades pode atrapalhar um


iniciante, o que justifica a organização do conteúdo para que a aprendizagem
aconteça de forma progressiva e considere os diferentes níveis de ensino,
relacionando o oferecimento de atividades compatíveis com o desenvolvimento dos
indivíduos e uma iniciação lúdica ao jogo antes da forma clássica e mais complexa
(Ripka, 2009).

Desta forma este trabalho tem o objetivo de realizar pesquisas bibliográficas com o
intuito verificar a importância do mini voleibol como estratégia de iniciação
esportiva para crianças e jovens entre 7 e 14 anos.

2.Revisão de literatura

Características do desenvolvimento motor da faixa etária

O desenvolvimento motor é o estudo das mudanças que ocorrem no


comportamento motor humano durante as várias fases da vida. É considerado um
processo sequencial de mudanças cumulativas na vida de um sujeito e relacionado
à idade, mas não depende somente dela, nem todos estarão com as condições
idênticas apenas por apresentar a mesma idade biológica. As habilidades motoras
serão adquiridas e irão avançando de movimentos simples e desorganizados para
movimentos organizados e mais complexos. Podemos observar diferenças
desenvolvimentistas no comportamento motor provocadas por fatores próprios do
indivíduo, do ambiente e da tarefa em si. Os indivíduos se encaixam em padrões
previsíveis de desenvolvimento motor, mas a velocidade com que isto acontece é
individual (Willrich, 2008).

Todo esse processo contínuo de mudanças ocorre de acordo com crescimento do


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indivíduo, sofrendo influências dos estímulos e experiências motoras vivenciadas
por ele, que se iniciam na sua concepção e cessam somente na morte. Ao longo da
vida envolve uma permanente adaptação às mudanças nas capacidades de
movimento por meio do esforço para atingir e manter o controle motor.

Dentre os modelos que procuram explicar o desenvolvimento motor ao longo da


vida, destaca-se o de Gallahue, que utiliza a ampulheta para descrever as fases e
estágios. Neste modelo, a hereditariedade e o ambiente influenciam o indivíduo. A
hereditariedade é fixa, já esta determinada quando o bebê nasce. O ambiente não,
durante a vida características vão sendo acrescentadas dependendo do contexto
em que ele vive (Gallahhue, 2013).

O desenvolvimento motor infantil consiste em quatro fases: reflexiva, que vai dos 4
meses a 1 ano de idade, rudimentar, de 1 a 2 anos, fundamental, de 2 a 7 anos e
especializada que se estende dos 7 aos 14 anos de idade. Por volta dos 6 anos,
grande parte das crianças já possui uma potencialidade de desenvolvimento para
operar em grande parte das habilidades de movimento do estágio fundamental
podendo iniciar a transição para a fase de movimentos especializados.

A fase de desenvolvimento motor fundamental é a base para habilidades motoras


globais e finas, sendo que as crianças aumentam consideravelmente seu repertorio
motor e adquirem os modelos de coordenação do movimento essenciais para
posteriores performances habilidosas, é o pré-requisito para a incorporação bem
sucedida das habilidades motoras especializadas (Papalia, 2000.; Gallahue,
2013).

Dentro deste contexto, destacaremos em nosso estudo a fase motora especializada


(aproximadamente dos 7 aos 14 anos de idade) que tem como características o uso
dos movimentos fundamentais e a combinação dos mesmos.

É o período em que se começa a utilizar as habilidades fundamentais para o


desempenho dos movimentos mais complexos no esporte, em atividades
recreativas, brincadeiras, jogos e em situações da vida diária. Esta fase é divida em
três estágios.

Estágio das habilidades transitórias (7 a 10 anos), que contêm os mesmos


componentes das fundamentais, porém agora demonstram mais precisão, controle
e forma, além disso, a expansão do desenvolvimento depende da interação do
organismo, do ambiente e da tarefa. A criança vivência movimentos ligados às
habilidades esportivas, sem se preocupar com a modalidade, proporcionando
experiência e descobrimento geral.

Estágio de aplicação (11 a 13 anos), período em que o indivíduo torna-se mais


consciente de suas qualidades e limitações no aspecto motor e, assim, aponta seu
foco para determinados tipos de atividades ou esportes, competitivos ou
recreacionais.

Estágio utilização permanente (14 anos e acima), estágio em que os indivíduos


geralmente reduzem suas procuras e experimentações atléticas pela escolha de
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atividades para praticar regularmente em situações competitivas, recreativas ou do
dia-a-dia (Gallahue, 2005).

Iniciação desportiva de acordo com a faixa etária

O processo de iniciação desportiva é definido quando ocorre o primeiro contato do


indivíduo com alguma modalidade e para tal iniciação é recomendado sempre
respeitar as fases do desenvolvimento motor (Paes, 2001).

Toda proposta que visa ao planejamento da prática esportiva deve priorizar o


desenvolvimento dos seus praticantes em fases que são percorridas desde a
iniciação até o profissionalismo. Com isso, o processo de iniciação esportiva pode
ser dividido em fases I, II e III. Cada uma dessas fases possui características e
objetivos específicos a serem trabalhados, respeitando-se idade biológica e o
desenvolvimento motor.

Dos 7 aos 10 anos de idade, a criança encontra-se na fase de iniciação esportiva I,


que deverá ser de caráter lúdico, alegre e participativo oportunizando o ensino de
técnicas esportivas a fim de estimular o pensamento tático. Brincadeiras variadas e
mini jogos podem colaborar para desenvolver nas crianças algumas habilidades
básicas para futuras especializações, como agilidade, mobilidade, equilíbrio e ritmo,
e também capacidades físicas como coordenação, velocidade e flexibilidade.

Deve-se evitar a preocupação com os erros de execução do gesto técnico, pois cada
execução diferente de movimento em relação ao padrão técnico deve ser tolerada,
deixando para as fases posteriores às exigências em relação à gestos motores
apurados.

As brincadeiras e os jogos na fase de iniciação esportiva I, objetivam à


aprendizagem da manipulação de bola e recepção, e no domínio corporal, o
equilíbrio, o ritmo, a agilidade e a mobilidade, dando início ao aperfeiçoamento das
capacidades físicas coordenação, à formação tática, flexibilidade e velocidade, que
constituem as bases para as fases de iniciação esportiva II e III.

Na fase de iniciação esportiva II, (aproximadamente dos 11 aos 13 anos) os jovens


vivenciam a aprendizagem das modalidades esportivas coletivas. Assim, acontece a
ampliação do acervo motor do sujeito por meio de diversas atividades variadas,
porém, não é momento de ocorrer a especialização de nenhum esporte.

Na ultima fase, denominada iniciação esportiva III, (aproximadamente dos 14 aos


15 anos) busca-se trabalhar com os adolescentes a automatização e o refinamento
do gesto motor aprendido nas fases anteriores, além da aprendizagem de novos
movimentos. O principal objetivo nessa fase é que ele consiga executar no
subconsciente, de forma automatizada e com menor gasto energético, todas as
conquistas que ocorreram de forma consciente e com um enorme gasto de energia
na etapa anterior (Oliveira, 2002).

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Mini voleibol

O mini vôlei é uma metodologia simples e ajustada às necessidades das crianças


para a aprendizagem do voleibol e praticado por equipes com menos de seis
jogadores em cada time. É o resultado de reflexões didáticas onde as ações
complexas e refinadas do jogo formal se transformam em ações simplificadas
(Gotsch, 1991).

Seu lançamento se deu a partir de 1975, quando em um congresso realizado na


Suécia, pela Federação Internacional de Volley-Ball (FIVB), especialistas se
reuniram com a finalidade de elaborar estratégias para facilitar o aprendizado do
esporte, de forma que um maior número de jovens viesse a praticar a modalidade.

A intuito era criar um método que utilizasse mini jogos como fator motivacional e
que conseguisse utilizar espaços menores do que os do jogo convencional, para que
os jogadores tocassem na bola diversas vezes, participando das ações de forma
mais efetiva percorrendo distâncias mais adequadas para seu grau de
desenvolvimento, além de proporcionar uma transição positiva para o jogo formal.

Entre as principais características do mini voleibol estão à redução do tamanho da


quadra de jogo e as possibilidades de ser adaptado em espaços reduzidos. Pode ser
praticado 1x1, 2x2, 3x3 ou 4x4. Utilizando-se bolas de menor circunferência e mais
leves, como as de borracha ou de plástico que se adaptam as mãos e a força das
crianças, e a rede deve ser posicionada a uma altura mais baixa do que a do jogo
formal (Gotsch, 1991.; Baacke, 1989).

O mini voleibol busca facilitar o aprendizado do voleibol, reduzindo os movimentos


complexos que são particularidades da modalidade a gestos simples, fazendo com
que o aprendiz simpatize mais depressa ao esporte. Além disso, é indicado como
forma de lazer e iniciação para jovens e adultos que começam a jogar tardiamente
e como treinamento para atletas e jogadores mais avançados (Maciel, 2011).

Pode ser dividido em 4 fases, em que cada uma delas expõe uma habilidade
particular do voleibol que precisa ser bem desenvolvida para se passar à fase
seguinte.

Base para o mini voleibol (7 – 8 anos)

Nesta fase a criança precisa familiarizar-se com a bola, a quadra e a rede. Deve
conseguir lançar diferentes tipos de bolas (plástico, borracha, vôlei), segurar,
arremessar e lançar a bola para si mesmo e através de toque para a quadra
adversária, aprender posturas básicas de movimentação na quadra e praticar
diferentes tipos de pequenos jogos para desenvolver qualidades físicas como
velocidade, agilidade e força. Nesta fase o jogo o jogo deve ser de preferência 1x1.
Campo de Jogo: (+ / – ) 4x2 metros. Altura da rede (ou corda): 2,00 metros.

Introdução ao mini voleibol (9 – 10 anos)

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Ocorrida a fase de familiarização com a bola, o aprendiz já pode começar a
preparar-se para a manchete, o toque e o saque por baixo, possibilitando um jogo
simples 2x2. O principal objetivo é lançar a bola sobre a rede. Quem recebe a bola
realiza o passe para o companheiro, que logo executa o levantamento cooperando
com o parceiro que em seguida ataca em toque com salto. Deve ser ressaltada
também a leitura dos adversários, posicionamento, bem como contínua ampliação
da preparação física básica, através de movimentos rápidos em direção a bola e
deslocamentos de diferentes formas. Jogo preferencialmente 2x2. Campo de Jogo:
6 x 3 metros. Altura da rede (ou corda): 2,00 metros.

Mini voleibol - sem regras (11 – 13 anos)

Durante esta fase, o objetivo do trabalho é o alcance dos gestos técnicos básicos:
saque por baixo, manchete, toque e ataque em toque. Procura-se o
aperfeiçoamento da manchete para uma possível situação de defesa e para a
recepção do saque. Na preparação física, se introduz os saltos, agilidade e
flexibilidade, favorecendo o processo de aprendizagem do bloqueio e do ataque.
Nesta fase o mini jogo pode ser 3x3, sem se atentar as regras, o senso de
coletividade é a principal intenção. Coloca-se o ataque com e sem salto,
aperfeiçoamento do levantamento, diferentes variações de ataque e de habilidades
de defesa com queda, com contínua preparação física. Jogo preferencialmente 3x3.
Campo de Jogo: 9 x 4,5 metros. Altura da rede (ou corda): 2,10 metros.

Mini voleibol (14 anos e acima)

Iniciação da defesa e do bloqueio, melhora das habilidades técnicas e táticas.


Aperfeiçoamento em todos os fundamentos, novas variações e aprender o saque
tipo tênis. Continuação da preparação física geral e o aprimoramento de todas as
habilidades referentes aos fundamentos.

Pode-se fazer exercícios básicos de tática, como passe e primeiro ataque;


recuperação da bola e contra-ataque; cobertura das jogadas e dos espaços vazios.
Campo de jogo: 12 x 6 metros. Altura da rede (ou corda): 2,10 metros. Após esta
etapa inicia-se então o jogo formal 6x6 (Junior, 2007).

Todas as medidas podem ser feitas de acordo com o local para a prática, podendo
ser adaptadas à realidade de cada local e a necessidade para um melhor
aprendizado.

3.Discussão

A inserção de crianças em modalidades esportivas que são delimitadas por regras


deve obedecer um planejamento criterioso e coerente, para que seja coroada com
êxito. Desde que sejam respeitados os limites impostos pelo estágio de
desenvolvimento em que se localiza o aprendiz, a prática esportiva pode apresentar
formidáveis benefícios físicos, motores, psicológicos e sociais, dentre outros, no
processo maturacional.
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Ao se propor um programa destinado à iniciação esportiva, o profissional deve se
atentar em explorar as habilidades motoras essenciais à modalidade, promover o
alcance dos recursos técnicos que compõem estas habilidades e escolher técnicas
aplicáveis às situações de jogo.

O mini voleibol se encaixa em uma vertente de aprendizado que alguns autores


relatam ser lúdica e, que permite ao jovem aprender uma modalidade complicada
de uma forma recreativa e prazerosa. Ele pode fazer com que o aprendiz assimile
as técnicas do voleibol de acordo com a lógica do próprio esporte e não como é
ensinado atualmente através do exercício de técnicas isoladas, com bola e quadra
de dimensões oficiais, para iniciantes de todas as idades, o que pode tornar o jogo
pouco motivante (Maciel, 2011).

O mini voleibol pode ser um excelente método para introduzir o jogo e aprender os
fundamentos. Através dos mini jogos, as distâncias que cada jogador terá de cobrir
serão menores e ele toca na bola diversas vezes durante a partida. Além da sua
importância pedagógica, o jogo da a chance de desenvolver o interesse pelo
esporte e levar as crianças a descobrir e apreciar este tipo de jogo por toda a vida,
jogadores ou espectadores (Ripka, 2009).

É preciso que o aprendiz tenha constante entendimento da modalidade que está


sendo trabalhada, aqui o voleibol, demonstrando que ele compreenda a
necessidade da cooperação entre os companheiros de jogo; possibilitando resolver
os problemas exigidos pela modalidade (Sanches, 2013).

Esta metodologia de ensino que pode auxiliar no processo de aprendizagem do


voleibol para crianças. Esta sugestão apresenta alguns benefícios, como a facilidade
de adequação de local e de materiais, envolvimento de um grande número de
alunos nas aulas, o fato do aluno ter maior contato com a bola durante o jogo,
possibilidade de trabalhar com turmas mistas e com grau de desenvolvimento
diferente, flexibilização das regras, entre outras (Maciel, 2011).

O jogo, sempre que possível, deve estar presente nas sessões de prática esportiva,
já que o mesmo é um simplificador, pois possibilita a simulação lúdica da realidade
e estimula respostas criativas (individuais e coletivas). Além disso, estimula à
motivação, a participação e a alegria, a cooperação e as construções para o jogo e
para a vida. Também, aperfeiçoa o entendimento da lógica técnico-tática nos jogos
coletivos, permite a vivência de aspectos físicos, técnicos e táticos, proporciona
gosto pela prática e é imprevisível e desafiador (Gallahue, 2005).

No jogo aparecem constantemente problemas, que estimulam respostas criativas


individuais e coletivas, o que facilita a cooperação e importantes construções para o
futuro jogador e cidadão. Permite ainda ao indivíduo, compreender a complexidade
dos jogos coletivos de forma autônoma, inclusiva e diversificada. O ensino pelo
jogo é muito dinâmico, pois permite uma série de adequações e intermináveis
experiências de acordo com os objetivos traçados com a modificação, adaptação e
alteração de regras, do espaço, do número e da atuação dos jogadores, das
especificações dos materiais (dimensões, textura, oficiais e não oficiais), do tempo,
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do número de materiais (variação do número de bolas), das ações (restringir ou
favorecer determinadas ações do jogo), e da emoção e envolvimento dos
participantes (Tani, 2006.; Paes, 2005.; Teodorescu, 1984).

4.Conclusão

Desta forma, a partir da adesão da criança ao mini voleibol necessitamos


considerar que toda a oportunidade de desenvolvimento do seu acervo motor deve
ser explorada completamente. Tal medida favorecerá a criação de um repertório
motor amplo, que será capaz de servir como alicerce para um futuro uso no
esporte, contribuindo assim para a formação de um jogador mais completo.

Assim, entendemos que seria interessante utilizar estratégias como a valorização


dos profissionais que nele atuam, criação de competições sistemáticas, seguindo a
um planejamento prévio, escolinhas que utilizem o mini voleibol como método de
inserção para crianças, entre outras. Estas medidas podem ser importantes aliadas
para a maior prática do mini voleibol, contribuindo consequentemente, para o
surgimento de novos valores para o esporte.

Esclarecidos de que a prática do mini voleibol pode ser um instrumento de inclusão


de atletas ao alto rendimento, encerra-se ressaltando a importância da pratica
como instrumento de apresentação e disseminação do esporte para as crianças e
jovens.

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