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O Paralelismo entre o Mosteiro de Santa Clara-A-Nova

e o Mosteiro de São Vicente de Fora

Trabalho de pesquisa no âmbito da disciplina Introdução á Arquitetura e á Cidade orientado pelo


professor José António Bandeirinha

Realizado por:
Beatriz Santana, Duarte Cruz, Eduardo Carrilho, Liliana Del Frari, Rafael Chambel, Rodrigo Crisóstomo
Grupo B

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ÍNDICE:
1. Introdução.............................................................................………3

2. Os Edifícios:
2.1- Contextualização Histórica de:………………………….....4
- Mosteiro de Santa Clara-A-Nova;
- Mosteiro São Vicente de Fora;

3. As Fachadas:
3.1- Implantação:………………………………………………….9
- Mosteiro de Santa Clara-A-Nova
- Mosteiro São Vicente de Fora

3.2- Comparação das fachadas………………………………..10

3.3- Construção/ Estruturação dos mosteiros…………………


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4. Conclusão………………………………………………………………13

5. Bibliografia……………………………………………………………...14

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1-INTRODUÇÃO
O presente trabalho é referente à disciplina de Introdução à Arquitetura e a
Cidade, da Universidade de Coimbra, que tem como objetivo fazer a análise e
comparação de duas obras edificadas, apresentando as diferenças e similaridades
entre elas. A primeira obra já definida é o Mosteiro de Santa Clara-A-Nova, ficando a
outra à escolha.

Acreditamos que a proposta deste trabalho se deve ao facto de que a Arquitetura


e a humanidade estarem conectadas de diversas formas. Compreender o ser humano
e sua história permite-nos conhecer o pensamento que existia em determinados
períodos da História, podendo assim, compreender o objetivo arquitetónico das
variadas construções já realizadas pelo Homem. Portanto, ao fazer esta análise,
também se entende a relação entre a representação artística, o contexto cultural e a
relevância do espaço para com a comunidade. Considerando que o valor de um
monumento não reside apenas no seu caráter material, ele é igualmente potenciado
pelos seus valores sociais intangíveis associados.

O exercício de investigação para esta atividade foi executado de forma ativa,


através da pesquisa de imagens, da leitura de teses relacionadas ao assunto,
entrevistas e visitas guiadas, a fim de recolher uma bibliografia que fundamenta o
trabalho para maior grau de credibilidade e de argumentação.

Com finalidade de comparação com o Mosteiro de Santa Clara-A-Nova, o nosso grupo


elegeu o Mosteiro e Igreja de São Vicente de Fora, localizado na cidade de Lisboa.
Esta escolha se deve ao facto de que, logo de início, já se percebem semelhanças
entre eles, tais como a sua construção em área elevadas e se localizarem temporal e
artisticamente nos períodos do Maneirismo e do Barroco. Além disso, exibem um
carácter monumental, se apresentando de forma harmoniosa. Ao longo do trabalho,
abordaremos melhor estas e outras características comuns entre ambos.

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2-OS EDIFÍCIOS

2.1-Contextualização Histórica

O Mosteiro de Santa Clara-a-


Nova, também conhecido por
Convento da Rainha Santa
Isabel, foi erguido no século XVII
a mando do rei D. João IV que
decidiu patrocinar a construção
de um novo convento, erguido a
uma cota elevada, a salvo de inundações.

Localizado na margem esquerda do rio Mondego, no Monte da Esperança, este teve


como propósito a habitação da Ordem das Clarissas, cuja missão era guardar o
túmulo da Rainha Santa Isabel, a padroeira da cidade. Esta ordem reconhecida por se
instalar nos arredores das grandes cidades para ajudar a população pobre. Assistiu
desse modo às obras do novo convento nos arredores da cidade que começaram em
1649, com o projeto de João Torriano, frade beneditino, engenheiro-mor do reino e
professor de matemática da Universidade de Coimbra, mudando-se para este novo
edificado em 1677, estando este em obras até 1733. No final de toda a obra
percebemos que este edifício tem como elementos de composição: um Adro e uma
Portaria; o Corpo Religioso (a Igreja, concluída e sagrada em 1696, o coro alto e
baixo, e o claustro, construído pelo húngaro Carlos Mardel, que se viria a tornar o
principal arquiteto da obra, a mando de João V em 1733); o Corpo Conventual em
forma de L e a Cerca. Aparecendo assim como um verdadeiro monumento de clausura
franciscana, onde predomina o estilo maneirista.

Ao explorarmos com mais atenção os constituintes do monumento observamos em


termos do corpo religioso a sua rica igreja em estilo maneirista. O lugar de honra cabe
à urna de prata com óculos de cristal que contém o corpo incorrupto da Rainha Santa
Isabel, instalado em 1696 e financiado pelo Bispo de Coimbra, D. Afonso de Castelo
Branco. O túmulo original desta, feito pelo Mestre Pero, em uma única pedra, foi
mandado fazer pela própria rainha e situa-se no coro baixo, onde painéis de madeira

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policromática narram a história da sua vida. O uso de talha dourada no altar também
evidencia a riqueza, a importância do espaço como elemento do edificado e o seu
estilo maneirista. As suas fachadas, bem como as do dormitório, relacionam-se com a
paisagem, acompanhando o Mondego e, tendo na sua frente, a cidade universitária. A
decoração interior das mesmas era baseada na exposição de painéis de azulejo,
característico do estilo barroco. Graças a este aproveitamento de paisagem para o
leito do rio, a cerca foi introduzida na parte posterior do edifício.

Também no Corpo Religioso, o coro era o espaço mais importante na relação com o
Mosteiro por corresponder ao local de oração das religiosas e onde estas estavam
autorizadas a assistir à missa. O Mosteiro de Santa Clara-a-Nova seguia o esquema
estabelecido pela Regra das Clarissas com a entrada pública lateral e o seu interior
definido por uma arquitetura sóbria, ausente de ornamentos.

Em outro momento do espaço o Adro do mosteiro é um espaço significativo pois é a


plataforma de entrada não só para o próprio mosteiro como para a igreja que
corresponde à única área pública do complexo conventual. O adro, quando construído,
apresentava uma imagem totalmente diferente da imagem atual que temos, pois, era
rodeado por muros altos de alvenaria que fechavam todo o espaço. Em 1904, foi
ordenada a demolição do muro, abrindo-se assim à cidade.

O pátio do claustro era definido por oito ruas que


culminavam em uma fonte que nunca foi construída.
Consequentemente, foi substituída pelo monumento
à Imaculada Nossa Senhora da Conceição no século
XX.

Considerando o corpo conventual, a arquitetura do mosteiro responde à designada


Regra que a casa religiosa segue, isto é, o mosteiro era influenciado e desenhado a
partir dos modos de vida que as ordens levavam. Neste caso, devido a esta ser uma
ordem religiosa feminina, os espaços públicos para o exterior eram poucos e isolados
do resto do mosteiro.

O dormitório do complexo foi idealizado como se fosse uma construção autónoma que
se destaca do restante conjunto. Organizava-se num extenso corredor dispondo de um
grande pé direito. Este espaço era definido por um corpo longitudinal de 180,5 metros
de comprimento. Esta porção do edificado ganhou importância dado que, através da

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sua composição arquitetónica com dois torreões de cúpulas quadradas na sua
extremidade e com uma fachada de nível formal, se assemelha a um alçado de um
palácio.

No lado posterior foi mandado contruir a Cerca do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova


por ordem de D. Pedro II em 1679. Esta nova infraestrutura veio solucionar os
problemas de segurança sentidos pelas religiosas, motivados pela curiosidade das
pessoas que se encaminhavam para o Mosteiro ao entardecer com o intuito de
contactar com as freiras enclausuradas, tendo um aspeto de muralha defensiva.

Mais tarde, o monumento clerical deixou de pertencer a uma ordem religiosa a partir
de 1891 a quando a última monja morreu, tornando-se assim propriedade do governo.
A 23 de junho de 1910, o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, foi considerado como
Monumento Nacional.

A sua posse por parte do governo permitiu que o edificado fosse utilizado por quase
um século como um quartel para o exército português até 2006, onde o exército o
abandonou, ficando mais uma vez vazio. Contudo, desde 2017, o programa REVIVE,
com o intuito de preservar o mosteiro enquanto monumento nacional, não deixou o
desgaste contínuo afetá-lo. Santa Clara-a-Nova abre portas para receber o Bienal
Anozero de Arte Contemporânea de Coimbra a cada dois anos.

Tendo em conta as características e história deste mosteiro coimbrense, um outro


mosteiro poderá ser exemplo comparativo com o mesmo: o Mosteiro de São Vicente
de Fora em Lisboa.

A história do Mosteiro de São Vicente


de Fora remonta ao cerco de Lisboa
em 1147 derivado da promessa que
D. Afonso Henriques, o primeiro rei
de Portugal, fez: caso conseguisse
conquistar a cidade aos mouros, este
ergueria um mosteiro dedicado ao
Mártir São Vicente, um santo muito
venerado na cidade pelos moçárabes e hoje padroeiro do Patriarcado de Lisboa. O
mosteiro foi fundado nesse mesmo ano no lado de “fora” das muralhas da cidade,

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mais especificamente, em cima do morro de São Vicente onde se encontrava um dos
dois acampamentos dos cruzados, justificando assim a sua toponímia.

Séculos mais tarde, em 1580, dava-se início à dinastia filipina, cuja grande obra
deixada foi a construção do Mosteiro de São Vicente de Fora. Em 1590, começa a
construção deste edificado que foi suportado pelas fundações e cisternas, que ainda
hoje funcionam, daquilo que era o mosteiro medieval de São Vicente constituído por
uma igreja e um hospital aberto à população.

Este novo edificado teve como principais arquitetos Filippo Terzi, Juan Herrera e
Baltazar Álvares, considerado em 1597 o mestre da obra, deixando-nos o primeiro
grande exemplar da arquitetura maneirista em Portugal. No entanto, foi nos faustosos
reinados de D. Pedro II e D. João V (séc. XVII e XVIII) que se aplicou o rico
revestimento artístico e decorativo que vemos hoje, nomeadamente os mármores
embutidos, a talha dourada e os inúmeros painéis de azulejos, isto da autoria dos
arquitetos da Dinastia dos Tinocos, Frederico Ludovice e Machado Castro, que
utilizaram um estilo arquitetónico clássico defendido pelo arquiteto romano Vitrúvio ou
o arquiteto renascentista Sebastiano Serlio.

O edificado para além da sua localização exterior à cidade encontrava-se localizado


num local estratégico em frente à antiga estrada do Norte que dava acesso rápido a
Coimbra ou a Santiago de Compostela.

A sua composição estrutural era definida pela localização da Capela-mor no lado


nascente do mosteiro e a entrada principal para a igreja no lado poente, sendo assim a
edificação dividia-se em seis partes principais: a Portaria, a sala mais decorada de
todas as seis, a mando dos Duques de Bragança,
que quiseram apagar a história da Dinastia
Filipina através do conto da sua história nos
painéis de azulejos da autoria de Manuel dos
Santos; os Claustros, no lado sul, separados pela
Sacristia, decorados com azulejos barrocos de
1730 da autoria de Valentim de Almeida; a
Sacristia, caracterizada pelo uso da talha dourada
e mármores embutidos; a Igreja, organizada em planta de cruz latina, dividida em três
naves, uma delas principal, e um transepto que define a capela-mor apesar de ter o

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mesmo comprimento que a largura das três naves; a Sala do Capítulo; o Panteão Real
e outras salas compõe o mosteiro de São Vicente de Fora.

Para além desta estruturação monumental, graças à ambição de D. Filipe I, a fachada


principal da Igreja rompe com as regras do séc. XVI devido há presença de duas
torres nesta que só poderia acontecer se a igreja fosse patriarcal ou de Bispo, o que
não era o caso.

Em termos de vida social, o Mosteiro esteve ocupado pela Ordem dos Cónegos
Regrantes de Santo Agostinho, ordem de elite e conhecimento, desde a sua fundação
até 1834, data de extinção das ordens religiosas em Portugal. Durante este período,
destaca-se a passagem de Santo António pelo Mosteiro, local onde viveu os seus
primeiros tempos como monge. No século XIX, passa a pertencer ao Estado e é
instalado o Liceu Gil Vicente, entre outros serviços estatais. Atualmente, acolhe a
Cúria do Patriarcado de Lisboa.

Tendo em conta tudo o que foi mencionado anteriormente, tanto Santa Clara a Nova
como São Vicente de Fora se relacionam mutuamente quando ao seu estilo maneirista
e barroco, sendo o segundo o modelo para outras construções contemporâneas do
séc. XVI e XVII.

Para além da sua altitude semelhante, os dois também se convergem no aspeto


decorativo quanto aos seus altares cuidadosa e elegantemente revestidos em talha
dourada e quanto aos seus variados painéis de azulejos realçando o seu estilo
barroco. Outro ponto de semelhança são as suas fachadas sóbrias e austeras que nos
remetem para princípios arquitetónicos clássicos como a clareza das formas, a
simetria e o equilíbrio, próprios das épocas renascentistas e maneirista.

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3-AS FACHADAS

3.1-Implantação

Quanto à implantação do mosteiro, os


dormitórios dividem-se em 160 celas
dispostas num corredor “sem fim” com
80 celas de cada lado que delimitam o
espaço de descanso em dois pisos,
levando assim, a ala dos dormitórios a
“dominar” a encosta esquerda do vale do
Mondego.

Quanto à igreja, o seu corpo foi apenas concluído em 1696, anos após a construção
dos dormitórios, obrigando à instalação provisória de uma capela no primeiro andar do
mosteiro. O edifício segue a habitual tipologia das igrejas monásticas femininas,
também presente no mosteiro de São Vicente de Fora. No interior da igreja, nós
confrontamo-nos com uma elevada clareza espacial, complementado com uma
ausência total de ornamento. Estruturalmente, a igreja é cercada por paredes com
espessuras de dimensões bastante consideráveis.

Por outro lado, a construção do claustro iniciou-se em 1704. O claustro possui dois
pisos: o inferior, composto por volumosos arcos de volta inteira, e o superior,
encerrado, com paredes adornadas e vãos direcionados para o pátio, ajuntando-se a
este conjunto um grupo nichos neoclássicos. A edificação do claustro foi iniciada após
a mudança das ordens religiosas para o mosteiro, porém a construção do mesmo
concluiu em 1760. No ano seguinte, em 1761, é iniciada a construção da portaria. Esta
zona do edifício apresenta na sua fachada um amplo portal e um marcante frontão,
suportado por quatro colunas, onde, em consolidação com o claustro, exibe nichos
não ornamentados.

Paralelamente, o mosteiro de São Vicente de Fora é


formado por um alçado principal de corpo único e
um só andar destacando-se o portal em arco de

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volta inteira, de feição seiscentista, ladeado por 2 pares de pilastras caneladas que se
finalizam em acrotérios e que se articulam com uma janela de sacada coroada por um
brasão de armas do reino. É a partir deste portal que se tem acesso aos claustros da
portaria.

3.2-Comparação das fachadas

Ambas as fachadas dos dois mosteiros apresentam uma evidente e forte inspiração
nos clássicos, sobretudo quanto ao nível da simetria, um dos aspetos defendidos pela
arte greco-romana. No caso de Santa Clara-a-Nova, a sua fachada é relativamente
austera com um longo vão de janelas de traço sóbrio que percorre pela parede, sendo
a repetição dos elementos uma característica da arquitetura francesa barroca como
acontece com o palácio de Versailles. Além disso, a parte superior do vão da entrada
que se iria considerar como o "tímpano" deste acesso é remarcado com um elemento
nacionalista (brasão).

Por outro lado, a fachada de São Vicente de Fora é


uma fachada mais imponente e elaborada do que a
de Santa Clara apesar da simplicidade de grande
parte dos seus elementos arquitetónicos clássicos
como os arcos de volta perfeita romanos que
emolduram as três portas de entrada e os frontões
triangulares e semicirculares na parte superior dos nichos que abrigam as estátuas
decorativas, assemelhando-se mais às características da arquitetura italiana barroca.
A simetria da fachada é ainda mais óbvia pelas suas duas torres sineiras e, mais uma
vez, pelo igual uso dos elementos clássicos.

3.3-Estruturação

Estas características fazem com que as fachadas do convento de Santa Clara-a-Nova


sejam sóbrias, com elementos estruturais vincadamente marcados num esquema

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tipicamente maneirista tais como pilastras da ordem colossal romana que
descarregam o peso das coberturas interiores em abóbada, rasgadas por janelas em
capialço. Adicionalmente, a entrada principal é desenvolvida por um portal de verga
reta mais ostensivamente decorado com tabela e escudo nacional.

A sua fachada principal virada a Este, com dois dos registos definidos e marcados por
frisos, rematando-os em platibanda, tem no registo da nave a marcação das seis
pilastras de tendência artística maneirista firmadas por pináculos de bola que marcam
exteriormente os cinco tramos da nave, ou seja, os dois intermédios de menores
dimensões. No centro, o corpo da nave tem um portal de verga reta ladeado por triplas
pilastras toscanas que sustentam entablamento com friso pormenorizado por tríglifos e
uma tabela retangular que o sobrepõe. A tabela é cuidadosamente decorada pelo
escudo português sustentado por dois anjos e flanqueada por pilastras jónicas e aletas
volutadas, tendo no remate um frontão de lanços com cruz no centro. Também se
distingue, através da utilização de pilastras adossadas, as áreas culturais públicas das
privadas, cujo acesso é feito a partir de um portal enobrecido pelo brasão de armas de
Portugal, igualmente sustentado por dois anjos custódios. Contemplando o seu topo,
podemos observar que cada pano é rasgado por uma janela retilínea em capialço,
surgindo no do extremo direito uma sucessão de quatro frestas de iluminação de
escada. O corpo dos coros tem quatro janelas no registo inferior e cinco no superior,
surgindo, no extremo direito uma sucessão de frestas.

Outro aspeto é o volume da cabeceira ser escalonado, sendo observável o corpo da


capela-mor, igualmente estruturado por cinco pilastras firmadas em pináculos,
marcando quatro tramos exteriores. Para além disso, os tramos são rasgados por
janelas quadrangulares em capialço e emolduradas com correspondência aos vãos de
estrutura simples que distinguem o corpo mais baixo da sacristia. Sobre a capela-mor,
é aparente uma janela termal sobre o arco triunfal.

A nível das demais fachadas, estas encontram-se adossadas à hospedaria, claustro e


dependências conventuais, sendo, no entanto, visível a fachada Oeste rasgada por
janelas semelhantes às anteriores. No lado Sul surge um volume de três andares com
acesso pela sacristia, o inferior marcado por um friso composto por duas janelas em
cada um e as do andar intermédio de sacada protegida por grade metálica.

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Paralelamente, o alçado principal do mosteiro de São Vicente de Fora é integralmente
de cantaria, de um só corpo limitado por duas torres sineiras de secção quadrada
dominadas por uma cúpula e um lanternim, organizando-se em duas níveis. No
primeiro nível, rasgam-se três vãos em arco de volta inteira, de acesso à galilé,
cercados e separados por pilastras e rematados por três nichos com estátuas da
esquerda para a direita de São Vicente, Santo Agostinho e São Sebastião com os
laterais coroados por frontões triangulares e o central por frontão curvo. No nível
superior abrem-se três janelões retangulares sobrepujados de frontão curvo (os
laterais) e triangular (o central). Acima da cornija eleva-se uma platibanda de
balaústres e plintos com pináculos piramidais.

As torres de três níveis são delimitadas lateralmente por dupla pilastra, enriquecendo
no primeiro nicho com estátua erguido por frontão curvo. Já no seu nível imediato
existe um nicho com estátua dotado de frontão triangular. No alçado principal oeste,
destaca-se o portal em arco de volta perfeita, de feição seiscentista, ladeado por dois
pares de pilastras caneladas, que terminam em acrotérios e assim se articulam com
uma janela de sacada coroada por uma pedra de armas do reino enquanto as outras
quatro janelas, exatamente iguais, sucedem-se para a direita do portal.

No portal à esquerda existe um nicho com a imagem de pedra de Santo Onofre,


medalhões e capitéis decorados com as imagens emblemáticas de São Sebastião e
de São Vicente, sendo a partir deste portal que se tem acesso aos claustros e
dependências conventuais.

4-CONCLUSÃO
Foi então discutido neste trabalho dois mosteiros de grande renome e imponência
paisagística onde se encontram. Primeiramente, o mosteiro de Santa Clara-a-Nova,
localizado em Coimbra, foi mandado construir para receber o corpo da Rainha Santa
Isabel e a Ordem das Clarissas. Em seguida, foi observado o mosteiro de São Vicente
de Fora, situado em Lisboa. Achámos pertinente fazer a comparação destes dois
monumentos, embora construídos em tempos diferentes, em ambos se vê traços do
estilo maneirista e barroco, como outras características idênticas.

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Conseguimos, portanto, perceber que ambos partilham uma forte influência na
paisagem em que se inserem, estando ambos elevados do nível da cota da água, e
acima dos edifícios em seu redor. Em comparação, também têm em termos de
decoração idêntica vastos painéis de azulejos e o uso da talha dourada, referenciando
a arte barroca portuguesa. O ponto de comparação mais relevante e crucial para o
desenvolvimento deste trabalho foram as suas fachadas, mais propriamente as
fachadas dos dormitórios que primam a sua similaridade pela sua simetria. Essa
parecença é reforçada com o uso do estilo barroco, embora de origens diferentes.

Finalizando a nossa apreciação deste trabalho, aprendemos a valorizar a importância


da arquitetura portuguesa, de como ela inspira os seus contemporâneos e, enquanto
futura geração de arquitetos, temos como função preservar e reviver a história dos
monumentos que escreveram a nossa história artística nacional.

5-BIBLIOGRAFIA:
-Tese de Mestrado Mosteiro de Santa Clara-A-Nova: O Legado da Memória na
construção de um futuro de Mariana Costa e Silva Carvalho

-Tese de Mestrado Mosteiro de Santa Clara-A-Nova: Uma estratégia para a cerca e


terrenos envolventes de Tomás de Oliveira Mesquita.

-Visita guiada realizada por Joana Santos Coelho licenciada em História de Artes em
Lisboa e especialização em museulogia no ISCTE;

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-Site Lisbonneide.com- https://www.lisbonne-idee.pt/p4794-sao-vicente-fora.html
-Site Oficial do Mosteiro de São Vicente de Fora-
ttps://mosteirodesaovicentedefora.com/

-Site citaliarestauro.com- �ttps://citaliarestauro.com/mosteiro-de-sao-vicente-visita-


guiada/ �

-http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/sipa.aspx?id=2678�

-https://turismodocentro.pt/artigo/convento-de-santa-clara/

-https://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?cont_=47&tem=356

-http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/sipa.aspx?id=2678

-http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=6529

-https://www.centerofportugal.com/pt/poi/mosteiro-de-santa-clara-a-nova

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