1) O documento discute o contrato de empréstimo de bens, também conhecido como comodato. 2) Um comodato envolve a transferência temporária da posse de um bem do comodante para o comodatário, que deve devolver o bem quando solicitado. 3) As características do comodato incluem ser um contrato real, unilateral, gratuito e temporário, com o comodatário assumindo a obrigação de guardar e conservar o bem.
1) O documento discute o contrato de empréstimo de bens, também conhecido como comodato. 2) Um comodato envolve a transferência temporária da posse de um bem do comodante para o comodatário, que deve devolver o bem quando solicitado. 3) As características do comodato incluem ser um contrato real, unilateral, gratuito e temporário, com o comodatário assumindo a obrigação de guardar e conservar o bem.
1) O documento discute o contrato de empréstimo de bens, também conhecido como comodato. 2) Um comodato envolve a transferência temporária da posse de um bem do comodante para o comodatário, que deve devolver o bem quando solicitado. 3) As características do comodato incluem ser um contrato real, unilateral, gratuito e temporário, com o comodatário assumindo a obrigação de guardar e conservar o bem.
1) O documento discute o contrato de empréstimo de bens, também conhecido como comodato. 2) Um comodato envolve a transferência temporária da posse de um bem do comodante para o comodatário, que deve devolver o bem quando solicitado. 3) As características do comodato incluem ser um contrato real, unilateral, gratuito e temporário, com o comodatário assumindo a obrigação de guardar e conservar o bem.
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PROFESSOR FLÁVIO REBELO
DIREITO CIVIL – DIREITO DOS CONTRATOS
CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - COMODATO CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - COMODATO
1. CONCEITO.
Trata-se de contato de empréstimo de coisas infungíveis
(“empréstimo de uso”), fazendo-se uma interpretação contrário senso do art. 85 do CC, ou seja são bens que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Trata-se, pois, de empréstimo gratuito de um bem infungível,
ou seja, insubstituível. Claro está que se trata de uma figura contratual especialmente assentada no princípio da lealdade contratual (boa-fé objetiva), pois parte do pressuposto de que o dono da coisa (comodante) confia no beneficiário do empréstimo (comodatário).
Aliás, é bom que se afirme que o comodato opera apenas a
transferência da posse da coisa, e não da propriedade, razão por que podemos afirmar, sem risco de erro, que o comodatário é titular de uma simples posse precária, ou seja, de favor, podendo ser compelido à restituição a qualquer tempo.
Em outras palavras, por estar exercendo uma posse
simplesmente de favor, o comodatário não poderá usucapir o bem. Entretanto, caso o proprietário notifique-o para que devolva a coisa, e a restituição seja negada, a partir daí começa a fluir o prazo prescricional em favor do prescribentecomodatário, uma vez que, tendo afrontado o verdadeiro dono, passou a atuar como se proprietário fosse.
Por isso a importância do estudo das características abaixo:
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CURSO DE DIREITO PROFESSOR FLÁVIO REBELO DIREITO CIVIL – DIREITO DOS CONTRATOS CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - COMODATO 2. CARACTERÍSTICAS
O contrato de comodato é uma forma contratual típica e
nominada, que possui as seguintes características:
a. real — já anotamos que o contrato real é aquele que só se torna
perfeito com a entrega da coisa de uma parte à outra. É o que ocorre no caso do comodato. O contrato em si somente se considera concluído quando o comodante entrega o bem ao comodatário. Trata-se, pois, de um pressuposto existencial específico deste tipo de negócio, a exemplo do que ocorre com o penhor e o depósito.
b. unilateral — pois apenas o comodatário, assume obrigação em
face do comodante: deverá guardar e conservar a coisa como se fosse sua, devendo restituí-la ao final do contrato ou quando o comodante o exigir.
c. gratuito —é um contrato benéfico, pois apenas o comodatário
experimenta benefício, uma vez que poderá usar (e possuir) coisa alheia infungível;
d. temporário — o comodato, por gerar mero direito pessoal, é
essencialmente temporário, não se transmitindo aos herdeiros do comodatário. O prazo de sua vigência poderá vir estipulado no contrato, ou, caso este seja omisso, será o necessário para o uso concedido;
e. intuitu personae — o comodato é contrato personalíssimo, de
natureza individual, pois é pactuado em atenção à pessoa do comodatário, embora esta característica possa ser afastada pela vontade das partes.
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CURSO DE DIREITO PROFESSOR FLÁVIO REBELO DIREITO CIVIL – DIREITO DOS CONTRATOS CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - COMODATO 3. COMODATO MODAL OU COM ENCARGO.
Quando o comodante permite o empréstimo da coisa, com uma
condição atinente a seu uso. Exemplo comum seria o empréstimo de refrigeradores nos restaurantes para uso de determinada marca de cerveja, refrigerante, sorvetes e etc; o comodatário recebe aquele bem e o utiliza nas condições prefixadas pelo comodante, especialmente ligados a sua marca, sob pena de cassação do uso do bem emprestado.
4. DA FORMALIDADE DO COMODATO.
Quanto à forma, é uma avença não solene, uma vez que a
forma é livre para a validade da estipulação contratual.
5. PRAZO DO CONTRATO
Vimos acima que o comodato é um contrato essencialmente
temporário, conforme assenta o art. 581 do Código Civil.
Depreende-se que o mais comum seja a fixação de prazo
para o comodato, não obstante permita a norma legal que o contrato não tenha prazo determinado, caso em que se presumirá o necessário para o uso concedido.
O contato sem prazo determinado está calcada na lealdade
e confiança entre as partes, decorrência da cláusula geral de boa-fé objetiva que impõe ao contratante um padrão de conduta, de modo que deve agir como um ser humano reto, vale dizer, com probidade, honestidade e lealdade.
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CURSO DE DIREITO PROFESSOR FLÁVIO REBELO DIREITO CIVIL – DIREITO DOS CONTRATOS CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - COMODATO Posto isso, como o comodato verbal é feito por prazo indeterminado, devendo o comodante comunicar ao comodatário acerca da devolução, o que pode ser feito por meio de notificação judicial ou extrajudicial. Em suma, o STJ adota os seguintes critérios nos casos de comodato verbal:
a. Nos contratos de comodato firmados por prazo determinado:
mostra-se desnecessária a promoção de notificação prévia - seja extrajudicial ou judicial - do comodatário, pois, logicamente, a mora constituir-se-á de pleno direito na data em que não devolvida a coisa emprestada, conforme estipulado contratualmente.
b. Nos contratos de comodato firmados por prazo indeterminado:
tem-se como essencial a prévia notificação, pois, somente após o término do prazo previsto na notificação premonitória, a posse exercida pelo comodatário, anteriormente tida como justa, tornar-se-á injusta, de modo a configurar o esbulho possessório.
Em conclusão, devemos observar que o comodato —
diferentemente do que ocorre no usufruto ou na superfície — não gera direito real, mas sim, e tão somente, direito pessoal ao comodatário, caracterizado por uma natural transitoriedade.
6. PARTES E OBJETO
São partes no contrato de comodato o comodante
(proprietário da coisa emprestada) e o comodatário (beneficiário do contrato/possuidor da coisa).
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CURSO DE DIREITO PROFESSOR FLÁVIO REBELO DIREITO CIVIL – DIREITO DOS CONTRATOS CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - COMODATO Não podem figurar como comodantes, no presente contrato, as pessoas mencionadas no art. 580 do Código Civil: tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda.
O objeto por excelência do contrato de comodato são as
coisas infungíveis, ou seja, que não se podem substituir por outras do mesmo gênero, quantidade e qualidade, independentemente do valor.
7. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DAS PARTES
Como visto, o contrato de comodato é essencialmente
unilateral, impondo, pois, ao comodatário, a precípua obrigação de restituir a coisa, quando lhe for reclamada.
Mas o comodatário, a quem fora confiado o bem
emprestado, deverá usá-la de conformidade com o contrato ou a sua natureza, conservando o bem como se seu próprio fosse (art. 582 do CC/2002), e ainda salvaguardando-o de eventuais riscos de destruição (total ou parcial) pela ocorrência de caso fortuito ou de força maior (art. 583 do CC/2002).
Caso não utilize corretamente a coisa, causando dano ao
seu proprietário, deverá indenizá-lo, segundo as regras da responsabilidade civil contratual. Vale lembrar, inclusive, que, tratando-se de responsabilidade civil contratual, a culpa do comodatário é presumida, cabendo-lhe o ônus da prova de que o fato ocorreu sem concorrência de sua culpa.
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CURSO DE DIREITO PROFESSOR FLÁVIO REBELO DIREITO CIVIL – DIREITO DOS CONTRATOS CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - COMODATO É interessante salientar a referência feita no art. 583, no sentido de, caso o comodatário pretenda antepor a salvação de objeto seu, em detrimento do direito do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que proveniente de evento acidental.
No tocante a mora na devolução do objeto emprestado,
vimos acima que se for por tempo determinando não é obrigada a notificação do agente, caso contrário esta se impõe.
Caso se afira a mora do agente há o direito conferido ao
comodante de arbitrar aluguel a ser pago pela outra parte, enquanto a mora estiver configurada. Primeiramente, posto a lei faculte ao próprio comodante indicar este valor, claro está que a sua fixação não poderá ser extorsiva, sob pena de atuar abusivamente, incorrendo na previsão normativa do art. 187 do CC.
Deverá atuar, pois, de conformidade com os princípios da
boa-fé objetiva e da função social do contrato (art. 422), por isso que Enuncidado 180 da III Jornada de Direito Civil que a regra que autoriza a limitação pelo juiz do aluguel-pena arbitrado pelo locador, aplica-se também ao aluguel arbitrado pelo comodante, autorizado pelo art. 582, 2ª parte, do novo Código Civil.
Finalmente, embora o legislador haja referido a palavra “aluguel”, isso
não quer dizer que o contrato de comodato haja se convertido em locação. Não é nada disso. A palavra “aluguel” vem aí empregada no sentido de perdas e danos, ou seja, deverá o comodatário indenizar o comodante em virtude da mora.
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CURSO DE DIREITO PROFESSOR FLÁVIO REBELO DIREITO CIVIL – DIREITO DOS CONTRATOS CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - COMODATO 8. EXTINÇÃO
1. Exaurimento do seu prazo de vigência, e, caso seja pactuado por
prazo indeterminado, será considerado cumprido quando esgotada a finalidade de sua utilização; 2. Por resolução ou resilição; 3. seu objeto sofrer destruição total (perecimento), como na hipótese de um acidente natural (enchente, terremoto etc.) destruir a casa, cedida para uso do comodatário. 4. morte das partes, em caso de falecimento do comodatário, se o contrato for considerado intuitu personae, pois há casos em que o comodante cede o uso da coisa em atenção, não especificamente à pessoa do comodatário, mas em favor do interesse do mesmo.