Curso Armazenamento de Graos
Curso Armazenamento de Graos
Curso Armazenamento de Graos
ARMAZENAMENTO DE GRÃOS
JUL
2007
DOSSIÊ TÉCNICO
Sumário
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................2
2 CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DAS INSTALAÇÕES....................................................6
2.1 Tipos de estruturas para armazenamento ..............................................................7
2.2 Etapas que antecedem o armazenamento de grãos..............................................8
3 ASPECTOS DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES PARA O ARMAZENAMENTO
ADEQUADO E CONSERVAÇÃO DE GRÃOS.................................................................8
4 MODELOS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO PROCESSAMENTO DE
GRÃOS .............................................................................................................................9
5 TÉCNICAS PARA ARMAZENAMENTO .......................................................................10
5.1 Classificações do setor ............................................................................................10
5.2 Elementos institucionais ..........................................................................................10
6 TERMINAIS PARA EXPORTAÇÃO DE GRÃOS ..........................................................11
7 CARACTERIZAÇÃO DOS GRÃOS...............................................................................13
7.1 Qualidade dos grãos armazenados.........................................................................13
8 PERIGOS NO ARMAZENAMENTO DE GRÃOS ..........................................................14
8.1 Fungos e micotoxinas ..............................................................................................15
8.2 Pragas ........................................................................................................................16
9 PRINCÍPIO BÁSICO DO ARMAZENAMENTO 16
9.1 PEPS – O primeiro produto que entra é o primeiro a sair .....................................17
10 MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO 17
10.1 Secagem de grãos 17
10.2 Resfriamento da massa de grãos ..........................................................................18
Conclusão ........................................................................................................................19
Referência ........................................................................................................................19
ANEXO 01 – ESTRUTUTA E INSTALAÇÕES DA PLATAFORMA DE CARGA E DESCARGA
..........................................................................................................................................20
Título
Armazenamento de grãos
Assunto
Resumo
Palavras chave
Armazenamento;estocagem;grão
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO
A agricultura brasileira vem apresentando nos últimos anos expressivas taxas de crescimento,
sobretudo no setor de grãos, contribuindo fortemente para a expansão da balança comercial.
No entanto, o desempenho da produção não tem sido acompanhado de melhoria dos serviços
de comercialização agrícola, especificamente de armazenagem e transporte, o que tem
frustrado em parte as condições de competitividade do produto brasileiro nos mercados interno
e externo.
A tecnologia empregada nas atividades agrícolas permite produzir, não apenas maior
quantidade por unidade de área e de melhor qualidade, como também em épocas e regiões
distintas das tradicionalmente conhecidas. Em conseqüência, os períodos de colheita se
alargaram no decorrer do ano e as amplitudes de variação estacional dos preços agrícolas se
reduziram significativamente, beneficiando a todos os agentes de mercado.
Não obstante isso, a concentração da crescente produção agrícola em poucos itens (grãos),
com períodos de colheitas coincidentes, tem levado ao crescimento substancial da demanda
pela modernização da atual infra-estrutura de armazenagem e transporte, visando a um
eficiente sistema logístico para escoamento (no tempo e no espaço) das safras.
Pode-se considerar, de modo geral, que há um relativo equilíbrio entre capacidade de guarda e
de produção: a capacidade estática atual de armazenagem no Brasil é de 90,5 milhões de
toneladas e a produção de grãos (safra 2002/03), de 122,6 milhões de t, segundo dados do
A capacidade total passa para 135,8 milhões de toneladas - o que aparenta até haver ligeira
folga na 'cobertura' da produção - quando convertida para capacidade dinâmica, com base
numa rotatividade de 1,5 no período de um ano, fator universalmente utilizado, devido às
diferentes estacionalidades das safras e à não-coincidência plena da guarda das mercadorias
nas unidades armazenadoras.(GRA. 01)
Portanto, mesmo se considerada a capacidade dinâmica (99,4 milhões de t), não se atinge a
necessidade de espaço para guarda dos produtos.
Assim, não tem havido um desenvolvimento harmônico nas regiões agrícolas do país, com
respeito às funções físicas da comercialização agrícola – transporte e armazenagem –, de
modo a proporcionar estabilidade de preços e redução dos custos de comercialização; maior
competitividade externa; e menores preços aos consumidores.
A concorrência do trigo importado e das produções internas de café e açúcar pelo espaço
armazenador, de certa forma, limita o funcionamento da atividade. Este fato merece um estudo
mais aprofundado, pois na maioria das abordagens sobre o tema (armazenagem) esta questão
não tem sido considerada.
A qualidade das unidades existentes e a sua adequação (granel x sacaria) ainda deixam a
desejar, sobretudo nas regiões tradicionais, pela própria idade das instalações, dada à menor
inversão de recursos em infra–estrutura, em contraponto àquelas com incorporação recente de
novas áreas ao processo produtivo, onde predominam unidades para armazenagem a granel.
O Instituto de Economia Agrícola (IEA) desenvolve um projeto de pesquisa que tem como
objetivo confrontar, em nível regional, os dados de produção de grãos e da capacidade de
armazenagem para se detectar os entraves e apontar medidas que possam amenizar a crise já
instalada neste segmento de prestação de serviços, que ainda não absorveu, a contento, as
mudanças que se esperava com a desregulamentação.
Espera-se que os resultados obtidos forneçam elementos para tomadas de decisão dos
agentes envolvidos no agro-negócio, com a indicação das áreas carentes ou que necessitam de
ajustes, para que agricultura de grãos seja explorada com racionalidade e mantenha-se
competitiva nos cenários nacional e internacional, podendo assim oferecer produtos de baixo
custo, garantir renda para os agricultores e gerar divisas para o país.
Toda safra de grãos, após a colheita precisa ser direcionada a um destino, o que envolve locais
de armazenamento. Processo de suma importância, o armazenamento está diretamente ligado
à conservação e qualidade do grão. Ademais, este tem sido um dos principais problemas
enfrentados por produtores de grãos de todo o mundo, que por falta de condições propícias de
acondicionamento de sua colheita amargam grandes perdas.
• Cooperativas e particulares;
Uma conjugação de fatores tem sido responsável por esses resultados, entre os quais se
incluem o esforço empreendedor do agricultor, a maior profissionalização do setor, a
incorporação de tecnologias de produção agrícola desenvolvidas pelas instituições de pesquisa,
a utilização de máquinas tecnologicamente preparadas para assegurar maior produtividade na
colheita.
Mas, se por um lado, o sucesso do agro-negócio é motivo de comemoração, por outro lado, as
limitações da logística de armazenamento são motivos de preocupação, principalmente para os
produtores envolvidos, por não disporem de espaço suficiente para armazenar sua produção.
Diversos são os fatores que dão origem a essas perdas, destacando-se como principais, a
ineficiência no processo de colheita e na logística de transporte e a inadequada estrutura
armazenadora, em termos quantitativos e qualitativos.
Uma das razões dessa defasagem, sem dúvida, tem sido a falta de recursos financeiros
adequados ao perfil do setor, em termos de taxas e prazos, para investimentos na ampliação e
modernização da rede armazenadora, uma vez que o último grande investimento do governo,
na atividade, foi efetuado ao abrigo do
Com o objetivo de modernizar o setor e dar maior credibilidade, eficiência e transparência nas
atividades de guarda e conservação de produtos agropecuários, o governo federal, criou a Lei
O milho, juntamente com a soja e produzidos no mundo. No Brasil, tem sido, historicamente,
líder de produção, só perdendo essa posição nos últimos tempos para a soja, por razões
ligadas às características de produção e, sobretudo, de mercado.
O Brasil está aumentado sua produção de grãos a cada ano, esperando cerca de 130 milhões
de toneladas para esta próxima safra. É óbvio que a capacidade de armazenagem do país
deverá atender a este aumento de produção e mais ainda, com a qualidade que o mercado
exige.
O expurgo dos grãos é uma necessidade que nenhum país no mundo pode negligenciar e que
deve ser feito de forma correta e eficiente. Pela eficácia e praticabilidade de uso, a fosfina é o
único fumigante usado para controle das pragas de produtos armazenados no Brasil e o
principal na maioria dos países do mundo. Com isso, o problema de resistência das pragas à
fosfina vem crescendo ano após ano nos países onde está sendo usada, que também é o caso
do Brasil.
A resistência é uma mudança genética na praga que a faz suportar doses de fosfina cada vez
mais elevadas. Contudo, esta praga ainda pode ser controlada com um expurgo eficiente nos
armazéns e silos.
São confeccionados em cimento (tijolos) com vigas de concreto, o que dificulta a limpeza.
Em termos de cadeia, o processo de armazenagem contempla uma série de etapas, dado que o
acondicionamento do grão não pode ser feito de forma direta, colheita-armazenagem, pois
necessita ser preparado visando obter o aproveitamento total diminuindo possíveis perdas.(FIG
02.)
Em geral, as unidades armazenadoras são edificações dotadas de condições para coletar, pré-
processar e preservar, quantitativa e qualitativamente, os grãos, utilizando-se de tecnologias
específicas para o desenvolvimento de cada etapa e processo. Além dos silos, as unidades
contemplam:
• Secadores de grãos;
• Transportadores e elevadores;
• Ventiladores;
• Controladores de peso;
• Classificadores de cereais;
• Coletores de amostras;
A máquina limpadora, abaixo indicada, elimina as impurezas grossas e finas dos grãos que vêm
da lavoura, secando apenas o grão, dessa forma, tornando o mesmo limpo, com isso, tendo um
menor risco de estragar, quando armazenado, garantindo assim a qualidade dos grãos. (FIG.
03 e 04).
• Partes de máquinas;
• Danos mecânicos;
• Secagem de grãos;
• Aeração.
Uma outra área a ser destacada é a comercialização de partes de máquinas e aparelhos para
limpeza de grãos, onde as exportações mostraram-se pouco expressivas diante das
importações. Em sua grande maioria, a procedência das partes de máquinas e aparelhos para
limpeza de grãos são da União Européia (47%), Estados Unidos e Canadá (33%), Mercosul,
basicamente Argentina (6%), entre outros.
Para atender a uma grande demanda existente para o escoamento de grãos que só tende a
aumentar nos próximos anos. Além de silos para armazenagem dos grãos, o terminal terá ainda
sistema de correia transportadora e carregador de navio com capacidade para movimentar 4 mil
toneladas/hora.
O terminal movimentará até 2 milhões de toneladas de grãos por ano e terá dois silos verticais
com capacidade para armazenar 45 mil toneladas de grãos cada um, totalizando 90 mil
toneladas.
Num segundo momento, o Terminal garantirá mais dois silos para armazenar 120 mil toneladas
de grãos, movimentando 7 milhões de toneladas de grãos e quando tiver totalmente estiver
totalmente implantado movimentará 15 milhões de toneladas de grãos/ano, ofertando mais três
silos com capacidade total para armazenar 390 mil toneladas.
Nesta fase final, o sistema de transporte ferroviário estará operando com duas linhas paralelas
nos aconradouros 102 e 103 do Porto do Itaqui, facilitando ainda mais o acesso dos grãos aos
navios.(FIG. 05)
Como exemplos de características dos grãos são citadas: teor de umidade, umidade de
equilíbrio, porosidade, massa específica, peso hectolítrico, ângulo de repouso, coeficiente de
fricção, velocidade terminal, esfericidade, área superficial, calor latente de vaporização e calor
específico.
Os cereais constituem a maior fonte de alimentos, tanto para os seres humanos como para os
animais. Aproximadamente 90% dos grãos produzidos para o consumo provêm dos cereais,
predominando o trigo, o milho e o arroz, que representam à base da alimentação de
praticamente todos os povos.
Atualmente, a busca pela qualidade dos grãos e subprodutos é prioridade para produtores,
processadores e, finalmente, para os distribuidores desses produtos.
Segundo Brooker et al. (1992), são muitos os fatores que contribuem para a perda de qualidade
e quantidade dos alimentos e, dentre eles, destacam-se: características da espécie e da
variedade, condições ambientais durante o seu desenvolvimento, época e procedimento de
colheita, método de secagem e práticas de armazenagem.
Para avaliar a qualidade dos grãos, Bakker-Arkema (1993) considera diversas propriedades,
tais como: teor de umidade, massa específica, percentual de grãos quebrados, teor de
impurezas e matéria estranha, danos causados pela temperatura de secagem, susceptibilidade
à quebra, características de moagem, conteúdo de proteína e óleo, valor para consumo animal,
viabilidade como semente, presença de insetos e fungos, tipo de grão e ano da produção.
No Brasil, algumas indústrias admitem até 3% de grãos carunchados ou com insetos; outras, no
entanto, exigem a classificação "isento" como padrão de qualidade.
Estudos revelam que em média um roedor consome 25g de alimentos por dia, o que gera sérios
Outro fator, são os danos estruturais causados pelos roedores, como por exemplo os
provocados aos cabos elétricos. O que pode causar curtos-circuitos ou ser fonte de ignição em
processos de explosões.
Os grãos podem ser infestados durante o cultivo ou no período pós-collheita. Desta forma, os
fungos são classificados em Fungos do Campo e Fungos do armazenamento.
Os fungos do campo contaminam os grãos durante o cultivo por estes requererem ambientes
com umidade relativa superior a 80%. Enquanto fungos do armazenamento demandam menor
quantidade de água, desta forma, estes proliferam em maior intensidade na massa de grãos no
período pós-colheita.
Deste modo, sobre as superfícies dos produtos são estabelecidos micro climas, que têm suas
situações de estado influenciadas principalmente pelo teor de umidade dos produtos.
Neste micro clima a quantidade de água disponível é expressa pelo fator atividade aquosa (aa),
que varia de 0 a 1. Define-se este fator como sendo a razão entre os valores da pressão de
vapor de água atual no micro clima e a pressão de vapor na superfície de uma porção de água
pura, que representa a pressão de vapor para condição do ar saturado.
Deste modo, o teor de umidade define os valores da pressão de vapor e do fator aa sobre a
superfície do produto.
Sendo assim, no espaço formado entre os grãos, denominado como espaço intergranular,
durante o período de armazenagem é estabelecido um ambiente, que tem suas condições de
estado afetadas principalmente pelo teor de umidade da massa grãos. O que pode favorecer ou
não o desenvolvimento de microrganismo. Fato que irá depender do fator aa (armazenagem x
ambiente) .
As bactérias desenvolvem em produtos cuja atividade aquosa é superior a 0,90, enquanto para
fungos os valores variam de 0,65 a 0,90, faixa que os grãos podem possuir teor de umidade de
14 a 22%. Por isto, na conservação de grãos é empregado o processo de secagem. Este visa
reduzir o teor de umidade dos produtos a níveis que a atividade aquosa não propicie a
proliferação de fungos.
Além da produção de toxinas outros danos causados pela ação dos fungos em grãos são a: (a)
redução do potencial de geminação, (b) descoloração, (c) geração de focos de aquecimento e
de migração de umidade na massa de grãos, (d) aceleração das trocas químicas e (e) redução
da quantidade de matéria seca.
8.2 Pragas
Quanto aos seus hábitos alimentares, os insetos podem ser classificados em primários,
secundários e associados. Os primários são capazes de romper o grão para atingir o
endosperma; os secundários não são capazes de romper o grão e, geralmente, vivem
associados aos insetos primários, pois, uma vez rompida a parte externa do grão, são capazes
de se desenvolver; enquanto os insetos associados são freqüentemente encontrados nos
grãos, porém, sem danificá-los; alimentam-se de detritos e fungos, podendo, no entanto, alterar
a qualidade do produto final.
Os gorgulhos, também conhecidos como carunchos, são muito resistentes, o que lhes permitem
o movimento pelos reduzidos espaços entre os grãos, inclusive nas grandes profundidades dos
silos e graneleiros, onde os espaços são muito comprimidos.
Para produtos alimentícios: Cuide de efetuar uma rotação do produto de acordo ao principio "o
primeiro que entrou - sai primeiro" para evitar que o produto fique armazenado demasiado
tempo!
Para sementes:
• Retire lotes que tenham uma quota de capacidade de germinação abaixo da prescrita e
utilize os mesmos para outro fim;
10 MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO
Os fatores intrínsecos referem as propriedades dos grãos, por exemplo: teor de umidade,
Genericamente, os grãos são compostos de água e matéria seca. Esta última fração tem por
composição nutrientes, como: carboidratos, lipídeos, proteínas, vitaminas e sais minerais. Estes
nutrientes apresentam como substratos essenciais ao desenvolvimento de diversos organismos
vivos, como: o homem e as pragas do armazenamento: insetos, fungos, roedores e pássaros.
Diante deste cenário são estabelecidas concorrências pela busca do alimento grãos. E para ter
sucesso o homem lança mão de diferentes técnicas de conservação.
• A massa de grãos deve estar devidamente limpa. A remoção das impurezas facilita a
passagem do fluxo de ar resfriado pela massa de grãos o que fisicamente melhora a troca
de calor. Além disto, é tido o benefício de ser eliminados substratos para o desenvolvimento
de fungos, insetos e ácaros.
• Os grãos com teor de umidade entre 12,5 a 14% podem ser resfriados para desacelerar o
desenvolvimento de insetos e preservar a qualidade do produto. Neste caso,o sistema de
aeração deve possibilitar a aplicação de no mínimo 2 litros de ar/segundo/tonelada cte
produto (0,12 m3 de ar/min/tonelada de produto).
Conclusão
A definição quanto ao uso do melhor método depende de diversos fatores, dentre eles, do nível
de instrução tecnológica do produtor, do seu poder aquisitivo, do volume de produção, da
velocidade de colheita e do fim a que se destinam os grãos.
Os grãos e sementes podem ser extremamente duráveis, mas são também altamente
perecíveis. Se forem colhidos em boas condições e subseqüentemente mantidos com baixos
teores de umidade e baixa temperatura, eles podem reter seu poder de germinação e outras
qualidades por longos períodos .
Referências
MANUAL de boas praticas de fabricação para indústria de alimentos. São Paulo, Sociedade
Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos.1990.27p.(publicações avulsas, n°1).
Anexos
Data de finalização
25 jul. 2007