Arquitetura e Percepção

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MOSAICO

ARQUITETURA E PERCEPÇÃO

ARCHITECTURE AND PERCEPTION

Rosio Fernández Baca Salcedo23

Submissão: 22/08/2016 Revisão: 30/08/2016 Aceite: 07/09/2016

Resumo: A percepção e a cognição ambiental possibilitam a identificação de necessidades,


expectativas, valores, significados e condutas dos usuários em relação ao espaço construído.
O presente trabalho aborda as características dos usuários que influem na percepção e a
percepção propriamente da arquitetura através dos sentidos da visão, tato, auditiva, olfato,
térmica e táctil. Conhecer as necessidades e as expectativas dos usuários sobre os espaços
construídos, nos leva a analisar ambientes, propor soluções para melhorar a qualidade desses
espaços e elaborar projetos de arquitetura que satisfaçam seus usuários, para que sejam
plenamente vivenciados através de todos os sentidos.

Palavras chave: Percepção. Arquitetura. Sentidos. Projeto.

Abstract: The perception and environmental cognition enable the identification of needs,
expectations, values, meanings and behaviors of users in relation to the built environment.
This paper discusses the characteristics of users who influence the perception and the
perception of architecture itself through the senses of sight, touch, hearing, smell, touch and
heat. Knowing the needs and user expectations about the built environment, leads us to
analyze environments, propose solutions to improve the quality of these spaces and elaborate
architectural designs that satisfy its users, in order to be fully experienced through all the
senses.

Keywords: Perception. Architecture. Senses. Project.

23
Professora da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Realizou Mestrado em Geografia
com a Lívia entre março/1990 e março/1995.
Nutecca Revista Hipótese, Itapetininga, v. 2, n. 4, 2016.
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Introdução
Percepção é o ato ou a faculdade de perceber, adquirir conhecimentos
pelos sentidos: visão, audição, olfato, tato e gustação. A “percepção sempre
estará ligada a um campo sensorial e ficará consequentemente subordinada à
presença do objeto, que lhe oferece um conhecimento por conotação imediata”
(Del Rio; Oliveira, 1996, p. 203). A percepção trata da relação entre o ambiente
e seus usuários e dos estímulos provocados por esse ambiente sobre os sentidos
de seus usuários.
No entanto, a inteligência pode invocar o objeto em sua ausência,
mediante a função simbólica e, quando o objeto está presente, ela o interpreta
pelas ligações mediatas, elaboradas graças aos quadros conceituais de que o
sujeito dispõe. A cognição é: “o processo mental mediante o qual, a partir do
interesse e da necessidade, estruturamos e organizamos nossa interface com a
realidade e o mundo, selecionando as informações percebidas, armazenando-as
e conferindo-lhes significado” (Del Rio; Oliveira, 1996, p. 203). Também a
cognição envolve “a memória dos usuários incluindo suas experiências
passadas, valores e conhecimentos” (Reis, 2010).
O significado que é atribuído ao objeto percebido pode ser diferente de
pessoa a pessoa, e está em função das características individuais, dos valores,
dos símbolos, dos costumes, da cultura, da personalidade, do temperamento,
da idade, do sexo, da renda, das classes sociais e procedência, entre outros.
Ainda, com relação à percepção, Tuan (1983) chama a atenção para o fato
de que o espaço construído é extremamente variado:

[...] mas são mais variadas as maneiras como as pessoas percebem e


avaliam essa superfície. Duas pessoas não veem a mesma realidade.
Nem dois grupos sociais fazem exatamente a mesma avaliação do
meio ambiente (...). Todos os seres humanos compartilham
percepções comuns, um mundo comum, em virtude de possuírem
órgãos similares (Tuan, 1983, p. 151).

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Valores, símbolos, costumes de um grupo social são variáveis que


influem na percepção sobre determinado objeto ou acontecimento, “cada
cultura possui seus próprios símbolos de intimidade, amplamente reconhecidos
pelas pessoas” (Tuan, 1983, p. 163), tem seus modos de agir e de atribuir
significados ao espaço.
Outras variáveis que podem interferir na percepção do espaço são a
personalidade e o temperamento do indivíduo. Sobre as causas biológicas que
influenciam a personalidade e o temperamento, “a causa profunda da variação
na personalidade e no temperamento reside nas glândulas endócrinas; mesmo
as chamadas pessoas normais mostram diferenças importantes. As glândulas
endócrinas liberam hormônios no sangue, que têm um efeito marcante nas
emoções e sensação de bem-estar das pessoas” (Tuan, 1983, p. 53).
A idade também é uma variável que influencia a percepção, havendo
diferenças significativas entre as crianças, os jovens, os adultos e os idosos. Com
relação à percepção das crianças sobre o espaço construído, uma das maneiras
de conhecer suas preferências e suas necessidades, é observando o seu desenho
(Luquet, 1927).
O sexo é outra variável. Geralmente, a educação dos filhos se faz por
sexo. As diferenças entre homem e mulher fazem com que o conhecimento do
espaço seja também diferente: a mulher conhece com mais detalhes o espaço
interno, e o homem conhece melhor o espaço externo. Além disto, sobre as
diferenças entre a mulher e o homem, Tuan (1980) aponta que:

[...] masculino e feminino não são distinções arbitrárias, as


diferenças fisiológicas entre homem e mulher são claramente
especificáveis, e pode-se esperar que estas diferenças afetam os
modos de responder ao mundo... como o homem tem menos
gordura no tecido, é mais sensível ao frio do que a mulher. A pele
da mulher é mais delicada, mais suave e provavelmente mais sensível
do que a do homem, ela é mais susceptível às sensações táteis (Tuan,
1980, p. 61).

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Além disto, as motivações e sistema de valores entre homem e mulher


diferenciam as percepções. As diferenças entre as classes socioeconômicas se
manifestam em uma percepção diferenciada sobre o espaço. Assim, a pessoa
com uma renda baixa pode perceber no espaço os problemas relacionados com
suas necessidades básicas como saneamento, falta de oportunidades de
trabalho, e outras afins. No entanto, a pessoa com uma renda média ou alta
identificará no espaço aqueles problemas relacionados com a poluição
ambiental, congestionamento do trânsito, falta de áreas de lazer, entre outras de
igual porte (Salcedo; Oliveira, 1997). A procedência da pessoa pode influenciar
na percepção do objeto, assim, as pessoas do lugar se relacionam melhor com
o seu espaço do que aquelas outras visitantes ou que ali estejam para uma
permanência temporária.
Na elaboração dos projetos de arquitetura, a percepção e a cognição
ambiental possibilitam a identificação de necessidades, expectativas, valores,
significados e condutas dos usuários em relação ao espaço (Moore, 1984).

Percepção da Arquitetura
Dentre os objetos percebidos, a arquitetura desperta, simultaneamente,
todos os sentidos, todas as complexidades da percepção. Arquitetura é a que
leva em conta o espaço interior. “A bela arquitetura será a arquitetura que tem
um espaço interior que nos atrai, nos eleva, nos subjuga espiritualmente; a
arquitetura feia será aquela que tem um espaço interior que nos aborrece e nos
repele” (Zevi, 1996).
A arquitetura é a arte de criar espaços para abrigar as atividades sociais,
econômicas e culturais, condicionadas ao contexto físico-geográfico-
arquitetônico, urbano e legal, e com tecnologias adequadas, podendo
proporcionar conforto, tranquilidade, seguridade, acessibilidade; beleza e vistas
agradáveis, além de permitir uma adequada acomodação e uso do mobiliário,

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entre outras condições que permitam, de fato, que o espaço seja plenamente
vivenciado (Salcedo, 2009).
Somente a arquitetura permite que o olho deambule livremente por entre
os detalhes engenhosos. A arquitetura oferece as sensações táteis da textura, da
experiência da luz cambiante com o movimento, o odor e os sons que ressoam
no espaço e as relações corporais de escala e proporção. Todas essas sensações
se combinam numa experiência complexa que passa a ser articulada e a ser
específica, mesmo que sem palavras. O edifício fala dos fenômenos perceptivos
através do silêncio (Holl, 2011). O espaço engloba constantemente nosso ser:

Através do volume do espaço nos movemos, percebemos formas,


ouvimos sons, sentimos brisas, cheiramos as fragrâncias de um
jardim, de uma flor. É uma substância material como a madeira ou
a pedra. Sua forma visual, suas dimensões e escala, a qualidade de
sua luz – todas essas qualidades dependem de nossa percepção dos
limites espaciais definidos pelos elementos da forma. À medida que
o espaço começa a ser capturado, encerrado, moldado e organizado
pelos elementos da massa, a arquitetura começa a existir (Ching,
2005, p. 92).

As qualidades de um espaço arquitetônico – forma, som, cor, luz, vista,


escala, textura, proporção e afins – dependem das propriedades da delimitação
desse espaço – formato, superfície, arestas, dimensões, configuração, aberturas.
Nossa percepção das qualidades do espaço constitui, frequentemente, uma
resposta aos efeitos que são combinados nessas propriedades encontradas e está
condicionada pelas experiências anteriores que tivemos, nossas expectativas,
bem como nossos interesses pessoais e culturais (Ching, 2005).
A percepção da arquitetura é realizada a partir dos aparatos sensoriais que
podem ser classificados em dois grupos:

1) Os receptores a distância: diz-se daqueles aos que correspondem


o exame dos objetos distantes, como os olhos, os ouvidos e o nariz.
2) Os receptores imediatos: são os que se empregam para o exame
do mundo estritamente próximo, ou seja, o mundo do tato, das
sensações que recebemos por meio da pele, das membranas e dos
músculos (Hall, 1973, p. 76).
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A pele é um órgão principal do tato e, ao mesmo tempo, sensível ao


aumento da perda de calor; ela detecta esse movimento, tanto quando isto se
transmite por condução, como quando se recebe por radiação. Portanto, a pele
é um receptor imediato e um receptor à distância.
Todos os sentidos, inclusive a vista, são prolongações do sentido do tato,
uma vez que são especializações do tecido cutâneo. Nosso contato com o
mundo tem lugar na línea limítrofe do eu, por meio de partes especializadas de
nossa membrana envolvente. O tato é o pai de nossos olhos, orelhas, narizes e
bocas, é o sentido que passou a diferenciar-se dos demais, é a mãe dos sentidos
(Pallasmaa, 2006).
O sentido do eu favorecido pelas artes e a arquitetura, permite que nos
dediquemos plenamente às dimensões mentais do sonho, do desejo, da
imaginação, da criatividade. Os edifícios e as cidades proporcionam o horizonte
para entendermos e confrontarmos a condição humana existencial:
En lugar de crear simples objetos de seducción visual, la arquitectura
relaciona, media y proyecta significados. El significado primordial
de un edificio cualquiera está más allá de la arquitectura; vuelve
nuestra conciencia hacia el mundo y hacia nuestro proprio sentido
del yo y del ser. La arquitectura significativa hace que tengamos una
experiencia de nosotros mismos como seres corporales y
espirituales. De hecho, esta es la gran función de todo arte
significativo. En la experiencia del arte tiene lugar un peculiar
intercambio; yo le presto mis emociones y asociaciones al espacio y
el espacio me presta su aura, que atrae y emancipa mis percepciones
e ideas. Una obra de arquitectura no se experimenta como una serie
de imágenes retinianas aisladas, sino en su esencia material, colorea
y espiritual plenamente integrada. Ofrece formas y superficies
placenteras moldeadas por el tacto del ojo y de otros sentidos, pero
también incorpora e integra estructuras físicas y mentales otorgando
a nuestra experiencia existencial una coherencia y una trascendencia
reforzadas (Pallasmaa, 2006).

O espaço de uma boa arquitetura nos faz sentir plenamente como seres
existenciais, desperta nossos sentidos, proporcionando percepções visuais,
auditivas, do olfato, térmica e táctil.

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Percepção visual
O nervo ótico contém, aproximadamente, um número de neurônios
dezoito vezes superior ao nervo acústico; é possível, portanto, supor que tal
nervo transmita dezoito vezes mais informações. Os olhos podem chegar a ser
mil vezes mais eficazes que os ouvidos na captação de informações. O olho,
sem nenhum tipo de ajuda, recolhe uma extraordinária quantidade de
informações num raio de quase cem metros, conservando uma eficácia plena
para a interação humana, até algo mais de um quilômetro e meio (Hall, 1973).
Nas artes plásticas, a percepção visual é entendida como o
“conhecimento teórico, descritivo relacionado à forma e suas expressões
sensoriais. É uma maneira de analisar mais detalhadamente os atributos,
diferenciando os pontos relevantes e não relevantes de uma obra artística”. As
pessoas que trabalham com criação, seja um arquiteto, designer gráfico ou
artista plástico, precisam entender quais “fatores são determinantes para a
legibilidade do que se vê e como usá-los de maneira a conseguir uma
comunicação satisfatória do que se quer transmitir” (Lima, 2010).
Os fatores que afetam a percepção visual de um indivíduo são quatro:

O primeiro é quando há uma distorção na percepção sensorial


visual. Este é chamado de ilusão ótica porque nos leva a perceber
erroneamente uma realidade. A percepção errônea pode variar entre
uma pessoa e outra, dependendo de fatores como, por exemplo, a
acuidade visual, campimetria, daltonismo, astigmatismo, entre
outros. Entender esses fenômenos é útil para compreender as
limitações do sentido visual do ser humano e a possibilidade de
distorção, seja com relação à forma, cor, dimensões, seja com
relação à perspectiva do observado.
[...] O segundo é a percepção associada que ocorre quando os
estímulos que correspondem a um sentido determinado também
influem nas respostas do outros campos sensoriais. Isso é o que
ocorre quando dizemos que “a cor vermelha dá uma sensação de
calor, a cor verde a sensação de paz, e o azul de frio”.
O terceiro fator é o efeito de sinestesia. A sinestesia associa
estímulos diferentes produzindo modificações na percepção.
O último fator que pode afetar e modificar completamente a
percepção do indivíduo são os diferentes tipos de personalidades
(Lima, 2010, p. 37-39).

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Ressalta-se que a utilização da cor na arquitetura deve ser usada para criar
cenários, ambientes harmoniosos com a estética e com a sensibilidade
contemporânea e com as sensações espaciais a serem atribuídas ao espaço. A
cor pode influenciar na percepção visual da arquitetura. Dentre os fatores que
afetam as percepções da cor estão: características de cada cor e as sensações
espaciais produzidas, significado da cor atribuída pelas pessoas segundo suas
características (cultura, sexo, idade, entre outros) e a forma espacial. A influência
da cor em sensações espaciais é estudada por Mazillini (2003) e por Gurgel
(2005), entre outros. Sobre as características de cada cor, Gurgel (2005), em seus
estudos de cromoterapia e interiores, ressalta que o uso da cor pode influenciar
a sensação espacial24. Para Lima (2010, p. 23): “A sensação é um fenômeno

24
Azul: é uma cor da natureza (céus, mares), traz tranquilidade, harmonia, paz e devoção; em
tons pastel, aumentam a sensação espacial e ajudam a acalmar; em tons escuros podem
induzir a introspecção e deprimir; em tom vivo, é poderoso e transmite paz; já em tons
acinzentados podem tornar-se monótonos. Na face Sul deve ser usado com cautela, pois
poderá passar uma sensação ainda mais fria do local; já na face Norte, pode representar um
aliado importante.
Violeta e roxo: representam sensibilidade, intuição, espiritualidade e sofisticação. Tons
escuros podem criar um refúgio e misturados a tons pastel podem criar atmosferas
interessantes.
Vermelho: a mais quente e dramática das cores, estimula os sentidos e seduz a mente.
Cuidado com uso em demasia de tons fortes, podendo deixar o espaço estressante. Em área
de refeições, estimula o apetite, esquenta o ambiente e acelera os sentidos, porém comer com
calma é o ideal.
Laranja: a energia física e dinâmica do vermelho, associada à intelectualidade do amarelo,
estimula a sociabilização e o apetite. É a cor da criatividade, do divertimento, da alegria e do
humor. Em ambientes de estudo, estimulam o raciocínio. Em tons fortes, são versáteis e dão
aconchego; em tons suaves, são delicados, esquentam levemente e dão aconchego.
Amarelo: é a cor da infância, alegre, espontânea e divertida. Estimula a criatividade, o
intelecto e o poder, além da digestão e comunicação. Interessantes para ambientes de estudo
ou leitura e não recomendada para quartos, pois dificulta o sono devido aos estímulos. Por
ter alto teor de reflexão de luz, é indicado para ambientes pequenos ou escuros.
Verde: outro tom da natureza (remete à vegetação). É a cor associada ao equilíbrio e à
harmonia, sugere honestidade, estabilidade e confiabilidade. Cor da caridade, da compaixão,
compartilhamento e esperança. Confortante e antiestresse, estimula o silêncio e pode ser
considerada neutra, quanto a temperatura. Tons pastel são indicados para ambientes de
relaxamento e não recomendados para áreas de atividades físicas.
Preto: não é considerado cor, mas atua na mente e no físico. É sóbrio, masculino e impessoal.
Diminui o tamanho dos objetos e aproxima superfícies absorve a luz e pode deprimir se
usado em excesso. Pode ser usado em qualquer composição.
Branco: neutro, simboliza a inocência, fé e pureza e está associado à alegria, à claridade e
higiene. Ideal para cozinhas, despensas, banheiros e ambientes de saúde. Aumenta o tamanho
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psíquico elementar que resulta da ação de estímulos externos sobre os órgãos


dos sentidos”. É o caso dos tons frios – verde e azul que tendem a retrair os
objetos e espaços para um plano de fundo, aumentam o tamanho do ambiente,
refrescam e dão um ar mais relaxante, enquanto que os tons quentes como o
amarelo e vermelho que tendem a vir para o primeiro plano, dão a impressão
de um ambiente menor, diminuindo objetos e criando um ar mais aconchegante
(Mazzilli, 2010, p. 80). É importante ressaltar que a realidade física da cor se
contrapõe ao efeito cromático, dadas as relações entre a natureza da matéria e
a luz que incide sobre ela.
Principalmente em ambientes fechados, o uso de cores vivas e
combinações de cores complementares ou contrastantes (cores opostas no
círculo de Munsell), como o vermelho e o verde, o laranja e o azul, podem
provocar fadiga visual, gerando desconforto e estresse em quem utiliza esses
ambientes (Mazzilli, 2010) (fig. 1).

Fig. 1: Círculo de Munsell

O uso da cor em ambientes infantis está em função das atividades a serem


neles desenvolvidas. Por exemplo, em espaços onde serão realizadas atividades
físicas poderia ser utilizada a tríade das cores primárias: vermelho, azul e
amarelo, secundárias: laranja, verde e violeta; ou ainda terciárias: vermelho

dos objetos e amplia os espaços, porém se usado em demasia, pode tornar o ambiente
monótono. Como o preto, pode ser usado em qualquer composição.
Cinza: associado à sabedoria e à idade, e também à fadiga e ao estresse. Quando usado em
grandes áreas, pode tornar o ambiente triste; tons de cinza diferentes num mesmo ambiente
dão movimento; compondo com cores vivas, resultados interessantes e dinâmicos são
obtidos.
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alaranjado, amarelo esverdeado e azul arroxeado. O espaço onde o bebê vai


dormir deveria ser um ambiente silencioso, acolhedor, relaxante, para esta
função, as cores mais relaxantes seriam os tons pastel – azuis, verdes – e as
cores mais tranquilizantes e refrescantes seriam os tons de lilás (Gurgel, 2005).
Nas salas de aula, para criar um ambiente estimulante, alegre, onde o
professor e os alunos se sintam bem, é ideal que as paredes sejam cobertas com
as cores palha, amarelo, rosa, pêssego. Na parede que contém o quadro negro
– verde esmeralda – é recomendável que sua cor seja mais clara, para evitar
grandes choques.
Ainda com relação à cor, as pessoas lhe atribuem um significado em
função de suas características: cultura, idade, sexo, entre outros:

O que para uns é tristeza, para outros pode significar prosperidade,


elevação do espírito. Para os japoneses, por exemplo, o laranja
representa alegria e amor, já para os budistas é símbolo de
humildade. Para os hindus, o lilás é sabedoria, elevação de espírito.
Na cultura ocidental, o roxo é tristeza, pois está vinculado a
cerimônias post-mortem. O luto é simbolizado pelo preto para os
ocidentais e pelo branco para os orientais (Gurgel, 2005, p. 253).

Com relação à percepção visual da forma na arquitetura, a teoria da


Gestalt “afirma que não se pode ter conhecimento do todo através das partes
e, sim, das partes através do todo; que os conjuntos possuem leis próprias e
estas regem seus elementos; e que só através da percepção da totalidade é que
o cérebro pode, de fato, perceber, decodificar e assimilar uma imagem ou um
conceito” (Lima, 2010, p. 69).
A teoria da Gestalt ressalta que o cérebro, quando age no processo da
percepção, segue certas leis que facilitam a compreensão das imagens e das
ideias. Os princípios da teoria de Gestalt aplicados à forma na arquitetura são:
pregnância da forma, proximidade e semelhança, continuidade e fechamento,
definindo pregnância como a capacidade de perceber e reconhecer formas. “A
forma é uma das características essenciais dos objetos. Refere-se

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especificamente aos limites das massas, aos corpos tridimensionais limitados


por superfícies bidimensionais e às superfícies por contornos unidimensionais,
como por exemplo, as linhas” (Lima, 2010, p. 72).
A simplicidade é a forma como são organizadas as partes constitutivas
das unidades que definem claramente o lugar e a função de cada um no
conjunto. “O grau de simplicidade afeta a percepção de uma configuração como
figura e a rapidez com que ela é percebida. Quanto mais regular, mais
rapidamente esta assume um caráter de figura” (Lima, 2010, p. 72), expressando
uma composição satisfatória, pois as formas simples e regulares com elementos
repetitivos são mais fáceis de ver; enquanto que as formas complexas são mais
difíceis de serem decifradas e interpretadas.
O MASP São Paulo cujo Projeto é de Lina Bo Bardi tem a composição
de seu edifício sintetizada por três planos: um plano horizontal e dois planos
verticais caracterizando a simplicidade em termos perceptivos (fig. 2).
A Igreja Sagrada Família (Projeto de Gaudi), em Barcelona, apresenta
uma composição complexa caracterizada por torres verticais e planos
horizontais (fig. 3).

Fig. 2. MASP (Museu de Arte de São Paulo). Fig. 3. Igreja Sagrada Família, em
Fonte: Acervo autor, maio de 2011. Barcelona (Espanha).
Fonte: Acervo autor, abril de 2009.

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O princípio de proximidade e semelhança “tende a integrar em um todo


os elementos óticos próximos uns dos outros. Os elementos que estão mais
perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo” (Lima,
2010, p. 80). Na arquitetura, a repetição ou alternação padronizada de elementos
ou motivos na mesma forma ou em forma modificada formais utilizada na
composição das fachadas cria um movimento unificador e harmonioso,
proporcionando a percepção de cada elemento em relação às outras partes e ao
todo de sua composição.
O Palácio de Alhambra, em Granada (Espanha), apresenta na
composição uma sequência de arcos padronizados e os arcos centrais com
formato diferenciado, localizados nos pavimentos térreo e superior que
assinalam a hierarquia dos elementos e as entradas do edifício, além de enfatizar
a sua simetria (fig. 4).
O princípio da semelhança é baseado em objetos que tenham a mesma
característica visual, seja formato, tamanho, cor, textura, ou orientação. Na
arquitetura, a forma dos volumes, a padronização do tamanho das aberturas e
sua repetição na organização espacial criam ritmo, unidade e harmonia na
composição. O auditório de Tenerife, em Santa Cruz de Tenerife (Espanha),
projeto do arquiteto Calatrava, apresenta na sua composição volumes com
formatos semelhantes que proporcionam equilíbrio, ritmo e harmonia (fig. 5).

Fig. 4. Alhambra, em Granada (Espanha). Fig. 5. Auditório de Tenerife, em Santa


Fonte: Acervo autor, junho de 2009. Cruz de Tenerife (Espanha).
Fonte: Acervo autor, novembro de 2016.

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O princípio da continuidade descreve a preferência pelos contornos


contínuos e sem quebra da imagem, ao invés de outras combinações mais
complexas. Toda unidade linear tende a se prolongar na mesma direção e com
o mesmo movimento (Lima, 2010, p. 890) Na arquitetura, quando um elemento
quebra a continuidade da forma, cria-se um forte foco de atenção ou acento. O
Museu de Arte Contemporâneo, em Barcelona (Espanha), projeto do arquiteto
Richard Meier, está caracterizado por um volume contínuo que demarca uma
direcionalidade reta. Ver fig. 6.
Ainda com relação à percepção visual da forma na arquitetura, podemos
acrescentar o princípio do campo visual emitido pelas aberturas dos ambientes
do edifício, sejam janelas ou portas. Na arquitetura, a orientação das janelas,
varandas, portas deve proporcionar visuais agradáveis como paisagens naturais,
paisagens urbanas, jardins, praças, passeios, entre outros. Visuais que
proporcionem sensações de relaxamento, tranquilidade, contemplação. As
janelas do Palácio de Alhambra em Granada (Espanha) proporcionam vistas
panorâmicas da cidade de Granada. Ver fig. 4.

Fig. 6. Museu de Arte Contemporâneo, em Barcelona (Espanha).


Fonte: Acervo autor, junho de 2009.

O princípio de fechamento se refere à situação de quando vemos uma


figura ou imagem completa, mesmo quando a informação está incompleta.

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A linguagem visual é um dos instrumentos fundamentais no processo de


desenho de arquitetura, é constituída por um conjunto de elementos visuais
que, associados, podem compor mensagens em diversos níveis de
complexidade (Mazzilli, 2003, p. 73). Visual é o “o conjunto de elementos que
tornam visível a mensagem, todas aquelas partes que devem ser consideradas e
aprofundadas para poderem ser utilizadas com a máxima coerência em relação
à informação” (Munari apud Mazzili, 2003, p. 75). O desenho infantil é uma das
linguagens essenciais, utilizado como técnica no desenvolvimento de pesquisas
sobre o ambiente construído para crianças, sobretudo aquelas que ainda não
falam de forma articulada. O desenho é apresentado como preenchedor das
lacunas deixadas e revelador de formas de ver o mundo das crianças.
A pesquisa desenvolvida no Centro de Convivência Infantil da UNESP,
Campus de Presidente Prudente, “Casinha de Abelha25”, em 2009, mostrou
como as crianças percebem o espaço construído da escola e pensam sobre ele.
Quando foi solicitado às crianças para desenharem os locais de que mais
gostavam, os desenhos expressavam: o parquinho, o escorregador, jogar bola,
as flores e se fantasiar. E quando foi solicitado a elas para desenharem os locais
de que menos gostavam, os desenhos mostravam a falta de espaço para brincar.
Portanto, os desenhos expressam as preferências das crianças por ambientes
lúdicos. Figs. 7 e 8.

25
O CCI da UNESP, Chalezinho da Alegria, está instalado dentro do Campus da UNESP
de Presidente Prudente. Em 2009 atendia 52 crianças de 0 a 6 anos. O CCI compreende um
parquinho infantil e uma edificação térrea de 386,95 m², contendo: 5 salas de atividades,
berçário, solário, lactário, sala de enfermagem, trocador, sala de supervisão, banheiro de
funcionário, banheiro para crianças, banheiro para a supervisão, cozinha e almoxarifado.
Monteiro, Joana Fernandes; Salcedo, Rosio Fernández Baca. Avaliação pós-ocupação,
percepção e cognição ambiental no centro de convivência infantil (cci) da UNESP de
Presidente Prudente. Relatório Final, PIBIC/CNPq/Unesp. Bauru, 2009.

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Fig. 7. Preferências das crianças: jogar bola. Fig. 8. Preferências das crianças:
Fonte: Monteiro, 2009. escorregador. Fonte: Monteiro, 2009.

O nervo acústico contém, aproximadamente, um número de neurônios


dezoito vezes menor que o nervo ótico, portanto é possível supor que tal nervo
transmita menos informações ao indivíduo. Por outro lado, é muito limitada a
área espacial que pode cobrir com efetividade o ouvido, na vida corrente,
quando não se emprega nenhuma classe de ajuda. Até uma distância de seis
metros o ouvido é eficaz. Aos trinta metros, aproximadamente, ainda resulta
possível a comunicação oral num único sentido, em proporção, algo mais baixa
que à distância de conversação, tanto que o diálogo ou a conversação em ambos
os sentidos se altera consideravelmente. Além dessa distância, a audição começa
a esfumar-se, perdendo eficácia rapidamente (Hall, 1973).

Percepção auditiva
A audição é a percepção de sons pelos ouvidos. A acústica, a psicologia
e a psicoacústica estudam a forma como percebemos os fenômenos sonoros.
As principais variáveis do conforto acústico são: entrono (tráfego), a
arquitetura, o clima (ventilação, pluviosidade), orientação/implantação,
materiais e mobiliário. A aplicação da acústica na arquitetura é importante para
a percepção dos fenômenos sonoros como a música, o teatro, entre outros. Um
bom exemplo da arquitetura acústica é a Sala São Paulo, ver Fig. 9.
Por outro lado, o ruído definido como um som sem harmonia e que, no
geral, tem uma conotação negativa, na arquitetura pode ser amenizado com o
uso de materiais convencionais – blocos cerâmicos, bloco de

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concreto/concreto celular, bloco de sílico, calcário, madeira, vidro entre outros


afins, e não convencionais como lã de vidro, lã de rocha, entre outros , que
podem reduzir ou eliminar o ruído.

Percepção olfativa
Segundo Pallasmaa (2006), necessitamos de apenas oito moléculas de
uma substância para desencadear um impulso olfativo em uma terminação
nervosa, bem como podemos detectar mais de 10.000 odores diferentes. A
percepção olfativa engloba discriminação de odores, que diferencia um odor de
outro, o efeito de sua combinação e o alcance olfativo. Cada residência possui
seu próprio odor, característico daquele lar. Os esquimós aceitam altas
concentrações dos odores dentro do iglu, e na casa tradicional japonesa aceita-
se o odor do banho. Também há culturas em que a fumaça é sagrada e se
fomenta pela residência (Rapoport, 1972).
Ao lembrarmo-nos do cheiro da casa da avó, vêm-nos à memória gratos
momentos em família. O cheiro de um café nos lembra das reuniões com os
amigos da faculdade. Respirar é uma necessidade básica do homem. Porém, a
forma da organização dos cômodos no interior de uma residência, a
implantação da residência no lote, a disposição da janela no cômodo, entre
outros, podem permitir ou não a captação de odores. O sabor na preparação
dos alimentos numa cozinha americana pode espalhar-se pelos cômodos da
casa. Segundo a pesquisa desenvolvida em Barcelona (2009), os residentes
sentiam-se incomodados com os odores da cozinha americana, espalhados nos
ambientes do apartamento. Fig. 10.

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Fig. 9. Estação Júlio Prestes: Sala São Paulo. Fig. 10. Piso 3° Habitação de Proteción
Acervo autor, 2011. Oficial Cambó 2, Barcelona, (Espanha):
Apartamentos com cozinha americana.
Legenda: 1: hall, 2: sala, 3: sala de jantar, 4:
dormitório, 5: banheiro, 6: cozinha: 7:
corredor, 8: depósito.
Fonte: Acervo autor, 2009.

Percepção térmica
Os nervos externo-receptores, localizados na pele, transmitem as
sensações de calor, frio, contato e odor ao sistema nervoso central. A pele é um
órgão sensorial por meio da qual percebemos o calor e o frio. Sem a capacidade
de percebermos essas sensações térmicas, congelar-nos-íamos no inverno e
queimar-nos-íamos no verão (Hall, 1973).
Na arquitetura, é importante a orientação das janelas para ter ambientes
com sensações térmicas confortáveis, presença do ar fresco durante o dia ou
nas noites calorosas do verão. Em climas tropicais, recomenda-se que as janelas
dos dormitórios tenham orientação leste para assimilar os raios solares da
manhã e evitar o excessivo calor da tarde.
A pesquisa desenvolvida sobre a qualidade de habitação no Edifício São
Paulo – na área central da cidade de São Paulo – com relação ao conforto
térmico expressou que a maioria das salas, salas de jantar e dormitórios têm uma
boa orientação: Nordeste, Norte e Leste, tornando esses ambientes
confortáveis. No entanto, a maioria das janelas das cozinhas está voltada para
um corredor e os banheiros possuem apenas dutos, sendo propensos à umidade
e exigindo um maior consumo de energia elétrica. Ver Fig. 11.

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Entretanto, em regiões de clima frio, recomenda-se que as janelas dos


dormitórios tenham orientação oeste para receber a radiação solar da tarde e
manter o ambiente quente à noite.

Percepção táctil
O tato é sentido pela pele em todo o corpo, permite reconhecer presença,
textura, forma e tamanho, temperatura dos objetos em contato com o corpo.
Entre os fatores presentes na percepção tátil estão: a discriminação da forma,
seu tamanho e textura; a dor e a temperatura. O tato não é distribuído
uniformemente pelo corpo, os dedos da mão possuem sensibilidade maior que
as outras partes do corpo, como a para a leitura do Braile; partes do corpo são
mais sensíveis ao calor, enquanto outras são mais sensíveis à dor.
Textura é a qualidade visual e táctil de certos materiais; quando temos
contato com a sua superfície, podemos perceber suas características: áspera, lisa,
rugosa, acetinada, entre outras. A textura que se enxerga visualmente se aprecia
e se valoriza quase que exclusivamente por meio do tato, com raras exceções, é
a memória das experiências tácteis as quais possibilitam apreciar a textura (Hall,
1973).
A textura é utilizada para que o ambiente possua um maior conforto
ambiental, térmico, acústico, iluminação e se encontra presente em ambientes
externos e internos como forros, paredes, esquadrias, pisos, móveis, entre
outros. Materiais como o mármore, a madeira, a pedra, água, entre outros,
propiciam experiências tácteis, atraindo o olhar e a aproximação das pessoas.
Fig. 12.

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Fig. 11. Edifício São Paulo (São Paulo): Fig. 12. Palácio de Alhambra, em Granada
orientação das janelas das unidades de (Espanha): materiais diversos: madeira,
habitação social. pastilha.
Fonte: Salcedo & Arruda 2012. Fonte: Acervo autor, junho de 2009.

Poucos arquitetos e projetistas têm prestado atenção à contextura dos


materiais e à importância que isto tem na arquitetura. Estas deveriam ser
utilizadas na construção, de maneira consciente e com conhecimento de suas
implicações psicológicas e sociais futuras.

Considerações finais
Na avaliação pós-ocupação dos espaços construídos, na elaboração de
projetos de arquitetura, entre outros, é importante conhecer a percepção dos
usuários sobre os espaços construídos. Assim, a partir destas informações é
possível analisar os ambientes, propor soluções e melhorar a qualidade desses
espaços.
Conhecer as necessidades e as expectativas dos usuários (segundo grupos
de idade, cultura, grupos sociais, entre outros) sobre os espaços construídos,
nos leva a elaborar projetos que satisfaçam seus usuários. Propor espaços que
correspondam às necessidades sociais, econômicas, culturais, ao contexto
urbano e físico geográfico; projetar uma arquitetura com formas, tecnologias,
materiais, texturas, cores, sons, cheiros, para que sejam plenamente vivenciados
através de todos os sentidos, essa é a função da arquitetura.

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Referência
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