Queixas Escolares Apresentadas Por Estudantes Com Altas Habilidades

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

ARTIGO

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2175-35392020216840
Elocid - e216840

QUEIXAS ESCOLARES APRESENTADAS POR ESTUDANTES COM ALTAS HABILIDADES /


SUPERDOTAÇÃO: RELATO MATERNO

Victor Alexandre Barreto da Cunha 1 ; Carina Alexandra Rondini 2

RESUMO
Estudantes com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD), público-alvo da Educação Especial (PAEE), podem apresentar
queixas escolares, quando suas necessidades superiores não são atendidas. O estudo teve como objetivo descrever
os tipos de queixas escolares que esses estudantes expressam, por meio do relato materno. Participaram 13 mães,
de 29 a 48 anos. As mães foram entrevistadas individualmente, utilizando-se da Entrevista de Anamnese, do Roteiro
de Entrevista Semiestruturada para a Família e do Questionário de Capacidades e Dificuldades SDQ-Por. Os resultados
demonstraram que as mães recebem queixas escolares de seus filhos na escola, dentre as quais estão os problemas de
comportamento, desmotivação em sala de aula, indisciplina e dificuldades na interação social. Todas as mães avaliaram
seus filhos dentro do padrão para o comportamento pro-social e não-padrão para os problemas de relacionamento com
os colegas. É importante que a escola seja uma rede de apoio para auxiliar no desenvolvimento desses estudantes PAEE.
Palavras-chave: Superdotados; queixas escolares; família.

The school complaints presented by students with high ability / giftedness:


maternal report
ABSTRACT
Students with High Ability / Giftedness , target audience of Special Education can present school complaints when their
higher needs are not met. The study aimed to describe the types of school complaints that these students express,
through the mother’s report. Thirteen mothers, aged 29 to 48 years, participated. The mothers were interviewed
individually, using the Anamnesis Interview, the Semi-structured Interview Guide for the Family and the SDQ-Por Abilities
and Difficulties Questionnaire. The results showed that mothers receive school complaints from their children at school,
which includes behavior problems, demotivation in the classroom, indiscipline and difficulties in social interaction. All
mothers rated their children within the standard for pro-social behavior and non-standard for relationship problems
with colleagues. It is important that the school is a support network to assist in the development of these students.
Keywords: Gifted; school complaints; family.

Quejas escolares presentadas por estudiantes con altas habilidades / superdotación:


relato materno
RESUMEN
Estudiantes con Altas Habilidades/Superdotación (AH/SD), público-objetivo de la Educación Especial (PAEE), pueden
presentar quejas escolares, cuando sus necesidades superiores no son atendidas. El estudio tuvo como objetivo
describir los tipos de quejas escolares que esos estudiantes expresan, por intermedio del relato materno. Participaron
13 madres, de 29 a 48 años. Se entrevistaron las madres individualmente, utilizándose de la Entrevista de Anamnese,
del programa de Entrevista Semiestructurada para la Familia y del Cuestionario de Capacidades y Dificultades SDQ-Por.
Los resultados demostraron que las madres reciben quejas escolares de sus hijos en la escuela, entre las cuales están
los problemas de comportamiento, falta de motivación en sala de clase, indisciplina y dificultades en la interacción
social. Todas las madres evaluaron sus hijos dentro del patrón para el comportamiento prosocial y no-patrón para los
problemas de relacionamiento con los compañeros. Es importante que la escuela sea una red de apoyo para auxiliar
en el desarrollo de esos estudiantes PAEE.
Palabras clave: Superdotados; quejas escolares; familia.

1
Universidade Estadual Paulista – Bauru – SP – Brasil; [email protected]
2 Universidade Estadual Paulista – São José do Rio Preto – SP – Brasil; [email protected]

Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24 1


INTRODUÇÃO dá-se início ao desinteresse, tédio, dificuldades na
A Política Nacional de Educação Especial na Perspec- interação social, e os professores, em grande parte,
tiva da Educação Inclusiva enfatiza que a pessoa com não conseguem atendê-los adequadamente. Essas
Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) demonstra condições contribuem para que essas queixas escolares
fiquem mais visíveis, especificamente em sala de aula
... potencial elevado em qualquer uma das seguintes (Freeman & Guenther, 2000; Fleith, 2009; Guenther,
áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, 2012).
acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes.
Ao contrário do que se possa imaginar, tais estudan-
Também apresentam elevada criatividade, grande
tes não estão isentos de apresentar diferentes queixas,
envolvimento na aprendizagem e realização de
no ambiente escolar, tais como perder o interesse das
tarefas em áreas de seu interesse. (Brasil, 2008,
aulas que os não desafiam, ter problemas de compor-
p. 15).
tamento, demonstrar perda de interesse e, por sua vez,
Assim, os estudantes com AH/SD estão entre aque- não ter suas habilidades superiores atendidas, devido
les considerados Público-Alvo da Educação Especial ao mito de que, se têm AH/SD, devem se sobressair em
(PAEE) e, segundo os dados do Instituto Nacional de todas as áreas do conhecimento, não sendo concebível
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep, ter alguma dificuldade de aprendizagem (Pérez, 2002;
2019), em 2018, foram registrados 22.161 estudantes Rech & Freitas, 2005).
com AH/SD, em todo o território nacional, no total de Algumas das queixas comumente observadas em
1.014.661 estudantes PAEE. O Atendimento Educacio- sala de aula são os problemas de comportamento e
nal Especializado (AEE) aos estudantes com AH/SD é desinteresse pelas atividades escolares; muitas vezes,
garantido por leis, mas a aplicabilidade e a execução essas queixas escolares estão associadas à falta de
dessas leis muitas vezes fica deficitária, em função de estímulos, poucos desafios e aulas extremamente re-
fatores como mitos, poucos conhecimentos em relação petitivas (Guenther, 2012; Bergamin, 2018).
ao tema, formação acadêmica deficitária, entre outros,
Conforme Dazzani, Cunha, Luttigards, Zucoloto e
os quais culminam na invisibilidade desses estudantes,
Santos (2014, p. 422), por “queixa escolar entendem-se as
no ambiente escolar (Pérez & Freitas, 2011). Nesse
demandas formuladas por pais, professores e coordena-
sentido, Almeida e Capellini (2005, p. 45) apontam que
dores pedagógicos acerca de dificuldades e problemas
a “... superdotação ainda se constitui um enigma para a
enfrentados por estudantes no ambiente escolar.”
ciência e poucos estudos investigam esse fenômeno no
Brasil. Consequentemente, muitos talentos nem mesmo Por esse ângulo, faz-se necessária a compreensão
são identificados.” das queixas escolares feitas por esses estudantes, no
Os estudantes com AH/SD são diferentes, entre seus ambiente escolar, e suas possíveis relações com as AH/
pares, cada qual com sua singularidade, de modo que SD, na busca da desmistificação e quebra de paradig-
é difícil definir um perfil único, para um grupo que é, mas que comprometem o desenvolvimento desses
naturalmente, heterogêneo (Serra, 2008; Cupertino & estudantes PAEE.
Arantes, 2012). Nessa perspectiva, Bergamin (2018, p. Dentre as queixas escolares mais frequentes, estão
21) destaca que “... um dos desafios atuais é conhecer agitação, indisciplina, brigas e rebeldia (Rodrigues, Cam-
cada aluno e cada turma, considerar a singularidade pos, & Fernandes, 2012). Entender quais são os fatores
de cada um e pluralidade que qualquer sala de aula que contribuem para as queixas escolares dos estudan-
oferece.” A autora também ressalta a importância de tes com AH/SD pode ser muito útil aos professores e
o professor mapear os interesses e habilidades do à família, com o objetivo de criar, organizar e planejar
estudante, a fim de que seja possível planejar o que estratégias de ensino e tornar as aulas estimulantes às
será trabalhado dentro da sala de aula. potencialidades desses estudantes (Escribano, 2003).
Diversos autores, como Winner (1998), Fleith e Logo, o professor em sala de aula poderá proporcio-
Alencar (2007), Renzulli (2014), Goulart, Mori, Mesti, nar apoio e orientações para os estudantes com AH/SD,
Albuquerque e Brandão (2016), mencionam algumas no ambiente escolar, de sorte a desenvolver suas habi-
características comuns entre os estudantes com AH/ lidades superiores (Freeman & Guenther, 2000). Desse
SD: criatividade, curiosidade, originalidade, diversidade modo, é importante salientar a importância da formação
de interesses, facilidade e rapidez em aprender, acadêmica do professor, com o intuito de identificar
gosto por desafios, habilidades em áreas específicas, os estudantes com AH/SD, na escola, oferecendo-lhes
liderança, senso de humor, boa memória, persistência, uma educação de qualidade para o desenvolvimento de
assincronismo, vocabulário avançado, gosto por pessoas suas habilidades superiores e também para os demais
mais velhas e perfeccionismo. estudantes em sala de aula (Bergamin, 2018). O pro-
Todavia, a maioria dos estudantes com AH/SD gosta fessor tem um papel muito relevante na sinalização do
de desafios e, quando as aulas não oferecem desafios, estudante com traços de AH/SD, e, no seu contato diário

Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24 2


em sala de aula, poderá identificar e reconhecer alguns à escolaridade, 38% (n = 5) possuem o Ensino Médio,
sinais de habilidades superiores, em algum campo do apenas três com Mestrado e uma mãe com Doutorado.
saber, e fazer uma primeira sinalização desse estudante A maioria das mães (n = 10) tem dois filhos e as demais,
(Maia-Pinto & Fleith, 2002; Almeida & Capellini, 2005; um ou três filhos.
Bergamin, 2018). Verificou-se a prevalência do sexo masculino nos
Este artigo é parte de uma Dissertação de Mestra- estudantes (n = 7), sendo seis caçulas, seis primogêni-
do1 que teve como objetivo identificar características tos e um unigênito. Embora a literatura evidencie que
de estudantes com indicadores de AH/SD, em algum a maior parte das pessoas com AH/SD é constituída de
campo do saber, que mães observam em no(a)s filho(a) primogênito ou unigênitos, e meninos (Winner, 1998),
s e suas relações/associações com queixas escolares e no presente estudo, a posição entre os irmãos foi igua-
problemas de comportamento. litária, ou seja, seis caçulas e seis primogênitos.
MÉTODO Os estudantes chegaram ao Centro de Psicologia
Aplicada (CPA) de três formas: encaminhamento da
Desenho da pesquisa escola (n = 6, 46%), demanda espontânea dos pais (n =
Esta pesquisa tem o caráter qualitativo com delinea- 5, 38%) ou por indicação de um profissional de saúde
mento descritivo, com o objetivo de descrever as quei- (n = 2, 16%). Tais estudantes exibiram um desempenho
xas escolares, recebidas da escola, de estudantes com intelectual4 de maneira igualitária nas classificações
indicadores de AH/SD, de acordo com o relato materno. média superior e superior, sendo 31% em cada.
É importante salientar que a pesquisa está vinculada Local
a um projeto maior, intitulado "Alunos com indicado-
O estudo foi desenvolvido no (CPA) de uma Uni-
res de altas habilidades/superdotação: confirmação
versidade pública do interior paulista, em salas bem
diagnóstica, formação continuada e implementação do
iluminadas, climatizadas e em dia e horário agendado
enriquecimento curricular" e está associada ao Projeto
com as mães.
Extensionista nomeado "Identificação de estudantes
com habilidades superiores e aconselhamento de pais Instrumentos
e equipe escolar". A pesquisa está em conformidade Foram utilizados os seguintes instrumentos:
com as exigências do Conselho Nacional de Saúde-CNS Entrevista de anamnese, elaborada pelas docentes
e teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), Coordenadoras do Projeto Extensionista, composta por
da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista 15 itens, os quais objetivam obter informações a res-
- UNESP, campus de Bauru-SP, sob o nº 2.225.492, no peito do desenvolvimento neuropsicomotor, linguagem,
ano de 2017, obedecendo à Resolução nº 466, de 12 de escolarização, comportamento, saúde e história de vida
dezembro de 2012 (CONEP, 2012). do estudante com traços de AH/SD, coletados por meio
Participantes dos relatos das mães. O estudo visou os seguintes itens:
informações sociodemográficas, idade, estado civil,
Participaram do estudo 13 mães, sendo uma
constelação familiar e escolaridade.
amostra por conveniência, representadas por M1 a
M13, cujo(a)s filho(a)s estavam em atendimento para O Roteiro de Entrevista para a família, elaborado por
avaliação psicológica e pedagógica, para a confirmação Cunha (2018), é constituído por 16 perguntas abertas,
dos indicadores de AH/SD. A idade das mães variou com a finalidade de identificar as características aponta-
entre 29 e 48 anos, com média de idade2 de 36 anos, das pelas mães a respeito das AH/SD e queixas escolares
com desvio-padrão de 5 anos. A faixa etária do(a)s 13 advindas da escola. Empregaram-se três perguntas do
filho(a)s variou de cinco aos 14 anos, com idade3 média roteiro, relativas às queixas escolares: O seu filho já
de nove anos, com desvio-padrão de 2 anos. enfrentou problemas na escola? Ele teve problemas
de queixas escolares? Você considera que seu filho tem
O perfil sociodemográfico das mães aponta que doze
problemas de queixas escolares por possuir AH/SD?
eram casadas, com ocupações diversas, as quais vão
Você acha que esses problemas estão relacionados com
desde diaristas e do lar a neuropsicóloga. Em relação
o fato de ele ser “diferente”?
1
Dissertação de Mestrado - Apoio financeiro: FAPESP/CAPES O Questionário de Capacidades e Dificuldades –
– Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo SDQ-Por, elaborado por Goodman (1997), aplicado
(FAPESP)/Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de às mães, foi usado para identificar comportamentos,
Nível Superior (CAPES). emoções, relações interpessoais e problemas de saú-
2
Variável com distribuição normal: W = 0,8866; p = 0,0948. de emocional de crianças. Foi traduzido e validado
Teste de normalidade Shapiro-Wilk.
no Brasil por Fleitlich, Cortazar e Goodman (2000) e é
3
Variável com distribuição normal: W = 0,9191; p = 0,3148.
Teste de normalidade Shapiro-Wilk. 4
Escala Wechsler de Inteligência para Crianças (WISC-IV).

Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24 3


constituído por 25 itens, divididos em cinco subescalas: espessura das linhas, mais grossas ou mais finas, evi-
a) sintomas emocionais; b) problemas de conduta; c) denciam as ligações mais fortes ou mais fracas entre as
hiperatividade; d) problemas de relacionamento com os palavras. Nesse sentido, quanto mais grossa for a linha
colegas, e) comportamento pró-social, todas contendo na árvore de palavras, maior será a conectividade entre
cinco itens cada. as palavras, ao passo que o tamanho da letra aponta
que a palavra teve maior frequência pelas participantes.
Procedimentos de coleta de dados
As entrevistas foram gravadas e transcritas na
Foram respeitados todos os cuidados éticos, obede-
íntegra, visando garantir a fidedignidade das falas das
cendo à Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012
participantes.
(CONEP, 2012). Depois da aprovação do projeto maior
pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), as mães foram RESULTADOS E DISCUSSÃO
convocadas para uma reunião, na qual foi explicada a De acordo com os resultados obtidos por meio
importância da pesquisa e esclarecido que as mesmas do roteiro de entrevistas semiestruturadas para a família,
poderiam desistir a qualquer momento. Em concordân- o uso do software IRAMUTEQ possibilitou visualizar
cia, leu-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido as palavras mais frequentes e a sua conexidade, nas
(TCLE), do qual, após assinado, as mães receberam falas das participantes. Destarte, os resultados serão
uma cópia (CONEP, 2012). A coleta dos dados ocorreu apresentados em forma de figuras que compõem a
de maneira individual, no ano de 2017, enquanto os árvore de palavras. A primeira pergunta questionou as
encontros foram realizados semanalmente, de acordo mães (alguns relatos das mães podem ser visualizados
com a disponibilidade de cada mãe, podendo ser nos a seguir), se o(a)s filho(a)s já enfrentaram problemas
períodos da manhã, tarde ou noite. As sessões tiveram na escola e suas conexões com as queixas escolares.
duração aproximadamente de 50 minutos cada, tendo
Comportamento inadequado, por ser muito
sido feitos cinco encontros para cada participante.
questionador na sala de aula. Por isso que isso
Procedimentos de análise dos dados passa ser um problema. Ele desafia muito a
A análise dos dados advindos do Roteiro de En- professora; ele pensa muito mais rápido do que ele
trevista de Anamnese (perfil sociodemográfico) e escreve e o desinteresse dele e, às vezes, a escola
SDQ-Por constituiu-se por meio de estatística descritiva fica muito chata para ele. Ele sempre quer mais
(frequências absolutas, frequências relativas, média, atividades na sala de aula. (M. 6)
desvio-padrão e/ou porcentagens). Adotou-se o Teste de Problemas de comportamento, na escola, há
Normalidade Shapiro Wilk, para verificar a normalidade alguns meses atrás. Fazia birra e queria sair da
dos dados quantitativos. sala e de conteúdo não era o suficiente, pois ele já
Em relação às entrevistas semiestruturadas para a dominava o conteúdo. Ele dizia que não queria ir
família, essas foram analisadas pelo software IRAMUTEQ para a escola, pois já sabia os conteúdos da sala.
(Interface de R pour les Analyses. Multidimensionnelles Ele ficava desmotivado para ir para a escola. A
de Textes et de Questionnaires), para análise de dados professora de sala sabia das AH/SD, porém, tinha
textuais (Ratinaud, 2009). É possível fazer análises tex- medo, pois não tinha nenhuma experiência, seria
tuais através do software, com “análise de similitude” um caso novo para a professora. (M. 7)
(Camargo & Justo, 2013). Esses autores frisam que “...
Ela conversa bastante na sala de aula. Ela sempre
é uma análise lexical mais simples, porém graficamente
bastante interessante, na medida em que possibilita foi muito falante e, às vezes, atrapalha a classe, em
rápida identificação das palavras chave de um corpus.” virtude de terminar as atividades rápido demais.
(p. 516). A análise mostra um grafo que representa a Daí a professora não proporciona mais tarefas
ligação entre as palavras do corpus textual da árvore para desenvolver. (M. 9)
de palavras. É possível observar, na Figura 1, os problemas veri-
Os textos das entrevistas foram construídos por meio ficados no ambiente escolar e queixas escolares desses
de cada pergunta feita. Os dados textuais originados estudantes PAEE.
da entrevista foram transcritos para o LibreOffice e sal- Percebe-se, na Figura 1, que as palavras mais
vos em arquivos com extensão codificada para UTF-8, frequentes foram: “comportamento”, “indisciplina” e
seguindo-se a recomendação do software IRAMUTEQ. “dificuldades”. Podem ser visualizadas também as pa-
Diante dos gráficos criados que compõem a árvore lavras “notas”, “escola” e “conteúdo”. Constata-se que
de palavras, foi possível visualizar as ocorrências entre os estudantes apresentam muitas queixas escolares, no
as palavras e a conexidade entre elas; desse modo, as ambiente escolar, segundo os relatos das mães: compor-
palavras em tamanhos maiores, na árvore de palavras, tamento inadequado, problemas com a interação social
indicam aquelas que tiveram maiores ocorrências, nos com os colegas de sala, conversa e baixo rendimento
discursos dos participantes, enquanto as ramificações/ acadêmico. Uma das mães afirma que seu(sua) filho(a)

Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24 4


Figura 1. Problemas apresentados pelo(a)s filho(a)s no ambiente escolar e queixas escolares. Fonte: Elaborada pelo IRAMUTEQ.

revela desinteresse pelas aulas, monotonia etc.: “Ele mais, em sala de aula. Por isso que ele chorava,
desafia muito a professora, pensa muito mais rápido que não queria ir para a escola, pois estava muito
do que ele escreve e o desinteresse dele é muitas vezes desmotivado. Pois, se a professora fosse instruída,
relacionado pelas aulas monótonas” (M. 6). ela poderia ter acesso a outros materiais e oferecer
Nessa linha de pensamento, Fleith (2009) corrobora mais para ele, pois ele fica tempo ocioso em sala
que, diversas vezes, os estudantes com AH/SD demons- de aula. E esse tempo ocioso ele fica criando
tram um baixo rendimento escolar, em virtude de as perguntas mentalmente para a professora. Ele
aulas se tornarem monótonas pela repetição excessiva tem o potencial para fazer mais atividades, em
de conteúdos que o estudante domina e por esses sala de aula. Ele não está sendo estimulado
considerarem o ritmo lento da sala de aula. adequadamente, em sala de aula. (M. 6)

Em seguida, as mães foram questionadas se acham Porque ele está na idade certa na classe e muito
que seus(suas) filho(a)s têm problemas de queixas es- do conteúdo ensinado pela professora ele já
colares por possuir AH/SD, como mostram os diálogos domina. (M. 7)
a seguir: Acredito que sim. Porque deve ter menos tempo
Com certeza. A professora não vê meu filho com para conversar e aproveita que terminou as
olhar diferenciado e sim como um concorrente, tarefas em sala de aula e conversa. (M. 9)
pois ele é muito questionador, em sala de aula, Os professores não possuem o conhecimento
inclusive com a professora. A professora passava das Altas Habilidades e são poucos que têm esse
uma equação de matemática e levava duas aulas olhar diferenciado. Não explora e nem oferece
para a resolução do problema, para que todos desafios para as crianças, deixando os alunos
os alunos pudessem acompanhar a resolução desmotivados, em sala de aula. (M. 10)
do cálculo. E ele, já na primeira aula, já resolvia Pode-se constatar na Figura 2, a conexidade pre-
a equação. Meu filho precisa de um estímulo a sente nas palavras “professor”, “sala de aula” e “olhar

Figura 2. Associação das Queixas escolares com as características das AH/SD.


Fonte: Elaborada pelo IRAMUTEQ.

Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24 5


diferenciado”: pelos alunos. Querem puni-lo por ele saber, de ser
Os resultados indicam que as mães associaram as chatinho e muito observador... (M. 6)
queixas escolares do(a)s filho(a)s com a presença de Pois, quando você não sabe lidar com uma situação,
características associadas às AH/SD. Alguns professores você vai fugindo e a pessoa se esquiva. Todos os
também não possuíam olhar diferenciado para esses professores que ele passou fizeram isso. Ele está
estudantes PAEE, nem lhes ofereciam situações desafia- melhor um pouco, pois mudou de escola. Pois o
doras, estímulos e atividades diversificadas no ambiente nosso objetivo da atual escola é a socialização do
escolar; com isso, a desmotivação se instalava em sala meu filho e a parte emocional, e a escola atual
de aula. Quanto a esses achados, é de suma importância oferece isso. Os alunos devem comentar em casa
que os professores ofereçam desafios aos estudantes para as mães sobre a precocidade dele. E também
com AH/SD, em sala de aula, para que sua rotina seja há esses comentários entre os professores... A
mais atrativa, desafiadora, estimulante e dinâmica, escola e professores buscam apoiar o meu filho
haja vista que esses estudantes são mais rápidos em e fornecer mais atividades para ele, em sala
comparação aos seus pares e necessitam de um olhar de aula. Eu gostaria que a escola fizesse um
diferenciado por parte do corpo docente da escola, bem enriquecimento. Eu vejo que a escola não vai
como a prática de um planejamento de atividades espe- sanar isso sozinha. Hoje os professores têm um
cíficas, evitando, assim, o tédio, monotonia e tristeza em conhecimento superficial das AH/SD e não têm
sala de aula (Freeman & Guenther, 2000; Fleith, 2009; conhecimento de como trabalhar com essas
Carvalho & Cruz, 2017; Bergamin, 2018). crianças. (M. 7)
Alencar (2007) ressalta que a falta de conhecimen- Acredito que sim. Por ele ser muito bonzinho,
to do professor acerca da temática das AH/SD pode entendeu? Eles olhavam pra ele, e por ele ter
prejudicar o desempenho do estudante, dificultando essa superdotação, ele sempre foi muito parado,
o desenvolvimento de suas potencialidades. Há de se prestava atenção em tudo, entendeu...? E esse fato
destacar que, muitas vezes, a formação inicial do pro- trazia um certo desconforto para os amiguinhos,
fessor não contempla, na sua grade curricular, atenção alguma coisa assim, via que ele era um pouco
aos alunos superdotados, de maneira que cabe à escola “bobo”. As crianças viam ele como diferente.
implementar práticas de formação continuada, para pro- Os amiguinhos excluíam ele nas atividades de
mover a atualização dos professores, os quais, durante educação física. Eu via preconceito por parte dos
sua formação, tiveram essa lacuna (Sabatella, 2012). amigos. Mas isso está melhorando a cada dia.
A respeito da terceira pergunta, “As mães foram Todos tentam ajudar o máximo e percebe-se que a
indagadas se acham que esses problemas estão relacio- escola está empenhada em ajudar a gente. (M. 12)
nados com o fato de o(a)s filho(a)s serem ‘diferentes’, e É possível constatar, na Figura 3, a conexidade pre-
se houve algum preconceito”, eis alguns depoimentos: sente nas palavras “professor”, “preconceito” e “amigo”.
Com certeza. Não digo preconceito. Na verdade, Nota-se, nesses discursos, que a mãe M. 6 afirma
ele tirou a professora do sério muitas vezes, por que seu filho é questionador em sala de aula, enquanto
ser muito questionador, em sala de aula. Vejo a mãe M. 7 destaca que houve esquiva por parte dos
preconceito por parte dos amigos, em sala de professores, por não saberem identificar e lidar com
aula, por ele ser gordinho, não sabe jogar futebol, o estudante com AH/SD, possivelmente pela falta de
não sabe andar de bicicleta muito bem, não sabe estratégias de ensino e pelo fato de muitos terminarem
andar de skate e usa óculos. E isso não é bem visto suas atividades com rapidez e ficarem ociosos, dando

Figura 3. Problemas Relacionados pelo(a) filho(a) ser “diferente”. Fonte: Elaborada pelo IRAMUTEQ.

Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24 6


margem aos questionamentos realizados pelos estu- apenas 25% estão nos escores desejados (0-2).
dantes, o que pode incomodar o professor. Nessa linha Já no comportamento pró-social (CPS), com distri-
de raciocínio, Guenther (2012, p. 17) salienta que “... buição negativamente assimétrica, 100% da amostra se
crianças intelectualmente dotadas perdem de 50 a 70% encontram nos escores desejados (6-10), nesse caso,
do tempo esperando a professora ensinar o que eles já com menores quantidades de queixas.
sabem ou que os colegas completem tarefas que elas No que concerne aos Problemas Totais (PT), per-
já terminaram.” Nessa perspectiva, é importante que cebe-se uma distribuição negativamente assimétrica,
a equipe escolar entenda as particularidades desses indicando que 50% da amostra em estudo apresentam
estudantes, evitando mitos e crenças populares que escores não desejados (17-40) e 50%, escores desejados,
permeiam a sociedade (Sabatella, 2008). e no limite estabelecido (0-13 e 14-16 respectivamente).
Com relação aos resultados do Questionário de Na Tabela 1 são apresentados os resultados obtidos
Capacidades e Dificuldades (SDQ-Por), como se pode por meio do SDQ-Por, as frequências das cinco escalas e
observar no Gráfico 1, para cada uma das cinco escalas o total das dificuldades respondidas pelas mães.
do SDQ-Por, além do total geral, a distribuição para a De acordo com os resultados observados na Tabela
escala de comportamentos pró-sociais não é gaussian ana5 1, verifica-se que, na escala de sintomas emocionais,
(p = 0.0097). as mães avaliam que o(a)s filho(a)s estão dentro do
O Gráfico 1 ilustra que, na escala de sintomas emo- esperado. Entretanto, alguns apontamentos são im-
cionais (SE), 50% da amostra têm escores entre 0 e 3, portantes serem tecidos. Apesar de estarem dentro da
o que significa se situarem entre os escores desejados, normalidade, algumas mães disseram que seus filhos,
Goodman (1997). “muitas vezes, queixa-se de dor de cabeça, fica nervo-
Em relação à escala de problemas de conduta (PC), so quando enfrenta situações novas, frequentemente
verifica-se uma distribuição simétrica, e os escores estão parece triste, deprimido ou choroso”.
concentrados entre 1 e 3, que são escores desejados, Para Winner (1998) e Alencar (2007), os estudantes
nos quais se encontram pessoas que estão na mesma com AH/SD em geral enfrentam algum tipo de sintomas
categoria não-padrão, com maior pontuação de queixas, emocionais, em virtude de estarem “fora” de ritmo e
equivalente a 50% da amostra. velocidade em relação aos seus pares, evidenciando
também um perfil de personalidade e qualidade de vida
Quanto à escala de hiperatividade, 75% da amostra
emocional diferenciado de outros estudantes. Assim,
estão nos escores desejados (0-5). Nos problemas de
Sabatella (2012, p. 126) enfatiza que “... a vida intelec-
relacionamento com os pares (PRP), observa-se uma
tual e emocional desses indivíduos é extremamente
distribuição normal, entretanto, esses resultados mos-
complexa, construída por uma intrincada e entrelaçada
tram que 75% da amostra exibem escores que estão
rede de ideias, sentimentos e situações”.
nos limites estabelecidos como não desejados (2-8) e
No que se refere aos problemas de conduta, as mães
5 Teste de normalidade de Shapiro-Wilk. descreveram que seus(suas) filho(a)s estão classificados

Gráfico 1. Box-Plot dos resultados das escalas do SDQ 6


Legenda: SE (sintomas emocionais), PC (problemas de conduta), H (hiperatividade), PRP (problemas de relacionamento com pares),
CPS (comportamento pró-social) e PT (problemas totais).
6
SE (Normal 0-3; limítrofe 4; não-padrão 5-10); PC (Normal 0-2; limítrofe 3; não-padrão 4-10); H (Normal 0-5; limítrofe 6; não-
padrão 7-10); PRP (Normal 0-2; limítrofe 3; não-padrão 4-10); CPS (Normal 6-10; limítrofe 5; não-padrão 0-4); PT (Normal 0-13;
limítrofe 14-16; não-padrão 17-40)

Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24 7


Tabela 1. Distribuição de Frequência das escalas no SDQ-Por (n=13).

Escala n Categoria
7 Padrão
Sintomas emocionais 1 Limítrofe
5 Não padrão
7 Padrão
Problemas de Conduta 3 Limítrofe
3 Não padrão
10 Padrão
Hiperatividade 2 Limítrofe
1 Não padrão
5 Padrão
Problemas de relacionamento com pares 1 Limítrofe
7 Não padrão
13 Padrão
Comportamento pró-social 0 Limítrofe
0 Não padrão
5 Padrão
Total de dificuldades 1 Limítrofe
7 Não padrão

como limítrofes (n = 3) e não-padrão: (n = 3) “Frequen- 2012; Serra & Fernandes, 2015).


temente tem acessos de raiva ou crises de birra.” Todas as mães atribuíram comportamento pró-
Na escala de hiperatividade, as participantes descre- -social aos seus(suas) filho(a)s e responderam que o(a)s
veram que seus(suas) filho(a)s estão no “padrão” e, em filho(a)s têm consideração pelos sentimentos de outras
relação à escala de problemas de relacionamento com pessoas, boa vontade em compartilhar e se mostram
os pares, consideraram como na categoria não-padrão prestativos, se alguém parece magoado, e apontaram
(n = 7). Pesquisadoras como Alencar (2001) e Serra e como não-padrão para o total das dificuldades.
Fernandes (2015) corroboram esses achados, pois, em-
bora os estudantes tivessem relacionamento com seus CONSIDERAÇÕES FINAIS
colegas no âmbito escolar, os pares não demonstravam O presente estudo teve como objetivo descrever
importância sobre assuntos do seu interesse; em vir- os tipos de queixas escolares, recebidas da escola, de
tude disso, a sua interação social ficava comprometida estudantes com indicadores de AH/SD, de acordo com
e, em consequência, o isolamento se tornava presente o relato materno.
na vida escolar desses estudantes. Com os relatos das mães, foi possível identificar
No tocante às pontuações das dificuldades, as mães que elas recebem queixas de seus(suas) filho(a)s,
classificaram seus(suas) filho(a)s como não-padrão. provenientes da escola. Dentre essas queixas estão os
Percebe-se, no estudo, a prevalência de problemas problemas de comportamento, indisciplina e dificulda-
comportamentais/emocionais desses estudantes, des na interação social com estudantes da mesma faixa
conforme é possível conferir no total das dificuldades, etária. As mães consideram que as queixas escolares
de acordo com suas mães. estão intimamente relacionadas ao fato de o(a)s filho(a)
Já na escala de problemas de relacionamento com s possuírem AH/SD. É imperioso que a escola seja uma
os pares, as mães classificaram como não-padrão. Uma rede de apoio e parceira da família em mapear os
hipótese é que os índices elevados de resultados fora interesses dos estudantes com AH/SD, com vistas ao
do padrão na escala “Problemas de Relacionamento desenvolvimento de suas habilidades superiores. Cabe
com os colegas” podem estar associados com a dinâ- destacar a importância da educação continuada aos
mica, no ambiente escolar. Nesse sentido, o professor professores, a fim de que possam trabalhar com esses
deverá oferecer desafios a esses estudantes e evitar o estudantes de maneira eficaz e inclusiva, para que os
ritmo lento de ensino, reduzindo, assim, o sofrimento mesmos possam desenvolver suas potencialidades.
psicológico ocasionado por repetições excessivas de As mães avaliaram seus filhos dentro da normali-
conteúdos (Winner, 1998; Alencar, 2007; Guenther, dade para as subescalas de sintomas emocionais, pro-

Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24 8


blemas de conduta, hiperatividade e comportamento Dazzani, M. V. M.; Cunha, E. O.; Luttigards, P. M.; Zucoloto, P.
pró-social, e abaixo do esperado, para os problemas de C. S. V.; Santos, G. L. (2014). Queixa escolar: uma revisão
relacionamento com os colegas e total das dificuldades. crítica da produção científica nacional. Psicologia Escolar
e Educacional, 18(3), 421-428.
A literatura confirma que os estudantes com AH/
SD apresentam comportamentos pró-sociais, como, Escribano, M. C. L. (2003). Análisis de Las Características y
por exemplo, estão prontos para ajudar seus compa- Necesidades de Las Famílias com Hijos Superdotados:
nheiros, compartilhar informações (Guenther, 2012), Propuesta y evaluación de um programa de intervención
exibem empatia, espírito de justiça e moral (Winner, psicoeducatica em el contexto famíliar (Tese de Doutorado).
Universidad Complutense de Madrid.
1998), comportamentos os quais estão presentes na
vida desses estudantes desde tenra idade. Fleith, D. S. (2009). Mitos e fatos sobre os superdotados. In
Os pais devem ser ouvidos no processo de sinaliza- Fávero, O. ; Ferreira, W. ; Ireland, T. ; Barreiros, D. (Eds.),
Tornar a educação inclusiva (pp. 199-212). Brasília: Unesco.
ção/identificação e precisam ser parceiros da escola,
para o processo de desenvolvimento desses estudantes, Fleith, D. S.; Alencar, E. S. (2007). Desenvolvimento de talentos
pois eles são, mesmo que não tendo conhecimento e altas habilidades. São Paulo: Artmed.
específico, sem saber nomear, os primeiros a perceber Fleitlich, B. W.; Cortazar, P.G.; Goodman, R. (2000). Questionário
algo “diferente” em seus(suas) filho(a)s. Há que se ter de Capacidades e Dificuldades (SDQ). Revista Infanto, 8(44),
um trabalho colaborativo entre a escola e a família, de 44-50.
sorte que esse processo seja menos problemático e
Freeman, J.; Guenther, Z. C. (2000). Educando os mais capazes:
mais eficiente para o desenvolvimento do estudante, ideias e ações comprovadas. São Paulo: EPU.
sobretudo com AH/SD.
Goodman, R. (1997). The Strengths and Difficulties
REFERÊNCIAS Questionnaire: A research note. Journal of Child Psychology
Alencar, E. M. S. (2001). Criatividade e a educação de and Psychiatry, 38(5), 581-586.
Superdotados. Petrópolis: Vozes.
Goulart, A. M. P. L.; Mori, N. N. R.; Mesti, R. L.; Albuquerque,
Alencar, E. M. S. (2007). Características socioemocionais do R. A.; Brandão, S. H. A. (2016). Altas Habilidades/
superdotado: questões atuais. Psicologia em Estudo, 12 ( Superdotação: Reflexões e Processo Educacional (2a. ed.)
2), 371-378. Maringá: Eduem.
Almeida, M. A.; Capellini, V. L. M. F. (2005). Alunos talentosos: Guenther, Z. C. (2012). Crianças dotadas e talentosas... Não
possíveis superdotados não notados. Educação, 55 (1), as deixem esperar mais! Rio de Janeiro: LTC.
45-64. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Bergamin, A. C. (2018). Enriquecimento curricular na classe Teixeira [INEP]. (2019). Censo da Educação Básica: Sinopse
comum a partir das necessidades de alunos com altas Estatística da Educação Básica - 2018. Brasília: INEP,
habilidades/superdotação (Dissertação de Mestrado em Ministério da Educação.
Docência para a Educação Básica). Universidade Estadual Maia-Pinto, R. R.; Fleith, D. S. (2002). Percepção de professores
Paulista. Faculdade de Ciências, Bauru. sobre alunos superdotados. Estudos de Psicologia,
Brasil. (2008). Política Nacional de Educação Especial na Campinas, 19(1), 78-90.
Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília. Grupo de Pérez, S. G. P. B. (2002). Da transparência à consciência:
Trabalho da Política Nacional de Educação Especial. uma evolução necessária para a inclusão do aluno com
Camargo, B. V.; Justo, A. M. (2013). Iramuteq: Um Software altas habilidades. Trabalho apresentado no 1º Seminário
Gratuito para Análises de Dados Textuais. Temas em Estadual de Inclusão de Pessoas com Altas Habilidades/
Psicologia, 21 (2), 513-518. Superdotados; Seminário de Inclusão da Pessoa com
Necessidades Especiais no Mercado de Trabalho, Vitória.
Carvalho, M. L. D.; Cruz, J. Z. (2017). Por que Escola, Por que
Pérez, S. G. P. B.; Freitas, S. N. (2011). Encaminhamentos
Estudantes sobredotados com insucesso escolar. Educação
pedagógicos com alunos com altas habilidades/
& Realidade, 42 (3),1143-1159.
superdotação na educação básica: o cenário brasileiro.
Conselho Nacional de Saúde [CONEP]. (2012). Resolução nº Educar em Revista, 41, 109-124.
466, de 12 de dezembro. Brasília: CONEP
Ratinaud, P. (2009). IRAMUTEQ: Interface de R pour
Cunha, V. A. B. (2018). Estudantes com indicadores de Altas les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de
habilidades/superdotação e queixas escolares: concepção Questionnaires [Computer software].
de suas mães. (Dissertação de Mestrado em Psicologia do Rech, A. J. D. O.; Freitas, S. N. (2005). O Papel do Professor
Desenvolvimento e Aprendizagem). Universidade Estadual junto ao aluno com Altas Habilidades. Revista Educação
Paulista. Faculdade de Ciências, Bauru. Especial, 25, 1-7.
Cupertino, C. M. B.; Arantes, D. R. B. (Eds.). (2012). Um olhar Renzulli, J. S. (2014). Modelo de enriquecimento para toda
para as altas habilidades: construindo caminhos (2a. ed.). a escola: Um plano abrangente para o desenvolvimento
São Paulo: Secretaria da Educação. de talentos e superdotação. Revista Educação Especial,

Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24 9


27(50), 539-562. alunos superdotados. In Moreira, L. C.; Stoltz, T. (Ed.), Altas
habilidades/Superdotação, talento, dotação e educação.
Rodrigues, M. C.; Campos, A. P. S.; Fernandes, I. A. (2012). Curitiba: Juruá.
Caracterização da queixa escolar no Centro de Psicologia
Aplicada da Universidade Federal de Juiz de Fora. Estudos Serra, H. (2008). NEE dos disléxicos e/ou sobredotados. Saber
de Psicologia, 29(2), 241-252. (e) Educar, Porto, 13, 137-147.

Sabatella, M. L. P. (2008). Talento e Superdotação: problema Serra, H.; Fernandes, A. S. (2015). Será meu filho sobredotado?
ou solução? Curitiba: Ibpex. Porto: Porto Editora.

Sabatella, M. L. P. (2012). Expandir horizontes para Winner, E. (1998). Crianças Superdotadas: Mitos e Realidades.
compreender Porto Alegre, Artmed

Apoio Financeiro: FAPESP e CAPES


Recebido: 23 de dezembro de 2018
Aprovado: 14 de novembro de 2019

Psicologia Escolar e Educacional. 2020, v. 24 10

Você também pode gostar