Aula 1 - Princà - Pios Gerais Da Biosseguranà A

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BIOSSEGURANÇA E NOÇÕES DE

PRIMEIROS SOCORROS
Prof: Madson Santos

AULA 1 – PRINCÍPIOS GERAIS DA BIOSSEGURANÇA


INTRODUÇÃO
• A biossegurança tem um papel muito importante na vida do
profissional da saúde. Ela consiste em um conjunto de normas
cujo objetivo é garantir a segurança do trabalhador, dos
pacientes e do meio ambiente.

• Até pouco tempo atrás, essas normas não existiam, e os riscos


de contaminação eram muito maiores. Com o surgimento do
conhecimento sobre doenças como a AIDS e a hepatite B e
seus métodos de transmissão, a preocupação com a saúde do
profissional da saúde aumentou, levando à criação de normas
e regulamentações sobre o trabalho na área da saúde. Assim,
na prática profissional, uma série de princípios de
biossegurança são aplicados com o objetivo de haver uma
prática profissional mais segura para todos.
BIOSSEGURANÇA

• Biossegurança pode ser entendida como uma série de ações,


procedimentos, técnicas, metodologias e dispositivos com o
objetivo de prevenir, minimizar ou eliminar riscos envolvidos
na pesquisa, na produção, no ensino, no desenvolvimento
tecnológico e na prestação de serviços, os quais podem
comprometer a saúde do ser humano, dos animais e do meio
ambiente, bem como a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
BIOSSEGURANÇA
• A biossegurança tem um papel de extrema importância na
promoção da saúde, tendo em vista que envolve o controle de
infecções para a proteção dos trabalhadores, dos pacientes e
do meio ambiente, de forma a reduzir os riscos à saúde.

• O risco pode ser entendido como uma condição de natureza


biológica, química ou física que pode apresentar dano ao
trabalhador, ao paciente ou ao ambiente. Na área de
atendimento à saúde, os agentes biológicos são os maiores
fatores de risco ocupacional e constituem uma parte
importante das normas de biossegurança. Essas normas
dizem respeito a procedimentos de armazenamento, de
esterilização e de proteção individual e coletiva.
BIOSSEGURANÇA
• A biossegurança praticada é regulamentada pelas normas do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pelas Resoluções da
Agência Nacional de Vigilância em Saúde (ANVISA) e pelo Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
HOSPITAIS HEMOCENTRO

UBS BIOSSEGURANÇA UNIVERSIDADES

INDÚSTRIAS LABORATÓRIO
HISTÓRICO

• O conceito de biossegurança só começou a ser abordado na década


de 1970, com o surgimento da engenharia genética. Na época, foi
realizado um experimento pioneiro na área, em que foi inserido um
gene da produção de insulina na bactéria E. coli. Devido à
repercussão que esse experimento causou, foi realizada a
Conferência de Asilomar, na Califórnia, para debater os riscos da
engenharia genética e a segurança dos laboratórios, quando também
foi debatida a necessidade de contenção para diminuir os riscos aos
trabalhadores.
HISTÓRICO
• A partir dessa conferência, a comunidade científica foi alertada para
a importância da biossegurança no uso dessas técnicas e se viu a
necessidade de criar normas de biossegurança, bem como
legislações e regulamentações para tais atividades. Nessa época, foi
detectada uma série de doenças, como tuberculose e hepatite B, em
profissionais da saúde na Inglaterra e na Dinamarca, reforçando
ainda mais a importância da biossegurança. Devido ao aumento da
circulação de pessoas e mercadorias com o advento da globalização
e da possibilidade do uso de armas biológicas, como vírus e
bactérias em atentados terroristas, a preocupação com a
biossegurança vem crescendo cada vez mais e passando as barreiras
de laboratórios e hospitais.
HISTÓRICO
• Em 1981, com o surgimento da aids e o primeiro registro de contágio
acidental em um profissional da saúde, surgiu, novamente, uma maior
preocupação com a biossegurança. Assim, em 1987, foram estabelecidas
as precauções universais, recomendadas pelo Centers for Disease
Control and Prevention (CDC), de modo a difundir medidas que devem
ser tomadas para evitar o contágio pelos vírus do HIV e da hepatite B.

• No Brasil, a primeira legislação sobre biossegurança surgiu com a


Resolução nº 1 do Conselho Nacional de Saúde, em 1988, quando foram
aprovadas normas em pesquisa e saúde. Entretanto, somente em 1995
essa resolução foi formatada legalmente, com a Lei nº 8.974 e o Decreto
de Lei nº 1.752. Essa lei diz respeito à minimização de riscos em relação
a organismos geneticamente modificados (OGMs) e à promoção da
saúde no ambiente de trabalho, no meio ambiente e na comunidade.
Com essa lei, foi criada a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio), que trata da saúde do trabalhador, bem como do meio
ambiente e da biotecnologia.
HISTÓRICO

• Em 2005, no Brasil, a Lei nº 8.974, de 1995, foi revogada pela Lei nº


11.105/05, a qual institui normas de segurança e métodos de
fiscalização referentes a atividades envolvendo OGMs e derivados,
visando ao resguardo à saúde humana, animal e vegetal, além da
proteção do meio ambiente.. com essa lei, foi criado o Conselho
Nacional de Biossegurança (CNBS).
PRINCÍPIOS DA BIOSSEGURANÇA
• A biossegurança diz respeito a um conjunto
de normas técnicas e equipamentos que
visam à prevenção da exposição dos
profissionais da saúde, dos laboratórios e
do meio ambiente a agentes químicos e
biológicos. Assim, os princípios gerais da
biossegurança envolvem: „
 análise de riscos; „
 uso de equipamentos de segurança;
 técnicas e práticas de laboratório;
 estrutura física dos ambientes de trabalho;
 descarte apropriado de resíduos; „
 gestão administrativa dos locais de trabalho
em saúde.
PRINCÍPIOS DA BIOSSEGURANÇA
• Nesse contexto, a análise de riscos é um aspecto fundamental da
biossegurança, de forma que apenas depois de se analisar os riscos
que a prática clínica de um estabelecimento pode oferecer será
possível pensar nas medidas de biossegurança que devem ser
adotadas. Os tipos de risco se dividem em:

Riscos Físicos

Riscos Biológicos

Riscos de Acidentes

Riscos Químicos

Riscos Ergonômicos
Riscos Físicos

• Consideram-se agentes de riscos físicos as


diversas formas de energia, originadas dos
equipamentos e são dependentes dos
equipamentos, do manuseio do operador ou
do ambiente em que se encontra no
laboratório. Pode-se citar alguns exemplos:
ruídos, vibrações, pressões anormais,
temperaturas extremas, radiações
ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-
som, etc.
Riscos Físicos

• Estufas, muflas, banhos de água, bicos de


gás, lâmpadas infravermelhas, mantas
aquecedoras, agitadores magnéticos com
aquecimento, incubadoras elétricas, fornos
de microondas e autoclaves são os
principais equipamentos geradores de calor.
Suas instalações devem ser feitas em local
ventilado e longe de materiais inflamáveis,
voláteis e de equipamentos termossensíveis.
Riscos Biológicos

• Está associado ao manuseio ou contato


com materiais biológicos e/ou animais
infectados com agentes biológicos que
possuam capacidade de produzir efeitos
nocivos sobre os seres humanos, animais e
meio ambiente.
Riscos Biológicos

Agentes
Biológicos

Vírus Bactérias Fungos Protozoários Parasitas


Riscos Biológicos

Vias de contaminação

Cutânea Digestiva Respiratória

Ingestão de Aspiração de
Ferimentos ou
material ou ar
lesões na pele
alimentação contaminado
contaminada
Riscos de Acidentes

• Considera-se riscos de acidentes qualquer


fator que coloque o trabalhador em situação
de perigo e possa afetar sua integridade e
bem estar físico. São exemplos de riscos de
acidentes: equipamentos sem proteção,
probabilidade de incêndio e explosão, arranjo
físico e armazenamento inadequados, etc
Riscos Químicos

• Consideram-se agentes de riscos


químicos os produtos que possam
penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras,
fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores, ou que, pela natureza da
atividade de exposição, possam ter
contato ou ser absorvido pelo organismo
através da pele ou por ingestão.
Riscos Químicos
• A classificação das substâncias químicas,
gases, líquidos ou sólidos devem ser
conhecidas por seus manipuladores.
Nesse aspecto, tem-se solventes
orgânicos, explosivos, irritantes, voláteis,
cáusticos, corrosivos e tóxicos. Eles
devem ser manipulados de forma
adequada em locais que permitam ao
operador a segurança pessoal e do meio
ambiente, além dos cuidados com o
descarte dessas substâncias
Riscos Ergonômicos
• Considera-se riscos ergonômicos qualquer
fator que possa interferir nas
características psicofisiológicas do
trabalhador causando desconforto ou
afetando sua saúde. Tais riscos referem-se
as condições dos projetos dos laboratórios
como a distância em relação à altura dos
balcões, cadeiras, prateleiras, gaveteiros,
capelas, circulação e obstrução de áreas de
trabalho. Os espaços devem ser adequados
para a execução de trabalhos, limpeza e
manutenção, garantindo o menor risco
possível de choques acidentais.
TIPOS DE RISCOS
FINALIDADE DA BIOSSEGURANÇA
• O objetivo principal da Biossegurança é
criar um ambiente de trabalho onde se
promova a contenção do risco de
exposição a agentes potencialmente
nocivos ao trabalhador, pacientes e meio
ambiente, de modo que esse risco seja
minimizado ou eliminado.

• As contenções de riscos representam-se


como a base da biossegurança e são ditas:
 Primárias
 Secundárias
CONTENÇÃO PRIMÁRIA
• A contenção primária, ou seja, a proteção do trabalhador e do
ambiente de trabalho contra a exposição a agentes infecciosos, é
obtida através das práticas microbiológicas seguras e pelo uso
adequado dos equipamentos de segurança.

• Os equipamentos de segurança agem como barreiras primárias de


contenção de microrganismos, promovendo uma barreira entre o
profissional e o paciente, visando à proteção de ambos.

• Esses equipamentos são classificados como equipamentos de


proteção individual (EPI) e coletiva (EPC).
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL (EPI’S)
• Os EPIs visam à proteção da saúde do trabalhador e sua utilização
é indicada durante o atendimento aos pacientes, enquanto o
profissional estiver em seu local de trabalho. Alguns exemplos de
EPIs são: luvas, jalecos, máscaras, toucas, lençóis descartáveis,
propé e óculos de proteção.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
COLETIVA (EPC’S)
• São equipamentos instalados para garantir a segurança do trabalho
enquanto um grupo de pessoas (trabalhadores) executam uma
determinada atividade ou tarefa.

• No caso dos EPCs, temos esterilizadores, estufas, autoclaves, kit de


primeiros socorros, extintor de incêndio, material para descarte,
incluindo caixas amarelas para perfurocortantes, capelas de exaustão
química, entre outros.

• Os Equipamentos de Proteção Coletiva têm como objetivo: prevenir os


trabalhadores ou qualquer terceiro que esteja transitando pelo
ambiente de qualquer acidente que possivelmente possa ocorrer;
reduzir ou até mesmo anular qualquer risco comum à todos os
colaboradores que o ambiente de trabalho possa fornecer; e por fim,
minimizar perdas e aumentar a produtividade, ao fornecer aos
trabalhadores um local de trabalho mais seguro.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
COLETIVA (EPC’S)
CONTENÇÃO SECUNDÁRIA
• A contenção secundária compreende a proteção do ambiente
externo contra a contaminação proveniente do laboratório e/ou
setores que manipulam agentes nocivos.

• Esta forma de contenção é alcançada:


 adequada estrutura física do local
 rotinas de trabalho, tais como descarte de resíduos sólidos, limpeza
e desinfecção de artigos e áreas, etc.
CONTENÇÃO SECUNDÁRIA
• Todo estabelecimento deve possuir um Manual de Rotinas e
Procedimentos, o qual deve abordar as rotinas de trabalho e as
recomendações sobre as atividades executadas. Nesse sentido, é
recomendado que o manual aborde questões como a higienização dos
ambientes, as recomendações sobre os produtos utilizados e as
orientações sobre os processos de esterilização que devem ser feitos.

• No caso da estrutura física do local de trabalho, devem ser seguidas


uma série de normas sobre o ambiente de trabalho, em que a estrutura
do estabelecimento deve ser elaborada com a participação de
especialistas, de forma a garantir a segurança dos trabalhadores e dos
pacientes. A Anvisa possui um manual com diversas recomendações
sobre a estrutura de um local de serviços de estética, que abordam as
instalações elétricas e sanitárias, bem como as instalações de água e
esgoto e as normas sobre os diversos ambientes no local.
CONTENÇÃO SECUNDÁRIA
• O descarte de resíduos é de extrema importância quando se trata de
produtos químicos e materiais biológicos que podem contaminar o
meio ambiente. Assim, o descarte apropriado deve seguir normas com
bases científicas, técnicas, normativas e legais no sentido de minimizar
o risco de contaminação local e do meio ambiente, bem como no
sentido de diminuir a produção de resíduos.

• Os resíduos gerados pelo serviço em saúde devem ser devidamente


encaminhados, coletados e transportados até o local de finalização,
respeitando a classificação adequada de acordo com a Anvisa e com o
Conama, em que o uso de latas de lixos e sacos plásticos apropriados
são imprescindíveis. Dessa forma, o estabelecimento deve apresentar
um Plano de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde
(PGRSS), o qual deve incluir medidas de separação, armazenamento,
identificação, transporte, coleta, entre outras.
CONTENÇÃO SECUNDÁRIA
• A gestão administrativa dos locais de saúde é fundamental para
que os princípios citados acima sejam cumpridos. Esse setor é
responsável pelo levantamento dos agentes químicos e biológicos
manipulados no estabelecimento, bem como das rotinas e técnicas
utilizadas, do gerenciamento de resíduos e da infraestrutura do
local. A gestão administrativa também deve identificar os riscos
que o serviço apresenta e avaliar o nível de contenção e as ações de
biossegurança que devem ser realizadas.
OBRIGADO!!
REFERÊNCIAS
• http://plone.ufpb.br/ldb/contents/paginas/principios-de-
biosseguranca

• https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biolog
ia/principios-da-biosseguranca/32476

• https://www.scielo.br/j/cr/a/psYvv5Tr3qRKz6DpSG9LN8L/?lang
=pt

• file:///C:/Users/win-
7/Downloads/9788595024021_Amostra%20(3).pdf

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