Educação Contemporânea Realidade, Possibilidades e Desafios.
Educação Contemporânea Realidade, Possibilidades e Desafios.
Educação Contemporânea Realidade, Possibilidades e Desafios.
EDUCAÇÃO
CONTEMPORÂNEA:
R EALIDADE , POSSIBILIDADES E DESAFIOS
2022
© Dos Organizadores - 2022
Editoração e capa: Schreiben
Imagem da capa: Inkong - Freepik.com
Revisão: os autores
Conselho Editorial (Editora Schreiben):
Dr. Adelar Heinsfeld (UPF)
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Dr. Deivid Alex dos Santos (UEL)
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Dr. Eduardo Ramón Palermo López (MPR - Uruguai)
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DOI: 10.29327/5135608
CDU 37
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.......................................................................................5
Paula Mason | Marcilení dos Santos
METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
E LITERATURA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
E NO ENSINO MÉDIO: MIRANDO AS POSSIBILIDADES......................6
Antonio Artur Silva Cantuário
EM AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA, O CHAMADO ÀS
AVENTURAS.............................................................................................14
Sônia da Rocha
A PRÁTICA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO UM
COMPONENTE INDISPENSÁVEL PARA A FORMAÇÃO DOCENTE.....32
Larissa Barbosa de Freitas | Gleiciane Oliveira Lopes
José Deomar de Souza Barros
A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA A
FORMAÇÃO DOCENTE..........................................................................42
Gleiciane Oliveira Lopes | Larissa Barbosa de Freitas
José Deomar de Souza Barros
EDUCAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES COLETIVAS
POR MEIO DA AÇÃO POLÍTICA: UMA ANÁLISE DO COLETIVO
LUTAS E CORES.......................................................................................52
Émerson Silva Santos | Allene Lage
QUESTÕES RACIAIS: HISTÓRIA, EDUCAÇÃO, PERSPECTIVAS,
DESAFIOS E O MUNDO DA CRIANÇA PRETA.....................................63
Simone Helen Drumond Ischkanian | Alcione Santos de Souza
Vinicius Guiraldelli Barbosa | Rita de Cássia Soares Duque
Gladys Nogueira Cabral Eliana Drumond de Carvalho Silva
AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS EM BENEFÍCIO DO
EDUCANDO: UMA PROPOSTA DE ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES
EM UNIDADES EDUCACIONAIS............................................................72
Selma Barbosa Wolff
OS IMPACTOS DO DIAGNÓSTICO TARDIO DO AUTISMO.................79
Tayna Santos Presotti | Cristina Hill Fávero
INFÂNCIA E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA EM CENA:
OLHARES PLURAIS NA ARTE DE EDUCAR.........................................89
Simone Helen Drumond Ischkanian | Alcione Santos de Souza
Vinicius Guiraldelli Barbosa | Rita de Cássia Soares Duque
Sandro Garabed Ischkanian | Adriana Alves de Lima
CONSTRUÇÃO DE UM OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA O
DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO ALGÉBRICO NO
ENSINO DE MATEMÁTICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA ..................98
Josiane dos Santos de Medeiros | Vanderleia Benedet Reus
Herculano Henriques Chingui Chitungo | Giovani Mendonça Lunardi
Márcia Leandro Benedet
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA: SOU PRETO E EU ÍNDIO,
POSSIBILIDADES, (IN) OU (EX) CLUSÃO, TECNOLOGIAS, SAÚDE,
DIREITOS CONSTITUCIONAIS, DESAFIOS E AVANÇOS
SÓCIO-CULTURAIS................................................................................123
Simone Helen Drumond Ischkanian | Gladys Nogueira Cabral
Marília da Silva Lima | Rodrigo da Vitória Gomes | Marli Balta Ferreira
Ana Luzia Amaro dos Santos | Alcione Santos de Souza
ABORDAGEM DOS GÊNEROS DIGITAIS NO ENSINO MÉDIO E
FUNDAMENTAL: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO ......133
Carla Cristiane Boita | Marcileni dos Santos | Ana Paula Uliana Mason
Luciane da Rosa dos Santos | Fernando José Spanhol
NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO:
INOVAÇÕES, POSSIBILIDADES E EDUCAÇÃO ..................................144
Luciane da Rosa dos Santos | Marcileni dos Santos
Ana Paula Uliana Mason | Carla Cristiane Boita | Fernando José Spanhol
GESTÃO DE TECNOLOGIA, INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO................151
Andréia Brognoli Darôs | Josimara Rodrigues da Rosa
Fernando José Spanhol | Marcileni dos Santos
A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E
PARTICIPATIVA NO CONTEXTO ESCOLAR.......................................164
Érika de Carvalho Silva | Thenner Freitas da Cunha
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E INTELIGÊNCIA SOCIAL:
COMO LIDERAR COM SENSIBILIDADE, EFICÁCIA E
EMPREENDEDORISMO NO MUNDO DAS EMOÇÕES......................176
Simone Helen Drumond Ischkanian | Marília da Silva Lima
Juliana Balta Ferreira | Ana Luzia Amaro dos Santos
Alcione Santos de Souza | Adriana Alves de Lima
APRESENTAÇÃO
Paula Mason
Marcilení dos Santos
5
METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE LÍNGUA
PORTUGUESA E LITERATURA NOS ANOS FINAIS
DO ENSINO FUNDAMENTAL E NO ENSINO MÉDIO:
MIRANDO AS POSSIBILIDADES
Antonio Artur Silva Cantuário1
Notas Introdutórias
valores éticos e morais, com a escolha dos clássicos literários. Em suma, não ha-
via uma preocupação pedagógica do ponto de vista das metodologias de ensino.
Com os avanços do setor gráfico, da chegada ao Brasil dos estudos de
Letramento (KATO, 1986) e das reformulações pela qual vinha passando o ensino
(criação do PNLD, PCN, PCN+), as reflexões que já estavam sendo gestadas nas
universidades começaram a adentrar as escolas, ainda que de forma tímida. O livro
“O texto na sala de aula” organizado por Geraldi (1984) é considerado um marco
importante no que concerne ao ensino da língua materna, sobretudo porque faz
chegar às universidades e cursos de formação continuada, à época, as compreensões
sobre os objetivos da disciplina de língua portuguesa, o papel do texto na sala de
aula e as concepções de linguagem que deveriam assegurar o trabalho professoral
nas aulas de português e o tipo de sujeito que se tencionava formar.
Para tratar, pois, das metodologias interativas no quadro do ensino de
língua portuguesa e de literatura, assume-se, conforme Geraldi (1984), Traváglia
(2009), Kleiman (2006) entre outros a concepção de língua e linguagem enquan-
to prática social situada nos diferentes usos, contextos e interlocutores em que o
sistema linguístico é social e ganha sentido em situações autênticas de produção
de texto em gêneros de diferentes esferas de atividade humana.
Por que é importante destacar esse pressuposto? Pois é a partir do modo
como o professor mobiliza saberes teóricos, articula-os e organiza-os , por exem-
plo, concebendo uma perspectiva sociointeracionista, que os planejamentos e
as consequentes metodologias de ensino serão corporificadas nas agendas de
estudo de língua portuguesa e literatura que visem à formação da competência
comunicativa dos educandos (MARCUSCHI, 2008) e de leitores críticos e profi-
cientes em sua língua (SOLÉ, 2002). Defende-se, portanto, que para utilizar me-
todologias eficazes no ensino, é necessário assumir a prática como ponto de par-
tida para a elaboração de aulas interativas, isto é, das metodologias interativas.
E o que são metodologias interativas? O termo, em decorrência do en-
sino pandêmico e das repercussões do trabalho escolar remoto, parece situar
uma abordagem nova, inovadora do ponto de vista instrumental. No entanto,
em outros contextos históricos de guerras e pandemias, a prática de algumas
metodologias interativas já era testada, por exemplo, no ensino domiciliar e na
inclusão do formato híbrido. As metodologias interativas são possibilidades
estratégicas e dinâmicas que enquadram o trabalho solidário, participativo,
integrador e flexível quando o interesse pedagógico está calcado em uma pers-
pectiva construtivista. Por isso, ao conceber uma ou mais metodologias ativas
na sala de aula, professor e escola assumem uma postura avaliativa no como o
aluno é possível que um objeto de ensino seja didatizado, tornando alcançável
o objetivo de ensino.
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
A pedagogia de projetos
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Referências
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pedras no caminho. São Paulo, Parábola Editorial, 2007.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução: Maria Ermantina
Galvão G. Pereira. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa.
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
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EM AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA, O
CHAMADO ÀS AVENTURAS
Sônia da Rocha1
Introdução
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Desenvolvimento
Primeiros passos…
visita à sala de leitura, onde os alunos acessaram a obra pela primeira vez. Mas,
como este ambiente não dispunha de um espaço propício à atividade de leitura,
saímos à procura de um espaço acolhedor e aconchegante para dar início as
nossas aventuras e, para nossa surpresa, este espaço estava bem perto de nós, na
área externa, ao lado da nossa sala de aula, sob a copa de uma árvore, conforme
podemos ver no registro fotográfico que segue:
Foi nesse lugar simbólico, com todos acomodados em círculo, que folhea-
mos o livro à vontade, levantamos hipóteses sobre os temas a partir da leitura
dos títulos de cada capítulo, analisamos a capa do livro, conversamos sobre o
autor e, finalmente, escolhemos um capítulo para ler de maneira expressiva e
dinâmica. O capítulo escolhido foi “A disputa”. Devo confessar que se tratou de
uma escolha induzida. Era o menor texto do livro, apenas quatro páginas, além
disso trazia uma abordagem temática instigante (...futebol é coisa de menino?!)
com potencial para gerar um debate em sala de aula e motivar outras leituras.
Alguns alunos afirmaram que ficaram curiosos para saber se as próximas histó-
rias tinham a “mesma pegada”.
Na narrativa escolhida, a professora foi chamada para revolver um conflito
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Realidade, possibilidades e desafios
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
sobre o que pode ter contribuído para esse resultado, vejamos algumas: desin-
teresse pela obra, falta de domínio do processo de decodificação do código lin-
guístico, dificuldade de compreensão do gênero textual, não identificação com
temática e/ou o gênero textual e, provavelmente, outras razões que desconheço.
Também não me aprofundei nesse levantamento, mas considero uma atividade
relevante e em outra oportunidade devo investigar melhor. É importante desta-
car que nesse contexto, o propósito nunca foi uma leitura impositiva. A ideia
inicial seria uma leitura guiada na sala de aula apenas para oportunizar o pri-
meiro contato com a obra. Embora, hoje, reconheço que a leitura de apenas um
capítulo na sala de aula foi insuficiente. Deveria ter dedicado mais tempo para
essa finalidade, afinal, a leitura é a prática de linguagem mais importante quan-
do se trata de campo artístico-literário, ou deveria ser.
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
foi preciso aprofundar-se no estudo do gênero porque ele foi tema de aula na
unidade anterior, não cabendo nesse momento um aprofundamento, apenas um
espaço de revisão e consolidação da aprendizagem.
Conforme justifiquei no parágrafo anterior, não houve necessidade de
mais estudos sobre o gênero discursivo, porque o gênero HQ foi foco do capítulo
“História em quadrinhos: imagens e palavras em ação” do livro didático “Se liga
na Língua”, de Ormundo e Siniscalchi, de 2018, adotado pela rede municipal de
ensino. De acordo com as orientações do manual do professor, a HQ revela-se
como um gênero produtivo para o desenvolvimento da habilidade de leitura,
sobretudo no que tange à exploração de efeitos de sentido produzidos por alguns
dos recursos de linguagem. Além de favorecer a ampliação da capacidade de
inferir e justificar efeitos de humor. Nesse sentido, foram trabalhados em sala
de aula os recursos estruturais, estilísticos e discursivos próprios do gênero HQ.
Cada atividade desenvolvida desencadeou outra. Ou seja, as pesquisas
sobre a biografia culminaram em uma exposição de cartazes com uma linha
do tempo sintética sobre a vida e obra do autor. Os debates resultaram em um
Bate-papo interativo com um ex-conselheiro tutelar (Sr. Marciel Ferreira – atual-
mente Articulador Educacional na referida escola) para tratar principalmente
das temáticas abordadas no capítulo Onde está Paloma?, narrativa que trata de
forma implícita sobre evasão escolar e o trabalho infantil. Buscamos com essa
atividade promover um momento de troca em que estudantes opinaram sobre os
temas e tiraram dúvidas sobre o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.
A seguir o registro em imagens desse momento singular:
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Encerrando as aventuras …
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
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ANA PAULA ULIANA MASON | MARCILENÍ DOS SANTOS (ORGANIZADORAS)
Antes da finalização dos trabalhos, propus uma última aula para o com-
partilhamento das produções textuais e um ensaio geral da dramatização tendo
como espectadores o(a)s colegas de turma. No final, abrimos um espaço de es-
cuta para que comentassem o que acharam da atuação e dos textos dos colegas.
Dessa forma, buscamos promover um momento de troca, em que os alunos e
as alunas puderam opinar e dar respostas aos textos e encenação do(a)s colegas
autores(as), atores e atrizes, colocando-se na posição de interlocutores. Esse mo-
mento também se configurou como espaço de reflexão e serviu para cada aluno
avaliar o seu próprio desempenho nas aventuras, considerando aspectos como
participação, envolvimento nas atividades propostas e, principalmente, sobre sua
experiência com a leitura literária e o aprendizado adquirido na e através dela.
(...) foi uma experiência ótima, depois disso posso dizer que comecei a ler livros(...)Aluna “A”
“Eu achei uma atividade bem atrativa, a qual eu consegui descobrir um talento de atuar e
depois desse projeto eu achei mas interesse em ler. Comecei a ler bem melhor (...) Aluna - B
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
(...). Eu não tenho palavras pra descrever o quanto essa apresentação foi maravilhosa
pra mim. Com essa apresentação eu descobri um talento extraordinário a atuação, eu me
surpreendi muito (...)
Aluna “C”
Algumas considerações
Referências
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nhos. [S. l.]: Globo Kids, 2018. 96 p.
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so em: 01 ago. 2021.
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produção de texto e linguagem: manual do professor. 1ª Ed. São Paulo: Edi-
tora Moderna, 2018.
PERES, Paula. Ana Maria Machado: Eu devo minha carreira de escritora aos
professores: Autora relembra carreira de 50 anos e fala sobre o papel da Lite-
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
ratura na Educação. Nova escola, [s. l.] 12 set. 2019. Disponível em: https://
novaescola.org.br/conteudo/18326/ana-maria-machado-eu-devo-minha-car-
reira-de-escritora-aos-professores. Acesso em: 29 ago. 2022.
TAKADA, Paula. Teresa Colomer: “Literatura não é luxo. É a base para a cons-
trução de si mesmo”. Nova escola, [S. l.], n. 274, p. [S. l.], 1 ago. 2014. Disponí-
vel em: https://novaescola.org.br/conteudo/928/teresacolomer-literatura-nao-e-
-luxo-e-a-base-para-aconstrucao-de-si-mesmo. Acesso em: 26 ago. 2022.
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A PRÁTICA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO
UM COMPONENTE INDISPENSÁVEL PARA A
FORMAÇÃO DOCENTE
Larissa Barbosa de Freitas1
Gleiciane Oliveira Lopes2
José Deomar de Souza Barros3
Introdução
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
inicial da carreira possui uma relevância muito grande na sua história profissional.
Os primeiros cinco anos marcam o início da carreira do profissional, é onde ele
enfrenta vários dilemas, como: conduzir o processo de ensino e aprendizagem
levando em consideração as etapas de desenvolvimento dos seus alunos e o con-
teúdo a ser ministrado, problemas com a disciplina e com a organização da sala
de aula. É neste momento, que o professor percebe que deixou de ser estudante e
que caiu sobre seus ombros uma responsabilidade profissional (SOUZA, 2009).
alunos estão aprendendo e se interessando cada vez menos pelos conteúdos, o que
acarreta uma sensação de frustação nos professores. Essa crise na educação científi-
ca se dá por diferentes motivos, como: a falta de metas dos professores com a sala de
aula, muitas demandas educacionais associadas aos professores, tornando o traba-
lho cansativo, além da oferta educacional e da falta de estrutura que algumas escolas
possuem. Portanto, essas defasagens na educação brasileira desmotiva o estudante e
torna o incentivo à pesquisa uma realidade distante no ensino.
Nessa mesma direção, os desafios no ensino de ciências na atualidade
podem ser listados desde a formação de professores até à dificuldade que esses
docentes possuem em criar e abordar uma didática eficiente na educação cien-
tífica. Os educadores no Brasil possuem baixa remuneração e altas jornadas de
trabalho, o que implica diretamente na qualidade do desenvolvimento de sua
profissão, pois um professor com demandas acumuladas, não possui tempo sufi-
ciente para preparar boas aulas, corrigir trabalhos e ainda investir em sua própria
formação (MARTINS, 2005).
Portanto, é necessário discutir a utilização de novas abordagens para o en-
sino de Ciências e estimular os docentes a refletirem sobre algumas concepções
a respeito da educação, da ciência e da tecnologia, com a finalidade de formar
cidadãos com um maior e melhor entendimento das implicações e das aplicações
da educação científica (VIECHENNESKI; LORENZETTI; CARLETTO, 2012).
Considerações finais
o curso de licenciatura.
Diante dessa realidade, os professores se sentem desmotivados e tendem
abordar o ensino de Ciências, ainda, de forma monótona, apesar de ela possuir
diferentes tipos de abordagens, visto que é uma disciplina que pode ser bastante
explorada e utilizar diversas metodologias inovativas durante as aulas. Sob esse
viés, é imprescindível que os cursos de licenciaturas reforcem essa necessidade
de se reinventar diante de tais dificuldades, com o fito de contribuir para um
processo de ensino e aprendizagem eficaz e de qualidade.
Referências
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diada pelo estágio supervisionado. Atos de pesquisa em educação, v. 6, n. 2, p.
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A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PARA A FORMAÇÃO DOCENTE
Gleiciane Oliveira Lopes1
Larissa Barbosa de Freitas2
José Deomar de Souza Barros3
Introdução
de conteúdos pelo uso do adestramento, fazendo com que sejam formados me-
morizadores e repetidores de informações, que muitas vezes, fogem da realida-
de do aluno. Logo, é importante que haja a modificação de pensamento, onde a
profissão professor está associada apenas à atuação técnica e mecanizada, onde
processos práticos e teóricos não caminham juntos (LEITE, 2011).
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
Considerações finais
Referências
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FREIRE, A. M. Concepções orientadoras do processo de aprendizagem do
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GATTI, B. A. A formação inicial de professores para a educação básica: as
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
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EDUCAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES
COLETIVAS POR MEIO DA AÇÃO POLÍTICA:
UMA ANÁLISE DO COLETIVO LUTAS E CORES
Émerson Silva Santos1
Allene Lage2
Introdução
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
4 Essa formação foi realizada 15 de novembro de 2014 na sede do Sindicato dos Professores
de Pernambuco (SINPRO) em Caruaru, sendo ministrada pelo ativista Rafael Vieira mes-
tre em Educação Contemporânea pela Universidade Federal de Pernambuco (FEITOSA e
SANTOS, 2016).
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Fonte: www.facebook.com/lutasecores.
Fonte: www.facebook.com/lutasecores.
Considerações finais
perspectiva política do Lutas e Cores também são, por si só, importantes ações
educativas que sinalizam para construção de uma sociedade livre de qualquer
forma de discriminação. A construção de identidades coletivas também ocorre
simultaneamente aos processos educativos na atuação política do Coletivo.
Os desafios impostos a essa forma de ação coletiva são inúmeras. O en-
frentamento ao preconceito e a discriminação não é uma tarefa menos árdua
mesmo quando se atua coletivamente. A sociedade e suas instituições ainda são
espaços de difusão da violência e da intolerância contra os sujeitos dissidentes
das normas hegemônicas de gênero e de sexualidade. Todavia, a atuação polí-
tica de organizações que integram o Movimento LGBT, a exemplo do Coletivo
Lutas e Cores, contribuí efetivamente para o enfretamento da discriminação.
Finalmente, cabe destacar a importância da ampliação da realização de
pesquisas no campo da educação que explorem ainda mais os processos educa-
tivos promovidos pelas organizações que compõe o Movimento LGBT. Como
foi possível observar no presente estudo, a educação é um fundamento político e
epistemológico utilizado por esses movimentos para atuar na luta por cidadania,
respeito e igualdade.
Referências
FEITOSA, Cleyton; SANTOS, Émerson Silva. Estratégias Educativas do Mo-
vimento LGBT em Caruaru: um relato de experiência das ações do Coletivo
Lutas e Cores. In: Seminário Internacional do Observatório dos Movimentos
Sociais na América Latina: educação, gênero e sexualidade na América Latina,
2, 2015, Caruaru/PE. Anais... 2016a. v.1 p. 192-2010. Disponível em: https://
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FEITOSA, Cleyton; SANTOS, Émerson Silva. Participação Social da Popu-
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Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Revista Perspectivas em Políticas
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LAGE, Allene. Educação e movimentos sociais: caminhos para uma pedago-
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MELUCCI, Alberto. Getting Involved: identity and mobilization in social move-
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MELUCCI, Alberto. Challenging Codes: Collective action in the information
age. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela Mão de Alice: o social e o político na
Pós-Modernidade. São Paulo: Cortez, 1999.
61
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
62
QUESTÕES RACIAIS: HISTÓRIA, EDUCAÇÃO,
PERSPECTIVAS, DESAFIOS E O MUNDO DA
CRIANÇA PRETA
Simone Helen Drumond Ischkanian1
Alcione Santos de Souza2
Vinicius Guiraldelli Barbosa3
Rita de Cássia Soares Duque4
Gladys Nogueira Cabral5
Eliana Drumond de Carvalho Silva6
1. Introdução
2. Desenvolvimento
64
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
E quando se trata desse assunto tão importante e tão pouco discutido, faz-se
necessário primordialmente debatê-lo nas salas de aula, pois a educação é um dos
meios com que podemos minimizar e, ou acabar com as práticas discriminatórias
65
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
A criança preta sofre um risco maior desde a concepção até o seu nasci-
mento. Durante os primeiros anos de vida, ela passa por inúmeras violências.
Porém, esta que deveria ser a fase mais importante para sua aprendizagem, seu
desenvolvimento físico e psicológico se torna muito frágil. Para a criança preta,
a violência e os riscos à sua existência são promovidos pelo mesmo estado que
deveria protegê-las. E nem mesmo as leis são eficazes para impedir que essas
crianças sofram contra o preconceito. “E ainda mais, sofram com as inúmeras
opressões e dificuldades da vida cotidiana” (GUEDES, 2021).
66
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
com seus traços, sua cor, sua existência, ainda há uma luta contra a negação de
seus direitos. Essa dificuldade para o exercício de sua cidadania acontece desde
a primeira infância, por isso, o crescimento e sobrevivência ficam comprometi-
dos. Vale lembrar que crianças pretas não são apenas números, mas vidas em
constante formação. É injusto que o simples fato de viver se torne uma batalha
desigual para as crianças pretas. “Crianças negras enfrentam desafios e desigual-
dades antes mesmo de conhecerem o mundo” (CABRAL, 2022).
67
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
2.6 Um corpo negro que nasce marcado pelo racismo (site Lunetas)
tem vergonha de parir alguém tão feio, não? A sua filha é horrorosa”. Quando
rebobina o filme de sua história, Vania enfatiza que as tais vivências ligadas à
agressividade racista se multiplicaram de maneira subliminar e com muitos re-
quintes ao longo de toda a sua infância.
Vania diz não saber nomear ou apontar um por um os diversos traumas
abertos quando ainda era menina, mas se considera até hoje uma pessoa que
assume, muitas vezes, uma postura defensiva e desconfiada, como se precisasse
prestar conta o tempo todo. “Eu acreditei por muitos anos que eu era, de verda-
de, da minha família de convívio.
A vida poderia ser mais relaxada, porém é um estado permanente de aten-
ção e vigilância, isso é bem cansativo e estressante.
O racismo abre buracos que nos adoecem em muitas dimensões. Lembro
das amigdalites de repetição e das dermatites de contato, fiéis companheiras da
minha infância. E das doenças autoimune, gatilhos e descobertas de sequelas
invisíveis da vida adulta.” A jornalista buscou ajuda psicológica na adolescên-
cia, num centro público de saúde mental, para tentar lidar melhor com suas
indignações e revoltas, um processo que durou 10 anos. A terapia e o teatro
foram espaços onde ela pôde trabalhar melhor as suas angústias, raivas, medos e
dúvidas. Através da arte ela viu um novo mundo de possibilidades e de pessoas
que buscavam uma vivência mais diversa, aberta e respeitosa. Foram encontros
essenciais para forjar e fortalecer a mulher que Vania é hoje.
Em casa, com o filho José, 6, ela busca ser atenta, pois acredita que a
atuação do racismo e de suas ferramentas é tão veloz que mesmo uma criança
na sua primeira infância, antes de ler o mundo da gramática, já sabe ler o mundo
dos padrões estéticos eurocêntricos. “Investimos em mais literatura negra e no
dia a dia aumentamos o diálogo sobre respeito e diferenças. Vania frisa que ain-
da acha pouco porque a ausência de negritude nas professoras de ensino infantil,
nos colegas, na TV, nos desenhos, nos quadrinhos, nos consultórios médicos.
2.7 Consequências do racismo à saúde mental e física das crianças (site Lunetas)
3. Considerações finais
Referências
GUEDES, Gabriela. Vidas Negras Importam Mãe Atípica Preta. Disponível
em: https://omundoautista.uai.com.br Acesso em: 14 de Nov. 2022
LUTENAS. Entrevistas com Vania Dias e Manuela Rocha. Disponível em:
https://lunetas.com.br/efeitos-racismo Acesso em: 14 de Nov. 2022
SILVA, Ana Célia. A representação social do negro no livro didático: o que
mudou? Por que mudou? Salvador. Edufba. 2011
SBARDELOTTO, Moisés. Ubuntu, uma “alternativa ecopolítica” à globali-
zação econômica neoliberal. Revista do Instituto Humanitas Unisinos On-Li-
ne., ed. 33, 6 dez 2010.
71
AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS EM BENEFÍCIO
DO EDUCANDO: UMA PROPOSTA DE ROTAÇÃO
POR ESTAÇÕES EM UNIDADES EDUCACIONAIS
Selma Barbosa Wolff1
1. Introdução
uma ideia de que não existe uma forma única de aprender e que a aprendizagem
é um processo contínuo” (BACICH, 2016, p. 680).
Sendo assim, o ensino híbrido pode ser de vertente sustentada ou de ver-
tente disruptiva, onde a opção sustentada é inventar uma solução híbrida que dê
aos educadores,
“o melhor dos dois mundos” — isto é, as vantagens do ensino online com-
binadas a todos os benefícios da sala de aula tradicional. A opção disrupti-
va é empregar o ensino online em novos modelos que se afastem da sala de
aula tradicional, e foquem inicialmente nos não consumidores que valori-
zem a tecnologia pelo que ela é — mais adaptável, acessível e conveniente.
Definir se algo é disruptivo ou sustentado é importante porque, no final,
as disrupções quase sempre se tornam boas o suficiente para atender às
necessidades dos clientes tradicionais, que as adotam encantados com as
novas propostas de valor que elas oferecem. Em outras palavras, os mode-
los disruptivos quase sempre suplantam os modelos sustentados no longo
prazo (CHRISTENSEN, HORN e STAKER, 2013, p. 26).
76
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
3. Conclusão
Referências
ANDRADE, M. do C.; SOUZA, P. R. Modelos de Rotação do Ensino Hí-
brido: estações de trabalho e sala de aula invertida. E-Tech: Tecnologias para
Competitividade Industrial. v. 9, n. 1, p. 03-16. Florianópolis: SENAI, 2016.
BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. M. (org.). Ensino híbrido:
personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.
BACICH, Lilian. Ensino Híbrido: Proposta de formação de professores para
uso integrado das tecnologias digitais nas ações de ensino e aprendizagem.
77
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
78
OS IMPACTOS DO DIAGNÓSTICO
TARDIO DO AUTISMO
Tayna Santos Presotti1
Cristina Hill Fávero2
1. Introdução
80
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
2. Referencial Teórico
2.1 História e causas do autismo
81
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
As causas para o TEA ainda não são totalmente conhecidas, existem al-
guns estudos que sugerem que podem ser fatores genéticos, hereditários e am-
bientais que estão mais relacionados com o desenvolvimento do transtorno. Um
artigo recente, publicado na revista paulista de pediatria realizou um estudo de
caso, entrevistando 253 mães, todas elas tinham filhos diagnosticados com TEA
por laudo médico, confirmado pela Associação Norte Mineira de Apoio ao
Autista ou por clínicas especializadas.
O estudo identificou a presença de mecônio no líquido amniótico durante
a cesárea. Sendo assim, a presença dessa substancia estaria associada a presença
do TEA nas crianças. Segundo os pesquisadores “A presença de mecônio no
líquido amniótico, cesárea de emergência e mais de um evento de parto desfa-
vorável são fatores que devem ser considerados nos estudos sobre a etiologia do
transtorno autístico.” (SILVA et al, 2022.)
O diagnóstico do TEA é feito através de uma série de testes clínicos, seja
desde a conversa dos pais até a observação do comportamento da criança. O
espectro é um transtorno complexo e possui diferentes graus e severidade, sendo
assim é muito importante que o diagnóstico seja feito com muita cautela e com
responsáveis especializados, e também o quanto antes. O diagnóstico tardio se
torna um problema ainda maior, tanto para o indivíduo, quanto para a família.
Nas últimas duas décadas, estudos têm buscado identificar a idade do
reconhecimento dos primeiros sintomas (IRPS) do TEA, através de entrevis-
tas realizadas com os pais de crianças diagnosticadas com esse transtorno.
Resultados mostram que os primeiros sintomas no desenvolvimento tendem a
ser percebidos pelos pais durante os dois primeiros anos de vida. (ZANON,
SILVA, BACKES, e BOSA, 2014). Os pais são os primeiros a ter contato e saber
se o filho precisa ou não de uma ajuda melhor. Muitas vezes quando o filho de-
mora para começar a andar, muitos pais acreditam que isso seja uma fase e que
se deve respeitar o tempo do filho, porém vai muito além disso. Deve-se observar
que por trás de cada atraso na fala, de cada estranhamento no desenvolvimento,
cada fase de desenvolvimento tem sua idade, quando passa essa idade e a crian-
ça não desenvolveu o que era previsto para aquela idade, é necessário um olhar
mais rigoroso e buscar auxílio.
Cabe aos pais compreender, portanto, as reais necessidades do seu filho e
82
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
aceitar principalmente suas diferenças, para que possam deixar de lado o medo
de serem inadequados, buscando auxílio e informação a respeito da sua con-
dição. Assim, quanto mais cedo a criança for tratada e diagnosticada, maiores
serão as chances de seu desenvolvimento acontecer da melhor forma possível.
No entanto, por vezes, na prática sabe-se que não ocorre de forma apropriada.
(ONZI, GOMES, 2015).
específico para cada criança. Esse impacto depende da idade, do grau de déficit
cognitivo, da presença ou não de linguagem e da gravidade dos sintomas gerais
da criança (BOSA, 2006).
Para diagnosticar que uma criança é autista, vários critérios são utilizados
sucessivamente para que não se tenha um falso diagnostico e a síndrome não seja
confundida com outro tipo de síndrome ou distúrbio parecido. No Brasil o diag-
nóstico do autismo oficial é organizado pelo CID-10 é disposto pelos ‘’Transtornos
Globais do Desenvolvimento’’ sendo ‘’F84.0’’ o do Transtorno autista (SANTOS,
C. R. D. et al, 2018). Por isso a importância de se procurar bons profissionais para
auxiliar no acompanhamento, não só do indivíduo, mas também para acompa-
nhar a família durante o processo de médico e educacional, pois os mesmos ne-
cessitam de auxílio para poder aceitar com mais clareza, saber lidar de uma forma
positiva com o diagnóstico. Só assim, com um atendimento interdisciplinar, será
possível ter evolução no percursso de educacional do individuo.
Segundo Jendreieck Oliveira (2014), quando os pais não percebem “algo
estranho “e não encaminham o filho para o pediatra, os professores percebem
que há algum problema e dessa forma, contatam os pais. Porém muitos pro-
fissionais encontram dificuldade de realizar um diagnóstico precoce. O autor
cita algumas dificuldades encontradas, depois de entrevistar alguns profissio-
nais, como: dificuldade de conhecer melhor a criança e a família, uma vez que
as consultas são muito curtas e o ambiente do consultório é muito diferente do
ambiente ao qual a criança está acostumada; a falta de maior conhecimento da
família sobre o autismo; a necessidade de observar a criança por mais tempo;
a falta de elementos importantes para o se analisar o caso na entrevista com os
pais; a demora na realização dos exames; a existência de diferentes graus de
comprometimento dentro do espectro autista; a necessidade de avaliação dife-
renciada; a necessidade de cuidado ao informar a família sobre o diagnóstico.
O trabalho escola, família e médicos deve ser em conjunto, os pais não de-
vem se desestruturar ao receber o resultado final, uma família desestruturada di-
ficilmente contribuirá para o acompanhamento da criança autista. (OLIVEIRA,
2014). Os profissionais podem orientar os pais a observar o comportamento do
filho em casa e também procurar mais formação na área, a fim de se aprofundar
mais e conhecer mais sobre o transtorno.
Por isso, considera-se que práticas que possibilitem conhecer melhor o
indivíduo e sua família, como consultas mais prolongadas e frequentes, con-
versas com os professores e também as práticas interdisciplinares e supervisão
com seus colegas mais experientes nesses transtornos, poderão auxiliar muito no
trabalho. (OLIVEIRA, 2014).
Existe uma forte corrente que aponta para a necessidade de melhorias no
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
diagnóstico do TEA, que deve ocorrer o mais precocemente possível para que
as intervenções também ocorram nessa proporção. As dificuldades são justifi-
cadas pela subjetividade do TEA, no qual cada indivíduo apresenta um tipo de
comportamento e níveis diferentes de manifestação do quadro. Não há exames
laboratoriais para determinação prévia do TEA e, com isso, as suspeitas são
evidenciadas, primeiramente, pela família. (VIANA et al, 2020).
Trabalhando de maneira interdisciplinar há grandes chances de o atendi-
mento ser altamente positivo. Algumas consequências do reconhecimento tar-
dio estão nos agravos de seus comportamentos, existe o risco do fracasso em
desenvolver relacionamentos com seus pares e a falta de tentativa espontânea
de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas, crianças
autistas não tem real medo do perigo o que pode gerar graves acidentes, sua
agressividade pode trazer transtorno na vida escolar e dentro de casa, a hiper-
sensibilidade sensorial marcante na síndrome causa dor no autista com o tempo
se não realizado terapias a irritação pode gerar crises nervosas pelo incômodo
sonoro (SANTOS, C. R. D. et al, 2018).
3. Considerações finais
Muito se tem falado sobre o autismo, mas ainda há poucos estudos e in-
formações a respeito do assunto. A pesquisa buscou trazer algumas consequên-
cias advindas do diagnóstico tardio do autismo e como isso afeta futuramente a
vida desse indivíduo, bem como também a relação que a família tem com o filho
após o recebimento do diagnóstico.
As causas do autismo ainda não têm uma única resposta, podem ser vá-
rias, porém a mais comum que ouvimos é a questão genética. Dessa forma há
uma grande dificuldade de se ter uma análise individual e acompanhamento
inicial de maneira eficaz. A falta de informação ou de recursos para estudos
afetam de maneira significativa em uma conclusão de diagnóstico mais rápido e
dificultando mais ainda as medidas de intervenção.
Além disso, mostra a necessidade de se procurar o quanto antes ajuda mé-
dica para que não haja danos futuros para o indivíduo. O atraso na procura, se dá
muitas vezes por negligencia dos pais, ao não aceitarem a síndrome, travam uma
batalha entre o filho que eles sempre idealizaram e o filho real. Dessa forma,
os profissionais da área estão encontrando dificuldades no diagnóstico precoce,
devido a essa omissão de informações por parte da família.
Sabemos que o autismo possui várias características e graus de severida-
de. Quando tal diagnóstico ocorre muito tarde do esperado, o indivíduo pode
sofrer alguns danos, muitas vezes irreparáveis, levando-o a ser um adulto com
diversas dúvidas interiores sobre o porquê de ele ser diferente, podendo até se
86
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
Referências Bibliograficas
AGUIRRES, Ariane Segatto; ZANDONADI, Antônio Carlos.Mudança do
Ciclo Familiar: O diagnóstico de Autismo e os impactos na relação conju-
gal. Revista FAROL, v. 13, n. 13, p. 102-116, 2021.
BOSA, C. A. Autismo: intervenções psicoeducacionais. Revista brasileira de
psiquiatria, v. 28, n. suppl 1, p. s47–s53, 2006.
DE ARAÚJO VILHENA, Douglas., LEITE, R. D. C. D., TEIXEIRA, I. A.,
& PINHEIRO, Â. M. V. Avaliação interdisciplinar do transtorno do espectro
do autismo e comorbidades: caso de um diagnóstico tardio. Cadernos de Pós-
-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, v. 15, n. 1, 2015.
KLIN, A. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Revista brasilei-
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OLIVEIRA J. de, C. Dificuldades encontradas pelos profissionais da saúde ao
realizar diagnóstico precoce de autismo. Psicologia argumento, v. 32, n. 77, p.
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ONZI, F. Z.; GOMES, R. de F. Transtorno do Espectro Autista: a importância
do diagnóstico e reabilitação. Revista Caderno Pedagógico, v. 12, n. 3, 2015.
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Silva, B. S., Carrijo, D. T., Firmo, J. D. R., Freire, M. Q., de Pina, M. F. Á., &
Macedo, J. (2018). Dificuldade no diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro
Autista e seu impacto no âmbito familiar. CIPEEX 2, v. 2, p. 1086-1098, 2018.
SILVA, DANIELA., XAVIER, M.B.D. Os impactos do diagnóstico em casos
leves de Transtorno do Espectro Autista: uma abordagem psicopedagógica. 2021.
SILVA, V. B, MAIA, F. A., OLIVEIRA, A. J. S., CEZAR, I. A. M., BAN-
DEIRA, L. V. S., OLIVEIRA, S. L. N., SILVEIRA, M. F. (2022)Association
between autism spectrum disorder and peripartum events: a case-control stu-
dy. Revista paulista de pediatria: órgão oficial da Sociedade de Pediatria de
87
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
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INFÂNCIA E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA EM CENA:
OLHARES PLURAIS NA ARTE DE EDUCAR
Simone Helen Drumond Ischkanian1
Alcione Santos de Souza2
Vinicius Guiraldelli Barbosa3
Rita de Cássia Soares Duque4
Sandro Garabed Ischkanian5
Adriana Alves de Lima6
1. Introdução
2. Desenvolvimento
90
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
92
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
família e ser membro dela. Tais perspectivas nos permitem projetar quatro refle-
xões para descortinar olhares acerca do que é ou não plural, normal e focal na
educação para a transformação educacional coletiva.
3. Considerações finais
Referências
FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU
Editora, 2003.
___. As palavras e as imagens. In: Ditos e Escritos II: Arqueologia das Ciên-
cias e História dos Sistemas de Pensamento. Rio de Janeiro: Forense Universi-
tária, 2008, p. 78-81
___. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
SILVA, M. Complexidade da formação de profissionais: saberes teóricos e
saberes práticos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 8ºed. Rio de
Janeiro: Vozes, 2007.
97
CONSTRUÇÃO DE UM OBJETO DE APRENDIZAGEM
PARA O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO
ALGÉBRICO NO ENSINO DE MATEMÁTICA:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Josiane dos Santos de Medeiros1
Vanderleia Benedet Reus2
Herculano Henriques Chingui Chitungo3
Giovani Mendonça Lunardi4
Márcia Leandro Benedet5
Introdução
99
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Ao trazer as tecnologias para a sala de aula, o professor está cada vez mais
desafiado a pensar em caminhos para a mediação tecnológica. Com seu uso,
os alunos terão maior capacidade para aprender em qualquer lugar a qualquer
momento, permitindo mais colaboração e facilitando o aumento do acesso aos
pares (NMC/CoSN Horizon Report, 2017).
Segundo o Relatório NMC/CoSN Horizon Report de 2017, a Sociedade
Internacional de Tecnologia em Educação listou as abordagens centradas no
aluno de aprendizagem baseada em projetos, problemas e desafios, como uma
das onze tendências voltadas para a Educação Tecnológica em 2017 pelo fato
destas estruturas pedagógicas promoverem maior conectividade para o currículo
100
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Aluno Professor
Fazer projetos sozinhos. Documenta e compartilha as atividades dos alunos.
Encoraja a colaboração e ajuda as pessoas a
Acessível a novos conhecimentos.
aprender umas com as outras.
Adapta-se a novas situações e está aberto a mu-
Um bom ouvinte.
danças de planos quando necessário.
104
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
aquele, com uma função ativa, traz um olhar para outras vertentes.
Na internet há uma grande e crescente quantidade de materiais educa-
cionais disponibilizados nos mais variados formatos, seja como softwares, simu-
lações, jogos, vídeos, imagens, dentre outros. Há profissionais da Ciência da
Computação e outras áreas ligadas à informática e à educação tecnológica en-
volvidos com a produção e disponibilização desses materiais. Por outro lado,
há professores, pesquisadores e estudantes que os buscam e os utilizam para o
ensino e a aprendizagem.
Miranda (2004) menciona que ao mesmo tempo em que esta disponibili-
zação pode ser uma vantagem, também pode ser analisada como uma barreira,
pois mesmo que haja muitos materiais criados e disponibilizados, o acesso a
eles nem sempre é de fácil acesso, tornando muitas vezes inutilizado. Segundo
a autora, isso ocorre porque, ao buscar os materiais, uma quantidade diversa de
informações é apresentada ao usuário, o que o confunde e dificulta a seleção
segundo as suas necessidades. Muitos desses materiais foram desenvolvidos em
grandes blocos, por exemplo, cursos completos, softwares e vídeos que tratam de
diversos conteúdos. O que acaba limitando sua utilização, por não atender às
necessidades específicas nos diferentes contextos.
De acordo com Braga e Menezes (2015), ao ter acesso a um conteúdo digital
educacional o professor pode apresentar o interesse em apenas parte dele, sentindo a
necessidade de fragmentá-lo em pequenos blocos que possa utilizar em diferentes si-
tuações. Mas nem sempre é possível, o que dificulta sua reutilização. Com o objetivo
de superar essas barreiras, surgiu uma nova maneira de pensar o desenvolvimento e
de organizar a descrição, a busca e a reutilização desses materiais educacionais, de
modo a integrar o enfoque dado pela Ciência da Computação ao olhar e as necessi-
dades da Educação, dando origem ao conceito de OA.
OA são recursos utilizados pelo professor, sendo criações próprias ou não,
podendo ser digitais ou não, que permitem o aluno compreender e construir
algum conhecimento (Braga, 2015). De acordo com Oliveira e Queiroz (2019),
uma importante característica dos OA é a necessidade de indexar e armazenar
em algum repositório de livre acesso, de maneira que o professor possa buscar e
implementar em sala de aula. Ou seja, os objetos educacionais de aprendizagem
são criados com o objetivo de reutilização. Para isso, é necessário que haja um
repositório para coletar e cadastrar tais recursos. Segundo Afonso et al. (2011),
o banco de OA é uma coleção que oferece serviços que lidam com a área da
educação, com usuários atentos e curiosos sobre a ferramenta que os auxilia na
busca de objetos educacionais.
Braga e Menezes (2015) salientam que há duas perspectivas que carac-
terizam os OA: a pedagógica e a técnica. Segundo as autoras, na dimensão
105
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Metodologia
poderia ser explorado o tema “Trilha dos sabores”, visto que era uma temática
que estava sendo trabalhada na disciplina de Ciências. Os estudantes acataram
a ideia e ainda solicitaram, após a interação com o jogo proposto pelos autores,
gostariam de construir sua própria trilha, abordando o mesmo conceito de álge-
bra. Assim, iniciou-se o processo de planejamento da pesquisa-ação.
Tendo como foco o uso de um OA de cultura Maker como uma estratégia
metodológica para o desenvolvimento do pensamento algébrico no ensino da
Matemática no 5º ano das séries iniciais, procurou-se desenvolver esse estudo
alinhando-se ao modelo proposto por Mckay e Marshall (2001).
A Figura 1 apresenta o esquema da pesquisa-ação, elaborada por Mckay
e Marshall (2001) e adaptada para esse relato de experiência.
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Resultados e discussões
(Fonte: os autores)
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Sentença Matemática:
M+M+P=M+M+P
100 + 100 + 150 = 100 + 100 + 150
De que forma podemos equilibrar a balança utili- 350 = 350
zando maças e peras no segundo prato?
5 maçãs + 1 pera ≠ 3 maçãs + 2 peras
Sentença Matemática:
5M + 1P ≠ 3M + 2P
Provando que a sentença fica em de-
sequilíbrio:
5.100 + 1.150 ≠ 3.100 + 2.150
500 + 150 ≠ 300 + 300
650 ≠ 600
Agora José precisa que a balança fique em de-
sequilíbrio, pois quer separar uma quantidade
maior de frutas em uma sacola. Distribua algu-
mas maçãs e peras nos pratos de forma que a
balança fique desequilibrada. Explique o porquê
das suas escolhas.
Sentença Matemática:
Agora, vamos equilibrar a balança, usando só
maçãs em um prato e peras no outro prato. Então M+M+M=P+P
se colocar três maçãs no 1º prato quantas peras 100 + 100 + 100 = 150 + 150
preciso colocar no 2º prato para que a balança 300 = 300
fique equilibrada?
110
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
6 MAÇÃS = ? PERAS
Sentença Matemática:
M+M+M+M+M+M=P+P
+P+P
6M=4P
6.100 = 4.150
600 = 600
Sentença Matemática:
M+M+M+M+M+M=P+P
+P+P
6M=4P
6.100 = 4.150
600 = 600
111
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Mariana foi ao supermercado com o seu irmão (Várias soluções) eles devem ir so-
Thiago. Durante a compra, perceberam que a mando os pesos das frutas nos pratos
sacola deles estava muito pesada e resolveram di- para que fiquem como mesmo peso
vidir igualmente o peso da sacola para levar para em cada prato equilibrando a balança.
a casa. Ajude-os a realizar essa tarefa. Divida o
peso das sacolas entre os dois irmãos, sabendo
que o peso de cada frutas ou legumes são os re-
presentados na figura:
112
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
(Fonte: os autores)
Figura 11. Estudantes elaborando um novo OA
114
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Conclusões
Referencias bibliográficas
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121
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
122
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
SOU PRETO E EU ÍNDIO, POSSIBILIDADES,
(IN) OU (EX) CLUSÃO, TECNOLOGIAS, SAÚDE,
DIREITOS CONSTITUCIONAIS, DESAFIOS E
AVANÇOS SÓCIO-CULTURAIS
Simone Helen Drumond Ischkanian1
Gladys Nogueira Cabral2
Marília da Silva Lima3
Rodrigo da Vitória Gomes4
Marli Balta Ferreira5
Ana Luzia Amaro dos Santos6
Alcione Santos de Souza7
1. Introdução
2. Desenvolvimento
124
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
125
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
2.5 Crimes relacionados à raça e à cor são muito comuns nos serviços de saúde
126
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
de acesso aos atendimentos em saúde. Na da vida real de cada uma, isso quer
dizer ofensas, falta de escuta às queixas do paciente, diagnóstico ou tratamento
equivocado, pedidos desnecessários de medicamentos e por aí vai.
Durante a gestação, o cenário só piora. As mulheres negras são as mais
suscetíveis a sofrer violência obstétrica ao longo da gravidez, o que significa que
são vítimas de práticas que causam dor física ou psicológica, como agressões
verbais, recusa de anestesia, aplicação não autorizada de medicamentos, entre
outras. De acordo com a pesquisa “A cor da dor: iniquidades raciais na atenção
pré-natal e ao parto no Brasil”, mães negras correm mais risco de ter pré-natal
inadequado (67,9%), de receber menos orientações sobre as complicações do
parto (41,4%), de não serem autorizadas a ter um acompanhante (33,8%) e de
receber menos anestesia durante o corte no períneo (10,7%). A essa mulher não
é dado o zelo e o cuidado que acontece com as outras. A mulher preta não é
vista como frágil, mas como um ser que aguenta a dor. Por isso, ainda hoje, é a
maior vítima da violência obstétrica”, afirma Fayda Belo, advogada especialista
em crimes de gênero, direito antidiscriminatório e feminicídio.
No caso dos negros e indígenas que são profissionais na área da saúde, os
relatos de racismo são recorrentes. Aqui apontamos breves exemplos como: descon-
fiança dos seguranças nas unidades; falta de promoção de funcionários negros ou
indigenas para cargos de chefia; designação das piores escalas ou lugares de traba-
lho para os profissionais negros e indigenas; diferença nas relações interpessoais e
toucas de equipamento de proteção individual (EPI) pequenas para o cabelo negro.
Quando há a discriminação contra esses profissionais, o desafio é dar
continuidade ao atendimento. No entanto, para não ser acusado de omissão de
socorro, a recomendação dos conselhos que representam esses trabalhadores é
realizar o atendimento normalmente, registrar o ocorrido no prontuário e, en-
tão, tomar as medidas cabíveis.
Para buscar os seus direitos ao passar por situações como essas, a advoga-
da Fayda Belo dá as seguintes dicas:
127
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
injúria racial. Mas se eu digo para a pessoa que o nariz de preto é horroroso, eu
pratico racismo, porque a minha discriminação não é contra a pessoa que ouviu
a discriminação apenas, mas a toda a população negra”.
No crime de racismo, a pena pode chegar a até 5 anos de reclusão, sendo
imprescritível e inafiançável. A injúria racial, por sua vez, tem como pena 1 a 3
anos de prisão e multa, mas já existe um projeto de lei que pretende equipará-lo
ao de racismo.
128
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
130
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
Ele é muito responsável com suas atividades, escolares e esportivas, nos or-
gulhamos muito a cada dia que ele sai para
suas aulas, curso, lutas ou atletismo. E em
cada ida de sua rotina, ele avança como um
adolescente responsável, amigo e muito
educado, atento aos horários e com muita
disposição. Em casa ainda faz algumas ati-
vidades, mas prezamos pelo lazer na hora
da folga, ele merece. Nosso filho no dia a
dia é super carinhoso e educado, da bom
dia até para as pessoas que ele nem conhe-
ce, e 99% das vezes é correspondido, mas de vez em quando deixa algumas mulhe-
res sem graça, pois ele está em uma fase que ele chega perto de alguém e pergunta
qual o ano que a pessoa nasceu, e sem pensar muito, acaba falando a idade da pes-
soa, ou seja, acaba deixando muita mulher envergonhada por falar a idade delas na
frente de outras pessoas.
O Marcelo quando está quieto e concentrado, não parece um jovem autista,
e por isso já tivemos alguns problemas dentro de ônibus, com uma pessoa pedindo
pra ele dar lugar no assento preferencial, acento este que ele tem direito. Quando
entramos na fila preferencial e reparamos algumas pessoas fazendo cara feia, mas
depois de um instante olhando o Marcelo é que o “olhar muda”.
Nesse mês de novembro, estava eu e meu filho no Shopping, quando precisei ir ao
banheiro e deixei por um instante meu filho parado próximo a porta, até a minha volta
rapidamente, já fiz isso outras duas vezes e nunca tive problema, mas desta vez um
cidadão passou e falou com o Segurança que havia um homem no banheiro feminino,
mas rapidamente saí do banheiro e o Marcelo estava no mesmo lugar onde o deixei, e
o segurança do Shopping nada fez, pois ele viu que não havia nada de errado, ou seja,
só uma pessoa que não tem um olhar um pouco mais apurado para não perceber que
o Marcelo é um jovem que possui alguma síndrome.
O direito a um bom tratamento de saúde pelo SUS, simplesmente não existe, é
preciso muita luta para conseguirmos algumas terapias, que melhoram e muito a vida
de um Autista, e os planos de saúde privados não vão cobrir todos os tratamentos que
um autista venha a precisar. Esse debate já está em Brasília, realmente as crianças es-
peciais precisam de mais atenção nessa questão da saúde, mas as autoridades públicas
parecem que não enxergam, é muito triste isso, e acabamos recorrendo a ONGs que
com muito esforço e dedicação, ajudam muitas crianças em todo o Brasil.
A luta é grande, mas é gratificante, poder ver pessoas falando com seu
filho sem medo de pegar alguma doença, ou com medo de levar um soco, ou
seja, o Marcelo é carinhoso e educado, as pessoas percebem rápido, mas a mídia
131
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
3. Considerações Finais
Referências
BASTOS, C. R. Comentários à Constituição do Brasil. 2. Ed. São Paulo: Sa-
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BELO, Fayda. Vítimas de racismo. Disponível em: https://drauziovarella.uol.
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ZOLIN, Beatriz. O que fazer ao ser vítima de racismo durante um atendi-
mento médico? Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/ Acesso em:
13 de Nov. de 2022.
132
ABORDAGEM DOS GÊNEROS DIGITAIS NO
ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL: LEITURA,
INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO
Carla Cristiane Boita1
Marcileni dos Santos2
Ana Paula Uliana Mason3
Luciane da Rosa dos Santos4
Fernando José Spanhol5
1. Introdução
Nesse contexto, busca-se por meio deste projeto responder o seguinte pro-
blema: como abordar os gêneros digitais no Médio de maneira lúdica e integra-
tiva à prática da linguagem, como leitura, interpretação e escrita? Pretende-se
trazer à luz os pressupostos teóricos sobre os gêneros digitais, bem como, as
possibilidades de utilização dos mesmos no fazer pedagógico da disciplina de
língua portuguesa.
À vista disso, define-se o objetivo geral da pesquisa: aplicar a abordagem
dos gêneros digitais no Médio de maneira lúdica e integrativa à prática da lin-
guagem, como leitura, interpretação e escrita. A partir do objetivo geral, descre-
ve-se como objetivos específicos: realizar busca exploratória de literatura refe-
rentes ao tema da proposta deste estudo; elaborar e uma sequência didática para
ser aplicada em uma turma de ensino médio; coletar e analisar os dados obtidos
por meio da execução da sequência didática exposta neste projeto.
A partir do exposto, entende-se que este trabalho é relevante pela análise
da situação na qual a educação brasileira perpassa, buscando encontrar resulta-
dos que contribuam para uma mudança de paradigmas, nos quais professores e
estudantes sejam sujeitos proativos no processo de uma inovação tecnológica e
metodológica na educação, principalmente no que tange à prática da linguagem
e o ensino da língua materna.
Este trabalho possui a seguinte estrutura: a introdução na seção um si-
tuando o leitor a respeito do tema, o problema, o objetivo e a justificativa do tra-
balho; o referencial teórico e a metodologia, na seção dois traz o aporte teórico
necessário para sustentação da pesquisa; a seção quatro apresenta a metodologia
a ser utilizada para a realização deste projeto; a seção cinco expõe o relato de
experiência da aplicação da intervenção sobre a temática deste trabalho em sala
de aula e a seção seis aponta as considerações finais do trabalho, bem como, as
possibilidades de trabalhos futuros.
134
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
2. Desenvolvimento
As novas interações verbais advindas desta era digital trouxe consigo mo-
dificações significativas na maneira como o homem se comunica e se expressa
por meio da linguagem escrita. A partir dessa realidade surgem os gêneros di-
gitais que emergem das comunicações tecnológicas e se portam de maneiras
diferentes quanto ao uso, à linguagem, os suportes que os carregam e, conse-
quentemente, modificam os gêneros discursivos. (PINHEIRO, 2010)
À vista disso, é preciso enfatizar os desafios que os avanços tecnológicos,
mais precisamente da Internet, trouxeram para a área educacional, destacando
nesse trabalho as interferências nos gêneros discursivos e abordagem da moda-
lidade escrita nesse novo contexto. Assim, nas aulas de língua portuguesa os
gêneros digitais têm potencialidade de tornar-se ferramentas educacionais fun-
damentais para o processo de ensino e aprendizagem. (LAÍS, 2010)
A partir do exposto, entende-se que a utilização dos gêneros digitais em
sala de aula concatena com as premissas pragmáticas nas quais relacionam os es-
tudos da linguagem com as práticas e interações sociais (VIEIRA; ANDRADE;
2017). Vygotsky (1989) traz as concepções de linguagem e pensamento relacio-
nados às interações sociais como pressuposto fundamental para a formação dos
sujeitos. Pinheiro (2010) corrobora com esses conceitos ao afirmar que os gêne-
ros são constituídos a partir da prática da linguagem de uma determinada socie-
dade; entretanto, a afirmação desses gêneros como ferramenta/instrumento da
ação humana acontece quando os sujeitos dessa sociedade apropriam-se deles
para a utilização na prática comunicativa de forma efetiva.
Assim, pode-se determinar que os gêneros digitais se configuram como
ferramentas da ação humana, posto que está inserida nas diversas práticas co-
municativas humanas: pessoal, profissional, escolar e de lazer. Desse modo, a
escola precisa estabelecer metodologias de ensino de leitura e produção de texto
que levem em consideração as experiências de linguagem vivenciais dos alunos.
(SILVA; NASCIMENTO; SILVA, 2017)
3. Metodologia
4. Resultados e discussão
136
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
desta sequência em uma escola pública do Rio Grande do Sul. Após a apresen-
tação do projeto, Realizou-se uma explanação sobre os gêneros digitais e suas
características com amostra de exemplos por meio de slides e aula expositiva.
Em seguida, os estudantes foram dispostos em cinco grupos para fazer análi-
se de um veículo de comunicação digital e os gêneros que ele comporta, cada
grupo recebeu um suporte diferente, convergindo com a fala de Boff, Köch &
Marinello (2009):
Assim, torna-se imprescindível que o aluno conheça as características de
cada gênero e as situações comunicativas em que se realizam. Isso lhe per-
mitirá aperfeiçoar a linguagem com a qual já tem afinidade e (re)conhecer
outras estratégias que possibilitem uma interação social mais eficiente.
para o crescimento das discussões e das reflexões a respeito dos gêneros digitais.
Convergindo com as ideias de Davidson e Kroll (1991):
Entender aprendizagem cooperativa como a aprendizagem que tem lu-
gar em um meio onde os alunos, em pequenos grupos, compartem idéias
de trabalho de maneira colaborativa para completar tarefas acadêmicas,
é deixar de ver o fato de que existe uma série de diferentes modelos para
a aprendizagem cooperativa; modelos que variam consideravelmente nas
suas suposições sobre a natureza da aprendizagem e sobre os papéis dos
professores e alunos na sala de aula.
138
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
139
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
140
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
Assim que terminaram a primeira escrita do texto, os grupos fieram uma tro-
ca e cada grupo recebeu o texto do outro para ler, analisar e fazer as considerações
que julgassem necessárias para a composição de um bom texto do gênero digital.
5. Conclusão
Agradecimento
6. Referências
BOFF, O. M. B.; KÖCHE, V. S.; MARINELLO, A. F. O gênero textual artigo
de opinião: um meio de interação. ReVEL, vol. 7, n. 13, 2009. Disponível em:
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DAVIDSON, N., KROLL, D. L. An overview of research on cooperative
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GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de
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MÓDOLO, C. M. Infográficos:características, conceitos e princípios básicos.
In. XII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Su-
142
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
143
NOVAS TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO:
INOVAÇÕES, POSSIBILIDADES E EDUCAÇÃO
Luciane da Rosa dos Santos1
Marcileni dos Santos2
Ana Paula Uliana Mason3
Carla Cristiane Boita4
Fernando José Spanhol5
Introdução
Desenvolvimento
145
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
A gamificação
Para Mattar (2010), os games fazem parte do cotidiano dos alunos e que
uma boa parte dos lares brasileiros tem acesso a eles devido a disseminação dos
dispositivos móveis; desta forma, o número de gamers aumentou significativa-
mente e a educação não está visualizando o grande potencial desse fenômeno
para auxiliar no processo ensino-aprendizagem.
Apesar de existirem alguns estudos e pesquisas sobre a utilização das TIC
e, especificamente, dos games no processo ensino-aprendizagem, a efetiva trans-
formação em sala de aula ainda é muito precária e pouco difundida. Por isso,
há a necessidade de trabalhos que realizem a junção entre teoria e prática para
que haja uma mudança de pensamento e de práxis nos docentes da educação
brasileira. (BATES, 2017)
146
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
Robótica
148
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
Tecnologia 5G
área digital e potencial para atender as novas demandas, e com isso terá uma
estimulação na economia digital.
Conclusão
Agradecimento
Referências
BATES, T. Educar na era digital: design, ensino e aprendizagem. 1. Ed. São
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BAZZO, Walter Antonio; PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale; BAZZO, Jilvania
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JO, L. F. G Gamificação para melhoria do engajamento no ensino médio
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150
GESTÃO DE TECNOLOGIA, INOVAÇÃO
NA EDUCAÇÃO
Andréia Brognoli Darôs1
Josimara Rodrigues da Rosa2
Fernando José Spanhol3
Marcileni dos Santos4
1. Introdução
2. Referencial Teórico
2.1- Gestão da Tecnologia e Inovação do Estado de Santa Catarina
5 Fonte: https://www.ciasc.sc.gov.br/identidade-organizacional/
152
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
154
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
vem para aperfeiçoar e tornar mais ágil o trabalho do professor (também com
disponibilidade na plataforma Google Classroom). O Google Classroom se tor-
nou uma alternativa para melhorar o processo ensino-aprendizagem, proporcio-
nando um ambiente exclusivo de comunicação do professor com seus alunos.
Outra grande vantagem, estes dados ficam disponíveis via SISGESC à gestão
escolar, para que o pedagógico possa acompanhar a rotina de trabalho de cada
professor para possível tomada de decisão e encaminhamentos relativos ao pro-
cesso ensino e aprendizagem objetivando elevar a qualidade da educação.
Porém esse processo de assimilação, inovação e desenvolvimento da com-
petência digital, para muitos professores, não foi, e para alguns não está sendo
um “caminho” fácil. Foram enfrentados muitos desafios e superados muitos
obstáculos, pois muitos destes profissionais não tinham ou estão em busca de
desenvolver as competências e a habilidades digitais necessárias.
A gestão de competência se relaciona com a forma de planejar, organi-
zar e desenvolver as competências necessárias ao ramo de atuação. As
competências podem ser manifestadas nas relações entre os conhecimen-
tos, habilidades e atitudes humanas e são reveladas nas atividades diárias.
(STRAUHS, 2012, p.67)
Mas para fazer frente ao grande desafio, não podemos separar o pensar e
o fazer educação dos avanços tecnológicos, essa construção depende de planeja-
mento e organização por parte das administrações públicas e privadas.
Diante disso, viu-se a profunda necessidade de repensar a formação do pro-
fessor de forma continuada, buscando programas e estratégicas pedagógicas que
pudessem implementar uso das tecnologias com interação no ambiente escolar.
Segundo o Centro de Gestão e estudos Estratégicos (CGEE):
A criação de conhecimento e a inovação derivada dele são altamente depen-
dentes de pessoas. A educação tem um papel fundamental nessa relação, uma
vez que possibilita o desenvolvimento de pessoas capazes de criar, comparti-
lhar e aplicar o conhecimento. Assim, a formação de profissionais qualifica-
dos para a inserção socioprodutiva exige cada vez mais conhecimentos para
contribuir com o desenvolvimento de novas tecnologias, de transformações
dos processos produtivos e das relações comerciais e sociais. Isso demanda,
de um lado, competências técnicas específicas da ocupação (hard skills) e, de
outro, competências como criatividade, trabalho em equipe, construção de
soluções e atuação com autonomia (soft skills), entre outras. (2021 p. 40)
156
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
3. Procedimentos Metodológicos
160
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
Diante disso, este artigo apresenta uma análise sistemática das bibliogra-
fias, que no primeiro momento trata do histórico do planejamento, da gestão de
tecnologia, inovação e comunicação realizadas pelo Estado de Santa Catarina.
No segundo momento como as inovações geridas pelo CIASC aplicada na edu-
cação através de sistemas e plataformas vem modernizado a educação. No ter-
ceiro momento como os professores se encontram frente a utilização da tecno-
logia em sala de aula.
4. Resultados
5. Considerações finais
161
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Agradecimentos
Referência Bibliográfica
Almeida, A., Margareth Oldenburg Basgal, D., Vicente Rodriguez Y Rodri-
guez, M., & Cardoso De Pádua Filho, W. (2016). Inovação e gestão do conhe-
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CIASC Relatório de Administração 2021 - Documento em PDF https://
transparenciaempresas.sc.gov.br/ciasc/gestao/planos-relatorios-e-indicadores/
relatorio-de-administracao/150-relatorio-de-administracao-2021/file
CIASC - Política de Segurança de Informação v 2.4, Aprovado na reunião da
diretoria Executiva, em 29/10/2020. https://transparenciaempresas.sc.gov.br/
ciasc/gestao/privacidade-e seguranca/seguranca/89-politica-de-seguranca-da-
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CIASC – Portal da Transparência. Publicado em 24/05/2022 https://www.
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-da-transparencia/?fbclid=IwAR35BdHgMxn_7MhAxgHsnpd6GfDpTU-
DPm18yGtsiyFmvgQngVFwgcRf9n3Y
162
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
Introdução
Organização e Desenvolvimento
166
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
âmbito escolar, lugar este que trabalha constantemente em prol de uma melhor qua-
lidade de ensino e capacitação dos profissionais que ali atuam diariamente.
Um trabalho bem feito e realizado com segurança reflete em toda a gestão
escolar e o diretor é sem dúvidas uma pessoa que influencia significativamente
aqueles que estão ao seu redor, fazem parte da sua equipe e muitas vezes se
inspiram nesse profissional. Por isso, entende-se que essa influência pode ser
tanto positiva quanto negativa sobre todas as pessoas que fazem parte do âmbito
escolar. Desta forma, o gestor está sendo observado a todo instante e automati-
camente avaliado por suas ações, conforme destaca Luck (2013).
Metodoligia
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
Análise de dados
169
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Através das respostas obtidas fica confirmado que a maioria desses pro-
fissionais nunca ocupou um cargo de Gestão Escolar. Apenas um profissional
relata que já atuou, mas não especifica quando, enquanto os demais confirmam
sua atuação em algum momento da carreira e especifica claramente quando,
como podemos observar abaixo:
• nove profissionais nunca atuaram;
• um profissional confirma que já atuou mas não menciona quando;
• um profissional atua neste momento;
• um profissional atuou em 1997;
• um profissional atuou em 2011;
• um profissional atuou de 1992 a 1998 e de 2004 a 2011;
• um profissional atuou em 2017, 2019 e 2020.
Pergunta 3: Quanto tempo trabalha na escola?
Essa pergunta vai colocar em destaque quanto tempo cada profissional
atua dentro do âmbito escolar. E, nesse caso identifica-se uma variação muito
grande de tempo de atuação como se pode observar abaixo:
• De 1 a 5 anos = cinco profissionais;
• De 6 a 10 anos = três profissionais;
• De 11 a 15 anos = quatro profissionais;
• Mais de 20 anos = três profissionais.
Como base nesses dados, podemos observar que a maioria dos profissio-
nais já atua há bastante tempo na escola, o que indica que ele vivenciou diferen-
tes tipos de gestão dentro de uma mesma instituição.
Pergunta 4: Sente-se à vontade para expor ou expressar sua opinião no
ambiente escolar?
Essa questão também traz algumas divergências, onde a maioria dos
profissionais diz se sentir à vontade para expor sua opinião, mas sem nenhum
comentário a seguir. Enquanto as demais respostas se dividem entre “mais ou
menos”, “sempre” e um “sim” com restrição para compartilhar essa opinião
com determinados funcionários, ou seja, sente-se à vontade, mas não com
todos do ambiente escolar. Enquanto apenas um profissional deixa claro que
não se sente a vontade nessa situação.
• onze profissionais: SIM;
• um profissional: NÃO;
• um profissional: MAIS OU MENOS;
• um profissional: SEMPRE;
170
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
171
Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Pergunta 8: Você acredita que a escola na qual trabalha atualmente tem uma
gestão democrática/participativa? Justifique.
E para finalizar, a última pergunta do questionário tem como objetivo en-
tender a visão dos profissionais quanto à prática da gestão na escola que atuam no
momento, se é uma gestão que, de fato, atua de forma democrática e participativa.
Entretanto, como em algumas perguntas anteriores as respostas se dividem.
Dos quinze profissionais que participaram da pesquisa, nove acham que a
gestão da instituição que atuam no momento, não atua de forma democrática e
participativa, que estão voltadas apenas para a parte burocrática. Um profissional
entende que essa gestão democrática acontece “às vezes”, pois essa não dá muita
abertura para opiniões. Um profissional não se sente a vontade para falar, pois
a gestão atual da instituição em que trabalha “é nova”. E quatro profissionais
confirma que há uma gestão democrática e participativa, onde tem liberdade para
expressar suas opiniões, compreendendo a importância da participação de todos.
Assim, de modo geral, diante de todas as respostas coletadas, observa-se
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
Considerações finais
Referências Bibliográficas
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E INTELIGÊNCIA
SOCIAL: COMO LIDERAR COM SENSIBILIDADE,
EFICÁCIA E EMPREENDEDORISMO
NO MUNDO DAS EMOÇÕES
Simone Helen Drumond Ischkanian1
Marília da Silva Lima2
Juliana Balta Ferreira3
Ana Luzia Amaro dos Santos4
Alcione Santos de Souza5
Adriana Alves de Lima6
1. Introdução
2. Desenvolvimento
Essa observação deve ser divida em duas partes sempre quando você se
deparar com as mais variadas situações, independentemente de serem boas ou
ruins. Em primeiro lugar, analise quais são as reações da mente e do corpo, bem
como as sensações e os pensamentos que foram despertados. Para Ana Luzia
Amaro dos Santos “num segundo momento, a observação deve ser sobre os
sentimentos que foram aflorados, sejam eles positivos ou negativos”. Procure
tentar descobrir o que desencadeou tais reações físicas e mentais. A avaliação
aqui é observar e entender o impacto, bem como as relações, das atitudes e das
sensações no cotidiano. Por consequência, se houver percepção de resultados
negativos, a (IE) ajudará a descobrir quais mudanças devem ser adotadas para o
bom caminhar de vida na (IS).
Todo indivíduo está sujeito a agir por impulso. Por mais que as consequên-
cias possam ser desastrosas, o ato de agir sem pensar existe desde que o mundo
é mundo. As impulsividades, no entanto, podem gerar desconforto nas relações,
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
Logo, basta que algo aconteça para que a pessoa que não sabe como desen-
volver a inteligência emocional deixe essa parte do cérebro reagir instantaneamen-
te. A pessoa que tem a habilidade de utilizar o lado pensante do cérebro, em con-
trapartida, age de forma menos instintiva. Dessa forma, consegue analisar toda a
situação ao seu redor antes de decidir qual é a melhor forma de se comportar na-
quele momento. Dito isso, não deixe o cérebro emocional fazer seu corpo agir no
“piloto automático”. É preciso dar mais campo para o cérebro pensante agir e, por
consequência, te orientar a criar respostas mais racionais e menos atos impulsivos.
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Ana Paula Uliana Mason | Marcilení dos Santos (Organizadoras)
empatia e a resiliência.
A prender como desenvolver a Inteligência Emocional (IE) e Inteligência
Social (IS), requer tempo, não há um prazo curto para estabelecer o equilíbrio
entre razão e emoção. Todavia, em caso de “qualquer sinal de instabilidade e
dificuldade no desenvolvimento, não hesite em procurar a ajuda de um profis-
sional da psicologia” evidencia Alcione Santos de Souza.
desde pequeno, eu e ele, não é muito com o pai não rrsss e hoje ele já divide com
as tias da escola. Ele vê e me chama para fazer fofoca amor (ele junta a testa
antes era a ponta do nariz e fala fofoca amor ), ou (ele coloca as mãos da testa,
e quer ver se estamos com febre) algo que nós fazemos com ele e também se vê
no direito de fazer conosco.
Eu sinto que quando ele age algo conosco ou com as tias, é uma realiza-
ção de um amor em gesto, toque ou um cheiro.
Ao passar dos anos de vida, nós
vamos aprendendo com ele, pois Deus
nos escolheu e somos hoje muito agra-
decidos, pois eu realizei meu sonho
meu esposo também, e somos felizes
com nosso FILHO AMADO.
Muitas das vezes é uma si-
tuação que mistura: “aborrecimen-
to com frustração”, pois queremos
sempre o melhor para o nosso filho,
e ficamos muito felizes quando con-
seguimos vencer juntos, mesmo nos
assuntos mais simples, então é com-
plicado sentir uma rejeição, vinda
de uma escola, onde sería um lugar
de inclusão na sociedade, vira um
lugar de rejeição, quando não conse-
guimos uma matrícula ou quando o
nosso filho não é chamado para um
evento dentro da escola, até mesmo
uma festinha de um amigo de escola
ou familiar.
Sabemos, que ele é capaz de qualquer coisa, como dançar, cantar ou ler,
esta num evento sem nós pais, festinha de amigos, realmente é muito difícil, por
outro lado, quando vemos o Marcelo participando dos eventos, é muito grati-
ficante e emocionante, sempre foi assim, desde novinho, cada presença de des-
taque nos eventos escolares (danças coreografadas ) ou fazendo algum vídeo
em casa (homenagem em libras aos professores ), é considerado por nós uma
grande vitória, e sabemos que ele ainda vai crescer muito intelectualmente e
principalmente como ser humano, isso já nos deixa muito emocionados, esse é
o sentimento maior, emoção, que só faz o nosso amor crescer pelo nosso filho.
Delineio dicas de como é possível a sociedade em geral perceber o outro
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
5. Considerações finais
Referências
MAGNUS, Leopoldo. Como desenvolver a inteligência emocional. Disponí-
vel em: https://genyo.com.br/Acesso em: 12 de Nov. de 2022
STERNBERG, R. J. (1992). As capacidades intelectuais humanas: Uma abor-
dagem em processamento de informações. Porto Alegre, RS: Artes Médicas.
WOYCIEKOSKI, C. (2006). Instrumentos de inteligência emocional de auto-
-relato medem alguma coisa que instrumentos de personalidade não medem?
Dissertação de Mestrado não-publicada, Instituto de Psicologia, Universidade
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EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA:
Realidade, possibilidades e desafios
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