Ito 23 2 Edição
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Ito 23 2 Edição
Nº 23
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
PRÉ-HOSPITALAR
2ª Edição
MINAS GERAIS
2017
2
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
COMANDANTE-GERAL DO CBMMG
CEL BM LUIZ HENRIQUE GUALBERTO MOREIRA
REVISÃO MÉDICA
TEN CEL PM QOS DENISE MARQUES DE ASSIS - MÉDICA ESPECIALISTA EM
NEUROLOGIA
TEN CEL PM QOR YORGHOS LAGE MICHALAROS – MÉDICO ESPECIALISTA
EM CARDIOLOGIA
DR. MARCUS VINÍCIUS MELO DE ANDRADE- MÉDICO ESPECIALISTA EM
CLÍNICA MÉDICA E MEDICINA INTENSIVA - PROFESSOR ASSOCIADO DA
FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG
DR. FERNANDO MACEDO BASTOS – MÉDICO ESPECIALISTA EM
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
1ª EDIÇÃO
Vide: M663 Minas Gerais. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Instrução Técnica Operacional n.23 - Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar. Corpo
de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. 169p. 1. Atendimento Pré
hospitalar 2. Primeiros Socorros 3.Trauma 4. Procedimentos I. Título CDU: 616.02551
3
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
ILUSTRAÇÕES DE ADVERTÊNCIA
- Advertência de alerta
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
GLOSSÁRIO
A
Abaulamento - ato ou efeito de abaular, tornar convexo.
Abandono - deixar um paciente com trauma ou doença antes do pessoal de
resgate/equipe de bombeiros chegar. Deixar o local sem dar informações sobre o
paciente também é considerado uma forma de abandono.
Abdome - região do corpo entre o diafragma e a pélvis que abriga parte do aparelho
digestório.
Abdome agudo - Dor abdominal de aparecimento súbito e não traumático
geralmente referenciada como a queixa principal do paciente.
Abdominal (cavidade) - cavidade anterior de corpo que se localiza entre o
diafragma e os ossos da pélvis. Aloja e protege os órgãos abdominais, glândulas,
vasos e nervos importantes.
Abdominal (quadrante) - as quatros zonas da parede abdominal anterior, são
usadas para referências rápidas, na localização de estruturas de traumas e de dor.
Abdução - movimento de um membro afastando-se da linha média do corpo.
Abrasão - arranhão, escoriação.
Abscesso - uma coleção de pus associada com morte de tecido e infecção.
Acidente com múltiplas vítimas - qualquer acidente, desastre ou emergência que
envolva mais de um paciente.
Adução - movimento de uma extremidade em direção à linha média do corpo.
Afundamento do tórax - condição onde várias costelas estão fraturadas de tal
modo que a parede do tórax não consegue mover-se adequadamente durante a
respiração.
Alérgico - qualquer substância que causa uma resposta alérgica.
Alvéolos - pequenas cavidades pulmonares tipo saco, onde ocorre uma troca
gasosa entre gases alveolares e o sangue capilar pulmonar.
Amnésia - perda de memória. Essa perda geralmente é de forma súbita.
Amputação - remoção cirúrgica ou traumática de uma parte do corpo. A maioria das
amputações é de extremidades ou de uma de suas partes.
Angina - dor no tórax próximo ao coração, frequentemente causada por um
suprimento insuficiente de sangue no coração.
Angústia respiratória ou insuficiência respiratória - qualquer dificuldade para
respirar. Às vezes, o problema é grave e requer cuidados de emergência. Uma vez
que tal situação tenha iniciado é difícil de predizer, a curto prazo, o curso do
problema.
Antisséptico - substância hipoalergênica e atóxica com ação letal e inibitória do
crescimento dos microorganismos.
Aorta - maior artéria do corpo que conduz sangue oxigenado para o organismo.
Apneia - parada da respiração.
Apgar – Escala de avaliação neonatal que avalia a frequência cardíaca, esforço
respiratório, tônus muscular, irritabilidade e coloração da pele. Cada critério vale dois
pontos, totalizando uma nota de 0-10. Notas inferiores a 7 podem ser em função da
prematuridade e requer avaliações consequentes.
Arritmia - falta de ritmo; irregularidade e desigualdade das contrações do coração.
Artéria - cada um dos vasos que conduzem o sangue do coração a todas as partes
do corpo.
Artéria femoral - artéria principal da extremidade inferior, localizada na parte
superior (coxa).
Arteríola - artéria muito pequena, de dimensões microscópicas.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
B
Bandagem - um dispositivo, como gaze ou atadura, que pode ser usado para
manter um curativo no lugar.
Bilateral - que existe em ambos os lados do corpo.
Bradicardia - termo utilizado na medicina para designar uma diminuição na
frequência cardíaca.
Brônquio - a porção das vias aéreas que conecta a traqueia aos pulmões.
Bronquíolos - pequenas terminações que levam o ar do ambiente aos alvéolos
pulmonares e vice-versa.
C
Cãibras - condição provocada pela perda de fluidos e sais do corpo. Usualmente
ocorre em pessoas que trabalham em locais com calor excessivo e
com grande esforço muscular.
Cânula de Guedel (cânula orofaríngea) - dispositivo oral que ajuda a manter a
língua afastada da orofaringe, promovendo a abertura das vias aéreas.
Cânula nasofaríngea - sonda flexível que é lubrificada e inserida no nariz de um
paciente até o nível da nasofaringe (atrás da garganta) para permeabilizar as vias
aéreas superiores.
Capilar - vaso sanguíneo microscópico no qual ocorre as trocas entre a circulação
sanguínea e os tecidos.
Cardíaco - que se refere ao coração.
Cateter - tubo flexível que é introduzido no corpo para permitir drenagens ou
infusões de fluidos.
Cavidade pélvica - parte baixa da cavidade abdominal, cercada pelos ossos da
pelve.
Cavidade pleural - espaço entre as duas membranas pleurais: parietal e visceral.
Cavidade torácica - cavidade do corpo, superior ao diafragma. Faz a proteção do
coração e pulmões.
Cefaleia - dor de cabeça, localizada ou difusa.
Cefálico - referente à cabeça.
Cérvix - a parte inferior do útero onde começa a vagina.
Cetoacidose - condição de um diabético quando utiliza muita gordura, tentando
obter energia por falta de glicose disponível.
Cetônico - hálito de odor adocicado e amoniacal. É um sinal de coma diabético.
Choque - reação do corpo em resposta a falência do sistema circulatório em prover
sangue e oxigênio adequadamente para todos os órgãos, tecidos e células.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
D
Delirium tremens - uma severa reação que ameaça a vida, relacionada à
abstinência de álcool do paciente. As mãos do paciente tremem, pode ocorrer febre
alta, alucinações, comportamentos incomuns e convulsões.
Dequitação - expulsão da placenta após o nascimento do bebê.
Derme - a segunda camada da pele. É rica em vasos sanguíneos e nervos,
encontra-se abaixo da epiderme.
Desfibrilação - aplicação de um choque elétrico no paciente numa tentativa de
restabelecer um ritmo normal espontâneo do coração.
Desfibrilador externo automático (DEA) - um aparelho elétrico que pode detectar
batidas irregulares do coração (fibrilações) e dar um choque no tórax do paciente.
Desmaio - perda temporária da consciência, causada pela redução de sangue no
cérebro.
Diabetes - doença causada pela produção inadequada de insulina.
Diafragma - músculo da respiração que separa a cavidade abdominal da cavidade
torácica.
Diástole - período durante o qual o coração recupera seu volume de repouso,
depois da contração; relaxamento cardíaco.
Diastólica - referente à diástole.
Dispneia - dificuldade respiratória.
Distal - longe de um ponto de referência.
Distendido - inflado, inchado, dilatado.
Distensão - ferimento no músculo causado pela hiperextensão.
Doença infecciosa - qualquer doença causada por agentes infecciosos
microbianos, tais como bactérias ou vírus.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
E
Eclâmpsia - uma complicação na gravidez que produz convulsões e pode levar ao
coma ou até à morte.
Edema - inchaço devido ao acúmulo de líquidos nos tecidos.
Emergências Ambientais – para fins desta ITO 23, o termo Emergências
Ambientais empregado no Módulo 500, do inglês: environmental emergencies, foi
utilizado segundo os manuais norte-americanos de referência e compõem
procedimentos que não se enquadram diretamente na questão de emergências
clínicas e/ou emergências traumáticas. Além disso, é necessário destacar que não
se deve confundir o termo com a ideia de situações relativas às “emergências
ambientais” comuns em nossa realidade operacional, como incêndios florestais,
enchentes e inundações.
Enfisema - doença crônica na qual os pulmões sofrem uma perda progressiva da
elasticidade.
Epiglote - saliência de cartilagem e outros tecidos que estão no topo da laringe. Ela
fecha as vias aéreas na hora da deglutição, desviando os sólidos e líquidos para o
esôfago.
Epilepsia - disfunção cerebral que cursa com descargas elétricas desorganizadas e
excessivas do cérebro, que interrompem temporariamente sua função habitual e
produzem manifestações involuntárias no comportamento, no controle muscular, na
consciência e/ou na sensibilidade do indivíduo.
Epistaxe - sangramento nasal.
Equimose - descoloração da pele devido a uma hemorragia interna. Tipicamente
uma marca "preta e azul".
Escala de Coma de Glasgow - escala confiável para estimar rapidamente
gravidade da disfunção neurológica em pacientes com alteração da consciência.
Escápula - um osso grande, par e chato, localizado na porção póstero-superior do
tórax, que se articula com a clavícula.
Escoriação - ferimento aberto que lesa a camada superficial da pele.
Esfigmomanômetro - aparelho para verificar a pressão arterial.
Esôfago - tubo muscular que conduz o alimento da boca para o estômago.
Estabilização - imobilização feita em uma parte lesada do corpo, com o objetivo de
ajudar a reduzir os movimentos, minimizando a dor ou espasmos musculares.
Estéril - livre de toda a forma de vida microbiana.
Estetoscópio - instrumento que amplia os sons.
Evisceração - termo aplicado a saída de algum órgão ou parte dele por uma ferida
aberta.
Exame pré-natal - acompanhamento médico realizado durante a gestação.
Expiração - soltar o ar, exalar.
F
Falanges - ossos dos dedos.
Faringe - garganta.
Fêmur - osso da coxa.
Feto - criança no estágio intra-uterino, com mais de 8 semanas.
Fibrilação Ventricular – ritmo cardíaco em que as contrações ocorrem sem
coordenação das fibras musculares do coração.
Fibrina - material de proteína fibrosa responsável pelos coágulos de sangue.
Fibrinolítico - ativadores do plasminogênio usados na terapêutica da trombose
arterial para dissolver rapidamente a rede de fibrina e assim dissolver os trombos
Fíbula - osso lateral da perna.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
G
Gemelar - relativo a gêmeos; diz-se de dois ou mais irmãos ou irmãs nascidos no
mesmo parto.
Genitália - órgãos reprodutores externos.
Geniturinário - sistema genital e urinário.
Genupeitoral - ação de dobrar os joelhos unindo-os em direção ao tórax.
Glicose - açúcar simples, primeira fonte de energia para o corpo.
H
Hematoma - coleção de sangue abaixo da pele ou tecidos, geralmente resultante de
um trauma.
Hemorragia - perda de sangue causado por uma solução de continuidade em vasos
sanguíneos.
Hemiplegia – paralisia de um dos lados do corpo.
Hipoglicemia - é um distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no
sangue.
Hipotermia - ocorre quando a temperatura corporal do organismo cai abaixo do
normal (35°C), de modo não intencional.
Hipovolemia - perda de sangue ou plasma pelo organismo.
Hipóxia - inadequado suprimento de oxigênio aos tecidos do corpo.
I
Icterícia – é uma síndrome caracterizada por uma coloração amarelada na pele e
mucosas devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo.
Imobilização - aplicação de um dispositivo que imobiliza uma extremidade
deformada, inchada e dolorida. Imobilizar - fixar ou restringir parte do corpo para
reduzir ou eliminar o movimento.
Infarto - definido como uma lesão tecidual isquêmica irreversível, devida à falta de
oxigênio e nutrientes em determinada parte de um órgão.
Inflamação - presença de dor, calor, vermelhidão e inchaço de tecidos quando há
um processo infeccioso, irritativo ou traumático.
Inspiração - entrada de ar para os pulmões.
Insulina - hormônio produzido pelo pâncreas, que transporta o açúcar (glicose) para
as células do organismo.
Intravenoso - dentro da veia.
Isquemia - provisão de sangue diminuída para um órgão ou tecidos.
L
Laringe - parte das vias aéreas entre a garganta e a traqueia.
Ligamento - tecido fibroso que liga as articulações aos ossos.
Luxação - deslocamento de uma extremidade de um osso em uma articulação.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
M
Mandíbula - o osso do queixo.
Medial - linha vertical, central do corpo.
Meninges - membranas que revestem o cérebro e a medula.
Miocárdio - músculo cardíaco.
Mobilização - termo usado para descrever qualquer procedimento organizado para
mover uma vítima, de um local para outro.
Movimento paradoxal torácico - quando um segmento da parede do tórax move-se
para a direção oposta ao restante. Está associado ao afundamento do tórax.
Muco - humor viscoso e semitransparente que constitui a base de muitas secreções;
mucosidade.
Músculo intercostal - músculos que se localizam entre as costelas, ajudando a
aumentar o volume da cavidade do tórax.
N
Neoplasia - termo relacionado ao crescimento exagerado de células; proliferação
celular sem controle e autônoma; tumor.
P
Palpação - toque manual feito para sentir uma parte do corpo, tais como o crânio,
tórax, abdome, membros superiores e inferiores ou o pulsação.
Parada cardíaca - interrupção da atividade cardíaca
Paralisia - perda da habilidade para mover uma parte do corpo. A sensibilidade da
área também pode estar ausente.
Parto pélvico - parto onde as nádegas ou pernas do bebê se apresentam primeiro
durante o parto.
Perfusão capilar - fluxo de sangue pelos vasos capilares.
Períneo - região localizada entre os órgãos genitais externos e o ânus.
Peritônio - membrana que envolve e delimita a cavidade abdominal.
Permeável - desobstruído; livre.
Pleura - dupla membrana que reveste a parede dos pulmões.
Pneumotórax – lesão que resulta na presença de ar no espaço pleural, comumente
levando ao colapso pulmonar.
Posterior - atrás, costas.
Pressão arterial diastólica - a pressão sanguínea na parte interna das artérias,
quando o coração está relaxado. Veja pressão arterial sistólica.
Pressão arterial sistólica - a pressão sanguínea na parede das artérias, quando o
coração está contraído. Veja pressão sanguínea diastólica.
Pressão intracraniana - pressão no interior do crânio, que pode variar em virtude
do acúmulo de líquidos nessa cavidade.
Pressão sanguínea - a pressão causada pelo sangue que força as paredes dos
vasos. Normalmente é medida a pressão do sangue nas artérias.
Priapismo - ereção peniana involuntária, sem estímulo sexual, persistente
associada a algum dano espinhal.
Proximal – é aplicada na descrição anatômica, para indicar que a parte do corpo
referida se situa mais próxima de um centro, articulação ou linha mediana.
Pulmonar - que se refere aos pulmões.
Pulso - a expansão e contração alternada das paredes das artérias combinadas
com a ejeção de sangue pelo coração.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
R
Rádio - osso lateral do antebraço.
Respiração - ato de respirar. A troca de oxigênio e gás carbônico ocorre nos
pulmões.
Respiração artificial - manobra de forçar a entrada de ar ou oxigênio para o pulmão
de um paciente que não esteja respirando adequadamente ou com dificuldade
respiratória. Também chamada de ventilação artificial.
Respiração diafragmática - respirações fracas e rápidas com pequeno ou nenhum
movimento do tórax. Há um leve movimento do abdome. O esforço do paciente para
tomar fôlego utiliza apenas o músculo do diafragma.
Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) - conjunto de manobras sobre o coração e o
pulmão para, artificialmente, manter a respiração e a circulação.
Ressuscitação pulmonar - substituição artificial da função ventilatória do paciente.
S
Sangramento arterial - perda de sangue por uma artéria. O fluxo geralmente é
rápido e jorra refletindo as batidas do coração.
Sangramento venoso - perda de sangue por uma veia, de cor vermelho escuro.
SpO2 pré-ductal - medida da saturação por oxigênio avaliada na mão direita do RN.
Sibilo - ruído característico da asma brônquica, semelhante a um assobio agudo.
Sistêmico - refere-se ao corpo todo.
Sístole - contração cardíaca simultânea para os dois ventrículos e átrios.
Sistólico - relativo à sístole.
Sudorese - secreção de suor; transpiração.
T
Tala rígida - dispositivo duro feito de material com pequena flexibilidade (como
metal, plástico ou madeira) para imobilizar articulações e extremidades acima e
abaixo do local da lesão.
Taquicardia – frequência cardíaca acima dos parâmetros normais.
Tecidos moles - tecidos do corpo que compõem a pele, músculos, nervos, vasos
sanguíneos, tecidos gordurosos, células de revestimento que recobre órgãos e
glândulas.
Tração - ação de puxar com suavidade um membro para estabilizar um segmento
ósseo ou articulação.
Trauma - lesão causada por transferência de energia ao corpo através de um
agente físico externo.
Trombose - formação de um coágulo em um vaso sanguíneo.
V
Vascular - referente aos vasos sanguíneos.
Veias - vasos sanguíneos que retornam sangue para o coração.
Ventilação - enchimento os pulmões de ar.
Ventrículo - câmaras inferiores do coração. Bombeiam sangue do coração para os
pulmões e para todo o corpo.
12
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Vênula - porção mais fina das veias que começa no final do leito capilar e retorna
sangue para as veias maiores.
Vértebra - unidade óssea da coluna vertebral.
Vias aéreas - estruturas anatômicas onde ocorre a passagem de ar, que entrou pelo
nariz e boca, para efetuar troca gasosa em nível pulmonar.
Visão transitória – é a redução parcial ou total da visão de um ou ambos os olhos,
decorrente de problemas circulatórios envolvendo o nervo óptico ou córtex occipital.
Z
Zigomático - osso da face, também chamado de zigoma.
13
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
LISTA DE SIGLAS
INTRODUÇÃO 16
Prefácio................................................................................................................. 17
Definições............................................................................................................. 19
Conceitos Importantes para o APH....................................................................... 20
MÓDULO 100 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE 24
P 101 Avaliação do Paciente ................................................................... 25
P 102 Instrumentos Avaliatórios................................................................ 31
MÓDULO 200 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA 36
P 201 PCR Adulto .................................................................................... 37
P 202 PCR Criança e Lactente................................................................. 40
P 203 OVACE Adulto e Criança ............................................................... 43
P 204 OVACE Lactente e Neonatal ......................................................... 44
P 205 Parada Resp. Adulto Criança Lactente .......................................... 46
P 206 SBV Neonatal ................................................................................ 48
P 207 DEA ............................................................................................... 51
P208 Situações Especiais em SBV......................................................... 54
MÓDULO 300 - EMERGÊNCIAS CLÍNICAS 58
P 301 Emergências Cardiovasculares ..................................................... 59
P 302 AVC/AVE......................................................................................... 62
P 303 Emergências Respiratórias ............................................................ 66
P 304 Crise Convulsiva ............................................................................ 68
P 305 Diabetes Mellitus e Hipoglicemia ................................................... 70
P 306 Emergências Obstétricas ............................................................... 73
P 307 Abdome Agudo .............................................................................. 79
P 308 Emerg. Psiquiátricas e Comportamentais ...................................... 80
P 309 Envenenamento e Intoxicação ....................................................... 82
P 310 Abuso de Álcool e Drogas ............................................................. 85
MÓDULO 400 – TRAUMAS 87
P 401 Trauma Crânio-Encefálico (TCE) ................................................... 88
P 402 Trauma Raquimedular (TRM) ........................................................ 90
P 403 Trauma Torácico ............................................................................ 93
P 404 Trauma Abdominal ......................................................................... 95
P 405 Trauma Pélvico e Genital ............................................................... 96
P 406 Choque Elétrico ............................................................................. 98
P 407 Ferimentos Específicos .................................................................. 100
P 408 Hemorragia .................................................................................... 103
P 409 Lesões Músculo Esqueléticas ........................................................ 105
P 410 Lesões na Cabeça e Pescoço ....................................................... 107
P 411 Queimaduras .................................................................................. 109
P 412 Violência Sexual ............................................................................ 112
15
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
- Introdução -
17
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
PREFÁCIO
DEFINIÇÕES
1
Definição apresentada pela Portaria nº 2048/2002 do Ministério da Saúde.
20
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Tempo Resposta: em nível pré-hospitalar uma das principais causas de óbito, seja
por trauma ou problemas clínicos, é a falta de oxigênio chegando aos tecidos,
originada por hemorragias, parada cardiorrespiratória e outros problemas. Em muitos
21
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
casos, estes problemas podem ser resolvidos com ações de Atendimento Pré-
Hospitalar. Neste sentido, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o
tempo de resposta ideal está entre 4 a 6 minutos, compreendidos do momento em
que o chamado dá entrada na Central de Emergências (COBOM / SOU / SOF) até o
momento em que equipe intervencionista (Guarnição BM) chega à cena da
emergência médica.
2,3 AMERICAN HEART ASSOCIATION (USA). Suporte Básico de Vida para Profissionais de Saúde. São Paulo:
American Heart Association, 2010.
22
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. Rápida Desfibrilação;
É importante observar que o CBMMG realiza ações até o 4º elo desta corrente.
10. Iniciar o transporte para o hospital apropriado mais próximo em, no máximo, 10
minutos após a chegada ao local;
11. Uma vez adequadamente tratadas ou descartadas as lesões com risco de vida,
obter o histórico médico do paciente e fazer o exame secundário;
MÓDULO 100
- Avaliação do Paciente -
25
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Providencie o Isolamento dos Fluídos Corporais (IFC) por dispositivos
de barreira (Coloque-os, na seguinte sequência: avental, máscara, óculos,
luvas).
b. Mantenha a cena segura:
i. Se a cena está comprovadamente insegura, torne-a segura. Se
necessário, acione outros órgãos. Do contrário, não entre na cena;
ii. Promova a segurança da Gu BM e do paciente;
iii. Promova a segurança das testemunhas e dos demais profissionais
presentes na cena;
iv. Preserve o local que contenha indícios de crime;
v. Proceda ao estacionamento da viatura, iluminação e sinalização da via,
conforme o módulo P 609.
c. Descubra a Natureza da Doença – NDD (Clínico) ou o Mecanismo de
Lesão – MDL (Trauma):
i. Casos clínicos – Natureza da Doença – NDD:
1. Verifique junto ao paciente, familiares ou testemunhas por que o
CBMMG foi acionado – NDD;
2. Determine o número total de pacientes:
(a) Solicite recursos adicionais, inclusive suporte avançado de vida e
transporte aéreo, se necessário;
(b) Inicie a triagem, se for o caso, conforme P 602.
3. Se recursos são disponíveis, proceda à avaliação inicial.
ii. Trauma - Mecanismo de Lesão – MDL:
1. Obtenha informações do paciente, familiares ou testemunhas e
inspecione na cena qual é o MDL;
2. Determine o número total de pacientes:
(a) Solicite recursos adicionais, inclusive suporte avançado de vida e
transporte aéreo, se necessário;
(b) Estabeleça o SCO, se houver necessidade;
(c) Inicie a triagem, se for o caso, conforme P 602.
3. Relacione o acidente com as possíveis lesões das vítimas.
4. Se paciente com suspeita de TRM, proteja a coluna espinhal do
paciente estabilizando manualmente a cabeça no momento da
abordagem.
5. Avalie a responsividade, identifique-se pelo nome, diga que você é um
Bombeiro Militar e peça consentimento para ajudá-lo.
6. Execute a avaliação primária (ABCDE).
26
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
2. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
a. Paciente responsivo – conversa ou chora? Estabeleça a Escala de
Coma de Glasgow, se possível:
i. Etapa A (Vias aéreas com controle da coluna cervical);
1. Abra as vias aéreas superiores:
(a) Retire ponte fixa, prótese parcial removível e prótese total, se
presentes e caso estejam obstruindo as vias aéreas (a prótese,
principalmente a total, pode ser imprescindível para a manutenção
do formato anatômico da boca);
(b) Avalie quanto à existência de objetos ou algo que precisa ser
removido; realize oximetria de pulso; forneça oxigênio, se
necessário, conforme P 604.
ii. Etapa B (Respiração):
1. Avalie a QUALIDADE:
(a) Profundidade: superficial, normal ou profunda;
(b) Frequência: lenta, normal ou rápida;
(c) Esforço: presente ou ausente;
(d) Bilateralidade: expansão simétrica ou assimétrica;
(e) Se respiração inadequada ou na presença de ferimentos graves no
tórax, realize intervenções necessárias;
iii. Etapa C (Circulação: avalie H3P):
1. Controle a Hemorragia externa, caso haja;
Avalie a QUALIDADE;
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. Repita a avaliação primária. Para paciente estável, no máximo a cada 15
minutos. Para paciente instável, constantemente.
b. Repita a avaliação secundária referente às queixas e lesões do
paciente.
c. Cheque intervenções:
i. Confira se o fornecimento de oxigênio e ventilação estão adequados;
ii. Confira o controle de hemorragia;
iii. Confira a adequação de outras intervenções.
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Comunicação com a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF:
i. Ao chegar à cena, repasse à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU /
SOF a situação geral da ocorrência, quantidade e condição clínica das
vítimas, além de necessidade de apoio adicional, inclusive SAV;
ii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF a necessidade
de acionamento dos hospitais de referência, incluindo o tempo de
chegada;
iii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF os seguintes
dados do paciente:
1. Dados pessoais (nome, idade, carteira de identidade, etc.);
2. Achados da avaliação;
3. Frequência respiratória;
4. Frequência cardíaca;
5. Pressão arterial sistólica e diastólica;
6. Oximetria de pulso;
7. Escala de Coma de Glasgow;
8. Escala de Trauma Score;
30
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
9. Procedimentos adotados;
10. Outros que a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF solicitar.
b. Comunicações Verbais:
i. Depois de chegar à unidade de saúde, relate verbalmente o ocorrido à
equipe de saúde;
ii. Refira-se ao paciente pelo nome (se é conhecido);
iii. Resuma a queixa principal, histórico do agravo à saúde, condutas
executadas na cena, tratamentos adicionais dados em deslocamento,
resposta do paciente, dados vitais e informações adicionais.
c. Comunicações Interpessoais:
i. Estabeleça e mantenha contato visual com o paciente;
ii. Quando atuar, posicione-se no mesmo nível ou no nível mais baixo que o
paciente;
iii. Seja honesto com o paciente;
iv. Use uma linguagem que o paciente possa entender;
v. Tenha domínio de sua própria linguagem corporal;
vi. Fale claramente, devagar e com boa pronúncia;
vii. Chame o paciente pelo nome dele;
viii. Se o paciente tiver dificuldade para ouvir, fale claramente com os lábios
visíveis;
ix. Dê tempo para o paciente responder sua pergunta antes de fazer a
próxima;
x. Aja e fale com calma, de maneira confiante.
d. Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar / REDS conforme instrução
operacional específica (ITO-25).
31
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
a. Exemplos:
i. Ejeção do veículo;
ii. Morte de outro passageiro do mesmo veículo;
iii. Queda de uma altura igual ou superior a 3 vezes a altura do paciente,
especialmente se cabeça e/ou dorso colidem com superfície rígida; de
modo geral são consideradas graves qualquer queda, especialmente em
idosos;
iv. Capotamento de veículo;
v. Colisão a alta velocidade;
vi. Atropelamento;
vii. Acidente com motocicletas e bicicletas;
viii. Inconsciência ou alteração do estado mental após trauma;
ix. Trauma penetrante na cabeça, tórax ou abdome;
x. Lesões ocultas - relacione a cena com o paciente e avalie a transferência
de energia;
xi. Outros eventos cuja transferência de energia seja considerável e atinja
órgãos vitais.
4. SAMPUM
i. S inais e sintomas;
ii. A lergias;
iii. M edicamentos que faz uso;
iv. P assado médico;
v. U ltima alimentação;
vi. M ecanismo da lesão / Natureza da doença.
5. OPQRST
i. O rigem / início – Quando começou a dor ou o desconforto?
ii. P rovocação / paliação – Alguma coisa melhora ou piora a dor?
iii. Q ualidade – Descreva a dor (queimação, facada, incômoda, dolorida,
lancinante/penetrante);
iv. R eferida / irradiação / região – A dor se move ou permanece localizada?
v. S everidade – Classifique sua dor ou desconforto em uma escala de 0 a
10;
vi. T empo / duração – Há quanto tempo você tem a dor/desconforto?
35
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
AVALIAÇÃO DA CENA
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
LOAD AND GO¹
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
PACIENTE DE TRAUMA PACIENTE CLÍNICO
Reconsidere o Mecanismo de lesão
COM MDL SEM MDL
RESPONSIVO IRRESPONSIVO
SIGNIFICATIVO SIGNIFICATIVO
Exame físico Avaliação Dirigida à Exame físico
Histórico da Doença
detalhado Queixa Principal detalhado
Sinais vitais e
Sinais vitais e Sinais Vitais e SAMPUM
Oximetria Oximetria Oximetria
SAMPUM SAMPUM Avalie O P Q R S T SAMPUM
Exame físico detalhado, Reavalie a Decisão
Trauma Score
somente se necessário de Transporte
Reavalie a Decisão de Transporte Sinais Vitais e Oximetria
Reavalie a Decisão de
Transporte
AVALIAÇÃO CONTINUADA
COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Figura 1 - Algoritmo de avaliação do paciente
MÓDULO 200
- Suporte Básico de Vida -
37
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
socorrista 02) e ventilar apertando a bolsa do BVM com as duas mãos a bolsa (
socorrista 01 ou 03).;
Durante o tratamento de uma PCR com 03 socorristas, o terceiro socorrista,
além de operar o DEA, deverá executar as ventilações comprimindo a bolsa da
BVM com as duas mãos caso esteja disponível, enquanto o socorrista 02
mantém abertura de vias aéreas e vedação da mascara da BVM utilizando as
duas mãos e o socorrista 1 realiza as compressões torácicas;
Evite excesso de ventilação (pode provocar distensão gástrica e dificulta o
retorno venoso ao coração).
vi. Permita que o DEA faça a leitura, assim que disponível e conectado:
1. Faça rodízio entre as posições dos socorristas a cada leitura do DEA,
trocando principalmente o compressor.
vii. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP iniciando pelas
compressões;
viii. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;
ix. Se o SAV não está disponível/a caminho, transporte para o HR nos
seguintes casos:
1. O paciente apresenta sinais de retorno espontâneo da circulação;
2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, consecutivos ou não, separados
por 2 minutos de RCP;
3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos de
RCP, de que o choque não é indicado.
x. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados com
manobras de RCP com 30x2. A troca do compressor será a cada dois
minutos ou 5 ciclos;
xi. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.
Acione o SAV tão logo observe uma condição crítica: cianose, dispneia,
OVACE, parada respiratória, PCR, frequência cardíaca < 100 bpm,
prematuridade.
Se o RN apresentar situações que necessitam de reanimação, clampear e
cortar o cordão umbilical imediatamente.
P 207 – DEA
vii. Adulto, Criança, Lactente, exceto RN, com as devidas pás específicas para
cada paciente e atenuadores de corrente se possível ou pás de adultos
para todos os pacientes se apenas estas estiverem disponíveis;
b. Contra indicações:
i. Paciente respirando, com pulso, ritmo sinusal normal e recém nascido.
A RCP deverá ser realizada até que o DEA esteja em condições de ser
utilizado, e que seja, o mais rápido possível.
f. DEA e transporte:
i. Se durante o transporte, o paciente entrar em PCR dentro da UR, pare,
desligue a viatura e adote os passos de RCP e de desfibrilação;
ii. Se a UR estiver em deslocamento com RCP em andamento, não pare a
viatura, nem cesse a RCP para o DEA analisar o ritmo; mesmo que o
choque for indicado, ele não deverá ser ministrado. Apenas mantenha as
pás conectadas e aderidas ao paciente.
g. Situações especiais:
i. Se durante a aplicação do DEA a bateria descarregar, continue a RCP e
inicie deslocamento.
1. PCR TRAUMÁTICA
a. Conduta:
i. Verifique se a situação se enquadra em PCR de origem clínica ou
traumática e acione o SAV:
1. Se for de origem clínica proceda ao tratamento conforme P - 201 e P -
202.
ii. Se confirmada PCR de origem traumática, além das ações previstas nos
protocolos anteriores trate simultaneamente:
1. Hemorragias graves:
(a) Considere o uso de torniquete e curativos com agentes
hemostáticos.
2. Maximize as intervenções em vias aéreas e oxigenação;
3. Se possível, restrinja movimentos da coluna cervical;
4. Determine qual é o hospital de referência mais próximo, com
capacidade de cirurgia e transfusão de sangue;
(a) Considere transporte aeromédico;
(b) Avalie o tempo de chegada do SAV no local e o tempo de
deslocamento da UR até o hospital;
(c) Se após a primeira análise do desfibrilador ele não indicar choque e
o tempo de chegada do SAV for maior que o tempo de chegada da
UR até o hospital, inicie o deslocamento realizando RCP conforme
P - 201 e 202;
(d) Se após a primeira análise do desfibrilador ele indicar choque
proceda conforme PCR clínica (módulo 200).
(e) Em caso de retorno de circulação espontânea e o SAV não esteja
presente, limite a realizar na cena apenas intervenções de controle
de vias aéreas, hemorragias E DESLOQUE IMEDIATAMENTE
PARA O HOSPITAL DE REFERÊNCIA.
2. PCR EM GESTANTE
a. Conduta:
i. Verifique se a vítima é gestante com mais de 20 semanas de gestação:
1. Caso positivo, além dos procedimentos previstos em P - 201 e P - 202,
realize Deslocamento Manual do Útero para a Esquerda antes de iniciar
as compressões, conforme figura abaixo.
55
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Figura 5 - Deslocamento Manual do útero para a Esquerda. A - uso de uma mão. B - duas mãos
(FONTE: http://circ.ahajournals.org/content/132/18_suppl_2/S501/F1.expansion.html)
3. RCP EM AFOGADOS
b. Conduta:
i. Verifique se a vítima se encontra dentro ou fora da água:
1. Se a vítima se encontra fora da água no momento da chegada da
guarnição da UR, proceda conforme P - 201 e P - 202;
2. Caso contrário, realize SBV dentro da água conforme P-501 e retire o
paciente da água.
ii. Após retirar a vítima da água:
1. Verifique a consciência da vítima (em adultos e crianças, toque em seu
ombro e pergunte se está bem; em lactentes, toque nos pés);
2. Se inconsciente acione apoio, inclusive SAV, e providencie o DEA
rapidamente;
3. Libere as vias aéreas e cheque a respiração usando a técnica VOS
(ver, ouvir e sentir), ouça, sinta a respiração e veja se o tórax se
movimenta;
4. Se não respira realize 5 ventilações de resgate e mantenha as vias
aéreas liberadas;
5. Cheque o pulso (carotídeo para adultos/crianças e braquial para
lactentes);
6. Se a vítima não tem pulso definido em 10 segundos ou em caso de
crianças e bebês, frequência cardíaca menor ou igual a 60 bpm com
sinais de hipoperfusão, realize RCP;
7. Para todas as faixas etárias, se há apenas 1 socorrista:
(a) Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida;
(b) Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 2 ventilações de
resgate, com elevação visível do tórax;
(c) Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA esteja disponível e
com as pás conectadas no paciente ou, após 2 minutos de RCP,
apareça outro socorrista para revezar.
8. Para todas as faixas etárias, se há 2 ou mais socorristas (RCP em
equipe):
(a) Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida;
56
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
MÓDULO 300
- Emergências Clínicas -
59
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
xv. Desmaio.
b. Fatores de risco não modificáveis (fixos):
i. Idade avançada;
ii. Etnia;
iii. Hereditariedade;
iv. Sexo.
c. Fatores de risco modificáveis:
i. Hipertensão arterial;
ii. Tabagismo;
iii. Diabetes mellitus;
iv. Colesterol alto;
v. Obesidade;
vi. Sedentarismo.
d. Fatores contribuintes:
i. Estresse excessivo;
ii. Ingestão de álcool e drogas.
e. Fatores precipitantes (presente em cerca de 50% dos casos):
i. Exercícios anormalmente vigorosos;
ii. Estresse emocional grave;
iii. Doenças graves.
f. Conduta:
i. Mantenha vias aéreas pérvias;
ii. Previna o estado de choque:
1. Forneça oxigênio, caso necessário, conforme P 604;
2. Aqueça o paciente;
3. Afrouxe suas vestes;
4. Não permita que o paciente faça esforço físico – caminhe, fale muito
etc.
iii. Forneça apoio emocional e acalme o paciente;
iv. Monitore sinais vitais e o esforço respiratório e esteja preparado para RCP,
se necessário, conforme Módulo 200;
v. Se paciente estiver consciente, mantenha-o em posição de conforto
(normalmente semi-reclinado ou sentado);
vi. Se paciente estiver inconsciente, mantenha-o em decúbito dorsal,
aqueça, forneça O2 conforme P 604 (se necessário), monitore sinais vitais
e encaminhe rapidamente ao hospital.
61
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
a. Se o trânsito flui bem, desloque em Código 2 (faróis acesos, luzes de
emergência ligadas, sirenes desligadas, conforme P 609). Em caso de
trânsito congestionado, ou quando for valer-se das prioridades previstas no
CTB, desloque em Código 3 (faróis acesos, luzes de emergência ligadas,
sirenes ligadas).
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
b. O COBOM / CIAD e as SOU / SOF, além de conhecer as limitações de cada
hospital de referência em dar sequência à corrente de sobrevivência, devem
sempre notificar ao hospital, antecipadamente, a chegada de um paciente
com possível doença cardiovascular.
c. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e os repasse
ao médico que o atender.
62
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
i. Idade avançada;
ii. Hereditariedade;
iii. Doença cardiovascular;
iv. Hipertensão arterial;
v. Tabagismo;
vi. Diabetes mellitus;
vii. AIT - Ataque Isquêmico Transitório (déficit neurológico);
viii. Histórico de colesterol alto;
ix. Obesidade;
x. Sedentarismo;
xi. Estresse excessivo;
xii. Dificuldade de coagulação;
xiii. História de trauma craniano;
xiv. Cirurgias recentes;
xv. Uso de anticoncepcionais;
xvi. Uso de drogas (cocaína / anfetamina);
xvii. Uso de anticoagulantes;
xviii. Neoplasias.
d. Conduta:
i. Mantenha vias aéreas pérvias;
ii. Monitore o esforço respiratório e esteja preparado para assistência
ventilatória;
iii. Forneça oxigênio, se necessário, conforme P 604;
iv. Se o paciente estiver inconsciente ele deve ser transportado na posição
de decúbito lateral esquerdo para que o socorrista possa monitorá-lo
constantemente, mantendo o controle de suas vias aéreas e garantindo
uma boa ventilação. Se o paciente estiver alerta, ele pode ser transportado
na posição de conforto (normalmente semi-reclinado ou sentado) ou na
posição de decúbito dorsal com a cabeça e ombros levemente elevados;
v. Mantenha o paciente em repouso, sob observação contínua, monitorização
constante e fornecimento de oxigênio durante o transporte de acordo com
a avaliação da saturação de O2 (suspender em caso de SatO2 ≥94%);
vi. Aqueça o paciente. Não superaqueça-o acima de 37,6ºC;
vii. Afrouxe um pouco as roupas do paciente;
viii. Avalie a responsividade por meio da Escala Pré-Hospitalar de Cincinatti e
Escala de Coma de Glasgow – ECG;
ix. Encoraje membros da família a acompanhar o paciente até o hospital para
que possam informar o histórico do paciente à equipe médica;
64
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Figura 7 - Identificação visual de queda facial e debilidade dos braços, conforme a Escala de Cincinatti
Fonte: Stroke Center - Cincinnati (Acesso em 23/11/2012)
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. As aferições de pressão arterial devem ser estabelecidas em intervalos de 10
a 20 minutos e nunca em uma única aferição.
b. Deve-se aferir a duas extremidades superiores, comparando-as.
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. O COBOM / CIAD, as SOU / SOF devem sempre notificar ao hospital de
referência quanto à chegada de um paciente com possível AVC.
b. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e as repasse
ao médico que o atender.
66
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
c. Conduta:
i. Proteja o paciente (ampare sua cabeça, porém não contenha seus
movimentos);
ii. Em caso de secreção na boca, lateralize o paciente. Use abridor de
mandíbula. Não insira os dedos na boca do paciente;
iii. Administre O2, se SatO2 ≤ 94%;
iv. Mantenha o paciente em posição de conforto (decúbito dorsal ou semi-
reclinado);
v. Afrouxe um pouco as roupas do paciente;
vi. Aqueça o paciente;
vii. Ofereça apoio emocional.
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
70
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Nem todos os sinais ou sintomas podem estar presentes no paciente.
Paciente considerado crítico deve ser transportado com urgência ao
hospital de referência. Acionar e interceptar o SAV, se disponível.
Estimule aqueles pacientes com glicosímetro de uso crônico a utilizar o
aparelho, a fim de repassar para a central de operações ou Regulação Médica.
73
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
b. Parto anormal:
i. Sinais e sintomas:
1. Apresentação pélvica do RN no ato do parto (as nádegas ou ambos os
membros inferiores apresentam-se primeiro);
2. Apresentação invertida (nasce um braço ou uma perna primeiro);
3. Prolapso do cordão umbilical;
4. Presença de mecônio (fezes no RN) no líquido amniótico;
5. Nascimento múltiplo;
6. Crise convulsiva no trabalho de parto;
7. Parto prematuro;
8. Natimorto.
ii. Conduta:
1. Em parto pélvico, segue-se conduta similar à assistência ao parto
normal:
(a) Aguarde o parto progredir naturalmente sem jamais puxar o RN.
Caso ocorra circular de cordão umbilical, se visível, retire-o do
pescoço do RN;
(b) Caso o parto esteja progredindo, aguarde a saída das nádegas,
membros e tronco. O socorrista deve amparar o tronco do bebê no
antebraço. Aguarde a cabeça sair espontaneamente. Enquanto isso
75
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Fig. 8 - Posição dos dedos do socorrista em forma de “V” para descomprimir a face do feto em caso de parto pélvico.
(Fonte: www.triton.edu, acessado em 20/09/2016)
Fig. 9 - Manobra de Bracht. A - visão frontal; B - visão lateral (Fonte: Zugaib Obstetrícia - 2ª edição)
Fig.10 - Posição de Trendelenburg. Nesta figura, além da posição da mãe, observa-se o socorrista
empurrando a cabeça do feto para dentro do canal do parto a fim de evitar que a cabeça comprima o cordão
umbilical. A ação de empurrar com os dedos a cabeça do feto só deve ser utilizada em caso de prolapso do
cordão umbilical. (Fonte: www.triton.edu, acessado em 20/09/2016).
c. Hemorragia pré-parto:
i. Sinais e sintomas:
1. Surgimento de hemorragia vaginal excessiva (metrorragia) antes do
momento do parto;
2. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede, ansiedade,
taquipneia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida etc.);
3. Ausência de movimentação fetal.
ii. Conduta:
1. Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo;
2. Mantenha as vias aéreas pérvias;
3. Administre oxigênio em caso de sinais de estado de choque;
4. Aqueça a vítima com manta aluminizada em caso de grandes
hemorragias;
5. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico (não se deve introduzir
nada no canal vaginal);
6. Não ofereça nada para a gestante ingerir;
7. Monitore os sinais vitais e nível de consciência.
d. Aborto:
iii. Sinais e sintomas:
1. Cólica, dor e contrações abdominais;
2. Hemorragia vaginal excessiva (metrorragia);
3. Saída de fragmentos de tecidos do feto pelo canal vaginal;
4. Indícios de estado de choque (hipotensão, fraqueza, tonteira, sede,
ansiedade, taquipneia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida etc.).
iv. Conduta:
1. Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo;
2. Mantenha as vias aéreas pérvias;
3. Administre oxigênio em caso de sinais de estado de choque;
4. Aqueça a vítima com manta aluminizada em caso de grandes
hemorragias;
5. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico (não se deve introduzir
nada no canal vaginal);
6. Não ofereça nada para a vítima ingerir;
7. Dê apoio emocional;
8. Caso saia algum tecido fetal, guarde-o em saco plástico e leve-o para o
hospital junto com a mãe;
9. Monitore os sinais vitais e nível de consciência.
78
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
a. O motorrista deve deslocar com velocidade moderada e com o máximo de
cuidado possível, devido ao risco de queda do binômio (mãe e RN) da maca.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
79
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
80
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
c. Conduta:
i. Objetivo: Restabelecer o equilíbrio emocional e social das pessoas
envolvidas na situação de urgência e emergência.
1. Contenha mecanicamente o paciente apenas se for necessário. Utilize
ataduras ou outro meio que não cause lesões para imobilizar o paciente
na maca, somente se o mesmo oferecer perigo para si, para a Gu BM
ou da USA ou para outras pessoas;
81
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
a. Mantenha a contenção mecânica durante o transporte.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Relate no RAPH / REDS as razões pelas quais foi necessária a contenção
mecânica do paciente.
82
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
As intoxicações mais graves são por via oral. Elas ocorrem frequentemente
quando o paciente está buscando obter os efeitos dos medicamentos de
maneira mais rápida, ou então, estão relacionadas ao paciente usuário de
múltiplas medicações.
3. TRANSPORTE
a. Transporte o paciente na posição semi-reclinada ou sentada, se possível.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
85
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Informe qualquer sinal de sangue no vômito (sangue vermelho-vivo no vômito
pode ser sinal de ruptura de vasos sanguíneos no estômago ou no esôfago).
87
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
MÓDULO 400
- Traumas -
88
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
90
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Figura 11 - Zonas de inervação conforme segmento medular para avaliação da altura da lesão no TRM.
Fonte: www.aic.cuhk.edu.hkweb8Dermatomes.htm, acesso em 27/10/12 às 14:40.
91
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
c. Conduta:
i. Mantenha a coluna cervical imobilizada. Primeiro manualmente, depois por
meio de imobilizador lateral de cabeça ou KED e prancha longa;
ii. Aplique o colar cervical do tamanho apropriado;
iii. Imobilize na posição encontrada se:
1. Resistência;
2. Espasmos dos músculos do pescoço;
3. Aumento da dor;
4. Parestesia (formigamento) durante o posicionamento do pescoço;
5. Comprometimento das vias aéreas ou respiração.
iv. Mantenha a via aérea pérvia, assista a respiração, avalie a circulação e
proceda as intervenções se necessário;
v. Administre O2 conforme P 604;
vi. Imobilize inicialmente com o KED se o paciente estiver sentado e, em
seguida, imobilize-o em prancha longa;
vii. Imobilize o paciente em prancha longa se o mesmo estiver em pé ou
deitado:
1. O rolamento deve ser utilizado preferencialmente como forma de
posicionamento do paciente em prancha longa, estando ele em
decúbito dorsal, lateral ou ventral;
2. O método de elevação da vítima deverá ser utilizado apenas em
situações onde não seja viável o rolamento, como em fraturas de pelve,
presença de obstáculos, evisceração, objetos encravados ou
92
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. Reavalie continuamente.
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. Comunique o hospital de referência a respeito da chegada de paciente
instável com TRM.
Em crianças pequenas utilize coxins sob suas costas para manter a coluna
cervical na posição neutra.
Não utilize KED em pacientes no interior de veículos instáveis. Faça retirada
rápida.
Em vítimas instáveis que se encontrem sentadas, sendo possível, insira a
prancha longa em seu dorso, seguindo o mesmo procedimento de
imobilização de vítimas que se encontram em pé.
Nas imobilizações em prancha longa, prenda os tirantes na seguinte ordem:
tórax, pelve, cabeça e membros inferiores.
93
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO.
95
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
96
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
O exame físico da pelve (que é feito com palpações suaves) deve ser
realizado somente uma vez, pois repetidas manipulações nos exames podem
agravar a situação da vítima.
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
98
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
100
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
b. Avulsão:
i. Sinais e sintomas:
1. Ferimento em que parte de tecidos é arrancada do corpo;
2. Dor e hemorragia intensa;
101
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
ii. Conduta:
1. Adote os mesmos procedimentos para amputação.
c. Ferimentos abertos: laceração, escoriação, incisão e punção:
i. Sinais e sintomas:
1. Sangramento e dor local ou irradiando (conforme local e profundidade).
ii. Conduta:
1. Exponha a ferida, retire ou corte as roupas do paciente;
2. Limpe a superfície ferida. Retire objetos sólidos macro, de preferência
com pinça, mas não tente desbridamento nem lavá-la;
3. Controle a hemorragia, conforme P 408;
4. Mantenha o paciente deitado e calmo. Não aumente a circulação;
5. Previna o choque e forneça oxigênio.
d. Objetos encravados e empalados:
i. Sinais e sintomas:
1. Objetos encravados são aqueles que penetram a pele e se fixam
criando orifícios não naturais ao corpo.
2. Objetos empalados são aqueles que penetram por orifícios naturais do
corpo e nele permanecem.
ii. Conduta:
1. Objetos encravados na bochecha com hemorragia profusa ou
dificultando a respiração:
(a) Remova objetos encravados se isto puder ser feito sem resistência;
(b) Se objeto estiver em estruturas mais profundas (ex.: palato)
imobilize-o no lugar;
(c) Mantenha vias aéreas abertas, facilitando a drenagem da boca;
(d) Contenha hemorragia com compressa entre os dentes e a
bochecha e faça curativo externamente;
(e) Considere a possibilidade de dentes soltos e outros objetos sólidos
na boca do paciente e os retire;
(f) Prepare-se para realizar aspirações.
2. Objetos encravados no olho:
(a) Estabilize o objeto com curativo estéril e rolos de ataduras. Cubra-o
com um copo firmemente fixado para impedir toques e
movimentações;
(b) Cubra o olho não afetado;
(c) Previna o estado de choque e forneça O2;
(d) Dê suporte emocional ao paciente.
102
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
103
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
P 408 – HEMORRAGIA
Trate o choque.
Administre O2 conforme P 604.
107
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
c. Lesões em nariz:
i. Conduta:
1. Não havendo suspeita de TCE ou TRM, ponha a vítima sentada com a
cabeça levemente inclinada para frente, apertando-se suas narinas,
orientando a respirar pela boca;
2. Mantenha a compressão das narinas pelo tempo necessário para se
controlar a hemorragia;
3. Estando a vítima em prancha longa, utilize o aspirador para garantir as
vias aéreas pérvias;
4. Estabilize objetos encravados/empalados sem removê-los e sem
obstruir as vias respiratórias;
5. Não oclua as narinas com curativos;
6. Em avulsão (perda de tecido) use compressa em abundância. Coloque
a parte avulsionada em um plástico estéril ou gaze, preferencialmente
resfriados, conforme P 407.
d. Lesões em orelhas:
i. Conduta:
1. Em caso de lesão com hemorragia na orelha, faça curativo compressivo
no local;
2. Em caso de sangramento pelo ouvido (otorragia), faça curativo frouxo
cobrindo toda a orelha, sem impedir a saída de sangue e líquor;
3. Em lacerações, utilize diversas camadas de compressa começando
atrás da orelha e depois na sua frente;
4. Em avulsão (perda de tecido) use compressa em abundância. Coloque
a parte avulsionada em um plástico estéril ou gaze, preferencialmente
resfriados.
e. Lesões no pescoço:
i. Conduta:
1. Mantenha as vias aéreas pérvias;
2. Faça compressão direta no local com a sua mão enluvada;
3. Aplique a pressão necessária para parar o sangramento, mas não
pressione ambos os lados ao mesmo tempo;
4. Faça curativo oclusivo com material não aspirável através do ferimento
aberto. A borda do curativo deve ultrapassar ao menos 5 cm da borda
do ferimento;
5. Coloque uma bandagem sobre o curativo oclusivo;
6. Não permita que a bandagem obstrua as vias aéreas nem a circulação
do pescoço;
7. Se o mecanismo de lesão puder causar lesão cervical, imobilize o
pescoço com colar cervical.
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
109
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
P 411 – QUEIMADURAS
Figura 12 - Regra dos “9” para estimativa do percentual da área de superfície do corpo queimada.
110
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
c. Aspectos da queimadura:
i. Primeiro Grau (superficial): seca, rubor, edema mínimo ou ausente;
ii. Segundo Grau (moderada): flictenas, aspecto húmido (exsudativo),
aspecto rosado, edema;
iii. Terceiro Grau (profunda): seca, branca pálida (aspecto de couro) ou
carbonizada, rígida e sem elasticidade, destruição total de terminações
nervosas, folículos pilosos e glândulas sudoríparas com possível
destruição óssea.
d. São queimaduras graves:
i. Em mãos, pés, face, virilha, nádegas, genitália, coxas e queimaduras
circunferenciais do tronco ou dos membros;
ii. Em vias aéreas (manifestadas por dificuldade respiratória, dor e pelos
nasais chamuscados);
iii. De 2º e 3º graus em mais que 20% da área do corpo;
iv. Queimaduras elétricas;
v. Queimaduras associadas a:
1. Idade maior de 55 anos e menor 5 anos;
2. Fraturas em ossos longos.
e. Sinais e Sintomas:
i. Primeiro Grau (superficial): dor que suaviza com o frio e hipersensibilidade;
ii. Segundo Grau (moderada): dor e hipersensibilidade;
iii. Terceiro Grau (profunda): indolor, edema, choque, possibilidade de porta
de entrada e de saída na queimadura elétrica.
A extensão aparente da lesão tecidual em uma queimadura elétrica, não
reflete com exatidão a gravidade da lesão. Trate sempre como grave.
Os pacientes queimados podem ter outras lesões e o aspecto da
queimadura não pode desviar a atenção dos socorristas de lesões com risco
de vida.
f. Conduta:
i. Exponha o corpo do paciente, removendo as roupas não aderidas a pele.
Corte as roupas aderidas a pele;
ii. Remova anéis, relógios e joalherias;
iii. Determine a área afetada e a profundidade;
iv. Em queimaduras térmicas por calor, resfrie a área afetada com água
potável ou soro fisiológico frios (ideal entre 12ºC e 18ºC), por no mínimo 10
minutos, limitando-se a no máximo 10% da área corporal total, para evitar
hipotermia. Não utilize gelo ou água em temperatura inferior à supracitada;
v. Cubra a área queimada com curativo estéril umedecido com soro
fisiológico ou use o Kit de Queimaduras da UR;
111
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
a. Transporte a um centro de referência;
b. Aqueça o paciente durante o transporte.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
112
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
i. Não relate detalhes do fato ao COBOM / SOU / SOF próximo a vítima,
responsáveis por ela ou parentes;
113
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Não tente examinar a área genital e anal, a menos que haja sangramento
abundante a ser contido.
114
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
MÓDULO 500
- Emergências Ambientais -
115
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
P 501 - AFOGAMENTO
Grau Sinais
3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
118
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Não perca tempo tentando diagnosticar se foi DD ou EAG, trate como mal
descompressivo e inicie os primeiros socorros até conseguir um histórico
detalhado sobre os fatos e auxílio de um médico hiperbárico.
121
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
b. Conduta:
i. Mantenha o paciente calmo e em repouso;
ii. Identifique o animal agressor (cobra, aranha, insetos, escorpiões,
morcego) se possível;
iii. Identifique o local da inoculação (identificar com caneta, se possível);
122
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. TRANSPORTE
a. Se o paciente estiver com náusea ou vômito transporte em decúbito lateral.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
125
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
2. Perda da coordenação;
3. Paciente confuso, letárgico e sonolento;
4. Pacientes normalmente sentados ou deitados (não confundir com uso
de drogas e álcool).
iii. Hipotermia grave:
1. Irresponsivo;
2. PA indeterminável;
3. 1 ou 2 movimentos respiratórios por minuto;
4. Parada cardiorrespiratória;
5. Morte aparente.
b. Conduta geral:
1. Retire o paciente do ambiente frio;
2. Retire roupas molhadas;
3. Leve para interior da UR e aqueça o ar (ideal 29º C);
4. Cubra a cabeça, pescoço e tronco com cobertores quentes;
5. Monitore a temperatura corporal;
6. Evite agitação e movimentação exagerada do paciente;
7. Não permita que ele ande ou se exercite;
8. Cubra todo o corpo com cobertor;
9. Pacientes conscientes, sem agravos adicionais, podem beber líquidos
quentes não alcoólicos e sem cafeína.
c. Conduta específica para hipotermia:
1. Em hipotermia moderada e grave, fluidos intravenosos a 40º C (apenas
SAV):
(a) O BM pode aquecer o soro fisiológico envolvendo o frasco em
toalha e colocando sobre o motor da UR parada.
2. Em hipotermia grave, RCP se necessário;
3. Administre O2, conforme P 604;
4. A oximetria pode estar alterada, conforme visto em P 603.
d. Conduta específica para congelamento:
1. Cubra frouxamente o membro afetado com uma compressa seca, estéril
e não aderente, sem comprimir;
2. Os dedos das mãos e dos pés devem ser separados e protegidos por
gaze estéril;
3. Não drene as bolhas;
4. Tente elevar as mãos e os pés para reduzir o edema (se não houver
lesão musculoesquelética associada);
127
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
“O paciente não está morto até que esteja aquecido e morto”. Ou seja,
pacientes hipotérmicos podem parecer mortos, mas tem potencial de serem
viáveis. Faça RCP e aqueça o paciente antes de presumir a morte.
Acione o SAV, se disponível.
3. TRANSPORTE
a. Proteja os tecidos frágeis contra lesões adicionais durante o transporte de
vítima de congelamento.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
128
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
MÓDULO 600
- Procedimentos Gerais-
129
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Providencie o IFC;
b. Mantenha a cena segura;
c. Descubra a NDD (Clínico) ou o MDL (Trauma);
d. Determine o número total de vítimas;
e. Solicite recursos adicionais;
f. Acione o plano de catástrofe, se houver necessidade;
g. Inicie a triagem:
i. Dê um comando de voz para todas as vítimas presentes para que aquelas
que consigam andar saiam da zona quente e se dirijam a um local seguro,
definido pela Gu BM;
ii. Avalie individualmente cada vítima que permanecer no local, da seguinte
forma:
1. Verifique se respira:
2. Verifique se respira:
(a) Se a vítima NÃO respira:
6. Para adulto ou criança, reposicione vias aéreas;
7. Se adulto retomou a respiração, classifique-o como VERMELHA.
Se não retomou, classifique-o como PRETA;
8. Se o paciente é pediátrico, antes de atribuir a classificação,
verifique o pulso carotídeo;
9. Se não tem pulso, classifique-a como PRETA;
10. Se tem pulso, execute 5 respirações de resgate, conforme
JumpStart;
11. Se não respirou, classifique-a como PRETA; se respirou, como
VERMELHA.
(b) Se a vítima respira:
1. Se tiver movimentos respiratórios maior que 30 IRPM (Adulto) ou
menor que 15 e maior 45 IRPM (Criança), classifique-a como
VERMELHA;
2. Se tiver movimentos respiratórios menor ou igual a 30 IRPM
(Adulto) e entre 15-45 IRPM (Criança), verifique:
(c) A perfusão capilar em adultos e pulso radial em pacientes pediátricos:
132
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
MÉTODO START
PARÂMETROS VITAIS
PRIORIDADE QUADROS SUGESTIVOS AÇÕES
ENCONTRADOS
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
a. Benefício do O2 no APH:
i. Oxigenação dos tecidos hipóxicos;
ii. Redução dos edemas dos tecidos;
iii. Facilita a respiração;
iv. Alivia sintomas;
v. Reduz os riscos dos sintomas residuais, melhorando o prognóstico pós-
atendimento.
b. Equipamentos disponíveis para ventilação/administração de O2:
i. Para pacientes respirando (conscientes ou não) utilize:
1. Válvula de inalação por demanda com máscara Tru-Fit ou ventilação de
fluxo com pressão positiva (Válvula de Demanda - VD) ou similares;
2. Máscara de não reinalação com bolsa reservatória;
3. Cateter nasal.
ii. Para pacientes que não estão respirando:
1. BVM (bolsa válvula máscara);
2. Válvula de inalação por demanda com máscara Tru-Fit ou ventilação de
fluxo com pressão positiva (Válvula de Demanda - VD) ou similares;
3. Máscara oronasal para ressuscitação (pocket-mask).
c. Segurança ao manusear oxigênio puro.
i. Oxigênio não é inflamável, mas é comburente;
ii. Não permita o uso de qualquer tipo de óleo, lubrificante ou graxa em
qualquer cilindro ou equipamento que esteja em contato com O2;
iii. Não permita a presença de brasas, chamas, faíscas ou que se FUME
próximo ao O2 e aos equipamentos;
iv. O local onde será utilizado o O2 deverá ser ventilado;
v. Sempre mantenha a válvula fechada e o sistema purgado quando o O2 não
estiver sendo utilizado;
vi. Nunca deixe o cilindro de O2 solto e não permita que caia ou role;
vii. Não deixe o cilindro exposto a temperaturas maiores que 52°C;
viii. Assegure-se de que o cilindro de O2 a ser utilizado encontra-se dentro do
prazo de validade do teste hidrostático.
136
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
4
Adaptado de Ronan O’Driscoll, Centro Acadêmico de Ciências de Saúde de Manchester,
Universidade de Manchester, Salford Royal University Hospital, Medicina Respiratória,
Salford, Reino Unido ronan.o’[email protected]
139
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
a. Com cateter nasal: utilize de 1 a 6 lpm (24 a 44%) na maioria dos casos
clínicos com SpO2 normal e com esforço/dificuldade respiratória.
a. No caso de DPOC utilize baixa concentração de O2 com cateter nasal, 1 a 2
lpm. Persistindo a hipóxia / cianose aumente aos poucos.
b. Emergências Clínicas com SpO2 normal e com esforço/dificuldade
respiratória, pode-se utilizar válvula inaladora de demanda ou máscara de
não reinalação com bolsa reservatória a 10 lpm (60 a 100%).
c. Emergências Clínicas com SpO2 indicativa de hipóxia utilize válvula inaladora
de demanda a 15 lpm ou máscara de não reinalação com bolsa reservatória
a 15 lpm (80 a 100%). Controle a saturação mantendo na faixa alvo de
saturação.
d. Em emergências traumáticas utilize máscara de não reinalação com bolsa
reservatória de 10 a 15 lpm (80% a 100%), se saturação indicativa de hipóxia
ou trauma grave. Em casos de trauma grave com SpO2 normal, a prevenção
do choque pode ser realizada inicialmente com cateter nasal 1-6 lpm,
devendo ser feito o monitoramento constante, avaliando-se a necessidade de
aumento de fluxo. Caso a vítima entre em hipóxia, troque o equipamento.
9. TRANSPORTE
a. Permita a circulação de ar dentro da UR durante transporte de paciente
utilizando O2;
b. Mantenha boa vedação de máscara/paciente criando um selo hermético
evitando escape de O2;
c. Não permita cilindro solto dentro da UR a fim de se evitar acidentes;
d. Assegure-se de que o equipamento de O2 utilizado no paciente seja
descartado, limpo ou testado após o uso.
10. AVALIAÇÃO CONTINUADA
e. Durante o uso de O2 fique atento à necessidade de aspiração de vias aéreas.
11. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
142
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
vi. Insira o cateter na cavidade oral até a base da língua, se possível, sem
acionar o vácuo;
vii. Aplique aspiração. Mova o cateter de um lado a outro;
viii. Aspire por no máximo 15 segundos;
1. Em lactentes e crianças o tempo de aspiração deve ser o menor
possível;
2. Somente aspire RN se após o nascimento o mesmo não esboçar
reação respiratória ou choro e suas vias aéreas estiverem obstruídas
(utilize pera de aspiração);
3. Se o paciente tem vômito (êmese) ou secreção que não possam ser
aspirados facilmente, lateralize-o e limpe sua orofaringe;
4. Se o paciente produz tanta secreção quanto o aspirador possa aspirar,
faça sucção por no máximo 15 segundos, ventile por no máximo 30
segundos (com O2 a 15 lpm) e aspire novamente. Continue desta
maneira;
5. Se necessário lave o interior do cateter (aspirando soro fisiológico) para
desobstruí-lo.
Insira o cateter – rígido ou flexível – na orofaringe até o onde pode ser visto,
próximo à base da língua.
Fique atento para o reflexo de vômito! Risco de broncoaspiração e PCR!
Não é recomendado o uso de cateteres de aspiração em pacientes com
sinais de lesão de base de crânio. Nestes casos, coloque o paciente de lado.
3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. Em caso de maus tratos / agressões
i. Encaminhe o RAPH / REDS conforme a DIAO;
ii. A Unidade deve acionar o conselho tutelar nos termos do Art. 12 do ECA,
se já não foi feito por órgão policial.
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Em caso de maus tratos:
i. Encaminhe o RAPH / REDS conforme a DIAO;
ii. A Unidade deve acionar as autoridades competentes (Art. 19 do Estatuto
do Idoso), se já não foi feito pela autoridade policial:
1. Ministério Público;
2. Conselho Municipal do Idoso;
3. Conselho Estadual do Idoso;
4. Conselho Nacional do Idoso.
150
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
1. AO ASSUMIR O SERVIÇO
a. A assunção do serviço será conforme a Instrução Técnica Operacional Nr
01/2015.
b. A Gu de UR, coordenada pelo seu comandante, deverá conferir:
i. As condições gerais do veículo: água, óleos, pneus, luzes de emergência e
de atendimento (internas e externas), faróis, freios etc.;
ii. Os mapas cargas da viatura (mapa carga de equipamentos médicos, mapa
carga de ferramentas etc.);
iii. O sistema fixo e móvel de oxigênio;
iv. A carga das baterias dos equipamentos de emergência;
v. Os rádios de comunicação.
3. NA CENA
a. Nunca pare na zona quente e evite parar na zona morna, devido aos
perigos à viatura: produtos químicos, calor, objetos perfurantes dos pneus
etc. Se possível pare a viatura na zona fria.
b. Estacione, preferencialmente, na mesma faixa onde ocorreu o acidente.
151
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Obs.: cada vez que o pé (ou direito, ou esquerdo) toca o chão considera-se um passo. O
passo longo tem cerca de 1,30 a 1,50 metros.
P 610 – EXTRAÇÃO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Conduta 1 – Mantenha a cena segura:
i. Considere os seguintes riscos potenciais:
1. Colisão contra postes de iluminação com risco de queda de fiação,
transformador e o próprio poste;
2. Colisão contra edificações com risco de queda de estrutura;
3. Vazamento de combustível líquido ou gasoso (GNV);
4. Veículos transportando produtos perigosos;
5. Veículos com risco de queda em depressões;
6. Veículos ocupados por criminosos em fuga ou em flagrante;
ii. Isole e sinalize a cena:
1. Utilize cones fotoluminescentes e as luzes das viaturas, conforme P
609;
2. Antes da abordagem ao veículo deverá ser armada uma linha direta de
prevenção com esguicho de vazão regulável, em carga pressurizada,
ou ser posicionado um militar com extintor de incêndio preparado para
ser utilizado em caso de princípios de incêndios;
3. Solicite apoio do policiamento, de outros órgãos e serviços, e mesmo de
outras Gu BM, se necessário;
4. Verifique se os sistemas de segurança do veículo foram acionados, por
exemplo, air bag.
b. Conduta 2 - estabilize o veículo:
i. O veículo deverá ser estabilizado para o trabalho seguro da GU BM:
1. A GU BM deverá se prevenir contra tombamento, amassamento do teto,
deslizamento ou qualquer outro movimento que venha a pôr em risco a
operação.
ii. O procedimento pode ser feito por meio de calços, escoras, cabos, fitas
tubulares ou outros dispositivos aplicáveis no mínimo em 3 pontos de
escora e estabilização;
iii. A GU BM deverá cortar o cabo da bateria e prevenir riscos de incêndio e
explosão.
c. Conduta 3 - Triagem dos Pacientes:
i. Verifique quantos pacientes há no veículo e priorize o atendimento;
ii. Verifique se há vítimas encarceradas;
iii. Em caso de vítimas não encarceradas, os socorristas devem realizar os
tratamentos necessários e proceder à extração da vítima;
154
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
1. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
a. Definição da técnica:
i. Para que se defina a técnica de extração apropriada para a situação, é
necessário que seja considerado o cenário da ocorrência e a avaliação do
paciente, definindo-se a gravidade de suas lesões por meio do processo
mnemônico (ABCDE) e classificando a vítima em crítica, instável ou
estável:
1. Crítica: vítima em parada respiratória, cardiorrespiratória ou condição
ambiental que ofereça risco iminente. Deve ser utilizada a chave de
Rauteck.
2. Instável: vítima que está em perigo imediato de vida, normalmente
casos de load and go. Deve ser utilizada a técnica de extração rápida.
3. Estável: vítima com lesões leves ou que não possui lesões aparentes.
Deve ser utilizada a técnica de extração com KED.
155
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
2. TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO
a. Chave de Rauteck - deve ser utilizada em vítimas com a classificação crítica
ou em casos que apresentem situações de insegurança, tais como veículos
incendiados. Realize a técnica conforme a seguinte descrição:
1. Retire o cinto de segurança do paciente;
2. Passe o braço direito, primeiramente, pelas costas da vítima;
3. Na sequência, passe-o debaixo do braço direito da vítima;
4. Segure o queixo/ pescoço (estabilize manualmente a coluna cervical);
5. Pressione a face da vítima contra a sua;
6. Passe o braço esquerdo debaixo do braço esquerdo da vítima; e, com a
mão esquerda, segure o antebraço esquerdo da vítima junto com a
calça e/ou cinto dela;
7. Gire a vítima o necessário e retire-a.
b. Extração rápida - são necessários pelo menos 3 socorristas e deve ser
utilizada em vítimas com a classificação instável. Realize a técnica conforme
a seguinte descrição:
1ª Fase:
1. Socorrista 01: aproxima-se do veículo pela frente para a vítima
visualizá-lo; em seguida, com estabilização manual da cabeça, avalia a
responsividade;
2. Socorrista 02: coloca o cilindro de oxigênio com a válvula topo aberta e
fluxômetro fechado em posição estável e segura e a máscara acessível
ao socorrista 01;
3. Socorrista 03: posiciona a maca da viatura com a prancha próximo ao
local da retirada da vítima, se possível.
2ª Fase:
1. Socorrista 02: posiciona-se no banco traseiro, retira o encosto de
cabeça e assume a posição da estabilização manual da cabeça do
paciente;
2. Socorrista 01: abre a porta do motorista e faz a avaliação ABCDE do
paciente. Após verificar o A (Abertura da via aérea), coloca a máscara
de oxigênio no paciente com vazão de 12 a 15 l/min, se necessário;
3. Socorrista 03: retira o cinto de segurança, mensura e coloca o colar
cervical e coloca o oxímetro no dedo do paciente.
3ª Fase: Após avaliado o paciente e constatada a necessidade de realizar a
extração rápida.
1. Socorrista 01: segura o tórax do paciente.
2. Socorrista 02: comanda a execução de inclinar a vítima para a frente
para facilitar o giro. Logo em seguida comanda o 1º giro de 45º do
156
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
2ª Fase:
1. Socorrista 01: abre a porta do motorista e faz a avaliação ABCDE do
paciente. Após verificar o A (Abertura da via aérea), coloca a máscara
de oxigênio no paciente com vazão de 12 a 15 l/min, se necessário;
2. Socorrista 02: posiciona-se no banco traseiro, retira o encosto de
cabeça e assume a posição da estabilização manual da cabeça do
paciente;
3. Socorrista 03: retira o cinto de segurança, mensura e coloca o colar
cervical e coloca o oxímetro no dedo do paciente.
3° Fase:
1. Socorrista 03: apoia uma das mãos, anteriormente, sobre o tronco e a
outra mão, posteriormente, no tronco;
2. Socorrista 02: estabilizando manualmente a cabeça, comanda que o
paciente seja movimentado para frente; apenas o suficiente para que o
KED seja posicionado entre a vítima e o encosto do banco;
3. Socorrista 01: coloca o KED na região posterior do tronco;
4. Socorristas 02 e 03: Após ajuste do KED, sob o comando do socorrista
02, retornam a vítima para o banco do carro;
5. Socorristas 01 e 03: realizam o fechamento dos tirantes do tórax na
sequência adequada, primeiro o central, inferior e por fim o tirante
superior;
6. Posteriormente, realizam o fechamento e ajuste dos tirantes da virilha;
7. Após o posicionamento dos tirantes de perna, caso haja um espaço
entre a cabeça da vitima e o KED, insira o coxim do KED de modo a
preencher o referido espaço;
8. O socorrista 01: fecha os tirantes da cabeça, formando um “X”;
9. Antes de iniciar a retirada da vítima os socorristas devem acochar os
tirantes de abdômen e tórax.
4° Fase:
1. Socorrista 02: segurando o KED pelas alças superiores da cabeça,
comanda o giro do paciente;
2. Socorrista 01: segurando nas alças laterais do KED, realiza o primeiro e
segundo giro de 45°;
3. Socorrista 03: segura as pernas com um dos braços abaixo da coxa da
vítima e a outra mão sobre o painel do veículo para servir de apoio,
realiza o primeiro giro de 45° acompanhando as pernas da vítima;
4. Na sequência, retira a perna da vítima do espaço do motorista uma de
cada vez, pegando na ponta dos pés e os trazendo em direção ao
banco do passageiro;
5. Com as pernas da vítima sobre o assento do passageiro, a equipe
realiza o segundo giro.
158
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
5ª fase:
1. Socorrista 02: retira-se do veículo e coloca a prancha longa apoiada no
banco do motorista.
6ª fase:
1. Socorrista 01: coloca a vítima deitada na prancha;
2. Socorrista 03: flexiona e eleva as pernas da vítima, retira os dois
tirantes da virilha. Na sequência, as pernas da vítima são colocadas na
prancha;
3. Socorrista 02: comanda o arrastamento da vítima para a posição correta
na prancha. Os socorristas, utilizando as alças do KED, deslizam a
vítima;
4. Socorrista 01: coloca o cilindro de oxigênio entre as pernas da vítima
com o registro do cilindro voltado para os pés da vítima.
5. Socorrista 01: desconecta o tirante superior do tórax após a prancha
longa ser posicionada no solo;
1. QUESTÕES LEGAIS
a. Todas as pessoas têm direito constitucional à assistência à saúde;
b. A vida e a saúde são bens indisponíveis;
c. O BM, como garantidor legal, possui o dever de socorrer;
d. Se a vítima interpõe óbices intransponíveis ao auxílio, não há que se falar em
crime de omissão de socorro;
e. Em caso de recusa de paciente vítima de lesões leves (ou potencialmente
leves), em que o próprio paciente ou representante legal pode buscar socorro
adequado ou providenciar sua própria assistência por meios próprios,
também não há crime.
2. EXECUTE A AVALIAÇÃO DO PACIENTE CONFORME MÓDULO 100.
3. OS SEGUINTES DADOS DEVEM SER CONHECIDOS DO SOCORRISTA,
ANTES QUE O PACIENTE POSSA RECUSAR FORMALMENTE O
ATENDIMENTO:
a. O paciente está alerta e orientado quanto à pessoa, tempo e lugar?
b. Há algum sinal que o impeça de compreender as consequências de sua
decisão, tais como:
i. Uso de álcool ou drogas;
ii. Desordens psiquiátricas ou psicológicas;
iii. Paciente apresenta-se como um perigo para si e para outros;
iv. Trauma de cabeça;
v. Histórico de doença que afeta sua capacidade mental;
vi. Alguma outra condição clínica que possa limitar sua capacidade de pensar
racionalmente;
vii. Baixa idade.
c. Os sinais vitais estão normais?
d. O paciente compreende as possíveis consequências de sua recusa?
e. O paciente oferece uma resistência instransponível ao atendimento?
f. O quadro clínico do paciente é potencialmente grave?
4. SE O PACIENTE (OU REPRESENTANTE LEGAL) RECUSA O
ATENDIMENTO, MAS A GUARNIÇÃO BM ENTENDE QUE ELE NECESSITA
DE ATENDIMENTO MÉDICO:
a. Tente contar com os familiares, amigos ou pessoas próximas a ele no sentido
de ajudar a convencê-lo da gravidade de sua condição;
b. Contate a regulação médica (se disponível) ou o médico do paciente (se
disponível), e permita que o paciente fale com um profissional médico que
161
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
1. QUESTÕES LEGAIS
a. Somente profissional médico pode expedir a declaração de constatação de
óbito;
b. Em casos óbvios, contudo, o profissional não médico pode constatar o óbito.
São situações extremas.
2. PROPOSTA
a. Auxiliar a Gu BM a constatar ou presumir o óbito do paciente em ambiente
extra-hospitalar.
3. INDICAÇÕES
a. Presunção de óbito, sem que se inicie as manobras de RCP deve ser
considerada apenas nas seguintes condições:
i. Decapitação;
ii. Decomposição;
iii. Rigor mortis (é um sinal reconhecível de morte que é causado por uma
mudança bioquímica nos músculos, causando um endurecimento nos
músculos do cadáver, impossibilitando de movimentá-los ou manipulá-los);
iv. Livor mortis (livor hipostático ou livor cadavérico): é um sinal de morte, no
qual há o aparecimento de manchas róseas ou arroxeadas na parte do
corpo em contato com a superfície, devido à gravidade.
v. Secção de tronco com parada cardiorrespiratória;
vi. Esmagamento total de crânio com parada cardiorrespiratória;
vii. Carbonização;
viii. Paciente adulto sem pulso e apneico, mesmo após permeabilização de
vias aéreas, em ocorrências com múltiplas vítimas, em que os recursos
operacionais são insuficientes para atendimento de todas as vítimas, mas
apenas das vivas (que respiram e tem pulso);
ix. Paciente pediátrico, com pulso mas sem respiração, mesmo após abertura
de vias aéreas e realização de cinco ventilações, em ocorrências com
múltiplas vitimas, em que os recursos operacionais são insuficientes para
atendimento de todas as vitimas, mas apenas das vivas ( que respiram e
tem pulos);
x. Vítimas presas às ferragens, escombros ou encarceradas de alguma
forma, que estejam sem respiração e sem pulso, quando o tempo de
retirada for superior a 30 minutos;
xi. Vítimas apresentando lesões com baixa probabilidade de sobrevivência,
por exemplo, atingida por projétil na cabeça com exposição de massa
encefálica, em zona quente (ambiente sob fogo) no caso de resgate tático.
xii. Afogamento sem chances de iniciar RCP, comprovada por tempo de
submersão superior a 1 hora ou sinais evidentes de morte.
163
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Em caso de mulher grávida, mesmo com lesão incompatível com a vida (e.g.
esmagamento total de cabeça) com PCR testemunhada, deve-se iniciar a RCP
e transportá-la para o hospital de referência mais próximo, na tentativa de
salvar o feto!
Paciente hipotérmico pode sobreviver mesmo em situações extremas de
parada cardiorrespiratória.
164
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Apêndices
165
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
1. ASPECTOS MÉDICOS
a. O consentimento do paciente:
i. Ainda que a saúde e a vida sejam bens jurídicos indisponíveis segundo o
direito brasileiro, o socorrista deve obter o CONSENTIMENTO do paciente
ou seu representante legal para atendê-lo.
b. Considera-se implícito o consentimento de uma vítima inconsciente;
c. Diante da recusa em ser atendido, agir conforme P 612;
d. Somente são consideradas mortes óbvias ao socorrista os casos citados em
P 613.
2. ASPECTOS LEGAIS
a. O socorrista Bombeiro Militar executa suporte básico de vida em pacientes
acometidos de agravos clínicos, traumáticos, obstétricos e psiquiátricos.
Suas atribuições no APH estão definidas principalmente nas seguintes
normas:
i. Constituição Federal de 1988, Art. 144, § 5º;
ii. Constituição Estadual de 1989, Art. 142, Inciso II;
iii. Lei Complementar Nº 54, de 13Dez99, art 3º e 27;
iv. Portaria Nº 2.048/02 – Ministério da Saúde;
v. Resolução Nº 1.671/03 – Conselho Federal de Medicina;
vi. Documentos normativos do CBMMG: Resoluções, Memorandos,
Instruções, dentre outros.
b. O Bombeiro Militar tem o DEVER DE AGIR, pois segundo o §2º do art. 29 do
Código Penal Brasileiro – CPB “...o dever de agir incumbe a quem tenha
por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância...”, mesmo que
tenha que enfrentar o perigo, conforme §1º do art. 24 do mesmo CPB;
c. No seu agir, o BM deve guiar-se pelo Princípio da Legalidade Estrita, pelo
qual o agente público somente pode fazer o que a norma manda, não o que
ela não proíbe;
d. Imprudência é a conduta positiva praticada pelo agente que, por não
observar o seu dever de cuidado, vem a causar o resultado lesivo que lhe era
previsível. É o agir a mais que o permitido;
e. Negligência, ao contrário, é uma conduta negativa. É sempre deixar de fazer
aquilo que a diligência normal impunha. É o agir a menos que o exigido;
f. Imperícia ocorre quando há uma inaptidão, momentânea ou não, do agente
no exercício de arte ou profissão. Diz-se que a imperícia está ligada,
basicamente, à atividade profissional do agente. É inobservância de regra
técnica.
166
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3. ASPECTOS ÉTICOS
a. A ética bombeiro-militar é definida pelas normas, regras e regulamentos, e
em especial pela lei estadual nº 14.310 , de 19/06/02 – Código de Ética e
Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais;
b. Sigilo Profissional – é a obrigação do Bombeiro Militar “não revelar
informações pessoais ou relativas à situação clínica da vítima a quem não
esteja diretamente envolvido no atendimento da emergência e que dessas
informações devam ter conhecimento”.
c. Direitos do paciente:
i. Segundo o art. 196 da Constituição Federal de 1988, “Saúde é direito de
todos e dever do Estado.” São, ainda, DIREITOS DO PACIENTE:
1. Identificar o profissional de saúde – Bombeiro ou não - por nome
completo, função ou cargo;
2. Ser identificado e tratado pelo nome e sobrenome, não pelo nome da
doença ou do agravo da saúde (Ex: aidético, tuberculoso, leproso,
drogado) ou por apelidos e termos pejorativos;
3. Receber explicações claras sobre o tipo de atendimento que está
recebendo por parte do socorrista, o que inclui cópia da RAPH/REDS;
4. Atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os
profissionais – BM e outros;
5. Ter seu caso tratado com sigilo e discrição.
167
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
1. CONCEITO
a. Sinais vitais são as medidas das mais básicas funções do corpo. São quatro:
temperatura, pressão arterial, respiração e pulso. São indicativos importantes
também a cor da pele e mucosas, perfusão capilar e oximetria de pulso.
b. Seus valores possuem pequenas alterações conforme as referências
bibliográficas adotadas.
2. MEDIDAS
a. Temperatura corporal (axilar):
Normal Febre discreta Febre moderada Febre Elevada Hiperpirexia
36,6° a 37,2°C 37,3° a 38,4°C 38,5° a 39,0°C 39,1° a 40,5°C >40,5°C
b. Incursões respiratórias por minuto (IRPM):
Adulto Criança Bebê Neonato
12 a 20 15 a 30 25 a 50 30 a 60
d. Pressão arterial:
Adulto Criança / Bebê
Sistólica (mm Hg) 110-140 80 + 2X Idade
Diastólica (mm Hg) 60-90 2/3 Sistólica
Quadro 10 - Sinais vitais.
1. SINAIS E SINTOMAS
a. Sinais e sintomas universais de todos os tipos de choques:
i. Sinais precoces:
1. Taquicardia;
2. Pulso fraco;
3. Reenchimento capilar > 2 segundos;
4. Palidez cutânea;
5. Vasoconstrição cutânea (cianose);
6. Sudorese;
7. Pele fria.
ii. Sinais tardios:
1. Hipotensão arterial;
2. Taquipneia;
3. Alterações neurológicas (comportamentais).
b. Sinais e sintomas típicos dos choques específicos:
i. Choque cardiogênico:
1. Hipertensão seguido de hipotensão;
2. Taquicardia seguida de Bradicardia;
3. Dispneia;
4. Sudorese;
5. Palidez cutânea;
6. Alterações neurológicas (comportamentais).
i. Choque neurogênico:
1. Hipotensão;
2. Bradicardia;
3. Pele rosada e bem perfundida.
ii. Choque psicogênico:
1. Hipotensão;
2. Bradicardia seguida de taquicardia.
ii. Choque séptico:
1. Hipotensão persistente;
2. Pele quente e ruborizada;
3. Calafrios;
170
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
4. Febre;
5. Taquipneia;
6. Taquicardia.
iii. Choque anafilático:
1. Pele avermelhada, com coceira ou queimação;
2. Edema de face e língua;
3. Respiração ruidosa e difícil;
4. Hipotensão arterial;
5. Pulso fraco;
6. Tontura;
7. Palidez e cianose;
8. Coma.
i. Choque hipovolêmico (hemorrágico):
1. Ansiedade e inquietação;
2. Náuseas e vômitos;
3. Boca, língua e lábios secos;
4. Sede intensa;
5. PA sistólica menor que 90 mmHg (tardio);
6. Taquicardia;
7. Taquipneia seguida de bradipneia com respiração rápida e profunda;
8. Enchimento capilar acima de 2 segundos;
9. Pele fria, úmida e pegajosa;
10. Palidez ou cianose;
11. Olhos opacos e pupilas dilatadas;
12. Torpor e coma.
c. Classificação do choque hipovolêmico hemorrágico no adulto:
Classe I Classe II Classe III Classe IV
Perda sanguínea (ml) 700 – 750 ml 750 - 1500 ml 1500 - 2000 ml > 2000 ml
Perda sanguínea (%) Até 15% 15 -30% 30-40% > 40%
Frequência de pulso < 100 Entre 100 -120 120 - 140 >140
Muito
Pressão Arterial Normal Normal Diminuída
Diminuída
Frequência
14-20 20-30 30-40 >35
Respiratória
Estado Mental Ansiedade Ansiedade Ansioso Ansioso e
Leve Moderada e Confuso Letárgico
Quadro 11 - Classificação do choque hipovolêmico no adulto.
171
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
2. TRATAMENTO
a. Conduta geral:
i. Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
ii. Manter as vias aéreas pérvias;
iii. Administrar oxigênio conforme P 604;
iv. Controlar hemorragias externas;
v. Aquecer a vítima com manta aluminizada e/ou cobertor;
vi. Remover roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima para prevenir
hipotermia;
vii. Imobilizar fraturas, caso haja, o quanto antes para reduzir lesões internas,
conforme P 409;
viii. Não oferecer nada para a vítima ingerir;
ix. Aplicar compressa fria sobre o possível local da hemorragia interna. Não
aplique a compressa diretamente sobre a pele;
x. Monitorar sinais vitais e nível de consciência;
xi. Iniciar transporte para o hospital o mais rápido possível;
xii. Considere acionamento de SAV e interceptação durante o deslocamento.
172
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
1. CONCEITO
a. É a escala de avaliação do quadro da vitalidade do neonato, logo após o
nascimento.
2. PARÂMETROS
a. Escala de APGAR: avalia-se através da pontuação determinada no
momento do nascimento e aos 5 (cinco) minutos de vida.
PONTUAÇÃO
PARÂMETROS
0 1 2
Frequência Cardíaca Ausente Menor que 100 BPM Maior que 100 BPM
Choro fraco Choro forte
Esforço Respiratório Ausente
Respiração irregular Respiração regular
Discreta flexão de
Tônus Muscular Flácido Semiflexão completa
extremidade
Reflexos de
Ausente Resposta com careta Tosse ou espirro
Irritabilidade
Cianose Corpo róseo,
Coloração da Pele generalizada extremidades Completamente róseo
ou palidez cianóticas
Quadro 12 - Escala de APGAR.
3. CONDUTA
a. Devem ser feitas três medições: no primeiro, no quinto e no décimo minuto.
b. Quando a nota de cinco minutos for inferior a 7, novas avaliações devem ser
realizadas a cada cinco minutos, por até 20 minutos, e adequadamente
registradas.
c. Não deve servir para decisão quanto à reanimação do neonato.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. O resultado encontrado deve ser informado ao médico no hospital, uma vez
que as notas obtidas no primeiro e quinto minutos são registradas no “Cartão
da Criança”.
173
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
1. CONCEITO
a. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) pediátrica é uma escala neurológica
com objetivo de registrar o nível de consciência e responsividade de um
paciente pediátrico menor de 5 anos durante a avaliação inicial. Sempre que
possível, será contínua e após um traumatismo craniano ou traumas
diversos.
2. PARÂMETROS
a. Abertura Ocular
Espontânea 4 pontos Olhos abertos espontaneamente. Abre os olhos.
À voz 3 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um estímulo
verbal.
À dor 2 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um pequeno
estímulo doloroso.
Ausente 1 ponto Não abre os olhos.
b. Resposta Verbal
Balbucio 5 pontos Orientado para o som, segue objetos, fixa objetos,
interage, sorriso social e “palavra apropriada (>1ano)”.
Choro 4 pontos Choro contínuo, mas consolável; palavra inapropriada.
irritante
Choro a dor 3 pontos Choro persistente irritado, inconsolável, gemendo.
Gemido a 2 pontos Inquieto, agitado, inconsolável e geme.
dor
Ausente 1 ponto Não emite qualquer som.
c. Resposta Motora
Movimento 6 pontos É capaz de executar movimentos espontâneos ou propositais
espontâneo sozinho.
Retira ao 5 pontos Consegue sentir a região onde está sendo estimulada e tenta
toque se afastar.
Retira à dor 4 pontos Consegue sentir a região onde está sendo estimulada a dor e
se afasta.
Flexão 3 pontos Ao ser estimulado flexiona as extremidades superiores e
anormal estende as extremidades inferiores assumindo a atitude de
decorticação.
Extensão 2 pontos Ao ser estimulado, estende as extremidades superiores e
anormal inferiores assumindo a chamada atitude de descerebração.
Ausente 1 ponto Ausência de qualquer resposta
Quadro 14 - Escala de Coma de Glasgow Pediátrica.
1. CONCEITO
a. A escala de Trauma Score (TS) visa quantificar o nível da gravidade de um
paciente traumatizado, sendo assim fator decisivo para orientar a conduta do
socorrista no atendimento e na triagem (situação onde a emergência
ultrapassa a capacidade de resposta).
b. É composta de uma combinação de resultados a partir de três categorias:
Escala de Coma de Glasgow, Pressão Arterial Sistólica e Frequência
Respiratória.
c. A Escala de Trauma Score não inclui o enchimento capilar e a expansão
pulmonar, visto a subjetividade destes.
2. PARÂMETROS
a. Escala de Trauma Score
27 Extintor de PQS 8 Kg -- 1
28 Fita zebrada para isolamento -- 2a3
29 Hipoclorito de sódio a 1% Litro (1000 ml) 2 a 3
30 Imobilizador de cabeça tipo bashaw -- 2
Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL TAM QUANT.
31 Imobilizador pediátrico de corpo inteiro -- 1
32 Kit de queimadura -- 2a3
33 Kit obstétrico -- 2
34 Kit para salvamento em altura -- 1
35 Lanterna a pilha de 3 elementos1 -- --
36 Lanterna de recarga em viatura1 -- 2
37 Lanterna de verificação de pupila - 1
38 Lençol de papel (Rolo com 50 mts) -- 1
39 Luva de borracha para limpeza e desinfecção (par) -- 4a6
Pequeno 1
40 Luva descartável (Caixa com 50 pares) Médio 1
Grande 1
41 Luva de vaqueta (ou de couro e tecido) - par -- 3a4
42 Maca escamoteável com rodas -- 1
43 Maca tipo colher1 -- 1
44 Maca tipo Sked -- 1
45 Manta aluminizada -- 3a5
46 Máscara facial com reservatório para oxigenioterapia -- 3a5
47 Máscara facial (EPI) -- 40 a 50
48 Óculos de proteção -- 3a4
Oxímetro de pulso portátil com probe (sensor)
49 -- 1
pediátrico e adulto
50 Plástico estéril para curativos específicos 5 a 10
51 Pocket mask -- 1
52 Prancha longa1 -- 1a2
53 Prancha longa de metal1 -- 1
54 Prancheta de metal -- 1
55 Protocolo de APH -- 1
56 Rádio HT completo (bateria, antena e capa) -- 1
Neonatal 1a2
57 Respirador manual adulto tipo AMBU com reservatório Pediátrico 1a2
Adulto 1a2
Litro (1000 ml) 2a3
58 Sabão líquido neutro Almotolia (250
1
ml)
59 Saco de lixo de 30 lts -- 10 a 12
Tam 8 4a8
60 Sonda de aspiração flexível
Tam 12 4a8
61 Sonda de aspiração rígida -- 2a3
62 Soro fisiológico (Frasco com 50 ml) -- 4a6
Pequeno 3
63 Talas moldáveis de espuma e metal Médio 6
Grande 4
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
GG 4
65 Termômetro --- 1
Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL TAM QUANT.
66 Tesoura ponta romba (para tecidos e couro) -- 2
67 Tesoura de lister serrilhada -- 2
68 Tracionador de fêmur adulto -- 1
69 Tracionador de fêmur pediátrico -- 1
70 Luva estéril de plástico para aspiração --- 5
BOLSA DE APH
Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL TAM QUANT.
1 Abridor de mandíbula -- 1
Litro (1000 ml) 1
2 Álcool Etílico 70% Almotolia (250
1
ml)
3 Avental descartável (EPI) -- 3
4 Aspirador portátil manual -- 1
5 Aspirador tipo pêra 8 1
6 Ataduras de crepom de 15 cm de diâmetro (Pct c/ 12) -- 1
7 Campo operatório Unidade 20
Pacote com
8 Compressa de Gaze Estéril 11 fios 7,5 x 7,5 cm 5
10 unid.
Pediátrico 1
PP 1
9 Colar Cervical Pequeno 1
Médio 1
Grande 1
10 Conjunto com 6 cânulas de guedel (tam. de 0 a 5) -- 1
Pediátrico 1
11
Esfigmomanômetro Adulto 1
Neonatal 1
12 Esparadrapo (Rolo de 0,10 a 4,5 mts) -- 1
13 Pediátrico 1
Estetoscópio
Adulto 1
14 Kit de queimadura -- 1
15 Kit obstétrico -- 1
16 Lanterna de verificação de pupila - 1
17 Luvas descartáveis (pares) P 10
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
M 10
G 10
18 Manta aluminizada -- 2
19 Máscara facial (EPI) -- 5
20 Óculos de proteção -- 4
21 Plástico estéril para curativos específicos 2
22 Pocket mask -- 1
P 2
23 Talas moldáveis de espuma e metal M 2
G 2
24 Tesoura ponta romba (para tecidos e couro) -- 1
25 Termômetro -- 1
EQUIPAMENTOS COMPLEMENTARES
1 Adulto 1
Colete de imobilização dorsal tipo KED
Pediátrico 1
Desfibrilador Externo Automático (DEA) contendo 01
2 eletrodo adulto, 01 eletrodo pediátrico e 01 barbeador -- 1
para tricotomia.
3 Imobilizador de cabeça tipo bashaw -- 1
Oxímetro de pulso portátil com probe (sensor)
4 -- 1
pediátrico e adulto
5 Prancha longa com tirantes -- 1
Neonatal 1
6 Respirador manual tipo AMBU com reservatório Pediátrico 1
Adulto 1
OBSERVAÇÕES:
1. Os materiais de limpeza e assepsia previstos deverão possuir registro do
Ministério da Saúde.
2. Para as viaturas que atuam em primeira resposta, recomenda-se acrescentar à
sua carga os materiais e equipamentos disposto na tabela 3.
3. Os materiais e equipamentos descritos nas tabelas 1 a 3 representam um padrão
ideal para as viaturas. Havendo necessidade de se acrescentar outros, tal
procedimento será efetuado com autorização do Comandante da UEOp, que
decidirá baseado nos seguintes aspectos:
necessidade operacional demonstrada;
relação custo x benefício;
qualificação dos socorristas para utilizarem os itens incrementados;
180
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
P x C_
Tr = ; onde
1atm x Q
Dado: a) 1 atm ~ 1 bar, pois 1 atm = 760 mmHg e 1bar = 750 mmHg
Tabela de Conversão
Cálculo:
Equação Global:
1. CONCEITO
I - QUALIFICAÇÃO DA VÍTIMA
NOME: IDADE: SEXO: M F
END.(av, rua, etc.): NUM/COMP:
BAIRRO: MUNICÍPIO: CEP
UF: RG: CPF TEL:
II – TIPO DA OCORRÊNCIA
1. TRAUMA 2. CLÍNICO
ASSISTÊNCIA AO PARTO EMERGÊNCIAS
ACIDENTE VASCULAR METABÓLICAS
ACIDENTE BICICLETA ATROPELAMENTO
ACIDENTE MOTOCICLETA POR AUTOMÓVEL
CEREBRAL (AVC) PARADA
CONVULSÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
AFOGAMENTO CHOQUE ELÉTRICO
DESMAIO (SÍNCOPE) TENTATIVA DE
AGRESSÃO FÍSICA COLISÃO
DISPNÉIA SUICÍDIO
AGRESSÃO ARMA BRANCA QUEDA DE ALTURA
DISTÚRBIO PSIQUIÁTRICO INFARTO AGUDO DO
AGRESSÃO ARMA DE FOGO QUEIMADURA
DOR PRECORDIAL MIOCÁRDIO (IAM)
AGRESSÃO POR ANIMAL OUTROS: __________
INTOXICAÇÃO EXÓGENA OUTROS __________
ANIMAL PEÇONHENTO _____________________
EMERGÊNCIAS _____________________
RESPIRATÓRIAS
III - VEÍCULO
1. TIPO DE VEÍCULO 2. CONDIÇÃO DE SEGURANÇA 3. SITUAÇÃO (VÍTIMA) 4. POSIÇÃO DO VEÍCULO
AUTOMÓVEL AIR BAG ATIVOU
BICICLETA SIM NÃO À PÉ CONDUTOR
CAMINHÃO EM AUTO BANCO DIANTEIRO
MOTOCICLETA USAVA CAPACETE EM BICICLETA BANCO TRASEIRO
ÔNIBUS SIM NÃO EM MOTO GARUPA
OUTROS: ________ OUTROS: _________ OUTROS:_____________
___________________ USAVA CINTO ____________________ ________________________
SIM NÃO ____________________
NÃO OBSERVADO
OBSERVAÇÕES:
Referências Bibliográficas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
REFERÊNCIAS
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SILVA, Marcelo Tardelli da, SILVA, Sandra Regina L.P. Tardelli da. Manual de
Procedimentos para estágio em enfermagem. 2.ed. São Paulo: Martinari, 2008. p.
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