RESENHA ABUSADOx
RESENHA ABUSADOx
RESENHA ABUSADOx
“Não cheiro, não bebo. Eu só fumo o mato certo” - Essa frase causou diversos
maus entendidos pelos repórteres e foi publicada de diferentes maneiras.
Juliano tentou justificar a sua frase com algo incoerente: "Sou contra a liberação
das drogas. Nosso povo não está preparado. A droga não é boa, ilude e tira a
personalidade das pessoas, criando ilusão. A droga anestesia a revolução social.
Quem consome não consegue ver as coisas erradas do sistema porque está
escravizado."
Declarou que era contra a venda de crack. "O crack faz muito mal. Se eu quisesse
poderia ganhar muito dinheiro com isso. Mas não quero prejudicar ainda mais as
pessoas. Além disso, ia ser difícil controlar os meus homens doidôes de crack”. Além
disso falou que a venda de drogas não dá tanto dinheiro como se pensa.
Sobre a policia militar, Juliano falou que ela não está preparada para lidar com as
pessoas: "Já o policial brasileiro não está preparado para lidar com o povo humilde.
Um policial que usa farda e distintivo e ganha R$300 por mês acaba se corrompendo.
Quando alguém do morro é preso, é humilhado como um cachorro. Os policiais
sempre botam droga no bolso dos suspeitos para enquadrá-los. É assim que a PM faz.
Se eles não nos atacam, nós não atacamos. Se um de meus homens der um tiro de fuzil
num beco qualquer da favela, varre três caras de uma vez, como eles fazem. O tráfico
mata entre si. Mas a polícia mata antes para quebrar a nossa hierarquia. A guerra do
pó, no Rio, mata mais gente que a guerra da Bósnia."
Criticou as pessoas que vivem fora do morro, a começar pela imprensa: "Os
jornalistas são abutres. Não podem ver carniça. Se os que pudessem ajudar as
comunidades carentes dessem um minuto de suas vidas para isso, não existiria o
tráfico. Nós somos como uma doença dentro de um corpo. O tráfico é uma saída para
nós. Quem não tem dinheiro para comprar um tênis, uma roupa e tem sangue na veia
acaba entrando nessa vida. Quando os governantes se conscientizarem das
desigualdades sociais talvez não exista mais o tráfico. Mas os intelectuais continuam
só pensando, os políticos, roubando e a sociedade inteligente sempre em silêncio."
Por último, Juliano, ameaçou os três jornalistas se ousassem publicar seu nome.
REFERÊNCIAS
BARCELLOS, Caco. O Abusado: O Dono do Morro Dona Marta. Rio de
Janeiro: Record, 2003. 557 p.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE JORNALISMO
ÉTICA E LEGISLAÇÃO EM JORNALISMO
ACADÊMICA: SCARLET CRISTINE RODRIGUES