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A PRESENÇA/AUSÊNCIA DO CONTEÚDO LUTAS NA EDUCAÇÃO

FÍSICA ESCOLAR: IDENTIFICANDO DESAFIOS E PROPONDO


SUGESTÕES

José Arlen Beltrão de Matos, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Bahia -


Brasil
Leopoldo Katsuki Hirama, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas,
São Paulo - Brasil
Larissa Rafaela Galatti, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas,
São Paulo - Brasil
Paulo César Montagner, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas,
São Paulo - Brasil

RESUMO
O presente trabalho objetivou investigar o conteúdo Lutas no currículo real da disciplina
Educação Física de escolas públicas situadas no interior do estado da Bahia, buscando
identificar os possíveis motivos que contribuem para a sua presença ou ausência nas aulas
desta disciplina. Para isso, foi utilizado, como instrumento investigativo, um questionário
contendo 15 questões, entre abertas e fechadas. A pesquisa contou com 26 professores que
atuavam em escolas públicas de 11 cidades. As Lutas ainda são pouco presente nas aulas
de Educação Física nesta região, sobretudo experiências pedagógicas de vivências
corporais. A formação acadêmica dos professores se mostrou determinante tanto na
presença quanto na ausência deste conteúdo no currículo real das escolas. Conclui-se que
alterações no formato das disciplinas que tratam o tema Lutas na graduação, a oferta de
formação continuada e a melhoria nas condições materiais das escolas podem contribuir
para uma presença mais efetiva das Lutas nas aulas de Educação Física. Sugere-se, então,
que as formações privilegiem as abordagens estruturadas em similaridades e nos princípios
das Lutas.

Palavras-Chave: Educação Física escolar; Lutas; Formação de professores.

PRESENCE/ABSENCE OF THE CONTENT MARTIAL ARTS IN


SCHOOL PHYSICAL EDUCATION : IDENTIFYING CHALLENGES
AND PROPOSING SUGGESTIONS

ABSTRACT
This study investigated the presence/absence of the contents martial arts in Physical
Education in the practicum curriculum of Bahia´s State schools. The aim was to identify
the possible reasons for that. To this, it was used applied a questionnaire containing fifteen
questions, between open and closed. The research involved 26 teachers who worked in
Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 13, n. 2, p. 117-135, abr./jun. 2015.
ISSN: 1983-9030

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public schools in 11 Bahia´s cities. Like in other Brazilian regions, martial arts were little
addressed in classes, especially pedagogical activities of bodily experiences. As conclusion
teacher´s primary University formation is pointed as decisive in the presence or not of this
content in the real schools´ curriculums. We conclude that changes in the format of the
disciplines that treat the subject struggles in college, the provision of continuing education
and improvement in the material conditions of the schools can contribute to a more
effective presence of the struggles in Physical Education classes. Then it is suggested that
the formations in favor structured similarities and principles of the struggles approaches.

Key-Words: Physical Education; Fights; Teacher Formation.

PRESENCIA/AUSENCIA DE CONTENIDOS LUCHAS EN LA


ESCUELA DE EDUCACIÓN FÍSICA : IDENTIFICANDO LOS
DESAFÍOS Y PROPONIENDO SUGERENCIAS

RESUMEN
El objetivo fui investigar la presencia/ausencia del contenido lucha en el currículo efectivo
de Maestría en Educación Física de las escuelas situadas en Bahía, identificando las
razones que contribuyen a su presencia o ausencia en las clases de esta disciplina. Como
herramienta de investigación se aplicó un cuestionario de 15 preguntas. Participaron 26
profesores que trabajaban en las escuelas públicas en 11 ciudades bahianas. En estas, como
en otras regiones del país, las luchas siguen estando insuficientemente representadas en las
clases de educación física, en especial las actividades pedagógicas de experiencias
corporales. Concluimos que la formación inicial del profesorado fue decisiva en la
presencia o ausencia de estos contenidos en el currículo real de las escuelas. Llegamos a la
conclusión de que los cambios en el formato de las disciplinas que tratan las luchas materia
en la universidad, la provisión de la educación continua y la mejora de las condiciones
materiales de las escuelas pueden contribuir a una presencia más efectiva de las luchas en
las clases de Educación Física. A continuación se sugiere que las formaciones en favor
estructurado similitudes y principios de las luchas de los enfoques.

Palabras Clave: Educación Física; Luchas; Formación del profesorado.

Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 13, n. 2, p. 117-135, abr./jun. 2015.
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INTRODUÇÃO
Há pelo menos três décadas se discute a necessidade de diversificação dos conteúdos na
Educação Física escolar e um tratamento pedagógico que supere práticas tecnicistas.
Apesar disso, as Lutas, conteúdo clássico da cultura corporal, têm enfrentado dificuldades
em sua inserção no currículo real das escolas.1-3 A ausência deste conteúdo sugere que a
Educação Física escolar vem oferecendo uma formação limitada, já que negligencia um
conteúdo de grande relevância social.

Diretrizes curriculares de vários Estados4-8 preveem o ensino das Lutas nas aulas de
Educação Física, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. Mais que isso, os
documentos nacionais que orientam a constituição do currículo da Educação Física escolar
também indicam o ensino deste conteúdo.9-10

As Lutas são conteúdos ricos em significados e possibilitam a apreensão de conhecimentos


em diferentes dimensões, quer sejam conceituais, científicas, estéticas, corporais,
econômicas, dentre outras. No entanto, para que este elemento da cultura corporal ocupe
um espaço significativo na formação de crianças e jovens é necessário a adoção de
procedimentos pedagógicos inovadores, já que o professor de Educação Física, em geral,
não apresenta um conhecimento técnico aprofundado das Lutas.11-12

Apesar das orientações curriculares sugerirem o ensino das Lutas, e as produções


científicas13-14 apresentarem delimitação deste conteúdo, defendendo a viabilidade de
sistematização e operacionalização no sentido de torná-los abrangentes, diversificados e
articulados com projetos de formação, isso não garante que este conteúdo seja
ensinado/aprendido nas aulas de Educação Física, visto que, com bastante frequência, há
um distanciamento entre o que é previsto para se ensinar e o que é efetivamente ensinado
nas escolas.

Em relação a essas questões, Santos e Paraíso15 afirmam que o termo currículo guarda
diversas especificidades e se manifesta no ambiente escolar em diferentes dimensões,
necessitando de terminologias específicas. Nesse sentido, os conhecimentos presentes no

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plano oficial a serem ensinados nas diferentes disciplinas e séries compõem o denominado
currículo oficial, enquanto que as aprendizagens resultantes de experiências educativas
compõem o chamado currículo em ação ou real.

Se a existência do conteúdo Lutas no currículo formal não, necessariamente, garante sua


presença no currículo real, a incorporação do universo das Lutas nas orientações oficiais
para a Educação Física escolar contribuiu para que este conteúdo se inserisse em grande
parte dos currículos na formação do professor de Educação Física.16

Apesar da previsão curricular oficial e da inclusão da discussão sobre Lutas na formação


de professores, muitos desafios são apresentados para sua real concretização nos espaços
da Educação Física escolar. Carreiro1:245 afirma:
Dentre os conteúdos que podem ser apresentados na Educação Física
Escolar, as Lutas são um dos que possivelmente encontram mais
resistência, levantados geralmente os argumentos de que há falta de
espaço, falta de materiais, falta de roupa adequada e, sobretudo, pela
associação às questões de violência.

Breda et al.16:22 também sinalizam como dificuldades a recente inclusão deste tema na
Educação Física escolar e, consequentemente, o receio do professor em abordar o conteúdo
Lutas em suas aulas. Um conjunto de situações parece tornar esta insegurança justificada,
visto que muitos problemas são detectados, tais quais a escassez de propostas pedagógicas
de tratamento ao conteúdo Lutas e o pequeno número de publicações sobre o ensino das
Lutas.2, 17 Os indícios aventados pelos autores suscitam diversas questões, dentre elas: Por
que as Lutas não se estabelecem no currículo real da Educação Física escolar? Quais são as
maiores dificuldades enfrentadas pelos professores? A formação relacionada ao ensino das
Lutas nos cursos de Educação Física atende às demandas do cotidiano escolar?

A preocupação em constatar as barreiras impostas e as dificuldades enfrentadas pelos


professores de Educação Física ao propor ou ensinar o conteúdo Lutas na escola
motivaram este estudo, que objetivou investigar a presença/ausência do conteúdo Lutas no
currículo real da disciplina Educação Física de escolas situadas no interior da Bahia,
buscando identificar os possíveis motivos que contribuem para a sua presença ou ausência

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nas aulas desta disciplina e sinalizar possibilidades de minimização de problemas
encontrados por meio de propostas recentes de pedagogia das Lutas.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Como o estudo pretendeu diagnosticar a realidade de uma determinada região, foi utilizado
como instrumento investigativo um questionário, visto que este recurso possibilita atingir
um grande número de pessoas, mesmo que estas estejam ou vivam em áreas geográficas
extensas.18 Apesar do número de professores que responderam aos questionários parecer
pequeno, esta quantidade passa a ser representativa quando se relaciona ao universo total
de profissionais que atuam com a disciplina Educação Física na região do Vale do
Jiquiriçá. A coleta de dados da pesquisa foi realizada durante um seminário de formação
dos professores de Educação Física que atuavam, durante o ano de 2013, em escolas
públicas sob a circunscrição da 4ª Diretoria Regional de Educação da Bahia – DIREC. A
pesquisa contou com a participação de 26 professores de 11 cidades1 diferentes,
representando uma amostra de 40% dos profissionais, de um total de 65 professores que
lecionavam a disciplina Educação Física na região administrativa desta diretoria, onde
existem 26 unidades escolares. Importante salientar que no estado da Bahia é permitido
que professores de outras disciplinas assumam as aulas de Educação Física para
completarem suas respectivas cargas horárias.

O questionário foi composto por 15 questões, entre abertas e fechadas, que versavam sobre
o ensino das Lutas nas aulas de Educação Física, as condições físicas e materiais das
escolas e sobre a formação inicial e continuada dos professores em relação ao tema Lutas.
A DIREC 4 encaminhou convite e garantiu transporte e alimentação a todos os professores
de escolas públicas desta região para participarem do referido evento. Todos os professores
que compareceram foram convidados a participar da pesquisa, sendo adotado como critério
de inclusão “ministrar aulas de Educação Física nas escolas públicas da região” e declarar
motivação e interesse em participar da pesquisa.
1
12 Municípios compõem a região administrativa da DIREC 4, dos quais 9 contaram com representantes nesta pesquisa,
a saber: Santo Antônio de Jesus, Dom Macedo Costa, Castro Alves, Aratuípe, Varzedo, Jaguaripe, Muniz Ferreira, Santa
Terezinha e Nazaré. Apenas Conceição de Almeida, Salinas da Margarida e Itatim não tiveram representantes. A DIREC
4 convidou professores de Ubaíra e Laje, cidades próximas e apoiadas pela diretoria, para participarem do evento, os
quais aceitaram participar da pesquisa, totalizando 11 cidades representadas.
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Para analisar os dados, recorreu-se a análise de conteúdo,21 que, segundo Souza Júnior,
Melo e Santiago,20 vem sendo bastante utilizada em pesquisas qualitativas em Educação
Física escolar, já que possibilita a análise de mensagens escritas ou transcritas. A opção por
essa técnica se deu por interesse de verificar além da frequência dos fenômenos, os seus
significados e relevância no contexto estudado.

Os questionários foram transcritos, os trechos que demonstravam aproximações entre as


respostas dos diferentes professores reunidos em temas e, finalmente, discutidas no
decorrer deste artigo.
Para justificar esta análise a partir dos temas, nos referenciamos novamente em
Bardin,21:135 que define como tema:
Uma afirmação acerca de um assunto. Quer dizer, uma frase ou uma frase
composta, habitualmente um resumo ou uma frase condensada, por
influência da qual pode ser afetado um vasto conjunto de formulações
singulares.

Desta forma, a partir das respostas aproximadas dos participantes, levantamos os temas,
realizando as “formulações” e relacionando-as com o referencial teórico.

As Lutas na formação dos professores de Educação Física: o que a realidade escolar


nos sugere?
Dos 26 professores (15 homens e 11 mulheres) que colaboraram com a pesquisa, 9 eram
formados em Educação Física, destes, 4 cursaram pós-graduação lato-sensu na área da
Educação Física ou Educação. Destaca-se que a maioria dos professores (8) tem menos de
cinco anos de formado. Dentre os demais participantes, 12 eram formados em outras áreas,
3 eram graduandos em Educação Física e 2 tinham cursado apenas o ensino médio. O
grupo estudado, de modo geral, tem pouco tempo no exercício da docência em Educação
Física, 19 professores atuam há menos de 5 anos na área, sendo que destes, 12 atuam há
menos de 2 anos.

Apesar das mudanças na Educação e mais especificamente na Educação Física não


dependerem apenas dos professores, a formação docente é um pressuposto importante para
a qualidade da educação e, consequentemente, para o processo permanente de legitimação

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junto à comunidade escolar. Tanto a formação inicial quanto a formação continuada,
agindo de maneira articulada, devem dar subsídios científicos para que o professor possa
sentir-se competente para recriar sua prática e atuar de maneira transformadora. Nesse
sentido, a inclusão das Lutas no currículo real da Educação Física estabelece dependências
com a formação dos professores em relação a esse conteúdo.

Nesta região da Bahia, quanto à formação universitária, 14 professores afirmaram não


terem tido nenhuma disciplina que abordasse o conteúdo Lutas e 12 professores afirmaram
terem cursado o componente na graduação. Daqueles que se lembravam, a carga horária
foi de 60 horas, o que representaria 4 aulas semanais em um semestre de 15 semanas, com
exceção de um professor que afirmou ter cursado disciplina com 40 horas .

Com relação ao conteúdo de tais disciplinas, enfatizou-se a abordagem a partir de algumas


modalidades mais tradicionais de Lutas como o Karatê, o Judô, o Boxe e, especialmente, a
Capoeira, sendo esta a única modalidade trabalhada na disciplina segundo as respostas de 4
professores.

Estes dados indicam o distanciamento de propostas de ensino que tratam as Lutas a partir
de seus princípios gerais e aproximações.16, 22-23 Desta forma, as possibilidades de atuação
do professor ficam limitadas às poucas modalidades abordadas, que são, em geral,
trabalhadas tradicionalmente com ênfase em seus aspectos técnicos em detrimento das
possibilidades de relação com outras expressões através de suas semelhanças. No mesmo
sentido, destaca-se a ênfase no conteúdo Capoeira, indicando a preferência regional, visto
que o Vale do Jiquiriçá e Recôncavo Baiano2 são conhecidos por serem o berço desta
manifestação. No entanto, ao se oferecer como conteúdo apenas uma modalidade,
minimizam-se as possibilidades de ampliação das vivências e discussões sobre a cultura
corporal relacionadas às demais Lutas.

Um dos problemas reside no fato das próprias disciplinas ofertadas, embora tenham uma
denominação genérica como “Lutas” ou “Metodologia do Ensino das Lutas”, na prática
tratam, em muitos casos, de algumas poucas modalidades específicas, senão apenas uma

2
A DIREC 4 integra cidades destas duas regiões administrativas da Bahia.
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(em geral a que o docente domina com vivências como lutador). Como discutir as Lutas
sem que se restrinja o conteúdo abordando apenas uma modalidade?

Somente estudos mais recentes, marcadamente do final da década 1990, têm levantado
propostas de intervenção com as Lutas buscando tratá-las a partir de suas similaridades,
proporcionando a abordagem de diversas modalidades sem necessariamente excluir outras,
dentre eles destacam-se os estudos de Espartero,14 de Breda et al.,16 Gomes22 e Olivier.24 A
partir dos autores, uma alternativa para os componentes curriculares que abordam o tema
Lutas no ensino superior seja conduzir uma abordagem a partir destas propostas.

Espartero14 classifica as Lutas em três categorias, quais sejam, Lutas de agarre, Lutas de
golpes e Lutas com implementos. No mesmo sentido Breda et al.16 também apresenta
classificação das Lutas em elementos de curta, média e longa distância. Tais classificações
permitem ao professor melhor sistematizar seu planejamento no sentido de abordar as
Lutas partindo de seus princípios operacionais, envolvendo, desta forma, muitas
modalidades diferentes, mas com características semelhantes.
Do total de entrevistados (26 professores), apenas 12 afirmaram ter cursado a disciplina
Lutas na graduação. Destes, 8 afirmam que se sentem preparados para abordar este
conteúdo nas aulas de Educação Física. Contudo, 5 destes profissionais alegam que a
disciplina de Lutas cursada na graduação não foi suficiente para prepará-los para as
demandas enfrentadas na escola:
"Não. Obviamente as experiências acadêmicas nos dão uma boa base
para o trato com o conhecimento Lutas, porém as vivências das Lutas no
curso de formação acontecem muito pontualmente e às vezes
superficialmente, o que não contribui para uma maior apropriação do
conhecimento sobre o conteúdo já na Universidade." Prof. 43

Para ser capaz de abordar o conteúdo Lutas na Educação Física escolar e suprir as
deficiências da disciplina específica vivenciada na graduação, alega-se a necessidade de
formação continuada.
"Porque a graduação não é suficiente para que o professor sinta-se
habilitado para ensinar, é preciso uma busca continua de conhecimentos
para que se concretize o conhecimento e daí está apto para suprir as
demandas da escola." Prof. 13

3
Optamos por manter a originalidade das respostas, sem realizar modificações ortográficas.
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“Pois 60 horas de aula não foi suficiente para nos embasar de forma pelo
menos mediana. É preciso e pretendo me capacitar um pouco mais, pois,
as demandas são enormes." Prof. 11

Segundo Ferreira,3 muitos alunos encaram a disciplina de Lutas na graduação como “mais
uma disciplina descartável”, questionando como seria possível aprender judô ou caratê, por
exemplo, em seis meses e estarem aptos a empregarem esses conhecimentos na escola.

As experiências dos professores que colaboraram com esta pesquisa indicam a necessidade
de revisão das disciplinas que tratam do conteúdo Lutas nos cursos de Educação Física. O
aumento da carga horária ou inclusão de novas disciplinas nos currículos podem contribuir
na qualificação dos futuros professores. O ensino tecnicista parece não atender à realidade
escolar, ao mesmo tempo os professores reclamam por mais experiências práticas durante a
formação inicial, por isso, propostas que não sejam centradas nas técnicas formais mas
que, ao mesmo tempo, não negligenciem o fazer corporal presentes nas Lutas possam
concorrer para que as Lutas se façam mais presentes no currículo real das escolas.

Conteúdo Lutas: Onde está? Como está?


A escola deve possibilitar o desenvolvimento das funções psicológicas superiores dos
alunos, em uma formação sólida onde os sujeitos possam; identificar, interpretar,
compreender e explicar os objetos.25 Nesta tarefa educativa, a Educação Física é chamada
a assumir o papel de elevar o lastro cultural esportivo dos alunos, enquanto patrimônio da
humanidade socialmente produzido, historicamente acumulado, que deve ser crítica e
criativamente ensinado e praticado.25-26 Contudo, esta tarefa encontra como exigência um
ensino com conteúdos diversificados, que não se encerre apenas no estudo/prática dos
esportes, mas que contemple a multiplicidade da cultura corporal. Entretanto, a superação
de ranços históricos e a introdução dos demais conteúdos da cultura corporal não vêm
sendo uma missão fácil. As Lutas estão entre os conteúdos que encontram mais
dificuldades em adentrarem os muros das escolas. O seu ensino nas aulas de Educação
Física está cercado de medos, receios e preconceitos.

Sobre a inclusão deste conteúdo nas aulas de Educação Física, quando questionados, 4
professores se posicionaram contrários ao ensino das Lutas nas aulas de Educação Física, 1
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professor não respondeu e a grande maioria dos professores afirmou que concordava,
totalizando 21 professores, atribuindo ao conteúdo a contribuição para a formação cidadã,
evidenciando-se o estímulo a valores de relacionamento inter e intrapessoal.

No entanto, é interessante destacar que a minoria dos professores que se mostraram contra
a abordagem do conteúdo Lutas na Educação Física escolar, ao todo 4 professores,
alegaram como justificativa exatamente o contrário dos colegas que defendem o tratamento
deste conteúdo, ou seja, que a oferta de atividades relacionadas às Lutas estimulariam
atitudes inadequadas para a convivência, como a agressividade.

Professores de Educação Física entrevistados por Nascimento e Almeida27 também


informaram que não trabalhavam com Lutas em suas aulas por medo de aflorar ou
incentivar a violência no ambiente escolar. Os mesmos autores, ao abordarem este
conteúdo na escola, contraditoriamente, não observaram comportamentos violentos ou
agressivos, pelo contrário, identificaram comprometimento e zelo pelos acordos firmados.

É importante destacar que estes 4 professores que se posicionaram contra a abordagem das
Lutas na Educação Física escolar não cursaram na graduação disciplina específica deste
conteúdo. Suas afirmações denunciam um entendimento superficial do fenômeno muitas
vezes relacionando luta à briga.24

Essa visão que vincula as Lutas ao aumento da violência também foi identificada em uma
investigação com alunos do ensino fundamental no Paraná, que não tinham experiência
com Lutas. Ao serem questionados se a prática das Lutas geraria mais violência, 84% dos
alunos (n-80) afirmaram que sim. Contudo, após a abordagem deste conteúdo em uma
intervenção de vinte horas, apenas 8% dos alunos continuaram afirmando que as Lutas
fomentavam a violência.28

Esse relato confirma a necessidade de abordamos este conteúdo nas aulas de Educação
Física, no intuito de desmistificar preconceitos relacionados às Lutas, além de cumprir a
função da escola de oferecer a apreensão de conhecimentos científicos, para que os alunos
possam fazer uma leitura crítica e intervir de maneira transformadora na sociedade.

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Negligenciar o ensino das Lutas no âmbito escolar pode ainda alimentar equívocos
fomentados pela mídia e contribuir para a proliferação de consumidores pouco conscientes.
Já que a mídia vem explorando com maior frequência emoções relacionadas à violência em
transmissões de Lutas.29

Ao serem questionados sobre a possibilidade do professor de Educação Física escolar


ensinar Lutas sem a vivência prática em espaços específicos como academias, as respostas
foram bastante diversificadas. Um grupo afirma que é possível, alegando que o professor
deve assumir a posição de mediador e facilitador nas atividades:
"Sim. O professor caracteriza-se como um facilitador e não como
reprodutor de gestos técnicos para as crianças lutarem." Prof. 6

Ainda defendendo a possibilidade de abordar o conteúdo sem que o profissional tenha


vivência em espaços específicos, defende-se a necessidade de estudo teórico e prático,
assim como a busca por praticantes nas diferentes modalidades, quer seja para ajudá-los
diretamente nas aulas, ou para melhoria de seu conhecimento para posterior tratamento
pedagógico para as aulas:
"Sim. Todo conhecimento produzido pela humanidade é possível de
discussão por um educador e com as Lutas não é diferente. Ainda que o
mesmo não tenha vivências como lutador de determinada modalidade, ele
pode sim mediar o conteúdo a partir de bons referenciais teóricos, assim
como convidar lutadores legítimos para estarem compartilhando suas
experiências com os alunos" Prof 2

Outros professores concordam que seja possível abordar o tema nas aulas de Educação
Física, mas fazem ressalvas referentes às dificuldades geradas pela falta de conhecimento
relativo às técnicas das modalidades:
"Possível é, porque todos são capazes de aprender, mas considero muito
difícil e desconfortante para o professor que não tem experiência nem
afinidade com a área. Seria melhor se fosse possível o professor trabalhar
em conjunto com um professor específico da área." Prof. 4
"É possível, mas é bem mais difícil a partir do momento que você tem
que empregar as técnicas." Prof. 1

Por outro lado, a mesma dificuldade relativa ao não conhecimento das técnicas é o motivo
principal alegado por outros professores que entendem que não é possível ensinar as Lutas
sem esta vivência anterior. Identifica-se nas respostas forte tendência tecnicista e a
exigência do professor ensinar através do exemplo prático, distante ainda das
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possibilidades de mediação/facilitação do docente e consequentemente da minimização dos
processos de criação, investigação e experimentação por parte dos alunos:
"Caso o professor nunca tenha praticado uma arte (luta) ele não tem
condições de ensinar". Prof 14
"Não. É preciso que tenha conhecimento e vivenciado para que saiba
como agir em determinadas atuações." Prof. 13

Esse posicionamento dos professores está alinhado a uma tradição formativa no campo das
modalidades de Lutas, que seguem um formato de repetição exaustiva, em que o aluno
‘copia’ o professor e assim reproduz tudo aquilo nas aulas e competições.16

Os depoimentos da maioria dos professores denunciam uma concepção de ensino


centralizada na técnica, independentemente dos percursos formativos destes docentes ou da
instituição formadora. O ensino centrado na técnica, muito comum na formação de atletas,
predominou na formação dos professores de Educação Física até meados da década de
1970, quando passou a receber críticas, visto suas implicações e frequente reprodução na
Educação Física escolar. Parece que esse modelo já não é hegemônico nos diferentes
componentes curriculares esportivos no ensino superior, no entanto, além de pouco
questionado ainda é muito frequente no ensino das Lutas. Esse fato sugere que a tradição
das Lutas impera na formação dos professores

Algumas experiências pedagógicas comprovam que professores sem especialização ou


graduação em modalidades de Lutas são capazes de ensinar/abordar o conteúdo Lutas nas
aulas de Educação Física,28, 30 conforme relata Nascimento e Almeida:27:100

Essa intervenção nos possibilitou confirmar a tese de que não há


necessidade de termos uma especialização em uma modalidade de
Lutas, desde que nosso objetivo não esteja pautado na formação de
atletas/lutadores, mas na produção de conhecimento nas aulas de
Educação Física. Isso não quer dizer que devamos desconsiderar as
contribuições dos especialistas que dedicam seus estudos a este tema.

Os depoimentos também destacam uma tendência quando se refere ao conteúdo Lutas: a de


tratá-lo de forma “teórica”, devido ao distanciamento prático dos professores e também do
receio de estimular conflitos e agressões. Ainda sobre a possibilidade de tratar o conteúdo

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sem experiência prática do professor, as seguintes respostas confirmam o tratamento
teórico:
"Só se for teórica, mas não terá tanta habilidade para trabalhar na
prática". Prof. 17
"Sim. Porque o conteúdo pode ser estudado na teoria, sem exatamente a
necessidade de praticá-los." Prof. 23

Este distanciamento das atividades práticas é reforçado quando os professores são


questionados se já trabalharam em suas aulas o conteúdo Lutas. Do total, apenas 13
professores já haviam abordado o tema e, destes, 4 não incluíram atividades práticas,
concentrando as intervenções em seminários, pesquisas e apresentações de vídeos.

O fato de incluir a discussão das Lutas nas aulas de Educação Física pode ser considerado
um avanço, entretanto, não devemos perder de vista a necessidade de oferecermos espaço
para a apropriação do fazer corporal presente nestas manifestações. Parece que um dos
desafios postos a estes professores está relacionado à proposição de experiências corporais
aos seus alunos quando o tema for Lutas. Visto que a Educação Física não pode ser uma
disciplina apenas que fale sobre os esportes, jogos, danças, ginásticas e Lutas, correndo o
risco de perder aquilo que a caracteriza, o fazer corporal.

Somente em uma resposta foi encontrada ênfase em aulas baseadas apenas na prática de
modalidades ou ações relacionadas às Lutas:
"Sim, foi abordado Lutas livres sem socos, só no sentido de imobilizar o
colega, mas eles não aceitaram o desafio não estavam preparados para
tais desafios." Prof. 16

No entanto, foram relatadas propostas que relacionavam a prática com aspectos sociais,
históricos e econômicos, destacando a atenção na abordagem do conteúdo para além do
fazer corporal, aproximando-se da proposta defendida por Soares et al.13

"Sim. Em certa ocasião experimentei a mediação dos conteúdos Karatê e


capoeira, a fim de estabelecer um debate a partir do confronto entre uma
cultura oriental e outra ocidental." Prof. 2
"Sim. As vivências acontecem basicamente através de jogos de
equilíbrio, imobilização e força. Ao mesmo tempo, inúmeras questões
foram analisadas quanto à espetacularização das Lutas, tendo como
exemplo o MMA." Prof. 6

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Apesar da carência formativa apontada por diversos professores e escassez de bibliografia
e material didático disponíveis na região, foram relatadas experiências interessantes. A
sistematização e socialização dessas propostas podem ser uma alternativa para introduzir
de fato as Lutas no currículo da Educação Física escolar na região. A maioria das
experiências práticas relatadas por aqueles professores que abordaram o conteúdo Lutas
em suas aulas se aproximava de propostas estruturadas em similaridades das Lutas ou em
seus princípios,14, 16, 24 mesmo as experiências dos professores que tiveram uma formação
mais “tecnicista”.

Como exemplo de utilização das classificações é possível descrever uma aula em que se
abordem Lutas de pequena distância ou com agarre. Criar e vivenciar jogos com regras
onde se deva retirar o adversário de um local determinado ou projetá-lo ao solo podem
servir de gatilho para discussões sobre diferentes modalidades que envolvam esta dinâmica
como o Sumô, a Luta Olímpica e o Judô.

Destaca-se que apesar de tratar as diferentes modalidades de Lutas de forma generalizada,


é interessante que discussões, investigações e vivências sejam oferecidas no sentido de
relacioná-las às modalidades que mais se assemelham na especificidade das técnicas e
táticas, oportunizando o entendimento da construção dos fundamentos já consagrados,
valorizando, desta forma, o conhecimento milenar construído pelas artes marciais.

Também foi questionado sobre a presença ou não de espaços e materiais adequados na


escola para as aulas com o conteúdo Lutas. Com exceção de algumas escolas que possuem
espaço físico disponível, a grande maioria dos professores afirma não ter condições
adequadas para as aulas, especialmente com relação aos materiais disponíveis.

Ao responderem sobre quais materiais seriam necessários, a ênfase foi nos tatames, que de
fato pode contribuir para as atividades relacionadas às Lutas. Os demais materiais são
específicos de modalidades como luvas de boxe, protetores, vestimentas e instrumentos
musicais da capoeira, denunciando uma aproximação da percepção da prática atrelada às
diferentes modalidades.

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Como nenhum material de uso geral foi descrito, como cordas, cones, bolas, grandes
colchões, entre outros, é possível inferir duas situações: tais materiais já existam na escola,
ou não há percepção por parte do professor em utilizá-los em aulas com este conteúdo.

CONCLUSÃO
Apesar de ser considerado um conteúdo clássico da cultura corporal e marcar presença
significativa em diferentes momentos históricos da humanidade,9, 13-14 as Lutas, como em
outras localidades, ainda são pouco presentes nas aulas de Educação Física nesta região da
Bahia, sobretudo experiências pedagógicas de vivências corporais.

Ao se levantar as impressões de um grupo, que consideramos representativo da região


estudada (40% do total de professores atuantes na EF escolar), acerca deste conteúdo,
percebemos que a afirmação acima é verdadeira. A formação docente inadequada,
propostas com ênfase em atividades teóricas ou em modalidades específicas pautadas
unicamente na execução das técnicas, a visão de que para se abordar Lutas é necessário
experiência como praticante de artes marciais, a falta de materiais específicos e a ausência
de propostas de adaptação destes últimos foram destacadas nas respostas.

Este cenário, suas práticas docentes e as demandas do cotidiano escolar indicam que
propostas inovadoras do ensino de Lutas podem contribuir na inserção das Lutas nas aulas
de Educação Física. Tendo por características a abordagem da diversidade de modalidades
de Lutas com ênfase em seus princípios, afastando-se da ênfase nas técnicas específicas,
propondo a adaptação de materiais para as vivências, estimulando a criação de gestos a
partir de situações problemas oferecidas nas aulas, é possível minimizar as dificuldades
atribuídas para a inclusão deste conteúdo nas aulas de Educação Física.

Conclui-se que alterações no formato das disciplinas que tratam o tema Lutas na
graduação, a oferta de formação continuada, a melhoria nas condições materiais das
escolas, o aumento de publicações sobre o ensino das Lutas, assim como a sistematização
de experiências realizadas pelos professores da educação básica podem contribuir para
uma presença mais efetiva das Lutas nas aulas de Educação Física.

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Recebido em: 23 set. 2014


Aceito em: 19 mar. 2015
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