2 - Derivativos Cambiais Do Mercado Brasileiro - Precificacao e Riscos
2 - Derivativos Cambiais Do Mercado Brasileiro - Precificacao e Riscos
2 - Derivativos Cambiais Do Mercado Brasileiro - Precificacao e Riscos
Rio de Janeiro
2010
DANIEL MUSSI FRANÇA
RIO DE JANEIRO
2010
DANIEL MUSSI FRANÇA
E aprovado em 24/05/2010
Pela Comissão organizadora
_____________________________________________________
PROF. DR. ALEXANDRE LOWENKRON (Orientador)
Instituição: EPGE-FGV/RJ
_____________________________________________________
PROF. DR. MARCO BONOMO
Instituição: EPGE-FGV/RJ
_____________________________________________________
PROF. DR. GABRIEL HARTUNG
Instituição: EPGE-FGV/RJ
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meu orientador Alexandre Lowenkron pelo apoio na definição dos pontos
chaves a serem abordados na dissertação e pela ajuda no aprofundamento do meu
conhecimento sobre o tema abordado.
Agradeço a minha família por todo o apoio recebido nos momentos difíceis, que foi
essencial para que eu pudesse completar mais essa etapa de minha formação.
The central purpose of this essay is to present a detailed documentation about pricing
and risk administration of Brazilian most important FX derivatives.
In this work, we are going to study some particularities of the Brazilian market and
some adjusts to the conventional literature must be proposed in a way to provide a good
modeling for quantifying and qualifying correctly those risks enhanced in a derivatives
book.
Keywords: Future. Spot. CASADO. Options. Volatility Surface.
LISTA DE GRÁFICOS
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
2 MERCADO DE CÂMBIO NO BRASIL ............................................................... 12
3 MERCADO FUTURO X MERCADO À VISTA .................................................. 15
4 O MERCADO DE DÓLAR CASADO .................................................................. 15
5 CONSTRUÇÃO DAS CURVAS DE JUROS ....................................................... 17
5.1 Curva de Juros Interna ..................................................................................... 17
5.2 Curva de Juros Externa (Cupom Cambial) ...................................................... 20
6 PRINCIPAIS DERIVATIVOS NEGOCIADOS EM BOLSA .............................. 23
6.1 DI1 Futuro ........................................................................................................ 23
6.2 DDI Futuro (Cupom Cambial) ......................................................................... 24
6.3 FRC (FRA de Cupom Cambial) ...................................................................... 26
6.4 DOL (Dólar Futuro) ......................................................................................... 27
6.5 FRP0 (Forward Points) .................................................................................... 30
7 PRINCIPAIS DERIVATIVOS NEGOCIADOS EM BALCÃO ........................... 31
7.1 NDF (Non-deliverable Forward) ..................................................................... 31
7.2 Swap Dólar x Pré ............................................................................................. 32
7.3 Swap Dólar x CDI............................................................................................ 33
8 OPÇÕES DE DÓLAR ............................................................................................ 34
8.1 Black and Scholes (B&S) ................................................................................ 34
8.2 Superfície de Volatilidade................................................................................ 36
8.2.1 Construindo uma superfície de Volatilidade .......................................... 37
8.3 As Gregas, seus problemas e possíveis ajustes ................................................ 40
8.3.1 O Delta, o Gamma e superfície de volatilidade ...................................... 40
8.3.2 O Vega e os Vegas por vencimento ....................................................... 43
8.3.3 O Theta e o tempo discreto ..................................................................... 44
8.3.4 Rhô Interno e Rhô Externo ..................................................................... 45
9 ADMINISTRANDO UMA CARTEIRA DE DERIVATIVOS ............................. 46
10 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 58
11
1 INTRODUÇÃO
O Mercado de derivativos cambiais brasileiro vem crescendo muito nos últimos anos.
Esse crescimento é decorrente de vários fatores. Dentre eles, podemos destacar o longo
período de estabilidade econômica e política vívido pelo país, favorecendo a entrada de
investidores estrangeiros no país, seja na economia real, seja no mercado financeiro. A
crescente internacionalização das empresas brasileiras, com o fortalecimento da corrente
de comércio do país, resultando numa maior demanda por instrumentos de hedge. E o
próprio desenvolvimento e aperfeiçoamento dos derivativos negociados em bolsa e no
mercado de balcão.
Apesar da crescente utilização dos derivativos no mercado brasileiro, boa parte da
literatura sobre o assunto ainda é baseada na literatura estrangeira, que nem sempre
pode ser adotada diretamente paras os derivativos brasileiros, devido a certas
particularidades do mercado local. Podemos citar como exemplos de particularidades, a
utilização da notação DU/252 para o mercado de juros interbancário, a utilização da
PTAX no vencimento de derivativos cambiais, a existência do mercado de CASADO
para negociação do dólar à vista, concentrando a liquidez no mercado de dólar futuro.
Essa dissertação tem como proposta, detalhar toda a precificação dos derivativos
cambiais brasileiros, levando em consideração todas as particularidades do mercado
local, preenchendo eventuais lacunas da literatura tradicional.
12
MERCADO ATUAL
O primeiro passo para a correta precificação dos derivativos cambiais é a definição das
curvas de juros interna e externa negociadas no mercado brasileiro.
1
Fator du
(1 DI fut ) 252
Onde:
A partir desta notação, podemos calcular também as taxas termos entre diferentes
vencimentos.
du1
Fator1 (1 DI1 ) 252
Fatortermo du2
Fator2
(1 DI 2 ) 252
Onde:
252
Taxatermo Fatortermo ( du2du1) 1
Abaixo, temos uma tabela com os preços de mercado da curva de DI futuro da BM&F
no dia 01/04/2010 e em seguida a construção da estrutura a termo da taxa de juros.
Preços de Ajuste em 01/04/2010
Contrato Data NDU Taxa
01/04/2010
CDI - Over 05/04/2010 1 8,61%
DI1 - K10 03/05/2010 20 8,66%
DI1 - M10 01/06/2010 41 8,95%
DI1 - N10 01/07/2010 62 9,18%
DI1 - Q10 02/08/2010 84 9,41%
DI1 - V10 01/10/2010 127 9,88%
DI1 - F11 03/01/2011 190 10,38%
DI1 - J11 01/04/2011 252 10,86%
DI1 - N11 01/07/2011 314 11,21%
DI1 - V11 03/10/2011 379 11,49%
DI1 - F12 02/01/2012 441 11,66%
DI1 - J12 02/04/2012 504 11,80%
DI1 - N12 02/07/2012 566 11,95%
DI1 - V12 01/10/2012 630 12,02%
DI1 - F13 02/01/2013 692 12,04%
DI1 - J13 01/04/2013 752 12,07%
DI1 - N13 01/07/2013 815 12,09%
DI1 - V13 01/10/2013 881 12,10%
DI1 - F14 02/01/2014 945 12,17%
DI1 - J14 01/04/2014 1006 12,20%
DI1 - N14 01/07/2014 1067 12,20%
DI1 - V14 01/10/2014 1133 12,23%
DI1 - F15 02/01/2015 1198 12,22%
DI1 - J15 01/04/2015 1259 12,23%
DI1 - N15 01/07/2015 1320 12,24%
DI1 - F16 04/01/2016 1448 12,25%
DI1 - F17 02/01/2017 1699 12,30%
19
Não utilizaremos o calendário completo de reuniões, pois o efeito na curva longa tende
a ser menor, não acrescentando muita informação ao nosso estudo.
20
Como foi citado anteriormente, o Real não é uma moeda conversível, logo não podemos
extrair o dólar futuro pela simples arbitragem do dólar à vista com as curvas de juros
doméstica e estrangeira. É preciso construir uma curva de juros em dólar negociada no
Brasil. Essa taxa é chamada de cupom cambial.
Para iniciarmos a construção da curva de cupom cambial, precisaremos retomar o
conceito de CASADO, pois este tem papel crucial na formulação da curva.
O CASADO é o elo de ligação entre o mercado de dólar à vista e de dólar futuro, uma
vez que a curva de juros doméstica já é conhecida.
Podemos extrair o cupom cambial curto a partir das seguintes relações.
Exemplo Numérico
Início 01/04/2010
Vencimento 03/05/2010
Futuro 1.770,00
Casado 10,20
DI 8,66%
NDU 20
NDC 32
Spot 1.759,80
CC 0,92%
Tabela 5.4 – Cálculo do Cupom Curto
21
Vale ressaltar que a notação utilizada para a taxa do cupom cambial, ao contrário da
utilizada para a taxa DI, é a DC/360 com capitalização simples.
Para concluirmos a construção da curva de cupom cambial, precisamos estudar o
contrato de FRC (Forward Rate Agreement de Cupom Cambial) negociado na BM&F.
O FRC negocia a taxa termo do cupom cambial entre o primeiro vencimento do futuro
de dólar o vencimento do FRC. Digamos que o primeiro vencimento do dólar é em
Maio/2010. Se negociarmos um contrato de FRC para vencimento em Janeiro/2011,
estamos negociando a taxa termo do cupom cambial entre Maio/2010 e Janeiro/2011. O
contrato de FRC possui outras características que serão discutidas mais a frente mas que
não são relevantes neste momento.
O importante agora é que com o cupom curto extraído do CASADO e com as taxas do
FRC nós somos capazes de construir a curva de cupom cambial.
Aproveitando o exemplo acima, poderíamos achar o cupom cambial para Janeiro/2011
pela interpolação do cupom cambial curto extraído do CASADO e do FRC com
vencimento em Janeiro/2011, a partir da seguinte fórmula.
Abaixo, temos uma tabela com os preços dos FRCs negociados no dia 01/04/2010 e a
curva de cupom cambial originada a partir do cupom curto calculado acima e desta
curva de FRCs.
22
(1 DI t ) 252
Onde:
DI t =Taxa de juros para a data t
Como já foi mencionado, o DI1 futuro não possui theta (carrego), logo a principal
exposição que devemos destacar e medir é a própria exposição à taxa de juros, que pode
ser calculada pela derivada do PU em relação à taxa de juros.
PU du 100000 du PU
DI 252 du
1 252 1 DI
(1 DI ) 252
24
O DDI futuro negocia a taxa do cupom cambial sujo, ao contrario do FRC que negocia a
taxa limpa. Nós chamamos de cupom cambial sujo, pois ele é calculado com base na
PTAX de D – 1, sendo contaminado pela variação cambial. Para acharmos a taxa limpa,
precisamos retirar o efeito da variação cambial.
A forma mais fácil de mostrar a diferença entre o cupom cambial limpo e o sujo é
através da própria fórmula de cálculo.
du
(1 DI ) 252
Futuro PTAX D 1
dc
(1 CC sujo )
360
du
(1 DI ) 252
Futuro Spot
dc
(1 CClim po )
360
Como se pode perceber, a única diferença no cálculo do cupom sujo em relação ao
cupom limpo é a substituição do dólar spot pela PTAX do dia anterior.
Com algebrismo simples, podemos escrever o cupom limpo em função do cupom sujo.
O DDI tem exposição direta a duas variáveis: dólar spot e ao cupom cambial limpo.
A sua derivada em relação ao dólar spot é dada por:
PU dc 50000
CClim po 360 (1 CClim po ) 2
Ao contrário do contrato de DI1, o DDI possui theta mas esse, no entanto, não possui
uma fórmula fechada e deve ser calculado de forma discreta.
O cálculo do theta do DDI envolve conceitos que serão discutidos mais a frente, então,
por hora, me limitarei a escrever a relação existente entre o theta do DDI e o Theta do
dólar futuro de mesmo vencimento.
DOL
DDI du1
(1 PRE ) 252
26
Onde:
DDI = Theta do DDI para um dado vencimento
DOL = Theta do DOL de mesmo vencimento
PRE=Taxa de juros interna projetada para o vencimento do contrato
Du= Dias úteis até o vencimento do contrato
O FRC ou Forward Rate Agreement de Cupom Cambial foi criado pela BM&F para
possibilitar a negociação cupom cambial limpo.
Basicamente, quando negociamos um contrato de FRC estamos negociando dois
contratos de DDI, numa proporção tal que não exista exposição cambial, apenas
exposição ao termo de cupom cambial. Os contratos de FRC são sempre desmembrados
em contratos de DDI longo, com vencimento no mês de referência do FRC, e em
contratos de DDI do primeiro vencimento da BM&F, porém em ponta oposta.
As quantidades geradas por cada operação de FRC é dada pela seguinte relação:
QDDIlongo QFRC
QDDIlongo
QDDIcurto
( dclongo dccurto )
1 FRC
360
Onde:
Essa relação entre a quantidade de contratos de DDIs longos e de DDIs curtos é que nos
garante que a operação tenha exposição zero a variação cambial.
Ajuste ( PO PA) * 50
Onde:
PO = Preço operado
PA = Preço de ajuste
Os preços do DOL na BM&F são cotados em reais por mil dólares
No caso de posições em aberto, basta substituir o preço operado pelo preço de ajuste do
dia anterior.
Para analisarmos quais são os fatores de risco que afetam uma posição de dólar futuro,
vamos voltar à fórmula do próprio dólar futuro analisada anteriormente.
dut
(1 DI t ) 252
DOLt Spot
dc
(1 CCt t )
360
A partir desta fórmula podemos visualizar que existem quatro variáveis a serem
estudadas: dólar spot, taxa de juros interna, cupom cambial e tempo.
As exposições as três primeiras variáveis são calculadas de forma direta pelas
respectivas derivadas.
du
DOL (1 DI ) 252
Spot dc
(1 CC )
360
du
1
DOL du (1 DI ) 252 du Futuro
Spot
DI 252 dc 252 1 DI
(1 CC )
360
28
du
DOL dc (1 DI )
252
CC 360 dc 2
(1 CC )
360
OBS: Assim como no DDI a exposição do DOL ao cupom cambial está em dólar.
O problema aparece quando temos que calcular o theta do dólar futuro. Pra começar,
não seria uma boa idéia derivarmos em relação ao tempo, dado que usamos duas
notações de tempo diferentes, sendo uma em dias úteis e outra em dias corridos. Além
disso, para calcularmos corretamente o theta do futuro, precisamos remeter a outra
variável citada anteriormente, o CASADO.
O theta do futuro é na verdade uma função direta do carrego do casado, que por sua vez
é dado pela diferença entre o carrego do caixa em dólar e do caixa em reais.
O CASADO, como já foi dito, é definido como o diferencial em pontos entre o dólar à
vista, para liquidação em D+2, e o dólar futuro de primeiro vencimento da BM&F. Uma
vez que a data de liquidação do futuro é fixa, sabemos que o que varia de um dia para o
outro em relação ao mercado de CASADO é a data de liquidação do dólar à vista. É
exatamente essa informação que utilizaremos para calcular o carrego do CASADO.
Uma operação de dólar à vista envolve troca de caixa entre dois agentes. Se o BANCO
A comprar 2 milhões de dólares do BANCO B pela cambial de USDBRL 1,800 para
liquidação em D+2, sabemos que em dois dias o BANCO A deverá entregar R$
3.600.000 para o BANCO B e o BANCO B deverá entregar USD 2.000.000 para o
BANCO A. Ou seja, trata-se essencialmente de uma operação de caixa e qualquer
tentativa de se calcular o carrego dessa operação deve levar em consideração o custo de
carregamento desses 2 ativos: o dólar e o real.
Apesar de este custo ser discutível, uma vez que cada instituição aplica seu caixa a taxas
diferentes, o mercado costuma utilizar para o cálculo do carrego do caixa em reais o
CDI de um dia e para o caixa em dólares a taxa dos FED Funds.
Com base nas ponderações acima, podemos afirmar que para calcularmos o valor do
carrego do CASADO, basta sabermos a data de liquidação do dólar à vista negociado
hoje e do dólar à vista negociado em D+1. Com isto, sabemos quantos dias de CDI e
quantos dias de FED Funds separam as duas liquidações. Aplicando esse diferencial de
juros a cotação do dólar, encontramos o carrego do CASADO.
29
du
(1 CDI over )
252
CASADO Spot ( 1)
dc
1 FF
360
Onde:
CASADO = Theta (carrego) do CASADO
Spot = Dólar à vista para liquidação em D + 2
CDIover = Taxa do CDI de um dia
FF = Taxa dos FED Funds
Du = dias úteis entre a data de liquidação do dólar à vista negociado hoje e do dólar à
vista negociado amanhã.
Dc = dias corridos entre a data de liquidação do dólar à vista negociado hoje e do dólar
à vista negociado amanhã.
Exemplo Numérico
Hoje 01/04/2010 D + 2 de hoje 06/04/2010
Amanhã 05/04/2010 D + 2 de amanhã 07/04/2010
Dias de CDI 1 Dólar Spot 1.800,0
Dias de Fed Funds 1 Casado Hoje 10,20
CDI Over 8,62% Variação Casado 0,58
FED Fundes 0,19% Casado Amanhã 9,62
Tabela 6.1 – Cálculo do Carrego do CASADO
( dul duc )
(1 DI c ,l ) 252
DOLlongo DOLcurto
( dcl dcc )
1 CCc ,l
360
30
Onde:
DI c ,l = Taxa termo do DI entre o vencimento do futuro curto e o vencimento do futuro
longo.
CCc ,l = Taxa termo do Cupom Cambial entre o vencimento do futuro curto e o
Como podemos perceber, o futuro longo é produto do futuro curto por um termo de
taxas de juros e esse termo não possui carrego, logo se torna trivial calcularmos o theta
dos futuros longos. Basta multiplicarmos o theta do futuro curto pelo mesmo termo de
taxa de juros.
( dul duc )
(1 DI c ,l )
252 DOLlongo
DOLlongo DOLcurto CASADO
(dcl dcc ) DOLcurto
1 CC c ,l
360
Contrato de FRP0 negocia o diferencial de pontos entre a PTAX formada no próprio dia
e dólar futuro curto. Por exemplo, se comprarmos um contrato de FRP0 ao preço de 10
pontos e a PTAX do dia for 1,780, no final do dia será como se tivéssemos comprado
um contrato de dólar futuro curto ao preço de 1,790.
Esse contrato é largamente utilizado para zerar exposições a PTAX. Essa é exposição é
comum nos contratos de derivativos cambiais, pelo fato de o Real não ser uma moeda
conversível. Sendo assim, a grande maioria dos contratos de derivativos cambiais é
liquidada pela PTAX, gerando uma exposição para os bancos quando os derivativos não
vencem junto com os contratos de dólar da BM&F.
OBS: também é negociado na BM&F o FRP1. A única diferença em relação ao FRP0 é
que ele negocia o diferencial da PTAX do dia seguinte em relação ao futuro curto.
31
O NDF é um contrato que se assemelha ao contrato de dólar futuro, porém com uma
pequena diferença. Enquanto, no dólar futuro você tem ajustes diários, que são
calculados pela diferença entre o preço operado (ou o preço de ajuste do dia anterior no
caso de uma posição em aberto) e o preço de ajuste, no NDF a liquidação se dá apenas
no vencimento do contrato ou numa eventual pré-liquidação. Por conta disso, o valor a
mercado de um NDF é dado pelo resultado futuro trazido a valor presente. Essa
diferença gera pequenas alterações no cálculo das exposições ao dólar spot, ao cupom
cambial, a taxa de juros interna e ao tempo.
NDF Nocional
Spot dc
1 CC
360
NDF du Forward
Nocional
DI 252 du
1
(1 DI ) 252
NDF dc Nocional
; OBS: Calculada em dólar
CC 360 dc 2
(1 CC )
360
CASADO
1
Nocional
NDF {(1 CDI over) 252 [ Futuro (1 ) Forward ] Futuro Forwrad}
du
Spot CASADO
(1 DI ) 252
Onde:
Nocional: Valor futuro em dólares do contrato de NDF
Forward: Cambial futura do dólar negociada no início da operação
Futuro: Valor atual do dólar futuro para o mesmo vencimento do NDF
CC: Cupom Cambial para a data de vencimento do NDF
DI: Taxa de juros interna para a data de vencimento do NDF
Dc: Dias corridos até o vencimento do NDF
Du: Dias úteis até o vencimento do NDF
Spot: Dólar a vista para liquidação em D + 2
32
O swap dólar pré funciona essencialmente com um NDF, só que é escrito de forma
diferente. Enquanto no NDF negocia-se um taxa forward para o dólar, no swap são
negociados três fatores: dólar spot, cupom cambial e taxa pré em reais. No entanto, a
fixação desses 3 fatores nos fornece uma taxa forward implícita, fazendo com que o
swap se comporte exatamente como um NDF.
A forward implícita é dada pela seguinte fórmula:
du0
(1 PRE 0 )
252
Forward 0 Spot 0
dc
1 CC0 0
360
Onde:
Forward0 = Forward implícita
dc0
Nocional futuro Nocional 0 (1 CC0 )
360
33
1 1
CASADO
VFRe ais [1 (1 CDI over ) 252 ] VFDólar Futuro [1 (1 CDI over ) 252 (1 )]
Spot CASADO
Swap du
(1 DI ) 252
dc0
VFDólar Nocional 0 (1 CC0 )
360
du
VFRe ais Nocional 0 Spot0 FatorCDI (1 DI ) 252
n 1
FatorCDI (1 CDI i ) 252
i 0
Onde:
FatorCDI = Fator acumulado do CDI até a data atual
8 OPÇÕES DE DÓLAR
As opções de dólar foram separadas em um capítulo a parte neste trabalho por tratar-se
de um assunto mais extenso e cuja complexidade merece uma atenção especial.
O objetivo principal deste trabalho, com relação às opções, é mostrar como algumas
técnicas podem nos ajudar a utilizar o modelo tradicional de Black de Scholes mesmo
em ambientes em que algumas das premissas básicas desse modelo não sejam
observadas.
As duas principais questões que serão abordadas são a existência da superfície de
volatilidade no lugar da volatilidade constante e a não continuidade do tempo. Também
veremos alguns pequenos ajustes que são feitos nas taxas de juros por questões de
notação diferente entre o mercado interno e o externo.
= volatilidade implícita
T = tempo, em anos, para o vencimento da opção
35
Sabemos que as taxas de juros no modelo de B&S devem ser taxas exponenciais, no
entanto, esta não é a notação utilizada nos mercados de juros no Brasil, logo precisamos
converter as taxas antes de usá-las no modelo.
Além disso, assim como a maioria dos derivativos cambiais negociados no Brasil, as
opções de dólar também vencem pela PTAX do dia anterior a data de liquidação das
opções. Como a PTAX é uma média formada durante o dia mas que muitas vezes fica
praticamente definida pela manhã, é de praxe no mercado se descontar um dia de
volatilidade na precificação das opções, de tal forma que o tempo T utilizado nas
equações passa a ser:
du 1
T
252
du = dias úteis para a liquidação da opção
E as taxas exponenciais devem ser calculadas da seguinte forma;
du
ln[(1 PRE ) 252 ]
r
T
dc
ln[1 CC ]
rf 360
T
Onde:
CC: Cupom Cambial para a data de vencimento da opção
DI: Taxa de juros interna para a data de vencimento da opção
dc: Dias corridos até o vencimento da opção
du: Dias úteis até o vencimento da opção
36
Superfície de Volatilidade
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
Vol
15,00%
10,00%
5,00%
100%
0,00% 90%
65%
1
41
35%
84
Delta Put
127
10%
167
211
252
0%
167
441
Prazo
25,00%
20,00%
15,00%
Vol
10,00%
2400
5,00% 2200
2000
Strike
1800
0,00%
1600
19
40
61
83
105
126
146
166
189
210 1400
230
251
270
313
440
691
Prazo
A idéia é conseguir com esses parâmetros uma curva que se aproxime o máximo
possível dos pontos observados no mercado.
Esses parâmetros, no entanto, só nos fornecem sete pontos da curva e nós precisamos
ainda encontrar os pontos intermediários. Para tal, podemos fazer uso, por exemplo, de
um spline cúbico1, que é um modelo de interpolação muito difundido.
Com o que vimos até aqui, nós já somos capazes de construir uma curva de volatilidade
para cada vencimento.
No entanto, a nossa superfície é em função de deltas e não de strikes. Acontece que o
delta de uma opção não é função apenas do strike. Ele depende também da volatilidade
implícita, logo precisamos de um mecanismo que nos permita achar a volatilidade para
um dado strike.
A forma mais usual de se fazer isso é através de um processo iterativo. Começamos o
processo usando a Vol ATM para calcular o delta da opção. Com esse delta, voltamos à
curva de vol e conseguimos uma nova volatilidade que é usada para calcular um novo
delta. Repetimos esse processo até que os deltas convirjam.
Dias úteis 40
Dias Corridos 57 Delta Put VOL
Futuro 1,760 0% 13,22%
Cupom Limpo 1,05% 5% 13,18%
DI 8,95% 10% 13,15%
Strike 1,800 25% 13,43%
35% 13,95%
Processo Iterativo 50% 14,60%
Passos Vol Delta Put 65% 15,85%
Passo 1 14,60% -64,05% 75% 16,88%
Passo 2 13,76% -65,00% 90% 19,36%
Passo 3 13,76% -64,99% 95% 20,42%
Passo 4 13,76% -64,99% 100% 21,51%
Passo 5 13,76% -64,99%
1
Ver Weisstein, Eric W. "Cubic Spline." From MathWorld--A Wolfram Web Resource.
http://mathworld.wolfram.com/CubicSpline.html
39
Com isso, já somos capazes encontrar a volatilidade de cada strike para um dado
vencimento cuja curva de vol seja conhecida. No entanto, o mercado só apresenta
liquidez para negociação de alguns vencimentos de opção então precisamos de um
mecanismo de interpolação que nos dê as curvas de volatilidade intermediárias, para os
termos de menor liquidez.
Uma das formas de se fazer isso é construindo uma curva intermediária a partir da
interpolação das volatilidades ATM de dois vencimentos e posteriormente interpolando
os spreads entre a vol ATM e as vols dos demais deltas.1
( ATM 22 du2 ATM 12 du1 )
2
ATM termo
du2 du1
du x du1
SPi x SPi1 ( SPi2 SPi1 )
du2 du1
1
Método extraído do livro “Fx Options and Structured Options” disponível em
http://www.mathfinance.com/FXOptions/Book/wystupFXO_sample.pdf.
40
Imagine que tivéssemos uma carteira com 15 vencimentos diferentes. Qual seria o nosso
delta? Nós não poderíamos simplesmente somá-los. Sendo assim, sou defensor da
utilização do Delta Spot, que é a derivada com relação ao preço a vista do ativo objeto.
O segundo problema é decorrente da existência da superfície de volatilidade e da forma
como ela é construída. Como discutimos no capítulo anterior, a superfície de
volatilidade não é construída em função dos strikes, mas em função dos deltas, de tal
forma que sempre que damos um choque no ativo objeto, modificamos
automaticamente a volatilidade implícita de cada opção. Esse efeito faz com que o delta
tradicional não capture toda a variação no preço final da opção. Sabendo disso, o que
podemos fazer?
Uma solução viável é calcular o delta por choque, porém alterando a volatilidade
implícita quando alteramos o valor do ativo objeto.
Abaixo temos uma tabela com o delta tradicional e o delta por choque. Podemos
perceber que o efeito da superfície de volatilidade é bem significativo.
O Gamma por sua vez é a derivada do delta em relação ao ativo objeto, ou a segunda
derivada do preço da call em relação ao preço do ativo objeto.
2c
Gamma
S 2
Assim como o delta, o gamma é vítima dos mesmos problemas em relação à superfície
de volatilidade, logo a melhor maneira de estimá-lo é através de choques.
42
Outra questão relevante com relação ao gamma é que ele pode se tornar relativamente
instável quando analisamos uma carteira com muitas opções. Sendo assim, é importante
definirmos qual o tamanho do choque com o qual gostaríamos de trabalhar e,
eventualmente, até separar a medida em dois gammas distintos, como gamma de alta e
gamma de baixa.
Abaixo estão os gráficos comparativos do delta e do gamma de um call spread
1750/1800 com vencimento em um mês.
Comparativo de Deltas
USD 18.000.000
USD 16.000.000
USD 14.000.000
USD 12.000.000
USD 10.000.000 Delta B&S
USD 8.000.000 Delta Choque
USD 6.000.000
USD 4.000.000
USD 2.000.000
USD 0
1, 00
1, 50
1, 00
1, 50
1, 00
1, 50
1, 00
1, 50
1, 00
1, 50
1, 00
1, 50
1, 00
1, 50
1, 00
1, 50
1, 00
1, 50
1, 00
2, 50
2, 00
2, 50
00
70
71
73
74
76
77
79
80
82
83
85
86
88
89
91
92
94
95
97
98
00
01
03
1,
Comparativo de Gammas
USD 1.500.000
USD 1.000.000
USD 500.000
Gamma B&S
USD 0
Gamma Choque
1,7000
1,7165
1,7330
1,7495
1,7660
1,7825
1,7990
1,8155
1,8320
1,8485
1,8650
1,8815
1,8980
1,9145
1,9310
1,9475
1,9640
1,9805
1,9970
2,0135
2,0300
-USD 500.000
-USD 1.000.000
-USD 1.500.000
V du 2 V1 du1
2 2
V du1 ( 2
2
) ( du du1 )
du2 du1
1
V
du
V 1 V du2 du du
2 ( 2 )
V2 V du du2 du1
R$ 0
-R$ 10.000
-R$ 20.000
Theta B&S
-R$ 30.000
Theta Choque
-R$ 40.000
-R$ 50.000
-R$ 60.000
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
1, 0
2, 0
2, 0
60
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0
1
2
3
4
5
70
72
74
76
78
80
82
84
86
88
91
93
95
97
99
01
03
1,
R$ 0
-R$ 20.000
-R$ 40.000
-R$ 60.000
Theta B&S
-R$ 80.000
Theta Choque
-R$ 100.000
-R$ 120.000
-R$ 140.000
-R$ 160.000
1,7000
1,7210
1,7420
1,7630
1,7840
1,8050
1,8260
1,8470
1,8680
1,8890
1,9100
1,9310
1,9520
1,9730
1,9940
2,0150
2,0360
Essa derivada, muitas vezes é tratada como de menor importância. No entanto, quando
começamos a trabalhar com opções de vencimento mais longo, elas passam a ter papel
mais relevante.
A principal ressalva a se fazer com relação ao Rhô é semelhante à feita inicialmente
para o Theta. Muitas pessoas gostam de trabalhar com as equações de Black de opções
sobre forwards. Isso é perigoso em se tratando do Rhô, pois boa parte da exposição a
taxas de juros fica exatamente no forward. Sendo assim, o melhor é mesmo trabalhar
com a modelagem em função do spot.
46
O segundo passo é definir quais os riscos associados a cada derivativo que queremos
travar, e então medi-los. Uma vez dimensionados os riscos, precisamos definir quais são
os instrumentos de hedge capazes de atuar sobre esses riscos, ou seja, que possuem os
mesmos componentes de risco do derivativo a ser travado. É muito importante que os
fatores de risco sejam medidos de tal forma que facilite fazermos correspondência entre
os riscos dos diversos ativos.
O terceiro passo é definir, caso seja necessário, quais variáveis não serão travadas, quais
os melhores riscos a serem corridos.
Uma vez definidos, quais variáveis deverão ser travadas, deve-se escolher a estratégia
de hedge. Em geral, tentamos optar pela estratégia que torne o portfólio mais estável.
Agora, criaremos algumas situações para exemplificar o processo.
47
Dados Auxiliares
Superfície de Volatilidade
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
Vol
15,00%
10,00%
5,00%
100%
0,00%
50%
1
40
83
Delta Put
126
166
210
251
0%
313
691
Exemplo 1
Suponhamos uma carteira composta por um NDF vendido em 20 milhões de dólares
para o dia 15/08/2012 e um Swap ativo a dólar + 2%aa, passivo a 100% do CDI para
vencimento em 12/07/2011 com dólar inicial de 1,769.
NDF
Forward
Início Vencimento Nocional
Início
05/04/2010 15/08/2012 (USD 20.000.000,00) 2.160,0
Swap
Ponta Dólar
Início Vencimento Nocional % CDI VC + X %aa
Ativa Mesa Início
05/04/2010 12/07/2011 USD 10.000.000,00 DOL 100,00% 2,00% 1.768,0
No caso do swap DOL x CDI, não temos exposição à Pré, apenas ao dólar a vista e o
cupom cambial.
Com a ajuda das fórmulas descritas na seção 4, é possível separarmos as 3 componentes
de risco existentes nessa carteira.
A exposição ao dólar a vista (o Delta) da carteira seria vendida em aproximadamente
USD 8.620.000. As exposições a Pré e ao cupom cambial estão nos gráficos abaixo.
-
06/04/2010
03/05/2010
01/06/2010
01/07/2010
02/08/2010
01/10/2010
03/01/2011
01/04/2011
01/07/2011
03/10/2011
02/01/2012
02/04/2012
02/07/2012
01/10/2012
02/01/2013
01/04/2013
(10.000,00)
(20.000,00)
(30.000,00)
(40.000,00)
(50.000,00)
(60.000,00)
(70.000,00)
(80.000,00)
(90.000,00)
50.000,00
45.000,00
40.000,00
35.000,00
30.000,00
25.000,00
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
-
10
10
10
10
10
10
11
11
11
11
12
12
12
12
13
13
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
4/
5/
6/
7/
8/
0/
1/
4/
7/
0/
1/
4/
7/
0/
1/
4/
/0
/0
/0
/0
/0
/1
/0
/0
/0
/1
/0
/0
/0
/1
/0
/0
06
03
01
01
02
01
03
01
01
03
02
02
02
01
02
01
Gráfico 9.3 – Risco Cupom Cambial – Exemplo 1
Uma vez que já medimos os riscos associados à carteira, precisamos definir quais
instrumentos usar para travá-la.
No caso do delta, a melhor opção é claramente o dólar futuro de maior liquidez e, a
julgar pelo tamanho do lote mínimo de negociação do contrato que é de 250 mil dólares,
precisamos comprar 170 lotes do dólar futuro para vencimento em maio de 2010.
Fazendo isso, o nosso novo delta é vendido em aproximadamente 74 mil dólares.
Agora, precisamos travar o risco pré e o risco cupom. Para tal, devemos usar os
instrumentos que atacam diretamente essas variáveis. No caso do risco pré, usamos o
DI1 e no caso do cupom cambial, usamos o FRC.
A melhor forma de se fazer isso é simulando numa planilha os efeitos de cada operação
no seu risco consolidado. No entanto, fica difícil demonstrar esse procedimento no
texto.
No caso do cupom cambial, por exemplo, se vendermos 200 lotes do FRC out/12,
vendermos 200 lotes do FRC jul/12 e comprarmos 200 lotes do FRC jul/11, nosso risco
passa a ser:
50
1.500,00
1.000,00
500,00
-
10
10
10
10
10
10
11
11
11
11
12
12
12
12
13
13
(500,00)
0
0
/2
/2
/2
/2
/2
/2
/2
/2
/2
/2
/2
/2
/2
/2
/2
/2
04
05
06
07
08
10
01
04
07
10
01
04
07
10
01
04
/
/
(1.000,00)
06
03
01
01
02
01
03
01
01
03
02
02
02
01
02
01
(1.500,00)
(2.000,00)
(2.500,00)
(3.000,00)
Já no caso do risco pré, se comprarmos 220 lotes do DI1 out/12, 220 lotes do DI1 jul/12
e vendermos 150 lotes do DI1 mai/10, temos o seguinte risco pré:
800,00
600,00
400,00
200,00
-
06/04/2010
03/05/2010
01/06/2010
01/07/2010
02/08/2010
01/10/2010
03/01/2011
01/04/2011
01/07/2011
03/10/2011
02/01/2012
02/04/2012
02/07/2012
01/10/2012
02/01/2013
01/04/2013
(200,00)
(400,00)
(600,00)
(800,00)
(1.000,00)
Como podemos ver, a combinação desses três instrumentos nos permitiu fazer um
hedge bem razoável do portfólio.
No caso do NDF e do Swap, esse procedimento é favorecido pelo fato de termos
instrumentos que atacam diretamente as fontes de risco, sem mexer muito nas demais
exposições.
Perceberemos mais a frente, que isso se torna um pouco mais complexo quando
tratamos de opções.
Exemplo 2
51
Agora, suponhamos uma carteira composta apenas por uma posição comprada em USD
20.000.000 da Call de 1,810 com vencimento em 12/07/2010.
Opção
Tipo Início Vencimento Volume Strike
16.000,00
14.000,00
12.000,00
10.000,00
8.000,00
6.000,00
4.000,00
2.000,00
-
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03/05/2010
01/06/2010
01/07/2010
02/08/2010
01/10/2010
03/01/2011
01/04/2011
01/07/2011
03/10/2011
02/01/2012
02/04/2012
02/07/2012
01/10/2012
02/01/2013
01/04/2013
Gráfico 9.6 – Risco Pré Inicial – Exemplo 2
-
10
10
10
10
10
10
11
11
11
11
12
12
12
12
13
13
(1.000,00)
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
4/
5/
6/
7/
8/
0/
1/
4/
7/
0/
1/
4/
7/
0/
1/
4/
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/0
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/0
/0
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/0
/0
06
03
01
01
02
01
03
01
01
03
02
02
02
01
02
01
(2.000,00)
(3.000,00)
(4.000,00)
(5.000,00)
(6.000,00)
(7.000,00)
(8.000,00)
Agora, precisamos definir uma estratégia de hedge. Nós já vimos no exemplo anterior
como fazer o hedge do delta, do risco pré e do risco cupom. Mas neste exemplo, nós
precisamos tratar também o vega, o gamma e o theta.
Acontece que, ao contrario dos outros riscos, esses nós não somos capazes de tratar
isoladamente, pois não temos um contrato que negocie apenas o theta, apenas o gamma
e apenas o vega. O único contrato que nos permite mexer nessas variáveis é o de opção,
porém com algumas limitações.
Os contratos de opções da BM&F vencem sempre na cabeça de mês, os strikes têm um
diferencial mínimo de 2,5 centavos (1,800/1,825/1,850...) e, em geral, são negociados
com um lote mínimo de 100 contratos (5 milhões de dólares).
53
A questão é que agora estamos lidando com um equilíbrio dinâmico, pois quando
inserimos uma opção nova na carteira, com o intuito de reduzir os riscos da primeira,
estamos afetando todas as variáveis e precisamos reavaliar todos os riscos.
Apesar dessas limitações, como nosso portfólio possui apenas uma opção, ainda é
possível fazermos um hedge bastante razoável.
O mais razoável, dado que temos uma Call de 1,810 que vence no meio de julho, é
tentarmos travar essa opção com um pouco da Call de 1,800 de jul/10 e um pouco da
Call de 1,800 de ago/10.
Vejamos como ficam os riscos do nosso portfólio quando vendemos USD 15.000.000
da Call de 1,800 de jul/10 e USD 5.000.000 da Call de 1,800 de ago/10.
Gregas
Delta Spot Opções (USD 657.563,59)
Delta Spot Futuros USD 0,00
Delta Spot Total (USD 657.563,59)
Gamma 5 pts USD 13.066,19
Theta Opções R$ 484,09
Theta Futuros R$ 0,00
Theta Total R$ 484,09
Tabela 9.4 – Gregas Finais – Exemplo 2
800,00
600,00
400,00
200,00
-
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03/05/2010
01/06/2010
01/07/2010
02/08/2010
01/10/2010
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01/04/2011
01/07/2011
03/10/2011
02/01/2012
02/04/2012
02/07/2012
01/10/2012
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01/04/2013
(200,00)
(400,00)
(600,00)
(800,00)
600,00
400,00
200,00
-
10
10
10
10
10
10
11
11
11
11
12
12
12
12
13
13
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
(200,00)
4/
5/
6/
7/
8/
0/
1/
4/
7/
0/
1/
4/
7/
0/
1/
4/
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/0
/0
/0
/0
/1
/0
/0
/0
/1
/0
/0
/0
/1
/0
/0
06
03
01
01
02
01
03
01
01
03
02
02
02
01
02
01
(400,00)
(600,00)
Gama
USD 300.000,00
USD 250.000,00
USD 200.000,00
USD 150.000,00
USD 100.000,00
USD 50.000,00
USD 0,00
-USD 50.000,00
-USD 100.000,00
-USD 150.000,00
-USD 200.000,00
-USD 250.000,00
-USD 300.000,00
05/04/2010
1,6500
1,6650
1,6800
1,6950
1,7100
1,7250
1,7400
1,7550
1,7700
1,7850
1,8000
1,8150
1,8300
1,8450
1,8600
1,8750
1,8900
1,9050
1,9200
1,9350
1,9500
1,9650
1,9800
03/05/2010
01/06/2010
Vega
R$ 30.000,00
R$ 25.000,00
R$ 20.000,00
R$ 15.000,00
R$ 10.000,00
R$ 5.000,00
R$ 0,00
(R$ 5.000,00)
(R$ 10.000,00)
(R$ 15.000,00)
(R$ 20.000,00)
(R$ 25.000,00)
(R$ 30.000,00)
05/04/2010
1,6500
1,6650
1,6800
1,6950
1,7100
1,7250
1,7400
1,7550
1,7700
1,7850
1,8000
1,8150
1,8300
1,8450
1,8600
1,8750
1,8900
1,9050
1,9200
1,9350
1,9500
1,9650
1,9800
03/05/2010
01/06/2010
Como podemos perceber, o portfólio também possui gregas bem estáveis, o que é um
bom indício de um hedge bem feito.
56
Exemplo 3
Nesse exemplo vamos replicar o payoff de uma carteira composta apenas por uma call
de 1.800 e o seu respectivo delta. No entanto, mostraremos o payoff tanto do delta
calculado por derivada quanto o do delta calculado por choque.
Podemos perceber que o delta por choque replicou muito melhor o payoff da opção. Isso
acontece porque no delta por choque conseguimos capturar o efeito da superfície de
volatilidade no preço da opção.
57
10 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Autor Desconhecido, Implied Volatility Surface by Delta.
www.ivolatility.com/doc/deltasurfacemethodology.pdf
HULL, John. Options, Futures & Other Derivatives 5Th Ed. Prentice Hall Finance
Series.