XXMODELAGEM MATEMÁTICA DA GEOMETRIA TCC
XXMODELAGEM MATEMÁTICA DA GEOMETRIA TCC
XXMODELAGEM MATEMÁTICA DA GEOMETRIA TCC
Joinville
2019
VITOR JACINTHO LEAL DE CARVALHO
Joinville
2019
VITOR JACINTHO LEAL DE CARVALHO
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de
“Bacharel em Engenharia Automotiva” e aprovado em sua forma final pelo Curso Engenharia
Automotiva.
________________________
Prof. Dr. Modesto Hurtado Ferrer,
Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
________________________
Prof. Dr. Helton da Silva Gaspar,
Orientador
Instituição USFC
________________________
Prof. Dr. Adriano Fagali de Souza,
Coorientador
Instituição USFC
________________________
Prof. Dr. Alessandro Roger Rodrigues,
Avaliador
Instituição USP-SC
________________________
Me. Igor Fernando Basso,
Avaliador
Instituição USP-SC
Este trabalho é dedicado a todos que acreditaram no meu
sucesso e me deram suporte ao longo desta trajetória.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço para a realização deste trabalho aos meus Professores Dr.
Adriano Fagali de Souza - pela orientação, a amizade durante todo esse percurso e dedicação
na minha formação e Dr. Helton da Silva Gaspar - pela orientação e todo tempo despendido
em nossas longas reuniões, sem sua dedicação este trabalho não existiria.
Agradeço aos professores Alessandro Roger Rodrigues e Igor Fernando Basso por
disporem de um tempo para avaliar o trabalho e darem sua contribuição de melhoria.
Aos meus pais, meu irmão e minha namorada por todo o apoio durante esta jornada.
Aos meus amigos Taiuê Hofmann e Oberdan Castro pelo suporte no
desenvolvimento do trabalho. E a todos os integrantes do grupo GPCAM que contribuíram
para minha formação pessoal e profissional.
Fica aqui registrado o meu muito obrigado a todos!
“Entendemos que o desenvolvimento de
uma tecnologia mecânica dificilmente se
processa sem o conhecimento cientifico dos
fatores que nela intervém”
(FERRARESI, 1970)
RESUMO
The current work presents a new model to identify the formation of the chip against the time
during the milling of a free form surface by a ball-end cutting tool. This sort of machining is
widely used in the manufacture of molds and dies, for a variety of industries. The efficient
manufacture of complex surfaces requires determining the best milling conditions. To do so,
the cross section of the chip must be considered to evaluate the forces generated during the
cutting and, ultimately, determine such milling conditions. However, the theoretical removed
material generated by the parallel trajectory of a ball end mill is a complex geometry, and all
the milling parameters influence its shape. The mathematical model developed in this work
can estimate the chip formation against the time (action of one cutting edge), the cross-section
area and the chip thickness along its formation time. Thus, the model can provide more
precise information for calculating the cutting force in this kind of machining. The high
accuracy of the model was validated by geometry simulation aided by a CAD software.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 16
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 33
3.1 CONSIDERAÇÕES DO MODELO ..................................................................... 33
4 RESULTADOS .................................................................................................... 44
4.1 DEFINIÇÕES DO SISTEMA DE COORDENADAS.......................................... 44
5 Conclusão ............................................................................................................. 61
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 62
APÊNDICE A ...................................................................................................... 65
15
1 INTRODUÇÃO
extrema, causando marcas na peça e isto pode aumentar o tempo de polimento, processo
subsequente do acabamento (SOUZA;ULBRICH, 2013).
A força de corte é a força gerada pelo contato da ferramenta com a peça, é a
resultante entre forças axiais e radiais. As forças axiais causam aumento no desgaste da
ferramenta e podem gerar mais estabilidade no processo, são ainda mais representativas
quando o centro da ferramenta está em contato do material no momento do corte. Já as radiais
causam a deflexão da ferramenta, uma vez que a ferramenta se deflete, a posição na qual é
programada pelo programa CAM não é a mesma do real, deixando de remover material,
causando o erro de forma (SOUZA;ULBRICH, 2013).
Devido à importância de conhecer as forças inerentes ao processo, alguns modelos de
previsão de forças vêm sendo desenvolvidos. O primeiro modelo difundido foi o modelo de
KIENZLE, que é baseado em relacionar a força com a área de seção transversal ao corte e
uma constante que representa o comportamento de cada material, denominada “Pressão
Específica” (ks) (FERRARESI, 1970). O modelo de KIENZLE é aplicável com um bom nível
de precisão para ferramentas cilíndricas de topo plano. Para a usinagem de formas complexas
empregando ferramentas de ponta esférica, devido as alterações do contato ferramenta-peça, a
área da seção transversal do cavaco se altera constantemente. Assim, precisão da estimativa
da força de usinagem fica comprometida. Com base neste contexto, o presente trabalho
propõe um modelo matemático capaz de identificar a seção transversal do cavaco
discretamente ao longo da atuação de uma aresta de corte
1.1 OBJETIVOS
Este trabalho tem por objetivo geral desenvolver um modelo matemático semi-
analítico para identificar a forma geométrica de um cavaco gerado no fresamento de
geometrias complexas empregando uma fresa de ponta esférica. Além da geometria, o modelo
deve identificar a área e seção transversal do cavaco. Estas informações serão utilizadas em
trabalhos futuros em desenvolvimento pelo grupo de pesquisa GPCAM da UFSC – Joinville.
Foram considerados neste modelo inicial os parâmetros de usinagem, o diâmetro da
ferramenta e a inclinação da superfície de trabalho. Assim, busca-se relacionar a posição da
ferramenta com a peça e os parâmetros de profundidade de usinagem (ap), penetração de
trabalho (ae) e avanço por aresta (fz), com a área da seção transversal do cavaco não
deformado.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1.1Fresamento
Souza e Ulbrich (2013) definem geometrias complexas como aquelas não passíveis
da representação matemática convencional, como retas e circunferências ou geometrias
tridimensionais primitivas como formas cúbicas, esféricas, toroidais, cônicas, planas e
cilíndricas. São geometrias que alteram a curvatura ao decorrer da entidade de forma não
uniforme, sendo que cada ponto possui um raio de curvatura distinta e independente dos
22
adjacentes, tendo o termo spline como referência para o equacionamento matemático da curva
complexa. Estas formas complexas são amplamente encontradas nos setores de moldes e
matrizes, aeronáutica, aeroespacial e biomedicina. Estes setores encontram dificuldades como
a complexidade das peças, alta dureza dos materiais usinados (GONZALO, et al., 2008).
As dificuldades encontradas na fabricação dessas geometrias, contendo: pequenos
raios entre as superfícies adjacentes; paredes verticais; áreas com elevadas profundidades de
corte e difícil acesso; variação de volume de material a ser removido; e a constante alteração
do ponto de contato entre a ferramenta de corte e a peça, devido às diversas alterações de
curvatura da superfície. Estas características geométricas tornam a fabricação de moldes e
matrizes uma tarefa árdua, com grandes ineficiências, pois é difícil se obter a qualidade
superficial requerida nesta aplicação, utilizando operações de usinagem (SOUZA;ULBRICH,
2013).
Na manufatura de moldes e matrizes e outras indústrias, formas complexas são
usinadas em aços de alta dureza. Para estas aplicações as tolerâncias de fabricação são muito
justas, normalmente entre 0,05-0,1 mm para matrizes de estampagem e menores do que 0,04
mm para moldes para injeção. Durante a usinagem destas formas complexas, existem erros de
forma provenientes da deflexão da ferramenta ou distorções da máquina inteira (ferramenta,
porta ferramentas e a estrutura da máquina) causadas pela ação das forças de corte
(LAMIKIZ, et al., 2004).
A utilização de ferramentas de ponta esférica para usinagem Comando Numérico
Computadorizado (CNC) de formas complexas é a mais utilizada para operações de alta
precisão. Para aplicação na fabricação de moldes e matrizes, a rugosidade média deve estar
abaixo de 0,63 µm. Como é a operação mais demorada, é importante prover alta eficiência
para fabricação de formas complexas, portanto é necessário reduzir a quantidade de operações
de acabamento como o polimento, esta pode durar de 10 a 35 por cento de todo tempo de
fabricação da cavidade, normalmente demoram de 7 a 10 vezes o tempo de uma operação de
acabamento com uma fresadora CNC (SHAMINA; BELOUS; OGOL, 2014).
Operações de acabamento são caracterizadas por uma baixa remoção de material e
por dar a forma final da geometria. No acabamento de superfícies complexas são empregadas
fresas de ponta esférica, por propiciar melhor condição de corte.
23
ferramenta se encontra na região de corte. Nesta região, não ocorre o corte pode cisalhamento
predominantemente, mas sim, uma deformação plástica também conhecida pelo termo
“ploughing” e severas oscilações da força de usinagem podem ser observadas (SOUZA, et al,
2014). A Figura 5 exemplifica esta situação.
Cisalhamento
Esmagamento
rotação seguindo reras esféricas, e outra considerando o desacoplamento dos parâmetros que
formam o cavaco. (LIANG, 2011).
Muitos modelos utilizam métodos de grades de discretização de três dimensões, ou
construções geométricas com sólidos e operações booleanas. Ainda são descritos métodos
utilizando Z-map, que pode eliminar erros circunferênciais. (LIANG, 2011)
A trajetória da aresta da ferramenta pode ser definida considerando os angulos de
inclinação da peca, avanço por aresta, profundidade de usinagem e penetração de trabalho,
alem dos ângulos de posição que se quer avaliar, ainda é possível levar em consideração o
batimento da ferramenta (LOTFI, et al., 2018). Foi possível desenvolver uma modelo de
espessuras considerando a abordagem de corte continuo (KO, 2001).
É possível separar os domínios e regiões da área da seção transversal ao corte, desta
forma visualizando as regiões que devem ser integradas para a obtenção da área em questão.
Uma abordagem com sistemas de coordenada esféricas pode ser empregado para avaliar as
espessuras em cada ponto da área da seção (TERAI, et al., 2004).
de corte, dado que a força de contato tem uma relação direta com a área e a pressão ponto a
ponto (LAMIKIZ, et al., 2004).
Uma maneira de prever o acabamento superficial e as tolerâncias geométricas é
conhecer a força de corte gerada no processo de usinagem. A força de corte indica as
vibrações da ferramenta durante o corte, que está diretamente ligada à qualidade superficial.
As forças podem indicar também a vida útil da ferramenta, dado importante para as empresas
do setor de fabricação (LAMIKIZ, et al., 2004).
Esta força pode ser expressa por um modelo matemático, o mais tradicional,
realizado por KIENZLE, resultante do produto entre a área da seção transversal do cavaco,
não deformado pela pressão específica de corte (ks) que é intrínseca ao material a ser usinado
(FERRARESI, 1970).
Este grupo de causas possíveis também inclui distúrbios causados pela cinemática do
engajamento entre a ferramenta e a peça, levando a desvios no corte durante o fresamento ou
causado marcas sistemáticas na peça que causam efeitos ópticos de difração na peça.
Wojciechowski (2015) afirma que modelos mecanísticos podem ser classificados em
dois grupos, no primeiro considera os efeitos de cisalhamento devido à formação do cavaco
na aresta da ferramenta e ploughing na extremidade inferior da ferramenta utilizando um
coeficiente de corte específico para cada componente da força gerada no corte. O segundo
considera os efeitos de cisalhamento e ploughing são caracterizados separadamente.
Fu et al (2016) afirmam que forças de corte são normalmente calculadas métodos
mecânisticos ou numéricos que são considerados lentos e impraticáveis para várias condições
de corte e vários pares de ferramenta com a peça. Relata que a distribuição da força
instantânea é irregular e é causada pela variação de espessura ao longo do cavaco.
Souza et al. (2014) investigaram a usinagem de uma superfície semicilíndrica para
representar uma superfície livre. Foi analisada a influência da velocidade de corte nas forças
de corte, qualidade superficial e formação do cavaco. Verificaram que quando a ferramenta
tem o centro no corte, o fenômeno de remoção de material se divide em dois: cisalhamento e
esmagamento. O processo se torna instável quando o centro se encontra em contato com a
peça.
𝑃𝑐 = 𝑘𝑠 ∙ 𝑠 1
Onde:
𝑠 = area da secção de corte
𝑘𝑠 = pressão específica de corte, isto é, a força de corte para a unidade de área de
secção de corte (FERRARESI, 1970).
A área da secção de corte é dada pelo produto da profundidade ou largura de corte,
com o avanço 𝑎𝑒 , pode ser observada na Figura 6. Em ferramentas sem arredondamento da
ponta da aresta cortante tem-se:
𝑠 = 𝑝 ∙ 𝑎𝑒 = 𝑏 ∙ 2
29
𝑦 = 𝑏 + 𝑚𝑥 3
Onde 𝑘𝑠1 é a constante específica do metal para uma seção de corte de 1mm de
espessura por 1mm de largura e 𝑧 é o coeficiente angular da reta. Portanto a força principal de
corte pode ser escrita de acordo com a equação 6, substituindo a equação 5 na equação 6.
𝑘𝑠1 5
𝑘𝑠 =
𝑧
𝑃𝑐 = 𝑘𝑠 𝑏 = 𝑘𝑠1 𝑏 1−𝑧 6
30
experimentais, onde a espessura foi variada e medida o valor de força para cada valor de
espessura. Também foram testadas essas relações para diferentes materiais e, para cada um,
definido uma pressão específica padrão para uma espessura de 1mm.
Desta forma, Kienzle propôs, a fim de facilitar a utilização dos valores obtidos nos
experimentos, apresentar os dados em escala logarítmica. Assim, os dados podem ser
representados por uma reta. Logo, é apenas necessário definir um ponto e uma inclinação para
definir o valor de ks para qualquer espessura.
Sendo assim no intuito de estabelecer uma relação direta entre os parâmetros
geométricos e de velocidade com as forças de usinagem, o estudo foi idealizado necessitando
de softwares para obter o resultado.
O estudo tem como objetivo desenvolver um modelo de áreas transversais ao corte,
relacionadas à posição que a ferramenta se encontra em relação ao material a ser removido.
Para realizar o modelo serão utilizadas superfícies vetoriais facilitando o movimento
relativo da ferramenta e a peça.
33
3 METODOLOGIA
Para que seja possível modelar uma geometria tridimensional que representa o
cavaco teórico não-deformado é necessário assumir alguns princípios. Primeiramente, foi
34
considerado que a ferramenta atua sobre o material em dois tempos, o que significa que
durante a atuação da ferramenta a mesma não possui velocidade de avanço. Desta forma, a
atuação de uma rotação da aresta de corte, pode ser representado por um hemisfério. Outra
consideração relevante é que o caminho da ferramenta sobre a superfície da peça remove todo
o material por onde passa, resultando em um formato cilíndrico. Por fim, a superfície da peça
é plana e desconsidera a curvatura complexa da mesma, por outro lado essa curvatura pode
ser incluída no modelo pela inclinação entre a ferramenta e a peça, pois para qualquer
condição de usinagem, pode-se associar um vetor normal à superfície em um dado instante.
Em outras palavras, uma superfície complexa pode ser tratada como superfícies planas por
partes.
O estudo geométrico da formação do cavaco considerado no desenvolvimento do
modelo matemático é o método de simulação de corte não contínuo. Este método considera
que a posição da ferramenta se altera de forma incremental a cada atuação da aresta (KO,
2001). Desta forma o cavaco é formado pela subtração de duas esferas subsequentes, distantes
𝑓𝑧 na direção de avanço.
O erro associado a este método aumento proporcional ao avanço por aresta. Contudo,
este método é conveniente para obter os dados de uma única revolução (KO, 2001). Visto que
a proposta de modelo necessita de dados de cada atuação da ferramenta, e considerando que
nas operações de acabamento o avanço por aresta é reduzido, este método foi utilizado na
descrição matemática realizada.
Para representar este modelo, a geometria da ferramenta e da peça de trabalho deve
ser expressa matematicamente. Uma forma de descrever a geometria da ferramenta é pela
equação de uma esfera e, a superfície da peça de trabalho pode ser descrita por um plano.
Em operações de fresamento usuais, diversas passadas da ferramenta são realizadas
durante sua trajetória a fim de atingir a geometria final. Logo, o modelo deve considerar a
atuação remanescente da ferramenta para a delimitação da geometria da peça, após uma
sequência de passadas. Tal superfície pode ser expressa por um cilindro, cujo eixo se encontra
deslocado uma distância 𝑎𝑒 da origem. A Figura 9 exemplifica a geometria gerada pela
movimentação da ferramenta em uma peça.
Estas superfícies quando expressadas de forma matemática apresentam domínios livres
dentro de cada uma. Por exemplo, a equação da esfera anterior (representação da última
atuação da aresta da ferramenta na direção contrária ao avanço) está descrita para um ângulo
polar 0 ≤ 𝜙 ≤ 90° e um ângulo azimutal 0 ≤ 𝜃 ≤ 360°, contudo o cavaco esta limitado pelas
35
interseções com as outras superfícies, de modo que é necessário determinar os valores limites
do domínio que contém o cavaco. Desta forma é necessário encontrar as interseções de cada
par de superfícies.
Para a formulação matemática, todas as superfícies devem ter a mesma origem, e a
escolhida foi no centro da esfera atual (representando a posição da ferramenta no instante do
contato da aresta com a peça), desta forma foi definido que a esfera que está deslocada 𝑓𝑧 na
direção contrária ao avanço é a esfera anterior e na região interna a esta superfície não existe
material. O plano é definido a uma distância 𝑅0 − 𝑎𝑝 na direção normal à superfície da peça
em que 𝑅0 é o raio da ferramenta. O cilindro foi anteriormente descrito e está representado na
Figura 9.
As interseções entre cada uma das superfícies são apontadas na Figura 9 –
Identificação das intersecções. Estas irão definir e exemplificar por quais superfícies a
espessura de corte está sendo formada. Os nomes de cada curva são dados de acordo com as
superfícies que a formam (interseção entre as esferas, interseção entre a esfera anterior e o
plano, interseção entre a esfera atual e o plano, interseção entre a esfera anterior e o cilindro e
interseção entre a esfera atual e o cilindro). Desta forma será possível visualizar o
comportamento do cavaco e avaliar quando ocorre uma transição de formato da área da seção
transversal.
Para facilitar o entendimento de quais superfícies estão interagindo, foi desenvolvido
um sistema de nomenclatura para as superfícies e arestas. Posteriormente esta será utilizada
dentro da implementação para identificar em que região o código está atuando. Cada uma das
quatro superfícies recebem um número (esfera atual – 1; plano – 2; esfera anterior – 3;
cilindro – 4). Desta forma uma interseção entre a rotação atual, a rotação anterior e o plano
recebe o nome 123.
36
a) b)
Fonte: Autor (2019)
Entretanto podemos perceber que um diferencial de área formado por este sistema de
coordenadas pode assumir uma diferença no raio efetivo de corte, uma vez que o elemento de
área está inclinado em relação ao plano de rotação da ferramenta.
A modelagem tem por objetivo relacionar a influência da área na força de corte. Na
revisão da literatura foi possível notar que a velocidade de corte influencia fortemente nas
forças geradas pelo mesmo, bem como no desgaste da ferramenta. É importante considerar
que um elemento de área possui uma única velocidade de corte 𝑣𝑐 , o que é determinado pelo
raio efetivo de corte de cada elemento. A comparação entre as grades pode ser observada na
Figura 10. Nota-se que para um elemento de área formado por uma grade em coordenadas
esféricas, promove um elemento de área com diferentes raios efetivos de corte.
Com coordenadas cilíndricas pode-se notar que um elemento de área possui o mesmo
raio efetivo de corte, se tomarmos que o refinamento de malha pode ser dado pela integral na
direção z, podemos refinar o resultado para obter a área. A Figura 10 b) demonstra um
elemento diferencial de área gerado utilizando coordenadas cilíndricas.
Para melhorar a modelagem, adotou-se um segundo sistema de coordenadas
cilíndricas, pois se adéqua melhor à teoria de Kienzle, sendo que cada elemento possui uma
única espessura. Uma vez que temos a definição de todos 𝑘𝑠 , podemos aplicar a teoria para
cada elemento de área separadamente e obter um diferencial de força correspondente a um
38
diferencial de área, de forma possível a obter uma força total gerada em uma seção do corte,
de maneira mais precisa.
Sucintamente, a modelagem da geometria do cavaco foi definida pela intersecção
entre duas esferas, o plano da peça e um cilindro. As duas esferas representam as posições da
ferramenta em dois tempos, uma no corte anterior (esfera anterior) e outra na posição
subsequente (esfera atual), o plano que limita estas superfícies é o plano efetivo de trabalho
(superfície da peça de trabalho) e o cilindro representa o caminho que a ferramenta percorreu
na trajetória anterior, na direção do passo lateral. A disposição de cada superfície é
demonstrada na Figura 11.
Visando validar o modelo, foi feito um estudo geométrico das seções utilizando um
software CAD. O software escolhido foi o Solid Works, pois foi possível representar as
superfícies por operações parametrizadas em função das entidades utilizadas como entrada no
equacionamento.
40
4 RESULTADOS
𝑅0 − 𝑎𝑝
7
1= 𝑛𝑥 2 + 𝑛𝑦 2 + 𝑛𝑧 2
𝑛 = 𝑛𝑥 𝑖 + 𝑛𝑦 𝑗 + 𝑛𝑧 𝑘 8
𝑔 – direção do passe lateral, que por ser definido pelo produto vetorial entre f e n,
está no sentido contrário do passe lateral ae.
𝑔=𝑛×𝑓 10
𝑛𝑧 𝑖 − 𝑛𝑥 𝑘 11
𝑔 = 𝑛𝑥 𝑖 + 𝑛𝑦 𝑗 + 𝑛𝑧 𝑘 ×
1 − 𝑛𝑦 2
− 𝑛𝑦 𝑛𝑥 𝑛𝑥 2 + 𝑛𝑧 2 −𝑛𝑧 𝑛𝑦 12
𝑔= 𝑖+ 𝑗+ 𝑘
1 − 𝑛𝑦 2 1 − 𝑛𝑦 2 1 − 𝑛𝑦 2
𝑥 = 𝑅0 cos 𝜙 cos 𝜃
𝑦 = 𝑅0 cos 𝜙 sin 𝜃
13
𝑧 = −𝑅0 sin 𝜙
0≤𝜙≤𝜋 2 14
0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋
48
A esfera anterior é o volume resultante da última rotação da ferramenta, e delimita uma das
superfícies do cavaco. O material a formar o cavaco deve estar fora do volume delimitado
pela esfera anterior. Trata-se de uma superfície esférica cujo centro está deslocado de uma
distância 𝑓𝑧 na direção oposta à direção do avanço, i.e. −𝑓. Na equação 15 está definido o
vetor unitário 𝑓 , onde se observa que não há componente em 𝑗. Portanto, o deslocamento do
centro da esfera anterior é:
−𝑓𝑧 𝑓 = Δx 𝑖 + Δz k
𝑛𝑧 𝑛𝑥
= −𝑓𝑧 𝑖 + 𝑓𝑧 𝑘 15
1 − 𝑛𝑦 2 1 − 𝑛𝑦 2
𝑥 = ∆𝑥 + 𝑅0 cos 𝛼 cos 𝛽
𝑦= 𝑅0 cos 𝛼 sin 𝛽
16
𝑧 = ∆𝑧 − 𝑅0 sin 𝛼
Em que 𝑟0 = 𝑟0 (𝜙, 𝜃) é uma função que descreve a variação do raio da esfera anterior devido
ao deslocamento de seu centro. Resolvendo o sistema de equações para 𝑟0 , obtemos:
A equação do plano deve ser definida para representar a superfície da peça à ser
usinada, esta está orientada conforme o vetor normal e está distante da origem uma magnitude
de R0-ap.
A equação do plano em geometrias vetorial pode ser descrita pela diferença entre
dois vetores que possuem seus extremos contidos no plano, multiplicados pelo vetor normal, o
resultado desta multiplicação deve ser igual a zero para que os pontos estejam contidos no
plano.
50
𝑃0 = − 𝑅0 − 𝑎𝑝 ∙ 𝑛 19
𝑟 − 𝑃0 ∙ 𝑛 = 0 20
𝑥 = 𝑟 cos 𝜙 cos 𝜃
𝑦 = 𝑟 cos 𝜙 sin 𝜃
21
z = 𝑟 sin 𝜙
xnx + yny + znz = ap − R 0
𝑎𝑝 − 𝑅0 22
𝑟=
cos 𝜙 sin 𝜃 𝑛𝑥 + cos 𝜃 𝑛𝑦 − sin 𝜙𝑛𝑧
Para finalizar a modelagem matemática das superfícies, resta definir a equação que
representa a atuação da ferramenta do passe lateral anterior. Esta representação é feita por um
cilindro que tem o centro deslocado 𝑎𝑒 na direção negativa de 𝑔. A modelagem da superfície
deve representar um cilindro em coordenadas esféricas, o procedimento matemático está
descrito na sequência.
Primeiramente é necessário obter uma expressão para o cilindro deslocado em
coordenadas cilíndricas, esta expressão contém a equação da circunferência em coordenadas
polares e deve estar deslocada 𝑎𝑒 na direção positiva de 𝑔 e não possui argumentos em 𝑓 , pois
isto significa que está presente em todo o domínio de 𝑓.
𝑎𝑒 𝑔 + 𝑅0 cos 𝛼 𝑔 − sin 𝛼 𝑛 23
𝑟= 𝐺 2 + 𝑎𝑒 2 + 𝑅0 2 − 𝐺
25
Em que G é:
Para programar foi escolhida a linguagem “C”. O programa foi estruturado para
receber novas funções de estudos futuros, as funções do raio de cada superfície foram
implementadas e retornam o valor do raio para cada 𝜙, 𝜃, 𝑓𝑧 𝑎𝑒 , 𝑎𝑝 , inclinação do plano de
trabalho e os diferenciais na direção z e 𝜃.
Foi definido um pacote de ferramentas, que encontram intersecções entre uma função
e outra.
A primeira, “contato_cil” retorna o primeiro contato da aresta da ferramenta com o
material que será removido. Esta indica onde o corte começa a ser realizado e, portanto, o
início da região a ser estudada. O ponto foi definido utilizando a condição de raio menor que
um para avaliar a transição, varrendo todos os valores de ϕ para cada θ, o programa para
quando encontra o primeiro valor menor que 1, isto significa que existe material a ser
removido.
Para elaboração do modelo, como visto anteriormente, foram utilizadas coordenadas
cilíndricas para representar da melhor forma um elemento de área, este elemento é formado
pelo produto da espessura encontrada para uma posição e a altura do elemento representado
por dz, comprimento diferencial na direção z. Este comprimento se integrado, pode ser
relacionado com o largura de corte “b” utilizado por Kienzle.
O código implementado varre todo o domínio do cavaco verificando as interseções
com as superfícies para uma dada posição em z e 𝜃. A distância entre a origem e qualquer
superfície é avaliada e somente é computada como espessura se estiver na região que contém
material, o que em termos da modelagem significa que só é computado se estiver dentro da
esfera atual, fora da esfera anterior, fora do cilindro e abaixo do plano. Desta forma o software
fica robusto, pois não é possível computar áreas que não estão dentro do cavaco.
53
Uma vez que o sistema está robusto, a precisão da resposta está relacionada como
refinamento da malha utilizada, dependendo apenas do poder computacional empregado.
Desta forma, o sistema foi criado para receber o refinamento que o usuário quiser.
As limitações da modelagem e do software estão relacionadas com o contato do
corpo da ferramenta na peça de trabalho, se esta situação ocorrer, o modelo não irá considerar
o contato do corpo, limitando o cavaco somente pelas superfícies descritas. Para esses casos
deveria ser modelado mais uma superfície representando o corpo da ferramenta, mas esse
caso não foi contemplado pelo estudo.
Uma vez que a modelagem das superfícies foi finalizada, é necessário verificar as
medidas obtidas pelo software e compará-las com as medidas reais. Para o presente estudo
esta validação será realizada utilizando um software CAD, mantendo a mesma teoria utilizada
na modelagem. Os sólidos gerados representam o cavaco teórico limitado pelas superfícies
anteriormente descritas, este sólido é então definido em função dos parâmetros usuais de
usinagem, os ângulos de inclinação da superfície.
Uma vez que o sólido é gerado, é possível verificar que o volume e forma do cavaco,
não se alteram com a inclinação do plano da superfície da peça, portanto podemos afirmar que
o volume de material removido teórico é constante para certa combinação de variáveis, esta
situação pode ser verificada pela avaliação do cavaco utilizando uma modelagem booleana
com auxilio de um software CAD. Contudo o comportamento da área da seção transversal ao
corte se altera para toda variação da inclinação. É possível ainda se compactar o volume do
cavaco, obtendo um volume equivalente se deslocar todos elementos de volume na direção do
avanço. Assim formando um volume com geometria regular, isto significa que o volume é
independente da inclinação da ferramenta (LIANG, 2011).
A validação é dada em três partes, primeira é necessário verificar se os ângulos de
posição (θ e ϕ) de cada ponto triplo foram definidos corretamente pelo software, esta
validação irá definir que a transição de casos dentro do corte está correta. Em segundo lugar é
necessário verificar se a espessura obtida pelo software está correta, esta foi verificada através
de uma matriz experimental de 16 casos (variando os parâmetros de usinagem e a inclinação),
avaliando as espessuras em posições θ de rotação da ferramenta. Finalmente são verificadas as
espessuras obtidas ao longo da seção transversal de um corte, que pode ser avaliado pela área
54
Foi possível verificar que durante o corte em uma condição específica respeitando as
limitações do software, surgem três casos de geometria da seção transversal ao corte.
Seguindo o sentido de giro da ferramenta, no início do corte podemos ver que a área da seção,
está limitada pela esfera atual, a esfera anterior e o cilindro, demonstrado na Figura 22 a), e
foi denominada regime 1.
Em seguida passa por uma transição quando a rotação passa do ponto triplo (esfera
atual, plano e cilindro), onde a área formada está contida entre quatro superfícies, esfera
anterior, cilindro, plano e esfera atual. Esta região ocorre um uma pequena porção do corte,
pois está compreendida entre uma variação pequena de θ, este é o regime2 Figura 22 b).
Por último o corte entra na região delimitada pela esfera anterior, o plano e a esfera
atual (regime 3, Figura 22 c), onde finaliza o corte para as condições exploradas no estudo.
55
n
f
g
Foram realizados testes para comparação dos resultados obtidos pelo software e
comparados com os obtidos na simulação do cavaco no CAD. Estes contemplaram dezesseis
condições variando os parâmetros usuais de usinagem bem como a inclinação, e avaliadas as
espessuras máximas em várias posições da rotação θ.
O objetivo é verificar se os dados obtidos pela modelagem proposta ficaram
condizentes com os dados obtidos no Software CAD. Para tal foram realizadas uma série de
avaliações das medidas geradas pela geometria do cavaco, descrito na metodologia.
Foram avaliados dezesseis casos variando os parâmetros de entrada em dois níveis
cada, e assim avaliados os valores obtidos para cada posição da rotação da ferramenta, este
ângulo foi variado de forma incremental a cada vinte graus.
As medidas avaliadas foram a área e a espessura máxima do cavaco, na Tabela 2 do
Apêndice A, são apresentados todos os parâmetros utilizados em cada caso, bem como os
resultados obtidos para cada caso, os erros relativos da comparação são apresentados ao lado
dos números de elementos que formam cada área da seção transversal do cavaco.
56
a) 𝛼 = 15° b) 𝛼 = 15°
c) 𝛼 = 40° d) 𝛼 = 40°
Fonte: Autor (2019)
Quando comparamos a mudança da penetração de trabalho, é possível verificar que
há mudança no comportamento da progressão da área, o domínio do cavaco no corte diminui
e o ponto de área máxima se desloca para a porção final da região de corte. Ainda é possível
notar que os pontos máximos estão alinhados levando a entender que a região de maior área
58
a) 𝛼 = 15° b) 𝛼 = 15°
c) 𝛼 = 40° d) 𝛼 = 40°
Fonte: Autor (2019)
Avaliando a contribuição da profundidade de usinagem é possível verificar que o
domínio do corte se mantém e os pontos máximos são deslocados para a porção final do corte.
A magnitude das áreas e espessuras aumenta com o acréscimo da profundidade de usinagem.
Este comportamento pode ser visualizado na Figura 26.
59
a) 𝛼 = 15° b) 𝛼 = 15°
c) 𝛼 = 40° d) 𝛼 = 40°
Fonte: Autor (2019)
61
5 CONCLUSÃO
Perante o estudo realizado foi possível apresentar toda a discussão sobre o problema
avaliado, iniciando com contextualização, onde são abordados os processos de fabricação de
formas complexas e as definições dos mesmos. Sabendo da importância de se esclarecer o
comportamento da formação do cavaco por processos de fresamento com ferramentas de
ponta esférica, o estudo se posiciona como ferramenta para avaliar as áreas e espessuras ao
longo de um corte.
O estudo apresenta a metodologia utilizada para desenvolver tal ferramenta, que
consistiu em assumir que o volume do material a ser removido está contido entre as
superfícies descritas anteriormente. Desta forma foi possível descrever cada uma
matematicamente, para que posteriormente fossem implementadas utilizando uma ferramenta
numérica, desenvolvida para retornar os valores de interesse.
Foi possível verificar que para encontrar um equacionamento analítico para o
problema abordado, é necessário descrever matematicamente a posição de cada ponto triplo
presente na geometria, pois estes seriam os limites de interação de cada região de formação do
cavaco. A ferramenta desenvolvida visa facilitar o entendimento do comportamento de
variação da posição destes pontos conforme os parâmetros de usinagem se alteram. Uma vez
que forem definidos, a formulação analítica pode ser realizada.
Diante da ferramenta desenvolvida foi verificada a precisão do modelo em relação
utilizando um software CAD, que consegue prover as mesmas variáveis de saída utilizando
outra metodologia, assim sendo possível avaliar a consistência da implementação. Foi
possível verificar que a ferramenta se ajusta a grande parte dos casos de usinagem de
acabamento, obtendo erros abaixo de 1%, desta forma tornando largamente aplicável.
Durante a avaliação foi possível associar o erro à quantidade de elementos de área
que compõem a seção, desta forma para seções com dimensões pequenas apresentam maior
erro. Esta questão pode ser minimizada com o refinamento dos parâmetros da simulação, o
que gera um maior tempo de processamento.
62
REFERÊNCIAS
CHEN, T.; SHI, Z. A tool path generation strategy for three-axis ball-end milling of free-form
surfaces. Journal of Materials Processing Technology, v. 208, p. 259-263, Novembro 2008.
FALLBÖHMER, P. et al. Survey of the die and mold manufacturing industry - practices in
Germany, Japan, and the United States. Journal of Materials Processing Technology, v. 59,
p. 158-168, Maio 1996.
FERRARESI, D. Fundamentos da usinagem dos metais. São Paulo: Edgar Blücher Ltda.,
1970.
FU, Z. et al. An analytical force model for ball-end milling based on a predictive machining
theory considering cutter runout. The International Journal of Advanced Manufacturing
Technology, v. 84, p. 2449–2460, Junho 2016.
GONZALO, O. et al. Prediction of specific force coefficients from a FEM cutting model.
International Journal of Advanced Manufacturing Technology, v. 43, p. 348-356,
Setembro 2008.
JIAN-WEI, M. et al. Effect of geometric feature and cutting direction on variation of force
and vibration in high-speed milling of TC4 curved surface. The International Journal of
Advanced Manufacturing Technology, Dallian, v. 95, p. 2207 - 2218, Novembro 2017.
KAYAL, P. Inverse offset method for adaptive cutter path generation. International Journal
of CAD/CAM, v. 7, 2007.
KO, T. J. Selection of the Machining Inclination Angle in High-Speed Ball End Milling`.
Advanced Manufacturing Technollogy, London, p. 163-170, jan. 2001.
LAMIKIZ, A. et al. Cutting force estimation in sculptured surface milling. Machine Tools
and Manufacture, v. 44, p. 1511-1526, Maio 2004.
LIANG, X.-G. An accuracy algorithm for chip thickness modeling in 5-axis ball-end finish
milling. Computer-Aided Design, Shanghai, v. 43, p. 971-978, abr. 2011.
LOTFI, S. et al. An approach to modeling the chip thickness and cutter workpiece
engagement region in 3 and 5 axis ball end milling. Journal of Manufacturing Processes,
Toulouse, v. 34, p. 7-17, maio 2018.
SANTOS, S. C.; SALES, W. F. Aspectos tribológicos da usinagem dos materiais. 1ª. ed.
São Paulo: Artliber Editora Ltda, 2007.
SHAMINA, O. B.; BELOUS, L. A.; OGOL, I. I. Research on the optimal cutting parameters
for ball end finish milling process of complex surfaces. International Conference on
Mechanical Engineering, Automation and Control Systems, Tomsk, 2014.
SOUZA, A. F. D. et al. Investigating the cutting phenomena in free-form milling using a ball-
end cutting tool for die and mold manufacturing. International Journal of Advanced
Manufacturing Technology, v. 71, p. 1565-1577, 2014.
SOUZA, A. F. D. et al. Influences of the tool path strategy on the machining force when
milling free form geometries with a ball-end cutting tool. Journal of the Brazilian Society of
Mechanical Sciences and Engineering, v. 37, p. 675–687, 2015.
WOJCIECHOWSKI, S. The estimation of cutting forces and specific force coefficients during
finish ball end milling of inclined surfaces. International Journal of Machine Tools and
Manufacture, v. 89, p. 110-123, 2015.
XIAO XIAO, C. et al. Investigation on ball end milling of P20 die steel with cutter
orientation. International Journal of Advanced Manufacturing Technology, London, v.
59, p. 885-898, Agosto 2011.
65
APÊNDICE A
Número
Espessura Área Espessura Erro Erro
Caso fz ap α θ Área CAD de
CAD Medida Medida Espessura Área
elementos
1 10 20 15 50 0,56 0,85 0,34 0,80 5,85% 39,57% 5
1 10 20 15 70 22,59 4,24 19,11 4,23 0,17% 15,40% 60
1 10 20 15 90 83,07 6,27 78,41 6,26 0,09% 5,61% 167
1 10 20 15 110 172,74 6,98 169,26 6,97 0,10% 2,01% 315
1 10 20 15 130 104,75 5,27 103,96 5,27 0,01% 0,75% 271
1 10 20 15 150 29,12 2,58 29,12 2,57 0,20% 0,00% 183
2 2 20 15 70 3,87 0,82 3,60 0,82 0,22% 7,02% 60
2 2 20 15 90 16,69 1,28 16,23 1,28 0,22% 2,80% 167
2 2 20 15 110 33,92 1,39 33,64 1,39 -0,16% 0,80% 315
2 2 20 15 130 18,98 1,01 18,98 1,01 -0,36% 0,00% 271
2 2 20 15 150 3,83 0,42 3,83 0,42 -0,73% 0,06% 152
3 10 20 15 90 4,60 1,87 4,60 1,87 -0,07% -0,02% 42
3 10 20 15 110 20,20 3,62 20,20 3,61 0,35% 0,00% 96
3 10 20 15 130 57,30 4,17 57,30 4,17 0,11% 0,00% 229
3 10 20 15 150 29,12 2,58 29,12 2,57 0,20% 0,00% 183
4 2 20 15 90 1,00 0,53 1,00 0,53 0,82% 0,03% 33
4 2 20 15 110 4,49 0,84 4,49 0,84 0,12% 0,00% 86
4 2 20 15 130 12,65 0,9 12,65 0,90 -0,42% 0,00% 214
4 2 20 15 150 3,83 0,42 3,83 0,42 -0,73% 0,06% 152
5 10 40 15 50 0,56 0,85 0,34 0,80 5,85% 39,57% 5
5 10 40 15 70 22,59 4,24 19,11 4,23 0,17% 15,40% 60
5 10 40 15 90 83,07 6,27 78,41 6,26 0,09% 5,61% 167
5 10 40 15 110 223,83 7,23 220,35 7,23 0,04% 1,55% 409
5 10 40 15 130 246,32 6,35 245,54 6,35 0,00% 0,32% 512
5 10 40 15 150 104,07 3,74 104,08 3,74 0,00% -0,01% 415
5 10 40 15 170 1,98 0,43 1,98 0,42 1,49% 0,05% 89
6 2 40 15 70 3,87 0,82 3,60 0,82 0,22% 7,02% 60
6 2 40 15 90 16,69 1,28 16,23 1,28 0,22% 2,80% 167
6 2 40 15 110 46,79 1,48 46,52 1,48 0,28% 0,58% 409
6 2 40 15 130 46,36 1,24 46,36 1,24 0,27% 0,00% 512
6 2 40 15 150 17,01 0,68 17,01 0,68 0,04% 0,00% 384
7 10 40 15 90 4,60 1,87 4,60 1,87 -0,07% -0,02% 42
7 10 40 15 110 20,20 3,62 20,20 3,61 0,35% 0,00% 96
7 10 40 15 130 57,30 4,17 57,30 4,17 0,11% 0,00% 229
7 10 40 15 150 104,07 3,74 104,08 3,74 0,00% -0,01% 415
7 10 40 15 170 1,98 0,43 1,98 0,42 1,49% 0,05% 89
8 2 40 15 90 1,00 0,54 1,00 0,53 2,66% 0,03% 33
66