TCC Lucas Machado
TCC Lucas Machado
TCC Lucas Machado
Joinville
2022
LUCAS TEOFILO MACHADO
Joinville
2022
LUCAS TEOFILO MACHADO
Banca Examinadora:
________________________
Prof. Dr. Andrea Piga Carboni
Orientador/Presidente
________________________
Prof. Dr. Marcos Alves Rabelo
Membro
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof. Dr. Modesto Hurtado Ferrer
Membro
Universidade Federal de Santa Catarina
Dedico este trabalho à minha família, pelo
exemplo de perseverança em busca dos
objetivos e por todo o suporte durante essa
jornada.
AGRADECIMENTOS
Aos colegas e amigos com quem dividi inúmeras horas de estudo durante essa
graduação, pelas conversas e momentos de descontração que tornaram a caminhada
mais leve e prazerosa. De modo especial ao meu amigo Luan Henrique Lourenção,
pela amizade que criamos durante o curso.
Por fim, fica minha imensa gratidão pela minha família. Aos meus pais, Adelino e
Linete, que foram meus conselheiros e apoiadores em todos os momentos, me
ajudando a acreditar e superar meus desafios. Ao meu irmão Gustavo por todo o apoio
nos momentos que precisei. Finalmente, à minha namorada Ana Beatriz, que dividiu
grande parte da caminhada universitária comigo, sempre me incentivando a lutar
pelos meus objetivos. Vocês são as pessoas mais importantes da minha vida e amo
muito todos vocês!
“Nada importa além da sua vontade de ser bem sucedido. Não
importa sua raça, história, formação acadêmica ou status social.
Se você deseja mudar o mundo, meça as pessoas pelo tamanho
do coração delas. ”
William Harry McRaven
RESUMO
One of the existing projects at the Federal University of Santa Catarina (UFSC) is the
Formula CEM team, in which a group of students work with the purpose of designing
and manufacturing a formula vehicle in order to participate in the national competition,
Formula SAE, organized by SAE Brazil. To participate in the competition each system
of the vehicle has a great influence on the results of the static and dynamic tests. Thus,
the present work proposed the development of a comparative study between a
continuously variable transmission system (CVT) and a sequential transmission, the
latter currently used by the team. To this end, the vehicle was simulated with both
systems mentioned, with the purpose of knowing the advantages in relation to time in
Acceleration and Autocross races, as well as the performance in relation to longitudinal
acceleration. With the aid of the Optimum Lap and Matlab programs, simulations were
performed according to the parameters required for modeling a CVT transmission, and
the desired results were obtained. Analyzing the results, it was possible to conclude
that the sequential transmission behaved inferiorly to the continuously variable
transmission in longitudinal acceleration and lap times on all selected tracks.
Coeficiente de arrasto
Forças externas
Força motriz do motor
Força de tração em frenagem
Força lateral no eixo dianteiro
Força lateral no eixo traseiro
Aceleração longitudinal
Velocidade inicial
Coeficiente longitudinal de atrito
Coeficiente de atrito
θ Rotação do veículo em torno do eixo
ϕ Rotação do veículo em torno do eixo
ω Rotação do veículo em torno do eixo
Área frontal do veículo
Força centrípeta
Força de arrasto
Distância entre eixos
Potência do motor
Raio da curva
Carregamento na roda motriz
Aceleração do veículo
Distância do centro de gravidade ao eixo dianteiro
Distância do centro de gravidade ao eixo traseiro
Massa do veículo
Tempo
Velocidade do veículo
Densidade do ar
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
1.1. OBJETIVOS ....................................................................................................... 16
1.1.1. Objetivo Geral ................................................................................................ 16
1.1.2. Objetivos Específicos ................................................................................... 16
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 18
2.1. SISTEMA DE TRANSMISSÃO........................................................................... 18
2.2 HISTÓRIA DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO ................................................... 19
2.3 TIPOS DE TRANSMISSÃO................................................................................. 22
2.3.1 Transmissão manual ...................................................................................... 22
2.3.2 Transmissão manual automatizada .............................................................. 24
2.3.3 Transmissão automática ............................................................................... 24
2.3.4 Transmissão continuamente variável........................................................... 27
2.4 SISTEMA DE TRANSMISSÃO EM VEÍCULOS FÓRMULA ................................ 29
2.4.1 Aplicações CVT em veículos Fórmula .......................................................... 30
2.5 DINÂMICA VEICULAR ........................................................................................ 32
2.5.1 Dinâmica longitudinal .................................................................................... 33
2.5.2 Dinâmica lateral .............................................................................................. 35
2.6 REGULAMENTO ................................................................................................. 36
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 38
4. FERRAMENTAS DE SIMULAÇÃO ...................................................................... 40
4.1 MODELOS DE SIMULAÇÃO .............................................................................. 40
4.2 APLICAÇÃO DO OPTIMUM LAP ........................................................................ 41
4.2.1 Comportamento em frenagem ...................................................................... 43
4.2.2 Comportamento em curva ............................................................................. 45
4.2.3 Comportamento em aceleração .................................................................... 46
4.3 APLICAÇÃO EM MODELAGEM MATLAB .......................................................... 48
4.3.1 Open Vehicle................................................................................................... 48
4.3.2 Open Track...................................................................................................... 49
4.3.3 Open Drag ....................................................................................................... 50
4.3.4 Open Lap ......................................................................................................... 51
5. RESULTADOS ...................................................................................................... 52
5.1 CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO .................................................................... 52
5.2 MODELO CVT..................................................................................................... 56
5.3 ANÁLISE DO TEMPO DE VOLTA ...................................................................... 58
5.4 ANÁLISE DA ACELERAÇÃO LONGITUDINAL .................................................. 65
5.5 COMPARAÇÃO EM TELEMETRIA ..................................................................... 66
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71
15
1. INTRODUÇÃO
1.1. OBJETIVOS
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
eixo inferior e retorna ao eixo acima, ou seja, percorre duas relações de transmissão.
Do mesmo modo ocorre para a configuração de múltiplos estágios, nesse caso
quando existem três ou mais mudanças de relação.
As configurações de único estágio, segundo Naunheimer et al. (2010), “[...]
são comumente utilizadas em automóveis de passageiros em que o motor se encontra
próximo ao eixo de transmissão, ou seja, em veículos de tração dianteira com motores
dianteiros, ou em veículos com tração traseira com motores traseiros”.
Os modelos com dois estágios costumam ser utilizados para aplicações em
que se necessite que os eixos de entrada e saída estejam alinhados. Já a
configuração de múltiplos estágios é adotada em veículos de tração dianteira com
motor transversal, o que pode encurtar o comprimento da caixa de câmbio (GENTA;
MORELLO, 2009).
O modelo CVT apresenta benefícios, conforme cita Bosch (2005, p.749), “[...]
em relação às caixas de mudança escalonada, oferece vantagem tanto para
performance quanto para o consumo de combustível e redução de emissões”.
Diante das possibilidades a escolha foi efetuada por meio de uma matriz de
decisão, levando em conta os parâmetros definidos. A matriz de decisão é um método
que atribui pesos para classificar o nível de relevância de um determinado parâmetro,
tornando assim a decisão mais assertiva. A Figura 12 representa a matriz
desenvolvida por Malaco Filho (2009) em seu estudo.
31
A modelagem adotada pela equipe foi realizada tomando como base inicial a
curva de torque do motor com o auxílio de um dinamômetro, sendo levado em
consideração o desempenho da embreagem e das trocas de marcha no sistema
manual por meio de aquisição de dados de teste (COSTA et al., 2015).
O sistema CVT, segundo Costa et al. (2015), “[...] faz com que o motor
funcione em sua melhor velocidade, desta forma, buscando desempenho. No entanto,
deve ser projetado também procurando não ultrapassar os limites de tração do pneu”.
Com isso foi considerada a razão de escorregamento do pneu, para que não houvesse
extrapolação dos seus limites de tração.
Dessa forma, foi realizado a simulação do comportamento do veículo em
aceleração, sendo consideradas também algumas forças de resistência,
principalmente a resistência ao rolamento. Os resultados obtidos pela equipe
representaram uma diferença bastante significativa, na qual o tempo em aceleração
no modelo sem CVT ficou em 4,536 segundos e utilizando o CVT em 4,119. Como
comparativo, essa diferença de tempo faria com que a equipe obtivesse a 3ª posição
na prova em comparação à 11ª posição obtida (COSTA et al., 2015).
= . (1)
=
(2)
.
= . (3)
+ = .
(4)
= . (5)
= . .
(6)
2.6 REGULAMENTO
3. METODOLOGIA
4. FERRAMENTAS DE SIMULAÇÃO
= . (7)
1
= . . . .
(8)
2
= . (9)
+
=
(10)
= − . (11)
+
= − .
(12)
.
=
(13)
.
(14)
=
= . (15)
−
= + .
(16)
48
• Open Vehicle
• Open Track
• Open Drag
• Open Lap
• X = Para frente
• Y = Para esquerda
• Z = Para cima
• ω=Rotação no eixo Z
• ϕ= Rotação no eixo X
• θ = Rotação no eixo Y
recebe a entrada dos dados por meio de uma planilha. Essa planilha realiza a
descrição de cada segmento da pista, sendo divididos em retas, curvas à direita e
curvas à esquerda.
Para cada segmento cabe ao usuário informar o comprimento e o raio do
mesmo. Vale ressaltar, de acordo com Chalkiopoulos (2020), que o raio é o valor
exato no centro da curva e é interpolado suavemente para geração da curva. Já para
os segmentos de reta a sua magnitude é nula.
5. RESULTADOS
6000
Rotação do motor (RPM)
5000
4000
3000
2000
1000
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Velocidade do Veículo (km/h)
Pela Figura 32 é possível visualizar que a abordagem utilizada faz com que
se tenha um sistema de transmissão com características bem próximas de uma
transmissão continuamente variável, ou seja, neste caso o motor trabalhará no seu
ponto de máxima potência, conforme explicado na Figura 31.
A prova de Aceleração por se tratar de uma pista curta (75 metros) possui
grande influência do sistema de transmissão. Nesse caso, se teve uma redução de 1
décimo e 7 centésimos no tempo da prova, quando utilizado o sistema de transmissão
CVT. Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 6.
mais suave, o que faz com que o veículo apresente vantagens em relação a dinâmica
longitudinal.
Diante disso, o veículo consegue atingir maiores velocidades com a
transmissão continuamente variável, ocasionando redução no tempo de volta e melhor
eficiência do mesmo. A variação da velocidade em ambos os sistemas pode ser vista
na Figura 43.
É importante dizer que se tem ciência que os dados adquiridos não são tão
precisos quantos os coletados por meio de sistema de telemetria, uma vez que pode
haver erros por parte do usuário.
Analisando os dados adquiridos por telemetria e comparando com as
simulações executadas no decorrer desse trabalho pode-se dizer que os resultados
alcançados pelo programa Optimum Lap foram satisfatórios, uma vez que foram bem
próximos aos dados de validação. Para um estudo de simulação isso se demonstra
muito relevante, pois dá credibilidade as análises desenvolvidas.
Quanto aos dados adquiridos pelo Open Lap se demonstram distantes dos
resultados da telemetria, porém, do mesmo modo, representam uma redução do
tempo de volta quando empregada a utilização da transmissão CVT. Portanto, em
ambas as simulações pode-se dizer que houveram reduções de tempo.
Vale ressaltar que, em ambas as simulações executadas a transmissão
continuamente variável conseguiu melhores resultados do que a transmissão
sequencial para as provas e pistas selecionadas. A Figura 44 traz uma análise
3,00%
Ganho percentual
2,50%
2,00%
1,50%
1,00%
0,50%
0,00%
Optimum Lap Open Lap
Simulação Executada
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BOSCH, Robert. Manual de Tecnologia Automotiva. 25. ed. São Paulo: Editora
Edgard Blucher, 2005.
HALLIDAY, David et al. Fundamentos da Física. 10. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2016.
797 p.
NORTON, Robert L.. Projeto de máquinas: uma abordagem integrada. 4. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2013. 1028 p.
SIEGLER, Blake et al. Lap Time Simulation: comparison of steady state, quasi-
static and transient racing car cornering strategies. Dearborn: Sae International,
2000.