Efeito Das Condições Do Processo de Modelagem de Sinterização para P PTFE e PEUAMM
Efeito Das Condições Do Processo de Modelagem de Sinterização para P PTFE e PEUAMM
Efeito Das Condições Do Processo de Modelagem de Sinterização para P PTFE e PEUAMM
Resumo: Polímeros termoplásticos de ultra elevado peso molecular formados por longas cadeias apresentam uma
elevada cristalinidade. Estes polímeros na forma granular não são adequados a processos que envolvam fluxo viscoso
no estado fundido em razão da sua elevada viscosidade; portanto o processo de moldagem por compressão é muito
utilizado. Na primeira fase o polímero é submetido a preformação, sendo obtida uma peça frágil. Para aumentar a
resistência mecânica, é necessária a etapa de sinterização. Os limites desta etapa são determinados em função do
polímero, das dimensões da peça e do meio utilizado para o resfriamento. Neste trabalho foram definidas as
condições de moldagem, simulação da sinterização em DSC e proposto um mecanismo para transferência de calor na
sinterização para o politetrafluoroetileno (PTFE) e o polietileno de ultra alto peso molecular (UHMWPE).
INTRODUÇÃO
Polímeros de ultra alto peso molecular, longas que as peças adquiram resistência mecanlca, é
cadeias e elevada cristalinidade apresentam uma necessária a etapa de sinterização [4-6]. Nesta etapa
combinação única de propriedades, como elevada ocorre um intercâmbio de calor entre o corpo sólido e o
viscosidade no estado fundido e alto ponto de fusão. fluido, que pode ser líquido ou gasoso, sendo
Estas propriedades dificultam a transformação através normalmente realizado em fornos com circulação de ar,
de técnicas como extrusão e injeção. Logo, o prOcesso de logo a transferência de calor ocorre por convecção
moldagem por compressão é adequado para estes forçada. A taxa de transferência de calor por convecção
polímeros [1-3]. ih) não é uma constante do material, depende de muitos
A fase de moldagem é realizada à temperatura de fatores relacionados diretamente com a temperatura de
. 23°C. Neste etapa o ar presente nas partículas é fluido, como a densidade, viscosidade, calor específico,
continuamente eliminado. A baixas pressões as condutividade térmica, regime do fluido (laminar ou
partículas iniciam um processo de alinhamento formando turbulento), a rugosidade e as propriedades da
um empacotamento quase perfeito; com o aumento da superfície. As análises teóricas da transferência de calor
pressão os pontos de contato entre as partículas em processos por convecção forçada são limitadas a
adjacentes são ampliados através da deformação geometrias relativamente simples e escoamento laminar
plástica. As peças obtidas a partir desta etapa podem ser [7-11].
de várias formas e tamanhos, sendo os mais utilizados os Os polímeros citados apresentam uma baixa
cilindros sólidos e ocos. O moldado obtido é frágil, condutividade térmica, portanto as peças moldadas não
podendo sofrer deformações de caráter irreversível. Para podem ser submetidas à sinterização convencional
Tania R. A. Mantuano e Ai/ton S. Gomes* - Instituto de Macromoléculas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, C. Postal
68525,21945-970, Rio de Janeiro-RJ. (enviar correspondência para*) •
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Figura 2 (a) - Curva de OSC para o PTFE moldado Figura 2 (b) - Curva de OSC para o UHMWPE moldado
Para o PTFE a partir da Tabela 1, observa-se que os minimizar os efeitos da degradação, é necessário a
índices de cristalinidade obtidos a partir da temperatura adição de antioxidantes (Figura 3b).
de 375 e 380ºC foram inferiores aos índices obtidos a Quanto a influência do tempo de sinterização,
365ºC, pois a temperatura de sinterização influencia no observa-se que quanto maior o intervalo de sinterização,
grau de coalescência das partículas, e conseqüen- menor será a cristalinidade; a partir de 30 a 60 minutos,
temente nas propriedades finais do polímero. não ocorre alteração na cristalinidade, isto porque devido
Temperaturas mais elevadas (375 e 380ºC para o PTFE) as dimensões da amostra este intervalo é suficiente para
aumentam o grau de coalescência, este fator durante o a completa sinterização (Figura 4a e b).
resfriamento reduz o teor cristalino. Os resultados Micro corpos de prova nas dimensões da cápsula de
obtidos para as amostras submetidas a temperatura de OSC, podem ser submetidos a elevadas razões de
sinterização de 375 e 380ºC, não sofrem uma variação resfriamento, até o patamar de 40ºC/min, porém quanto
significativa. Logo, a escolha da temperatura de maior o diâmetro da peça, menor deverá ser a razão de
sinterização até o patamar de 375ºC é adequada para aquecimento-resfriamento, para que o gradiente térmico
minimizar os efeitos da degradação. (figura 3a). Para o não atinja níveis muito elevados, pois podem ocorrer
UHMWPE na Tabela 2, observa-se que os índices de deformações e rachaduras na peça de caráter
cristalinidade obtidos a partir da temperatura de irreversível. Através do estudo teórico da transferência
sinterização de 170ºC fóram inferiores aos índices de calor, foi possível observar a influência da razão de
obtidos a partir das temperaturas de 150 e 160 ºC. Para aquecimento/resfriamento no gradiente térmico, com a.
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TEMPO de SINTERIZAÇÃO (mln)
TEMPO de SINTERIZAÇÃOemln)
Figura 4 - Influência do tempo de sinterização na cristalinidade (a ) PTFE (b) UHMWPE. Para o ciclo de fusão até a
temperatura de interesse. Manutenção nesta temperatura por diferentes intervalos de tempo. Resfriamento a
•
40ºC/min.
25 UHMWPE
..- PTH
20 40
Figura 5 - Gradiente térmico médio em função da razão de aquecimento-resfriamento para peças com raio de 25.2mm
a partir da temperatura ambiente até 375ºC para o PTFE e 170ºC para o UHMWPE. . •