Trabalho - Síntese Relações Entre Aprendizagem e Desenvolvimento em Piaget e em Vygotsky - 24.09.21

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CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES

“SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS”

JEAN MIGUEL EVARISTO

Curso: 3º Ano de Filosofia


Disciplina: Filosofia da Educação
Docente: Padre Alexandre Ferreira dos Santos

SÍNTESE:
“RELAÇÕES ENTRE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO EM PIAGET E EM
VYGOTSKY”

São José do Rio Preto - SP


2021
O trabalho em estudo teve o intuito de discutir as relações entre
aprendizagem e desenvolvimento, na perspectiva do construtivismo de Jean
Piaget e o socioconstrutivista de Lev Vygotsky. O que levaram a pensar no
desenvolvimento humano sobre diferentes visões.

Piaget se interessou em analisar como surge e evolui o conhecimento.


Sua formação inicial em Ciências Biológicas o levou a considerar impossível
separar o crescimento orgânico do processo de desenvolvimento psicológico
da criança.

Isso reflete no seu interesse pela epistemologia genética do


desenvolvimento, em que Piaget estabeleceu uma divisão em estágios
cognitivos pelos quais todos os seres humanos passam e que evoluem em
sequência. Esses estágios são: sensório motor, pré-operatório, operatório
concreto e operatório formal. A faixa etária indicada em cada fase desses
estágios é apenas um parâmetro, pois nem sempre o desenvolvimento
acontece no mesmo ritmo, ele pode variar para cada criança.

Em sua reflexão, entende-se que não podemos exigir que uma pessoa
resolva problemas para os quais ela ainda não desenvolveu a estrutura
necessária. Além da maturação neurofisiológica e do crescimento orgânico do
corpo, também tem fatores que influenciam esse processo, como a carga
genética hereditária, que determina o potencial do individuo, assim como o
meio, ou seja, as diferentes influências e estímulos que agem sobre a criança.

Piaget concluiu que aprendizagem começa no desiquilíbrio entre sujeito


e o novo objeto. Nesse sentido três conceitos são fundamentais para melhor
compreensão. A assimilação (que é a incorporação do novo sobre as ideias já
existentes), acomodação (trata da modificação dos esquemas anteriormente
estabelecidos para lidar com a nova informação). E por fim a Equilibração,
promovida na relação entre os dois processos anteriores, numa constante
adaptação ás imposições do ambiente.

Nessa perspectiva o mesmo defende a “escola ativa”, no qual cada


aluno não é visto como um sujeito passivo, e sim um ser que constrói
ativamente seus conhecimentos. A interação com outras pessoas é bastante
significativa, não para que ensine verdades já estabelecidas, e sim com intuito
de facilitar o processo por meio de atividades adequadas e sempre
considerando o estágio em que o aluno se encontra, através da observação.
Dessa forma a criança consegue ter autonomia para fazer suas próprias
tentativas, elaborando um pensamento próprio, sendo ela mesma o sujeito
ativo e fundamental para seu processo de aprendizagem.

Já se falando na perspectiva de Lev Vygotsky tem seu enfoque na


aprendizagem. O mesmo aborda a psicologia sócio-histórica ao qual vê o
mundo psíquico como uma construção histórica e social como o próprio nome
diz. Resumidamente significa que o ser humano não nasce com uma essência
“universal”, algo que já viria pronto, só esperando para se desenvolver, mais
sim a concepção de um individuo que é visto como ser ativo e social, ao qual
constroem relações com outras pessoas e tem influência do meio que o cerca.
Não sendo possível separar o âmbito psicológico do mundo material e social,
pois o pensamento terá a forma que a cultura o faz ter.

Através do contato com a cultura já constituída que vai se realizar o


desenvolvimento. A existência é primeiramente exterior e social, para depois
ser internalizada como pensamento. Tendo como exemplo, os objetos aos
quais nos apropriamos carregam com si aptidões já desenvolvidas pelas
gerações anteriores, tanto de significados quanto para seu uso.

Nas apropriações do mundo externo, é através das relações sociais que


se desenvolve o mundo interno da individualidade. Todo esse processo é
bilateral, ou seja, conforme a pessoa atua no mundo e se relaciona com os
outros, este mundo social também vai sendo construído, numa relação de troca
e transformação mútua. Por isso Vygotsky é considerado um autor
interacionista.

Em sua visão coloca o desenvolvimento baseado em dois processos


diferentes, porém complementares: a maturação e o aprendizado. O processo
de maturação é o que cria certas capacidades que vão tornar possível à
aprendizagem. Para isso a linguagem verbal ou em pensamento tem um papel
de destaque, e se desenvolve em uma sequência: primeiro a função indicativa
(que é o pensamento sincrético), depois a função significativa (ou seja,
pensamento por complexos), e por fim, a função formal, que envolve a criação
de conceitos simbólicos. No qual tudo isso está ligado ao papel da escola, que
seria ajudar a desenvolver o pensamento formal.

O querer ensinar uma criança deve-se levar em conta que nem todos
aprendem da mesma forma. O nível de desenvolvimento real de uma pessoa
se refere à capacidade de resolver problemas de forma independente por meio
de funções já amadurecidas. Na comparação com nível de desenvolvimento
potencial, que é a capacidade de solucionar um problema sob orientação ou
em conjunto com alguém com maior capacidade, identificamos a zona de
desenvolvimento proximal, das funções que ainda não estão amadurecidas e
que, portanto, devem ser estimulada pelo educador.

A intervenção pedagógica para Vygotsky é muito importante para


direcionar o desenvolvimento, sendo a escola o local principal onde se dá essa
orientação do sujeito.

Comparações entre os dois modelos teóricos descritos acima, nos leva a


reflexão sobre abordagens distintas sobre o indivíduo, e as relações entre
aprendizagem e desenvolvimento. Porém de acordo com vários autores citados
no artigo, ambos explicam que as relações entre aprendizagem e
desenvolvimento são baseados em princípios interacionistas. Piaget tende
valorizar a função do sujeito na construção do conhecimento ao enfocar a
dimensão maturacional e Vygotsky supervaloriza a aprendizagem na
construção do conhecimento quando posto sua interação com o meio.

Cada um a sua maneira, são necessariamente compatíveis quando se


lida com a realidade, principalmente nas intervenções que ocorre no momento
da aprendizagem. Considerando tais aspectos as duas abordagens não
deveriam ser consideradas excludentes ou estritamente dicotômicas. Devem
ser vistas as compatibilidades em que cada autor não nega o ponto de vista um
do outro, porém não se trata, todavia de uma complementariedade entre
teorias.

Referência Bibliográfica:
FILHO, Marcílio Lira de Souza. Relações entre Aprendizagem e Desenvolvimento
em Piaget e em Vygotsky: Dicotomia ou Compatibilidade , 2008. Disponível em: <
https://www.redalyc.org/pdf/1891/189117303016.pdf>. Acesso em: 22 de set. de 2021.

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