SIMULADO-SARESP 2022 - LP - 9EF - 20 Questões
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QUESTÃO 1
As Amazônias
Esse tapete de florestas com rios azuis que os astronautas viram é a Amazônia. Ela cobre mais da metade do território
brasileiro. Quem viaja pela região não cansa de admirar as belezas da maior floresta tropical do mundo. No início era
assim: água e céu. É mata que não tem mais fim. Mata contínua, com árvores muito altas, cortada pelo Amazonas, o
maior rio do planeta. São mais de mil rios desaguando no Amazonas. É água que não acaba mais.
SALDANHA, P. As Amazônias. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.
No texto, o uso da expressão “água que não acaba mais” revela
A) admiração pelo tamanho do rio.
B) ambição pela riqueza da região.
C) medo da violência das águas.
D) surpresa pela localização do rio.
QUESTÃO 2
Realidade com muita fantasia
Nascido em 1937, o gaúcho Moacyr Scliar é um homem versátil: médico e escritor, igualmente atuante nas duas
áreas. Dono de uma obra literária extensa é ainda um biógrafo de mão cheia e colaborador assíduo de diversos jornais
brasileiros. Seus livros para jovens e adultos são sucesso de público e de crítica e alguns já foram publicados no
exterior.
Muito atento às situações limite que desagradam a vida humana, Scliar combina em seus textos indícios de uma
realidade bastante concreta com cenas absolutamente fantásticas. A convivência entre realismo e fantasia é
harmoniosa e dela nascem os desfechos surpreendentes das histórias.
Em sua obra são frequentes questões de identidade judaica, do cotidiano da medicina e do mundo da mídia, como,
por exemplo, acontece no conto “O dia em que matamos James Cagney”.
Parece que não há vida inteligente na telenovela brasileira. O que se assiste todos os dias às 6, 7 ou 8 horas da
noite é algo muito pior do que os mais baratos filmes “B” americanos. Os diálogos são péssimos. As atuações,
sofríveis. Três minutos em frente a qualquer novela são capazes de me deixar absolutamente entediado – nada pode
ser mais previsível.
Antunes Filho. Veja, 11/mar/96.
Texto II
Novela é cultura
QUESTÃO 5
O ouro da biotecnologia
Até os bebês sabem que o patrimônio natural do Brasil é imenso. Regiões como a Amazônia, o Pantanal e a Mata
Atlântica - ou o que restou dela - são invejadas no mundo todo por sua biodiversidade. Até mesmo ecossistemas como
o do cerrado e o da caatinga têm mais riqueza de fauna e flora do que se costuma pensar. A quantidade de água doce,
madeira, minérios e outros bens naturais é amplamente citada nas escolas, nos jornais e nas conversas. O problema é
que tal exaltação ufanista (“Abençoado por Deus e bonito por natureza”) é diretamente proporcional à desatenção e ao
desconhecimento que ainda vigoram sobre essas riquezas.
Estamos entrando numa era em que, muito mais do que nos tempos coloniais
(quando pau-brasil, ouro, borracha etc. eram levados em estado bruto para a Europa), a exploração comercial da
natureza deu um salto de intensidade e refinamento.
Essa revolução tem um nome: biotecnologia. Com ela, a Amazônia, por exemplo, deixará em breve de ser uma
enorme fonte “potencial” de alimentos, cosméticos, remédios e outros subprodutos: ela o será de fato - e de forma
sustentável. Outro exemplo: os créditos de carbono, que terão de ser comprados do Brasil por países que poluem mais
do que podem, poderão significar forte entrada de divisas.
Com sua pesquisa científica carente, indefinição quanto à legislação e dificuldades nas questões de patenteamento,
o Brasil não consegue transformar essa riqueza natural em riqueza financeira. Diversos produtos autóctones, como o
cupuaçu, já foram registrados por estrangeiros - que nos obrigarão a pagar pelo uso de um bem original daqui, caso
queiramos (e saibamos) produzir algo em escala com ele. Além disso, a biopirataria segue crescente. Até mesmo os
índios deixam que plantas e animais sejam levados ilegalmente para o exterior, onde provavelmente serão vendidos a
peso de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda para a nova realidade econômica global, ou continuará perdendo
dinheiro como fruta no chão.
QUESTÃO 7
Paz social
Está provado que a violência só gera mais violência. A rua serve para a criança como uma escola preparatória. Do
menino marginal esculpe-se o adulto marginal, talhado diariamente por uma sociedade violenta que lhe nega condições
básicas de vida. Por trás de um garoto abandonado existe um adulto abandonado. E o garoto abandonado de hoje é o
adulto abandonado de amanhã. É um círculo vicioso, em que todos são, em menor ou maior escala, vítimas. São
vítimas de uma sociedade que não consegue garantir um mínimo de paz social. Paz social significa poder andar na rua
sem ser incomodado por pivetes. Isso porque num país civilizado não existe pivete. Existem crianças desenvolvendo
suas potencialidades. Paz é não ter medo de sequestradores. É nunca desejar comprar uma arma para se defender ou
querer se refugiar em Miami. É não considerar normal a ideia de que o extermínio de crianças ou adultos garanta a
segurança. Entender a infância marginal significa a diferença entre o garoto que está dentro do carro, de vidros
fechados, e aquele que se aproxima do carro para vender chiclete ou pedir esmola. E essa é a diferença entre um país
desenvolvido e um país de Terceiro Mundo.
DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel – a infância, a adolescência e os Direitos Humanos no Brasil. 16. ed. São Paulo: Ática, 1999. p. 53
A tese de que “a violência só gera mais violência” é sustentada pelo argumento de que
(A) os pivetes incomodam os que andam pelas ruas.
(B) a criança marginal é um possível adulto marginal.
(C) não se deve comprar uma arma para se defender.
(D) os sequestradores intimidam as pessoas.
QUESTÃO 8
Eu sou Clara
Sabe, toda a vez que me olho no espelho, ultimamente, vejo o quanto eu mudei por fora. Tudo cresceu: minha
altura, meus cabelos lisos e pretos, meus seios. Meu corpo tomou novas formas: cintura, coxas, bumbum. Meus olhos
(grandes e pretos) estão com um ar mais ousado. Um brilho diferente. Eu gosto dos meus olhos. São bonitos. Também
gosto dos meus dentes, da minha franja... Meu grande problema são as orelhas. Acho orelha uma coisa horrorosa, não
sei por que (nunca vi ninguém com uma orelha bonitona, benfeita). Ainda bem que cabelo cobre orelha!
Chego à conclusão de que tenho mais coisas que gosto do que desgosto em mim. Isso é bom, muito bom. Se a
gente não gostar da gente, quem é que vai gostar? (Ouvi isso em algum lugar...) Pra eu me gostar assim, tenho que
me esforçar um monte.
Tomo o maior cuidado com a pele por causa das malditas espinhas (babo quando vejo um chocolate!). Não como
gordura (é claro que maionese não falta no meu sanduíche com batata frita, mas tudo light...) nem tomo muito refri
(celulite!!!).
Procuro manter a forma. Às vezes sinto vontade de fazer tudo ao contrário: comer, comer, comer... Sair da aula de
ginástica, suando, e tomar três garrafas de refrigerante geladinho. Pedir cheese bacon com um mundo de maionese.
Engraçado isso. As pessoas exigem que a gente faça um tipo e o pior é que a gente acaba fazendo. Que droga! Será
que o mundo feminino inteiro tem que ser igual? Parecer com a Luíza Brunet ou com a Bruna Lombardi ou sei lá com
quem? Será que tem que ser assim mesmo?
Por que um monte de garotas que eu conheço vivem cheias de complexos? Umas porque são mais gordinhas.
Outras porque os cabelos são crespos ou porque são um pouquinho narigudas.
Eu não sei como me sentiria se fosse gorda, ou magricela, ou nariguda, ou dentuça, ou tudo junto. Talvez sofresse,
odiasse comprar roupas, não fosse a festas... Não mesmo!
Bobagem! Minha mãe sempre diz que beleza é “um conceito muito relativo”. O que pode ser bonito pra uns, pode
não ser pra outros. Ela também fala sempre que existem coisas muito mais importantes que tornam uma mulher
atraente: inteligência e charme, por exemplo. Acho que minha mãe está coberta de razão! Pois bem, eu sou Clara.
Com um pouco de tudo e muito de nada.
RODRIGUES, Juciara. Difícil decisão. São Paulo: Atual, 1996.
No trecho “...nem tomo muito refri (celulite!!!).”, a repetição do ponto de exclamação sugere que a personagem tem
A) incerteza quanto às causas da celulite.
B) preconceito contra os efeitos da celulite.
C) aversão ao aparecimento da celulite.
D) satisfação pela ação do refrigerante.
QUESTÃO 9
O que dizem as camisetas
(Fragmento)
Apareceram tantas camisetas com inscrições que a gente estranha ao deparar com uma que não tem nada escrito.
– Que é que ele está anunciando? – indagou o cabo eleitoral, apreensivo. – Será que faz propaganda do voto em
branco? Devia ser proibido!
– O cidadão é livre de usar a camiseta que quiser – ponderou um senhor moderado.
– Em tempo de eleição, nunca – retrucou o outro. – Ou o cidadão manifesta sua preferência política ou é um
sabotador do processo de abertura democrática.
– O voto é secreto.
– É secreto, mas a camiseta não é, muito pelo contrário. Ainda há gente neste país que não assume a sua
responsabilidade cívica, se esconde feito avestruz e...
– Ah, pelo que vejo o amigo não aprova as pessoas que gostam de usar uma camiseta limpinha, sem inscrição, na
cor natural em que saiu da fábrica.
DRUMMOND, Carlos. Moça deitada na grama. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 38-40.
QUESTÃO 10
Acho uma boa ideia abrir as escolas no fim de semana, mas os alunos devem ser supervisionados por alguém
responsável pelos jogos ou qualquer opção de lazer que se ofereça no dia. A comunidade poderia interagir e participar
de atividades interessantes. Poderiam ser feitas gincanas, festas e até churrascos dentro da escola.
Juliana Araújo e Souza (Correio Braziliense, 10/02/2003, Gabarito. p. 2.)
É um estrago e tanto. Na área que recebe o grande lago que serve de reservatório da hidrelétrica, a natureza se
transforma: o clima muda, espécies de peixes desaparecem, animais fogem para refúgios secos, árvores viram
madeira podre debaixo da inundação… E isso fora o impacto social: milhares de pessoas deixam suas casas e têm de
recomeçar sua vida do zero num outro lugar.
A verdade é que não existe nenhuma forma de geração de energia 100% limpa.
“Toda extração de energia da natureza traz algum impacto. Mesmo a energia eólica (que usa a força do vento), que até
parece inofensiva, é problemática. Quem vive embaixo das enormes hélices que geram energia sofre com o barulho, a
vibração e a poluição visual, além de o sistema perturbar o fluxo migratório de aves, como acontece na Espanha”,
afirma o engenheiro Gilberto Jannuzzi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
(Suzana Paquete. Disponível em http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-oimpacto-ambiental-da instalação-de-uma-hidrelétrica.Acessado em
26.07.2016.Adapatado)
QUESTÃO 11
No texto o autor defende o ponto de vista de que
(A) a natureza se mantém intacta no lago que serve de reservatório para uma hidrelétrica.
(B) os lagos que servem e reservatório para hidrelétricas são apropriados para refúgio de peixes.
(C) todas as formas de geração de energia causam impactos, sejam ambientais ou sociais.
(D) ao contrário da instalação de hidrelétricas, a produção de energia eólica não causa qualquer impacto.
Leia o texto e responda à questão 12.
NAS PROFUNDEZAS DO MAR SEM FIM
Globo, 16h; não recomendado para menores de 12 anos. (The Deep End of the Ocean). EUA,1999,105 min. Direção:
Ulu Grosbard. Com Michelle Pfeiffer, Treat Williams, Whoopi Goldberg. O desaparecimento de um filho pequeno
azeda a vida de Pfeiffer e seu marido Williams. Muitos anos depois, ela começa a suspeitar de que o rapaz que corta
a grama do jardim bem poderia ser seu filho. Seria? Variante da história clássica de Martin Guerre.
(Filmes na TV. Folha de S.Paulo, São Paulo, 6 nov. 2008. Fragmento)
QUESTÃO 12
Na resenha, observa-se uma relação de causa e consequência, que pode ser assim explicitada:
(A) Pfeiffer passa a suspeitar do rapaz que corta a grama do seu jardim porque o filho dela desaparecera.
(B) o rapaz corta a grama do jardim porque é suspeito de ter feito desaparecer o filho pequeno de Pfeiffer.
(C) o rapaz corta a grama do jardim de Pfeiffer porque planeja raptar o filho dela.
(D) Pfeiffer se interessa pelo rapaz que corta a grama do jardim porque acredita que ele seja seu filho, desaparecido
há anos.
QUESTÃO 13
Aluno quita mensalidade até com chinelo
O aumento da parcela de alunos que atrasa ou não paga mensalidades está levando universidades e escolas
particulares a adotar uma antiga prática comercial: o escambo. Tênis, computadores, máquinas agrícolas, cargas de
trigo e até chinelos de dedo estão sendo aceitos como moeda na quitação de dívidas de inadimplentes.
A Confederação Nacional de Estabelecimentos de Ensino, que representa 40 mil instituições privadas do país,
sustenta que a inadimplência chega a 40% - caso do Nordeste - e supera os 5% em todo o país.
(Carlos Alberto de Souza. Porto Alegre. Agência Folha. 21/05/1998.)
A utilização dos travessões na expressão "caso do Nordeste" indica a intenção do autor em
(A) criticar a situação do Nordeste.
(B) contextualizar uma informação.
(C) fazer uma comparação.
(D) amenizar a situação.
QUESTÃO 14
Existe a personificação quando coisas ou animais ganham formas ou conteúdos humanos. Verifica-se que ela está
presente no seguinte verso.
(A) “Um dia o meu cavalo voltará sozinho”.
(B) “Ele virá ler”.
(C) “Como sempre”.
(D) “Neste mesmo café”.
QUESTÃO 15
Da leitura desse texto, pode-se observar que o personagem principal caracteriza-se por ser um
(A) rapaz sociável.
(B) senhor dado ao isolamento.
(C) jovem poeta.
(D) frequentador assíduo de teatro.
QUESTÃO 16
Na frase – Os amazonenses fazem fé nessa versão que atesta o poder do guaraná e o consomem diariamente para
manter a boa disposição – o pronome o, em destaque, substitui a palavra
(A)amazonenses.
(B)guaraná.
(C)versão.
(D)fé.
QUESTÃO 18
Leia o texto para responder à questão.
‘Folhinha’ entrevista presidente do ‘clube ’ dos escritores imortais
Era uma vez um grupo de escritores que decidiu criar um lugar para trocar ideias sobre suas obras, histórias e
paixões. Assim nasceu a Academia Brasileira de Letras, há 115 anos. A presidente é Ana Maria Machado, 70, autora
de clássicos infantis como “Bisa Bia, Bisa Bel” e “Uma História Meio ao Contrário”. Segunda mulher a presidir a
Academia, já publicou mais de cem livros para adultos e crianças e recebeu o prêmio Hans Christian Andersen, o
principal da literatura infantojuvenil.
FOLHINHA - Qual é o espaço da literatura infantojuvenil na Academia?
ANA MARIA MACHADO - Assim como eu, vários escreveram para esse público. É uma característica do Brasil que
autores escrevam para adultos e crianças. Em outros países isso não é comum. Temos João Ubaldo Ribeiro, Nélida
Piñon, Lêdo Ivo e outros.
FOLHINHA - Como se sente quando uma criança diz que aprendeu a gostar de ler com suas histórias?
ANA MARIA MACHADO - É muito emocionante. Dá um calorzinho por dentro saber que peguei pela mão alguém para
trazer a essa experiência enriquecedora que é a leitura. (L. Soares. ‘Folhinha’ entrevista presidente do ‘clube’ dos escritores imortais.
In: Folha de S.Paulo, Folhinha, 23 Abr. 2012. Adaptado)
O texto apresenta uma organização comum às entrevistas no geral, que é a distribuição da mensagem em
(A) gráficos e tabelas.
(B) artigos e parágrafos.
(C) itens e diagramas.
(D) perguntas e respostas.
QUESTÃO 19
Em “Você pode contribuir com nossas mobilizações on-line sendo um ciberativista, divulgando nossas campanhas na
web.”, o pronome Você refere-se, exclusivamente, ao
(A) Greenpeace.
(B) político brasileiro.
(C) ecologista.
(D) usuário da Internet.
Conseguiu? Facílimo, ele está em todos os livros escolares. Claro que veio à sua cabeça aquela figura magra, sem
camisa, cabelos e barbas longas, olhos tristes e profundos.
Tiradentes foi enforcado em 21 de abril de 1792 e esquartejado. Mas só duzentos anos depois, nas comemorações do
bicentenário de sua morte, foi divulgada com mais clareza a informação de que aquele herói, parecido com Jesus
Cristo, nunca existiu.
Documentos comprovam que na casa do nosso mártir foram encontradas duas navalhas e um espelho. Além disso,
sabemos que, naquela época, os presos eram proibidos de usar barbas e cabelos longos. No mais, Tiradentes era
soldado da Polícia Militar, que, em seu regimento, exigia cabelo curto e rosto escanhoado.
(Gilberto Dimenstein. Apresentação. Os bastidores do poder.São Paulo: Folha de S.Paulo, 1990. p.13. Adaptado)
QUESTÃO 20
A tese defendida pelo autor do texto é de que
(A) Tiradentes nunca existiu de fato.
(B) a imagem de Tiradentes está equivocada.
(C) Tiradentes parecia-se com Jesus Cristo.
(D) o personagem histórico não era um herói.