Apostilas Nível Técnico Logistica
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Apostilas Nível Técnico Logistica
É preciso que o setor adote uma mudança de postura, através da qual as empresas cons-
trutoras passem a focar estrategicamente a cadeia produtiva. As melhorias fundamen-
tam-se principalmente nos investimentos em processos de treinamento e requalificação
de operários, programas setoriais para melhoria do controle de qualidade de materiais,
produtos e processos, criação de núcleos de gestão de qualidade descentralizados, que
sejam capazes de incrementar ações de produtividade e melhorias dos níveis de servi-
ços ofertados.
Precisamos alertar para uma mudança de postura conjuntural, a qual não esteja restrita
apenas aos grandes construtores ou empresários, mas que possa ser observada em
todos os níveis da indústria da construção civil. Essa postura de disseminação do conhe-
cimento e das tecnologias vai implicar, em médio prazo, a formação de uma conscienti-
zação profissional tanto em nível operacional quanto em nível administrativo, quando os
benefícios poderão ser observados de forma transparente.
1.1 - Evolução
É possível acreditar que o homem primitivo, que mal podia erguer-se de pé, já se utiliza-
va de processos logísticos?
Pois bem... É exatamente isso! Quando o homem primitivo “produziu” quantidades maio-
res de alimento, armas e vestuário maiores que poderia consumir... o instinto de sobre-
vivência do homem, instinto esse que nos garantiu a perpetuação e evolução de nossa
espécie, por mais frágil que possa parecer, conduziu-nos também a desenvolver ações
relativas a armazenamento, transporte, distribuição e comunicação.
Esse conceito é até hoje aplicado amplamente por atividades industriais estabelecidas.
A necessidade de integração dos processos industriais estabeleceu-se internamente e
8 Logística da Produção da Obra
externamente à cadeia produtiva, em função do atendimento às demandas de produção,
relacionadas às atividades dos fornecedores de matérias-primas e serviços, além de
interface com as necessidades e exigências do cliente. Essa configuração de atividades,
realizadas de forma integrada, recebe a denominação de Cadeia de Suprimentos, que
propicia ambiente favorável ao estabelecimento do potencial logístico para a produção.
Hoje em dia, a logística constitui uma ferramenta operacional que ultrapassou fronteiras,
atingindo ampla área de atuação nos mais diversos sistemas produtivos empresariais,
dada a importância estratégica que representa. Em função desse contexto, definições
mais generalizadas foram propostas por estudiosos, a saber:
2 - Cadeia de Suprimentos
A Cadeia de Suprimentos (Supply Chain) pode ser definida como sendo o conjunto de or-
ganizações que se interrelacionam, criando valor na forma de produtos e serviços, desde
os fornecedores de matéria-prima até o consumidor do produto final.
LOGÍSTICA DE
DISTRIBUIÇÃO
Distribuição física
CONTEXTO DO (distribuidores atacado e
varejo, consumidor final)
TRABALHO
A cadeia de suprimentos pode ainda ser compreendida a partir da definição de cada uma
das atividades logísticas associadas relativas à Administração de materiais, Produção
e Distribuição.
Será que...
Atividades principais:
• processamento de pedidos;
• recebimento de materiais;
• conferência física, quantitativa e documental;
• consolidação das unidades comerciais para os materiais;
• armazenagem;
• administração de estoques;
• expedição de materiais;
• gestão de informações logísticas;
• medidas de desempenho.
Atividades principais:
• planejamento das atividades da cadeia produtiva;
• controle das atividades da cadeia produtiva;
• desenvolvimento da produção;
• apoio às atividades de produção:
• padronizações de procedimentos, adequado emprego técnico de materiais, su-
porte documental, tecnologia de informação, logística de distribuição, testes de
conformidade.
Atividades principais:
• recebimento do produto acabado;
• embalagem;
• expedição;
• controle de pagamentos e transportes;
• gestão das informações logísticas de transporte.
Otimizar todas as fases do processo significa também agrupar fatores internos e exter-
nos, de forma integrada, para que façam parte de um só sistema. Podemos citar, como
exemplo disso, uma fábrica de construção civil.
Vamos assumir um canteiro, considerado agora como uma unidade fabril com seus di-
versos departamentos, mediando as posições entre fornecedores e clientes. É de es-
sencial importância para o desenvolvimento do empreendimento que a interação entre
fornecedores (Agentes Externos) e as necessidades da Fábrica (sondagens, funda-
ções, alvenarias, pinturas, instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias, telefônicas, in-
terfônicas, internet, antena de TV e rádio, circuito interno de câmeras...) possa subsidiar
a disponibilização adequada de materiais e serviços. Essa interação deve ter um objetivo
único, que é o atendimento ao Cliente, em suas necessidades e anseios.
Dessa forma, ainda podemos identificar vários Clientes, dentro do processo de produ-
ção, a serem atendidos pelos Agentes Externos, qualificados como fornecedores de
materiais e serviços, e assim o fazendo, por que não exigir as propriedades necessárias
para o atendimento a essa clientela?
Essa postura ainda será sustentada enquanto profissionais de engenharia não apri-
morarem seus sistemas de organização e informação em seus canteiros de obra. É
preciso planejar os suprimentos necessários (seleção de fornecedores que sejam par-
ceiros, materiais e serviços), o layout adequado para o desenvolvimento das atividades
fabris, tendo em vista o controle, de forma sistemática e incisiva, de aspectos relativos
a perdas e desperdícios, ao cumprimento de prazos e à qualidade!!!
Pense nisso...
1 - fornecedores de projetos:
a - sondagens;
b - geotécnico;
c - arquitetônico;
d - estrutural;
e - instalações:
I - elétricas;
II - hidráulicas e sanitárias;
III - telefônicas;
IV - nterfônicas;
V - internet;
VI - antena de TV e rádio;
VII - circuito interno de câmeras...
2 - fornecedores de serviços;
3 - fornecedores de materiais e componentes;
4 - distribuidores;
5 - agentes de transportes;
6 - vendedores;
7 - agentes de propaganda;
8 - rede de assistência técnica ao empreendimento;
9 - rede de serviços ao cliente;
10 - corretores.
Não se esqueça de que cada atividade da indústria da construção serve de lastro para o
desenvolvimento da subseqüente... e assim ocorre até a obtenção do produto! É preciso
refletir.
Dessa forma o fluxo eficiente e coordenado das informações garante uma perfeita inte-
gração entre as diversas interfaces das equipes envolvidas entre si e com os agentes
externos (ambiente externo). O uso estratégico da tecnologia de informação em cada
uma das funções logísticas para a operacionalização e integração desse sistema deve
focar essencialmente:
• integração Fornecedor-Projetista
- operações mais ágeis e confiáveis com menor tempo de resposta;
• integração Canteiro-Administração
- informações precisas
A frase escrita por Vieira (2006) não descortina nenhuma novidade reveladora e explo-
siva, muito menos surpreende qualquer profissional do ramo.
Comentário: Isso implica dizer que apenas por esta pesquisa, que data de 1998, pa-
gamos pelos imóveis que adquirimos, no mínimo, 12% em média, a mais que devería-
mos pagar. Em números, significa dizer que, ao comprar uma casa ou apartamento no
valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), você deixou de adquirir um automóvel!... Ou
ainda, se o construtor atentasse para ações relativas à redução de perdas e aumento
da eficiência produtiva (pois redução de perdas também implica a utilização racional da
mão-de-obra, dentre outros custos relacionados), ele poderia oferecer a seus clientes,
como brinde, um automóvel 0km quando da compra de um de seus imóveis... Será que
essa estratégia de venda seria interessante?
As perdas podem ser definidas como qualquer ineficiência ou negligência no uso de ma-
teriais, mão-de-obra ou equipamentos. Essas perdas podem apresentar-se de diferentes
formas:
• descontinuidades da produção;
• formação de estoques desnecessários.
• compatibilização de projetos;
• metodologia executiva concorrente com prazos definidos e compatível com as-
pectos logísticos de transporte e das atividades;
• controle logístico rigoroso do fluxo de atividades dentro do canteiro de obras, mi-
nimizando possíveis interferências;
• identificação dos índices de produtividade das equipes e qualidade para o dimen-
sionamento correto desse recurso;
• formação de parcerias estratégicas com fornecedores;
• adoção de sistemas e tecnologias de informação que viabilizem o fluxo das ati-
vidades de maneira eficiente e contínua, tanto nos ambientes internos quanto
externos.
Comentário: Apesar de materiais terem maior participação dos custos ao final da obra,
é a mão de obra que faz movimentar esses materiais e impulsionam a manufatura.
Sabe o que isso quer dizer?
Pois bem!
Mais uma vez, a história depõe contra a indústria da construção civil, em especial o
subsetor edificações. Isso quer dizer que a principal prioridade desse setor nunca foi
elaboração de projetos...
Lamentavelmente, muitas vezes a obra já foi iniciada sem que os projetos estivessem
concluídos! Esse procedimento gera emissão de pranchas provisórias, inacabadas, po-
bres em detalhes relevantes ao bom desenvolvimento das atividades de construção, que
serão utilizadas para o início do empreendimento.
4.2 - O projeto
• operacional
- visa à eficiência e à confiabilidade do processo de produção.
A etapa de realização dos projetos é, sem dúvida, o momento mais importante do em-
preendimento. Basta ressaltar que todos os procedimentos relativos à formação de cus-
tos, estabelecimento de metodologias executivas, processos de controle, planejamento
físico, planejamento financeiro, disponibilidade de recursos, especificação de materiais...
dentre outros incontáveis procedimentos, são estabelecidos a partir da análise dos Pro-
jetos!!!
Dessa forma, apresentam-se, nas figuras seguintes, alguns estudos que demonstram,
em tempos diferentes, a capacidade de o projeto interferir na qualidade e no custo final
dos empreendimentos.
Figura 7 - Influência do projeto nos custos do empreendimento, situação no tempo. Melhado (2005).
Projetista:
• capacidade de traduzir os objetivos e restrições em alternativas de soluções fun-
cionais e tecnológicas com desempenho equivalente;
• capacidade de selecionar a alternativa que demanda o mínimo de recursos;
• capacidade de traduzir as opções de projeto em níveis de desempenho esperados
para o produto final.
Os produtos das etapas de projeto devem ter escopos pré-definidos e devem estar sub-
metidos a procedimentos de análise crítica e de verificação.
Um estudo geral sobre os sistemas prediais deve ser conduzido nessa etapa, e sua in-
terface com os trabalhos relativos ao anteprojeto de estruturas.
4.4 - Projetos
O projeto legal, após aprovado, precisa ser registrado em cartório de registro de imóveis,
devendo estar seguido de memorial descritivo de materiais e especificações diversas,
que podem favorecer a produção de material relativo à divulgação e comercialização das
unidades.
Nesta etapa, devem estar resolvidas e determinadas todas as interfaces entre os proje-
tistas, a partir da definição completa e detalhada de todas as tecnologias construtivas e
especificações, possibilitando o desenvolvimento individual e contínuo de cada uma das
especialidades tratadas nos projetos.
Significa a representação final dos produtos de projeto de cada especialidade para pro-
dução e entrega final dos projetos detalhados antes do início das atividades de produção
(obra).
Outras verificações como restrições legais impetradas aos vendedores e condições fí-
sicas do terreno devem ser verificadas, uma vez que configuram também importantes
impedimentos ao desenvolvimento produtivo do empreendimento.
Nesta etapa, são agrupadas e repassadas aos escritórios associados todas as informa-
ções necessárias para o início dos projetos executivos e para o início da produção.
De uma forma simplificada, podemos relacionar essas etapas e suas subetapas como:
• tratamento comercial:
- cotações entre os diversos profissionais envolvidos;
- análise das propostas;
- formalização e início dos trabalhos.
É importante frisar, mais de uma vez, a necessidade das interações entre os profissio-
nais, a fim de reduzir ao máximo as interferências de projeto, que, certamente, caso
existam, implicarão fatores limitados aos processos produtivos e sua continuidade. Cabe
à figura do coordenador de projeto estimular esse contato e conduzir soluções para com-
patibilização.
Para que seja obtida a vantagem principal da aplicação da administração lógica no em-
preendimento da construção civil, é necessário que se formatem ações apoiadas em um
planejamento integrado, desde a fase inicial da concepção do sistema construtivo a ser
implementado.
Esse planejamento pode seguir uma ordenação lógica, que objetive a otimização de todo
o sistema, desde a cadeia de suprimentos, passando pela produção até o produto final.
Como itens importantes a serem observados na implementação da otimização do siste-
ma construtivo, podemos citar:
2 - Planejamento do empreendimento:
a - adequação do empreendimento às necessidades do mercado consumidor e
exigências do cliente (padronização);
b - definição de processos construtivos e materiais (viabilidade técnico-econômica
e impactos de meio ambiente);
c - definição de prazo contratual compatível com porte do empreendimento e “poder
de fogo” instalado da cadeia produtiva;
d - definição de uma seqüência LÓGICA para desenvolvimento da produção,
evitando-se interferências e retrabalhos.
3 - Elaboração de projetos:
a - utilização de critérios técnicos para contratação de serviços em detrimento
apenas dos preços;
b - apresentação clara e objetiva do empreendimento aos projetistas, disponibili-
zando-se o máximo de informações quanto possível;
c - participação da equipe contratante no desenvolvimento dos trabalhos de
projeto, relativamente a filosofias de projeto, metodologias propostas,
características produtivas e geração de resíduos;
Podemos detalhar cada um dos itens apresentados. Isso é importante para um plano de
implementação do planejamento logístico inicial do empreendimento
A informação pode ser considerada como elemento integrador e alimentador das ativi-
dades de uma organização, desde os níveis mais altos de decisão até a condução das
tarefas cotidianas e repetitivas do processo.
Um montador realiza seu trabalho conforme instruções contidas nos manuais de monta-
gem.
5.1.1 - Informação
Informação não se limita a dados coletados... na verdade, a informação são dados cole-
tados, organizados, ordenados, aos quais são atribuídos significado e contexto... Burch
et all (1989).
O conceito de um sistema de informações (SI) pode ser entendido, de forma geral, como:
qualquer sistema utilizado para prover informações e seu processamento, qualquer que
seja sua aplicação.
Para que a gestão da informação não seja banalizada e caia em descrédito pelos usu-
ários, é preciso que sejam levados em consideração, quando do desenvolvimento de
uma metodologia ou mesmo um sistema de informações, fatores organizacionais chave.
Burch (1989):
1 - Natureza da organização
• necessidade da informação varia de acordo com o tipo da atividade empresarial.
2 - Categorias de organização
• maior ou menor centralização do gerenciamento estabelece parâmetros para a
modelagem das informações, sua disponibilidade e tratamento.
3 - Tamanho da organização
• quanto maior a organização, maiores e mais complexas são as necessidades de
informação.
Os processos englobados pela engenharia de informação não têm por finalidade focar
um projeto em particular, mas sim o desenvolvimento de sistemas de informação mais
abrangentes e complexos.
A engenharia de informação trata a empresa de uma forma global, sendo que todas as
necessidades de informação são estudadas a partir de um planejamento estratégico de
informações. Essas informações podem, por vezes, apresentar-se de forma complexa,
que gera um demanda de sistemas de informação também complexos. Martin (1989).
Essa integração tem por objetivo projetar e instalar sistemas coerentes com as necessi-
dades organizacionais de uma empresa.
A tecnologia de informação ainda pode ser definida como sendo a utilização adequada
das ferramentas de informática, comunicação e automação juntamente com as técnicas
de organização e gestão, alinhadas com a estratégia de negócios com objetivo específi-
co de incrementar a competitividade de uma empresa.
• negócios;
• organização;
• tecnologia de informação.
Essa etapa do processo define e modela as operações necessárias para uma área es-
pecífica de negócios, definindo-se um sistema para cada área, mas de forma integrada.
Nessa etapa, são definidos o que é e o que faz o sistema.
Nessa etapa, define-se a solução conceitual para o sistema: COMO SERÁ o sistema
em relação à arquitetura de dados, procedimentos... Destacam-se aqui os dados e in-
formações coletadas na etapa de prototipagem e disponibilização do sistema para os
usuários.
A implantação total do sistema surge como resultado do planejamento prévio das ativida-
des, executado preliminarmente no início dos trabalhos de desenvolvimento do sistema
de informações.
1 - correções de erros;
2 - adaptações (ambientes operacionais, legislação, critérios corporativos ou orga-
nizacionais);
3 - aperfeiçoamento (inclusão de funções, alterações em interfaces ou disponibili-
dades de acesso, dentre outras).
O domínio dos parâmetros de produção implica uma maior flexibilidade para o processo,
maior capacidade de absorção das novas técnicas e tecnologias aplicadas, atendimento
a demandas de mercado e adaptabilidade.
Esses modelos de sistemas têm, como objetivo principal, o cálculo das necessidades
do empreendimento, de maneira que seja permitido cumprir os prazos de entrega dos
produtos (edificações) com mínima formação de estoques. Isso se torna possível a par-
tir do planejamento de compras e produção apenas nos momentos e nas quantidades
necessárias.
A discussão acerca dos principais objetivos dos modelos MRP é de extrema importância,
pois, dessa forma, podem ser discutidas ações relativas à adequação estratégica dos
sistemas/modelos requeridos pela empresa.
O princípio básico por trás do MRP é o cálculo de necessidades, uma técnica que per-
mite o cálculo informatizado das quantidades e tempos em que serão necessários os
recursos de manufatura (materiais, pessoas, equipamentos...) para que se efetivem os
46 Logística da Produção da Obra
prazos combinados com a menor formação de estoque possível.
Um exemplo simplificado dessa modelagem seria a produção de uma peça, em que se-
riam demandados: compra de materiais (2 dias), fabricação dos componentes (3 dias) e
montagem do produto (1 dia). Dado o pedido de fabricação de 2 unidades da peça para
“sexta-feira”, o sistema calcula as necessidades de todos os recursos que concorrem
para a produção da peça nos momentos em que serão necessários. Sabendo, portanto,
que a montagem da peça consome o prazo de 1 dia, é preciso que, na sexta-feira, es-
tejam disponíveis quantidades suficientes de componentes e montadores, para que, ao
final do dia, as 2 unidades estejam prontas.
Da mesma forma, para o período de fabricação dos componentes, devem estar disponí-
veis, pelo tempo de 3 dias, toda MDO, ferramental e matéria-prima necessária para essa
etapa. É preciso também contabilizar o tempo de 2 dias, necessário para a compra de
materiais.
Então, para que a peça esteja pronta no prazo, seria necessário que fosse dado início ao
processo na sexta-feira da semana anterior. Cabe aqui comentar que, supondo que os
prazos das etapas do processo não possam ser alterados, um planejamento adequado
da produção pode reduzir o prazo final de montagem das peças, a partir da observação
do desenvolvimento e integração entre essas etapas.
6.2 - Definições
6.2.1 - MRP I
6.2.2 - MRP II
6.3 - Objetivos
Vejam bem!
Em relação a cada um dos itens relacionados como objetivos dos
sistemas MRP, podemos ainda estabelecer ações relacionadas:
Estoque: programa de aquisição ou compra de material/peça/com-
ponente certo, em quantidade apropriada com entrega programa-
da;
Prioridades: aquisição com datas planejadas e válidas;
Capacidade: aquisição de quantidades compatíveis com a capaci-
dade produtiva e provisionamento consistente de compras futuras.
Outra metodologia executiva praticada é a tipo Pull, em que a ordem de compra é emitida
independentemente de uma demanda, ou seja, o processo de produção é executado por
uma exigência de atendimento a um pedido já consolidado - o pedido puxa a produção.
Na construção civil, a demanda é totalmente conhecida, uma vez que o projeto determina
os quantitativos a serem empregados, e o produto, com certeza, será fabricado. Então,
a aplicação de sistemas MRP é possível e viável, desde que, para isso, exista, como já
mencionado, uma padronização mínima a fim de que o sistema seja capaz de identificar
as demandas de materiais e serviços, bastando apenas adequar esses quantitativos
unitários às áreas e volumes desse empreendimento. Essa padronização viabiliza uma
previsão confiável por parte da metodologia aplicada.
A utilização de uma base de dados única proporciona integração dos dados originados
das diferentes áreas da organização, o que evita redundância e superposição de ordens
equivalentes.
Como conseqüência direta dessa integração, o emprego de sistemas ERP pode apre-
sentar, como vantagens:
A industrialização na construção civil deve ser entendida como uma nova fase para as em-
presas. Ações de industrialização induzem a vantagens concretas quando comparadas
a processos convencionais de construção. A industrialização consiste de uma tendência,
que se dissemina gradativamente e que constituirá um marco importante na construção
civil. Essa mudança de comportamento indicará as empresas que foram capazes de se
adaptar a arrojados processos logísticos bem como novas concepções para processos
produtivos e metodologias de execução, que circulam desde a adoção de metodologias
não convencionais à imprescindível capacitação e treinamento para formação de mão-
de-obra.
Vamos agora entender que nosso parceiro será responsável pela execução de deter-
minada tarefa componente de nossa cadeia produtiva, sendo atribuída a ele apenas a
responsabilidade de cumprimento do cronograma e do fornecimento de um produto com
a qualidade especificada. Mas não podemos esquecer que responsabilidades relativas
à conformidade, durabilidade e manutenção serão da empresa contratante. Para isso é
preciso que sejam analisadas, de forma consciente, as seguintes observações:
O prestador de serviços deve apresentar características que devem ser levadas em con-
sideração para contratação. Ele deve:
Vantagens:
3 - métodos de produção;
4 - técnicas de transporte:
- dimensão e peso dos materiais;
8.2.1.1 - Escritórios
Segundo normalização aplicável, deve-se projetar um local para refeições qualquer que
seja o número de operários no canteiro de obras.
Esse local deve ser adequado às refeições e também deve servir de abrigo para situa-
ções de tempo desfavoráveis.
8.2.1.3 - Vestiários
Todo canteiro de obras deve possuir um vestiário provido de armários individuais, com
chave e cabides.
8.2.2.1 - Almoxarifado
Para obras que utilizam agregados a granel (areia, brita, tijolos), é de extrema impor-
tância que sejam construídos dispositivos de controle para o recebimento e consumo
desses materiais, além de viabilizar ações relativas ao controle de produtividade dos
serviços.
8.2.2.2.1 - Areia
Para o depósito de areia, recomenda-se construir uma caixa de volume conhecido, com
as paredes de madeira ou tijolos. O fundo da caixa também deve ser revestido para que
a areia não fique em contato direto com o solo. Esse depósito deve ter 6m3, volume
equivalente ao transportado por um caminhão, conforme apresentado na figura 18, a
seguir:
8.2.2.2.2 - Tijolos
8.2.2.2.3 - Madeiras
O comprimento mínimo para depósito das barras de aço deve ser de 15m. Recomenda-
se base com área de 0,50m2 para 1ton de aço. A banca de corte, dobragem e montagem
deve ser instalada nas proximidades do depósito.
A cal e o cimento devem ser acondicionados em espaços separados. Esse cuidado adi-
cional deve-se ao fato de que a cal trabalha como retardador da pega do cimento.
8.2.2.3.1 - Cimento
O saco de cimento possui dimensões 0,65 x 0,35 x 0,15m, com peso 50 kg. Deve-se des-
tinar área de 1 m2 para cada 1500kg de cimento, ou seja 30 sacos. Devem ser previstas
áreas para circulação e transporte.
8.2.2.3.2 - Cal
Destinar área de 1 m2 para cada m3 de cal. O saco de cal possui dimensões 0,55 x 0,30
x 0,10 m, com peso 20 kg, dessa forma podem ser acondicionados 35 sacos de cal por
m2. Devem ser previstas áreas para circulação e transporte.
A pré-montagem das formas reduz o tempo das operações de montagem e requer equi-
pamento adequado para o transporte até o local de concretagem.
Uso Demanda
Água para beber e higiene. 20 – 30 l/homem-dia
Água para preparar argamassa. 200 -250 l/m3
Água para preparar concreto. 100 – 200 l/m3
Água para o tratamento posterior do concreto. 30 l/m3
Outros fins de pequena demanda. Adicional 20 – 25%
O traçado das ruas dentro do canteiro deve possibilitar o transporte de materiais de for-
ma continua e harmônica. Para isso:
1 - a entrada e saída de veículos deve ser projetada em local que possibilite boa
visibilidade da operação;
2 - as vias internas do canteiro devem possibilitar ligação direta entre os meios de
transporte horizontal e vertical;
21 - Traçado acesso-retorno.
A figura 23 apresenta duas seqüências de transporte possíveis para uma obra, compa-
rativamente.
Figura 23 - Comparação entre duas seqüências possíveis dos transportes em uma obra.
8.2.8.1.1 - Gruas
Equipamentos de localização central nos canteiros, utilizados para todo o tipo de trans-
porte na obra.
O alcance máximo da grua pode ser determinado pela área a ser coberta pelo equipa-
mento, de forma que possam ser realizadas as operações de forma satisfatória e eficien-
te (produtividade).
Hg = He + Hc + Hs + 3 (m)
Hoffman (1981) disponibiliza dados de referência para o desempenho mensal por grua
em função das quantidades de materiais utilizados, volume de trabalho a ser executado
e produção horária. Esses valores podem ser observados na tabela 3, apresentada a
seguir:
Pode-se ainda utilizar índices relativos ao rendimento das gruas por atividades, para o
dimensionamento adequado do equipamento.
min
Q [unid ]. 6
0 [ ]
h
DN = .fN
T [min]
Onde:
unid = unidade de medida do material (m3, kg, no elementos,...)
DN = desempenho
Q = quantidade a ser transportada (m3, kg, no elementos,...)
fN = fator de rendimento (0,8)
T = tempo total gasto
tfix = tempos fixos encher cuba: 0,7 a 0,8V (min)
esvaziar cuba: 0,6 a 0,8V (min)
pegar cuba: 0,7 a 2 min
soltar cuba: 0,4 a 1min
outros tempos: consultar fabricantes
V = volume da cuba;
tvar = soma dos tempos gastos para movimentação da grua (min);
tsob = tempo de sobreposição dos movimentos da grua (min), tempo de operações que
podem ser executadas simultaneamente, função geometria do canteiro de obras, plane-
jamento de atividades, controle e logística;
s = distância de transporte vertical e horizontal ou perímetro de rotação (m);
v = velocidade de movimentação da grua (m/min).
Aplicação
8.2.8.1.2 - Guindastes
Figura 33 – Guindastes.
Figura 36 - Utilização de gruas para montagem de elementos pré-fabricados de grande peso, sob condi-
ções extremas.
8.2.8.1.3 - Elevadores
Características:
1 - podem ser montados sob andaimes ou diretamente na estrutura da obra;
2 - elevadores acionados por sistema de cremalheiras são de operação mais
simplificada e segura;
3 - capacidade de carga superior a 400kg;
4 - podem ser utilizados em concomitância com gruas quando houver:
a - absorção dos transportes de carga durante o período crítico da utilização
da grua;
b - transporte de pessoal (utilização do tempo improdutivo).
Modelo T1515
Podem também ser utilizados nas obras de construção civil, dispositivos de transporte
horizontal, com maior ou menor capacidade de carga, conforme apresentado a seguir:
As ações relativas ao controle de emissões (poeira, ruído, vibrações) devem ser eficien-
tes e estar de acordo com a legislação vigente (posturas e ambientais).