f93613944 Capa Apostilas Nível Básico - CDR
f93613944 Capa Apostilas Nível Básico - CDR
f93613944 Capa Apostilas Nível Básico - CDR
Percebe-se, por essas definições, que o canteiro é a fábrica cujo produto final é o edifí-
cio. Se é considerado uma fábrica, então o canteiro deve ser analisado sob a ótica dos
processos de produção do edifício e também como o espaço onde as pessoas envolvi-
das na produção estarão vivendo seu dia-a-dia de trabalho.
• Projeto do processo: significa definir como se executará cada uma das etapas
participantes do processo produtivo para se chegar, a partir das matérias-primas,
ao automóvel definido pelo projeto do produto. Por exemplo, aqui se deveria indi-
car: em que forma a matéria-prima é recebida, como é cortada (equipamentos e
ferramentas envolvidas, além da técnica adotada), como as diversas partes serão
solidarizadas, etc.;
Enquanto a fábrica de automóveis costuma permanecer num mesmo local, por vários
anos, produzindo milhares de automóveis (que vão “saindo” para o mercado consumi-
dor), a fábrica de obras se implanta num certo local, e, assim que o produto (edifício) é
finalizado, ela tem de ser desmobilizada.
É mais difícil conceber-se uma fábrica se o produto e/ou o processo não foram detalha-
damente concebidos.
6 Tecnologia no Canteiro de Obras
• Seriam necessários diferentes projetos de fábrica para um único produto.
Nas condições reinantes atualmente na Construção Civil, a resposta seria: Claro que
Sim!
Montando um Mosaico
Figura 2: Mosaico
Fonte: BASTOS, Luiz Otávio - Organização do Canteiro de
Obras p.6.2006
A construção civil pode se beneficiar muito da logística. Disciplina criada após a segunda
guerra, mas que começou a ser efetivamente empregada como metodologia operacional
após 1990, a logística se aplicou principalmente à indústria de produção em série. Agora,
a construção importa do setor industrial seus princípios, conceitos e técnicas para melho-
rar a eficiência operacional nos canteiros.
Os grandes problemas da construção civil, apontados ao longo dos anos são a geração
de grandes volumes de entulhos por perdas e desperdícios, a ineficiência, o descumpri-
mento de cronogramas, etc. Podemos apontar, sem medo de errar, que um dos grandes
responsáveis por isso é a falta de um planejamento logístico inicial.
Já na etapa de desenvolvimento dos projetos das diversas especialidades, deverá haver
uma grande preocupação com a compatibilização deles de forma a conduzir a um proje-
to construtivo que minimize interferências, facilitando o fluxo produtivo. Para se ter uma
idéia, no Japão, por exemplo, são gastos 2/3 do tempo com projeto e 1/3 com execução.
No Brasil, esses fatores são invertidos. Nessa fase, deverão ser definidos os processos,
tecnologias construtivas, materiais, etc., tudo objetivando a minimização dos custos e o
aumento da eficiência. Uma vez efetuado um bom planejamento inicial, o próximo passo
é o desenvolvimento eficiente da obra propriamente dito e, para isso, o bom planejamen-
to de um canteiro, com foco sempre nas diversas etapas construtivas.
5 - Aquisição de Suprimentos
Além disso, também podem ser desenvolvidas planilhas que facilitem a comparação das
propostas de cotação, minutas de contrato para a fase de negociação, a elaboração de
diretrizes para o correto armazenamento no canteiro de obras, etc.
Dessa forma, no início desse processo, devem-se considerar os prazos referentes à ela-
boração da proposta para cotação, distribuição aos fornecedores cadastrados ou não,
período relativo à formulação da resposta, processo de negociação, autorização de
compra, programação para entrega dos materiais pelo fornecedor e recebimento no can-
teiro de obras.
Para cada material a ser adquirido ou tipo de fornecedor, esse prazo poderá ser variável.
Assim, é interessante a criação de uma ferramenta gerencial que identifique o início do
processo de cotação para facilitar a administração do setor de suprimentos ou do cantei-
ro de obras, conforme Figura 4.
Outra análise diz respeito aos procedimentos necessários para entrega e recebimento
dos materiais no canteiro de obras. Fazendo uso da logística, do conhecimento das
condições do canteiro, como espaços para armazenamento, ritmo de produção e dimi-
nuição dos fluxos de transporte, além da necessidade de distribuição dos esforços entre
os profissionais ou operários existentes, é recomendável que haja uma distribuição dos
processos de entrega na obra. A Figura 5 ilustra um exemplo de cronograma de entregas
de materiais na obra.
Figura
Figura 5:
5: Cronograma
Cronograma de
de entregas
entregas de
de materiais
materiais no
no canteiro
canteiro de
de obras
obras
7 - Elementos do Canteiro
Ligados à produção:
• Central de argamassa;
14 Tecnologia no Canteiro de Obras
• Pátio de armação (corte/dobra/pré-montagem);
• Central de fôrmas;
• Central de pré-montagem de instalações;
• Central de esquadrias;
• Central de pré-moldados.
De apoio à produção:
• Almoxarifado de ferramentas;
• Almoxarifado de empreiteiros;
• Estoque de areia;
• Estoque de argamassa intermediária;
• Silo de argamassa pré-misturada a seco;
• Estoque de cal em sacos;
• Estoque de cimento em sacos;
• Estoque de argamassa industrializada em sacos;
• Estoque de tubos;
• Estoque de conexões;
• Estoque relativo ao elevador;
• Estoque de esquadrias;
• Estoque de tintas;
• Estoque de metais;
• Estoque de louças;
• Estoque de barras de aço;
• Estoque de compensado para fôrmas;
• Estoque de passarela para concretagem.
Sistemas de Transporte:
• Gruas: torre fixa; torre móvel sobre trilhos; torre giratória; torre ascensional;
• Guindastes sobre rodas ou esteiras;
• Bombas: de argamassa; de concreto.
De apoio Técnico/Administrativo:
Áreas de Vivência:
• Alojamento;
• Cozinha;
• Refeitório;
• Ambulatório;
• Sala de treinamento/alfabetização;
• Área de lazer;
• Instalações sanitárias;
• Vestiário;
• Lavanderia.
Outros Elementos:
• Entrada de água;
• Entrada de luz;
• Coleta de esgotos;
• Portão de materiais;
• Portão de pessoal;
• Tapume;
• “Stand” de vendas.
• Residência alugada/comprada;
• Terreno alugado/comprado;
• Canteiro central.
Dica 1
O canteiro é o cartão de visitas de toda obra, portanto vale a pena projetá-lo em confor-
midade com a imagem de sua empresa.
O canteiro é a praça de relacionamento de sua empresa com a vizinhança da obra, clien-
tes, fornecedores e funcionários.
Dica 2
Implante o canteiro em local que permaneça o maior tempo possível, pois desmobiliza-
ções durante a obra causam muito transtorno.
Dica 4
Encontre um local que não interfira nas movimentações horizontais e verticais de mate-
rial e pessoal, e que ao mesmo tempo lhe assegure controle da obra, bem como facilida-
de de acesso para funcionários e visitantes.
Dica 5
Sempre que possível, leve em consideração a insolação e ventilação para contribuir com
o conforto dos usuários.
Dica 6
Dica 7
Dica 8
Dica 9
Sempre que houver trabalhadores alojados, as áreas de vivência deverão dispor de alo-
jamentos, lavanderia e área de lazer.
Dica 11
8 - Instalações de Infra-Estrutura
Áreas de vivência
a) Escritórios de obra
Devem ser colocadas à disposição dos funcionários administrativos de uma obra, dentre
os quais se incluem o gerente, mestre e supervisor, salas de escritório e espaços onde
possam ser realizadas reuniões. Para as reuniões, tanto pode ser colocada à disposição
uma sala própria, como pode ser usado o escritório do gerente da obra, desde que seja
dimensionado de forma adequada para esse fim.
c) Vestiários
A cada fase da obra, deve-se utilizar uma planta em escala 1:100, representativa da si-
tuação inicial da fase, com o objetivo de vislumbrar os espaços disponíveis para abrigar
os elementos de canteiro necessários.
Devido à utilização múltipla do almoxarifado, ele deve ser instalado em local de fácil
acesso e, se possível, próximo ao centro do canteiro.
De acordo com o tamanho da obra e espaço disponível, pode ser mais viável economi-
camente o uso de containeres para todas as instalações citadas (escritórios, refeitórios,
vestiários, instalações sanitárias). Na análise de viabilidade dessa solução, entra em
consideração a rapidez de montagem e desmontagem do canteiro bem como o tempo
de disponibilidade dessas instalações na obra.
Os galpões usados como depósitos para os materiais de construção, como tijolos, mas-
sa ou ferragem de armação, devem ser dimensionados adequadamente durante o pla-
nejamento da obra. Esse dimensionamento deve considerar principalmente a estocagem
das barras de aço para armadura, possibilitando uma boa variedade de barras com diâ-
metro, comprimento e formas diferentes, no caso de barras já dobradas. A base deve ser
plana e firme, para poder estocar o material com segurança. Se necessário, a base de
Texto Complementar
Fonte: Boletim Técnico do Departamento de Engenharia de Construção Civil da EPUSP - BT 177, p.12.
Central de carpintaria
Fornecimento de água
A água é necessária para muitos fins na obra. Ela é usada, por exemplo, no preparo de
misturas como concreto e argamassas e, também, na limpeza de equipamentos e veí-
culos. Além disso, o funcionamento das instalações sanitárias depende de um dimensio-
namento adequado do abastecimento de água. A água para beber deve ser colocada à
Texto Complementar
Esgoto da obra
Instalações elétricas
Na definição dos caminhos entre os diversos pontos do canteiro de obras, deve-se, por
motivo de segurança, tentar fazer a separação de caminhos para veículos e para pedes-
Tecnologia no Canteiro de Obras
25
tres, mesmo que, na prática, isso não seja completamente realizável.
O ideal é que os caminhos para veículos sejam planejados de forma que estes só pos-
sam andar em uma direção (mão única). Deve ser evitado que eles se desloquem de ré,
pois isso favorece a ocorrência de acidentes mesmo com a utilização de sinalização.
O traçado das ruas dentro do canteiro deve possibilitar que os transportes sejam realiza-
dos sem que haja empecilhos ou situações de conflito. Para isso devem ser considera-
dos os seguintes pontos:
É importante que veículos pesados mantenham uma distância adequada das escava-
ções para evitar desmoronamentos. Os caminhos de veículos devem ser reforçados
para suportar as cargas que passarão sobre eles. Uma boa solução é dada pelo tapete
de saibro que, além de reforçar o caminho, proporciona a limpeza das rodas dos veícu-
los, dispensando a disponibilização de um servente para a limpeza das mesmas ou da
calçada.
Essa tarefa é muitas vezes mais facilmente cumprida se executada em duas etapas:
definição geral e detalhamento do layout. Na primeira delas, trabalha-se com estimativas
mais globais, enquanto, na segunda, detalha-se cada uma das partes do canteiro. A fim
de auxiliar na busca de uma solução racional, indicam-se, a seguir, algumas orientações
para o trabalho criativo do planejador, bem como se discutem critérios para a avaliação
da(s) solução(ões) proposta(s).
Texto Complementar
Deve-se listar, para cada fase em estudo, numa tabela de dupla entrada, todos os ele-
mentos necessários e o relacionamento entre cada um deles tendo em vista a importân-
cia de estarem próximos ou não.
Apesar de não existir uma regra única para a seqüência de posicionamento dos elemen-
tos do canteiro, já que normalmente se tem uma solução de compromisso entre os vários
posicionamentos, sugere-se aqui um roteiro simplificado para proceder a tal disposição.
Seqüência proposta:
• Número de pistas;
• Largura Total;
• Declividade (%);
• Restrições de Circulação.
Posicionamento da guarita:
Deve-se ter um check-list que contemple recomendações das mais variadas naturezas,
as quais, não tendo aparecido nas demais partes deste roteiro de planejamento do can-
teiro, possam ter se mostrado relevantes a partir de experiências vividas pela empresa
ou pelos planejadores de canteiro anteriormente.
Vamos agora ao layout do canteiro de obras do edifício Vale dos Coqueiros. Essa con-
cepção de layout está sujeita a diversas modificações no arranjo. Analise e pense em
como conceber um novo arranjo considerando as diversas informações necessárias ao
projeto do canteiro.
Muther, R. - Planejamento do layout: sistema SLP. São Paulo: Edgar Blucher, 1986.