Inquérito Policial
Inquérito Policial
Inquérito Policial
Prof. Geilson
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Fonte: Adaptado de Curso de Processo Penal – Nestor Távora
1- A PERSECUÇÃO CRIMINAL
A persecução criminal para a apuração das infrações penais e sua respectiva autoria
comporta duas fases bem delineadas. A primeira, preliminar, inquisitiva, é o inquérito
policial. A segunda, submissa ao contraditório e à ampla defesa, é denominada de fase
processual.
b) Polícia judiciária
3- CONCEITO E FINALIDADE DO IP
É o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de
uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar
em juízo.
IMPORTANTE!!! Sempre é bom lembrar que apesar de não haver hierarquia entre juízes,
promotores e delegados, caso os dois primeiros emitam requisições ao último, este será
obrigado a atender, por imposição legal.
5.2 ESCRITO
Sendo assim, havendo documentação do material probatório, que já faz parte dosautos
do inquérito, não há razão para impedir o acesso.
Como decorrência do sigilo, preconiza o parágrafo único do art. 20 do CPP que “nos
atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá
mencionar quaisquer anotações referentes à instauração de inquérito contra os requerentes,
salvo no caso de existir condenação anterior”.
5.4 OFICIALIDADE
5.6. INDISPONIBILIDADE
IMPORTANTE!!! Se diante de uma circunstancia fática, o delegado percebe que não houve
crime, não deve iniciar o IP. Contudo, uma vez iniciado o procedimento investigativo, deve
levá-lo até o final, NÃO PODENDO ARQUIVÁ-LO.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autosde
inquérito.
5.7 INQUISITIVO
Para o autor, atenuar o contraditório e o direito de defesa na fase preliminar, por suas
próprias características, não pode significar integral eliminação. O inquérito deve funcionar
como procedimento de filtro, viabilizando a deflagração do processo quando exista justa
causa, mas também contribuindo para que pessoas nitidamente inocentes não sejam
processadas.
Obs. Vale destacar, que ainda que de forma excepcional, existem inquéritosextrapoliciais onde
a defesa é de rigor, como no inquérito para a decretação da expulsão de estrangeiro e aquele
instaurado para apurar falta administrativa.
5.8 AUTORITARIEDADE
5.9 DISPENSABILIDADE
6- COMPETÊNCIA (ATRIBUIÇÃO)
Critério territorial – por este critério, delegado com atribuição é aquele que exerce
suas funções na circunscrição em que se consumou a infração. Circunscrição significa a
delimitação territorial na qual o delegado exerce as suas atividades.
Critério material – por este critério, temos a segmentação da atuação da polícia, com
delegacias especializadas na investigação e no combate a determinado tipo de infração, a
exemplo das delegacias especializadas em homicídios, entorpecentes, furtos e roubos, etc.
7- PRAZOS
7.1 REGRA GERAL
Como regra geral, para os crimes da atribuição da polícia civil estadual, o prazopara
a conclusão do inquérito é de 10 dias, estando o indiciado preso, prazo este improrrogável,
e de 30 dias, se o agente enfrenta o inquérito solto. Este último prazo comporta
prorrogação, a requerimento do delegado e mediante autorização do juiz, não especificando
a lei qual o tempo de prorrogação nem quantas vezes poderá ocorrer,o que nos leva a crer
que esta pode se dar pela frequência e pelo tempo necessário, desde que haja autorização
judicial para tanto. Não se fez previsão quanto à prévia oitiva do MP para que haja ou não
prorrogação. Entendem os autores que o titular da ação deve ser ouvido, afinal, estando
satisfeito com os elementos até então colhidos,poderá de pronto deflagrar a ação, sem a
necessidade de maiores delongas.
b) Crimes contra a economia popular – 10 dias (como a lei não faz distinção entre
indiciado preso ou solto, o prazo é considerado único, não contemplando prorrogação).
c) Lei antitóxicos – 30 dias, duplicáveis, em estando o indiciado preso, e 90 dias, também
duplicáveis, se solto estiver, por deliberação judicial, ouvindo-se o MP, mediante pedido
justificado da autoridade de polícia judiciária.
d) Inquéritos militares – indiciado preso: 20 dias; solto: 40 dias, prorrogáveis por mais 20 pela
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja
necessidade de diligências indispensáveis à elucidação do fato.
Mirabete entende que o prazo deve ser contado atendendo aos ditames do CPP, ou seja,
excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o último dia, sem fazer distinção entre indiciado
preso ou solto.
8- VALOR PROBATÓRIO
O inquérito policial tem valor probatório relativo, pois carece de confirmação por
outros elementos colhidos durante a instrução processual.
Calha por fim destacar que as provas de caráter eminentemente técnico realizadas na
fase de inquérito, a exemplo das perícias, têm sido comumente utilizadas na fase processual
como prova de valor similar às colhidas em juízo, sobretudo pela isenção e profissionalismo
atribuídos aos peritos. Melhor seria, como já tem sido implementado, porém de forma
minoritária, que durante o inquérito fosse permitido ao defensor do indiciado, quando da
produção de exames periciais, formular quesitos aos peritos, no intuito da demonstração de
fatos relevantes à futura tese defensiva.
Por sua vez, a lei 11.690/08, dando nova redação ao art.155 do CPP, asseverou que:
9- VÍCIOS
IMPORTANTE!!! Os vícios ocorridos no inquérito policial NÃO atingem a ação
penal.
Tem prevalecido tanto nos tribunais como na doutrina que, sendo o inquérito
dispensável, algo que não é essencial ao processo, não tem o condão de, uma vez viciado,
contaminar a ação penal. A irregularidade ocorrida durante o inquérito poderá gerar a
invalidade ou ineficácia do ato inquinado, todavia, sem levar à nulidade processual.
Ex. Havendo prisão em flagrante ilegal durante o inquérito, ela deve ser relaxada; todavia, este
fato não leva à nulidade do futuro processo contra o suposto autor do fato.
10.2 ESPÉCIES
São elas:
Nada impede, porém, que instaurado o inquérito policial, possa o suposto autor da
conduta insignificante, diante do constrangimento ilegal, impetrar habeas corpus para trancar
o procedimento investigatório iniciado.
12- INCOMUNICABILIDADE
O art. 21 do CPP contempla a possibilidade de decretação da incomunicabilidade do
preso durante o IP, por conveniência da investigação ou quandoo interesse da sociedade o
exigisse, por deliberação judicial, mediante requerimento da autoridade policial ou do MP, e
por até 3 dias. Ocorre que, este dispositivo, em face
do disposto no art. 136, §3º, IV, da CF, que não admite a incomunicabilidade até mesmo
durante o Estado de Defesa, NÃO FOI RECEPCIONADO PELA CARTA MAGNA.
Ora, se em momentos de grave instabilidade institucional, ensejadores da decretação do
Estado de Defesa, não poderá ser determinada a incomunicabilidade, quiçá nos períodos de
normalidade (Tourinho).
13- PROVIDÊNCIAS
Dirigir-se ao local dos fatos, isolando a área para atuação dos peritos – só após a
liberação dos peritos, é que os objetos poderão ser apreendidos e a cena do crime poderá ser
alterada.
O termo de oitiva do indiciado será assinado por duas testemunhas que tenham ouvido
a sua leitura, na presença do indiciado, como forma de evitar distorções entre aquilo que foi
dito pelo suspeito e o que ficou registrado pelo escrivão. A omissão desta formalidade acarreta
mera irregularidade, não tendo o cunho de descredibilizar, por si só, a realização do ato.
Caso o indiciado não atenda à notificação para comparecer, nem justifique sua
ausência, poderá, em tese, ser conduzido coercitivamente à presença da autoridade,
independentemente de representação do delegado de polícia ao juiz, consoante posição
majoritária da jurisprudência.
Obs. Contudo, para o autor, melhor é que se entenda pela necessidade de autorização judicial
para a condução coercitiva.
Obs. Perceba-se que NÃO SE FEZ A ESCOLHA CASUÍSTICA DE DELITOS que por
sua especial gravidade obrigariam a identificação criminal.
A seu turno, caso o indiciado ou o capturado em flagrante não esteja com o documento
de identificação civil em mãos, deve a autoridade conceder prazo razoável
para que o apresente, ou para que pessoa de sua confiança o traga, já que a imediata
identificação criminal seria precipitada. A lei 10.054/00 falava em 48 horas. Apesar de sua
revogação, entendem os autores que o prazo deve ser mantido.
O indiciado não está obrigado a participar desta, pois não pode ser compelido a auto
incriminar-se. Segundo Capez, obriga-se, contudo, mesmo não desejando participar, a
comparecer no dia e hora aprazados, em atenção à determinação da autoridade policial, sob
pena de condução coercitiva.
13.2 INDICIAMENTO
Não é adequado que o ato de indiciar seja requisitado pelo juiz ou pelo MP. Cabe
ao delegado o ato de indiciar.
Indiciado menor – com a revogação de dispositivo do CPP que preconizava a
necessidade de curador ao menor de 21 anos e maior de 18 para o ato de interrogatório perante
o juiz, uniformizou-se a doutrina, a jurisprudência e a legislação processual penal no sentido
de ser desnecessária a nomeação de curador ao indiciado menor de 21 anos.
14- ENCERRAMENTO
O inquérito policial é encerrado com a produção de minucioso relatório que informa
tudo quanto apurado. É peça essencialmente descritiva, trazendo um esboço das principais
diligências realizadas na fase preliminar, e justificando eventualmente atémesmo aquelas que
não foram realizadas por algum motivo relevante.
Por sua vez, estando presente causa extintiva da punibilidade, não haveria razão
alguma para o exercício da ação penal, afinal o direito de punir não mais poderá ser efetivado.
Logo, propício o arquivamento, seja quando presente a prescrição, ou qualquer outra
causa semelhante. O mais adequado é que o magistrado, ao invés de simplesmente arquivar
o inquérito ou as peças de informação, declare expressamente a extinção da punibilidade.
Caso o magistrado não invoque o art. 28, e remeta os autos para que outro promotor
ofereça a denúncia, haverá frontal violação ao princípio do promotor natural e ao devido
processo legal, incorrendo o processo iniciado em nulidade manifesta.
Nos crimes de ação penal privada, encerrado o inquérito policial e remetido a juízo,
deve-se aguardar a iniciativa da vítima, através do seu advogado, para que acesse os autos
da investigação que estão disponíveis em cartório, no intuito de oferecimento da queixa-crime.
Nada impede que os autos do inquérito, por traslado, sejam entregues ao requerente.
Nos crimes de menor potencial ofensivo, quais sejam, os crimes com pena máxima
não superior a dois anos e todas as contravenções penais comuns, tratados pela lei
9099/95, o legislador, visando imprimir celeridade, prevê, como regra, no art. 69, a
substituição do inquérito policial pela confecção do termo circunstanciado de ocorrência
(TCO), que é uma peça despida de rigor formal, contendo breve e sucinta narrativa que
descreve sumariamente os fatos e indica os envolvidos e eventuais testemunhas, devendo ser
remetido, incontinente, aos Juizados Especiais Criminais.
Obs. Por sua vez, a Lei de Tóxicos prevê a presidência da lavratura do TCO pelo magistrado,
nos delitos de porte para uso de substância entorpecente e cultivo ou semeio para consumo. Na
falta do magistrado, a lavratura será realizada pela autoridade policial. Na atual ordem
constitucional, não cabe ao magistrado esse papel, razão pela qual entendem os autores que a
previsão é flagrantemente inconstitucional.
SÚMULAS APLICÁVEIS
➢ STJ
➢ STF
397. O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de
crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a
prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito.