Inquérito Policial
Inquérito Policial
Inquérito Policial
4º ao 23º
Procedimento administrativo preliminar, presidido pelo Del. de Polícia, que tem por
objeto a apuração da autoria e da materialidade (existência da infração penal).
Trabalham por meio do IP a polícia judiciária, cuja finalidade será a apuração das
infrações penais e da sua autoria (art. 4º do CPP).
Mesmo sendo dispensável, no caso de o titular da ação penal se utilizar do IP, tal
procedimento deverá acompanhar a denúncia ou queixa, juntamente com os
instrumentos do crime e objetos que interessarem à prova, conforme determinam os arts.
11 e 12 do CPP:
C) Indisponível: uma vez instaurado o IP, a autoridade policial não poderá arquivá-lo
(não poderá dispô-lo). Apenas o juiz e após requerimento do MP
Fortalecendo a ideia do caráter inquisitivo do IP, não é admissível que seja suscitado
a suspeição do delegado de polícia (art. 107 do CPP).
OBS: Mesmo que tenha havido tortura “durante o inquérito”, o processo não será
contaminado.
“Art. 5º. Nos crimes de ação pública incondicionada) o inquérito policial será
iniciado:
I - de ofício”.
Valor Probatório
“Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas”.
Questiona-se:
Incomunicabilidade
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada
por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do
órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89,
inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril
de 1963)”.
Ainda assim, cumpre observar que parcela minoritária da doutrina (Vicente Greco
Filho; Damásio Evangelista de Jesus) defendem que o instituto da incomunicabilidade
ainda subsiste, sob o fundamento de que o art. 136 da CF merece interpretação
restritiva, valendo apenas para os delitos contra o Estado, de conteúdo claramente
político.
Notitia Criminis
Classifica-se em:
Ou seja, é possível afirmar que a denúncia anônima, por si só, não é capaz para
justificar a instauração de inquérito, porém, a partir dela, pode a autoridade policial
realizar diligências objetivando constatar a veracidade da notícia e, então, uma vez
constatado a procedência dos fatos, dar início ao IP.
Providências e diligências
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais: a apreensão de objetos tem clara intenção de produção de provas,
abrangendo todo e qualquer objeto importante para a análise pericial, não se
limitando apenas aos instrumentos do crime.
Vale acrescentar que, conforme art. 118 e seguintes do CPP, os objetos que não
interessarem ao processo poderão ser devolvidos aos respectivos donos.
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias: podemos citar como exemplos documentos, identificação de
testemunhas, informações, etc.
IV - ouvir o ofendido:
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias: crimes que deixem vestígios será necessário a realização de perícia, ao
exemplo do exame de corpo de delito, dentre outras perícias.
A Lei nº 13.344/2016 acrescentou o art. 13-A no CPP criando uma série de diligências
específicas, com desdobramentos na esfera administrativa, para os casos em que há a
ocorrência de crimes com a privação da liberdade da vítima (urgência nas
investigações):
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 1481, 1492 e 149-A3, no § 3º do art.
1584 e no art. 1595 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto
da Criança e do Adolescente) 6, o membro do Ministério Público ou o delegado
de polícia poderá requisitar (sem autorização judicial), de quaisquer órgãos do
poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações
cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016).
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016).
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que
dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº
13.344, de 2016).
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não
superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período; (Incluído
pela Lei nº 13.344, de 2016).
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a
apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016).
Obs: Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial (art.
15 do CPP).
Por fim, quanto à realização de diligências em comarcar com mais de uma circunscrição
policial, aponta-se o teor do art. 22 do CPP:
“Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim
providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição”.
Indiciamento
Assistir aula 6 do inquérito de
novo
Segundo o ilustre professor Renato Brasileiro de Lima, indiciar “é atribuir a autoria
(ou participação) de uma infração penal a uma pessoa. É apontar uma pessoa como
provável autora ou partícipe de um delito”.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da
instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de
até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos
interesses dos investigados nos procedimentos de que trata este artigo correrão por
conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja vinculado à época da
ocorrência dos fatos investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Além disso, importante consignar que trata-se de prazo improrrogável, não havendo
qualquer possibilidade de acrescentar mais dias para a conclusão do inquérito.
Na hipótese do indiciado ter sido preso às 23 horas e 45 minutos do dia 10, este será o
primeiro dia na contagem do prazo para a conclusão do inquérito policial.
Para o indiciado solto, o inquérito deverá, em regra, ser concluído em até 30 dias.
Nesta hipótese, o prazo admite prorrogação, por meio de deliberação judicial, devendo
ser fundamentado pela autoridade judicial o tempo e a quantidade de prorrogações.
Por fim, importante registrar que a legislação especial apresenta prazos diversos,
valendo destacar os prazos da Polícia Federal:
Assim que o juiz competente receber os autos do inquérito policial, dois são os
caminhos possíveis a depender da natureza da ação penal:
(ii) Pedido de arquivamento dos autos do inquérito policial (no qual será estudado no
próximo tópico);
(iv) Declinação de competência: é possível que o Ministério Público entenda que o juízo
no qual atua não seja competência para análise e julgamento dos fatos contidos no
inquérito, devendo o mesmo requerer ao juiz que remeta os autos ao juízo naturalmente
competente;
(v) Conflito de competência: não se confunde com a hipótese anterior. Aqui, é possível
que dois órgãos jurisdicionais distintos entendam serem competentes, cada qual, para a
análise e julgamento do caso (conflito positivo de competência) ou mesmo que ambas
entendam, cada qual, não serem competentes (conflito negativo de competência).
Deverá ser suscitado conflito de competência a ser dirimido pelo Tribunal competente
para tanto.
a) Oferecer a denúncia;
b) Designar outro órgão do Ministério Público para oferecer a denúncia;
c) Insistirá no pedido de arquivamento, hipótese em que o juiz estará obrigado a atender.
MUITO IMPORTANTE: O art. 28 do CPP acima referenciado foi alterado
pelo chamado Pacote Anticrime – Lei nº 13.964/2019 (tema que será
aprofundado na aula sobre Ação Penal), todavia, o Supremo Tribunal Federal,
por meio de decisão do Ministro Luiz Fux nos autos da ADI nº 6.298, suspendeu
a sua eficácia e, com isso, continuamos aplicando a antiga redação. Apenas
após julgamento pelo Plenário da Suprema Corte é que saberemos qual será o
procedimento para os casos de discordância ao arquivamento do inquérito
policial (julgamento ainda sem data marcada).
Estatísticas:
Questões
A) dez dias.
B) trinta dias.
C) vinte dias.
D) sessenta dias.
E) quarenta e cinco dias.
A) Somente o Ministério Público pode pedir arquivamento. Nesse caso, o juiz não tem
alternativa e deve arquivar o inquérito.
B) Pedido o arquivamento pelo Promotor ou pelo Delegado, o juiz, se discordar, pode
remeter o processo para outro Promotor de Justiça oferecer a denúncia.
C) Pedido o arquivamento pelo Promotor, o juiz, discordando, deve remeter o processo
para o Procurador-geral.
D) Uma vez arquivado o inquérito, seja por qual fundamento for, não se admite mais o
seu desarquivamento.
A) 10 dias / 10 dias.
B) 10 dias / 5 dias.
C) 30 dias / 30 dias.
D) 10 dias / 30 dias.
E) 15 dias / 15 dias.
(MPE/BA – ANALISTA TÉCNICO – INSTITUTO AOCP – 2014) De acordo com o
Código de Processo Penal, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponte as
corretas. I. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da
denúncia. II. A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito. III.
Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de
base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de
outras provas tiver notícia. IV. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do
inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido
ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.
A) Apenas I e II.
B) Apenas I, II e IV.
C) Apenas I, III e IV.
D) Apenas I e III.
E) I, II, III e IV.
A) 90 dias.
B) 120 dias.
C) 30 dias.
D) 45 dias.
E) 81 dias.
A) dirigir-se ao local dos fatos, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada da imprensa.
B) realizar exame criminológico no indiciado, no caso de indícios de crime contra a
dignidade sexual.
C) presidir a audiência de suspensão condicional do processo, apresentando o preso em
até 24 horas à autoridade judicial responsável.
D) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais.
E) propor ao indiciado acordo de delação premiada e, caso aceite, determinar o
arquivamento do inquérito policial.
A) é um procedimento que pode ser presidido tanto pelo delegado de polícia quanto
pelo membro do Ministério Público, desde que, neste último caso, tenha sido este o
órgão responsável pela investigação.
B) acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
C) que apresentar vício contaminará eventual ação penal subsequente proposta com
base nos elementos por ele colhidos.
D) gera, quando arquivado, preclusão absoluta, não sendo possível o início de ação
penal, ainda que tenha por fundamento a existência de novas provas.
E) é um procedimento escrito, obrigatório e preparatório da ação penal, imprescindível
para embasar o oferecimento da denúncia.
A) Certo
B) Errado
A) Certo
B) Errado
(PC/BA – DELEGADO – CESPE – 2013) Os delegados de polícia não podem
recusar-se a cumprir requisição de autoridade judiciária ou de membro do MP para
instauração de inquérito policial.
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A) Certo
B) Errado
A) Certo
B) Errado