E-Book - Guia Definitivo 2
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Aviso legal
Esta segunda versão foi escrita em março de 2022, fruto da minha
experiência enquanto escritor, professor e estudante de escrita. O “Guia
Definitivo Para o Escritor de Histórias” está sendo distribuído de forma gratuita,
mas peço que não altere ou extraia partes deste material para que seja
distribuído de outras formas. O download pode ser feito na minha página
oficinal.(www.editorapalmito.com.br)
Caso goste do livro, recomende que seus amigos façam o download através
do meu website, por favor! Quando terminar de ler o livro, por favor me envie a
sua opinião dizendo o que achou. A sua opinião é extremamente importante
para que eu possa aprimorar cada vez mais o meu trabalho :)
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O guia definitivo para o escritor de histórias
Pág. 3
DEPOIMENTOS
“Olá Lucas, seu ebook me deu muito mais coragem e determinação para
escrever! Obrigada” – Sthefani Alves
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O guia definitivo para o escritor de histórias
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“Eu sempre tive vontade de escrever e até escrevia algumas vezes, mas
tinha dificuldade de colocar as ideias da minha cabeça para o papel. Seu livro “O
Guia Definitivo para o Escritor de Histórias” está me ajudando bastante neste
quesito e sou muito grato a você por isso. P.S: A iniciativa de colocar esse livro de
forma gratuita e acessível foi muito bem pensada e admiro você ter essa
preocupação.” – Igor Assis Malaquias
“Ser brutalmente honesta? Então, tá... Minha reação quando descobri o seu
Guia (simplesmente, apareceu como publicação sugerida no facebook, do nada):
Que incrível! Alguém teve essa ideia e a concretizou?! Brilhante! \o/ Obrigada,
Lucas :)” – Thaís Assis
“Olá Lucas, gostei do seu livro e queria agradecer por me deixar pensando
sobre escrever novamente. Eu tenho 15 anos, o que não é muito, mas já escrevi
alguns contos. Nunca achei que tivessem ficado muito bons nem os tenho mais,
apenas na minha memória. Eu gosto muito de escrever e anoto vários de meus
pensamentos em forma de poemas, além de escrever músicas, mas sempre
pensei em realmente escrever um grande livro. Enfim, muito obrigado por
disponibilizar esse maravilhoso livro que foi O Guia Definitivo para o Escritor de
Histórias e por me fazer pensar em tentar continuar um livro que eu havia
abandonado.” – Silas Maciel
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O guia definitivo para o escritor de histórias
Pág. 2
1. COMO NÃO ESCREVER HISTÓRIAS INGÊNUAS?
ÍNDICE
2. COMO FUGIR DE ASSUNTOS IRRELEVANTE?
3. COISAS PARA VOCÊ COMEÇAR A SUA JORNADA COMO ESCRITOR
4. A ESCRITA É UMA HABILIDADE DESENVOLVIDA
5. OS TRÊS TIPOS DE CONFLITO
6. MENTES ABERTAS
7. LEITORES ANJOS
8. A LINGUAGEM É UM VÍRUS QUE VEIO DO ESPAÇO
9. DOZE MANEIRAS DE COMEÇAR UMA CENA
10. AÇÃO DRAMÁTICA
11. A DESMEDIDA
12. EQUILIBRAR PRATOS
13. OS OBJETIVOS DE UM TEXTO LITERÁRIO
14. CENÁRIOS DE TRANSIÇÃO
15. DO PRANTO AO RISO
16. OPOSTOS BEM DEFINIDOS
17. ENCONTRE A SUA PRÓPRIA VOZ, O SEU PRÓPRIO ESTILO
18. PONTOS DE VISTA
19. A ESTRUTURA DE UMA BOA HISTÓRIA
20. PACIÊNCIA & INTUIÇÃO
21. TEMA
22. ENREDO
23. OS 4 TIPOS PSICOLÓGICOS DE PERSONAGENS
24. OS 4 TIPOS ESTRUTURAIS DE PERSONAGENS
25. OS 3 TIPOS DE NARRADORES
26. O TEMPO
27. AS FUNÇÕES DO CENÁRIO
28. DIÁLOGO
29. A TEORIA DAS BONECAS RUSSAS
30. REVELAÇÃO
31. IMAGENS
32. A PROVOCAÇÃO DO MISTÉRIO PELAS LACUNAS
33. A TEORIA DA ANUNCIAÇÃO DO FALSO ACONTECIMENTO
34. EMPATIA X SIMPATIA
35. OS DOZE PASSOS DA JORNADA DO HERÓI
36. PIRÂMIDE INVERTIDA
37. SONHE GRANDE
38. AMBIENTE DE IMERSÃO
39. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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APRESENTAÇÃO
A literatura sempre foi o foco de atenção da minha vida. Aos três anos de
idade perdi o meu pai em um acidente de automóvel. Nunca o conheci, apesar
de ter vivido com ele na mesma casa durante os meus três primeiros anos.
Minha memória começou a surgir a partir deste momento, quando ele já não
estava por perto. Enquanto crescia na Ribeirão Preto, da década de 90, sem
internet (conseguem imaginar o mundo sem internet?), os livros do meu pai
começaram a ocupar a minha vida, assim como as redes sociais ocupam a vida
de hoje. Os filmes de sua locadora também ocuparam uma parte da minha
semana, assim como o Netflix também o faz. Leitor voraz, a herança do meu pai
foi quem eu sou hoje, pois veio dos livros que eu li dele.
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achei bonito, mas me deparei com um mundo que mostrava ser totalmente o
reverso disso, lotado destes conflitos. Foi preciso muito aprendizado, estudo,
paciência, investimento e dedicação para remover as pedras do caminho, na arte
e na vida, neste mundo com muita informação, mas pouca clareza, para poder
apresentar este livro hoje a você.
Por mais fora de uso que esteja a palavra professor hoje, eu gosto da
palavra. Ela representa o que aprendi na minha formação de psicanálise que é a
palavra Continente. Professor é aquele que contém o outro e o transforma.
Contei um pouco da minha história, justamente, para você pensar no seu início
até aqui e te ajudar a descobrir a sua inclinação literária. O que te move a contar
história? Que tipo de escritor você deseja ser? Para quem? O que vai fazer a
partir de agora para conquistar isso?
Espero que este livro possa te ajudar a enfrentar a selva escura na qual
você se encontra nas suas histórias e fazer com que você saia de onde esteja e
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chegue até onde queira ir, finalizando a sua jornada com uma nova criação
consigo. A escrita se inscreve no tempo. É preciso começar agora, pois amanhã o
tempo continua o mesmo, mas nós envelheceremos um dia. O escritor lapida
em pedras. Ele congela no tempo o seu estado e se enxerga nas histórias como
um escultor ou pintor se enxerga naquilo que cria.
Abraços.
Lucas Arantes
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Desculpe dizer que algumas histórias são ingênuas, mas acontece. Muitas
vezes o motivo é o problema. O que levou aquele escritor a escrever uma
história “assim” pode ser ocasionado por um motivo besta, sem a devida
atenção e método ou até por desleixo mesmo. Escrever é, antes de mais nada,
se comprometer com o processo de escrita. Se você assumir o risco, já é meio
caminho andado. A partir de um determinado ponto, algo pode se quebrar e
você acaba abandonando aquela história. O que mais existe é gente
fragmentada de histórias por aí. Mas, a melhor maneira de resolver isto, é
condensando todos estes pedaços no seu próximo caminho sólido. Por isso, a
estrutura é fundamental para você terminar o que pretende contar. Se algo se
quebrar pelo caminho, você tem na estrutura do enredo um terreno familiar.
Por isso, peço que você crie intimidades com cada tema que será discutido aqui
neste ebook. Serão ferramentas fundamentais para você usar na hora em que
estiver guerreando em seu campo de batalha na criação de histórias.
Não é a escolha do tema ou do enredo que fará você não passar vergonha
com o seu novo texto, pois todos os assuntos podem ser objetos literários. O
que é preciso construir é um ponto de vista original; saber manipular o tempo a
favor da história; inserir a participação do cenário na problematização do
contexto; surpreender o leitor por meio do personagem; criar o conflito na
temperatura limite e também desenvolver o enredo em planos distintos para
que eles se cruzem. É, basicamente, este o caminho para fugir de uma história
ingênua, sem a emoção devida que deveria conter.
Se você ainda não sabe como executar este conjunto de situações na sua
prática de criação, chegou a hora de você apostar menos no seu instinto e mais
no seu faro. Se você notou algo diferente no seu ato de pensar lendo este livro
até aqui, eu peço que leia até o final, pois eu tenho certeza que uma claridade
vai entrar para iluminar o seu caminho na criação de suas histórias. E, se dobrar
a sua produtividade, não se espante. É para isto que este ebook foi feito.
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No mínimo, eu tenho certeza que este guia vai te ajudar a construir uma
história original que não seja ingênua. Se você deseja abandonar aquela
sensação de que todas as ideias que você tem são maiores do que aquilo que
você consegue realizar, faça um favor para si mesmo e termine este guia, pois
você terá as condições certas para executar as suas grandes histórias. Elas
podem, sim, sair da sua cabeça e se conectar com centenas e milhares de outras
pessoas. Então, aposte nas grandes histórias e aja, diariamente, para construir
isso. O segredo não é escrever uma página por dia, mas um novo motivo e
sentido para escrever a próxima página. Colocar, em prática, o seu desejo em
transformar uma ideia do zero em algo concreto é a melhor surpresa que você
pode receber nesta vida. Ter o seu esforço e dedicação reconhecidos na criação
de suas histórias, por um pequeno ou grande grupo de pessoas, é uma das
coisas mais gratificantes que você pode sentir. Ao menos, por alguns instantes,
você se depara com aquela ideia de “propósito” desta vida.
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Uma das primeiras coisas que você pode fazer é fugir de assuntos
irrelevantes. Então, você precisa criar uma situação que eu chamo de Realismo
Surpreendente. Isto é: você cria uma situação em que existe uma realidade, uma
verdade, um universo próprio, com as suas leis de funcionamento, com as suas
regras físicas e biológicas, enfim, você cria uma realidade que é real em sua
própria realidade. Isto pode ser na própria realidade também, mas de uma
forma ou outra este “Realismo” precisa ser, pelo menos, uma mímica da visão
última da realidade que conhecemos hoje. E também precisa ser
“Surpreendente”, justamente porque esta realidade não pode ser a própria
realidade que conhecemos. Ela precisa ser uma outra. Por isso, o autor não deve
ser o narrador da sua própria história. Enfim, este “Realismo” precisa ser
“Surpreendente”, seja aproximando muito ou pouco da realidade final que
reconhecemos hoje.
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1) Você precisa apagar as suas pegadas anteriores para contar uma nova
história: por mais que não aparente, muitas vezes o pior inimigo de um escritor é
ele mesmo. Não ele no sentido próprio da palavra, mas o que ele fez e como isso
o influencia hoje. Isso porque o escritor não pode se ver perseguido por sua
própria obra. Ele precisa se livrar dela para construir a sua história seguinte.
2) É preciso se ater no que a obra quer de você e não no que você quer da
obra.
3) A história precisa possuir uma verdade interna que não é possível falar
sobre ela. É preciso passar por ela para entender o que ela representa, pois ela é
composta de uma rede de emoções. Este é o grande segredo de um bom texto.
Você, como escritor, também precisa se surpreender com a história para poder
surpreender o ouvinte. Você, como escritor, precisa sentir e ser transformado
pela obra. A história é o resultado da sua mudança ao longo da escrita. E, se uma
história conseguir modificar você, imagine o que ela não pode fazer pelas outras
pessoas...
4) Função pedagógica: Não é uma lição de moral que você deve buscar (a
não ser que você esteja construindo uma fábula ou uma variação dela), mas
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você precisa passar uma visão de mundo e nós, como ouvintes, precisamos sair
conhecedores de algo novo, de uma verdade ou não verdade sobre a sua visão
de mundo. Porém, a história existe não exatamente para nos identificarmos com
ela, mas justamente para distinguirmos realidade e fantasia. E, a partir disto, a
história apresenta um cunho que é pedagógico no sentido de ensinar uma outra
visão de mundo. A capacidade de provocar surpresa reside nesta singularidade.
5) Verdade: Mentira tem perna curta, a sua história precisa ser sincera.
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Muitas das vezes nos empolgamos com uma novidade. O mundo está
preparado para causar isto em você. Atraídos pela novidade, confundimos
consumo com produção contínua. Daí, competir com este mercado é uma tarefa
ingrata, impossível e inapropriada para um escritor. Ele precisa criar um ponto
de gravidade, que é a prática contínua de suas histórias, e fazer com que o
mundo se interesse por isso. Se você praticar, você ficará cada vez mais
preparado para criar novas histórias e criar a si mesmo a partir disso. Estar
preparado é tudo. É preciso praticar para que a habilidade de contar e criar
novos textos surjam, facilmente, para um escritor. Como todas as habilidades,
isto pode demandar um tempo. Escrever é como a “cura” de um queijo nas
fazendas de Minas Gerais. É preciso deixá-lo estocado por um tempo, em algum
canto, em cima de uma prateleira, para que o queijo termine de “curar”.
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Por isso, o método que eu criei se chama “Escrita Inventiva” pois, além de
estudar e praticar os principais modelos de escrita, inventa uma camada
realmente nova que potencializa a história com grande inovação.
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6. MENTES ABERTAS
Não é possível conhecer a França sem pisar nela. Você pode até ver fotos,
imagens ou navegar pelo Google Earth. Mas, conhecer um lugar, só é possível
pensando dentro dele e não nele ou sobre ele. Por isso, é fundamental que você
tome a decisão de terminar uma história no mesmo momento em que você
escrever as primeiras linhas. Escolha bem antes de começar, então, comece. E,
quando começar, termine. Busque as motivações certas para isso. De qualquer
forma, você precisa começar para poder pensar dentro da história e encontrar
as soluções dos novos problemas somente a partir disto. Antes, você planeja a
jornada, mas na hora da criação, jogo é jogo, treino é treino.
Quando você estiver dentro do jogo, ainda será necessário aprender pelo
caminho. Tudo pode virar objeto e objetivo da sua história. Você não precisa
fugir do mundo e da vida em que você vive agora quando for escrever. Você
precisa, justamente, amarrar e se agarrar em coisas no momento certo e na
hora, justamente quando elas estiverem acontecendo. Por isso, eu aconselho
que você use e abuse deste guia, pois ele foi construído com toda a sinceridade
para te ajudar nos caminhos trilhados dentro da construção de uma história.
Aqui, existem infinitos pontos concretos para você usar. Ligue estes pontos da
maneira mais original possível e construa, agora mesmo, a história que somente
você seria capaz de inventar.
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Se isto fizer sentido, você abriu a sua mente. Isso não é colocar a sua
cabeça debaixo de uma britadeira ou se “abrir” para todas as possibilidades do
mundo. Mentes funcionam abertas. E como diz o ditado: precisam agir como
paraquedas. É, nesta abertura, que você encontra o que deseja contar. E, a partir
daí você começa a afunilar a sua história e a caminhar para o seu destino final.
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7. LEITORES ANJOS
Quando começar uma história, não dependa dos leitores finais. Dependa
de outros leitores, antes. Pode ser você e, então, você precisa saber ler o que
escreveu, ler em voz alta, ler até cansar de ler. Depois de você já ter construído
algo e tiver mais segurança, apresente o texto para um Leitor Anjo. O que é um
Leitor Anjo? É alguém próximo a você, uma pessoa que está curiosa pela (a) sua
voz, que sente prazer de trocar e-mails e mensagens pelo Facebook ou que
goste de conversar com você. Pode ser um escritor famoso ou uma pessoa
próxima mesmo. Mas escolha um leitor que goste de ler. Pode ser um amigo
físico, virtual, alguém conhecido ou alguém da sua família, enfim, faça uma
primeira pessoa se interessar pela a sua história e faça com que esta pessoa leia
o que você escreveu ou leia apenas alguns trechos que você esteja em dúvida e
que ela possa te alertar de buracos óbvios que você talvez não esteja vendo.
Esta pessoa, provavelmente, deve falar a opinião dela sobre a sua história.
Se ela fizer isto, você corre o risco de ouvir muitos palpites sobre o que escreveu.
O que você precisa fazer é ouvir tudo o que ela tem para dizer e voltar para o
capítulo “Mentes Paraquedas” para te orientar e te ajudar a centrar, novamente,
no seu motivo. É preciso ouvir e não copiar. Outros pontos de vista sobre a sua
história podem te ajudar a encontrar o real motivo de você ter decidido
compartilhar aquilo que o levou a escrever.
Leitor Anjo é aquele primeiro leitor da sua história. Ouça o que ele tem para
dizer. Analise o que você esteja buscando provocar com a sua história e veja a
reação deste primeiro leitor. Então, volte a ler a sua história e mude algo se
achar necessário. A história irá falar por si só no final. Acredite nela.
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Acredito que um parágrafo e até mesmo uma frase de uma história sejam,
na verdade, a palavra de uma nova língua. Eu digo isso, pois uma ideia leva a
uma letra, que leva a uma palavra, que leva a uma frase, e que leva a um
parágrafo, e que leva a uma história. No fim, você diz muito, pois não há uma
única palavra para traduzir tudo aquilo. É preciso criar uma nova vibração, uma
nova língua. A sua frase, ou parágrafo, ou história são, na verdade, uma nova
palavra dentro da língua. É preciso saber que uma língua tem regras, por isso as
histórias têm corpo, precisam se apoiar em alguns conceitos para dialogarem a
partir daí. As coisas para serem feitas ou ditas precisam de um motivo para
acontecer.
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8) Direção Inesperada: Você descreve algo que parece ser alguma coisa e
termina com uma surpresa. A partir deste momento, em que você conquistará a
atenção do leitor, você pode contar a sua história.
10) Ouvinte: Alguém está ali, justamente, para ouvir o que está sendo
contado. Nós nos identificamos com este ouvinte. Ele pode interferir na cena,
quebrando objeções, ou simplesmente reagir a uma situação ou somente ouvir
e se transformar com o decorrer da cena ou da história.
11) Discurso Direto: Iniciar a cena com a notícia de um jornal, com trechos
de reportagens de diferentes canais, com uma análise de algo por um
apresentador, com um e-mail, uma mensagem na televisão, uma notícia, enfim,
com algo que esclareça o reconhecimento da situação na qual iremos ver
personagens inseridos.
P.S: Volte aqui sempre que sentir aquele branco, mas que mesmo assim
esteja com vontade de escrever e elaborar uma situação ou um pensamento
novo no formato da sua história.
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Cada micropedaço da cena deve possuir uma tensão. Este conflito pode ser
pontual e provocado por uma antecipação. Se o objetivo de uma história é
conduzir o leitor ou ouvinte até o desfecho dela mesma, então o seu objetivo é
criar um conflito que sustente não somente a história, mas cada pedaço da cena.
Em essência, existem dois Tipos de Ação Dramática que te ajudarão a pensar
quando for escrever a próxima palavra das suas linhas:
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11. A DESMEDIDA
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O ideal é você revelar uma situação que seja um complexo de coisas. Por
isso, planeje a sua história. Faça esquemas das situações. A arte da escrita
também reside na arte de saber empilhar pratos e rodá-los com uma vareta em
cima de um monociclo. Desejarei sempre sorte na sua empreitada.
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Cada história carrega um local, que carrega os habitantes deste local, que
carrega uma língua, que age e reage dentro de um tempo e que forma toda a
estrutura da história. Portanto, cada história possuí os seus objetivos. Sabendo
disso, o mais importante é você deixar claro o que estes objetivos representam
dentro da sua história. Não é possível existir somente uma meta dentro da
narrativa. É preciso de um motivo para atingir determinado resultado ou, ao
menos, fazer o personagem sair de onde está para chegar nos seus objetivos.
Cada povo possuí o seu modo de ver o mundo. Cada universo age e reage
de um jeito. Apresentar estes detalhes das ações faz parte dos objetivos de uma
história. É do detalhe que o todo se revela e, é somente a partir de uma
semente, que é possível criar um novo universo plausível para o acesso de
outras pessoas que queiram se envolver e, também, se identificar com os
objetivos de mundo da sua história.
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A situação trágica pode ser resumida pela palavra luto. Na situação lutuosa,
o sujeito se recolhe, trazendo, para dentro de si, objetos e objetivos que
conseguiu recolher do que foi perdido. A história é introjetada no sujeito para
ser incorporada a ele. Após introjetar, ele projeta a história junto com o seu
caráter. Histórias possuem impactos poderosos e, por isso, é preciso saber
muito bem o propósito final do que deseja passar. O que está escrito independe
de seu autor, por isso a importância de ser o mais coerente possível consigo
mesmo, com as suas paixões, com a sua visão de mundo, com o domínio das
ferramentas de escrita e sobre a experiência literária em si. Se pudesse
acrescentar algo seria para você manter o divertimento da linguagem durante
este percurso...
Existe, também, a Comédia Cínica: feita para atacar o opressor; para criar
um inimigo comum e atirar pedra junto com o público. É feita para zombar; tirar
sarro mesmo, enfim, aliviar a tensão, fazer rir e causar polêmica. Como tudo,
existem os extremos e os pontos e níveis de encontro entre estas duas
polaridades. Portanto, se preferir: Comedimento. Faça o seu público se
emocionar, se identificar com o ponto de vista da sua história. E também faça o
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seu público rir um pouco neste percurso. Misture o trágico e o cômico. Você não
precisa provocar uma disputa direta entre os dois. Se você se identifica mais
com tragédias, busque aliviar estas tensões dentro da sua história ou relato. Se
você escreve textos de humor, acrescente uma dose trágica, sem ruir o alicerce
cômico fundamental do que esteja escrevendo. Prazer comedido pode ser
prazer dobrado.
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Quanto mais você trouxer para a luz os opostos dentro da sua história,
mais claras serão as metáforas de mundo criadas pelo universo ficcional.
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Primeiro, você deve se ater aos ritmos que a sua escrita provoca. Saber que
você pode exercer o controle na musicalidade da sua narrativa, alterando o
ritmo entre tempos fortes e tempos fracos, por vezes bruscamente, outras, de
maneira mais harmônica, você estará no caminho certo para a construção do
seu estilo. Este é, sem dúvida, um dos momentos mais importantes do processo
literário. Encontrar a sua voz dentro da história é encontrar a linha certa para
falar sobre algo que está aqui e lá ao mesmo tempo. Será muito mais fácil a sua
escrita a partir deste ponto. É interessante pensar a escrita como música e as
palavras como notas musicais. Temos um número limitado de sentidos e
construímos coisas que estão além daquilo que estamos dizendo. Você não
precisa passar por todas as velocidades para produzir um ritmo. Pequenas
variações podem produzir grandes efeitos. Caminhar para encontrar a própria
voz só é possível escrevendo. Como qualquer outra arte, exige treino. Não
queira alcançar a perfeição de algo para começar a praticar. A partir do
momento em que você treina a prática de construção de histórias, você tem
maiores chances para desenvolver a maior habilidade de todas, que é a
habilidade de expressão. Treinar o ritmo de uma história é dialogar com o
tempo. Pontue os momentos precisos. Coloque pausa na sua música. Para
existir música é preciso ter pausa também. Alimente os momentos de tensão.
Produza a sua paz nos momentos de calmaria. Esconda bem um enigma antes
de começar a apresentar as primeiras pistas. Amarre muito bem as partes. Faça
cortes bruscos se for necessário, mas costure o Ritmo e a Harmonia da sua
história.
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não se perca entre as palavras. Por isso, o seu canto, a sua voz vão dar todo o
sentido ao Ritmo e à Harmonia da sua história.
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Para que este ponto de vista aconteça de uma forma plena, ele deve
edificar a própria estrutura do enredo da sua história.
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Gostaria que você pensasse um pouco comigo sobre as seis estruturas que
podem te ajudar na construção de uma história. Você pode fazer o rearranjo que
quiser, usar em toda a estrutura da sua criação, mesclar ou alterar uma destas
estruturas durante a construção de cenas. O importante é você entender e
dominar estas ferramentas para construir o jogo que desejar:
Estrutura simples:
1) Linear: A história acontece de uma maneira linear.
2) Binária: A estrutura da história é contada sobre dois pontos de vista,
duas verdades.
3) Circular: A forma da história volta ao mesmo ponto diversas vezes.
Estrutura complexa:
1) Inserção: O narrador interfere o tempo todo na história por meio dele
ou do personagem.
2) Fragmentada: A narrativa é contada em pequenos pedaços, mas pelos
fragmentos é possível construir a história.
3) Estrutura Polifônica: A forma dos textos fica arquitetada de tal forma
que mais lembra uma escultura de vidro tridimensional feita com pedacinhos de
mosaico com um sol brilhante no meio.
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Para a maioria das pessoas, as coisas não acontecem de uma outra para
outra. É preciso dar atenção ao seu desejo para que ele conquiste o que precisa.
Portanto, conte novas histórias sempre que possível. Não espere o palco ideal
para que elas possam se encaixar. Crie as suas criaturas para que os palcos nas
mentes do público se encaixem com a sua criação. Paciência é algo fundamental
para a sua história crescer normalmente, sem que ela pareça um monstro com
vários retalhos de bilhetes escritos no tempo.
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21. TEMA
O tema deve ser a chave de comando para a sua história. Nada deve se
desviar dele. Todos os elementos devem gravitar, sendo atraídos ou repelidos,
pelo tema. Além disso, o tema escolhido te ajudará a não fugir do propósito da
sua história.
Para piorar, o dono do jornal havia ido ao zoológico e estava sem telefone
celular. O horário para o jornal ir para a gráfica se aproximava e todos
começaram a ficar desesperados. Qual matéria você acha que foi escolhida
pelos responsáveis no momento?
Se tiver uma frase de comando por trás das suas ações e das criações das
suas histórias, você não será atrapalhado pelo seu estado de espírito. Tenha um
tema para as suas histórias. E faça de um toque da companhia a uma passeata,
por exemplo, dialogar com a frase de comando que orienta um Escritor de
Histórias.
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22. ENREDO
Apresentação;
Complicação;
Clímax;
Desfecho.
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1) Personagem de Pensamento;
2) Personagem de Sentimento;
3) Personagem de Sensação;
4) Personagem de Intuição.
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26. O TEMPO
Espero que você use este guia para ligar os pontos da sua história. Talvez
você já faça tudo isso, talvez você faça isso de maneira inconsciente, ou talvez
esteja descobrindo tudo isso agora, mas é muito importante trazer para a luz o
máximo de informação possível para que você lembre a sofisticação que é o
domínio da linguagem que todos nós já conhecemos.
Saber que a experiência temporal pode ser minada por dentro te dará a
possibilidade na criação de cenas emocionantes.
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A partir do momento que você tiver um tema, um motivo ou algo que o leve
a escrever, tudo deverá circular e gravitar dentro deste “propósito inabalável”.
Quando for descrever ou mostrar um cenário, pense que ele pode ser tanto
ponto de encontro como também ponto de fuga dentro da história. O cenário
pode causar mais tensão, como pode também aliviar a situação. Lembre-se que
o personagem está inserido em algum “lugar” e este espaço carrega inúmeros
significados em paralelo da história que você deve ressaltar.
Nesta transformação que queremos usar como exemplo, você pode fazer
com que o cenário dialogue com a cena, narrando um momento de paz que é
transformado em um inferno (ou vice-versa). Se for um assassino que sequestra
ou seduz alguém em um parque público, podemos dizer que o ponto de vista do
cenário é da personagem sequestrada, pois a sua vida estava em paz (jardim),
mas foi transformada em um inferno (quarto em chamas). Portanto, o cenário
nos ajuda também a pensar sobre o ponto de vista da história.
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P.S: Uma outra função do cenário é antecipar algo que está por vir. Ao
antecipar algo, ele cria tensões e prende o ouvinte para o que irá acontecer em
seguida.
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28. DIÁLOGO
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Como uma boneca russa, há outras antes dela e outras na sua frente, mas
todas são diferentes e inéditas entre si. Você deve focar no momento da sua
história, em uma “boneca russa” da sua história, mas não deve esquecer que
esta boneca veio de algo e há outras ainda que a sucedem. Crie o seu universo
com esta linha de tempo, focalizando em apenas um momento (sem esquecer
que existiram os anteriores e existirão os seguintes), e você verá cada detalhe
deste seu planeta (seu) criar uma vida quase que real.
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30. REVELAÇÃO
Durante o percurso, você vai preenchendo esta imagem aos poucos. Até
para criar um quadro surrealista você precisa se planejar. Então, saiba da
imagem que você pretende revelar no final. Você precisa conhecer ou ser
detentor de algo antes de poder mostrar para alguém. Imagine a sua imagem e
depois comece a construir os primeiros traços dela antes de colorir e
acrescentar os detalhes. Neste ponto, a escrita possui uma estreita relação com
a prática do desenho. Você transforma uma imagem em figuras geométricas
para “encaixar” a imagem no papel. Você deve transformar a sua história em
diferentes “marcos de imagem” e colocar outras situações no meio. Revele a sua
história aos poucos, crie mistérios sem criar enigmas chatos de desvendar.
Revele o seu personagem aos poucos, mostre-o por contradição, frustre ou não
as expectativas do público. A história precisa falar por si só. Revele o seu cenário
aos poucos, crie uma narrativa de pano de fundo se utilizando deste recurso.
Guarde o fim para o final, para o momento em que a estrutura da história será
revelada, em que todos os personagens não voltarão a ser mais o que eles eram
e todo o cenário e mitologia já se transformaram. Construa o seu castelo de
cartas e faça com ele o final que desejar.
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31. IMAGENS
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É simples. Você precisa criar uma cena anterior, não de muito impacto no
desenvolvimento da história, mas que anuncie um risco de mudança. Por
exemplo: se algo trágico e acidental for acontecer na cena dois, você cria na cena
um uma anunciação deste acontecimento, como o personagem caindo na rua e
se machucando, mesmo se ele estiver distraído ou feliz por ter ganho na loteria.
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Não basta o seu personagem ser um figurão, uma pessoa gente boa ou
bom de conversa. Simpatia não gera, automaticamente, empatia, palavra
fundamental quando você pensa no engajamento da sua história na imaginação
do leitor ou do ouvinte. Simpatia é somente você se conectar a uma outra
pessoa, se identificar com alguns traços, querer esta pessoa por perto ou
mostrar para os amigos. Empatia é a capacidade de abertura que este alguém
tem para nos colocar no lugar dele. É, literalmente, colocar o sapato de uma
outra pessoa, se colocando no lugar dela por alguns momentos. Só por meio da
empatia que os seus personagens provam que é possível fazer com que a sua
história sobreviva por mais tempo. É por meio do personagem que você irá
atingir o sistema límbico do espectador, provocando nele informações
sensitivos/sensoriais, onde será atribuído um conteúdo afetivo, por parte dele, a
estes estímulos. Desta forma, a informação é armazenada com as memórias já
preexistentes, provocando a busca e a produção de uma resposta emocional
adequada para a situação.
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Acredito que uma das técnicas mais importantes para a construção de uma
história é conhecida como “A Jornada Do Herói”. Falo isso, pois esta ferramenta
não foi fruto da invenção de alguém, mas fruto de uma observação. Ninguém
criou os doze passos do herói. Eles foram observados em diferentes grupos
culturais, de diferentes épocas. Há um livro fundamental sobre isso (além dos
clássicos) intitulado “A Jornada do Escritor”, de Christopher Vogler.
Basicamente, o livro conta sobre os doze passos do herói, sobre aquele que
se transforma ao longo da aventura e passa por diferentes cenários e situações,
enfrentando conflitos, desenvolvendo habilidades, falhando e conquistando o
objetivo não apenas dele, mas de um grupo inteiro. Gostaria de deixar um
resumo aqui sobre “A Jornada do Herói” para você se orientar no percurso da
sua escrita.
A Jornada do Herói é uma estrutura que deve ser adaptada e ocupada pelas
diferentes histórias de cada indivíduo e cultura. Não é patente de nenhuma
corporação.
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9) Ganham a RECOMPENSA;
11) Chegam na RESOLUÇÃO SECUNDÁRIA, onde algo faz com que eles
quase morram (pode ser a morte simbólica de algo também). Então, eles passam
pela RESSURREIÇÃO e são TRANSFORMADOS pela experiência;
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Como? (Circunstâncias);
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Se for para viver, que seja em sonho. E, se é para sonhar, que sonhe
grande. Os pequenos sonhos provêm do seu inconsciente individual. Os grandes
sonhos são de um inconsciente coletivo. Sonhe aquilo que o seu grupo sonharia.
Crie, antes, uma história para atingir a sua grande meta. As narrativas são
uma ferramenta poderosa para a autoestima. O mesmo trabalho investido que
você terá para sonhar e fazer coisas pequenas será para você sonhar e fazer
coisas grandes.
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Você não precisa fazer um ritual de trinta minutos para começar a escrever,
nem deve tirar o cachorro da sala. A vida acontece enquanto o escritor conta as
suas histórias. O importante é você escolher um lugar e uma situação em que
consiga ficar mergulhado por mais tempo. A prática da literatura é uma prática
da apneia. Quanto mais tempo você conseguir ficar imerso na fabricação da
trama, das falas e do ambiente da sua história, mais você conseguirá avançar
neste desenvolvimento. Então, busque criar um espaço e uma situação em que
você consiga trabalhar a sua escrita por mais tempo.
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Viver de novas maneiras pode estar relacionado com a forma com que
habitamos a linguagem e construímos o nosso mundo.
Entender novos universos de ficção é expandir um universo pessoal, o que
alimenta qualquer pessoa disposta a encontrar na literatura novas ferramentas
para construir-se diariamente.
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CONTATOS
Foi muito bom ter sua companhia durante todo esse percurso de leitura
deste livro. Espero ter lhe ajudado! Caso ainda tenha alguma dúvida ou
curiosidade pode entrar em contato comigo através da editora e irei responde-lo
com muito prazer!
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Um grande abraço!
Lucas Arantes
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