O documento descreve a arte na pré-história, especificamente as pinturas rupestres encontradas na região dos Pirineus entre a França e Espanha datadas entre 30.000 a.C. e 10.000 a.C. Durante este período paleolítico, a humanidade evoluiu culturalmente, domesticando animais e desenvolvendo técnicas agrícolas. O documento também discute a influência dos etruscos na cultura romana antiga.
O documento descreve a arte na pré-história, especificamente as pinturas rupestres encontradas na região dos Pirineus entre a França e Espanha datadas entre 30.000 a.C. e 10.000 a.C. Durante este período paleolítico, a humanidade evoluiu culturalmente, domesticando animais e desenvolvendo técnicas agrícolas. O documento também discute a influência dos etruscos na cultura romana antiga.
O documento descreve a arte na pré-história, especificamente as pinturas rupestres encontradas na região dos Pirineus entre a França e Espanha datadas entre 30.000 a.C. e 10.000 a.C. Durante este período paleolítico, a humanidade evoluiu culturalmente, domesticando animais e desenvolvendo técnicas agrícolas. O documento também discute a influência dos etruscos na cultura romana antiga.
O documento descreve a arte na pré-história, especificamente as pinturas rupestres encontradas na região dos Pirineus entre a França e Espanha datadas entre 30.000 a.C. e 10.000 a.C. Durante este período paleolítico, a humanidade evoluiu culturalmente, domesticando animais e desenvolvendo técnicas agrícolas. O documento também discute a influência dos etruscos na cultura romana antiga.
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Introdução às
artes visuais Virgínia Marcondes Aula 1 A arte na pré-história A arte na pré-história
A pré-história representa o mais longo período da experiência
humana na face da terra. É representado pela época na qual não há registros escritos, não há fontes primárias ou documentais escritas. Para se estudar a pré-história, portanto, há que se recorrer às pinturas nas paredes das cavernas, ou seja, à arte rupestre, às pequenas esculturas em madeira, em pedra, ou outros materiais, outros objetos de pesquisa arqueológica. Por meio da imagem, nos comunicamos com o mundo que nos cerca. Durante a pré-história apareceram as grandes conquistas da humanidade, as grandes invenções, com exceção da escrita. Pois, quando nasce a escrita, termina o período pré-histórico e inicia-se a história da humanidade. Foi na vigência do período pré-histórico que os animais foram domesticados, os vegetais também começam a ser classificados, identificados e cultivados na mesma época. É também na pré-história a ocasião na qual surge a cerâmica, a tecelagem, feitos que representam as conquistas do período neolítico. Período paleolítico
As primeiras manifestações escritas, que serão o marco para o
término do período da pré-história, surgem ao norte da África e na região da Mesopotâmia. Podemos dividir a pré-história em dois grandes períodos. Um período chamamos de paleolítico, que significa pedra antiga (paleo = antigo, lítico = pedra) e o segundo período é o neolítico, ou seja, período da pedra nova. No período paleolítico a referência de arte é da região ocupada pelos Pirineus, entre a França e a Espanha. A arte pré-histórica gira em torno dos Pirineus. A arte pré-histórica se manifesta em todas as regiões da terra, inclusive no Brasil, onde temos um sítio arqueológico de grande expressão. A serra da Capivara abriga o Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado no estado do Piauí. É o parque que tem o maior número de pinturas pré-históricas da Terra. São 33.000 diferentes pinturas rupestres existentes nessa região. Agora vamos estudar a região que atualmente é conhecida como França e Espanha, a região dos Pirineus. O último período de glaciação, quando a temperatura na Terra começa a subir, há o degelo que representa o período entre 30.000 a.C. e 10.000 a.C.. Que é o período paleolítico. É o período de maior evolução da humanidade, já que a humanidade passa a controlar a alimentação por meio do domínio de técnicas de agricultura e da criação doméstica dos animais. Toda essa evolução ocorre nessas regiões já citadas, especialmente entre rios Eufrates e Tigre, por volta de 10.000 a.C.. O fim do período pré-histórico
De 10.000 a.C. até 4.000 a.C., em algumas regiões surge a
escrita, às margens do Rio Nilo, na região da Mesopotâmia. É um marco, o período no qual surge a escrita e termina o período da pré-história e começa propriamente o período histórico. Portanto, podemos dividir a pré-história entre períodos específicos: de 30.000 a.C. a 10.000 a.C. e de 10.000 a.C. a 4.000 a.C.. No primeiro período, a grande atividade é a caça, a coleta, os povos são nômades e é o último período de glaciação. O ser humano organicamente já estava formado, evoluído. Ou seja, do ponto de vista físico e orgânico, o ser humano estava formado. Haverá alterações culturais diferentes na humanidade, mas a base orgânica se forma nessa ocasião. Esse período está relacionado intimamente à nossa humanidade, à nossa produção cultural e artística. As pinturas rupestres e as esculturas em pedra ou marfim representam os vestígios de arte da humanidade dessa época. O passado desses povos antigos representa um passado tão antigo quanto o nosso em relação ao deles. Assim, podemos afirmar que o passado é um amigo sem fim: já que representam o mais antigo registro da humanidade. Os registros das artes da pré-história ainda são nebulosos, ou seja, há algumas conjecturas, entretanto ainda não identificamos com clareza as representações da arte rupestre. Não sabemos com certeza qual significado eles atribuíam àquelas imagens, mas mesmo não sabendo o significado das imagens, podemos vê-las, apreciá-las, atribuir impressões, etc. Podemos, principalmente, criar a partir delas, podem ser a inspiração, podemos dialogar com elas. Em 1940, Picasso vai ao sul da França, numa gruta chamada Lascaux e afirma ter certeza de que o Homem não cria nada, pois tudo já tinha sido criado. Picasso afirma isso e a partir de seu desenho identificamos que ele mesmo foi buscar na arte rupestre a inspiração para seus desenhos e pinturas. Picasso faz releituras das imagens que viu na gruta de Lascaux. Dos anos 50, dos anos 60, representa a visão de Altamira, ele, o Picasso vai modificando e transformando até chegar nessa representação: Podemos entender o passado como algo vivo, de excelente qualidade e as pinturas pré-históricas dialogam conosco plenamente, dando pistas desse período. As técnicas de pintura utilizadas são extremamente sofisticadas, assim como a arte de uma forma geral. A arte é a experiência mais antiga e extraordinária, a partir da qual podemos nos expressar e nos comunicar. A arte na Grécia e Roma antigas
A palavra método é uma palavra grega e significa caminho,
significa caminho de reflexão, caminho de pesquisa. Assim sendo, lançamos mão de método para estudarmos a arte romana, a cultura romana da antiguidade. O método para entendermos a civilização de Roma é estabelecer um diálogo entre a cultura romana e a cultura grega. A cultura romana representava muitas vezes um plágio da cultura grega, mas tem seu desenvolvimento particular. Os primeiros contatos entre a cultura grega e a cultura de Roma se darão por um povo que podemos caracterizar de obscuro e que ocupou grande parte (2/3) da Itália, no século 6 a.C. e seu domínio, que são os etruscos. Os etruscos dominaram Roma, os dois últimos reis de Roma foram etruscos e chamados de reis Tarquínio. Tarquínio Prisco, (palavra que permanece em português como priscas, ou seja, eras antigas). Os reis eram o Tarquínio Prisco, o antigo e o soberbo. Foram esses os dois últimos reis de Roma. Roma passa por três períodos políticos muito característicos: o primeiro período foi a monarquia. Roma teve sete reis e há uma ligação muito forte com o número sete, pois Roma foi construída sobre sete colinas. À beira do rio Tibre. Os dois últimos reis romanos eram etruscos e depois houve a deposição romana do rei Soberbo e Roma Antiga foi proclamada República, quando se dá a expansão militar de Roma. A formação do grande império romano é o período político da república. República esta que tem um exército muito importante que domina um vasto território e aí começa o período do império. Roma então passa por três fases políticas muito nítidas: a monarquia, a república e o império. Sete reis romanos, depois a república, cujo órgão político era o senado e depois o império, cujos representantes eram os chefes militares, os comandantes militares, os generais que se impuseram ao senado e estabeleceram o poder imperial. O importante a salientar é que entre os reis romanos houve dois reis etruscos. Há poucas informações sobre os etruscos, mas o que se sabe seguramente é que esses dois reis etruscos vão promover a ligação entre Roma e a Grécia. Pois ao dominar Roma, levam para Roma parte da cultura Grega, para a monarquia romana. As poucas informações que temos sobre os etruscos, são informações que se tem a partir de seus inimigos. Os romanos diziam que os etruscos eram os mais supersticiosos dos povos porque os etruscos liam o futuro nas vísceras dos animais, faziam pesquisas a partir do voo dos pássaros, observavam os pássaros voando e faziam previsões. Os etruscos negaram isso aos romanos, mas os próprios romanos também liam o futuro interpretando as vísceras dos pássaros. Júlio Cesar, (100 a.C. - 44 a.C.), imperador Romano foi assassinado, como se sabe. O imperador chegou ao poder, em Roma no ano 46 a.C., após uma guerra civil contra nobres conservadores. Os oficiais que o acompanharam nessa batalha esperavam que ele compartilhasse o poder político e a riqueza após a vitória. No começo, isso até se deu dessa forma. Mas, em 44 a.C., Júlio César se declarou ditador perpétuo, na contramão da tradição romana republicana. Sua sede pelo poder não foi bem vista pelo senado, que decidiu eliminá-lo. César planejava deixar Roma em 18 de março de 44 a.C., para uma campanha militar. Mas, três dias antes, ao chegar para um encontro com o senado, foi abordado por Tílio Cimbro, que apresentou uma petição para trazer o irmão de volta do exílio. Era só um pretexto, pois a intenção era assassiná-lo. O primeiro a apunhalá-lo foi Publius Servilius Casca. O estadista tentou resistir, mas outros senadores se revezaram no ataque fatal. César foi ferido nas mãos, nos braços, na cabeça e, especialmente, no torso, num total de 23 punhaladas. Um dos líderes da tramoia foi Marco Júnio Bruto, um amigo próximo. Esse evento foi representado por William Shakespeare, na peça Júlio César. Peça na qual há a célebre frase imortalizada: “Até tu, Brutus?”. A frase foi invenção de Shakespeare, a partir do ocorrido, já que Brutus era amigo de Júlio César, mas um dos que organizou a emboscada. Os conspiradores fugiram da cidade e o restante do senado teve de acalmar o povo, exaltado com o crime. Com o tempo, as coisas se normalizaram, mas a república não durou muito, afetada por disputas internas pelo poder. Otaviano, sobrinho-neto e filho adotivo de César, caçou os assassinos de seu pai e, em 29 a.C., tornou-se o primeiro imperador de Roma. Mas o importante é saber que Júlio César foi avisado de sua morte por uma previsão de futuro a partir do estudo das vísceras, exatamente como os etruscos faziam. Os gregos também não registraram informações sobre os etruscos. Aliás, nos dias de hoje, somente conhecemos os povos que os gregos conheceram e dos quais deixaram registros. Pouco sabemos sobre os gauleses, exatamente porque os gregos os conheciam pouco. O território francês era gaulês, foi dominado por Roma e os gregos fundaram na Gália várias cidades, mas os gregos escreveram muito pouco sobre os gauleses, então desconhecemos esse povo. Gauleses eram povos celtas que habitavam a região da Gália, que corresponde hoje ao território da França. A origem de Paris é a antiga “Lutécia” (nome celta, latinizado – que significa “habitação em meio às águas”), do tempo dos gauleses. Os gauleses eram chamados de bárbaros pelos gregos e romanos da Antiguidade, pois eram povos que falavam língua estranha e tinham uma civilização considerada menos evoluída que a deles. Os celtas viviam na região central da Europa e compreendiam vários grupos distintos, sendo o mais importante o dos gauleses, que na Idade do Bronze e do Ferro se destacaram como excelentes metalúrgicos. Apesar dos hebreus terem traduzido a bíblia para os gregos, os gregos não leram a bíblia, pois a narrativa de escrita e leitura grega era de caráter filosófico, historiográfica, bem diferente da escrita dos hebreus, por meio de metáforas. Ou seja, os gregos desprezaram os gauleses e os etruscos. Um dos únicos registros que há dos gregos sobre a sociedade etrusca é a afirmação de que os turcos conhecem e sabem quem são suas mães, mas desconhecem seus pais, o que pode representar um forte poder feminino na sociedade concebida, possivelmente pela liberdade sexual. O banquete de Platão, por exemplo, é um texto que tem só a participação masculina. Evidentemente que havia a participação das mulheres na sociedade, mas não há registro algum disso. Já na Turquia, a presença das mulheres se dá nas artes plásticas. A grande dificuldade em se estudar os etruscos é que o que se sabe desse povo, é a partir de depoimentos dos romanos, que eram inimigos dos etruscos e dos depoimentos dos gregos, que simplesmente desprezaram os etruscos. A influência etrusca na arte
Portanto, ainda hoje, o alfabeto etrusco não foi decifrado.
Há caracteres etruscos indecifráveis, mas há caracteres gregos no alfabeto etrusco. O que representa uma outra dificuldade para se estudar os etruscos. Quando Roma conquista todo esse território da Etrúria, os antigos romanos destruíram as cidades etruscas e levantaram cidades romanas nos seus lugares. Algumas cidades romanas tiveram nomes etruscos, mas os romanos liquidaram os etruscos. Destruíram as cidades, mas não tocaram nos túmulos etruscos. Parece ser um princípio antropológico: derrota-se o povo, destroem-se as cidades, escraviza-se a população, mas não se toca nos túmulos. As melhores informações sobre os etruscos encontram-se nos túmulos etruscos que foram preservados pelos romanos. Durante os séculos 13 a 200 a.C. que completam o domínio da Etrúria. O território original dos etruscos era entre o rio Tibre e o rio Arno, eram as cidades etruscas, as latinas. Os Etruscos representaram os latinos (ao sul da Itália), perto de Roma, a cidade Tarquínia abriga mais de 70 casas túmulos. Os etruscos são um povo importante, de origem obscura informações muito vagas, pois os gregos desprezaram os etruscos e vemos o mundo a partir da perspectiva grega. Conhecemos muito bem os persas exatamente porque os gregos invadiram a Pérsia e escreveram sobre os persas que eram seus inimigos, não escreveram sobre os etruscos, então não temos informações sobre os etruscos. As mulheres etruscas eram muito importantes: há espelhos de bronze com inscrições, o que leva a crer que as mulheres eram alfabetizadas. As mulheres romanas não tinham nem nomes, levavam os nomes dos pais, ou seja, se Otávio tivesse tido uma filha se chamaria Otávia, se Cesar tivesse tido uma filha se chamaria Cesária, Cornélio teve filha que se chamou Cornélia. Se tivesse tido mais de uma filha seria Cornélia II, ou seja, as mulheres eram desimportantes, mas as etruscas eram alfabetizadas. Na Etrúria, a presença das mulheres na sociedade era notória. Pelos objetos artísticos se percebe a presença das mulheres na sociedade da Etrúria. Nas casas túmulo da Tarquínia, a 90 Km de Roma, pode-se observar a cultura dos etruscos, já que as casas túmulo eram decoradas por afrescos e por móveis. O que demonstra que os etruscos tinham uma concepção da vida após morte como continuação da vida propriamente dita. Decoravam os túmulos relativamente semelhantes à decoração egípcia, como durante a vida antes da morte. São 70 túmulos, numa região próxima ao mar. As condições de preservação desses túmulos são precárias por causa da salinidade (cidades próximas ao mar), mas as pinturas afrescos estão bem avariadas. Hoje os turistas só conseguem entrar em 30 das 70 casas túmulo da época.