Os Verdugos Da Alma - Mateus 18.21-35

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Os verdugos da alma - Mateus 18.

21-35

A Ausência de Perdão Produz Tormento para nós Mesmo

“E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.”(vs. 34).
Os verdugos não eram simplesmente guardas da prisão, mas carrasco que tornavam a vida do
prisioneiro mais amarga que com uma vara ou um chicote, espancavam diariamente os criminosos e
os atormentadores constantemente. Verdugos = Atormentadores. O principio básico que o Senhor
Jesus quer nos ensinar aqui, é que aquele que se recusa a perdoar, que oculta a raiva, o rancor, a
mágoa em seu coração em relação à outra pessoa, será atormentado por pensamentos e sentimentos ou
por uma intranquilidade interior.

Ausência de perdão gera diversos verdugos (atormentadores):


1 – Verdugos Emocionais: Uma vida azeda, amarga, fechada, desconfiada, que não consegue se abrir
com ninguém, vivendo irritado, etc…
 
2- Verdugos Físicos: Sugerem enfermidades. O salmista no Salmo 32 nos fala que enquanto ele
guardava o pecado escondido, sentia seus ossos envelhecerem, havia gemidos, e seu vigor tinha se
tornado em sequidão, ou seja, seco- sem água, que a refrigera, umedece e lava.

3 – Verdugos Espirituais: Ou seja, uma relação obstruída com Deus. Mateus 5.23,24. “Te
lembrares”, ou seja, ele estava tentando estabelecer uma comunhão com Deus, uma relação mais
intima e sua consciência o acusou. Ele se lembrou que existia uma diferença com um irmão e teria
agora que parar tudo, deixar ali a sua oferta e ir primeiro acertar as contas com este irmão, caso
contrário o culto não seria aceito, devido à relação dele com Deus está obstruída.
 

Conclusão: Amados, nada que o homem possa nos fazer, compara-se ao que temos feito a Deus! E
que continuamos a fazer diariamente.
   E se Deus tem perdoado nossas dívidas para com Ele, como podemos deixar de oferecer este perdão
aos outros que, comparativamente, nos devem tão pouco. Tudo que venhamos fazer no sentido de
perdão não passa de sombra da Dívida que lhe foi perdoada na Cruz!

Meus queridos irmãos, vamos ler Mateus 18:21-35


21 Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas
vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete
vezes? 22 Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas
até setenta vezes sete. 23 Por isso, o reino dos céus é semelhante a
um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. 24 E, passando
a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. 25 Não
tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido
ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse
paga. 26 Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente
comigo, e tudo te pagarei. 27 E o senhor daquele servo,
compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.28
Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe
devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o
que me deves.29 Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe
implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei.30 Ele, entretanto, não
quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. 31
Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se
muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera. 32 Então, o
seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela
dívida toda porque me suplicaste;33 não devias tu, igualmente,
compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?
34 E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe
pagasse toda a dívida. 35 Assim também meu Pai celeste vos fará, se
do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.
Jesus disse que o poderoso rei perdoou o servo que lhe tinha uma
grande dívida porque se compadeceu dele, e que este, por sua vez,
também deveria ter se compadecido de seu conservo que lhe devia
muito menos.
Depois conclui dizendo que assim como o Pai nos perdoou,
também devemos perdoar uns aos outros.
Deus é amor (1ª Jo 4:8), e amar, entre outras coisas, consiste em
ter uma grande capacidade de perdoar, de se compadecer.
Foi este sentimento que fez com que Jesus descesse do céu à
terra.
Ele amou tanto ao mundo pecador que veio ao nosso encontro.
E quase que a cada momento, em cada circunstância, nós vemos
este amor compassivo e perdoador se manifestando.
Pense em Jesus, naqueles terríveis momentos em que ele estava
colocado na cruz.
Muitos zombavam dele, enquanto os soldados o torturavam.
Então ele orou a Deus: "Pai, perdoai-os, porque eles não sabem o
que fazem".
Jesus olhou para os seus algozes, e em vez de sentir ira em
relação aos que o maltratavam, em vez de clamar a Deus por vingança
contra os seus inimigos, que o ofendiam e faziam-no sofrer física e
emocionalmente, compreendeu a miséria espiritual em que se achavam,
e se compadeceu.
Somos filhos de Deus. Seu Espírito habita em nós. Seu amor foi
derramado em nossos corações. E ele espera que como filhos amados,
sejamos seus imitadores.
Por isto Jesus nos ensina que, quando um filho de Deus se recusa
a perdoar, isto não é pouca coisa: além de pecar contra Deus e o seu
próximo, peca contra si mesmo, e atrai sobre si as consequências de
seu pecado.
1. Uma parábola sobre a importância do perdão
No texto que lemos, começamos com uma pergunta que Pedro fez
a Jesus:
Senhor, quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe
perdoe? Até sete? (v.21).
Isto porque, nos versículos anteriores, temos as instruções de
Jesus a respeito de como devemos tratar com aqueles irmãos que
insistem em cometer certos pecados.
E ele nos ensina que se um irmão, diante da nossa admoestação,
se confessar arrependido, deve ser imediatamente perdoado.
Mas Pedro pensa um pouco no assunto, e chega à conclusão de
que muitas vezes uma pessoa pede perdão e dentro de pouco tempo
está pecando novamente.
Então ele pergunta: Senhor, quantas vezes meu irmão pecará
contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete?
Os rabinos judeus diziam que era até três vezes. Pedro já havia
entendido que a justiça do crente deveria ser maior que a dos escribas e
fariseus, por isto procurou ir muito além: Até sete?
Mas a resposta de Jesus supera a tudo quanto Pedro, ou qualquer
um de nós, poderia imaginar por si mesmo: Não te digo que até sete
vezes, mas até setenta vezes sete.
1.1 - E em seguida conta uma parábola que ilustra a necessidade
de perdoar
Um rei resolveu ajustar as contas com os seus servos.
Trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos (o equivalente a
trinta mil kg de ouro ).
Acontece que o homem não tinha como pagar, e então o rei
mandou que ele, sua esposa, seus filhos, e tudo quanto possuía fossem
vendidos, para que a dívida fosse quitada.
Então o servo prostrou-se reverentemente diante do rei e pediu:
"Por favor, tenha paciência comigo, me de um prazo, e eu irei pagar
tudo ao senhor".
Irmão, você sabe o que é estar endividado? É não ter sossego. É
viver preocupado, é não ter paz.
Outro dia uma pessoa estava me contando que só de pensar que
estava devendo para outra, sem que realmente estivesse, ficou
terrivelmente preocupada e ansiosa.
E o rei, se compadecendo diante da dificuldade daquele homem,
perdoou-o completamente, de toda a sua dívida, e deixou-o ir em paz.
Irmãos, claramente esta parábola está falando a respeito da
mesma coisa que Deus, nosso grande rei, tem feito em nossa vida.
Por que, por causa dos nossos pecados, a nossa dívida para com
ele era muito grande.
Muito maior, muito além do que nós poderíamos pagar, mesmo que
nós déssemos tudo o que somos e temos, e trabalhássemos duro por
"toda a eternidade".
Vamos supor que você seja só um pouco pecador (pois não há
homem que não peque), e vamos supor que você cometa apenas um
pecado por dia - multiplique isto pelos 365 dias que há num ano, e pelos
anos de sua vida - não é enorme a sua dívida para com nosso grande
rei, o nosso santíssimo Deus?
E de que maneira você poderia pagar por todos os seus crimes
contra a lei de Deus, a não ser com a morte, uma vez que este é o
salário do pecado?
Mas, sabe o que ele fez com sua enorme dívida?
Ele a perdoou completamente
Como disse Paulo, ele cancelou o escrito de dívida contra que era
contra nós e disse: "Está consumado; está totalmente pago" (Jo 19:30).
Cl 2:13
E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela
incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele,
perdoando todos os nossos delitos.
Agora veja o que significa perdoar
Perdoar é levar sobre si as conseqüências das dívidas que outra
pessoa tem para conosco.
Por exemplo, este rei: o servo lhe devia mil talentos, e não tinha
com o que pagar.
Então o rei lhe perdoou. O servo ficou livre, mas o rei ficou sem
rever o que o servo lhe devia. Sofreu o prejuízo. Levou sobre si as
consequências.
É assim também que Deus agiu conosco. Ele nos perdoou
completamente, mas alguém teve que pagar por nossos pecados.
Este alguém foi o Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo, que sem
merecer, morreu na cruz, levando sobre si o castigo que era nosso.
Is 53:4, 5
4 Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas
dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e
oprimido. 5 Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e
moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava
sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Você vê, irmão? Em Cristo você foi completamente perdoado, não
deve mais nada para Deus.
Consequência: somos pessoas que vivem em paz, que têm a alma
tranquila, o coração alegre.
Mas não se esqueça nunca de que o preço da nossa alegria foi o
sangue de Jesus. Foi a morte do Filho de Deus.
1.2 - Mas Jesus prossegue a parábola:
Assim que o homem foi perdoado ele saiu da presença do rei.
E encontrou-se com outro homem, com alguém que lhe devia cem
denários (denário: o equivalente ao salário de um dia de um trabalhador
- uma quantia quase que infinitamente menor do que aquilo que ele
devera, e que fora perdoado).
Então ele agarrando pelo pescoço, sufocava ao devedor dizendo-
lhe: "O que me deves, pague-me agora".
E o seu devedor, assim como ele antes fizera diante do rei,
prostrou-se diante dele dizendo: "Por favor, tenha paciência comigo. Me
de um prazo, e eu te pagarei".
Mas ele não quis. Não teve a mesma paciência, não teve a mesma
compaixão.
Mandou que o devedor fosse lançado na prisão, até que toda a
dívida fosse paga.
Não pensou na família do homem, nem em sua imagem, nem que
dali da prisão é que ele não teria mesmo como pagar. Agiu movido pela
vingança
Bem irmãos, no versículo 35, Jesus também deixa claro que isto é
uma ilustração daquele tipo de pessoa que, tendo sido perdoada por
Deus, depois deixa de perdoar às pessoas que pecam contra ela.
Por que se formos comparar, assim também acontece quando
alguém peca contra nós: por mais que alguém faça algo de errado
contra nós, não dá para comparar com a gravidade de nossos pecados
contra Deus.
Os nossos pecados foram tão graves aos olhos de Deus, diante de
sua santidade, que o salário que merecíamos por eles era a morte, a
condenação eterna.
Eles foram uma coisa tão grave aos olhos de Deus que Jesus
Cristo foi morto por causa deles.
Com os nossos pecados, nós é que matamos o Filho de Deus.
E ele nos perdoou.
E embora muitas vezes os homens pequem contra nós, de modo
que nos sentimos ofendidos, humilhados, não dá para comparar com o
que fizemos contra Deus
E então ele espera que tenhamos, para com o nosso semelhante, a
mesma atitude que ele teve para conosco.
Ef 4:32
Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos
perdoou.
Cl 2:13
E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela
incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele,
perdoando todos os nossos delitos
1.3 - E Jesus conta o que aconteceu quando o rei ficou sabendo da
injustiça feita por aquele homem.
Sim, porque o rei ficou sabendo - como Deus, que sonda os
corações, sabe quando no coração abrigamos ódio, ou inimizade, ou
inveja, ou ciúmes contra alguém.
O rei mandou chamar o homem mau e perguntou-lhe: "Servo
malvado (na visão de Deus, a pessoa que deixa de perdoar o próximo é
um homem malvado), perdoei-te aquela dívida toda porque me
suplicaste; não devias tu compadecer-te de teu conservo, como eu
também me compadeci de ti"?
E indignado, entregou o homem mau para os verdugos (os
torturadores), até que a dívida toda fosse paga - é claro que o homem
não teria como pagar.
E Jesus conclui: "Assim também meu pai celeste vos fará, se do
íntimo não perdoardes cada um a seu irmão".
2. A lição da parábola
Quando um filho de Deus se recusa a perdoar, não é somente
contra Deus, e contra o próximo que ele está pecando; também está
pecando contra si mesmo, e irá atrair sobre si as consequências de seu
pecado.
2.1 - Porque está também pecando contra si mesmo?
Porque está pecando contra a obra da graça em sua vida.
Veja: a nossa salvação, que é uma obra da graça de Deus, não
consiste somente em que Deus nos perdoa os pecados, mas também
em que ele opera em nós, mediante a fé, uma transformação espiritual
tão grande que não pode ser descrita de outra maneira, a não ser
através da palavra "regeneração", ou "novo nascimento".
Quando recebemos a Jesus como nosso Deus e Salvador, quando
nós entendemos o Evangelho da nossa salvação e nele cremos, o
Espírito Santo de Deus, o Espírito de Cristo, veio habitar em nosso
coração, e fez de nós uma nova criação.
2ª Co 5:17
E assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas antigas já
passaram; eis que tudo se fez novo.
Nova criatura, ou nova criação.
Assim que, lemos na Bíblia, e o sabemos pelo testemunho da igreja
e da nossa própria experiência, o que acontece com aquele que recebe
a Jesus é uma grande transformação em sua maneira de pensar, de
sentir, de enxergar a vida, e naturalmente de se comportar.
O Evangelho nos transforma interiormente, de maneira que o nosso
comportamento também é transformado.
Jesus liberta os "encarcerados" do pecado: mas não somente os
pecados no sentido de hábitos exteriores. Muito mais que isto, liberta do
poder dos pecados interiores: impureza, a cobiça, o ódio, a idolatria, as
paixões mundanas.
E se por um lado, liberta do mal, derrama em nós uma nova
disposição para o que é bom e perfeito; para as coisas do céu.
O Espírito Santo descreve a maneira como a graça salvadora de
Deus trabalha esta nova vida em nós:
Tt 2:11-13
11 Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os
homens, 12 educando-nos para que, renegadas a impiedade e as
paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e
piedosamente, 13 aguardando a bendita esperança e a manifestação
da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.
A graça nos faz nova criação, e também passa a educar de acordo
com esta nova vida que agora temos.
Mais um texto:
Rm 5:5
Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado
em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.
O amor de Deus foi derramado em nosso coração. O Espírito Santo
habita em nós, e nos capacita a amar com o mesmo tipo de amor.
Ora, quando um filho de Deus se recusa a perdoar, ele está indo
contra toda esta obra da graça de Deus em sua vida, que o perdoou,
que o libertou, que o transformou, que lhe está ensinando a viver como
um imitador de Jesus.
Ele está fechando o seu coração para tudo de bom que Deus está
fazendo em sua vida.
Isto, naturalmente, entristece o Espírito Santo, e "apaga" sua luz no
coração do homem. Por isto as exortações que dizem: "Não entristeçais
o Espírito Santo de Deus; não apagueis o Espírito"  .
Além disto, se por um lado, a recusa em perdoar ofende ao Santo e
amoroso Espírito de Deus, por outro lado, dá lugar ao diabo:
2ª Co 2:10, 11
10 A quem perdoais alguma coisa, também eu perdoo; porque, de fato,
o que tenho perdoado (se alguma coisa tenho perdoado), por causa de
vós o fiz na presença de Cristo; 11 para que Satanás não alcance
vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios.
Sim: quando nos recusamos a perdoar, só quem leva vantagem é
Satanás; aquele que se opõe a Deus, à sua igreja e a cada um de nós.
Por isto, esta recusa é um pecado contra a obra da graça em nossa
vida, é privar-se a si mesmo dos ensinos desta graça à nossa alma.
E isto acarreta consequências malignas
2.2 - Que tipo de consequências são atraídas?
De modo amplo, todos os males que sobrevêm por alguém
entristecer o Espírito Santo, enquanto ao mesmo tempo dá lugar ao
diabo.
O Senhor, como um Pai amoroso, disciplina aquele que se recusa a
dar lugar à sua graça.
Mas vejamos alguns exemplos.
2.2.1 - As orações deixam de ser ouvidas
Mc 11:25,26
25 E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém,
perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. 26
Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celestial não vos perdoará
as vossas ofensas.
Nos versículos anteriores Jesus nos ensina que por meio da fé
exercida em oração, podemos experimentar muito do reino de Deus em
nossa vida.
Mas ele diz que, ao orar, pode acontecer de nos lembrarmos de
alguém que pecou contra nós.
Se isto acontecer, ele diz, é momento de limpar o nosso coração de
qualquer impureza neste sentido (a bem da verdade, em qualquer
sentido): limpar o coração de qualquer mágoa, de qualquer ódio, de
qualquer desejo de vingança ou retaliação.
Se não fizermos isto, não esperemos que o Pai nos perdoe. E se
houver pecado fazendo separação entre nós e o nosso Deus, não
esperemos que ele atenda as nossas orações.
Mt 6:12,14,15
12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado
aos nossos devedores... 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas
ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém, não
perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos
perdoará as vossas ofensas.
2.2.2 - Medo, falta de paz
1ª Jo 4:18
No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.
Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é
aperfeiçoado no amor
Não estou falando daquele medo normal, saudável, que temos
diante de uma situação perigosa, mas daquele medo irracional, sem
fundamento, que paralisa, engessa, que torna uma pessoa improdutiva,
que faz uma pessoa fugir da companhia de outras, que assombra: medo
de doenças que não existem, medo do futuro, medo da morte.
2.2.3 - A pessoa magoada "espalha" a sua amargura de modo que
outras pessoas são mal influenciadas, e a igreja é prejudicada
Hb 12:15
Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se
da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando,
vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados.
2.2.4 - A pessoa amargurada se torna semelhante àquele que o
ofende
Rm 2:1
Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que
sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois
praticas as próprias coisas que condenas.
Este é um fato indiscutível: sempre que, em vez de olharmos para
Jesus, fixarmos a nossa atenção em outra pessoa, quer admiremos ou
não, acabamos nos tornando parecidos com ela.
Por isto sempre devemos ter os olhos fixos em Jesus.
Mas se em vez disto, alimentarmos amargura contra alguém em
nosso coração, os nossos pensamentos se fixarão nesta pessoa, e
mesmo sem querer, acabamos cometendo os mesmos pecados.
Irmãos, eu poderia continuar a falar destas conseqüências
espirituais: falta de paz, de alegria, mau testemunho diante do mundo...
Poderia também falar das consequências físicas: enfermidades -
musculares, no estômago, nos pulmões, no coração, no cérebro, (é
possível uma pessoa, literalmente, "morrer de raiva")
Estas são suficientes para nos mostrar que se recusamos perdoar,
seremos entregues aos verdugos da alma.
Conclusão
Que fazer então?
Examinar nosso coração: guardo no coração, inimizade, ou ciúmes,
ou inveja, ou ressentimento, ou raiva contra alguém?
Em casa, na escola, no trabalho, na igreja, na vizinhança?
Examinar nosso relacionamento com as outras pessoas: existe
alguém que eu evito, por não perdoar alguma coisa que fez contra mim?
Existe alguém de quem eu não gosto porque ofendeu a quem eu
amo?
Existe alguém que, assim como faziam os fariseus, "eu não quero
na minha igreja"? Ou algum irmão, ou alguma igreja à qual recuso
perdoar? Algum irmão com quem não quero conversar?
E se houver?
Aplicação
Primeiro, lembrar-me de que, em Cristo, sou um homem perdoado.
Sabe os seus muitos pecados? Pense um pouco neles. Que
pecados você já cometeu? Não existem coisas das quais você se
envergonha?
Não existem coisas que o tornaram imundo aos olhos de Deus?
Mas você foi perdoado por sua morte. Lavado por seu sangue
precioso. E você não quer "calcar aos pés o sangue de Jesus", não quer
"ultrajar o Espírito da graça com o qual foi santificado".
E hoje, agora, não existem pecados que você ainda deve confessar
ao Senhor? Se houver, confesse.
Também devo lembrar-me de que, se estou em Cristo, sou nova
criatura, o Espírito de Deus habita em mim, e o amor de Deus é
derramado em meu coração por este Espírito que me foi dado.
E assim, pelo poder do Espírito Santo, tenho capacidade para
perdoar.
Que, por mais que alguém tenha pecado contra mim, não há como
comparar com a grandeza do meu pecado, e com a grandeza do perdão
de Deus em minha vida.
Que o meu Pai celestial espera que, assim como ele me perdoou
em Cristo, agora eu também perdoe aquele que me ofender.
Tendo todas estas coisas em mente, consciente e
deliberadamente, perdoar, limpar do meu coração alguma ofensa, e
então, o quanto estiver ao meu alcance, uma vez que não guardo mais
nada contra alguém, restaurar meu relacionamento com ele.

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