Violação A Direitos Da Personalidade Na Internet
Violação A Direitos Da Personalidade Na Internet
Violação A Direitos Da Personalidade Na Internet
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
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Email: [email protected], Graduando em Direito na Faculdade Milton Campos.
Anais da XVI Semana de Iniciação Científica: resumos dos grupos de trabalho
Nova Lima, 20 a 22 de novembro de 2019
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relacionados à origem étnica, convicção religiosa, opinião política, dado referente à saúde ou
à vida sexual, dado genético ou biométrico, etc., vinculados a uma pessoa natural (BRASIL,
2018).
Estes dados são um conjunto de informações que compõe um perfil digital de um
usuário, e, dada a era do informacionalismo, este perfil possuirá um valor econômico, tendo
em vista que na atualidade os dados são fonte de poder e patrimonialidade, podendo ser
considerado como a nova “mina de petróleo”.
Não se estaria violando a pessoa através da utilização dos seus dados? Tendo em
vista que os dados compõem uma identidade digital que vai se hospedar no mundo real-
virtual, entretanto, reflete caracteres de um sujeito que compõe o mundo real-real. Isto posto,
cabe indagar como será feita a proteção destes dados (somente a tutela inibitória e a
compensatória resolveria este problema?) e qual será a forma de responsabilização (Como
punir? Quanto punir? Somente mecanismo administrativo?) e os tipos de danos a serem
tutelados (Danos materiais ou Danos morais). Para responder estas questões o levantamento
bibliográfico, doutrinário e jurisprudencial, serão a base para esta indagação.
Dada à dimensão e o grau de importância que as relações tecnológicas tomam, estas
vão carecer de um arcabouço normativo que reequilibre a harmonia da convivência em rede,
como já mencionado. No que concerne à positivação, esta segue três etapas, como se fosse
uma escada. Então, conforme evolui a sociedade da informação, cada vez mais decorre
problemas de violação de novos direitos da personalidade, que chegará primeiro à prática
judicial, posteriormente ao legislativo e por fim até a doutrina.
Atualmente, nos encontramos no segundo degrau desta escada, e em relação a
recente Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), destaca-se que apesar de ser um tema atual,
este não começou a ser discutido hoje. No contexto mundial têm-se registros da década de 60,
com o National Data Bank nos Estados Unidos, até chegar ao ano de 2018, com a entrada em
vigor da GDPR. Já no contexto brasileiro, também têm início na mesma época, em meados de
1962 com o código das telecomunicações. Contudo, as primeiras discussões brasileiras
começam a tomar força no ano de 2010, com a possibilidade de estabelecer um tripé
normativo regulador, que funcionaria da seguinte forma: elaboração do Marco Civil da
Internet, da Lei Geral de Proteção de Dados e a atualização da Lei de Direitos Autorais
(PARENTONI; LIMA, 2019).
Todavia, percebe-se um desalinhamento temporal na edição dos diplomas, uma vez
que o Marco Civil da Internet entrou em vigor no ano de 2014, a LGPD apesar de publicada
entrará em vigor em agosto de 2020 e a Lei de Direitos Autorais permanece com sua versão
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do ano de 1998. A LGPD nasce para regular o tratamento de dados no Brasil: coleta,
armazenamento e descarte.
3 CONCLUSÃO
Com base nas considerações feitas acima, percebe-se que o arcabouço normativo
acerca do tema está em constante evolução, o que demonstra a relevância das interações
tecnológicas na vida das pessoas. No entanto, tais regulamentações ainda se parecem
generalistas, uma vez que não consegue traçar, ao menos caminhos para resolução de
problemas oriundos da internet, como por exemplo, a fixação de jurisdição. Caberá ao
judiciário através de um esforço interpretativo das leis criadas e analógico de julgados
internacionais fixar as diretrizes para solução de violações a direitos da personalidade na
internet.
REFERÊNCIAS
BITTAR, Carlos Alberto. Os direitos da personalidade. 8. ed., rev., aum. e mod. por
Eduardo C. B. Bittar. São Paulo: Saraiva, 2015.