Atividade (Pós-Graduação em Teologia Bíblica Do AT - FAESP) Prof. Carlos Vailatti
Atividade (Pós-Graduação em Teologia Bíblica Do AT - FAESP) Prof. Carlos Vailatti
Atividade (Pós-Graduação em Teologia Bíblica Do AT - FAESP) Prof. Carlos Vailatti
CONTEXTO HISTÓRICO
Precauções
Até mesmo os novos leitores da Bíblia já ouviram a advertência para ler a Bíblia
“em seu contexto” e não tomar as passagens de uma forma isolada. Muitos, porém,
entendem por contexto apenas o literário e, então, esquecem de ler a Bíblia em seu
contexto histórico, isto é, o período no qual foi escrita e a respeito do qual ela narra.
Uma das causas é o equívoco de considerar a Bíblia um livro eterno. A Bíblia só
é um livro eterno no sentido de ter impacto sobre todas as gerações. Os livros da Bíblia
também são culturalmente determinados. Eles foram escritos por pessoas na
Antiguidade, dentro de um idioma e cultura, e com convenções literárias por elas
compreendidas.
Como leitores modernos, estamos distanciados dos eventos que motivaram a
escrita dos livros. Assim, embora a autoridade da Bíblia convirja sobre o texto, e não
sobre os eventos que narra, ainda assim é de extrema importância ler a Bíblia à luz do
período no qual ela se origina.
Dessa forma, os livros da Bíblia têm o cuidado de sinalizar a época à qual se
relacionam. Nem todos os livros podem ser datados com precisão, mas, com raras
exceções, cada um deles informa ao leitor o seu tempo de composição e descreve
eventos de caráter histórico.
Embora a ignorância do contexto histórico da Bíblia ameace uma compreensão
correta da Bíblia, um segundo e fundamental perigo confronta o leitor. Trata-se do
perigo da imposição de valores contemporâneos, ocidentais, sobre os escritos históricos
do Antigo Testamento.
É assim de grande importância que não somente definamos o valor da
abordagem histórica para o Antigo Testamento, mas também exploremos a natureza da
historiografia do Antigo Testamento. (p.19).
[...]
A história e o sobrenatural
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o relato de Bate-Seba, realçando assim os pecados de Davi. Por outro lado, Crônicas
focaliza apenas Judá, minimiza os pecados dos reis e faz perguntas a respeito da
continuidade histórica de Judá com o passado. Também há um a ênfase nos registros
relativos ao templo. Uma vez descoberto que o período de composição dessa obra
histórica situa-se na época da restauração, percebemos que o seu princípio de
seletividade é dirigido através de perguntas diferentes: “O que faremos agora que
retornamos à terra?” e “qual é a nossa conexão com o Israel do passado?”.
Ênfase. Essa característica está estreitamente conectada com a anterior. Nem
todos os atos de Deus, nem cada coisa que ocorreu a Israel foram igualmente
importantes para os historiadores bíblicos. Alguns eventos foram mais enfatizados do
que outros. Assim, a ênfase em geral apoia a intenção do livro, de forma semelhante ao
princípio de seletividade. Por exemplo, a ênfase dada ao templo em Crônicas, em
contraste com Samuel-Reis, surge ao menos em parte por causa da reconstrução do
templo, que ocorria naquela ocasião. Assim, por meio do uso da ênfase e de analogias
com o passado, o cronista mostra a continuidade entre o povo de Deus ao término do
período do Antigo Testamento e o do tempo de Moisés e Davi.
Mas, às vezes, a ênfase serve a outros e mais didáticos propósitos. Das muitas
cidades que foram assoladas na época da conquista, duas se sobressaem na narrativa
em termos de ênfase: Jericó e Ai. Elas são enfatizadas por serem as primeiras, mas
também porque são um paradigma do modo adequado de empreender-se uma guerra
santa. A lição de Jericó (Js 6) é que a obediência ao Senhor resulta em vitória militar,
enquanto a lição de Ai (Js 7) é que a desobediência, até mesmo de um único indivíduo,
reduzirá a conquista à estagnação.
Ordem. Na maior parte, a história bíblica segue mais ou menos a ordem
cronológica. Em geral, ela relata a história de Israel sob os reinados de seus vários
monarcas. Entretanto, a cronologia não é uma camisa-de-força, como pode ser
observado em vários lugares da narrativa. Ocasionalmente, outros interesses, por vezes
temáticos, têm precedência.
Por exemplo, 1 Samuel 16.14-23 reporta os primeiros serviços de Davi prestados
a Saul como músico, cujo talento acalmava a atormentada alma de Saul. O capítulo
posterior mostra Davi num segundo momento como o vencedor de Golias. O problema
com esta história é que, quando Davi é apresentado a Saul, o rei não o reconhece (17.58),
o que seria estranho se ele já tivesse servido na corte de Saul antes, em algum outro
período. Uma explicação provável dessa anomalia é que o texto não está interessado em
informar cronologicamente, mas antes pretende uma introdução temática dupla a
respeito de Davi, como um jovem que já manifestava os dons que lhe dariam renome
como o suave salmista de Israel, assim como também o poderoso guerreiro do Senhor.
Aplicação. Já comentamos que os historiadores bíblicos não fazem nenhum
esforço para serem imparciais. Eles não eram como os modernos historicistas que
buscam os fatos brutos da história. Ao contrário, eles eram profetas que mediavam a
Palavra de Deus para o seu povo. Eles foram os veículos da interpretação de Deus em
relação aos próprios atos divinos.
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Na realidade, não seria errado visualizar os historiadores de Israel como
pregadores. Seus sermões são os eventos. Eles os aplicam com zelo para a congregação
de Israel. Esses textos são uma integração maravilhosa de história, literatura,
moralidade e teologia. (pp.21-23).
Perguntas
1.Em que sentido os autores dizem que é um “equívoco considerar a Bíblia um livro
eterno”? Explique.
Os escritores biblicos, tem como idéia de que em um certo momento a biblia nã o terá mais a
sua importate funcionalidade como a tem neste momento, olhando no contexto eterno, tera fim
a sua ultilizaçã o, pois o céu e terra será a mesma grei, na eternidade com Cristo nã o teremos
mais a sua utilizaçã o como no tempo em que estamos, analisando com este ponto de vista, sim
concordo com os autores.
2.Qual é o segundo e fundamental perigo que ameaça o leitor da Bíblia? Por que essa
advertência feita pelos autores é importante? Explique.
4.Segundo os autores, a história bíblica foi escrita de forma “seletiva”. Você concorda com
essa declaração? Essa afirmação não é perigosa? Explique.
A historia biblica não foi somente escrita pela forma seletiva, há mais conceitos de
interpretações inclusas no estudo, porem, é perigoso quanto a forma mencionada. Pois o
historiador pode privarse de conceitos importantes da uma civilização e focar em um
conteudo histórico de somente um povo, privarse de mencionar milagres hora realizados por
Deus, e permanecer somente em fatos cientificos e históricos somente de um povo.
O Fato de não mencionar eleições, ou um grupo seletivo de pessoas que buscam eleger
algum representante, a biblia não se ausenta em informações sobre homens governando
terras e povos, temos o exemplo de melquesideque em Genesis 14. Mas fato é que,
devemos ter representantes da mesma categoria que os exemplos biblicos nos
aconselha, homens que presam pela familia, pela Liberdade religiosa, pelo carater e
integridade e pela adoração livre e democratica ao nosso Deus. E quanto ao cenário
geopolitico , podemos observar a destruição destes conceitos empregados ao povo,
“Quando os justos governam, o povo se alegra; quando os perversos estão no poder, o
povo geme”. Provérbios 29:2 NVT