IN CG 002 17 - Regula CD, CJ e Sindicância
IN CG 002 17 - Regula CD, CJ e Sindicância
IN CG 002 17 - Regula CD, CJ e Sindicância
/SDS
CAPÍTULO I
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR (PADM)
Art. 1º. A presente INSTRUÇÃO NORMATIVA dispõe sobre normas gerais procedimentais a
serem adotadas nos Processos Administrativos Disciplinares Militares (PADM), especificamente as
espécies Conselho de Justificação (CJ), Conselho de Disciplina (CD), procedidos no âmbito da
Corregedoria Geral da SDS/PE, e o Processo de Licenciamento Ex officio a Bem da Disciplina (PL)
e a Sindicância Militar, procedidos no âmbito da Corregedoria Geral da SDS/PE e nos órgãos
operativos da SDS/PE, para apurar a responsabilidade administrativo-disciplinar dos militares do
Estado de Pernambuco submetidos à Lei Estadual nº 11.929, de 02 de janeiro de 2001, alterada pela
Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010, e pela Lei Complementar nº 296, de 12 de
fevereiro de 2015, sem prejuízo das demais normas aplicáveis à matéria.
§ 1º O Capítulo I desta INSTRUÇÃO NORMATIVA aplica-se exclusivamente aos Conselho de
Justificação, Conselho de Disciplina e ao Processo de Licenciamento Ex officio a Bem da
Disciplina.
§ 2º O Capítulo II desta INSTRUÇÃO NORMATIVA aplica-se exclusivamente às Sindicâncias
Militares.
Art. 4º. Se no curso da PADM surgirem fatos novos relevantes conexos aos da apuração, devem,
em princípio, ser apurados no próprio procedimento ou, considerando o andamento do processo, sua
razoável duração e com vista a se evitar tumulto processual, extraídas cópias para a instauração de
novo processo por deliberação da autoridade competente.
§ 1º.A deliberação de que os fatos novos conexos devem ser apurados no mesmo procedimento cabe
à Comissão Processante do CJ e do CD, e ao Oficial estadual encarregado do PL, e será certificada
nos autos, sendo informada ao imputado na primeira audiência seguinte à deliberação.
§ 2º Cabe à Autoridade instauradora, após a provocação da Comissão Processante do CJ e do CD,
ou do Oficial estadual encarregado do PL, a deliberação de que os fatos novos conexos devem ser
apurados por meio de novo PADM, considerando a conveniência processual, bem como o estágio
da apuração.
§ 3º Das decisões previstas nos §§ 1º e 2º não cabe recurso.
Art. 6º. Nos autos do CJ, CD e PL, sempre que o imputado não for localizado para a citação, a
Comissão Processante do CJ e do CD ou Oficial estadual encarregado do PL, conforme o caso,
deverá adotar as seguintes providências:
I – a citação será feita por publicação no Boletim Geral da SDS, contendo o que dispõe o art. 5º,
incisos I e II, desta Instrução Normativa e os dados relativos ao ato processual a que deva se fazer
presente o imputado, indicando local, data e horário, o que mais couber.
II - publicada a citação em Boletim Geral da SDS e não havendo o comparecimento do imputado na
data determinada, deverá a Comissão Processante do CJ ou do CD, ou o Oficial estadual
encarregado do PL, certificar nos autos a revelia, prosseguindo com a instrução, sendo
desnecessária sua intimação para os demais atos processuais.
III - Quando o militar estadual for declarado revel, a defesa será realizada por defensor dativo
constante em listagem previamente publicada na respectiva Corporação Militar Estadual, com
superioridade hierárquica ao imputado e nomeado de imediato pelo Presidente da Comissão ou pelo
Oficial encarrego do PL, conforme ocaso.
IV - Na hipótese de ser designado defensor dativo e no curso do processo apresentar-se o imputado
revel, acompanha-lo-á no estágio em que o CJ, CD ou PL se encontrar, podendo conservar o
defensor, substituí-lo ou realizar a autodefesa, certificando-se o fato nos autos.
V - Havendo mais de um imputado, sendo apenas um deles revel, quando da citação, o prazo deste
para apresentação da defesa será contado a partir da investidura do defensor dativo.
VI - No caso do militar estadual da ativa não ter sido localizado para ser citado ou intimado, deverá
a Unidade Militar respectiva cumprir as providências quanto à Instrução Provisória de Deserção
(IPD), cabendo à Corregedoria Geral a fiscalização em relação ao fiel cumprimento da providência
pelo Comando da OME.
Art. 8º. As cópias dos documentos, apresentadas para juntada, poderão ser autenticadas pela
Comissão Processante, ou pelo Oficial encarregado do PL, conforme o caso, que certificará nos
autos, desde que apresentados os originais. Parágrafo único. Quando houver dúvida sobre a
autenticidade dos documentos, a Comissão Processante ou o Oficial encarregado do PL exigirá o
reconhecimento de firma ou autenticação do documento apresentado para juntada aos autos.
Art. 9º. Visando à coleta de provas, a Comissão Processante ou o Oficial encarregado do PL poderá
solicitar, por qualquer meio idôneo de comunicação, diligência dirigida aos Órgãos públicos
competentes.
Art. 11. A qualificação e o interrogatório do imputado, não havendo diligência pendente, serão
realizados após a inquirição da última testemunha de defesa.
Art. 13. Para fins da presente Instrução Normativa, os prazos serão contados excluindo-se o dia do
início e incluindo-se o do vencimento.
§ 1º Os prazos iniciam e vencem em dia e hora de expediente útil do Órgão instaurador.
§ 2º Na contagem dos prazos em dias, computar-se-ão somente os dias úteis.
Art. 15. Recebidos os autos, a autoridade competente dará solução ao processo ou determinará que
sejam feitas diligências complementares, fixando prazo de até 20 (vinte) dias, o qual poderá ser
prorrogado, mediante decisão fundamentada, pelo prazo necessário à efetivação das diligências.
§ 1º Caso sejam determinadas diligências complementares, o imputado deverá ser intimado para, se
desejar, acompanhá- las ou oferecer perguntas no caso de perícia ou diligências realizadas fora da
sede, por precatória ou videoconferência.
§ 2º Findas as diligências complementares, será o imputado intimado para, se desejar, apresentar as
alegações finais complementares, no prazo de 02 (dois) dias, contados a partir da intimação.
§ 3º Findo o prazo do parágrafo anterior, recebidas ou não as alegações finais complementares, a
Comissão processante ou o Oficial encarregado do PL deverá elaborar o respectivo relatório
complementar e remeter os autos à autoridade competente, que dará solução ao processo.
Art. 16. Os relatórios a que se referem os artigos anteriores serão estruturados na forma seguinte:
I – Exposição do fato: fase inicial do relatório onde a Comissão processante, ou o Oficial
encarregado do PL, procede à identificação (qualificação) do imputado, faz uma sucinta descrição
do fato objeto da apuração e os demais fatos que eventualmente forem revelados durante a instrução
processual, apresenta síntese dos argumentos da defesa, bem como o registro das diligências
realizadas e das principais ocorrências havidas no andamento do processo, a exemplo do pedido de
perícias e eventuais incidentes processuais;
II – Fundamentação: fase onde a Comissão processante, ou o Oficial encarregado do PL, analisa as
provas dos autos, frente às teses apresentadas pela defesa, trata das questões preliminares trazidas
aos autos e depois as questões que envolvam o mérito da causa, discorre sobre o grau de
reprovabilidade da conduta do imputado em relação aos bens jurídicos tutelados pelas normas que
esteja vinculado, ou mesmo a sua isenção acerca dos fatos, pronuncia-se acerca de eventuais
registros disciplinares constantes na ficha funcional do imputado, e sobre eventuais danos ao erário,
registrando o quantum, identifica os responsáveis, suscita a necessidade de comunicação à
autoridade competente e/ou à PGE, aponta os dispositivos legais pertinentes e de forma lógico-
jurídica busca mostrar seu convencimento bem como as razões de fato e de direito que
fundamentam o relatório.
III – Conclusão: é fase do relatório em que a Comissão processante, ou o Oficial encarregado do
PL, emite sua opinião no sentido de acolher ou rejeitar o pedido formulado pela defesa do
imputado, sugere a aplicação de sanção disciplinar por restar provado, no todo ou em parte, as
imputações que lhes foram feitas, quando for o caso manifesta-se acerca da conveniência ou não da
permanência do imputado na instituição militar estadual a que pertença, indica o dispositivo
infringido, as causas agravantes e atenuantes, a natureza e o quantum da pena, e quanto houver
indícios de crime suscita a remessa de cópia dos autos ao Ministério Público, na forma de notitia
criminis, sugere a instauração de inquérito policial, ou o arquivamento do feito por falta ou
insuficiência de provas.
Art. 17. Quando houver voto divergente de integrante da Comissão Processante, deverá este ser
apresentado em separado e juntado ao relatório
Art. 18. Em qualquer caso, quando o relatório fizer menção a documentos ou às declarações que
integram o conjunto probatório, deverá ser mencionado o número da folha do caderno processual
onde se encontre, bem como o tempo exato quando se tratar de videoaudiência, sem prejuízo de
breves transcrições necessárias ao esclarecimento do parecer da Comissão.
Art. 19. Não resulta em nulidade eventual ausência de algum dos requisitos antes mencionados no
artigo 16 deste Provimento, sem prejuízo da possibilidade dos integrantes da Comissão Processante,
ou do Oficial encarregado do PL, responderem pelo eventual prejuízo que derem causa.
CAPÍTULO II
SINDICÂNCIA MILITAR
Seção I
Da Finalidade e da Competência
Art. 20 A presente Instrução Normativa, a partir deste artigo, possui a finalidade de regular,
padronizar e orientar os procedimentos para elaboração de Sindicâncias Administrativas
Disciplinares Militares (SAD), instauradas no âmbito da Corregedoria Geral e dos Órgãos
operativos da SDS/PE, as quais visam à apuração da responsabilidade administrativo disciplinar dos
militares estaduais submetidos à Lei nº 11.929, de 02 de janeiro de 2001, e suas alterações.
Art. 23 A SAD, espécie do gênero Processo Administrativo Disciplinar (PAD), de natureza militar, é
o processo formal de rito sumário com possibilidade de aplicação de pena disciplinar militar, é
conduzida por 01 (um) Militar estadual, da ativa, com prazo de 30 dias para sua instrução,
prorrogável por até igual período, cuja finalidade é a apuração das infrações disciplinares militares e
sua autoria, desde que o fato não seja grave de modo a suscitar a instauração de Conselho de
Justificação, o Conselho de Disciplina ou o Processo de Licenciamento ex officio a Bem da
Disciplina, conforme o caso.
§ 1º Poderá resultar da SAD, para os militares estaduais, em arquivamento, aplicação das sanções
previstas na Lei Estadual nº 11.817/2000 ou instauração de Conselho de Justificação (CJ), Conselho
de Disciplina (CD) ou Processo de Licenciamento ex officio a Bem da Disciplina (PL), conforme o
caso concreto.
§ 2º Processar-se-ão por meio de Investigação Preliminar (IP), conforme PROVIMENTO
CORREICIONAL – Cor.Ger.nº 002, de 26 de maio de 2015, publicado no BG/SDS 097, de 27 de
maio de 2015, os fatos que não possuam a identificação do possível autor, bem com as denúncias
apócrifas, no intuito de avaliar a plausibilidade dos fatos e possíveis autores, com vistas à
instauração de Sindicância militar ou PADM de rito ordinário, quais sejam CJ, CD ou PL. Art. 24 É
competente para instaurar Sindicância e designar autoridade Sindicante, o Corregedor Geral da
SDS/PE, conforme previsão na Lei Estadual nº 11.929/2001, e as autoridades previstas no art. 10,
da Lei Estadual nº 11.817, de 24 de julho de 2000.
Seção II
Da Sindicância Militar
Art. 25 Determinada a instauração da Sindicância pela autoridade competente, caberá àquele militar
designado a atuar como Sindicante, após a distribuição do expediente, elaborar a minuta da portaria
instauradora para publicação em Boletim Geral da SDS/PE, a qual deverá conter os dados exigidos
no SIGPAD e, dentre outros, a menção do documento que deu origem à Sindicância e os dados do
militar Sindicado, sem prejuízo da apuração de tudo quanto mais for revelado durante a instrução
processual.
§ 1º A portaria instauradora poderá ser publicada no Boletim da Corporação Militar Estadual, desde
que a autoridade instauradora militar alimente os dados exigidos no SIGPAD.
§ 2º A autoridade Sindicante será Oficial, Aspirante a Oficial, Subtenente ou Sargento com Curso de
Aperfeiçoamento de Sargento (CAS), respeitada, em todo caso, a precedência hierárquica em
relação ao Sindicado.
§ 3º Após a instauração, a SAD será distribuída ao Sindicante.
Art. 27. As cópias dos documentos, apresentadas para juntada, poderão ser autenticadas pelo
Sindicante, que certificará nos autos, desde que apresentados os originais.
Parágrafo único. Quando houver dúvida sobre a autenticidade dos documentos, o Sindicante exigirá
o reconhecimento de firma ou autenticação de documento apresentado para juntada aos autos.
Art. 28. A citação do Sindicado deverá ser realizada diretamente ao militar, ou por meio de ofício
dirigido à chefia imediata do Sindicado.
Art. 30. A observância dos procedimentos estabelecidos nesta INSTRUÇÃO NORMATIVA não
obsta a adoção de outras medidas necessárias, determinadas pela autoridade competente, visando à
realização de diligências para esclarecimento do fato ou a renovação de atos que tenham sido
realizados sem obedecer ao contraditório e a ampla defesa.
Art. 31. O Sindicado ou seu defensor tem o direito de requerer, fundamentadamente, quando
necessário ao exercício do direito de defesa, a reinquirição de testemunhas, a realização de perícias,
a juntada de documentos novos pertinentes ao fato objeto da apuração, apresentação de quesitos em
carta precatória ou perícia, desde que não se configurem procrastinatórias ou afrontem normas
legais vigentes, obtenção de cópias dos autos, facultado o fornecimento digital, às expensas do
requerente.
§1º A autoridade Sindicante poderá indeferir, mediante decisão fundamentada, pedido do Sindicado
quando o seu objeto for impertinente, desnecessário, protelatório ou de nenhum interesse para o
esclarecimento dos fatos.
§2º O ato que dispensar a testemunha, devidamente intimada, deve ser registrada nos autos.
§3º É facultado ao Sindicado realizar a autodefesa, bem como, em qualquer fase da Sindicância,
constituir defensor para promover defesa técnica.
§4º Se o Sindicado não promover a autodefesa, nem constituir defensor, a autoridade Sindicante
nomeará defensor dativo, dentre os listados em relação publicada pelo respectivo Comando Geral
da Corporação Militar Estadual.
§5º Quando o Sindicado, regularmente intimado, deixar de apresentar as alegações finais, a
autoridade Sindicante procederá de acordo com a norma prevista no §4º do art. 31, desta
INSTRUÇÃO NORMATIVA, conforme o caso, a fim de que o defensor dativo as apresente.
Art. 32. É vedado ao Sindicado e ao seu defensor, durante as oitivas, interferir nas perguntas e
respostas, podendo, ao final da inquirição, fazer as perguntas de seu interesse por intermédio da
autoridade Sindicante.
Parágrafo único. O defensor dativo que negligenciar ou deixar de realizar atos processuais para os
quais foi nomeado, responderá por sua ação ou omissão.
Art. 33. Salvo diligências pendentes, após a ouvida da última testemunha de defesa, será o
Sindicado qualificado e interrogado.
Art. 35. Se no curso da Sindicância surgirem fatos novos relevantes conexos aos da apuração,
devem, em princípio, ser apurados na própria Sindicância ou, considerando o andamento do
processo, sua razoável duração e com vista a se evitar tumulto processual, extraídas cópias para a
instauração de novo processo por deliberação da autoridade competente.
§1º. A deliberação de que os fatos novos devam ser apurados no mesmo procedimento cabe à
autoridade Sindicante, e será certificada nos autos, sendo informada ao Sindicado na primeira
audiência seguinte desta ao imputado na primeira audiência seguinte à deliberação.
§ 2º Cabe à Autoridade instauradora, após a provocação do Sindicante, a deliberação de que os fatos
novos conexos devem ser apurados por meio de nova Sindicância, considerando a conveniência
processual, bem como o estágio da apuração.
§ 3º Das decisões previstas nos §§ 1º e 2º não cabe recurso.
Seção III
Dos Prazos
Art. 36. Os prazos destinados à Sindicância serão contados excluindo-se o dia do início e incluindo-
se o do vencimento.
§1º Os prazos iniciam e vencem em dia e hora de expediente útil do órgão instaurador.
§2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
Art. 37. A contagem do prazo a que se refere o art. 23 se inicia no primeiro dia útil após a
publicação da Portaria.
Art. 38. A concessão ou não da prorrogação do prazo para conclusão da Sindicância deverá ser feita
por meio de despacho nos autos pela autoridade competente, restando convalidados os atos
eventualmente praticados no intervalo entre a solicitação e a concessão.
Parágrafo único. O pedido de prorrogação do prazo para conclusão da Sindicância deverá ser
formalizado o Sindicante, perante a autoridade competente, 02 (dois) dias antes de findar o prazo
previsto no art. 23 desta INSTRUÇÃO NORMATIVA.
Seção IV
Das Comunicações e Solução
Art. 39. O Sindicado deverá ser citado para integrar a relação processual, podendo acessar os autos
para tomar conhecimento das imputações em seu desfavor.
§1º - As demais comunicações para que o Sindicado compareça a qualquer ato administrativo
processual ou tome conhecimento de despacho e/ou diligências futuras do Sindicante são
denominadas intimações.
§2º - As intimações para que o Sindicado compareça a qualquer ato administrativo processual ou
tome conhecimento de despacho e/ou diligências futuras do Sindicante, para, se desejar,
acompanhá-la ou requerer o que julgar de direito, deverão ser deliberadas, efetivadas e registradas
no termo da audiência anterior.
§3º - Excepciona-se da regra do parágrafo anterior as diligências cujos meios ainda não foram
disponibilizados ou necessitem de aprovação superior de forma a impedir o Sindicante de deliberar
em audiência.
Art. 40. Após o seu interrogatório o Sindicado será intimado, na própria audiência, para no prazo de
05 (cinco) dias oferecer alegações finais.
§1º Após receber as alegações finais o Sindicante confeccionará o relatório e mediante despacho
remeterá os autos à autoridade competente.
§2º Na hipótese de ausência injustificada do Sindicado na audiência de interrogatório, mas presente
seu defensor, deverá a autoridade Sindicante notificar o defensor acerca da abertura de prazo para
alegações finais, bem como que, em sua inércia, será nomeado defensor dativo para em seu lugar
apresentá-las.
Art. 41. Recebidos os autos, a autoridade competente dará solução à Sindicância ou determinará que
sejam feitas diligências complementares, fixando prazo de até 20 (vinte) dias, o qual poderá ser
prorrogado, mediante decisão fundamentada, pelo prazo necessário à efetivação das citadas
diligências.
§1º Caso sejam determinadas diligências complementares, o Sindicado deverá ser intimado para, se
desejar, acompanhá- las.
§2º Concluídas as diligências complementares será o Sindicado intimado para, se desejar,
apresentar, no prazo de 02 (dois) dias, alegações finais complementares.
§3º Findo o prazo do parágrafo anterior, recebidas ou não as alegações finais complementares, a
autoridade Sindicante deverá elaborar o respectivo relatório complementar e, mediante despacho,
remeterá os autos à autoridade competente.
Seção V
Da Revelia
Art. 42. Nos autos da Sindicância, sempre que o Sindicado não for localizado ou deixar de atender à
intimação para comparecer perante a autoridade Sindicante, essa deverá adotar as seguintes
providências:
I - a citação será feita por publicação no Boletim Geral da SDS/PE, e/ou no Boletim Interno da
Unidade Militar Estadual, conforme o caso, contendo o teor do ato instaurador e os dados relativos
ao ato processual a que deve comparecer o Sindicado;
II - publicada a citação no Boletim Geral da SDS/PE, e/ou no Boletim Interno da Unidade Militar
Estadual, conforme o caso, a contar da data da publicação, deverá a autoridade Sindicante declarar
nos autos tal circunstância, correndo o processo à revelia do Sindicado, sendo desnecessária sua
intimação para os demais atos processuais.
Art. 43. A Sindicância correrá também à revelia do Sindicado quando este não atender às regulares e
posteriores intimações, podendo esta ser suprida pelo seu comparecimento ou de seu defensor.
Art. 44. Declarada nos autos a revelia, caberá à autoridade Sindicante adotar a providência prevista
no art. 31, §4º, desta INSTRUÇÃO NORMATIVA.
Art. 45. Reaparecendo, o revel poderá intervir no processoem qualquer fase, recebendo-o no estado
em que se encontre.
Seção VI
Das Provas
Art. 48. A testemunha prestará, na forma da lei, o compromisso de dizer a verdade sobre o que
souber e lhe for perguntado acerca do fato apurado na Sindicância.
§1º. Ao comparecerem para depor, a testemunha e o ofendido serão devidamente qualificados e
inquiridos se são amigos ou inimigos, ou mesmo parentes, de alguma das partes e, neste último
caso, qual o grau de parentesco.
§2º Não prestarão o compromisso de que trata o caput deste artigo os doentes e deficientes mentais,
os menores de 14 (quatorze) anos, nem os ascendentes, os descendentes, o afim em linha reta, o
cônjuge ou companheiro, ainda que separado de fato, judicial ou consensualmente, e os irmãos do
Sindicado, bem como pessoa que, com ele, tenha vínculo de adoção.
§3º As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que uma não conheça o teor do
depoimento da outra antes da respectiva oitiva.
§4º O depoimento da testemunha será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-
lo por escrito, entretanto, poderá ser permitida, pelo Sindicante, breve consulta a apontamentos.
Art. 49. Não são obrigadas a depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, e quiserem dar o
seu testemunho.
Art. 51. Constará na mensagem eletrônica da precatória, pedido de inquirição, a cópia da Portaria
instauradora, as peças pertinentes, a relação das perguntas a serem feitas ao inquirido e a solicitação
a autoridade deprecada para dar tratamento de urgência à realização da precatória.
Art. 52. Se a pessoa ouvida for analfabeta ou não souber assinar o termo de inquirição, o Sindicante
deve indicar alguém para assinar a seu rogo, na presença de duas testemunhas. Parágrafo único.
Indicada a pessoa de que trata o caput deste artigo, a autoridade Sindicante fará a leitura do termo
na presença daqueles e de uma testemunha de leitura, devendo o fato ser registrado e por todos
assinado.
Seção VII
Do Relatório
Art. 53. Apresentadas as alegações finais de defesa, o Sindicante deverá elaborar relatório
conclusivo, de caráter opinativo e, mediante despacho remeter os autos à autoridade competente.
Art. 55. Não resulta em nulidade a eventual ausência de algum dos requisitos mencionados no art.
54 desta INSTRUÇÃO NORMATIVA, independente da possibilidade de o Sindicante responder
pelo eventual prejuízo a que deu causa.
Art. 56. Em qualquer caso, quando o relatório fizer menção a documentos ou a declarações que
integrem o conjunto probatório, deverá ser mencionado o número da folha do caderno processual
onde se encontre, ou tempo da gravação da videoaudiência ou videoconferência, sem prejuízo de
breves transcrições necessárias ao esclarecimento do relatório do Sindicante.
Art. 57. Esta INSTRUÇÃO NORMATIVA aplica-se, a partir da sua publicação, a todas as
Sindicâncias Acusatórias em curso na Corregedoria Geral e nos órgãos operativos da SDS/PE, sem
prejuízo dos atos processuais já praticados.
Art. 59. Se, no curso da Sindicância, for detectada a participação de outro militar estadual, a
autoridade Sindicante, de ofício, deverá provocar a autoridade competente com vistas ao aditamento
da Portaria, a fim de incluí-lo no apuratório.
Art. 60. Solucionada a Sindicância pela autoridade competente, deverá a síntese da decisão
alimentar o Sistema Integrado de Gestão dos Processos Administrativos Disciplinares (SIGPAD), e
sê-la integralmente digitalizada em formato pdf e arquivada em servidor próprio do órgão ou
repartição que a promoveu.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 61. A presente INSTRUÇÃO NORMATIVA, a partir da data da sua publicação, aplica-se ao
Conselho de Justificação, Conselho de Disciplina, Processo de Licenciamento Ex officio a Bem da
Disciplina e às Sindicâncias Militares, em curso na Corregedoria Geral e nos órgãos operativos da
SDS, respeitados os atos processuais já praticados.
Art. 62. Aplica-se, no que couber, o Código de Processo Penal Militar, e subsidiariamente o Código
de Processo Penal, o Código de Processo Civil e os dispositivos da Lei Estadual nº 11.781, de 06 de
junho de 2000.
Art. 63. Os casos omissos serão analisados e decididos pela Corregedora Geral da SDS.
Art. 64. Esta INSTRUÇÃO NORMATIVA entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 65. Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Instrução Normativa nº
01/2016/Cor.Ger./SDS, e a Instrução Normativa nº 02/2016/Cor.Ger./SDS.