IN CG 002 17 - Regula CD, CJ e Sindicância

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 14

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 02/2017/Cor.Ger.

/SDS

EMENTA: DISPÕE SOBRE NORMAS GERAIS


PROCEDIMENTAIS A SEREM ADOTADAS NO
CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO (CJ), CONSELHO DE
DISCIPLINA (CD), PROCESSO DE LICENCIAMENTO EX
OFFICIO A BEM DA DISCIPLINA (PL), E NA
SINDICÂNCIA MILITAR ACUSATÓRIA, QUE SÃO
ESPÉCIES DO GÊNERO PROCESSO ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR MILITAR (PADM), INSTAURADOS NO
ÂMBITO DA CORREGEDORIA GERAL DA SDS/PE E,
CONFORME O CASO, NAS CORPORAÇÕES MILITARES
ESTADUAIS, APLICÁVEIS AOS MILITARES DO ESTADO
DE PERNAMBUCO SUBMETIDOS À LEI Nº 11.929, DE 02
DE JANEIRO DE 2001, ALTERADA PELA LEI
COMPLEMENTAR Nº 158, DE 26 DE MARÇO DE 2010 E
PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 296, DE 12 DE
FEVEREIRO DE 2015.

A CORREGEDORA GERAL DA SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL DE PERNAMBUCO, no


uso da atribuição que lhe confere o art. 2º, inciso XI, da Lei n. 11.929, de 2 de janeiro de 2001;
CONSIDERANDO que o art. 1º da Lei nº 11.929, de 02 de janeiro de 2001, estabeleceu a
Corregedoria Geral da SDS como Órgão superior de controle disciplinar interno dos demais órgãos
e agentes a esta vinculados;
CONSIDERANDO que a Administração Pública deve obediência aos princípios constitucionais,
tais como legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, indisponibilidade e supremacia do interesse público,
publicidade, eficiência e economia processual, bem como a razoável duração do processo;
CONSIDERANDO a competência de a Administração Pública impor modelos de comportamentos
a seus agentes com o fim de manter a regularidade, em sua estrutura interna, na execução e
prestação dos serviços públicos;
CONSIDERANDO a importância da sistematização e regulamentação das normas procedimentais
com vista a aperfeiçoar a prestação dos serviços deste Órgão Correicional à sociedade;
CONSIDERANDO a inafastável necessidade de a Administração Pública buscar prevenir
ostensivamente a ocorrência de ilícito disciplinar e, caso configurado, reprimir a conduta irregular
por meio de Processos Administrativos Disciplinares Militares, especificamente através do
Conselho de Justificação, do Conselho de Disciplina e do Processo de Licenciamento Ex officio a
Bem da Disciplina;
CONSIDERANDO a necessidade de padronizar, também, as normas relativas à Sindicância
Disciplinar Acusatória aplicável aos Militares Estaduais vinculados à SDS/PE, a fim de tornar sua
instrução ágil, eficiente, econômica e garantista;
CONSIDERANDO a necessidade de realizar-se a prática processual fundada no Princípio do
Informalismo Moderado que dispensa formas rígidas, mantendo apenas as compatíveis com a
certeza e a segurança dos atos praticados, e desde que não cause comprovado prejuízo ao
processado;
CONSIDERANDO as regras insculpidas no art. 5º, incisos LIV e LV, no art. 37, caput, da
Constituição Federal de 1988, e com o art. 2º, inciso XI, e art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei Estadual nº
11.929/01, que garantem ao imputado o devido processo legal e a ampla defesa;
CONSIDERANDO que o aperfeiçoamento dos procedimentos dos Processos Administrativos
Disciplinares coaduna-se com as jurisprudências do Supremo Tribunal Federal e do Superior
Tribunal de Justiça visando alcançar o princípio da eficiência;
CONSIDERANDO que a Administração Pública deve obediência aos Princípios Constitucionais,
mormente o da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público, eficiência e economia processual,
bem como a razoável duração do processo;
Ante o exposto, RESOLVE estabelecer a seguinte INSTRUÇÃO NORMATIVA:

CAPÍTULO I
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR (PADM)

Art. 1º. A presente INSTRUÇÃO NORMATIVA dispõe sobre normas gerais procedimentais a
serem adotadas nos Processos Administrativos Disciplinares Militares (PADM), especificamente as
espécies Conselho de Justificação (CJ), Conselho de Disciplina (CD), procedidos no âmbito da
Corregedoria Geral da SDS/PE, e o Processo de Licenciamento Ex officio a Bem da Disciplina (PL)
e a Sindicância Militar, procedidos no âmbito da Corregedoria Geral da SDS/PE e nos órgãos
operativos da SDS/PE, para apurar a responsabilidade administrativo-disciplinar dos militares do
Estado de Pernambuco submetidos à Lei Estadual nº 11.929, de 02 de janeiro de 2001, alterada pela
Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010, e pela Lei Complementar nº 296, de 12 de
fevereiro de 2015, sem prejuízo das demais normas aplicáveis à matéria.
§ 1º O Capítulo I desta INSTRUÇÃO NORMATIVA aplica-se exclusivamente aos Conselho de
Justificação, Conselho de Disciplina e ao Processo de Licenciamento Ex officio a Bem da
Disciplina.
§ 2º O Capítulo II desta INSTRUÇÃO NORMATIVA aplica-se exclusivamente às Sindicâncias
Militares.

Art. 2º. O Conselho de Justificação, o Conselho de Disciplina e o Processo de Licenciamento Ex


officio a Bem da Disciplina, instruídos consoante os princípios do contraditório e da ampla defesa,
uma vez instaurados, deverão ser registrados no Sistema Integrado de Gestão de Processos
Administrativos Disciplinares - SIGPAD, software que visa a armazenar e disponibilizar, de forma
rápida e segura, as informações sobre os procedimentos disciplinares instaurados no âmbito da
Corregedoria Geral e nos órgãos operativos da SDS, doravante de uso obrigatório, disponível na
página da Corregedoria (http://www.sds.pe.gov.br).
§ 1º Os registros a que se refere o caput serão efetuados, no âmbito interno da COGER, pelo
Departamento de Correição, e no âmbito das Corporações, no caso de PL, pelos Comandantes
Gerais ou pelo setor por este indicado ou nas unidades descentralizadas pelos setores determinados
pelos Comandantes, Chefes e Diretores com competência para instaurar o respectivo PADM.
§ 2º A norma do § 1º, do art. 2º, desta INSTRUÇÃO NORMATIVA, também se aplica aos
procedimentos administrativos Inquérito Policial Militar (IPM), ao Auto de Prisão em Flagrante
Delito Militar (APFDM) e à Instrução Provisória de Deserção (IPD).
§ 3º As senhas do SIGPAD serão gerenciadas, quanto ao seu fornecimento, cancelamento e/ou
renovação aos servidores da Corregedoria Geral e dos Órgãos operativos da SDS/PE, pelo
Departamento de Correição, com suporte técnico do Setor de Informática.
§ 4º Caberá ao Departamento de Correição, com suporte técnico do Setor de Informática manter um
banco de dados atualizado quanto aos operadores e ex-operadores do SIGPAD.
§ 5º A senha é impessoal e intransferível sendo responsabilizado na forma da lei e dos normativos
internos, o militar estadual ou servidor civil que proceder ao uso e/ou ao fornecimento indevido de
senha do SIGPAD.

Art. 3º Instaurado o PADM pela Autoridade Competente, caberá à Comissão Processante do CJ e


do CD (Comissão Processante), e ao Oficial estadual encarregado do PL, após a distribuição,
elaborar Notificação Disciplinar, dentre outros, dos imputados, a menção do SIGEPE da
documentação que contém o fato que deu origem ao processo e que deve ser apurado nos autos, sem
prejuízo da apuração de tudo quanto mais for revelado durante a instrução processual.
Parágrafo único. As portarias instauradoras deverão ser publicadas no Boletim Geral da SDS/PE

Art. 4º. Se no curso da PADM surgirem fatos novos relevantes conexos aos da apuração, devem,
em princípio, ser apurados no próprio procedimento ou, considerando o andamento do processo, sua
razoável duração e com vista a se evitar tumulto processual, extraídas cópias para a instauração de
novo processo por deliberação da autoridade competente.
§ 1º.A deliberação de que os fatos novos conexos devem ser apurados no mesmo procedimento cabe
à Comissão Processante do CJ e do CD, e ao Oficial estadual encarregado do PL, e será certificada
nos autos, sendo informada ao imputado na primeira audiência seguinte à deliberação.
§ 2º Cabe à Autoridade instauradora, após a provocação da Comissão Processante do CJ e do CD,
ou do Oficial estadual encarregado do PL, a deliberação de que os fatos novos conexos devem ser
apurados por meio de novo PADM, considerando a conveniência processual, bem como o estágio
da apuração.
§ 3º Das decisões previstas nos §§ 1º e 2º não cabe recurso.

Art. 5º Cabe à Comissão Processante do CJ e do CD, e ao Oficial estadual encarregado do PL,


proceder à citação do imputado, a qual lhe será feita diretamente ou por intermédio de seu chefe,
contendo:
I – cópia da portaria instauradora do processo;
II – a informação de que lhe é facultado, desde a citação, por si ou por seu procurador legalmente
habilitado, acompanhar todos os atos e diligência do processo, fazer a juntada de documentos, ser
intimado previamente dos dias, horários e locais designados para as audiências, poder apresentar
testemunhas e, motivadamente, requerer perícia técnica e a reinquirição de testemunhas, bem como
vistas aos autos, tudo em consonância com as normas processuais pertinentes ao PADM.
III – ciência de que lhe é facultado apresentar defesa prévia, no prazo máximo de 5 (cinco) dias
úteis, contados a partir da data do recebimento da citação.
IV – a notificação disciplinar, na qual contém a acusação em desfavor do militar processado
(imputado), formulada pela Comissão Processante do CJ e do CD, ou pelo Oficial estadual
encarregado do PL, conforme o caso, e tem por fundamento a documentação que deu origem ao
processo administrativo disciplinar militar.
§ 1º - A citação é ato administrativo processual, através do qual o imputado passa a integrar a
relação processual disciplinar, podendo acessar os autos para tomar conhecimento das imputações
em seu desfavor.
§ 2º - As demais comunicações para que o imputado compareça a qualquer ato administrativo
processual ou tome conhecimento de despacho ou diligência realizada do PADM são denominadas
intimações.
§ 3º - As intimações para que o imputado compareça a qualquer ato administrativo processual ou
tome conhecimento de despacho ou diligência realizada pela Comissão deverão ser deliberadas e
registradas no termo da audiência anterior, sempre que possível.
§ 4º - Excepcionam-se da regra do parágrafo anterior as diligências cujos meios ainda não foram
disponibilizados ou necessitem de aprovação superior de forma a impedir a Comissão Processante
do CJ e do CD, e o Oficial estadual encarregado do PL deliberar em audiência.

Art. 6º. Nos autos do CJ, CD e PL, sempre que o imputado não for localizado para a citação, a
Comissão Processante do CJ e do CD ou Oficial estadual encarregado do PL, conforme o caso,
deverá adotar as seguintes providências:
I – a citação será feita por publicação no Boletim Geral da SDS, contendo o que dispõe o art. 5º,
incisos I e II, desta Instrução Normativa e os dados relativos ao ato processual a que deva se fazer
presente o imputado, indicando local, data e horário, o que mais couber.
II - publicada a citação em Boletim Geral da SDS e não havendo o comparecimento do imputado na
data determinada, deverá a Comissão Processante do CJ ou do CD, ou o Oficial estadual
encarregado do PL, certificar nos autos a revelia, prosseguindo com a instrução, sendo
desnecessária sua intimação para os demais atos processuais.
III - Quando o militar estadual for declarado revel, a defesa será realizada por defensor dativo
constante em listagem previamente publicada na respectiva Corporação Militar Estadual, com
superioridade hierárquica ao imputado e nomeado de imediato pelo Presidente da Comissão ou pelo
Oficial encarrego do PL, conforme ocaso.
IV - Na hipótese de ser designado defensor dativo e no curso do processo apresentar-se o imputado
revel, acompanha-lo-á no estágio em que o CJ, CD ou PL se encontrar, podendo conservar o
defensor, substituí-lo ou realizar a autodefesa, certificando-se o fato nos autos.
V - Havendo mais de um imputado, sendo apenas um deles revel, quando da citação, o prazo deste
para apresentação da defesa será contado a partir da investidura do defensor dativo.
VI - No caso do militar estadual da ativa não ter sido localizado para ser citado ou intimado, deverá
a Unidade Militar respectiva cumprir as providências quanto à Instrução Provisória de Deserção
(IPD), cabendo à Corregedoria Geral a fiscalização em relação ao fiel cumprimento da providência
pelo Comando da OME.

Art. 7º. A Comissão Processante do CJ e do CD, e o Oficial estadual encarregado do PL poderão,


respeitado o contraditório e a ampla defesa, reinquirir o imputado e as testemunhas, bem como
realizar quaisquer diligências visando ao esclarecimento do fato em apuração, sem prejuízo da
apuração de tudo quanto for revelando pelos autos durante a instrução, observando-se as normas do
art. 4º desta INSTRUÇÃO NORMATIVA.

Art. 8º. As cópias dos documentos, apresentadas para juntada, poderão ser autenticadas pela
Comissão Processante, ou pelo Oficial encarregado do PL, conforme o caso, que certificará nos
autos, desde que apresentados os originais. Parágrafo único. Quando houver dúvida sobre a
autenticidade dos documentos, a Comissão Processante ou o Oficial encarregado do PL exigirá o
reconhecimento de firma ou autenticação do documento apresentado para juntada aos autos.

Art. 9º. Visando à coleta de provas, a Comissão Processante ou o Oficial encarregado do PL poderá
solicitar, por qualquer meio idôneo de comunicação, diligência dirigida aos Órgãos públicos
competentes.

Art. 10. Na instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das


testemunhas arroladas pela Comissão Processante, ou pelo Oficial encarregado do PL, e as
arroladas pela defesa, preferencialmente nesta ordem, bem como às perícias e/ou aos
esclarecimentos dos peritos, ao reconhecimento de pessoas e coisas e em seguida à qualificação e ao
interrogatório do imputado.
§ 1º No caso de dano à Fazenda Pública, durante a instrução deverá ser individualizado o
responsável e apurado o quantum.
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, ainda que no curso da instrução, ouvidos e individualizados
os responsáveis e apurado o quantum, a Comissão processante, ou o Oficial encarregado do PL,
conforme o caso, deverá encaminhar cópias dos autos à autoridade competente, a fim de deliberar
acerca da cobrança do dano ou restituição do bem e, inviabilizada a cobrança ou a restituição,
caberá remessa à Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Art. 11. A qualificação e o interrogatório do imputado, não havendo diligência pendente, serão
realizados após a inquirição da última testemunha de defesa.

Art. 12. Ao final da audiência de qualificação e interrogatório, no mesmo termo de audiência,


deverá a Comissão processante, ou o Oficial encarregado do PL, intimar o processado para receber
o Despacho de Indiciação e, em decorrência, oferecer as Alegações Finais no prazo máximo de 08
(oito) dias úteis.
Parágrafo único. O Despacho de Indiciação deve conter, circunstanciadamente, os fatos que pesam
em desfavor do imputado, contidos na Notificação Disciplinar, bem como tudo quanto mais foi
revelado nos autos, se houver.

Art. 13. Para fins da presente Instrução Normativa, os prazos serão contados excluindo-se o dia do
início e incluindo-se o do vencimento.
§ 1º Os prazos iniciam e vencem em dia e hora de expediente útil do Órgão instaurador.
§ 2º Na contagem dos prazos em dias, computar-se-ão somente os dias úteis.

Art. 14. Apresentada a defesa, a Comissão processante ou o Oficial encarregado do PL deverá


elaborar relatório conclusivo, de caráter opinativo, e mediante despacho remeter os autos à
autoridade competente.

Art. 15. Recebidos os autos, a autoridade competente dará solução ao processo ou determinará que
sejam feitas diligências complementares, fixando prazo de até 20 (vinte) dias, o qual poderá ser
prorrogado, mediante decisão fundamentada, pelo prazo necessário à efetivação das diligências.
§ 1º Caso sejam determinadas diligências complementares, o imputado deverá ser intimado para, se
desejar, acompanhá- las ou oferecer perguntas no caso de perícia ou diligências realizadas fora da
sede, por precatória ou videoconferência.
§ 2º Findas as diligências complementares, será o imputado intimado para, se desejar, apresentar as
alegações finais complementares, no prazo de 02 (dois) dias, contados a partir da intimação.
§ 3º Findo o prazo do parágrafo anterior, recebidas ou não as alegações finais complementares, a
Comissão processante ou o Oficial encarregado do PL deverá elaborar o respectivo relatório
complementar e remeter os autos à autoridade competente, que dará solução ao processo.

Art. 16. Os relatórios a que se referem os artigos anteriores serão estruturados na forma seguinte:
I – Exposição do fato: fase inicial do relatório onde a Comissão processante, ou o Oficial
encarregado do PL, procede à identificação (qualificação) do imputado, faz uma sucinta descrição
do fato objeto da apuração e os demais fatos que eventualmente forem revelados durante a instrução
processual, apresenta síntese dos argumentos da defesa, bem como o registro das diligências
realizadas e das principais ocorrências havidas no andamento do processo, a exemplo do pedido de
perícias e eventuais incidentes processuais;
II – Fundamentação: fase onde a Comissão processante, ou o Oficial encarregado do PL, analisa as
provas dos autos, frente às teses apresentadas pela defesa, trata das questões preliminares trazidas
aos autos e depois as questões que envolvam o mérito da causa, discorre sobre o grau de
reprovabilidade da conduta do imputado em relação aos bens jurídicos tutelados pelas normas que
esteja vinculado, ou mesmo a sua isenção acerca dos fatos, pronuncia-se acerca de eventuais
registros disciplinares constantes na ficha funcional do imputado, e sobre eventuais danos ao erário,
registrando o quantum, identifica os responsáveis, suscita a necessidade de comunicação à
autoridade competente e/ou à PGE, aponta os dispositivos legais pertinentes e de forma lógico-
jurídica busca mostrar seu convencimento bem como as razões de fato e de direito que
fundamentam o relatório.
III – Conclusão: é fase do relatório em que a Comissão processante, ou o Oficial encarregado do
PL, emite sua opinião no sentido de acolher ou rejeitar o pedido formulado pela defesa do
imputado, sugere a aplicação de sanção disciplinar por restar provado, no todo ou em parte, as
imputações que lhes foram feitas, quando for o caso manifesta-se acerca da conveniência ou não da
permanência do imputado na instituição militar estadual a que pertença, indica o dispositivo
infringido, as causas agravantes e atenuantes, a natureza e o quantum da pena, e quanto houver
indícios de crime suscita a remessa de cópia dos autos ao Ministério Público, na forma de notitia
criminis, sugere a instauração de inquérito policial, ou o arquivamento do feito por falta ou
insuficiência de provas.

Art. 17. Quando houver voto divergente de integrante da Comissão Processante, deverá este ser
apresentado em separado e juntado ao relatório

Art. 18. Em qualquer caso, quando o relatório fizer menção a documentos ou às declarações que
integram o conjunto probatório, deverá ser mencionado o número da folha do caderno processual
onde se encontre, bem como o tempo exato quando se tratar de videoaudiência, sem prejuízo de
breves transcrições necessárias ao esclarecimento do parecer da Comissão.

Art. 19. Não resulta em nulidade eventual ausência de algum dos requisitos antes mencionados no
artigo 16 deste Provimento, sem prejuízo da possibilidade dos integrantes da Comissão Processante,
ou do Oficial encarregado do PL, responderem pelo eventual prejuízo que derem causa.

CAPÍTULO II
SINDICÂNCIA MILITAR
Seção I
Da Finalidade e da Competência

Art. 20 A presente Instrução Normativa, a partir deste artigo, possui a finalidade de regular,
padronizar e orientar os procedimentos para elaboração de Sindicâncias Administrativas
Disciplinares Militares (SAD), instauradas no âmbito da Corregedoria Geral e dos Órgãos
operativos da SDS/PE, as quais visam à apuração da responsabilidade administrativo disciplinar dos
militares estaduais submetidos à Lei nº 11.929, de 02 de janeiro de 2001, e suas alterações.

Art. 21 As Sindicâncias Administrativas Disciplinares Militares são acusatórias e serão processadas


consoante os princípios do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa e de outros
igualmente aplicáveis.

Art. 22 Instaurada a SAD, será devidamente distribuída às autoridades militares Sindicantes, as


quais devem registrá-las no Sistema Integrado de Gestão dos Processos Administrativos
Disciplinares (SIGPAD).

Art. 23 A SAD, espécie do gênero Processo Administrativo Disciplinar (PAD), de natureza militar, é
o processo formal de rito sumário com possibilidade de aplicação de pena disciplinar militar, é
conduzida por 01 (um) Militar estadual, da ativa, com prazo de 30 dias para sua instrução,
prorrogável por até igual período, cuja finalidade é a apuração das infrações disciplinares militares e
sua autoria, desde que o fato não seja grave de modo a suscitar a instauração de Conselho de
Justificação, o Conselho de Disciplina ou o Processo de Licenciamento ex officio a Bem da
Disciplina, conforme o caso.
§ 1º Poderá resultar da SAD, para os militares estaduais, em arquivamento, aplicação das sanções
previstas na Lei Estadual nº 11.817/2000 ou instauração de Conselho de Justificação (CJ), Conselho
de Disciplina (CD) ou Processo de Licenciamento ex officio a Bem da Disciplina (PL), conforme o
caso concreto.
§ 2º Processar-se-ão por meio de Investigação Preliminar (IP), conforme PROVIMENTO
CORREICIONAL – Cor.Ger.nº 002, de 26 de maio de 2015, publicado no BG/SDS 097, de 27 de
maio de 2015, os fatos que não possuam a identificação do possível autor, bem com as denúncias
apócrifas, no intuito de avaliar a plausibilidade dos fatos e possíveis autores, com vistas à
instauração de Sindicância militar ou PADM de rito ordinário, quais sejam CJ, CD ou PL. Art. 24 É
competente para instaurar Sindicância e designar autoridade Sindicante, o Corregedor Geral da
SDS/PE, conforme previsão na Lei Estadual nº 11.929/2001, e as autoridades previstas no art. 10,
da Lei Estadual nº 11.817, de 24 de julho de 2000.

Seção II
Da Sindicância Militar

Art. 25 Determinada a instauração da Sindicância pela autoridade competente, caberá àquele militar
designado a atuar como Sindicante, após a distribuição do expediente, elaborar a minuta da portaria
instauradora para publicação em Boletim Geral da SDS/PE, a qual deverá conter os dados exigidos
no SIGPAD e, dentre outros, a menção do documento que deu origem à Sindicância e os dados do
militar Sindicado, sem prejuízo da apuração de tudo quanto mais for revelado durante a instrução
processual.
§ 1º A portaria instauradora poderá ser publicada no Boletim da Corporação Militar Estadual, desde
que a autoridade instauradora militar alimente os dados exigidos no SIGPAD.
§ 2º A autoridade Sindicante será Oficial, Aspirante a Oficial, Subtenente ou Sargento com Curso de
Aperfeiçoamento de Sargento (CAS), respeitada, em todo caso, a precedência hierárquica em
relação ao Sindicado.
§ 3º Após a instauração, a SAD será distribuída ao Sindicante.

Art. 26 Cabe ainda ao Sindicante:


I – confeccionar a capa da Sindicância com os dados exigidos no SIGPAD.
II – iniciar os autos com a Portaria de instauração e o termo de juntada dos demais documentos
relativos ao fato a ser apurado;
III – nomear, se necessário, escrivão através de termo próprio;
IV – após, promover a citação do Sindicado, devendo nela constar:
a) cópia da Portaria instauradora;
b) informação que o Sindicado poderá indicar, no prazo da defesa prévia, até 03 testemunhas, e do
rol de até 03 testemunhas arroladas pelo Sindicante, das respectivas datas, locais e horários das
audiências, de acompanhar todos os atos processuais, de nomear defensor, de requerer produção ou
juntada de provas e vistas aos autos;
c) ciência de que lhe é facultado apresentar defesa prévia, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis,
contados a partir da data do recebimento da citação; e
d) a notificação disciplinar, na qual contém a acusação em desfavor do militar Sindicado, formulada
pelo Sindicante com fundamento na documentação que deu origem à SAD.
V – realizar as oitivas do ofendido e a inquirição das testemunhas arroladas pelo Sindicante e as
arroladas pela defesa, preferencialmente nesta ordem;
VI – juntar ou determinar ao escrivão, quando houver, a juntada dos documentos recebidos,
excetuando-se aqueles em duplicidade, os quais deverão ser processados em apenso aos autos, em
ordem cronológica de produção e/ou recebimento;
VII – realizar, de ofício ou a pedido, a produção de todas as provas admitidas em direito que
entender pertinentes ao fato em apuração;
VIII – proceder à qualificação e ao interrogatório do Sindicado;
IX – findo interrogatório, intimar o Sindicado, na própria audiência, para no prazo de 05 dias,
apresentar as alegações finais, podendo, se desejar, fazê-las oralmente na própria audiência de
interrogatório;
X – encerrar a apuração com um relatório objetivo de caráter opinativo; e
XI – remeter, mediante despacho, os autos à autoridade competente, a quem caberá a solução.
§1º As folhas dos autos devem ser numeradas e rubricadas pela autoridade Sindicante, ou pelo
escrivão, quando houver, no canto superior direito, sendo contada a capa, mas a numeração será
posta a partir da segunda folha, devendo cada volume conter no máximo 200 folhas.
§2º Quando da intimação mencionada no inciso IX, do art. 26, deste Provimento, o Sindicante, além
dos fatos que motivaram o início do feito, informará ao Sindicado eventuais fatos revelados durante
a instrução processual em seu desfavor, caso não tenha sido, por tais fatos, instaurado um novo
processo.
§ 3º A Notificação Disciplinar, elaborada pelo Sindicante, deverá conter os dados exigidos no
SIGPAD, dentre outros, dos imputados, a menção do SIGEPE da documentação que deu origem ao
processo e a narrativa do fato que deve ser apurado nos autos, sem prejuízo da apuração de tudo
quanto mais for revelado durante a instrução processual.

Art. 27. As cópias dos documentos, apresentadas para juntada, poderão ser autenticadas pelo
Sindicante, que certificará nos autos, desde que apresentados os originais.
Parágrafo único. Quando houver dúvida sobre a autenticidade dos documentos, o Sindicante exigirá
o reconhecimento de firma ou autenticação de documento apresentado para juntada aos autos.

Art. 28. A citação do Sindicado deverá ser realizada diretamente ao militar, ou por meio de ofício
dirigido à chefia imediata do Sindicado.

Art. 29. Identificando o Sindicante, no decorrer do apuratório, indício de autoria e de materialidade


e/ou elementos necessários à comprovação de transgressões disciplinares que ultrapassem os limites
de aplicação de sanções por meio de Sindicância, ou de indícios de infrações penais, deverá, sob
pena de responsabilidade, elaborar relatório sucinto e encaminhá-lo à autoridade competente
visando à análise e deliberação quanto à instauração de Processo Administrativo Disciplinar Militar
de rito ordinário, ou, conforme o caso, suscitar seu encaminhamento à autoridade competente para
fins de instauração de inquérito policial, civil ou militar.

Art. 30. A observância dos procedimentos estabelecidos nesta INSTRUÇÃO NORMATIVA não
obsta a adoção de outras medidas necessárias, determinadas pela autoridade competente, visando à
realização de diligências para esclarecimento do fato ou a renovação de atos que tenham sido
realizados sem obedecer ao contraditório e a ampla defesa.

Art. 31. O Sindicado ou seu defensor tem o direito de requerer, fundamentadamente, quando
necessário ao exercício do direito de defesa, a reinquirição de testemunhas, a realização de perícias,
a juntada de documentos novos pertinentes ao fato objeto da apuração, apresentação de quesitos em
carta precatória ou perícia, desde que não se configurem procrastinatórias ou afrontem normas
legais vigentes, obtenção de cópias dos autos, facultado o fornecimento digital, às expensas do
requerente.
§1º A autoridade Sindicante poderá indeferir, mediante decisão fundamentada, pedido do Sindicado
quando o seu objeto for impertinente, desnecessário, protelatório ou de nenhum interesse para o
esclarecimento dos fatos.
§2º O ato que dispensar a testemunha, devidamente intimada, deve ser registrada nos autos.
§3º É facultado ao Sindicado realizar a autodefesa, bem como, em qualquer fase da Sindicância,
constituir defensor para promover defesa técnica.
§4º Se o Sindicado não promover a autodefesa, nem constituir defensor, a autoridade Sindicante
nomeará defensor dativo, dentre os listados em relação publicada pelo respectivo Comando Geral
da Corporação Militar Estadual.
§5º Quando o Sindicado, regularmente intimado, deixar de apresentar as alegações finais, a
autoridade Sindicante procederá de acordo com a norma prevista no §4º do art. 31, desta
INSTRUÇÃO NORMATIVA, conforme o caso, a fim de que o defensor dativo as apresente.

Art. 32. É vedado ao Sindicado e ao seu defensor, durante as oitivas, interferir nas perguntas e
respostas, podendo, ao final da inquirição, fazer as perguntas de seu interesse por intermédio da
autoridade Sindicante.
Parágrafo único. O defensor dativo que negligenciar ou deixar de realizar atos processuais para os
quais foi nomeado, responderá por sua ação ou omissão.

Art. 33. Salvo diligências pendentes, após a ouvida da última testemunha de defesa, será o
Sindicado qualificado e interrogado.

Art. 34. Não poderá proceder à Sindicância militar que:


I – tenha interesse na apuração;
II- tenha dado parte ou informado a quem de direito acerca do fato a ser apurado;
III – seja ele próprio o Sindicado, seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo ou afim, até o
terceiro grau inclusive, parte ou interessado no Processo;
IV – tenha anterior e formalmente emitido juízo de valor acerca do mérito do mesmo fato em outro
Processo Administrativo Disciplinar Militar (gênero);
V – seja amigo íntimo ou inimigo do Sindicado, da vítima ou testemunha.

Art. 35. Se no curso da Sindicância surgirem fatos novos relevantes conexos aos da apuração,
devem, em princípio, ser apurados na própria Sindicância ou, considerando o andamento do
processo, sua razoável duração e com vista a se evitar tumulto processual, extraídas cópias para a
instauração de novo processo por deliberação da autoridade competente.
§1º. A deliberação de que os fatos novos devam ser apurados no mesmo procedimento cabe à
autoridade Sindicante, e será certificada nos autos, sendo informada ao Sindicado na primeira
audiência seguinte desta ao imputado na primeira audiência seguinte à deliberação.
§ 2º Cabe à Autoridade instauradora, após a provocação do Sindicante, a deliberação de que os fatos
novos conexos devem ser apurados por meio de nova Sindicância, considerando a conveniência
processual, bem como o estágio da apuração.
§ 3º Das decisões previstas nos §§ 1º e 2º não cabe recurso.

Seção III
Dos Prazos

Art. 36. Os prazos destinados à Sindicância serão contados excluindo-se o dia do início e incluindo-
se o do vencimento.
§1º Os prazos iniciam e vencem em dia e hora de expediente útil do órgão instaurador.
§2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.

Art. 37. A contagem do prazo a que se refere o art. 23 se inicia no primeiro dia útil após a
publicação da Portaria.

Art. 38. A concessão ou não da prorrogação do prazo para conclusão da Sindicância deverá ser feita
por meio de despacho nos autos pela autoridade competente, restando convalidados os atos
eventualmente praticados no intervalo entre a solicitação e a concessão.
Parágrafo único. O pedido de prorrogação do prazo para conclusão da Sindicância deverá ser
formalizado o Sindicante, perante a autoridade competente, 02 (dois) dias antes de findar o prazo
previsto no art. 23 desta INSTRUÇÃO NORMATIVA.

Seção IV
Das Comunicações e Solução

Art. 39. O Sindicado deverá ser citado para integrar a relação processual, podendo acessar os autos
para tomar conhecimento das imputações em seu desfavor.
§1º - As demais comunicações para que o Sindicado compareça a qualquer ato administrativo
processual ou tome conhecimento de despacho e/ou diligências futuras do Sindicante são
denominadas intimações.
§2º - As intimações para que o Sindicado compareça a qualquer ato administrativo processual ou
tome conhecimento de despacho e/ou diligências futuras do Sindicante, para, se desejar,
acompanhá-la ou requerer o que julgar de direito, deverão ser deliberadas, efetivadas e registradas
no termo da audiência anterior.
§3º - Excepciona-se da regra do parágrafo anterior as diligências cujos meios ainda não foram
disponibilizados ou necessitem de aprovação superior de forma a impedir o Sindicante de deliberar
em audiência.

Art. 40. Após o seu interrogatório o Sindicado será intimado, na própria audiência, para no prazo de
05 (cinco) dias oferecer alegações finais.
§1º Após receber as alegações finais o Sindicante confeccionará o relatório e mediante despacho
remeterá os autos à autoridade competente.
§2º Na hipótese de ausência injustificada do Sindicado na audiência de interrogatório, mas presente
seu defensor, deverá a autoridade Sindicante notificar o defensor acerca da abertura de prazo para
alegações finais, bem como que, em sua inércia, será nomeado defensor dativo para em seu lugar
apresentá-las.

Art. 41. Recebidos os autos, a autoridade competente dará solução à Sindicância ou determinará que
sejam feitas diligências complementares, fixando prazo de até 20 (vinte) dias, o qual poderá ser
prorrogado, mediante decisão fundamentada, pelo prazo necessário à efetivação das citadas
diligências.
§1º Caso sejam determinadas diligências complementares, o Sindicado deverá ser intimado para, se
desejar, acompanhá- las.
§2º Concluídas as diligências complementares será o Sindicado intimado para, se desejar,
apresentar, no prazo de 02 (dois) dias, alegações finais complementares.
§3º Findo o prazo do parágrafo anterior, recebidas ou não as alegações finais complementares, a
autoridade Sindicante deverá elaborar o respectivo relatório complementar e, mediante despacho,
remeterá os autos à autoridade competente.

Seção V
Da Revelia

Art. 42. Nos autos da Sindicância, sempre que o Sindicado não for localizado ou deixar de atender à
intimação para comparecer perante a autoridade Sindicante, essa deverá adotar as seguintes
providências:
I - a citação será feita por publicação no Boletim Geral da SDS/PE, e/ou no Boletim Interno da
Unidade Militar Estadual, conforme o caso, contendo o teor do ato instaurador e os dados relativos
ao ato processual a que deve comparecer o Sindicado;
II - publicada a citação no Boletim Geral da SDS/PE, e/ou no Boletim Interno da Unidade Militar
Estadual, conforme o caso, a contar da data da publicação, deverá a autoridade Sindicante declarar
nos autos tal circunstância, correndo o processo à revelia do Sindicado, sendo desnecessária sua
intimação para os demais atos processuais.

Art. 43. A Sindicância correrá também à revelia do Sindicado quando este não atender às regulares e
posteriores intimações, podendo esta ser suprida pelo seu comparecimento ou de seu defensor.
Art. 44. Declarada nos autos a revelia, caberá à autoridade Sindicante adotar a providência prevista
no art. 31, §4º, desta INSTRUÇÃO NORMATIVA.

Art. 45. Reaparecendo, o revel poderá intervir no processoem qualquer fase, recebendo-o no estado
em que se encontre.

Seção VI
Das Provas

Art. 46. Na instrução proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, a inquirição das


testemunhas arroladas pela autoridade Sindicante e pela defesa, preferencialmente nesta ordem,
bem como às perícias e/ou aos esclarecimentos dos peritos, e ao reconhecimento de pessoas e
coisas, e, conforme o caso, a avaliação de prejuízo causado à Fazenda Pública, em seguida será
procedida à qualificação e ao interrogatório do Sindicado.
§1º Em caso de ser constatado dano à Fazenda Pública, deverá ser individualizado o responsável e
apurado o quantum do prejuízo.
§2º Na hipótese do parágrafo anterior, a autoridade Sindicante deve encaminhar, em apartado,
cópias dos autos à autoridade competente, a fim de deliberar acerca da cobrança do dano ou
restituição do bem, e esgotada ou inviabilizada a cobrança ou a restituição, caberá remessa à
Procuradoria Geral do Estado.
§3º O denunciante ou ofendido poderá apresentar ou oferecer subsídios para o esclarecimento do
fato, indicando testemunhas, requerendo a juntada de documentos ou apontando as fontes onde
poderão ser obtidos.
§4º Caso a presença do Sindicado cause constrangimento ao denunciante, ao ofendido ou à
testemunha, de modo que possa prejudicar o depoimento, a autoridade Sindicante, de ofício, poderá
determinar que o Sindicado não adentre à sala de audiência, ou que dela se retire, prosseguindo com
a inquirição na presença do seu defensor, registrando no termo a ocorrência.
§5º Na hipótese do parágrafo anterior e se o Sindicado estiver procedendo à autodefesa, a
autoridade Sindicante providenciará um defensor ad hoc para o ato.
§6º Compete ao Sindicado apresentar as testemunhas de defesa na data indicada pela autoridade
Sindicante, independente de intimação.

Art. 47. Qualquer pessoa poderá ser testemunha.


§1º Na hipótese de a testemunha ser militar ou servidor civil, a intimação para depor será feita pelo
Sindicante diretamente à testemunha ou por intermédio do seu Chefe
§2º Quando a testemunha ou ofendido injustificadamente deixar de comparecer para depor, ou,
comparecendo, se recusar a depor, a autoridade Sindicante registrará nos autos a ocorrência,
mencionará tal fato no relatório, e em se tratando de militar ou servidor civil informará à autoridade
competente, sem prejuízo das adoções das medidas cabíveis pela Corregedoria Geral.

Art. 48. A testemunha prestará, na forma da lei, o compromisso de dizer a verdade sobre o que
souber e lhe for perguntado acerca do fato apurado na Sindicância.
§1º. Ao comparecerem para depor, a testemunha e o ofendido serão devidamente qualificados e
inquiridos se são amigos ou inimigos, ou mesmo parentes, de alguma das partes e, neste último
caso, qual o grau de parentesco.
§2º Não prestarão o compromisso de que trata o caput deste artigo os doentes e deficientes mentais,
os menores de 14 (quatorze) anos, nem os ascendentes, os descendentes, o afim em linha reta, o
cônjuge ou companheiro, ainda que separado de fato, judicial ou consensualmente, e os irmãos do
Sindicado, bem como pessoa que, com ele, tenha vínculo de adoção.
§3º As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que uma não conheça o teor do
depoimento da outra antes da respectiva oitiva.
§4º O depoimento da testemunha será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-
lo por escrito, entretanto, poderá ser permitida, pelo Sindicante, breve consulta a apontamentos.

Art. 49. Não são obrigadas a depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, e quiserem dar o
seu testemunho.

Art. 50. Quando o endereço do denunciante ou ofendido, da testemunha ou do Sindicado estiver


situado em localidade diferente daquela em que foi instaurada a Sindicância e ocorrendo
impossibilidade de comparecimento para prestar depoimento, a inquirição poderá ser realizada por
meio de precatória, expedida pela autoridade Sindicante ou por meio de videoconferência.
§1º No caso de expedição de carta precatória ou de diligência realizada por videoconferência, o
Sindicado será intimado para, se desejar, apresentar ao Sindicante, no prazo de 02 (dois) dias, os
quesitos que julgar necessários à sua defesa, ou fazê-los diretamente.
§2º Preferencialmente será utilizado, nas audiências de que trata o caput deste artigo, aparato
tecnológico que viabilize a instrução processual por meio de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de captura e transmissão de som e imagem.
§3º O deslocamento do Sindicante, ofendido ou testemunha, só deve ocorrer depois de esgotadas as
possibilidades anteriores
§4º No caso de oitiva do ofendido ou de testemunha por meio de precatória ou por meio de
videoconferência, sempre que possível, recomenda-se que seja realizada em audiência por órgão
semelhante à Corregedoria Geral da SDS, dos Estados ou do Distrito Federal.
§5º A carta precatória pode ser providenciada por meio de email, cujo registro constará nos autos.

Art. 51. Constará na mensagem eletrônica da precatória, pedido de inquirição, a cópia da Portaria
instauradora, as peças pertinentes, a relação das perguntas a serem feitas ao inquirido e a solicitação
a autoridade deprecada para dar tratamento de urgência à realização da precatória.

Art. 52. Se a pessoa ouvida for analfabeta ou não souber assinar o termo de inquirição, o Sindicante
deve indicar alguém para assinar a seu rogo, na presença de duas testemunhas. Parágrafo único.
Indicada a pessoa de que trata o caput deste artigo, a autoridade Sindicante fará a leitura do termo
na presença daqueles e de uma testemunha de leitura, devendo o fato ser registrado e por todos
assinado.

Seção VII
Do Relatório

Art. 53. Apresentadas as alegações finais de defesa, o Sindicante deverá elaborar relatório
conclusivo, de caráter opinativo e, mediante despacho remeter os autos à autoridade competente.

Art. 54. O relatório será estruturado na forma seguinte:


I – Exposição do fato: fase inicial do relatório onde o Sindicante procede à identificação
(qualificação) do Sindicado, uma sucinta descrição do(s) fato(s) objeto(s) do processo e os demais
fatos que eventualmente forem revelados durante a instrução processual, síntese dos argumentos da
defesa, bem como o registro das diligências realizadas e das principais ocorrências havidas no
andamento do processo, a exemplo do pedido de perícias e eventuais incidentes processuais;
II – Fundamentação: fase onde o Sindicante analisa a(s) prova(s) dos autos, frente à(s) tese(s)
apresentada(s) pela defesa, trata das questões preliminares trazidas e depois das questões que
envolvem o mérito da causa, discorre sobre o grau de reprovabilidade da conduta do Sindicado em
relação aos bens jurídicos tutelados pelas normas que esteja vinculado, ou mesmo a sua isenção
acerca dos fatos, pronuncia-se acerca de eventuais registros disciplinares constantes na ficha
funcional do Sindicado e sobre eventuais danos ao erário, registrando o quantum, identifica o(s)
responsável(is), suscita a necessidade de comunicação à autoridade competente e/ou à PGE, aponta
os dispositivos legais pertinentes e de forma lógico-jurídica busca mostrar seu convencimento bem
como as razões de fato e de direito que fundamentam o relatório.
III – Conclusão: é a fase do relatório em que o Sindicante, com base nas provas dos autos, emite sua
opinião no sentido de acolher ou rejeitar o pedido formulado pelo Sindicado, sugere a aplicação de
sanção disciplinar por restarem provadas no todo ou em parte as imputações que lhes foram feitas, o
quantum, indica o(s) dispositivo(s) infringido(s), as causas agravantes e atenuantes, a natureza da
sanção sugerida ou o arquivamento do feito por restar provada a inocência do Sindicado, ou por
falta ou insuficiência de provas quanto à sua culpa.

Art. 55. Não resulta em nulidade a eventual ausência de algum dos requisitos mencionados no art.
54 desta INSTRUÇÃO NORMATIVA, independente da possibilidade de o Sindicante responder
pelo eventual prejuízo a que deu causa.

Art. 56. Em qualquer caso, quando o relatório fizer menção a documentos ou a declarações que
integrem o conjunto probatório, deverá ser mencionado o número da folha do caderno processual
onde se encontre, ou tempo da gravação da videoaudiência ou videoconferência, sem prejuízo de
breves transcrições necessárias ao esclarecimento do relatório do Sindicante.

Art. 57. Esta INSTRUÇÃO NORMATIVA aplica-se, a partir da sua publicação, a todas as
Sindicâncias Acusatórias em curso na Corregedoria Geral e nos órgãos operativos da SDS/PE, sem
prejuízo dos atos processuais já praticados.

Art. 58. Independentemente da eventual desistência do denunciante ou da vítima, o Sindicante deve


proceder à Sindicância, em homenagem aos princípios da indisponibilidade e supremacia do
interesse público.

Art. 59. Se, no curso da Sindicância, for detectada a participação de outro militar estadual, a
autoridade Sindicante, de ofício, deverá provocar a autoridade competente com vistas ao aditamento
da Portaria, a fim de incluí-lo no apuratório.

Art. 60. Solucionada a Sindicância pela autoridade competente, deverá a síntese da decisão
alimentar o Sistema Integrado de Gestão dos Processos Administrativos Disciplinares (SIGPAD), e
sê-la integralmente digitalizada em formato pdf e arquivada em servidor próprio do órgão ou
repartição que a promoveu.

CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 61. A presente INSTRUÇÃO NORMATIVA, a partir da data da sua publicação, aplica-se ao
Conselho de Justificação, Conselho de Disciplina, Processo de Licenciamento Ex officio a Bem da
Disciplina e às Sindicâncias Militares, em curso na Corregedoria Geral e nos órgãos operativos da
SDS, respeitados os atos processuais já praticados.

Art. 62. Aplica-se, no que couber, o Código de Processo Penal Militar, e subsidiariamente o Código
de Processo Penal, o Código de Processo Civil e os dispositivos da Lei Estadual nº 11.781, de 06 de
junho de 2000.

Art. 63. Os casos omissos serão analisados e decididos pela Corregedora Geral da SDS.

Art. 64. Esta INSTRUÇÃO NORMATIVA entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 65. Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Instrução Normativa nº
01/2016/Cor.Ger./SDS, e a Instrução Normativa nº 02/2016/Cor.Ger./SDS.

Recife-PE, 24 de outubro de 2017.

CARLA PATRÍCIA CINTRA BARROS DA CUNHA


CORREGEDORA GERAL DA SDS

Você também pode gostar