O Que É Projeto IDEA - Capítulo I - MDG
O Que É Projeto IDEA - Capítulo I - MDG
O Que É Projeto IDEA - Capítulo I - MDG
Resumo
Introdução
Origem do conceito
2 Em Portugal, tal como em termos mundiais, não há verdadeiramente consenso sobre como
delimitar ou mesmo designar este conceito. Pode surgir referido como dificuldade de
aprendizagem específica (DAE) ou como distúrbio de aprendizagem. Pode utilizar-se a expressão
necessidades educativas especiais (NEE) ou simplesmente a expressão dificuldades de aprendizagem.
Em termos mais comuns, pode surgir como sinónimo de problema de aprendizagem, de
dislexia, défice cognitivo, défice atencional ou hiperatividade. Toda esta indefinição e
polissemia, está provavelemente na origem de muitas imprecisões e confusões, de muitas
dificuldades…
3 Há cinquenta anos existia em Portugal um único curso superior de Psicologia, que resistia
discreto, em regime privado. Ser psicólogo era uma raridade. Hoje temos mais de trinta
licenciaturas e mestrados, em termos absolutos mais do que na nossa vizinha Espanha.
Mª Dulce Gonçalves
que não coincidem nem com os seus hábitos anteriores nem com as
suas expetativas. Num mundo civilizado, muitos esperam que tudo
seja simples ou já venha simplificado. A generalidade dos alunos
não adquire as competências de pré-requisito para as aprendizagens
básicas, nem vai aprender métodos e hábitos de estudo autónomo.
Por todos estes motivos (e mais alguns), é previsível que o
número de alunos difíceis e em dificuldade continue a aumentar nas
próximas décadas. Pode a Escola resistir às mudanças que se
afiguram necessárias, mas o facto é que os alunos estão a mudar.
Insistir em ensinar como há dez, há cem ou há mil anos, não parece
sensato, nem mesmo possível. Insistir numa abordagem tardia,
sobretudo clínica, com um crescente número de alunos medicados,
só nos garante que o número de casos críticos vai continuar a
aumentar. Quando não há critérios de diagnóstico precisos e
consensuais, quando só há medidas de apoio pedagógico para
alunos sinalizados com perturbações da aprendizagem de caráter
grave e permanente, tendem os técnicos e os educadores a enfatizar
as situações e a “alargar” os critérios. Se um aluno com dificuldades
na leitura só vai beneficiar de apoio depois de uma classificação de
“dislexia”, o número de disléxicos tende seguramente a aumentar. Não
apenas por todas as razões acima indicadas, mas também por que os
técnicos envolvidos nos processos de avaliação conhecem os casos,
preocupam-se com os casos, querem o melhor possível para cada
aluno...
Há nas nossas escolas alunos que esperam semanas ou meses
por uma avaliação e um diagnóstico psicológico que determine se
podem ou não ser encaminhados para apoio. Se apoios houver. No
entretanto, criou-se uma cultura vigente de que é melhor “não fazer
nada”, deixar ver o que se passa com o aluno, não agir para nada
fazer de incorreto... É que nem no domínio médico esta atitude é
possível. Imagina-se o leitor com uma infeção febril e muito
debilitante, a aguardar pelos resultados de um antibiograma durante
uma, duas ou mais semanas, sem mais nada fazer? Há na educação
como na clínica, medidas paliativas e de suporte, de intervenção e
mesmo de resolução, que não podem nem devem esperar pela
identificação muito específica de um determinado problema.
IDEA: das origens ao conceito
Investigação
Dificuldades
5 Ver também neste mesmo livro o capítulo: “Mas afinal o que é uma dificuldade de aprendizagem?”
Evolução
Aprendizagem
este ano no Brasil (Gonçalves, 2012) e cuja leitura se sugere para um maior aprofundamento.
IDEA: das origens ao conceito
Referências