INTRODUÇÃ1

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INTRODUÇÃO

A alta competitividade no mercado de trabalho e a necessidade de se manter nesse

mercado, torna-se fundamental que a pessoa saiba como planejar o seu futuro profissional.

Surge então a motivação da importância da orientação profissional como perspectiva de

promover um espaço de reflexão acerca dos aspectos da vida profissional, social e cultural,

e proporcionar condições para que o indivíduo faça ou reafirme sua escolha, levando em

conta a satisfação pessoal, os aspectos financeiros e o atual mercado de trabalho (da Silva,

2020).

A orientação profissional envolve nossas possibilidades de escolha e, por isso, nem

sempre este momento transcorre de forma tranquila e segura. O que era para ser um

processo de busca prazerosa pode se transformar em conflitos intermináveis e sem

respostas satisfatórias. Escolher é bom, mas envolve riscos, sob este aspecto, jovens e

adultos podem experimentar as angústias de ter que ingressar ou reprogramar sua vida

profissional (do Lago, 2017).

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CAPÍTULO 1- PROBLEMA

1.1 Problemas de pesquisa

A orientação vocacional é uma questão que tem preucupado os educadores em

geral, e os pais encarregados de educação em especifico, na fase em que os adolescentes

necessitam tomar uma decisão para a escolha de um curso a frequentar no ensino médio.

Muitos adolescentes enfrentam grandes dificuldades para escolher um curso no ensino

médio, dada a realidade da multiplicidade de profissões que se desenvolveram ao longo do

tempo, essa multiplicidade de profissões que o mundo oferece, acaba deixando os

adolescentes angustiados e insatisfeitos.

Partindo desses problemas, colocamo-nos as seguintes questões de pesquisa:

1. Qual é o impacto da orientação vocacional em adolescentes no ensino médio em

Luanda?

2. Sera que os alunos que não foram orientados vocacionalmente apresentam

maiores dificuldades no processo de aprendizagem?

1.2 Importância do estudo

Como futuro psicólogo escolar, pretendo aprofundar e atender adolescentes na

pratica da orientação vocacional, de formas a que, os individuos possam fazer melhor as

suas escolhas profissionais. Conhecendo melhor as suas capacidades e fragilidades,

conhecendo a sua personalidade. Estes conhecimentos, ajudam o adolescente a sentir-se

integrado na sociedade, ajudam o adolescente a reconhecer os seus limites, trazem maior

satisfação e a trabalhar de maneira engajada na profissão em que o adolescente tem

vocação.

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1.3 Objectivo do estudo

1.3.1 Objetivo geral

• Conhecer o impacto da orientação vocacional em adolescentes no ensino

médio em Luanda, ..

1.3.2 Objetivo específico

• Identificar o grau de satisfação dos adolescentes submetidos ao programa de

orientação vocacional em Luanda;

• Reconhecer a importância do impacto da Orientaç]ao Vocacional em

adolescentes no ensino médio;

• Identificar qual genero beneficiasse mais com o impacto da orientação

vocacional em Luanda.

1.4 Hipóteses

De acordo com, o Gil (2007) como citado em Zua,(2021), a hipótese é uma

preposição testável, que pode ou não solucionar um problema.

Sendo assim, hipóteses também podem ser proposições antecipadas a comprovação

de uma realidade que podem ser confirmadas ou não‖. (Lakatos& Marconi, 2007 como

citado em Zassala, 2017).

Portanto, para o tema que nos propomos em desenvolver, as suas proposições

antecipadas que serão submetidas a comprovação, são as seguintes:

• H0. Alunos que não foram orientados vocacionalmente, apresentam maiores

dificuldades no processo de aprendizagem.

• H1. Alunos que foram orientados vocacionalmente apresentam melhor

desempenho nos seus estudos;

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1.5 Justificativa

A adolescência é uma passagem obrigatória, a passagem delicada, atormentada mas

igualmente criativa, que vai do fim da infância ao limiar da maturidade. Um adolescente é

um menino ou menina que cessa gradativamente de ser uma criança e ruma com

dificuldade para o adulto que virá a ser. (Nasio, 2010, p. 13)

Com a magnitude desta temática, surgiu o interesse em realizar o presente estudo

em adolescentes, que tiveram a oportunidade de serem orientados vocacionalmente, e os

que não tiveram a mesma sorte, para melhor conhecer a dimensão do impacto da orientação

vocacional, e com o objectivo de ajudar a expandir o processo de orientação vocacional na

educação escolar em Angola.

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CAPÍTULO 2-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Definições de termos e conceitos

2.1.1 Adolescência

Do ponto de vista biológico, sabemos que a adolescência corresponde à puberdade,

mais exatamente, o início da adolescência corresponde à puberdade, esse momento da vida

em que o corpo da criança de onze anos se inflama com uma surpreendente labareda

hormonal. A puberdade termo médico designa justamente o período ao longo do qual os

órgãos genitais se desenvolvem, quando surgem os sinais distintivos do corpo do homem e

da mulher e opera-se um desen volvimento físico impressionante, bem como uma

significativa alteração das formas anatômicas. (Nasio, 2010, p. 13 - 14)

Para o sociólogo, o vocábulo ―adolescência‖ cobre o período de transição entre a

dependência infantil e a emancipação do jovem adulto. Segundo as culturas, essa fase

intermediária pode ser muito curta – quando se limita a um ritual iniciático que, em poucas

horas, transforma uma criança grande num adulto –, ou particularmente longa, como em

nossa sociedade, em que os jovens conquistam sua autonomia muito tarde, levando-se em

conta os estudos prolongados e o desemprego em massa, fatores que alimentam

dependência material e afetiva em relação à família. (Nasio, 2010, p. 13)

O cérebro adolescente foi uma área de estudos relativamente negligenciada até uns

dez anos atrás. A maioria dos dólares das pesquisas de neurologia e neuropsicologia é

investida no desenvolvimento do cérebro do recém-nascido e da criança desde as

deficiências na aprendizagem até a terapia precoce de enriquecimento da experiência, ou,

no outro extremo do espectro, para as doenças do cérebro idoso, em especial o mal de

Alzheimer. Até alguns anos atrás, a neurociência do cérebro adolescente era pouco

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financiada, pouco pesquisada e, obviamente, não muito bem compreendida. Os cientistas

acreditavam incorretamente, como se constatou que o crescimento cerebral estava

praticamente concluído quando a criança chegava ao jardim de infância; foi por isso que,

nas duas últimas décadas, os pais de bebês e crianças pequenas, na tentativa de promover a

educação dos filhos, inundaram a garotada de ferramentas e acessórios de aprendizagem,

como DVDs do Bebê Einstein e kits de descoberta do Bebê Mozart. Mas e o cérebro

adolescente? Quase todos achavam que ele era basicamente igual ao do adulto, apenas com

menos rodagem. (Jensen & Nutt 2015, p.13)

2.1. 2 A busca de identidade do adolescente

Quem sou eu? Em que acredito? Que tipo de ocupação devo perseguir? Que tipo de

vida eu levo? Durante a adolescência, Erikson observou, as pessoas começam a lutar com

essas questões de identidade. De alguma forma, os jovens precisam integrar muitas auto-

imagens- de estudantes,amigos, lideres em uma unica imagem e escolher uma carreira e um

estilo de vida plenos de significado para eles. A pesquisa sugere que as pessoas

efectivamente reorganizam as idéias que têm de si mesmas durante o inicio da adolescência

(frequentemente antes do segundo ano do colegial) e que as autodefinições expandem-se

para incluir profissão,objectivos e ideais (Bachman et al., 1978; Haan, 1974; Martin &

Redmore, 1978, como citados em Davidoff 2001, p. 465).

2.1.3 Influência dos pais na adolescência

A auto-estima do adolescente (em especial a da menina) depende em parte de

elogios e criticas provenientes dos pais. Depende também dos padrões decisorios, de

comunicação e de disciplina da familia. Jovens que gostam de si mesmos em geral provêm

de lares em que pais e mães transmitem confiança e interesse, fundamentam seus pedidos

com razões, envolvem os filhos no processo decisorio e outros assuntos da família, e

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estimulam a independência gradativa, detendo a responsabilidade final. Os jovens sentem-

se menos seguro de si mesmo quando os pais insistem na total obediência e quando

disciplinam asperamente por meio de ameaças e do uso da força (Davidoff 2001, p. 466).

2.1.4 Influência dos pares na adolescência

Nem antes nem depois da adolescência as pessoas voltam-se tão intensamente para

os companheiros da mesma faixa etária,ou pares, em busca de apoio, orientação, auto-

estima e identidade (Hopkins 1983; Jones, 1976, como citado em Davidoff 2001, p. 467).

Valoriazando as opniões uns dos outros como eles valorizam, os adolescentes passam

muito tempo na companhia uns dos outros (Crockett et al, 1984 como citado em Davidoff

2001, p. 467). Em geral eles aderem aos padrões do grupo. As pressões são especialmente

fortes no inicio da adolescência e começam a ter um ligeiro declinio na idade de 14 ou 15

anos (Coleman, 1980; Costanzo, 1970, como citado em Davidoff 2001, p. 467). Enquanto

os pais , como superiores tendem a comunicar seus julgamentos, os amigos tendem a

interagir como iguais (Hunter, 1984, 1985, como citado em Davidoff 2001, p. 467).

2.1.5 O surto criativo do adolescente

Decerto o adolescente é um ser que sofre, exaspera a família e sente-se sufocado por

ela, mas é principalmente aquele que assiste à eclosão do próprio pensamento e ao

nascimento de uma nova força; uma força viva sem a qual nenhuma obra duradoura seria

realizada na idade adulta. Tudo que construímos hoje é erigido com a energia e a inocência

do adolescente que sobrevive dentro de nós. Incontestavelmente, a adolescência é uma das

fases mais fecundas de nossa existência (Nasio, 2010, p. 16).

2.1.6 Atitudes

As atitudes são predisposições ou orientações da personalidade com relação a

pessoas, grupos, situações ou objectos determinados, revestidas de forte tonalidade afectiva,

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de um certo conteudo percepctivo-intelectual e dinamicamente orientadas à acção (Veiga,

2012, p. 127-128)

2.1.6.1 Factores diversos na origem das atitudes

As atitudes dependem:

• Do temperamento e da constituição da pessoa: a introversão, a hiper-

emotividade, agressividade....predispõem mais para formação desta ou daquela atitude;

• De factores psicologicos, como acentuaçãodedeterminados sentimentos ou

de determinada tenência: o desejo de independência, de reconhecimento... influi na

formaçãode atitudes caracteristicas para com os pais e os superiores;

• Do ambiente social: escola, familia, amizades, mentalidade geral, modelos,

opniões de grupo;

• Da condição social: o facto de ser militar, professor, aluno, casado ou

solteiro...predispõem automaticamente para formação de atitudes típicas dessa condição

• Da instituição, propaganda, sugestão: influem não tanto pelo que dizem,

quanto pelo modo como o fazem e pelo que insinuam;

• Do sistema de valores escolhido e seguido durante muito tempo;

• Sobretudo de experiências afectivas de certa importância e intensidade: cada

atitude é uma organização de experiência referentes a um mesmo objecto (Veiga, 2012, p.

129-130)

2.1.7 Auto-conceito

• Designado em inglês por ―self-concept‖, alguns autores chamam-no ―auto-

imagem‖ e outros ―eu fenoménico‖ (Veiga, 2012, p. 69). Raimy como citado em Veiga,

(2012) defniu-o assim: É aquilo que uma pessoa pensa de si mesma e vem a ser como que

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mapa que cada qual consulta para se compreender a si proprio, sobretudo nos momentos de

crise e decisão.

2.1.7.1 Formação do Auto-conceito

• A formação do auto-conceito segue um processo lento e é fruto de uma

aprendizagem;

• Depende das reacções dos pais e outras pessoas ao comportamento da

criança, da confiança que nela depositarem e do seu aspecto físico: cor,desenvolvimento,

deformações, beleza...;

• Depende do seu nivel social (pobreza, riqueza, cultura...), das experiências

de exito e fracasso,das relações com os seus professores, do que pensam dela as outras

pessoas... (Veiga, 2012, p. 70)

2.1.7.2 Nivel de aspiração: importância e origem

• Um dos aspectos do auto conceito que merece uma atenção particular é o

nivel de aspiração,meta ou grau de perfeição que a pessoa se propõe atingir;

• Se a pessoa tiver um eu ideal e um nivel de aspiração elevados, as metas que

se proporá na vida serão elevadas, e vice –versa;

• Há uma grande diversidade de niveis entre as pessoas e uma certa

mobilidade na mesma pessoa;

• Os principais factores que determinam o nivel de aspiração são: o sucesso e

o insucesso, ambiente familiar e social a que se pertence,o auto-conceito e o grau de

confiança nas proprias capacidades, o conceito que os outros têm de nós... (Veiga, 2012, p.

71)

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2.1.8 Motivação

A palavra motivação é derivada do verbo movere, em latim, que, em português,

significa ―mover-se‖. De uma maneira simplificada, poderíamos descrevê-la como um

impulso que leva uma pessoa a agir e a se engajar em direção a determinado objetivo

(Bzunec, 2004; DörnyeI, 2011, como citados em Arcanjo 2019, p. 5). No entanto,

compreender a motivação humana se torna uma tarefa complexa, uma vez que faz-se

necessário que busquemos entender as causas e funcionamento desse impulso ou força no

comportamento das pessoas (Arcanjo 2019, p. 5).

Brown (2007) como citado em Arcanjo (2019) caracteriza a motivação como uma

variável afetiva que pode ser interpretada com base em três diferentes correntes de

pensamento: o behaviorismo, o cognitivismo e o construtivismo. Em uma visão

behaviorista, a motivação é traduzida como a antecipação da recompensa. Em outras

palavras, agimos guiados por experiências prévias e impulsionados a adquirir reforço

positivo. Nesse sentido, a nossa motivação para desempenhar ações é influenciada por

forças externas: ―pais, professores, colegas, requisitos educacionais, especificações de

trabalho e assim por diante‖.

Por um viés cognitivo, as características motivacionais de um indivíduo são

delineadas pelas decisões que ele toma p.5.

Recorrendo a Ausubel (1968), Brown (2007) com citados em Arcanjo (2019)

apresentam seis necessidades que sustentam essas decisões:

• a necessidade de explorar o desconhecido;

• a necessidade de manipulação, ou seja, de agir e causar mudança no

ambiente;

• a necessidade de mover-se física e mentalmente;

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• a necessidade de ser estimulado por outras pessoas, pensamentos,

sentimentos e pelo contexto;

• a necessidade de conhecimento – a partir da ação, estímulo e exploração, ser

capaz de apresentar soluções para determinados problemas;

• e, por último, a necessidade de fortalecimento do ego – sentir-se

reconhecido, aprovado e aceito por outras pessoas p. 5-6.

Já por meio de uma postura construtivista, a ênfase da motivação encontra-se tanto

no contexto social, quanto em escolhas individuais, como defendido por (Williams &

Burden (1997) como citados em Arcanjo, 2019, p. 6). Assume-se, dessa maneira, que cada

indivíduo é motivado de forma distinta e age, de um jeito único, no ambiente onde está

inserido. Contudo, as ações específicas de cada pessoa ocorrem sempre de acordo com um

contexto cultural e social, não podendo ser dissociadas dele. Em suma, segundo o

construtivismo, a nossa motivação é influenciada pelas nossas interações com o outro e pela

nossa autodeterminação.

Guimarães & Burochovitch (2004), como citados em Arcanjo (2019, p.6) afirmam

que a motivação no contexto escolar tem sido avaliada como um determinante crítico do

nível da qualidade da aprendizagem e do desempenho. Um estudante motivado mostra-se

ativamente envolvido no processo de aprendizagem, engajando-se e persistindo em tarefas

desafiadoras, despendendo esforços, usando estratégias adequadas, buscando desenvolver

novas habilidades de compreensão e domínio.

2.1.9 Emoções

Todas as emoções são, em essência, impulsos, legados pela evolução, para uma

ação imediata, para planejamentos instantâneos que visam lidar com a vida. A própria raiz

da palavra emoção é do latim movere ―mover‖ acrescida do prefixo ―e‖, que denota

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―afastar se‖, o que indica que em qualquer emoção está implícita uma propensão para um

agir imediato (Goleman, 2005). Emoção poderia ser definida como uma condição complexa

e momentânea que surge em experiências de caráter afetivo, provocando alterações em

várias áreas do funcionamento psicológico e fisiológico, preparando o indivíduo para a

ação (Atkinson, Atkinson, Smith, Bem, & Nolen- -Hoeksema, 2002; Davis & Lang, 2003;

Frijda, 2008; Gazzaniga & Heatherton, 2005; Levenson, 1999, citados por Miguel 2015, p

153)

Segundo, Schutz et al. (2006) citado por Teles (2012) as emoções, são socialmente

construídas e pessoalmente promulgadas, são formas de ser e de estar no mundo e de onde

emergem julgamentos conscientes e/ou inconscientes a respeito do sucesso percebido ao

atingir os objectivos durante uma actividade p, 5.

Emoções são programas de ação, coordenado pelo cerebro, que gerenciam

alterações em todo corpo. As emoções são um jeito muito inteligente que a natureza

encontrou para que os seres vivos ajam sem perder tempo, emoção tem tudo haver com

ação, com gerar comportamento biologicamente vantagioso face a uma necessidade

imediata (Neurovox, 2016)

Quando investigam por que a evolução da espécie humana deu à emoção um papel

tão essencial em nosso psiquismo, os sociobiólogos verificam que, em momentos decisivos,

ocorreu uma ascendência do coração sobre a razão. São as nossas emoções, dizem esses

pesquisadores, que nos orientam quando diante de um impasse e quando temos de tomar

providências importantes demais para que sejam deixadas a cargo unicamente do intelecto

em situações de perigo, na experimentação da dor causada por uma perda, na necessidade

de não perder a perspectiva apesar dos percalços, na ligação com um companheiro,

na formação de uma família (Goleman, 2005).

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Uma visão da natureza humana que ignore o poder das emoções é lamentavelmente

míope. A própria denominação Homo sapiens, a espécie pensante, é enganosa à luz do que

hoje a ciência diz acerca do lugar que as emoções ocupam em nossas vidas. Como sabemos

por experiência própria, quando se trata de moldar nossas decisões e ações, a emoção pesa

tanto

e às vezes muito mais quanto a razão. Fomos longe demais quando enfatizamos o

valor e a importância do puramente racional do que mede o QI na vida humana. Para o

bem ou para o mal, quando são as emoções que dominam, o intelecto não pode nos

conduzir a lugar nenhum (Goleman, 2005).

Segundo a Neurovox (2016) as nossas emoções apresentam as seguintes

caracteristicas:

a) Elas são automaticas, nós não conseguimos controlar as nossas emoções;

b) Elas são largamente inconsciente, elas acontecem abaixo da nossa linha de

percepção.

2.1.10 Tomada de decisão

Trybe (2020) afirma que diariamente passamos pelo processo de tomada de decisão,

uma vez que em nosso caminho constantemente aparecem situações que nos obrigam a

fazer escolhas. Para algumas pessoas, ter que fazê-las é mais difícil do que para outras,

porque quando escolhemos uma alternativa as demais são deixadas para trás. Isso acontece

nas situações mais simples — o que comer hoje? — até nas mais complexas — qual

carreira devo seguir?

Decisão é um processo cognitivo de redução de incertezas que culmina é um

comportamento, incertezas surgem quando temos mais de um caminho a seguir (Neurovox,

2022).

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Tomada de decisão é um processo que consiste em optar por uma alternativa dentre

todas as que estão disponíveis no momento (Resultados digitais, 2022). Tomada de decisão

é um processo cognitivo que resulta na selecção de uma opção entre várias alternativas. É

amplamente utilizada para incluir preferência, inferência, classificação e julgamento, quer

consciente ou inconsciente (wikipedia, 2021).

2.1.11 Orientação Vocacional

A Orientação Vocacional, em suas teorias e nos conteudos, apresenta a escolha

profissional como um ato individual, pressupondo que todos os alunos têm igual

possibilidade de escolha

numa sociedade democrãtica, na qual predominam a igualdade, a liberdade e o

respeito à individualidade. A sociedade, é vista como um todo harmônico e os que não

conseguem profissionamente se colocar é porque• não estão preparados para competir com

outros mais capazes e esforçados. A ideologia do merito ê reforçada, na medida em que se

forma o orientador a fim de que este prepare os alunos para a escolha profissional.

(Maccariello, 1986).

Segundo Bohoslavsky como citado em Maccariello, (1986), a orientação

vocacional, pode ser examinada também como pratica destinada ao controle social, que na

maior parte dos casos mascara a ideologia dominante. Também incorremos nessa pratica

alienante e indirectamente colonizante. Muitos dos pressupostos basicos dos nossos

modelos apoiam-se no conceito de liberdade escolha, que não é nada mais, nada menos do

que a ideologia que a orientação vocacional necessita para cumprir eficazmente sua função

de controle social baseado num empirismo tecnocratico.

A escolha profissional não se dá de um momento para outro, constituindo-se num

processo (Bohoslavsky, 1982; Müller, 1988, como citados em Gabel & Soares, 2006).

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(Bohoslavsky, 1982, como citado em Gabel & Soares, 2006) aponta três momentos

distintos pelo qual passa o jovem durante este processo, levando-o a sair do passado (seu

antigo mundo, amigos, aspectos infantis, entre outros) para o mundo adulto representado

pelo futuro (a universidade, a responsabilidade, a independência dos pais, entre outros).

Num primeiro momento, há a seleção, ou seja, a discriminação das carreiras e classificação

afetiva perante elas. O segundo momento é o da escolha, que não envolve somente o

reconhecimento seletivo, mas o estabelecimento de vínculos diferenciados com a profissão

escolhida. A decisão, terceiro e último momento, está ligada à possibilidade de lidar com a

frustração, de resolver conflitos, de elaborar os lutos pelo não escolhido e pelo deixado para

trás.

(Müller, 1988, como citado em Gabel & Soares, 2006) menciona que a escolha

profissional encontra-se condicionada a sutis influências que vão se desenvolvendo ao

longo da trajetória de vida do indivíduo, das quais fazem parte as expectativas familiares, a

situação social, cultural e econômica daquele que escolhe, as oportunidades educacionais,

as disposições internas e as perspectivas profissionais da região em que reside.

Dias, (1995), como citado em Gabel e Soares, (2006) destaca que o momento da

escolha profissional é de crise que envolve não só aquele que escolhe, mas também o grupo

familiar no qual está inserido. Descreve que as ansiedades vividas pelo adolescente farão

parte de um processo em família. Os pais reviverão, através do filho, seus próprios dilemas

vividos no mesmo momento evolutivo. Dependendo do modo como resolveram ou não

estas questões em suas vidas, terão um repertório mais ou menos fortalecido para, na

situação atual, oferecerem continência às ansiedades do filho.

Qual é então a tarefa da Orientação Profissional? Ela tem por objectivo facilitar o

momento da escolha ao jovem, auxiliando-o a compreender sua situação especifica de vida,

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na qual estão incluidos aspectos pessoais, familiares e sociais. É a partir dessa compreensão

que ele terá mais condições de definir qual a melhor escolha, a escolha possivel no seu

projecto de vida (Lucchiari, 1993, p.12).

2.1.11.1 História da Orientação Vocacional

A Orientação Profissional nasceu como uma prática cujos objetivos estavam

diretamente ligados ao aumento da eficiência industrial. Ela tem suas origens situadas na

Europa do início do século XX, mais precisamente com a criação do Centro de Orientação

Profissional de Munique, no ano de 1902 (Carvalho, 1995 como citado em Sparta, 2003, p.

2). No entanto, o marco oficial de início da Orientação Profissional situa-se entre os anos

de 1907 e 1909, com a criação do primeiro Centro de Orientação Profissional norte-

americano, o Vocational Bureau of Boston, e a publicação do livro Choosing a Vocation,

ambos sob responsabilidade de Frank Parsons (Carvalho, 1995; Rosas, 2000; Santos, 1977;

Super & Bohn Junior, 1970/1976 como citados em Sparta, 2003, p. 2).

Segundo Sparta (2003), afirma que Parsons teve o grande mérito de acrescentar à

Orientação Profissional idéias da Psicologia e da Pedagogia e a preocupação com a escolha

profissional dos jovens de seu país. Em seu livro, Parsons definia três passos a serem

seguidos durante o processo de Orientação Profissional: a análise das características do

indivíduo, a análise das características das ocupações e o cruzamento destas informações.

Desta forma, a Orientação Profissional baseava- se na promoção do autoconhecimento e no

fornecimento de informação p. 2.

No início do século XX, Frank Parsons lançou as bases conceituais da Psicologia

Vocacional, sendo as suas ideias muito influentes neste campo. Formulou um modelo

conceitual de relação indivíduo/profissão com base no pressuposto de que deveria haver um

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ajustamento entre as características do trabalho e as do indivíduo (Crites, 1969, como

citado em dos Santos, 2012,p.3).

Nas décadas de 1920 e 1930, a Psicologia Diferencial e a Psicometria passaram a

influenciar

fortemente a prática da Orientação Profissional, o que se deu devido ao grande

desenvolvimento dos testes de inteligência, aptidões, habilidades, interesses e personalidade

durante as Primeira e Segunda Guerras Mundiais (Brown & Brooks, 1996; Carvalho, 1995;

Super & Bohn Junior, 1970/1976, como citados em Sparta, 2003, p. 2).

Historicamente a Orientação Profissional começou a ser implementada nas escolas

com a finalidade de adaptar os sujeitos às ocupações do mercado de trabalho conforme

demanda da sociedade industrial. Com o passar do tempo os serviços de Orientação

Profissional foram consolidando-se em clínicas ou Instituições particulares de ensino.

Sendo oferecidos, sobretudo, por profissionais da psicologia, aos jovens das classes média e

alta da população, os quais, apresentam melhores condições para pagar por esses serviços

(Fachin & Orzechowski, 2014)

A partir de Parsons, os psicólogos de todos os países se voltaram para esta .dupla

tarefa: conhecer os individuos e conhecer o que as profissões exigiam dele. E a epoca da

industrialização Europa e na America, criam-se escritórios de orientação profissional em

quase todos os países (Maccariello, 1986).

2.1.11.2 A Orientação Vocacional em Angola

Em Angola, apesar das obras literárias portuguesas, versadas na matéria, datadas do

seculo XVII, nunca existiu, durante o periodo colonial, uma instituição sobre a orientação

escolar e profissional. Havia apenas o serviço de Emprego de Luanda, cujo objectivo era de

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solucionar e colocar a mão-de-obra nos centros de trabalho, de acordo com as solicitações

(Zassala, 2012, p.118)

Segundo Zassala (2012), afirma que depois da independência, as instalações deste

centro, que pertenceram ao Ministério do Trabalho e Segurança Social, foram esvaziando

paulatinamente até ao seu completo desaparecimento p.118.

A primeira camada social que se preucupou com o problema da orientação

profissional foi, precisamente, a juventude, através da organização partidária JMPLA –

Juventude do Partido, que, a partir de 1987, promoveu varios encontros sobre a orientação

técnico-profissional com a participação das estruturas de recursos humanos dos orgãos do

governo central (Zassala, 2012, p. 118, 119).

Orientaram, cientificamente, esses encontros o autor e o sociólogo Filipe Amado,

ambos docentes da Universidade Agostinho Neto. Em sequência, foi realizada uma

palestra, sob o patrocinio da citada organização juvenil, no Ministério da Saúde em Luanda,

dinamizada pelo autor, subordinada ao tema ―A juventude e o futuro profissional‖. Mais

tarde, em julho de 1991, sob o patrocinio do Departamento de Actividades Extra-Escolares

do Ministério da Educação, outra Palestra ocorreu no anfiteatro do Gamek, dinamizada

igualmente pelo autor, cujo o tema foi ― A problemática da orientação escolar e profissional

em Angola‖ (Zassala, 2012, p. 119).

O departamento acima referido estrutura e está encarregue da organização,

realização e dinamização de todas as actividades extra-escolares em todas as instituições do

ensino, do geral de base ao geral médio e Médio Técnico, como o seu regulamento estipula.

Este departamento criou um centro Piloto de Orientação Escolar e Profissional na Escola

Nzinga Mbandi que, no nosso entender, está longe de ser considerado como ponto de

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partida, a nivel nacional, por carecer de recursos, principalmente materiais. (Zassala, 2012,

p. 119).

Segundo Zassala (2012) afirma que não existe, até este momento, uma instituição

vocacionada para as actividades de orientação Escolar e Profissional, regulamentada

legislativamente, a nivel nacional p.119.

2.1.11.3 Teórias da Orientação Vocacional

A partir da década de 1950, começaram a surgir diversas teorias sobre a escolha

profissional, que vieram dar continuidade à mudança de paradigma iniciada na década

anterior (Sparta, 2003, p. 2). Em 1951 foi publicado o livro Occupational Choice, de

Ginzberg , Ginsburg, Axelrad e Herma (Brown & Brooks, 1996; Crites, 1969/1974;

Pelletier, Noiseux & Bujold, 1974/1985 como citado em Sparta, 2003, p.2), livro este que

trouxe à luz a primeira Teoria do Desenvolvimento Vocacional. Segundo Sparta (2003),

afirma que de acordo com esta teoria, a escolha profissional não é um acontecimento

específico que ocorre num momento determinado da vida, mas é um processo evolutivo que

ocorre entre os últimos anos da infância e os primeiros anos da idade adulta p. 2.

Dois anos mais tarde, foi publicada a Teoria do Desenvolvimento Vocacional de

Donald Super (Brown & Brooks, 1996, como citados em Sparta, 2003, p. 2). Tal teoria

definiu a escolha profissional como um processo que ocorre ao longo da vida, da infância a

velhice, através de diferentes estágios do desenvolvimento vocacional e da realização de

diversas tarefas evolutivas (Super, 1957, 1963; Super, Savickas & Super, 1996, como

citados em Sparta, 2003, p. 2).

2.1.11.3.1 Teória de personalidade vocacional de Holland

O trabalho de Holland e Krumboltz nos anos 60 demonstraram como a teoria de

personalidade vocacional e a prática podem ser integradas (Arnold, 2004, como citado em

19
Martins, 2012, p.12). Em 1973, John L. Holland publicou o livro ―Making vocational

choices: A theory of careers‖, onde apresenta a sua teoria e faz uma síntese das suas

principais investigações e de outros autores, entre 1959 a 1972, com a intenção de verificar

a sua validade (Martins, 2012, p. 12). Em 1985, publicou o ―Making vocational choices: A

theory of vocational personalities and work environment‖ e em 1997, uma versão mais

atualizada ―Making vocational choices: A theory of vocational personalities and work

environments‖, com investigações decorridas entre 1985 a 1996 e revisão de aspetos

desenvolvimentistas (Martins, 2012, p. 12).

A teoria de personalidade vocacional de Holland parte dos interesses, aptidões e

caraterísticas da personalidade, tendo como objetivos que a pessoa consiga desenvolver as

suas próprias estruturas cognitivas e organizar as ideias sobre si próprio (Leitão & Ramos,

2004, como citado em Martins, 2012, p. 12). Holland mostrou como as pessoas e os

ambientes interagem ao longo do tempo, não sendo a sua teoria, uma teoria estática

(Arnold, 2004, como citado em Martins, 2012, p.12). Descreve como as pessoas

apresentam determinados padrões consistentes de características e preferências que

correspondem a tipos de personalidade e como interagem com os ambientes de trabalho

(Holland, 1973, 1985, 1997, como citado em Martins, 2012, p. 12).

Holland (1973, 1985, 1997) como citado em dos Santos (2012), apresentou uma

teoria sobre a escolha vocacional, na qual tenta explicar porque é que os indivíduos

escolhem determinadas profissões e quais os fatores pessoais e ambientais que facilitam ou

dificultam o sucesso profissional p. 11. O seu Modelo pretende explicar a relação existente

entre os diferentes tipos de personalidades e o ambiente profissional escolhido por cada

indivíduo (dos Santos, 2012, p. 11). Segundo o mesmo autor (Holland, 1973, 1985, 1997

20
como citado em dos Santos, 2012, p. 11), esta teoria fornece explicações para três questões

comuns e fundamentais:

1 – Quais são as características pessoais e ambientais que levam à tomada de

decisão de carreira satisfatória, ao envolvimento e à realização e quais as características que

levam às indecisões, à insatisfação, ou à falta de realização?

2 – Que características pessoais e ambientais levam uma pessoa a ter

estabilidade ou a mudar de emprego ao longo da vida?

3 - Quais são os métodos mais eficazes para ajudar pessoas com problemas de

carreira?

Holland tem trabalhado no sentido de desenvolver ferramentas de auxílio de

carreira, quer para os psicólogos, quer para os clientes poderem perceber melhor e lidar

com a questão da escolha e da satisfação, profissionais (dos Santos, 2012, p. 12). Desde que

esta teoria surgiu, há mais de 40 anos, ela tornou-se numa mais-valia na aplicação da

Psicologia, no contexto da orientação (Spokane, Luchetta, & Richwine, 1996 como citado

em dos Santos, 2012, p.12). Holland afirma também que os inventários de interesses são

inventários de personalidade, uma vez que os interesses vocacionais são expressões da

personalidade (Holland, 1973, 1985, 1997; Noronha, Freitas, & Ottati, 2003 como citado

em dos Santos, 2012, p.12). Ao contrário de outros trabalhos sobre os interesses

vocacionais, Holland (1973, 1985, 1997) como citado em dos Santos (2012), na sua teoria,

reconhece explicitamente o papel da personalidade. Neste sentido, propôs o conceito de

personalidade vocacional para designar aquilo que considera a variável mais importante

para se entender a escolha profissional de um indivíduo (Magalhães, Martinuzzi, &

Teixeira, 2004, como citado em dos Santos, 2012, p. 12). A teoria de Holland é também

referida como teoria de personalidade porque considera que é o tipo de personalidade que

21
exerce a principal influência na escolha vocacional realizada por cada indivíduo (Holland,

1973, 1985, 1997 como citado em dos Santos, 2012, p.12), ou seja, a personalidade do

indivíduo manifesta-se através da sua escolha profissional.

Dentro da sua perspetiva teórica, Holland (1973, 1985, 1997) como citado em dos

Santos, (2012), considera que uma pessoa desenvolve gosto por certas atividades

profissionais e aversão por outras, dando origem às preferências vocacionais p. 15. No

decurso do desenvolvimento, essas preferências vocacionais vão-se transformando em

interesses profissionais reais através da interação entre estímulos ambientais e aspetos

motivacionais internos (dos Santos, 2012, p.15). Por conseguinte, a escolha da profissão é

considerada uma manifestação da personalidade, em que cada tipo de personalidade tem

um modo característico de resolver as questões no âmbito das relações sociais,

apresentando uma forma de interação interpessoal e estratégias preferidas de solução de

problemas (Valentini & Teodoro, 2009, como citado em dos Santos, 2012, p.15).

No final da adolescência a maioria das pessoas pode ser caracterizada numa

combinação de seis tipos de personalidade: R (Realista), I (Investigativo), A (Artístico), S

(Social), E (Empreendedor) e C (Convencional), de acordo com a tipologia designada

RIASEC (Holland, 1997, como citado em Martins, 2012, p. 13). Esta teoria fornece um

quadro claro e acessível de ser compreendido, sendo facilmente utilizado tanto pelo

conselheiro como pela própria pessoa (Phillips & Jome, 2005, como citado em Martins,

2012, p. 13). Os tipos de personalidade estão relacionados com as necessidades de cada

pessoa (Patton & McMahon, 1999, como citado em Martins, 2012, p. 13).

Segundo o mesmo, Holland, 1973, 1985, 1997, como citado em dos Santos (2012),

pessoas com características do tipo Realista preferem atividades relacionadas com a

manipulação de objetos e ferramentas e tendem a evitar situações que exigem competências

22
sociais. Esses indivíduos escolhem problemas que exigem o pensamento prático, a força

física e a coordenação motora em detrimento do relacionamento interpessoal, isto é,

apresentam boas habilidades físicas e fraca competência social ou educacional. Essas

pessoas são caracterizadas como sendo pouco sociáveis e pragmáticas, tendendo a evitar

situações ambíguas e subjetivas; sentem-se pouco à vontade em contextos sociais ou de

carácter emocional, apresentando algumas dificuldades em se expressar ou em comunicar

os sentimentos aos outros p.16-17.

Holland (1973, 1985, 1997), como citado em dos Santos (2012) considera que

indivíduos com características do tipo Investigativo preferem atividades que envolvem

observação sistemática e criativa de fenómenos físicos, biológicos, ou culturais, de modo a

compreendê-los, e, por outro lado, apresentam uma aversão por atividades sociais,

persuasivas e repetitivas p. 17. Geralmente esses indivíduos apresentam comportamentos

que demostram competências

matemáticas e científicas e défice em competências persuasivas (Holland, 1997, p.

22, como citado em dos Santos, 2012, p. 18). Estes indivíduos preferem atividades

intelectuais e académicas e podem ter falta de capacidade de liderança, dão ênfase a

atividades que exigem uma análise profunda das situações e a utilização de capacidades

analíticas e imaginativas em detrimento de soluções concretas sobre os problemas (dos

Santos, 2012, p. 18)

Segundo Holland (1973, 1985, 1997) como citado em dos Santos (2012), os

indivíduos do tipo Artístico têm preferência por atividades ambíguas, que implicam a

manipulação de recursos físicos, verbais ou humanos para criarem formas de arte ou

produtos; contudo, apresentam aversão por atividades sistemáticas e ordenadas p.18.

Segundo Holland (1973, 1985, 1997), como citado em dos Santos (2012), esses indivíduos

23
manifestam competências artísticas tais como: linguagem, arte, música, teatro e escrita e

apresentam défice em competências na área de negócio. Geralmente os indivíduos com

essas características tendem a envolver-se em atividades onde possam manifestar suas

próprias ideias e salientar a sua individualidade e criatividade p. 18-19.

Segundo Holland (1973, 1985, 1997), como citado em dos Santos (2012), os

indivíduos com as características do tipo Social demostram preferências por atividades que

envolvem a relação com os outros, no sentido de os informar, os treinar e os levar a

desenvolver competências, curar ou esclarecer. Apresentam uma certa aversão por

atividades explícitas, ordenadas e sistemáticas, que requerem o uso de materiais,

ferramentas ou máquinas p. 19. considera ainda que estas tendências comportamentais

levam à aquisição de competências nas relações humanas, tais como competências

interpessoal e educacional, e um défice nas competências manuais. Geralmente preferem

situações ou ocupações sociais em que podem desenvolver atividades preferidas e evitarem

atividades que exigem competências realistas. Apresentam interesses por atividades sociais,

humanistas, relacionadas com o ensino e a saúde, assim como por tarefas relacionadas com

a expressão do sentido de cooperação, empatia e bem-estar dos outros p. 19-20.

Holland (1973, 1985, 1997) como citado em dos Santos (2012) considera que

indivíduos com características do tipo Empreendedor preferem atividades que envolvem

manipulação dos outros a fim de conseguirem objetivos organizacionais/empresariais ou

ganhos económicos, por outro lado, apresentam uma aversão por atividades sistemáticas

que requerem observação. Segundo o autor, esta tendência comportamental leva à aquisição

de competências de liderança, interpessoais e persuasivas e consequentemente a um défice

nas competências científica p.20.

24
Segundo Holland (1973, 1985, 1997), como citado em dos Santos (2012) os

indivíduos com características do tipo Convencional têm preferência por atividades que

envolvem a manipulação explícita, ordenada e sistemática de dados e uma aversão por

atividades ambíguas, livres, exploratórias e não sistematizadas. Estas tendências

comportamentais, por sua vez, levam à aquisição de competências informáticas e a um

défice nas competências artísticas p. 21. Para Hood e Ferreira (1993) e Valentini e Teodoro

(2009), como citado em dos Santos (2012), esses indivíduos possuem aptidões

matemáticas, mas por outro lado, apresentam fraca capacidade artística. Centram-se no

ambiente caracterizado pelo predomínio de respostas concretas, sistemáticas e rotineiras, ao

invés de tarefas pouco sistematizadas e espontâneas ou que façam apelo às capacidades

artísticas. São descritos como conscienciosos, obedientes, práticos, eficientes, persistentes e

conservadores. Exemplo de algumas profissões com estas características: contabilistas,

bancários, carteiros e analistas financeiros p. 21.

2.1.11.4 Aspectos que devem ser trabalhados durante a escolha profissional

A – Conhecimento de si mesmo

• Quem sou eu (quem fui, quem sou, quem serei);

• Qual o meu projecto de vida;

• Como me vejo no futuro desempenhando o meu trabalho;

• Expectativas da familia X expectativas pessoais;

• Quais são meus principais gostos, interesses e valores.

B – Conhecimento das profissões

• O que são, o que fazem, como fazem, onde fazem;

• O mundo do trabalho dentro do sistema político-económico vigente;

• As possibilidades de actuação-o mercado de trabalho;

25
• Visita a locais de trabalho, a cursos e laboratórios de pesquisa da

universidade;

• Informações sobre curriculos;

• Entrevistas com profissionais.

C – Escolha propriamente dita

A escolha implica:

• Decisão pessoal;

• Deixar de lado tudo o que não é escolhido;

• Fazer acontecer, isto é viabilizar a escolha (Lucchiari, 1993, p. 13)

2.1.11.5 O papel da escola na orientação profissional

Colégio Verbo Divino (2022), afirma que inserir esse tema na vida escolar significa

ajudar a criança a ir se conscientizando de que, mais cedo ou mais tarde, ela vai precisar se

decidir por uma profissão. Quando o processo começa cedo, ele causa menos ansiedade e é

mais efetivo p.1.

Conforme observa Silva (2011) como citado em Cazatti (2022), o objetivo central

da escola não é apenas de aplicação de conteúdo, mas de facilitar o aprendizado na prática,

buscando o desenvolvimento integral do educando. Nesse sentido, a orientação profissional

desenvolvida pela escola deve proporcionar segurança para que o estudante possa enfrentar

os desafios tanto do mercado de trabalho quanto da pós-graduação ou de ambos p. 142.

Em relação aos professores, Silva (2011) como citado em Cazatti (2022), ressalta

que estes devem facilitar o autoconhecimento nos alunos através de dinâmicas em grupo,

onde serão apresentadas informações essenciais sobre as diferentes profissões e sua

respectiva demanda. Essa tarefa, no entanto, não deve ser exclusiva da escola, devendo a

família ser mais participativa nesse processo p.142.

26
Cardoso et al. (2019) como citaodos em Cazatti (2022), apontam que ―os avanços

tecnológicos e o aparecimento de novas profissões apresentam-se como um grande desafio

para os jovens, sendo um dos fatores que interferem na escolha da profissão nesse estudo

foram constadadas que as influências familiar e da escola interferem de maneira decisiva na

escolha da profissão p.142.

A escola é um espaço de crescimento pessoal, intelectual e também profissional.

Não podemos incorrer no erro de educar apenas para o mercado de trabalho, mas ignorar

que há vagas a serem preenchidas pelos profissionais no futuro também não é saudável. A

escola deve sim oferecer orientação profissional, e o ideal é que você tenha isso como um

dos critérios de escolha da instituição onde o seu filho ou filha vai estudar. Assim, ele se

prepara para os anos profissionais quase sem perceber: com calma e tranquilidade, tudo

acontecendo no seu tempo (Colégio Verbo Divino, 2022, p.4).

2.1.11.5.1 Vantagens de uma orientação profissional

• Melhor escolha de carreira

Claro, a ideia desse processo é que, no final do caminho, a escolha de uma carreira

pareça natural. Nada de estresses relacionados a qual rumo seguir ou que cursoescolher.

Também costumam ser menos comuns as desistências ou trocas de cursos de graduação. Ou

seja, planejar dessa forma é, antes de mais nada, ganhar tempo e dinheiro, evitando dores

de cabeça (Colégio Verbo Divino, 2022, p.2).

• Definição de propósitos

Para que seja possível avaliar uma carreira de sucesso, a primeira coisa a se fazer é

definir metas. Afinal, sem saber primeiro onde quer chegar, ninguém consegue dizer de

verdade se está realizando seus sonhos, concorda? Esse processo é realizado pelo próprio

aluno, sendo facilitado por um profissional. É ele quem, por meio de um autoexame de suas

27
necessidades, define os rumos que quer para sua vida no trabalho (Colégio Verbo Divino,

2022, p.3).

• Desenvolvimento de competências e habilidades

Por mais que a gente se sinta apaixonado por uma profissão, isso não significa que

estamos aptos a desempenhá-la. A vantagem de começar a pensar nesses assuntos

cedo é justamente essa: ter tempo para se preparar e desenvolver as competências e

habilidades necessárias. Tudo sem estresse, de uma forma mais efetiva e divertida,

sem prejudicar a saúde mental infantil (Colégio Verbo Divino, 2022, p.3).

• Incentivo ao autoconhecimento

No fundo, a orientação profissional é um processo de o aluno conhecer a si próprio.

Desde cedo, ele é encorajado a perceber seu valor, suas qualidades e, da mesma maneira,

compreender que tem limitações. Nessa etapa, até as dificuldades de aprendizado podem

ser diagnosticadas. Ou seja, acaba sendo um grande incentivo ao amadurecimento, uma vez

que é isso que o autoconhecimento traz, uma avaliação mais apurada de quem somos como

pessoas. Não é possível viver e trabalhar plenamente sem isso (Colégio Verbo Divino,

2022, p.3).

• Apresentação de diferentes oportunidades

Com o tempo, os alunos percebem que ninguém ―nasceu‖ para fazer alguma coisa.

Nossas aptidões nos colocam várias opções profissionais para decidir, e nos cabe

compreender, dentre nossas preferências, quais desejamos seguir. Isso enriquece o

aprendizado infantil e trabalha a autoestima da criança ou adolescente, que se sente útil e

admirado por aquilo que é e sabe fazer. Ou seja, os benefícios psicológicos desse tipo de

aconselhamento são muitos! (Colégio Verbo Divino, 2022, p.3).

28
• Sensação de segurança

Lidar com a insegurança na hora de escolher uma profissão é muito angustiante.

Como um todo, o processo de orientação profissional visa minimizar a ansiedade da

escolha. Há casos em que o adolescente já definiu uma profissão anos antes de se formar.

De modo geral, quanto mais tempo temos para tomar uma decisão, melhor vamos escolher.

E o trabalho a ser desempenhado durante a vida inteira não é algo que deve ser definido da

noite para o dia (Colégio Verbo Divino, 2022, p.4).

2.1.11.6 Orientação Profissional na escola do segundo grau.

Para iniciar é importante identificar a visão de escola que temos (Lucchiari, 1993, p.

85).

A escola deveria ser o lugar onde os alunos tivessem a oportunidade de desenvolver

suas potencialidades pelo oferecimento de condições apropriadas ao crescimento

psicologico (cognitivo e afectivo) e social (Lucchiari, 1993, p. 85).

O objectivo da escola do segundo grau é preparar para o trabalho, isto é, dar

condições para o aluno ingressar no mercado de trabalho ao encerrar o ciclo de estudos

(Lucchiari, 1993, p. 85).

A realidade é diferente. Existe uma preucupacção exagerada com o aspecto

cognitivo: o aluno precisa saber o conteudo, ter muitas informações. Poucas tarefas são

realizadas, na pratica, nas quais o aluno possa contar com a possibilidade de criar, gerar

conhecimento a partir da propria experiencia (Lucchiari, 1993, p. 85).

Cultiva-se uma imagem de aluno imaturo e despreparado, o que justifica a

autoridade da escola e dos seus executores, os professores. Isso leva a dificuldades para a

articulação dos jovens na busca de soluções para suas necessidades. (Lucchiari, 1993, p.

85).

29
Em geral não existem atividades programadas que permitam falar das coisas que

estão preucupando os adolescentes, como por exemplo, o conhecimento de si mesmos, a

vontade de autodefinir-se, compreender quem são, quem não são e quem gostariam de ser.

(Lucchiari, 1993, p. 85).

2.1.11.5.1 A preparação para o trabalho

O que é trabalho?

O trabalho é qualquer atividade que modifique a natureza a serviço do homem. Ele

é parte integrante na vida de qualquer pessoa, e geralmente ocupa grande parte do tempo

gasto por ela (Lucchiari, 1993, p. 86).

Como preparar o aluno para o trabalho? Acredito que diversos pontos deveriam ser

abordados no decorrer do 2º grau, como os seguinte:

Conteúdo

• É importante como conhecimento e informação;

• Cria o back-ground para aprendizagem práticas;

• É fundamental que seja feita a relação das disciplinas com as profissões

(Lucchiari, 1993, p. 86).

Relação homem trabalho

• Como ocorrem o interesse, a motivação e o prazer no trabalho;

• Quais são os direitos e deveres dos trabalhadores;

• Como se realiza a relação de trabalho no sistema de produção capitalista

(Lucchiari, 1993, p. 86).

Informação profissional

• O que são, o que fazem, onde, para que, qual o salário e oportundade de

formação nas profissões;

30
• Informações calcadas na realidade, sem idealizações, fantasias ou

preconceitos. Discussão sobre as imagens das profissóes divulgadas pelos meios de

comunicação;

• Valorização das profissões da familia e da comunidade, com a participação

dos alunos no processo e no auxilio á identificação das necessidades profissionais da

comunidade (Lucchiari, 1993, p. 86).

31
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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