Interpretação de Textos. 3 Ed (Flavia Rita Coutinho) PDF

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FICHAS DE TEXTO

Fatores capazes de invalidar alternativo............................................ 11


Formos de Coesôo ................................................................................................. 12
Marcos de Leitura........... ........................................................................... ........... 13
Focolizoçõo Discursivo ........................................................................................ 14
lntertextuolidode ...................................................................................................... 15
Polifonia ........................................................................................................................... 16
Tipos de Discurso...................................................................................................... 17
Funções do Linguagem .......................................................................... ........... 18
Gêneros Textuois....................................................................................................... 19
Tipologias Textuois .................................................................................................. 20
Figuras de Palavras ............................................................................................... 21
Figuras de Pensamento ................................................. ..................................... 22
Figuras de Construçôo........................................................................................23
Figuras de Som ..........................................................................................................24
Tipos de Linguogem .............................................................................................. 25
Vícios de Linguogem.............................................................................................26
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

preocupados com as futuras consequências para seus filhos da


enorme quantidade de informação on-line que proporcionam a
respeito deles (avaliam seu grau de preocupação em 3,9 sobre 5).
Esta preocupação possivelmente tenha sido reforçada quando se
soube que Mark Zuckerberg - o homem que mais fez para com­
partilharmos como compartilhamos - considera que o futuro, em
vez de aberto, como sustentava até agora, será privado.
Enquanto o setor da comunicação se vê obrigado a proteger a
identidade dos menores que saem em suas páginas, a publicação
maciça de imagens sem filtro de crianças nas redes sociais trans­
formou a proteção em ironia. O fenômeno é tamanho que deu
origem a um novo termo: sharenting, a soma de share (compar­
tilhar) e parenting (criação). [ ...] a primeira pessoa a escrever um
estudo detalhado sobre esse difundido fenômeno foi a advogada
Stacey Steinberg, que em 2016 publicou o relatório intitulado Sha­
renting, com o subtítulo de "a privacidade das crianças na era das
redes sociais". Essa professora de Direito da Universidade da Fló­
rida, e mãe, estudou em profundidade as implicações desse hábito
planetário instalado há mais de uma década.
Os pais são, por um lado, "os guardiões da informação pesso­
al de seus filhos e, por outro, os narradores da sua vidà', escreve
Steinberg. Ao narrar, compartilhamos informação sobre os filhos
ao mesmo tempo em que os privamos do direito a fazê-lo eles
mesmos em seus próprios termos. E isso é uma fonte potencial de
dano à qual prestamos pouca atenção.
Os riscos aos quais os menores se veem submetidos são vá­
rios. Para começar, facilitamos que criminosos e pervertidos os
localizem fisicamente. Mas há também outros riscos de origem
digital. Se alguém capturar uma imagem ou um vídeo de um me­
nor, pode simular que este sofre algum tipo de ameaça e exigir um
resgate. Também pode suplantar sua identidade nas redes, como
já aconteceu com várias influencers. Se, além disso, ao anunciar o
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

nascimento de um bebê acrescentamos a data (coisa que muitos


pais fazem), poderíamos estar propiciando o roubo de sua iden­
tidade. Para não falar do ciberbullying que poderemos causar ao
postar uma foto ridícula do nosso filho (calcula-se que 59% dos
menores tenham passado por isso em 2018, segundo o instituto
Pew Research).
Mas há outra consequência mais óbvia que tampouco costu­
mamos levar em conta: a opinião do menor. Na opinião de 58%
dos pais norte-americanos que compartilham fotos, não há nada
de errado em postar sem o consentimento dos filhos, segundo a
empresa de segurança McAfee. E 40% acreditam que a foto pode­
ria acabar envergonhando a criança, mas que esta não se importa­
rá, ou acabará superando. Entretanto, o que se está comprovando
é justamente o contrário: que muitos não gostam do uso que seus
pais fazem de sua imagem. Assim se manifestou a filha da atriz
Gwyneth Paltrow quando esta publicou uma imagem de ambas
em que a menina usava óculos de esqui que cobriam seu rosto:
"Mamãe, já falamos disso. Você não pode publicar minhas fo­
tos sem meu consentimento", queixava-se Apple. Ao que Paltrow
respondeu: "Mas se nem dá para ver a sua cara!':
[ ...]
"Há uma realidade': opina Laura Baena, publicitária e criadora
do site Malasmadres. "As fotos de crianças bombam. Postamos as
imagens porque tocam nossa parte emocional, ou realmente esta­
mos mercantilizando as crianças?"
[ ...]
Stacey fecha seu texto com várias recomendações aos pais in­
teressados em proteger seus filhos: familiarizar-se às políticas de
privacidade das redes em que postam fotos; criar alertas que avi­
sem quando o nome de seu filho sair em algum resultado de busca
no Google; cogitar não revelar a identidade da criança na hora
de contar algo; pedir permissão a elas antes de compartilhar uma
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

informação a seu respeito; nunca publicar fotos delas com pouca


roupa; e, finalmente, considerar se essa informação que você está
cogitando compartilhar pode ter algum efeito sobre o bem-estar e
o desenvolvimento psicológico do pequeno.

Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/07/05/actualidad/


1562335565_606827.html>.Acesso em: 8 jul. 2019 (Adaptação).

1. Releia este trecho.


"Postamos as imagens porque tocam nossa parte emocional, ou
realmente estamos mercantilizando as crianças?"
A ideia de "mercantilização das crianças", de acordo com o con­
texto em questão, está também presente em:
a) "Cada foto é compartilhada - sem consentimento algum -
pelo pai, a mãe ou algum familiar [ ... ] . Recebe-se um monte
de curtidas e até algum elogio, o que leva a reincidir:'
b) "Os pais são, por um lado, "os guardiões da informação pes­
soal de seus filhos e, por outro, os narradores da sua vidà',
escreve Steinberg"
c) ''A emoção de ser pai ou mãe é uma das causas por trás dessa
compulsão, a versão atualizada dos retratinhos guardados na
carteira:'
d) "Na opinião de 58% dos pais norte-americanos que compar­
tilham fotos, não há nada de errado em postar sem o consen­
timento dos filhos, segundo a empresa de segurança McAfee:'

2. Entre os problemas decorrentes da exposição da imagem de


crianças nas redes sociais, NÃO se inclui
a) localização das crianças por criminosos.
b) roubo da identidade de bebês.
c) criação de crianças dependentes de redes sociais.
d) desconsideração da opinião da criança sobre o uso de sua
imagem.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

3. Releia este trecho.


"Enquanto o setor da comunicação se vê obrigado a proteger a
identidade dos menores que saem em suas páginas, a publicação
maciça de imagens sem filtro de crianças nas redes sociais transfor­
mou a proteção em ironia."

A relação de ironia à qual esse trecho se refere está CORRETA­


MENTE explicada em:
a) A publicação explícita das imagens de crianças nas redes so­
ciais reitera a existência da necessidade de proteção da identi­
dade dos menores em publicações de comunicação.
b) A obrigação imposta aos setores de comunicação, de prote­
ger a imagem de menores, tem seu sentido contrariado pela
atitude daqueles que publicam demasiadamente a imagem de
crianças.
c) A atitude dos setores de comunicação, de proteger a identida­
de das crianças nas imagens, pode ser vista como uma crítica
irônica à publicação impensada de imagens das crianças pelos
pais e responsáveis.
d) A ironia, nesse caso, refere-se ao exagero presente na publi­
cação maciça das imagens de crianças, tanto pelos pais e res­
ponsáveis quanto pelos setores de comunicação, que utilizam
essas imagens para fins publicitários.

4. Analise as afirmativas a seguir a respeito da caracterização do


texto em questão.
I. O texto utiliza, como forma de estratégia de convencimento,
verbos na primeira pessoa do plural, objetivando promover
uma identificação do leitor com o autor,
PORQUE
II. os artigos de opinião, gênero no qual o texto se encaixa, inten­
cionam expor o posicionamento do autor e persuadir o leitor
sobre determinado tema.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

Assinale a alternativa CORRETA.


a) Ambas as afirmativas estão corretas, mas a I não é justificativa
da II.
b) Ambas as afirmativas estão corretas, e a I é justificativa da II.
c) A afirmativa I está incorreta, e a II está correta.
d) A afirmativa I está correta, e a II está incorreta.

5. Leia o trecho a seguir.


''Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não
tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine."
(1 Coríntios 13: 1)

Assinale a alternativa em que o verbo destacado a seguir está con­


jugado no mesmo tempo e no mesmo modo que os dois verbos
destacados nesse trecho.
a) Se soubéssemos que ele faria isso, não teríamos o convidado.
b) Meu pai quer que tu cantes na festa de hoje.
c) Eu sofria quando chegava o verão em Manaus.
d) Quando tu menos esperares, serás promovida no trabalho.

6. Leia o texto a seguir.


"Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói"
( O quereres - Caetano Veloso)

A figura de linguagem que justifica o uso da vírgula nos trechos


destacados denomina-se
a) anacoluto.
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b) polissíndeto.
e) aliteração.
d) elipse.

7. Analise os textos a seguir.


Texto I
Legenda: O esporte une os povos.
Mas só a cerveja faz eles se
abraçarem e se considerarem pra
caramba. A TVA leva o PAN para
os bares e restaurantes.
Venha Torcer com os amigos.

Disponível em: <https://tinyurl.


com/y3gls6ql>. Acesso em: LO jul.
2019.

Texto II

'"º"""'"""'JI
1 1,;.1., 1,,..MI ..
..- ,.
Legenda: Toda criança se espelha
......................
r,.;..,..............
rn,uf'"Rpl,l.
em um adulto. Nunca ofereça
bebida alcoólica a menores. Nem
,-..u ..... 4., ,.,.,
'"""""'"'!
l'•Wf.,..,

seja um mau exemplo. Vamos


dar um basta neste problema.

Disponível em: <https://tinyurl.


com/y58y24qb>.
Acesso em: 10 jul. 2019.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

Ambos os textos abordam o consumo de álcool. A respeito dos


elementos utilizados para veicular um posicionamento positivo e
um negativo sobre esse tema, analise as afirmativas a seguir.
I. No texto I, o álcool é tomado como promotor de situações
positivas, como a confraternização entre os amigos; para isso
são utilizados elementos imagéticos que remetem a um bar,
espaço em que isso ocorre.
II. O sentido global da mensagem expressa no texto II é alcança­
do a partir da união de elementos verbais e não verbais, sendo
que a imagem da sombra do adulto representa tanto o que a
criança vê no presente, quanto o que ela pode vir a ser.
III. A menção ao esporte no texto I tem a função de contraba­
lancear o hábito de vida pouco saudável, representado pelo
consumo de álcool, com a prática de atitudes mais salutares,
como o salto
com vara.

Está CORRETO o que se afirma em


a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III, apenas.
d) I, II e III.

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões 8


e 9.

(( [ ... ]
- Famigerado?
- "Sim senhor. .." - e, alto, repetiu, vezes, o termo, enfim nos
vermelhões da raiva, sua voz fora de foco. E já me olhava, interpe­
lador, intimativo - apertava-me. Tinha eu que descobrir a cara.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Famigerado? Habitei preâmbulos. Bem que eu me carecia noutro


ínterim, em indúcias. Como por socorro, espiei os três outros, em
seus cavalos, intugidos até então, mumumudos. Mas, Damázio:
- "Vosmecê declare. Estes aí são de nada não. São da Serra. Só
vieram comigo, pra testemunho . . . "
Só tinha de desentalar-me. O homem queria estrito o caroço:
o verivérbio.
- Famigerado é inóxio, é "célebre': "notório", "notável". . .
- "Vosmecê mal não veja em minha grassaria no não enten-
der. Mais me diga: é desaforado? É caçoável? É de arrenegar? Far­
sância? Nome de ofensa?"
- Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões neutras, de
outros usos . . .
- "Pois . . . e o que é que é, em fala de pobre, linguagem de em
dia-de-semana?"
- Famigerado? Bem. É: "importante': que merece louvor, res­
peito . . .
- "Vosmecê agarante, pra a paz das mães, mão na Escritura?"
Se certo! Era para se empenhar a barba. Do que o diabo, então
eu sincero disse:
- Olhe: eu, como o sr. me vê, com vantagens, hum, o que eu
queria uma hora destas era ser famigerado - bem famigerado, o
mais que pudesse!. . .
- "Ah, bem!. .. " - soltou, exultante.
[ ... )"
Guimarães Rosa - Famigerado. Disponível em: <https://contobrasileiro.
com.br/famigerado-conto-de-guimaraes-rosa/>. Acesso em: 12 jul. 2019.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

8. A respeito da linguagem utilizada no conto de Guimarães


Rosa, é INCORRETO afirmar:
a) O autor emprega o uso de neologismos, como se vê em ter­
mos como "verivérbio" - que poderia ser interpretado como
o sentido correto da palavra, a verdade do verbo - ou "farsân­
cià', como sinônimo de falsidade.
b) Observa-se ao longo de todo o texto emprego de uma varia­
ção formal e arcaica do português brasileiro, de acordo com
a norma-padrão, o que se confirma no uso de termos como
"vosmicê", por exemplo.
c) Ao mencionar a "linguagem de dia de semana", a personagem
do conto refere-se a uma variação coloquial da língua portu­
guesa, próxima aos registros linguísticos empregados por ela.
d) Nas falas do narrador, observa-se uma diversidade de regis­
tros linguísticos, em alguns momentos utilizando a variação
formal e, em outros, empregando termos típicos da oralidade.

9. Leia o trecho a seguir.


"- Olhe: eu, como o sr. me vê, com vantagens, hum, o que eu
queria uma hora destas era ser famigerado - bem famigerado, o
mais que pudesse!. . . "

Assinale a alternativa que MELHOR justifica o uso das reticências


no trecho apresentado.
a) Reproduzir o corte da frase de um personagem pela fala de
outro.
b) Marcar a hesitação na fala reproduzida.
c) Indicar que o personagem interrompe uma ideia que era ex­
pressa.
d) Assinalar uma inflexão de natureza emocional na fala do per­
sonagem.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

10. Leia o poema a seguir.

"Todas as cartas de amor são


Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente

(Álvaro de Campos) Disponível em: <https://www.


Ridículas):'
revistaprosaversoearte.com/todas-as-cartas-de-amor­
saoridiculas-alvaro-de-campos-fernando-pessoa/>.
Acesso em: 12 jul. 2019.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

A respeito da progressão temática do poema de Álvaro de Cam­


pos, é INCORRETO afirmar:
a) O poema aborda o tema do amor, sobre o qual se realiza uma
rema, com humor, que desmistifica a ideia tradicional de
amor, observando os aspectos ridículos do encantamento dos
seres apaixonados.
b) A progressão temática do poema se dá pela atribuição do ad­
jetivo "ridículas" às várias fases do amor e de um relaciona­
mento: a paixão, a declaração, a entrega, a desilusão, o saudo­
sismo e, por fim, o desencantamento com a própria ideia de
amor.
c) O adjetivo "ridículas", isolado como um verso e repetido ao
longo do poema, poderia ser substituído por termos sinôni­
mos, o que contribuiria para maior coerência e para o desen­
volvimento da progressão temática do poema.
d) Nos versos "Mas, afinal, / Só as criaturas que nunca escre­
veram / Cartas de amor / É que são / Ridículas:', o eu lírico
desenvolve, a partir do tema do amor, uma crítica à recusa
que algumas pessoas apresentam em se entregar quando estão
apaixonadas.

GABARITO

OI LA
09. D 1 10.
02 e
e 1
03 B
1
04 B
1
05 A
1
06. D
1
07 A
1
08. B

GJ
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 02 - PREF. SÃO JOSÉ DO RIBAMAR-MA/ASSISTENTE


SOCIAL

Leia o texto A e responda às questões de 01 a 03.

TEXTO A

[ ... ]
Ela é minha orgia
Meu quitute
Insaciável apetite
numa ceia de Natal.

Ela é minha bela


Meu brinquedo
Minha certeza, meu medo
É meu céu e meu mal.

Ela é o meu vício


E dependência
Incansável paciência
E o desfecho final.

Minha meta, minha metade


Minha seta, minha saudade
Minha diva, meu divã
Minha manhã, meu amanhã.
[ ... ]

Lenine. Meu amanhã. IN.: http://letras.terra.corn.br/lenine/83606/.


Acesso em 23/05/2011.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

1. No verso "Minha manhã, meu amanhã" as palavras manhã e


amanhã constituem-se exemplos de:
a) ambíguidade.
b) sinonímia.
c) antonímia.
d) paronímía.
e) neologismo.

2. Assinale a opção cujas palavras são formadas pelo mesmo


processo.
a) incansável, insaciável
b) meta, amanhã
c) dependência, brinquedo
d) incansável, metade
e) brinquedo, incansável

3. A linguagem artística utiliza, muitas vezes, figuras de lingua­


gem para dar maior destaque a várias expressões. No texto A,
o verso E o desfecho final. contém uma figura de linguagem
denominada:
a) silepse de gênero.
b) hipérbato.
c) anacoluto.
d) silepse de número.
e) pleonasmo.

4. Assinale a opção que contém ERRO na concordância verbal.


a) Eu não caibo mais nas roupas que cabia.
b) Fazem vinte anos que não te vejo.
c) Ao certo, faz quatro meses que morreu o assassino mais temi­
do desta região.
d) Aquele jogador namora uma atriz muito conhecida.
e) Virei vê-lo pela manhã.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Leia o texto B e responda às questões de 05 a 07.

TEXTO B

Com franqueza, não me animo a dizer que você não vá.


Eu, que sempre andei no rumo de minhas venetas, e tantas ve­
zes troquei o sossego de uma casa pelo assanhamento triste dos
ventos da vagabundagem, eu não direi que fique.
Em minhas andanças, eu quase nunca soube se estava fugindo
de alguma coisa ou caçando outra.
Você talvez esteja fugindo de si mesma, e a si mesma caçando;
nesta brincadeira boba passamos todos, os inquietos, a maior par­
te da vida - e às vezes reparamos que é ela que se vai, está sempre
indo, e nós (às vezes) estamos apenas quietos, vazios, parados, fi­
cando. Assim estou eu.
A viajante. Rubem B raga. IN: http://www.releituras.com/
rubembraga_mae.asp. Acesso em 23/05/2011.

5. O termo destacado em "reparamos que é ela que se vai", ter­


ceiro parágrafo, refere-se a:
a) coisa.
b) si mesma.
c) vida.
d) brincadeira.
e) outra.

6. Leia o trecho a seguir e as proposições sobre as relações lin­


guísticas apontadas.
''. . . nesta brincadeira boba passamos todos, os inquietos, a maior
parte da vida - e às vezes reparamos que é ela que se vai..."

I. nesta é um pronome catafórico, elemento coesivo no texto.


II. os inquietos retoma e nomeia os seres expressos anterior­
mente pelo termo todos.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

III. A expressão às vezes recebe crase por causa da regência do


verbo reparar.

Está CORRETO o que se afirma, apenas, em:


a) II e III.
b) III.
c) II.
d) I e II.
e) I.

7. Assinale a opção cujo termo ou expressão em destaque possui


a mesma função sintática que a expressão destacada em "Com
franqueza, não me animo a dizer que você não vá. "
a) " Você talvez esteja fugindo de si mesma, e a si mesma caçan­
do... "
b) "Em minhas andanças, eu quase nunca soube se estava fugin-
do... "
c) " ... nesta brincadeira boba passamos todos, os inquietos, a
maior parte da vida... "
d) " ... eu não direi que fique. "
e) " ... e nós (às vezes) estamos apenas quietos . . ."

O texto C é referência para responder às questões de 08 a 13.

TEXTO C

Cara presidente,
Não foi a senhora que inventou essa história de sediar a Copa
do Mundo. Foi o Outro. Ele é que era, e continua sendo, louco por
futebol. Ele é que criou na cabeça um Brasil tão grande e influente
que terminaria com a crise do programa nuclear do Irã, arbitraria
a paz, entre árabes e israelenses, ganharia um assento permanente
no Conselho de Segurança da ONU e, para encerrar, como a úl­
tima firula do artilheiro antes de fazer o gol, sediaria o Mundial
de 2014. A senhora, ao contrário, e mil desculpas se for engano,
aparenta se aborrecer mortalmente diante de um jogo de futebol.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Também não é crível, simplesmente não cabe no seu perfil, que


acredite no mesmo Brasil fantasioso do Outro. Se deu a entender
que sim, isso ocorreu apenas no período eleitoral, em que, como
no Carnaval, tudo é permitido.
"Falo, falo, e não digo o essencial': escrevia Nelson Rodrigues.
O essencial é o seguinte: por que não desistir? Não seria a primei­
ra vez. A Colômbia, escolhida para sediar a Copa de 1986, jogou a
toalha três anos antes, e o torneio mudou para o México. [ ...]
[ ...]
"Falo, falo e não digo o essencial:' O essencial desta missiva,
senhora presidente, é sugerir-lhe uma estratégia. Se lhe parece hu­
milhante desistir assim, na lata, a sugestão é a seguinte: brigue
com a Fifa.
Enfrente-a. Como o mundo inteiro sabe, a Fifa não é flor que
se cheire. É uma entidade tão milionária, tão abusada no uso de
seus poderes, quanto são milionários e abusados seus dirigentes.
Pega bem enfrentá-los. Brigue para que reduzam suas incontáveis
exigências. Que aceitem a reforma de estádios existentes em vez
de pedirem tantos novos. Que assumam parte das despesas. A Fifa
está com a corda no pescoço tanto quanto a senhora. Na melhor
das hipóteses, eles romperão com o Brasil e partirão para uma
alternativa de emergência. [ ...]
Revista Veja 4 de maio, 201 1 .

8. O texto, caracterizado pelo próprio autor como missiva, per­


mite identificar por meio das marcas linguísticas:
a) uma intenção crítico-tendenciosa sustentada por estratégias
sociocomunicativas que envolvem emissor/destinatário ou
autor/leitor.
b) um objetivo de prestar informações em uma perspectiva de
distanciamento formal e protocolar entre emissor/destinatá­
rio, quebrando a intimidade entre autor/leitor.
c) uma posição doutrinária em que o emissor aconselha o desti­
natário, sem conotações, deixando ao leitor o papel exclusivo
de observador.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

d) um propósito de conjecturar fatos sem teor argumentativo, o


que enfraquece a mensagem, comprometendo a relação au­
tor /leitor ou emissor/ destinatário.
e) uma motivação humorística em que se misturam concepções
pessoais e informações soltas com falta de nexos para indicar
relações que possam aproximar emissor/destinatário ou au­
tor/leitor no processo da articulação dos sentidos.

9. Considerando o texto e a temática por ele suscitada, julgue o


que se encontra nos itens a respeito dos aspectos discursivos.
I. A expressão jogou a toalha, no segundo parágrafo, emprega­
da literalmente, denota a ideia de perseverança.
II. Os vocábulos arbitraria e artilheiro, no primeiro parágrafo,
integram o campo léxico-semântico pertinente ao eixo temá­
tico, e caracterizam relações metafóricas que inviabilizam in­
ferências e deduções.
III. A expressão mil desculpas, no primeiro parágrafo, constitui
uma hipérbole que antecipa com extravagância uma possível
refutação.
IV. O emprego de é que, no primeiro parágrafo, realça a ideia dis­
cursiva, não constituindo termo sintático, conforme o padrão
da língua.

Pode-se afirmar que apenas estão CORRETOS:


a) I e III.
b) I e II.
c) II e III.
d) I e IV.
e) III e IV.

1 0. Sobre o trecho em que o emissor leva o "Outro" à categoria de


artilheiro, pode-se afirmar CORRETAMENTE que o contex­
to só NÃO permite entender que firula corresponde a:
a) malabarismo.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

b) rodeio.
c) labuta.
d) floreio.
e) manha.

11. Examine o trecho a seguir, sem perder de vista que ele é uma
transcrição do texto C.
"Também não é crível, simplesmente não cabe no seu perfil, que
acredite no mesmo Brasil fantasioso do Outro."
Com relação a aspectos linguísticos e léxico-semânticos desse tre­
cho, de acordo com a norma padrão e o contexto, identifique a
alternativa CORRETA.
a) A palavra Também, nesse caso, tem o sentido de apenas.
b) É inadmissível que se coloque a preposição de antes da pala­
vra que.
c) O verbo caber está empregado como intransitivo, no sentido
de modelar.
d) A palavra crível é um advérbio de dois gêneros, invariável em
número, podendo ser substituída pelo advérbio verossímil.
e) Pode-se colocar o pronome se após a palavra que sem causar
incoerência contextual nem coesão inadequada.

12. A respeito do emprego da preposição, conforme as normas


gramaticais e a coerência textual, indique a alternativa COR­
RETA.
a) Em e o torneio mudou para o México, no segundo parágra­
fo, é coerente a troca da preposição para pela preposição em
que junto ao artigo º (em+o) constituirá a contração no, res­
guardando o contexto.
b) A retirada da preposição presente na passagem criou na ca­
beça um Brasil, no primeiro parágrafo, não causa transgres­
são gramatical nem incoerência discursiva.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

c) Em arbitraria a paz, no primeiro parágrafo, o uso da prepo­


sição ª é obrigatório, razão por que deveria ser colocado um
acento indicativo de crase.
d) A preposição ª antes do verbo entender, no último período
do primeiro parágrafo, é exigida pelo emprego do verbo dar.
e) A preposição ª em Não seria a primeira vez, no segundo pa­
rágrafo, é exigência do verbo transitivo direto.

13. A língua é um código que exige aprendizagem e obediência a


regras e às possibilidades de emprego quanto à variação e uni­
dade. Conforme a intenção do locutor e o tipo de texto, pode
ser usada com criatividade, sem a exploração do que é errado
por falta de conhecimento do que se chama adequação.
Com relação ao último parágrafo da "missivà', (texto C), o autor,
para produzir um efeito de expressividade, explorou estilistica­
mente vários aspectos da língua, por exemplo:
1. metáforas e coloquialismos como na lata, não é flor que se
cheire, Pega bem e corda no pescoço.
2. repetição de palavra, para obter um tom enfático: Falo, falo e
não digo o essencial.
3. um uso coloquial, ou informal, do pronome oblíquo: Enfren­
te-a.
4. uso estilístico de flexão da pessoa verbal do modo imperativo,
constituindo equívoco de ordem gramatical em Brigue.
Pode-se afirmar que está CORRETO o que se exemplifica apenas
em:
a) 3.
b) 1, 2 e 3 .
c) 2 e 4.
d) 4.
e) 1 e 2.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

14. De acordo com a gramática normativa, na língua portuguesa


a concordância consiste em se adaptar a palavra determinante
ao gênero, número e pessoa da palavra determinada.

A partir da concepção acima, pode-se dizer que NÃO há erro de


concordância nominal na alternativa:
a) Desse modo, elas só pensam em si mesmas.
b) Não adianta dizer que ele está quites com seus débitos.
c) Anexo seguem as fotos dos estádios.
d) Saíram do bolso do contribuinte bastante impostos.
e) Seriam necessário essas reivindicações tão óbvias?

15. Panorama - Veja essa, da revista Veja, de 4 de maio de 2011


- cita uma frase seguida de observação crítica conforme se lê
abaixo:
"O meu governo está diuturnamente, e até noturnamente, aten­
to a todas as pressões inflacionárias, venham de onde vier."
DILMA ROUSSEFF, presidente da República, prometendo atacar
a inflação e nocauteando a língua portuguesa.

Levando em consideração a frase citada e a observação referente,


julgue os itens a seguir.
I. Em e nocauteando a língua portuguesa, há uma alusão a forte
equívoco de ordem léxico-semântica na construção da men­
sagem citada.
II. O indevido emprego da palavra onde no plano sintático da
norma padrão, assim como as transgressões de regência ver­
bal, fazem um ataque decisivo à língua portuguesa.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVI A RITA

III. Há um adequado paralelismo semântico, sem falhas de sig­


nificados básicos na frase citada pela revista, no emprego das
palavras terminadas em -mente, portanto essa construção
está fora do nocaute.
IV A frase destacada pela revista não está plenamente respalda­
da pela recomendação gramatical: "usando-se em uma frase
mais de um advérbio terminado em -mente só o último deve
receber esse sufixo; intentando-se ênfase, porém, cada advér­
bio poderá vir com esse sufixo desde que sejam considerados
a seleção e ajuste dos itens lexicais, de modo adequado", por­
tanto a língua portuguesa, na mensagem citada, recebeu uma
pancada.

Conclui-se que está CORRETO apenas o que se afirma em:


a) I e II.
b) III.
c) I e IV
d) II e IV
e) IV

GABARITO

01. D 02. A 03. E 04. B o5. e 06. D 07. B 08. A


09. E 10. e 11. B 12. D 13. E 14. A 15. e
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 03 - FADESP/PERITO CRIMINAL/ENGENHARIA CIVIL

Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de


1 a 6.

Software de peritos da Polícia Federal auxilia a estimar danos


em Brumadinho
Por Matheus Leitão
1 Peritos criminais da Polícia Federal atuam desde sexta-feira
02 (25) na região atingida pelo rompimento da barragem da Mina
03 do Feij ão, em Brumadinho (MG), com o auxílio do sistema In-
04 teligeo, que processa imagens aéreas do local e auxilia a Defesa
05 Civil fornecendo mapas com informações atualizadas.
06 O Inteligeo é um software idealizado por peritos criminais
07 da PF e desenvolvido por programadores brasileiros. O sistema
08 é uma plataforma de dados espaciais capaz de processar ima-
09 gens aéreas e fazer as estimativas iniciais do impacto ambiental
10 do rompimento d a barragem, possibilitando compilar diversas
11 informações.
12 A equipe da perícia criminal federal produziu n o fi m da tarde
13 de sexta (25) u m mapa mostrando a área afetada antes e depois
14 d o evento, utilizando o acervo histórico d o Inteligeo e as infor-
15 mações disponíveis naquele momento.
16 No sábado (26), a região estava coberta de nuvens e a equipe
17 recorreu a fotos aéreas ao invés de imagens de satélite.
18 O acervo do Inteligeo na região foi complementado nes-
19 t a segunda-feira (28) com imagens do satélite X2, doadas pela
20 empresa finlandesa ICEYE, que consegue produzir imagens de
21 radar de alta resolução mesmo através das nuvens.
22 O uso do sistema no caso de Brumadinho é direcionado para
23 os esforços de resgate, e poderá ser mais demandado pelos peri-
24 tos criminais em caso de investigação criminal.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

25 No momento, a maior preocupação é identificar as vítimas,


26 muito mais numerosas do que no caso de Mariana porque, desta
27 vez, o despejo de rejeitas atingiu em cheio o centro administra-
28 tivo da Mina do Feijão, onde havia uma grande concentração de
29 pessoas.

https://g l .globo.com/politica/blog/matheus-leitao/post/2019/01/30/software-de-peri­
tos-da-policia-federal-auxilia-aestimar-danos-em-brumadinho.ghtml
Acessado em 01/02/2019

1. De acordo com o texto, a contribuição do Inteligeo consiste


em fornecer informações
a) geográficas.
b) históricas.
c) técnicas.
d) meteorológicas.
e) estatísticas.

2. A vantagem do satélite X2 sobre o Inteligeo é o fato de


a) ter sido fabricado com tecnologia finlandesa.
b) registrar imagens em más condições de visibilidade.
c) ser capaz de fornecer informações adicionais importantes.
d) identificar maior número de vítimas em caso de desatres.
e) proceder a estimativas precisas em situações adversas.

3. A palavra/expressão grifada NÃO poderia ser substituída


pelo termo indicado em
a) O sistema é uma plataforma de dados espaciais capaz de pro­
cessar imagens aéreas e fazer as estimativas iniciais do impacto
ambiental do rompimento da barragem, possibilitando compi­
lar diversas informações (linhas 7 a 1 1) 7 muitas.
b) No sábado (26), a região estava coberta de nuvens e a equipe
recorreu a fotos aéreas ao invés de imagens de satélite (linhas 1 6
e 1 7) 7 em vez.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

c) O acervo do Inteligeo na região foi complementado nesta segun­


dajeira (28) com imagens do satélite X2, doadas pela empresa
finlandesa ICEYE, que consegue produzir imagens de radar de
alta resolução mesmo através das nuvens (linhas 18 a 21) 7 a
qual.
d) O uso do sistema no caso de Brumadinho é direcionado para os
esforços de resgate, e poderá ser mais demandado pelos peritos
criminais em caso de investigação criminal (linhas 22 a 24) 7
aos.
e) No momento, a maior preocupação é identificar as vítimas,
muito mais numerosas do que no caso de Mariana porque, des­
ta vez, o despejo de rejeitas atingiu em cheio o centro adminis­
trativo da Mina do Feijão, onde havia uma grande concentra­
ção de pessoas (linhas 25 a 29) 7 em que.

4. De acordo com a norma, o emprego da vírgula é facultativo


em
a) O sistema é uma plataforma de dados espaciais capaz de pro­
cessar imagens aéreas e fazer as estimativas iniciais do impacto
ambiental do rompimento da barragem, possibilitando compi­
lar diversas informações (linhas 7 a 11).
b) No sábado (26), a região estava coberta de nuvens e a equipe
recorreu a fotos aéreas ao invés de imagens de satélite (linhas 16
e 1 7) .
c) O uso do sistema no caso de Brumadinho é direcionado para os
esforços de resgate, e poderá ser mais demandado pelos peritos
criminais em caso de investigação criminal (linhas 22 a 24).
d) No momento, a maior preocupação é identificar as vítimas (li­
nha 25).
e) o despejo de rejeitas atingiu em cheio o centro administrativo
da Mina do Feijão, onde havia uma grande concentração de
pessoas (linhas 27 a 29).
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

5. A expressão grifada é uma locução adverbial em


a) O Inteligeo é um software idealizado por peritos criminais da
PF e desenvolvido por programadores brasileiros (linhas 6 e 7).
b) A equipe da perícia criminal federal produziu no fim da tarde
de sexta (25) um mapa móstrando a área afetada antes e depois
do evento, utilizando o acervo histórico do Inteligeo e as infor­
mações disponíveis naquele momento (linhas 12 a 15).
c) No sábado (26), a região estava coberta de nuvens e a equipe recor­
reu afotos aéreas ao invés de imagens de satélite (linhas 16 e 17).
d) O uso do sistema no caso de Brumadinho é direcionado para os
esforças de resgate, e poderá ser mais demandado pelos peritos
criminais em caso de investigação criminal (linhas 22 a 24).
e) No momento, a maior preocupação é identificar as vítirr.as,
muito mais numerosas do que no caso de Mariana porque, des­
ta vez, o despejo de rejeitas atingiu em cheio o centro adminis­
trativo da Mina do Feijão, onde havia uma grande concentra­
ção de pessoas (linhas 25 a 29).

06 Em O uso do sistema no caso de Brumadinho é direcionado


para os esforços de resgate, e poderá ser mais demandado pelos
peritos criminais em caso de investigação criminal (linhas 22 a
24), o verbo demandar é sinônimo de
a) buscar.
b) reclamar.
c) obter.
d) precisar.
e) processar.

GABARITO

! 01. D ! 02. E 1 03. C l o4. C j os. B 1 06. A


PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 04 - TRF 4ª R /ANALI STA J U D I CIÁRIO/OFI CIAL D E


J USTIÇA AVALIADOR FEDERAL

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 6, considere


o texto abaixo.

O motorista do 8- 1 00

Fui convidado por um colega da redação de jornal, outro dia,


a ver um belo espetáculo. Que eu estivesse pela manhã bem cedo
junto ao último edifício da Avenida Rio Branco para assistir à co­
leta de lixo. Fui. Vi chegar o caminhão 8-100 da Limpeza Urbana e
saltarem os ajudantes que se puseram a carregar e despejar as latas
de lixo. Enquanto isso, que fazia o motorista? O mesmo de toda
manhã. Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia o seu
carro ficar rebrilhando de beleza.
É costume dizer que a esperança é a última que morre. Nis­
so está uma das crueldades da vida: a esperança vive à custa de
mutilações. Vai minguando e secando devagar, se despedindo dos
pedaços de si mesma, se apequenando e empobrecendo, e no fim
é tão mesquinha e despojada que se reduz ao mais elementar ins­
tinto de sobrevivência e ao conformismo.
Esse motorista, que limpa seu caminhão, não é um conforma­
do, é o herói silencioso que lança um protesto superior. A vida o
obriga a catar lixo e imundície; ele aceita a sua missão, mas a supe­
ra com esse protesto de beleza e dignidade. Muitos recebem com
a mão suja os bens mais excitantes e tentadores da vida; e as flores
que vão colhendo no jardim de uma existência fácil logo têm, pre­
sa em seus dedos frios, uma corrupção que as desmerece e avilta.
O motorista do caminhão 8-100 parece dizer aos homens da cida­
de: "O lixo é vosso: meus são estes metais que brilham, meus são
estes vidros que esplendem, minha é esta consciência limpa' :
(Adaptado de: BRAGA, Rubem. O homem rouco. Rio de Janeiro: Editora do Autor,
1 963, p. 1 45- 1 46)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

1. Os três parágrafos em que se estrutura o texto podem ser


identificados, nesta ordem, pelos seguintes procedimentos:
a) descrição de um incidente; reflexão sobre esse incidente par­
ticular; conclusão genérica, de sentido moral.
b) narração de uma visita; reconhecimento do caráter prosaico
de uma cena; divagação sobre o valor social do trabalho.
c) introdução a uma análise política; exemplificação de um sen­
timento edificante; reconhecimento moral do bom confor­
mismo.
d) reconhecimento de uma cena insólita; reflexão sobre a pau­
perização de um sentimento; valorização conclusiva da cena
inicial.
e) testemunho de uma ação extravagante; cogitação sobre o sen­
tido dessa ação; enaltecimento da humildade de um simples
trabalhador.

2. Ao se deter no tema da esperança, no 2° parágrafo do texto, o


autor mostra-se convencido de que esse sentimento
a) comprova, em cada uma de nossas experiências, o sentido e o
valor que lhe reconhece o referido dito popular.
b) traz consigo a crueldade singular de se tornar mais ativo em
nós na exata proporção em que vai nos iludindo.
c) degrada-se num longo e contínuo processo, ao fim do qual
seu reducionismo só deixa lugar para o conformismo.
d) alimenta-se do conformismo que há em nós para se instalar
desde cedo como uma espécie de precavida sabedoria.
e) deteriora-se a cada vez que o imaginamos mais consistente,
razão pela qual nos vamos iludindo de modo progressivo.

3. Explora-se no texto o emprego de expressões que constituem


uma OPOSIÇÃO de sentido, tal como se observa na relação
entre
a) um espanador e um pedaço de flanela / ficar rebrilhando de
beleza (1º parágrafo).
b) vive à custa de mutilações / se apequenando e empobrecendo
(2° parágrafo).
c) herói silencioso / lança um protesto superior ( 3° parágrafo).
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

d) recebem com a mão suja / uma corrupção que as desmerece


(3° parágrafo).
e) A vida o obriga a catar lixo e imundície / protesto de beleza e
dignidade (3° parágrafo).

4. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o


sentido de um segmento do texto em:
a) Que eu estivesse pela manhã bem cedo (1º parágrafo) = Tal­
vez eu fosse ainda cedinho.
b) vive à custa de mutilações (2° parágrafo) = destroça-se para
poder subsistir.
c) tão mesquinha e despojada (2° parágrafo) = algo simplória e
despreparada.
d) protesto de beleza e dignidade (3° parágrafo) = recusa dos ex­
cessos da beleza digna.
e) os bens mais excitantes e tentadores (3° parágrafo) = as posses
luxuosas e pecaminosas.

5. Está clara e correta a redação desta observação apoiada no


texto:
a) O motorista referido no texto constitui, aos olhos do autor, o
exemplo de uma dignidade que não cede às mais duras cir­
cunstâncias.
b) O autor foca-se no lugar-comum de um provérbio ao qual se
deseja dar uma nova versão menos otimista do que a habitual.
c) Quanto mais nos promete a esperança, em seu processo de­
gradativo, à medida em que nos tornamos presas fáceis de sua
sujeição.
d) O conformismo, em cujo pendor a gente acaba se postando,
pode ser o derradeiro degrau aonde se aloja a esperança.
e) Tanto mais limpas são as dádivas na proporção mesma em
que as recebamos com a condecendência de toda a nossa dig­
nidade.
GABARITO

! 01. 0 ! 02. c ! o3. E ! o4. B ! os. A


INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 05 - TCDF/AU DITOR DE CONTROLE EXTERNO

Texto para os itens de 1 a 1O

1 A Teoria Geral do Estado mostra como surgiu e se organizou,


ao longo do tempo, o Estado. Nas formas primitivas de organi­
zação social, ainda tribais, o poder era concentrado nas mãos de
4 um único chefe, soberano e absoluto, com poder de vida e morte
sobre seus subordinados, fazendo e executando as leis.
Na Antiguidade Clássica, as civilizações grega e romana fo-
7 ram as que primeiro fizeram uma tentativa de compartilhar o
poder, criando instituições como a Eclésia e o Senado. Contudo,
essa experiência foi posta de lado quando as trevas medievais
10 tomaram conta d a Europa, fazendo-a mergulhar e m mil anos de
estagnação, sob as mãos de senhores feudais, reis e papas, que
não conheciam outro limite senão seu próprio poder.
13 O fim da Idade Média, no século XV, e o ressurgimento das
cidades, no período renascentista, representaram profundas
mudanças para a sociedade da época, mas, do ponto de vista
16 político, assistiu-se a uma concentração ainda maior do poder
nas mãos dos soberanos, reis absolutos, que, sob o peso de sua
autoridade, unificaram os diversos feudos e formaram vários dos
19 Estados modernos que hoj e conhecemos. Exceção a essa regra
foi a Inglaterra, onde, já em 1 2 1 5, o poder do rei passou a ser um
tanto limitado pelos nobres, que o obrigaram a pedir autorização
22 a um conselho constituído por vinte e cinco barões para aumen­
tar os impostos.
A fim de fazer valer essa exigência, foi assinada a Magna Car-
26 ta. Nascia o embrião do parlamento moderno, com a finalidade
precípua de limitar o poder do rei.

Elton E. Polveiro Júnior. Desafios e perspectivas do poder legislativo no século XXI.


Internet: <www.senado.gov.br> (com adap tações)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Com base nas ideias do texto, julgue os itens seguintes.


1 . ( ) Infere-se da leitura do texto, especialmente do trecho "O fim
da Idade Média (...) aumentar os impostos" (1.1 3-23), que
a Inglaterra conseguiu limitar o poder dos reis absolutistas
bem antes dos demais países europeus.

2. ( ) A Eclésia e o Senado figuravam como instituições potencial­


mente capazes de dissipar o poder soberano que imperava
na Antiguidade Clássica.

3. ( ) A conquista política obtida na Antiguidade Clássica no que


se refere ao poder compartilhado não avançou na Idade Mé­
dia, quando o poder tornou a ser concentrado nas mãos de
poucos, sem limitações.

4. ( ) A Inglaterra foi o país que menos sofreu as consequências do


período absolutista medieval, conforme se afirma no texto.

5. ( ) Os senhores feudais, os reis e os papas foram os responsáveis


pela interrupção da experiência que sinalizava o fim o abso­
lutismo para as civilizações grega e romana.

Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue os itens que


se seguem.
6. ( ) Justifica-se o emprego da vírgula logo após "mas" (l.1 5) para
enfatizar o sentido de contraste introduzido por essa con­
junção, razão por que a supressão desse sinal de pontuação
não acarretaria prejuízo gramatical ao texto.

7. ( ) No trecho "Exceção a essa regrà' (l.1 9), é opcional o emprego


do sinal indicativo de crase no "à:
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

8. ( ) O pronome "o" (1.21) retoma, por coesão, a expressão "o po­


der do rei" (l.20).

9. ( ) A forma verbal "representaram" (l.14) está no plural para


concordar com o sujeito composto da oração, cujos núcleos
são "fim" (1.13) , "século" (l.13) e "ressurgimento" (l.13).

10. ( ) Na linha 12, a substituição do vocábulo "senão" por se não,


embora gramaticalmente correta, prejudicaria o sentido do
texto.

Texto para os itens de 11 a 15

l Saibam, agora, que a Câmara resolveu autorizar o tesourei-


ro a comprar uma arca forte para recolher nela as suas rendas.
Cáspite! Esta notícia derruba todas as minhas ideias acerca das
4 rendas do município. A primeira convicção política incutida em
meu espírito foi que o município não tinha recursos, e que por
esse motivo andava descalçado, ou devia o calçado; convicção
7 que me acompanhou até hoje. A frase - escassez das rendas
municipais - há muito tempo que nenhum tipógrafo a compõe;
está já estereotipada e pronta, para entrar no período compe-
1O tente, quando alguém articula as suas ideias acerca dos negócios
locais. Imaginei sempre que todas as rendas da Câmara podiam
caber na minha carteira, que é uma carteirinha de moça. Vai se-
13 não quando a Câmara ordena que s e lhe compre uma arca, e
recomenda que sej a forte, deita fora as suas muletas de mendiga,
erige o corpo, como um Sisto V, e, como um primo Basílio tilinta
16 as chaves da burra nas algibeiras. Diógenes batiza-se Cresa; a
cigarra virou formiga.
Machado de Assis. Notas semanais. ln: Obra completa de Machado de Assis.
Vol. III. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1 994. Internet: <http://machado.mec.
gov.br>.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Julgue os próximos itens com base nas ideias expressas no texto.


11. ( ) Ao mencionar Diógenes e a cigarra, no último período do
texto, o narrador estabelece uma analogia entre a Câmara
Municipal carente de recursos e os referidos personagens.

12. ( ) O narrador expressa surpresa com o fato de a Câmara Mu­


nicipal demonstrar boa situação financeira.

13. ( ) Infere-se da leitura do texto que, costumeiramente, o mu­


nicípio justificava seus não feitos com o argumento da falta
de verbas.

Julgue os itens subsequentes, relativos a aspectos gramaticais do


texto.

14. ( ) A substituição das formas verbais "ordenà' (l.13), "reco­


mendà' (l.14), "deita" (l.14), "erige" (l.15) e "tilinta" (l.15) por
ordenou, recomendou, deitou, erigiu, e tilintou, respectiva­
mente, não acarretaria prejuízo sintático nem semântico ao
texto.

1 5 . ( ) A "primeira convicção políticà' (1.4) do narrador é consti­


tuída, de fato, por duas convicções, que completam o sentido
da forma verbal "foi" (1.5): "que o município não tinha recur­
sos" (1. 5) e "que por esse motivo andava descalçado, ou devia
o calçado" (1. 5-6).

GABARITO

01. e 02. e 03. e 04. E OS. E 06. E 07. E 08. E


09. E 10. E 11. e 12. e 1 3. e 14. E 15. E
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 06 - CÂMARA MU NICIPAL DE POUSO ALEGRE-MG/


ASSISTENTE DE COMU NICAÇÃO

Os ambientes a que tradicionalmente se associa a ideia de apren­


dizado têm-se diversificado ao extremo, e chegam a abranger, na
atualidade, todas as dimensões nas quais se podem conceber os pro­
cessos ininterruptos de subjetivação. Se se pudesse observar histo­
ricamente a natureza dos meios de compartilhamento de informa­
ção, veríamos que a diversidade dos canais de comunicação, que
aumenta em razão geométrica, é determinante para que se com­
preenda o papel hodierno da escola e para que se lhe planejem as
futuras atribuições.
Em termos metodológicos e procedimentais, há uma estuante
discussão acerca das muitas implicações que demanda a era digi­
tal, sem cujos claros benefícios e não tão óbvias responsabilidades
são impensáveis as sociedades modernas e vindouras. Vejam-se, a
título de exemplos, as novas relações interpessoais que se estabele­
cem, em sala de aula, diante do acesso a redes sem fio; acrescente
disponibilidade de conteúdos específicos de suporte à (in)forma­
ção de alunos e de professores; e necessidade de se considerarem
novas formas de produção de conhecimento a partir de um volu­
me impressionante de informações. Basta um rápido olhar sobre
esses pontos para que nos admiremos da complexidade cognitiva
em que nos inserimos.
É fácil prever que os desdobramentos dessa ampliação de espaços
levam a uma redefinição de conceitos fundamentais. Percebemos,
enfim e como já deveríamos ter percebido há muito tempo, que é
possível aprender praticamente em qualquer lugar e a todo momen­
to. Em vista disso, o novo laboratório de experimentação e apren­
dizado, que compreende o mundo exterior - e o interior - ao su­
jeito, impõe uma integração de conhecimentos inaudita. Talvez
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

esta seja a principal componente dessa revolução: a perspectiva


colaborativa, sinergética, descentralizada. Esse é o modelo mais
propício à descoberta de aplicações inovadoras para antigas com­
petências e ao desenvolvimento de novas habilidades para atender
a exigências futuras.
Contudo, a inevitabilidade de seguir adiante não significa que
o devemos fazer de qualquer maneira. Diante do peso dos séculos,
o Homem aprendeu que não se pode avançar irrefletidamente, e
que o progresso feito às expensas do equilíbrio e da reflexão tem
um alto preço. Mais do que apenas avaliar a mensagem que dese­
jamos passar às próximas gerações, devemos escolher a melhor
forma de transmiti-la - e é possível que o espaço mais oportu­
no para que se ventile essa discussão venha a ser uma escola sem
fronteiras.

1. Em relação ao conteúdo do texto acima, assinale a afirmativa


INCORRETA.
a) No primeiro parágrafo do texto, apresenta-se a ideia da diver­
sificação dos processos de aprendizado tal como observamos
na atualidade.
b) O segundo parágrafo aponta aspectos diversos que decorrem
da implementação de recursos tecnológicos ao espaço tradi­
cionalmente associado ao aprendizado.
c) No terceiro parágrafo, discutem-se características do modelo
cognitivo que foi substituído em decorrência dos avanços da
era digital.
d) O último parágrafo do texto contém uma reflexão acerca da
necessidade de se conjugarem responsabilidade e progresso
em benefício da Humanidade.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

2. Avalie as afirmativas seguintes.


I. O autor do texto usa o discurso científico para sustentar a
ideia de que a escola passará por uma inevitável expansão em
todos os seus aspectos organizacionais e funcionais.
II. O autor do texto afirma que devemo-nos adequar, em termos
pedagógicos, à nova configuração das relações entre o indiví­
duo e seus contextos de aprendizado.
III. O autor do texto promove uma reflexão sobre questões cultu­
rais prementes que representam benefícios e responsabilida­
des atribuídos à instituição tradicionalmente referida como
'escoll

Em relação ao disposto no texto acima,


a) apenas a afirmativa I é verdadeira.
b) apenas a afirmativa II é verdadeira.
c) apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
d) apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.

3. Avalie as assertivas seguintes, feitas diante de uma leitura do


texto acima.
I. A maneira tradicional de se considerar o aprendizado sofre
o impacto direto da diversificação das fontes de informação,
como se pode observar na atualidade.
II. O ineditismo da atual integração de conhecimentos decorre
do fato de que o sujeito passa a absorver informação tanto do
meio a ele externo quanto de seu próprio interior.
É possível afirmar, diante do conteúdo do texto, que
a) apenas a primeira afirmativa é verdadeira.
b) As duas afirmativas são verdadeiras e A é causa de B.
c) As duas afirmativas são verdadeiras e A não é causa de B.
d) As duas afirmativas são falsas.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

4. O escopo de aplicação de expressões adverbiais permite al­


guma flutuação estilística, ao mesmo tempo em que se pre­
serva o significado original de um texto. Tome-se a passagem
"Diante do peso dos séculos, o Homem aprendeu que não se
pode avançar irrefletidamente, e que o progresso feito às ex­
pensas do equilíbrio e da reflexão tem um alto preço:' [linhas
20-22 ] , que pode ser alterada como apresentado nas propos­
tas abaixo.
I. O Homem aprendeu, diante do peso dos séculos, que não se
pode avançar irrefletidamente, e que o progresso feito às ex­
pensas do equilíbrio e da reflexão tem um alto preço.
II. Irrefletidamente, o Homem aprendeu que não se pode avan­
çar diante do peso dos séculos, e que o progresso feito às ex­
pensas do equilíbrio e da reflexão tem um alto preço.
III. Irrefletidamente, o Homem aprendeu, diante do peso dos sé­
culos, que não se pode avançar, e que o progresso feito às ex­
pensas do equilíbrio e da reflexão tem um alto preço.
IV. O Homem, diante do peso dos séculos, aprendeu que não se
pode avançar irrefletidamente, e que o progresso feito às ex­
pensas do equilíbrio e da reflexão tem um alto preço.

As propostas de reescrita que preservam o sentido original da


passagem são
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

5. As afirmativas abaixo, feitas sobre o conteúdo do segundo pa­


rágrafo do texto, estão corretas, exceto
a) Tanto alunos quanto professores podem beneficiar-se das in­
formações oferecidas nos meios eletrônicos.
b) As sociedades humanas são hoje estreitamente dependentes
da informática e, no futuro, continuarão a sê-lo.
c) A disponibilidade de grandes quantidades de informação
deve acarretar a criação de novos modelos cognitivos.
d) O uso da tecnologia wireless leva a mudanças nos papéis de­
sempenhados pelos indivíduos nos ambientes educacionais.

6. Avalie as assertivas abaixo.


I. O progresso é natural para a espécie humana, mas isso não
implica que escape totalmente a seu controle.
II. Em si, a tecnologia digital não é somente positiva nem so­
mente negativa; seu valor depende do uso que dela se faz.
III. O ser humano sempre pôde aprender em qualquer situação;
o que havia era uma perspectiva reducionista centrada na es­
cola.
IV. Em termos cognitivos e mesmo sociais, não conseguimos
acompanhar o ritmo acelerado da evolução tecnológica e di­
gital.

Em relação ao conteúdo do texto acima, estão CORRETAS as


assertivas
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

7. O texto faz uso de elementos coesivos cuja função é referenciar


termos específicos para a criação de sentido. Em termos das
associações verificadas no texto, a afirmativa incorreta é
a) lhe [ 1º parágrafo ] = papel hodierno
b) cujos [2° parágrafo] = era digital
c) esta [ 3 ° parágrafo] = perspectiva
d) o [ 4° parágrafo] = seguir adiante

8. Leia a seguinte passagem do texto.


'Contudo, a inevitabilidade de seguir adiante não significa que o
devemos fazer de qualquer maneira.'

Em termos da colocação do pronome oblíquo o, a alternativa que


preserva o significado original e é referendada pela gramática
normativa é
a) Contudo, a inevitabilidade de seguir adiante não o significa
que devemos fazer de qualquer maneira.
b) Contudo, a inevitabilidade de o seguir adiante não significa
que devemos fazer de qualquer maneira.
c) Contudo, a inevitabilidade de segui-lo adiante não significa
que devemos fazer de qualquer maneira.
d) Contudo, a inevitabilidade de seguir adiante não significa que
devemos fazê-lo de qualquer maneira.

GABARITO

1 01 . e 1 02. B 10 . A 1 04 . B 1 05 . e 1 06. B 1 07 . A 1 08. D


3
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

P ROVA 07 - CEM I GJTÉC N I CO ADM I N I STRATIVO


Instrução: As questões de 1 a 6 referem-se ao texto a seguir. Leia­
-o antes de respondê-las.

1 Embora pairem incertezas sobre o fôlego de crescimen-


to de longo prazo da economia brasileira, as projeções de
todos os lados para o PIB neste e nos próximos anos ainda
indicam uma atividade aquecida.
2 No que diz respeito, ao menos, ao fornecimento de ener-
gia - fator que já foi terror do crescimento econômico em
anos recentes -, o aumento de produção e de consumo es­
tão garantidos sem que falte às empresas abastecimento
energético para isso.
3 Segundo representantes do governo, o que já há de ener-
gia contratada, relativo a usinas e hidrelétricas em constru­
ção para os próximos anos, garante fornecimento para um
crescimento de até 7% do PIB ao ano até, pelo menos, 20 1 4.
4 "A demanda projetada até 20 14 já está suprida. Temos
entre 3 mil e 3,5 mil megawatts-médios contratados para
entrar em funcionamento por ano. Isso permite um cres­
cimento econômico anual de 7%': informou Maurício Tol­
masquim, presidente da Empresa de Pesquisas Energéticas
(EPE), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia
(MME).
5 A informação foi passada após os dois leilões de geração
realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Ane­
el) na semana passada . Os volumes equivalem a uma usina
de Santo Antônio - que está sendo construída no Rio Ma­
deira - inaugurada por ano.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

6 Os leilões negociaram a energia de empreendimentos


que entrarão em funcionamento de 2011 a 2013, e vende­
ram 2,8 mil megawatts. "Com estes leilões, completamos
o que estava projetado em demanda para o período': disse
Tolmasquim.
7 Cálculos do setor de energia indicam que, para cada 1%
de crescimento do PIB, o consumo de energia cresce entre
1% e 1,5%. Em 2009, a carga brasileira foi de 52 mil me­
gawatts. Um crescimento de 7% do PIB, para esta base, exi­
ge um incremento de 3,6 mil megawatts na matriz.

Margem folgada
8 Este ano, no entanto, deve marcar o pico do crescimento,
com projeções de PIB, feitas pelo governo e o mercado, que
variam de 6,5% até 7,09%. Para o PIB do segundo trimestre,
que será divulgado amanhã pelo IBGE, a variação estimada
chega a até 8%, segundo diferentes projeções de bancos e
corretoras consultadas pelo Brasil Econômico.
9 Nos anos seguintes, no entanto, o ritmo fica mais ameno,
com uma média de crescimento econômico, até 2014, entre
4,7% até a mais otimista, de 6%, estimada na segunda-feira
pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
10 Qualquer uma delas, no entanto, já indica que a próxima
década terá um Brasil mais aquecido do que na década que
se encerra: entre 2000 e 2009, a média de evolução anual do
PIB foi de 3,31%.

Apagão x "Pagão"
11 "O problema de apagão está resolvido': diz Paulo Pedro-
sa, presidente-executivo da Associação Brasileira dos Gran­
des Consumidores Industriais de Energia (Abrace). "O pro­
blema agora é o 'pagão": brinca, referindo-se ao aumento de
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVI A RITA

custos com que o sistema elétrico veio sendo carregado nos


últimos anos.
12 Os chamados encargos setoriais - cobranças embutidas
na conta destinadas a subsidiar o sistema - representam
hoje cerca de 9% do total da conta de luz, somados ainda a
mais dezenas de impostos que resultam em 46% do total da
conta de luz.
13 Em 1999, o peso dos encargos era de 6,2%, segundo da-
dos do Instituto Acende Brasil. "A energia térmica, que é
mais cara e começou a ser contratada pesadamente a partir
de 2005, está começando agora a pesar nos custos': expli­
ca Pedrosa. Enquanto o megawatt de grandes hidrelétricas,
como no caso do negociado para o complexo do Rio Madei­
ra ou de Belo Monte, custa até R$ 80, nas térmicas gira em
torno dos R$ 140.
14 "A agenda de garantia do abastecimento já está cumpri-
da. Para os próximos anos, a nova agenda deve ser a busca
pela competitividade': completa.
Disponível em: <http:!!www. cartacapital.com. br!economia/>.
Acesso em 20 set. 201 0.)

1 . São títulos adequados para esse texto, EXCETO:


a) Copa do Mundo sem crise de energia
b) Energia garante aumento anual de 7% do PIB até 20 1 4
c) Brasil cheio de energia na próxima década
d) Energia elétrica: abastecimento garantido
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

2.
1. A geração e o fornecimento de energia elétrica dependem do
crescimento anual do PIB.
II. O texto tem como objetivo criticar o excesso de impostos in­
cidentes sobre a conta de energia elétrica.
III. A energia termoelétrica tem um custo duas vezes superior ao
da hidrelétrica.

Dentre as afirmativas acima, são INCORRETAS:


a) apenas I e II.
b) apenas II e III.
c) todas.
d) apenas I e III.

3.
1. O texto apresenta uma visão otimista da política energética
desenvolvida no Brasil.
II. A evolução do PIB e o consumo de energia apresentam o
mesmo índice de crescimento.
III. Nos próximos anos, os índices de desenvolvimento econômi­
co devem se reduzir.

Dentre as afirmativas acima, são CORRETAS:


a) apenas II e III.
b) apenas I e III.
c) apenas I e II.
d) todas as afirmativas.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

4. Em todas as alternativas as alterações na pontuação do tre­


cho transcrito entre parênteses implicam erro ou mudança de
sentido, EXCETO:
a) No que diz respeito - ao menos - ao fornecimento de energia
(fator que já foi terror do crescimento econômico em anos
recentes) o aumento de produção e de consumo estão garan­
tidos, sem que falte às empresas abastecimento energético
para isso. (No que diz respeito, ao menos, ao fornecimento de
energia - fator que já foi terror do crescimento econômico em
anos recentes -, o aumento de produção e de consumo estão
garantidos sem que falte às empresas abastecimento energéti­
co para isso. - 2° § ).
b) Cálculos do setor de energia indicam que para cada 1% de
crescimento do PIB, o consumo de energia cresce entre 1 %
e 1,5%. (Cálculos do setor de energia indicam que, para cada
1 % de crescimento do PIB, o consumo de energia cresce entre
1% e 1,5%. - 7 ° §).
c) Este ano, no entanto, deve marcar o pico do crescimento com
projeções de PIB, feitas pelo governo e o mercado que variam
de 6,5% até 7,09%. (Este ano, no entanto, deve marcar o pico
do crescimento, com projeções de PIB, feitas pelo governo e o
mercado, que variam de 6,5% até 7,09%. - 8 ° § ) .
d) Embora pairem incertezas sobre o fôlego de crescimento de
longo prazo da economia brasileira, as projeções de todos os
lados para o PIB, neste e nos próximos anos, ainda indicam
uma atividade aquecida. (Embora pairem incertezas sobre o
fôlego de crescimento de longo prazo da economia brasileira,
as projeções de todos os lados para o PIB neste e nos próxi­
mos anos ainda indicam uma atividade aquecida. - 1 ° § ) .
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

5. O texto aborda todos os tópicos a seguir, EXCETO:


a) Problemas com fornecimento de energia elétrica em anos re­
centes.
b) Elevação no custo global da produção de energia elétrica nos
últimos cinco anos.
c) Grande volume de impostos incidentes sobre a energia elétri­
ca.
d) Implantação de uma usina hidrelétrica por ano.

6. Em todas as alternativas, as reformulações propostas para o


trecho transcrito entre parênteses implicam erro ou mudança
de sentido, EXCETO:
a) A informação foi fornecida na semana passada, após ambos
os leilões de geração realizados por intermédio da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel). (A informação foi pas­
sada após os dois leilões de geração realizados pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na semana passada.
50 § )

b) Apesar de pairarem incertezas a respeito da capacidade de


crescimento de longo prazo da economia brasileira, as proje­
ções de todos os lados para o PIB neste e nos próximos anos
sinalizam ainda uma atividade aquecida. (Embora pairem
incertezas sobre o fôlego de crescimento de longo prazo da
economia brasileira, as projeções de todos os lados para o
PIB neste e nos próximos anos ainda indicam uma atividade
aquecida. - 1 ° §)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

c) Os volumes se equiparam à uma usina de Santo Antônio inau­


gurada por ano, a qual está sendo construída no Rio Madeira.
(Os volumes equivalem a uma usina de Santo Antônio - que
está sendo construída no Rio Madeira - inaugurada por ano.
- 5 0 §)

d) Este ano, entretanto, tem de marcar o pico do crescimento,


com previsões de PIB, realizadas pelo governo e o mercado,
que variam de 6,5% até 7,09%. (Este ano, no entanto, deve
marcar o pico do crescimento, com projeções de PIB, feitas
pelo governo e o mercado, que variam de 6,5% até 7,09%.
8º §)

GABARITO
1 01. A 1 02. C 1 03. B 1 04. D 1 05. D 1 06. B
PROFESSORA FLÁVIA RI TA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 08 - PREFEITURA DE MARIANA/ADVOGADO

"Quem tem um sonho não dança" - Faça um novo ano novo


Estas do título são palavras do Cazuza, meu poeta amado, tra­
dutor das inquietudes do meu tempo. Com toda loucura, ele en­
controu seu lugar na vida de compor e cantar. E mostrar sua cara
e nos chamar à não hipocrisia. E fez sua história. Cito-o porque
sigo muito preocupada com o numero de crianças e adolescentes
perdidos de si, que perdem a vida para o crack e outras formas
suicidas de existir. Em muitas cidades continua a crescer os casos
de jovens que desistem, não suportam, sabe-se lá que nível de an­
gústia, e dão fim ao seu calvário. O que está acontecendo?
Segundo os princípios africanos, não me lembro agora de que
nação é o fundamento, "é preciso toda uma aldeia para se educar
uma criançà: Então conclamo a todos a arregaçarem as mangas
e tentar orientar um jovem por dia. Seja primo, sobrinho, irmão,
amigo, filho de amigo. Não temos uma cultura reflexiva, onde re­
afirmamos nossa identidade e nos reconhecemos. Vale explicar
direitinho para uma criança ou um jovem o rumo de sua ação.
Eles prestam atenção quando somos bons explicadores e quando
fica claro que estamos do seu lado. Vejo um desamparo geral dos
que, por nós criados, seguem sendo analfabetos de si e do mundo.
Se repararmos, no caminho do malfeito desse ou daquele menino,
tem sempre um adulto que falhou com sua ausência resultada em
abandono, ou com sua nociva presença cheia de obstruções, con­
selhos visando só ganhar dinheiro, ainda que isso custe o preço de
nosso melhor sonho.
Um jovem é diagnosticado como tal exatamente pela sua po­
tência romântica, seu coração destemido e quixotesco, e pela sua
confiança na própria capacidade de mudar o mundo. Não esfa-
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

celemos sua esperança. Muitas vezes quando confessa: pai, quero


estudar agronomia mas quero trabalhar com os sem terra, fazer
horta comunitária, o pai enlouquece: "mas que palhaçada é esta?
Roça comunitária é coisa de vagabundo. Já viu isto dar dinheiro?
Você tem que pensar é no seu, seu babaca!" É em casa que se es­
cuta este tipo de pensamento de consequências desastrosas. Bo­
tam um menino desses, que nasceu com coração descalço, enfiado
num terno numa loja num shopping ou na empresa do pai, que
muitas vezes, sem ninguém se dar conta do enredo, começa a falir.
Esqueceram de perguntar a este jovem quais são os seus desejos,
suas vocações, suas inclinações. Estamos, adultos e experientes,
em condição privilegiada em relação aos que vieram depois de
nós. Podemos ajudá-los a ampliar as pistas para chegar a si mesmo
e, com estas informações se disponibilizarem a conhecer o outro
e seu mundo. Um homem que tem intimidade com seus fluxos de
ser e que se torna conhecedor de suas margens, logo encontra seu
sonho e com ele navega, e em suas águas outros sonhos encontra e
por eles peleja, luta, e com eles verdeja. O sonho é âncora, bússola.
Sem ele ir aonde? Por quê? Para quê? Pois está se matando quem
não suporta um não, uma rejeição, uma intempérie, uma tristeza:
quem não se recuperou de seu abandono, quem tem tudo e vive
desnutrido de afeto; quem não tem quem diga "vem cá, meu filho,
vou te ajudar a encontrar tuas habilidades:: É triste encontrar um
menino de vinte anos cuj o único sonho é "trocar seu carro novo
por um novo carro novo".
Pedófilos, corruptos, mafiosos, sádicos, ladrões e assassinos fo­
ram, geralmente, crianças que por algumas mãos adultas tratadas,
forjadas, ensinadas assim. Parece triste o que digo, mas o que es­
tou dizendo é que tem jeito. Esse assunto de educação não é sorte.
Dá para se prever o futuro de um cidadão, se no presente o cons-
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

truirmos. Ai meus amigos, tanta coisa está em jogo: amamentação


amorosa, o jeito como pegamos uma criança no colo, o quanto
a amparamos, o quanto de apoio damos à pequena coluna desse
bebê pra que ele consiga erguer-se. Claro que há os que não tive­
ram nada destas estruturas seguras, e que, no entanto se reinven­
taram e dão um baile no caldeirão das probabilidades. Mas quem
puder que garanta já uma boa infância aos seus rebentos e aos
que, nem que seja por algumas horas, passem sob seus cuidados.
Sempre há um jeito para os vivos. Não se matem, meus amo­
res, escrevam melhores capítulos. Temos todo medo do fracas­
so, medo de não agradar, de não representarmos importância no
coração de papai, mamãe, nem ninguém. Por isso somos todos
sobreviventes, de alguma dor, um vicio, uma paixão, uma rejeição.
Para todos estes infortúnios, um só antídoto: agarre na mão do
sonho, através dele se procure, se compreenda, se acolha onde o
amor faltou. Estamos chegando no final do ano e milhões de ves­
tibulares e cursinhos especializados em aprovar neles proliferam.
Pois atenção esteticistas, massagistas, enfermeiros, eletricistas,
marceneiro, cozinheiros, pintores, costureiros, médicos, músicos,
professores, artistas. Tudo é igualmente importante para o mun­
do e todos podemos ser brilhantes em cada trabalho que de nós
merecer dedicação natural. Porque dá caminho e luz, o sonho é o
sol. Vá tomar seu banho. É direito do povo. E aí teremos um ano
realmente novo! Beijos, Elisa Lucinda.
(23/ 1 2/1 O, jornal A Gazeta. Disponível em www. ideiasmariokerber. com.!
quem-tem-um-sonho-naodanca- elisa. html . Acesso em 25/12/1 0)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

1. Analisando-se o título e a argumentação de Elisa Lucinda,


verifica-se que o tema central da crônica acima consiste na
afirmação de que:
a) é direito de qualquer cidadão exercer com dignidade a profis­
são escolhida, desde que ela socialmente valorizada.
b) educar uma criança é ajudá-lo a perceber sua vocação, seu de­
sejo e inclinação, a fim de que se torne um adulto equilibrado.
c) as palavras de Cazuza demonstram a maturidade de alguém
que soube representar bem as inquietudes de uma geração.
d) os adultos, por serem mais maduros e reflexivos, são os me­
lhores guias para determinar os caminhos certos para as no­
vas gerações.

2. "Segundo os princípios africanos, não me lembro agora de


que nação é o fundamento, "é preciso toda uma aldeia para se
educar uma criança:'
Assinale a afirmativa INCORRETA sobre o fragmento:
a) Com a citação, a autora reforça a ideia de que educar é um
processo complexo e de grande responsabilidade.
b) A citação reitera a importância da solidariedade de todos os
agentes no ato de educar.
c) A autora, neste fragmento, restringe o que afirma às nações
africanas, organizadas em aldeias, portanto com estrutura
mais simples.
d) A cronista identifica-se com o fundamento destacado, o que
se evidencia, linguisticamente, tanto pelo uso do conectivo
"segundo" quanto pelo uso de aspas (citação literal).

3. Para construir sua argumentação, Elisa Lucinda utiliza di­


versas estratégias textuais bastante persuasivas. A seguir,
apresentam-se algumas, com trechos do texto. Assinale a
opção que traz afirmação INCORRETA sobre o fragmento
destacado:
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

a) "Com toda loucura, ele encontrou seu lugar na vida de com­


por e cantar. E mostrar sua cara e nos chamar à não hipo­
crisia. E fez sua história:' (A autora alude a pessoa famosa e
sua obra como forma de resgatar fatos marcantes em especial
para certa geração, com que ela se identifica.)
b) "Não temos uma cultura reflexiva, onde reafirmamos nossa
identidade e nos reconhecemos:' (Lucinda usa 1ª pessoa do
plural como forma de persuadir o leitor a aderir ao argumen­
to apresentado.)
c) "O sonho é âncora, bússola. Sem ele ir aonde? Por quê? Para
quê? Pois está se matando quem não suporta um não, uma
rejeição, uma intempérie, uma tristeza. :' (A cronista usa de
uma série de perguntas, relevantes à argumentação, que de­
verão ser respondidas pelo leitor como forma de continuar a
interlocução com a autora.)
d) "Porque dá caminho e luz, o sonho é o sol. Vá tomar seu ba­
nho. É direito do povo. E aí teremos um ano realmente novo!
Beijos, Elisa Lucinda:' (Embora se tratando de uma crônica, a
autora adota aspectos de uma carta, como a despedida, o que
a aproxima ainda mais do leitor/destinatário.)

4.
"Um jovem é diagnosticado como tal exatamente pela sua po­
tência romântica, seu coração destemido e quixotesco, e pela
sua confiança na própria capacidade de mudar o mundo:'

Neste fragmento, com o uso do adjetivo "quixotesco" temos uma


estratégia argumentativa bastante recorrente, denominada:
a) metalinguagem.
b) denotação.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

c) ironia
d) intertextualidade.

Atente para o fragmento abaixo para responder às questões 5 e 6:


5.
"Um homem que tem intimidade com seus fluxos de ser e que
se torna conhecedor de suas margens, logo encontra seu sonho
e com ele navega, e em suas águas outros sonhos encontra e por
eles peleja, luta, e com eles verdeja. O sonho é âncora, bússola:'

As expressões acima poderiam ser substituídas, sem alteração se­


mântica, por:
a) reflexivo / suas limitações.
b) egocêntrico / suas potencialidades.
c) metódico / suas fraquezas.
d) alienado / suas inquietações.

06. Lucinda afirma, neste fragmento, que "o sonho é âncora, bús-
sola:' Há, neste fragmento,
a) uma figura de linguagem denominada metonímia.
b) uso de antítese, em que se contrapõem dois elementos náuticos.
c) recurso a duas metáforas encadeadas sem conectivo.
d) recurso a uma hipérbole, construída pelo desejo de intensifi­
car algo.

GABARITO
1 01. B 1 02. e 1 03. e 1 04 . D I os. A 1 06. e
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 09 - PREFEITURA DE MARIANA/ASSISTENTE SOCIAL

TEXTO I

Frei B etto
PASSEIO SOCRÁTICO

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São


Paulo: a sala de espera cheia de executivos dependurados em te­
lefones celulares; mostravam-se preocupados, ansiosos e, na lan­
chonete, comiam mais do que deviam. Com certeza, já haviam
tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea
oferecia um outro café, muitos demonstravam um apetite voraz.
Aquilo me fez refletir: Qual dos dois modelos produz felicidade?
O dos monges ou o dos executivos?
( ... ) A sociedade na qual vivemos constrói super-homens e su­
permulheres, totalmente equipados, mas muitos são emocional­
mente infantilizados. Por isso as empresas consideram que, agora,
mais importante que o QI (Quociente Intelectual), é a IE (Inteli­
gência Emocional). Não adianta ser um superexecutivo se não se
consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importan­
te os currículos escolares incluírem aulas de meditação!
Uma próspera cidade do interior de São Paulo tinha, em 1 960,
seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta aca­
demias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra ma­
lhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à
malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos:
"Como estava o defunto?". "Olha, uma maravilha, não tinha uma
celulite! " Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritua­
lidade? Da ociosidade amorosa?
Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se
na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualida­
de. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLA VIA RITA

pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no rnouse.


(... ) Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores,
não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de
abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais,
religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade
vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais . . .
A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refi­
namento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas
exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sen­
sação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é
'entretenimento' ; domingo, então, é o dia nacional da imbecilida­
de coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apre­
senta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como
a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de
que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tornar este
refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro,
você chega lá!" O problema é que, em geral, não se chega! Quem
cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de
um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos
seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso
me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma
saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem
aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de
si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse
condicionamento globocolonizador, neoliberal, consumista. As­
sim, pode-se viver melhor. Aliás, para urna boa saúde mental três
requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de
estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se al­
guém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma ca­
tedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adqui­


riam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se
um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers
tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se
pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de
domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há
mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moder­
no, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vá­
rios nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de
consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar
à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré­
-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no
purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no
inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna,
irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo ham­
búrguer de uma cadeia transnacional de sanduíches saturados de
gordura . . .
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das
lojas: "Estou apenas fazendo um passeio socrático:' Diante de seus
olhares espantados, explico: "Sócrates, filósofo grego, que morreu
no ano 399 antes de Cristo, também gostava de descansar a cabeça
percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores
como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observan­
do quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz:'
(1 1 /Fev! 20 1 0. Disponível em http://www. verdestrigos.org!sitenovo!
site/cronica_ver.asp?id= J 60 1 . Acesso em 08/12/1 0)

1. Em sua crônica, Frei Betto utiliza as seguintes estratégias de


construção textual, EXCETO:
a) Recorre a argumentos que intertexualizam com fatos ou da­
dos do acervo cultural da humanidade.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

b) Utiliza linguagem conotativa e denotativa de forma harmo­


niosa.
c) Adota como ponto de vista a i a pessoa do singular, mas usa
também a do plural a fim de buscar adesão do leitor.
d) Fundamenta sua argumentação numa linguagem padrão e
bastante conservadora.

2.
"... a sala de espera cheia de executivos dependurados em tele­
fones celulares; mostravam-se preocupados, ansiosos e, na lan­
chonete, comiam mais do que deviam. Com certeza, já haviam
tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea
oferecia um outro café, muitos demonstravam um apetite vo­
raz:'

Assinale a opção que completa CORRETAMENTE a afirmação


abaixo:
Com esse fragmento, o cronista _____________

a) cria a imagem de que a sociedade moderna provoca sensa­


ções e situações de estresse e compulsão.
b) evidencia que os executivos costumam ser glutões em situa­
ções profissionais.
c) destaca a ansiedade e voracidade como características funda­
mentais do profissional moderno.
d) critica o fato de as companhias aéreas fornecerem lanches
adicionais aos passageiros, condicionando-os mal.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

3.
"Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno:'

Essa analogia se reitera nas seguintes afirmações do cronista, EX­


CETO:
a) Na sociedade moderna, construções laicas como shoppings
valem, simbolicamente, tanto quanto as religiosas - catedrais
- valiam no passado.
b) Shoppings - assim como as catedrais - rejeitam a presença de
mendigos, crianças de ruas e pessoas vestidas de forma sim­
ples.
c) Muitos shoppings têm linhas arquitetônicas similares a cate­
drais estilizadas.
d) Tanto as catedrais quanto os shoppings procuram despertar
nas pessoas a sensação de estarem vivenciando algo paradisí­
aco.

4.
Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com
a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo,
vamos todos morrer esbeltos:
"Como estava o defunto? ' : "Olha, uma maravilha, não tinha
uma celulite!"
Neste fragmento, Frei Betto utiliza duas figuras de linguagem bas­
tante recorrentes.
São elas:
a) antítese e metáfora.
b) metonímia e pleonasmo.
c) metonímia e ironia.
d) metáfora e ironia.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

5. Atente para a charge que segue, denominada de texto II:

TEXTO II

(http://3. bp. blogspot. com/_IgOTn - Wmx2 Y/SewXAMdce01/


AAAAAAAAANM/LZY_kTixNaw!s 1 600-
h/americano.jpg. Acesso em 08/12/1 0)

Relacionando-a ao texto 1, pode-se perceber prioritariamente a


tematização:
a) da alienação das pessoas, que valorizam o ter em detrimento
do ser.
b) do consumismo desenfreado, capitaneado pela americani­
zação.
c) da existência de valores éticos inerentes ao homem.
d) da ideia socrática do desapego frente à globoconização.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

6. Assinale a afirmativa INCORRETA sobre a formação e/ou


semântica das palavras:
a) Em "superexecutivos", um neologismo, o prefixo intensifica o
sentido.
b) Em "QI" e "IE': o autor usa siglas, seguidas da explicação (me­
talinguagem).
c) "Shopping center" é empréstimo linguístico do inglês, que
manteve a forma original.
d) "Socrático", adjetivo presente no título, é formação esdrúxula
porque irregular.

GABARITO
1 0 1 . D 1 02. A 1 03. B 1 04. D 1 05. B 1 06. D
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 10 - PREFEITURA DE MARAVILHAS/AUXILIAR DE


CONSULTÓRIO DENTÁRIO

A LITERATURA HUMANIZA
Filosofia, arte e psicanálise podem apontar saídas contra demônios
pós-modernos, como depressão, que afetam a juventude
INEZ LEMOS *

O novo secretário nacional do livro, Waly Salomão, pretende


desenvolver " uma paixão nacional pela leitura': Notícia para lá de
boa, pois segundo a última pesquisa internacional sobre o tema, o
Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking dos países onde menos
se lê. Em entrevistas à imprensa, o secretário do livro tem falado
de seus projetos para a divulgação da leitura no Brasil. O propó­
sito é usar a leitura como libertação. A ideia é criar o hábito da
leitura entre os jovens, pois estamos nos tornando um país cuja
população só entende o que ouve e não entende o que lê. O que re­
vela que a presença intelectual da geração "audiovisual" resume-se
à audição. É quando o registro psíquico existe para compreender
apenas através do som das palavras, comprometendo a compre­
ensão da leitura. O jovem que não consegue ler hoje será o adulto
de amanhã, que, também alienado da escrita, se eternizará preso
em sua pobreza simbólica. Waly Salomão sonha com um povo
mais bem alimentado, letrado, gostando de livro mas sem estar
oprimido pela leitura: "Minha meta é transformar o livro numa
carta de alforrià'.
A leitura pode se transformar em uma opção profissional, é
isso que os jovens precisam saber. O mundo dos livros é um lu­
gar de formação. Muitos que hoje ocupam lugar de destaque em
seus trabalhos só o conseguiram porque se formaram nos livros.
Quem lê aprende a falar, a escrever e a pensar. Será que a cultura
capitalista teme uma nação que lê? Juventude deve ser sinônimo
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

de idealismo, de utopias. Todos os grandes revolucionários da his­


tória eram ainda jovens quando resolveram fazer de sua causa a
razão de sua vida.
Somos uma cultura conectada mais em máquinas que nos ho­
mens. Muitos passam horas envolvidos no computador, navegan­
do na internet ou brincando com o celular. É quando a tecnolo­
gia deixa de ser um meio e passa a ser um fim. Sem desenvolver
a capacidade de reflexão, sem saber elaborar uma frase, de nada
vale o computador. É triste ter um celular e não ter grandes ideias
para nele se comunicar. Acho que os grandes valores hegemônicos
ocidentais, como razão, trabalho e conhecimento, sofreram um
golpe com a globalização. A sociedade pós-moderna, que exibe
alto grau de avanço tecnológico, acabou exercendo um vazio sim­
bólico nas pessoas. E a juventude é o segmento que mais sofre
com isso.
A tecnologia interfere na noção de tempo e cultura. Tudo se
transforma com muita rapidez. A historicidade cedendo lugar
à má simultaneidade. E a vida é construção. Lenta e pausada. O
prazer está em acreditar em um sonho e persegui-lo por toda a
vida. Os jovens estão famintos de histórias, símbolos e utopias.
A arte foi substituída pelo entretenimento. A mídia eletrônica é
a metáfora da era do vazio. Ela banaliza a vida, o sexo e o amor.
Nela, tudo se descaracteriza e perde a densidade. Falta densidade
às pessoas atuais. E a capacidade de enfrentar os problemas, a dor
e o sofrimento. Tudo tem que ser resolvido rapidamente. Se estão
chateados, tomam Prozac! As pessoas estão desaprendendo a vi­
ver. E os jovens estão aprendendo a morrer. Na droga, no crime,
no suicídio. Prevalece a descrença na alegria de viver. Que pode
estar nos livros, no cinema, no teatro ou na luta por um grande
ideal. Como nos confirma Hipócrates: "A vida é breve, longa é a
arte".
(LEMOS, Jnez. Jornal Estado de Minas, caderno opinião- 2000 -
*Consultora em educação e psicanalista. e-mail: mils@gold. com. br.)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

1. Atente para o destaque em cada um dos termos:


I. "O propósito é usar a leitura como libertação:'
II. "Minha meta é transformar o livro numa carta de alforria:'
III."O jovem que não consegue ler hoje será o adulto de amanhã,
que, também alienado da escrita.. :'
IV. "Sem desenvolver a capacidade de reflexão, sem saber elabo­
rar uma frase.. :'

Pode-se afirmar que:


a) os termos destacados nos fragmentos II e IV estabelecem cor­
relação sinonímica com os termos I e III, respectivamente.
b) Os termos destacados em I e III não encontram correspon­
dência sinonímica em II e IV.
c) Apenas o termo destacado em III encontra correspondência
sinonímica em IV.
d) Apenas o termo destacado em I encontra correlação sinoní­
mica em II.

2. Marque a alternativa que contém o principal objetivo do texto:


a) Divulgar a literatura brasileira como complemento à era tec­
nológica.
b) Informar a respeito da geração que representará o Brasil da­
qui a 20 anos.
c) Argumentar a favor da criação de hábito e do cultivo da leitu­
ra entre os jovens.
d) Criticar o uso excessivo das novas tecnologias.

3. Quanto à linguagem do texto, pode-se afirmar que:


a) há mistura entre a correção gramatical e marcas característi-
cas de estilo.
b) privilegia a correção gramatical com nuances de coloquialidade.
c) predomina a modalidade coloquial.
d) há ênfase de palavras não dicionarizadas.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

4. Considere o fragmento abaixo e assinale a afirmativa IN­


CORRETA sobre ele:
''A ideia é criar o hábito da leitura entre os jovens, pois estamos
nos tornando um país cuja população só entende o que ouve e
não entende o que lê. "

a) No aspecto morfossintático, o termo " da leitura" é designado


como locução adjetiva que funciona como adjunto adnomi­
nal.
b) O termo "entre", nas dez classes gramaticais, é compreendido
como preposição e enfatiza, no texto, a ideia de " em meio a':
c) A conjunção "pois" exprime o sentido de explicação e pode
ser substituído por "porque".
d) O pronome "cuja" designa uma demonstração e pode ser
substituído, sem alteração semântica, pelo termo equivalente
"onde ".

As questões 5, 6 e 7 estão embasadas no fragmento a seguir. Leia-o


atentamente.
"Quem lê aprende a falar, a escrever e a pensar. Será que a cul­
tura capitalista teme uma nação que lê? Juventude deve ser sinô­
nimo de idealismo, de utopias:'

5. A frase interrogativa da autora Inez Lemos, acima, sugere que


um cidadão leitor:
a) seja alienado à realidade nacional.
b) conecta-se ao mundo tecnológico com mais habilidade.
c) engaja-se na luta por direitos sociais, políticos e econômicos,
conscientemente.
d) valoriza mais o conhecimento do vazio simbólico que o isenta
da realidade.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

6. A última frase do fragmento "Juventude deve ser sinônimo


de idealismo, de utopias" apresenta-se como um tipo de argu­
mento:
a) contraditório.
b) falso.
c) categórico.
d) persuasivo.

7. Observe as informações abaixo:


I. "Uma paixão nacional pela leiturà'
II. " Minha meta é transformar o livro numa carta de alforrià'
III. ''A vida é breve, longa é a arte".

O uso das aspas se deu por um processo intertextual denominado:


a) pastiche.
b) paráfrase.
c) paródia.
d) citação.

8. Assinale a opção que indica a INCORRETA correspondência


entre o termo em negrito e a informação a que ele se refere, no
texto:
a) "O prazer está em acreditar em um sonho e persegui-lo por
toda a vidà: ( um sonho )
b) ''A mídia eletrônica é a metáfora do vazio". Ela banaliza a vida,
o sexo e o amor' : ( A mídia eletrônica ).
c) ''A sociedade pós-moderna, que exibe alto grau de avanço tec­
nológico..:' ( A sociedade pós-moderna )
d) "O jovem que não consegue ler hoje será o adulto de amanhã,
que, também alienado da escrita, se eternizará preso em sua
pobreza simbólica". (O adulto de amanhã)

GABARITO
1 01 . A 1 02. e 1 03 . B 1 04. D 1 05 . e 1 06. D 1 07 . D 1 08 . D
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 11 - ESP-MG/ANALISTA EM EDUCAÇÃO E PESQUISA


EM SAÚ DE

GENÉTIC A E COMPORTAMENTO SOCIAL


1 A cada ano fico mais parecido com meu pai. A forma de
ajeitar os óculos, as manias e os trejeitos com os quais eu
implicava, o mesmo gosto de ver a família reunida à mesa,
que me tolhia a liberdade dominical na adolescência. Tudo
igual; como se fosse destino.
2 Desde que aprendi a escrever, todos diziam que nossas
letras eram semelhantes, observação que me enchia de or­
gulho, porque eu achava a dele o máximo: inclinada para a
direita, cada palavra escrita num único movimento, todas as
letras do mesmo tamanho, traçadas com mão firme.
3 Na verdade, é próprio da natureza humana realçar seme-
lhanças entre parentes. No meu caso, sempre as interpretei
como simples imitação do menino alfabetizado em contato
com o pai que ele admirava. Anos atrás, no entanto, quando
vi pela primeira vez a assinatura do pai dele, meu avô, tomei
um choque: a letra era quase igual à minha; as maiúsculas
desenhadas com as mesmas curvas.
4 Você dirá que meu pai foi influenciado pela caligrafia de
meu avô, que assim passou para o neto as mesmas caracte­
rísticas. Só que meu avô veio da Espanha para o Brasil com
doze anos, sozinho e analfabeto. Nunca foi à escola, apren­
deu a escrever por conta própria, e morreu quando meu pai
tinha cinco anos. Se não teve oportunidade de influenciar o
filho, que dirá o neto.
5 Chegamos ao ponto, leitor: o velho debate entre os genes
e a experiência vivida. Durante anos, os estudiosos se colo­
caram em posições antagônicas. De um lado, os defensores
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

do determinismo genético, segundo os quais os genes li­


mitariam nosso comportamento aos desígnios ditados por
eles. De outro, os que consideravam o comportamento hu­
mano moldado pela somatória das experiências individuais.
6 A partir dos anos 1990 - com a explosão da neurogené-
tica - aprendemos que as influências genéticas existem, são
fundamentais, mas que os genes interagem com ambiente
de forma muito mais complexa, mutável e imprevisível do
que poderia sonhar nossa vã filosofia de tempos atrás.
7 Diversas décadas de estudos com irmãos gêmeos idên-
ticos, famílias e crianças adotadas demonstraram que cerca
de metade de nossas características comportamentais en­
contram-se sob influência direta da genética. No entanto,
procurar um gene responsável pela personalidade extrover­
tida, pela fluência verbal ou pela facilidade para aprender
música é tarefa inglória.
8 Os genes que influenciam o comportamento não agem
de forma isolada, como os que codificam a proteína res­
ponsável pela cor dos olhos azuis. Eles interagem com uma
constelação de outros, localizados nas proximidades ou em
áreas distantes dos cromossomos.
9 Para complicar ainda mais, o impacto do ambiente inter-
fere com a expressão gênica de forma tão decisiva, que um
mesmo acontecimento vivido por dois gêmeos idênticos
poderá ativar a expressão de determinados genes num deles
e silenciá-la no outro.
10 A convivência social é capaz de induzir alterações gêni-
cas de longa duração, fenômeno descrito em ratos, em 2003.
Ratas que lambem, acariciam e amamentam a ninhada, têm
filhos que respondem com menos ansiedade ao estresse e
repetem com suas crias cuidados semelhantes aos recebi­
dos. Ao contrário, os que foram abandonados por suas mães
PROFESSORA FLÁVI A RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

reagem com mais intensidade ao estresse e cuidam menos


dos filhos.
11 Estudos neurogenéticos realizados com os dois grupos
de ratos (malcuidados versus bem-cuidados) mostram que
a atenção materna induz alterações moleculares nos genes
dos filhotes que codificam receptores cerebrais para gluco­
corticoides (hormônios envolvidos na resposta ao estresse)
e estrógeno (hormônio sexual).
12 Começam a ser descritas as primeiras modificações du-
radouras na estrutura molecular dos genes, causadas por
influências sociais e estímulos do ambiente. Os efeitos da
mesma informação social sobre as funções cerebrais que
sofrem influência dos genes envolvidos no comportamento
diferem de um indivíduo para outro, como as impressões
digitais.
13 O conhecimento das bases moleculares do comporta-
mento social permitirá entender melhor distúrbios como
depressão, autismo, esquizofrenia e muitos outros.
14 A antiga dicotomia entre os genes e o ambiente é coisa
do passado. É tão absurda como ouvir a música e discutir se
vem do piano ou do pianista. As moléculas que constituem
nosso DNA não traçam nosso destino, mas sob a influência
dos estímulos ambientais sofrem arranjos e rearranjos que
explicam a incrível diversidade humana.

(VA RELLA, D rá uzio. "Genética e comportamento social". Folha de


S. Paulo. Ilustrada. 3 jan 2009. Texto adaptado.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

1. Observe as afirmativas que se seguem:


I. "A partir dos anos 1990, com a explosão da neurogenética,
aprendemos que as influências genéticas existem, são funda­
mentais..:'
II. "Começam a ser descritas as primeiras modificações duradou­
ras na estrutura molecular dos genes, causadas por influên­
cias sociais e estímulos do ambiente:'
III. "...procurar um gene responsável pela personalidade extro­
vertida, pela fluência verbal ou pela facilidade para aprender
música é tarefa inglória:'

Expressa a principal ideia sugerida pelo título do texto o que se


afirma SOMENTE em
a) III.
b) I e III.
c) I e II.
d) II.

2. Marque a afirmação CORRETA:


a) O autor do texto é absolutamente imparcial ao relatar os fatos
que compõem a defesa de sua argumentação.
b) O texto privilegia verbos nos tempos do passado, configuran­
do urnas das características da narrativa.
c) O texto revela marcas subjetivas do autor quando pleiteia a
cumplicidade do leitor em passagens corno "Você dirá que
meu pai foi influenciado pela caligrafia de meu avô:'
d) Existe urna contradição entre as ideias apresentadas entre o
início e a conclusão do quinto parágrafo.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

3. Leia os textos seguintes e assinale o único que EXTRAPOL A


uma discussão levantada por Dráuzio Varella no seu artigo.

a) Também no campo das especu­


lações científicas, uma mutação
genética humana natural poderia
criar, muito mais que aberrações,
pessoas com poderes excepcio­
nais. (www.universohq.com)

b) "A genética não é um destino, não determina o que você vai


ser. Ela oferece predisposições. Todos estão sujeitos a influên­
cias ambientais que podem, sim, mudar a expressão dos ge­
nes e fazer com que eles simplesmente não se manifestem, diz
André Ramos, diretor do Laboratório de Genética do Com­
portamento da Universidade Federal de Santa Catarina:' (Su­
perinteressante)

c)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

d) "O homem é multideterminado. É o somatório de uma in­


teração de fatores: genética, meio, que interagem; e soma-se
à interação da herança biológica com o meio um fator que
é particular de cada indivíduo, qual seja, o como ele reage à
genética e ao meio. Seria assim: "genética + meio + subjetivi­
dade = homem' : Por exemplo, pode ocorrer de dois irmãos
gêmeos, criados e educados no mesmo ambiente familiar, tra­
tados da mesma forma, enfim, terem as mesmas condições
do meio, e serem totalmente diferentes em personalidade, em
temperamentos:' (http://br.answers.yahoo.com)

4. Leia os textos seguintes:


TEXTO I
Após falar com o fantasma do pai, Hamlet pede que os amigos
jurem que não contarão a ninguém o que viram. Horácio é um
dos amigos.

Hamlet : "Recebamo-lo então como a estrangeiro. Há mais coi­


sas entre o céu e a terra, Horácio, do que pode sonhar tua vã
filosofia. Jurai de novo, assim Deus vos ajude, por mais que eu
me apresente sob um aspecto extravagante (... )"
(Shakespeare)

TEXTO II
Com a explosão da neurogenética, aprendemos que as influên­
cias genéticas existem, são fundamentais, mas que os genes inte­
ragem com ambiente de forma muito mais complexa, mutável e
imprevisível do que poderia sonhar nossa vã filosofia de tempos
atrás.
(Dráuzio Varella)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

O autor, usando um procedimento intertextual,


a) evoca intencionalmente a conhecida frase de Shakespeare e,
com isso, demonstra sua constituição de leitor de literatura.
b) apresenta uma paráfrase do texto shakespeareano, com o pro­
pósito de divulgá-lo entre os leitores do jornal em que está
publicado.
c) faz um plágio da frase shakespeareana, o que pode ser consi­
derado uma evidência de sua incapacidade criativa, além da
atitude antiética.
d) cria uma paródia do texto do dramaturgo inglês, imitando-o
por meio de um discurso apologético e sentimental.

5. Quanto à regência, assinale o enunciado abaixo que NÃO


corresponde à expressão "é próprio da natureza humana" ( §
3).
a) É próprio no que concerne à natureza humana.
b) É próprio pela natureza humana.
c) É próprio à natureza humana.
d) É próprio em relação à natureza humana.

6. Observe o que se afirma em relação ao emprego dos sinais de


pontuação, nos parágrafos indicados (§), e assinale a afirma­
tiva VERDADEIRA:
a) No texto, os dois pontos que se seguem a "tomei um choque"
( § 3) introduzem uma gradação.
b) Os travessões no § 6, se substituídos por vírgulas, prejudicam
o sentido pretendido pelo contexto.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

c) Os parênteses no § 11 indicam um comentário, uma nota ex­


plicativa, além de exercerem uma função metalinguística.
d) As vírgulas no § 13 foram empregadas para fazer sobressair e
acentuar o valor significativo das palavras.

7. Assinale a alternativa CORRETA, fazendo uma leitura formal


e semântica do fragmento seguinte:
Diversas décadas de estudos com irmãos gêmeos idênticos,
famílias e crianças adotadas demonstraram que cerca de meta­
de de nossas características comportamentais encontram-se sob
influência direta da genética. No entanto, procurar um gene res­
ponsável pela personalidade extrovertida, pela fluência verbal
ou pela facilidade para aprender música é tarefa inglória.

a) Há uma inadequação de concordância em relação ao verbo


"ser':
b) Ocorre um jogo de oposições que valoriza a mensagem e a
relação de sentido estabelecida no texto.
c) Toda a construção textual apresenta problemas, pois se trans­
gride a norma culta.
d) Observa-se um equívoco no emprego do conector "No entan­
to" depois do sinal de pontuação.

8. Na frase: " ... aprendemos que as influências genéticas exis­


tem, mas que os genes . . :' o termo sublinhado pode ser substi­
tuído por outro equivalente em:
a) portanto.
b) contudo.
c) pois.
d) logo.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

9. Observe:
" Tudo igual; como se fosse destino:' O termo sublinhado tem
a função de:
a) ampliar a ideia anterior.
b) explicar a tese apresentada, anteriormente.
c) resumir o contexto gradativo.
d) adicionar reflexões sobre o tema.

10. Fazendo um paralelo entre o 1º § do texto e o último, pode-se


afirmar que há:
a) uma antítese, pois, segundo a tese defendida pelo autor, o
meio não influencia o comportamento do ser humano.
b) uma confirmação sobre a influência das moléculas sobre as
atitudes humanas.
c) um distanciamento do que foi apresentado no 1º § e a tese
defendida no final do texto.
d) uma conciliação das ideias finais, pois elas justificam a ex­
pressão que finaliza o 1 º §.

GABARITO
º' º 02 03 A 04 A 05 B 1 06. C 07 B 08 B
1 1 1 1 1
e
I o9. e 1 0. D 1

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

P ROVA 12 - M G I/ADVOGADO

Frei B etto
Campanha eleitoral se ganha com TV Toda eleição os partidos
contratam equipes para cuidar da imagem de seus candidatos. Em
geral, equipe comandada por um publicitário que não é do parti­
do, não gosta do partido e não vota no partido. Mas tem fama de
competente...
Ora, competência rima com convicção. Qualquer manual
de marketing, desses que ensinam a vender poluição atmosféri­
ca para ecologista, aconselha o vendedor a estar convencido da
qualidade de sua mercadoria. Por isso, em muitas campanhas o
programa de TV emperra. Troca-se de publicitário, de equipe e
de estilo. E confunde-se o eleitor, pois, de uma semana a outra, o
candidato light vira xiita ou vice-versa.
O mais dramático é constatar que se troca a ética pela estética.
Não importa se o candidato é bandido, corrupto ou incompetente.
Uma boa imagem fala mais que mil palavras. Assim, opera-se a
progressiva despolitização da política, que é um dos objetivos do
neoliberalismo. Tira-se a política do âmbito público como ferra­
menta de promoção do bem comum, para reduzi-la ao âmbito
privado, à escolha de candidatos baseada, não em propostas e pro­
gramas, e sim em simpatias e empatias.
A razão é simples: no sistema capitalista, a política é teori­
camente pública e a economia privada. Universaliza-se o voto
e privatiza-se a riqueza. Se no Brasil há mais de 100 milhões de
eleitores, apenas 19 milhões concentram em suas mãos 75,4% da
riqueza nacional (Ipea, maio 2008).
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Numa verdadeira democracia, a universalização do voto de­


veria coincidir com a socialização das riquezas, no sentido de as­
segurar a todos uma renda mínima e os três direitos básicos, pela
ordem: alimentação, saúde e educação. Como isso não consta da
pauta do sistema, procura-se inverter o processo: inocula-se na
população o horror à política de modo a relegá-la ao domínio pri­
vado de uns poucos. Quem tem nojo da política é governado por
quem não tem. E os maus políticos tudo fazem para usar o poder
público em benefício de seus interesses privados.
Veja-se, por exemplo, o movimento em favor do voto facul­
tativo. O que muitos encaram como positivo e condizente com
a liberdade individual é uma maneira de excluir parcela consi­
derável da população das decisões políticas. Aumenta-se, assim,
o grau de alienação dos potenciais eleitores. Quando perguntam
por minha opinião, digo com clareza: sou a favor, desde que sej a
também facultativa a atual obrigação de pagar impostos. Por que
ser obrigado a sustentar economicamente o Estado e desobrigado
de influir na sua configuração e nos seus rumos?
O desinteresse pela política é um dos sintomas nefastos da
ideologia neoliberal, que procura dessocializar os cidadãos para
individualizá-los como consumistas. Troca-se o princípio carte­
siano do "penso, logo existo': para o princípio mercadológico do
"consumo, logo existo' : É nesse sentido que a propaganda eleitoral
também se reveste de mercadoria. Oferecem-se, não ideias, pro­
gramas de governo, estratégias a longo prazo, e sim promessas,
performances, imagens de impacto.
Se há aspectos positivos nas restrições oficiais às campanhas
eleitorais, porque deixam a cidade limpa e evitam que os comícios
atraiam público, não em função do candidato, e sim dos artistas
no palanque, é óbvio que favorecem a quem tem mais dinheiro.
[ ...]
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

Se a sociedade não se empenhar na educação política de seus


cidadãos, em breve teremos parlamentos e executivos ocupados
apenas por corruptos, milicianos, lobistas e fundamentalistas. En­
tão o Brasil se verá reduzido a uma imensa Chicago dos anos 30,
com os Al Capone dando as cartas ao arrepio das leis, de um lado,
e os Bin Laden versão tupiniquim de outro, convencidos de que,
em nome de sua religião, foram escolhidos por Deus para gover­
nar erradicando o pecado, ou seja, combatendo a ferro e fogo to­
dos que não rezam pela cartilha deles.
(Estado de Minas, 25 de setembro de 2008)

1. Pode-se afirmar que o objetivo central do texto é:


a) discutir a progressiva despolitização da política.
b) criticar o desinteresse da população pela política.
c) discutir as restrições oficiais às campanhas eleitorais.
d) criticar o marketing existente nas campanhas políticas.

2. Segundo o autor, a apatia do povo quanto à política é um dos


sintomas nefastos da ideologia neoliberal, porque:
a) torna os cidadãos consumistas e sem educação política.
b) no sistema capitalista, a política é teoricamente pública e a
economia privada. Universaliza-se o voto e privatiza-se a ri­
queza.
c) dessocializam-se os cidadãos e estes passam a aceitar promes­
sas, perfomances e imagens de impacto em vez de ideias, pro­
gramas de governo e estratégias a longo prazo.
d) troca-se de publicitário, de equipe e de estilo nas campanhas
transmitidas pela T V E confunde-se o eleitor, pois, de uma
semana a outra, o candidato light vira xiita ou vice-versa.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

3. "Qualquer manual de marketing, desses que ensinam a vender


poluição atmosférica para ecologista, aconselha o vendedor a
estar convencido da qualidade de sua mercadoria:' (2° §)

No trecho acima, pode se inferir que:


a) um bom vendedor vende até aquilo em que não acredita.
b) são competentes aqueles que seguem os manuais de marke­
ting à risca.
c) estar convencido da qualidade do que se vende não significa
estar convicto do que se faz.
d) é necessária a convicção de que, para se fazer bom trabalho de
marketing, deve-se gostar do que se faz e acreditar na quali­
dade de seu produto.

4. Com base numa leitura global do texto, é possível fazer as


seguintes afirmações, EXCETO:
a) Ao se referir a uma boa imagem que fala mais que mil pala­
vras, o autor apresenta um dos princípios do neoliberalismo.
b) Ao sugerir que se inocula na população o horror à política,
reafirma-se a ideia de que a ditadura deixou resquícios vitais
em nossa sociedade.
c) Ao afirmar que o voto facultativo deveria existir desde que
houvesse a possibilidade de o pagamento de impostos ser
também facultativo, o locutor demonstra o seu ponto de vista
em relação a ambos.
d) Ao dizer que, se a sociedade não se empenhar na educação
política de seus cidadãos, em breve teremos parlamentos e
executivos ocupados apenas por corruptos, milicianos, lobis­
tas e fundamentalistas, critica-se a realidade em que vivemos.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

5. O autor faz uso das palavras em sentido figurado em:


a) "O mais dramático é constatar que se troca a ética pela estética:'
b) "O desinteresse pela política é um dos sintomas nefastos da
ideologia neoliberal, que procura dessocializar os cidadãos
para individualizá-los como consumistas:'
c) " [ ... ] convencidos de que, em nome de sua religião, foram es­
colhidos por Deus para governar erradicando o pecado, ou
seja, combatendo a ferro e fogo todos que não rezam pela car­
tilha deles."
d) "Se a sociedade não se empenhar na educação política de seus
cidadãos, em breve teremos parlamentos e executivos ocupa­
dos apenas por corruptos, milicianos, lobistas e fundamenta­
listas."

6. Ao longo do texto, o autor só NÃO se mostra:


a) irônico.
b) realista.
c) indignado.
d) conformista.

7. O articulador sintático pode ser substituído ADEQUADA­


MENTE pela palavra ou expressão indicada entre parênteses
em:
a) " Por isso, em muitas campanhas o programa de TV emper­
ra:' (porque).
b) "Quando perguntam por minha opinião, digo com clareza:
sou a favor [ .. . ] :' (Se).
c) "Aumenta-se, assim, o grau de alienação dos potenciais elei­
tores:' (no entanto).
d) " [ ... ] para reduzi-la ao âmbito privado, à escolha de candida­
tos baseada, não em propostas e programas, e sim em simpa­
tias e empatias:' (mas).
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

8. Os referentes dos verbos destacados estão corretamente iden­


tificados entre parênteses, EXCETO em:
a) "Campanha eleitoral se ganha com TV" (campanha eleitoral).
b) ''Assim, opera-se a progressiva despolitização da política [ ... ] :'
(a progressiva despolitização da política).
c) " Toda eleição os partidos contratam equipes para cuidar da
imagem de seus candidatos." (Toda eleição os partidos).
d) "E os maus políticos tudo fazem para usar o poder público
em benefício de seus interesses privados:' (os maus políticos).

9. Em: "Quando perguntam por minha opinião, digo com cla­


reza: sou a favor, desde que seja também facultativa a atual
obrigação de pagar impostos:: a ideia expressa pelo termo
destacado é de:
a) causalidade.
b) condicionalidade.
c) explicação.
d) adversidade.

1 0. Em: "O desinteresse pela política é um dos sintomas nefastos


da ideologia neoliberal [ . . . ]", o termo destacado equivale a:
a) prolíficos.
b) produtivos.
c) compulsórios.
d) nocivos.

GABARITO

I OL A
09. B
02 e
11 .D
0 1
03 D
1
04 B
I os e
1
06 D
1
07
D
I os e

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 13 - PREFEITURA DE GOVERNADOR VALADARES/


ADMI NISTRADOR

Você se considera um empreendedor?


Ricardo Melo*

1 Muitas pessoas, ao ouvirem essa pergunta, respondem


imediatamente que não, pois não são empresários ou co­
merciantes. Fato curioso essa associação imediata da ideia
empreendedora a essas opções profissionais e o esqueci­
mento de como a competência empreendedora está intima­
mente ligada a muitas outras escolhas e posturas.
2 O verbo empreender vem do latim emprehendo ou im-
praehendo e quer dizer - a habilidade de executar uma ta­
refa. Com o tempo passou a ser sinônimo de ousadia, co­
ragem e visão de futuro. Seja como for, é importante você
parar para pensar em corno é possível viver essa postura
empreendedora.
3 Quando ouvimos falar de um estudante que vem do inte-
rior para a capital, ou de um jovem casal que assume o ma­
trimônio, mesmo sem tantas facilidades materiais, estamos
falando de atitudes empreendedoras em relação à vida.
4 Essa essência é a mesma que leva pessoas arrojadas a
abrirem negócios, a se arriscarem em inúmeras situações
em que haja ou não ganho material, mas que proporcione
um senso de realização. Sendo assim, creio que todo ser hu­
mano é um pouco empreendedor, embora poucas pessoas
tenham essa consciência e se esforcem por desenvolver essa
habilidade.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

5 E em momentos históricos como o nosso, em que se


costuma falar de crise, nada melhor que alimentar nossa
energia empreendedora e dela tirar substrato para construir
uma mentalidade empreendedora. Pensar como um empre­
endedor é sempre procurar novos caminhos ou novas e me­
lhores formas de caminhar.
6 É olhar para o horizonte, ver o que todos veem, mas en-
xergar o que poucos enxergam. É dar-se o direito de sonhar
e agir para concretizar o sonho. E, acima de tudo, aliar per­
sistência ao bom senso de se divertir enquanto vai em busca
do que tanto deseja.
7 Utopia? Para algumas pessoas, sim, mas para quem real-
mente ama a vida e deseja vivê-la com intensidade é apenas
mais uma postura mental a ser cultivada, que propiciará a
seu portador grandes possibilidades de construir a sua pró­
pria história .
8 Você se considera um empreendedor? Ou, talvez, me-
lhor: o que você pode fazer, a partir de agora para ser uma
pessoa com pensamentos e atitudes mais empreendedoras?
(*Ricardo Melo é escritor, consultor e palestrante
e especialista em coaching.)

1 . A afirmativa que NÃO está de acordo com o texto é:


a) o verbo empreender, no texto, significa a habilidade de dar
vida aos próprios projetos.
b) um empreendedor pode ser considerado aquele que tem den­
tro de si o dom de ousar, quebrar regras.
c) o autor compara um empreendedor a um profissional preso a
rituais e burocracias hierárquicas.
d) as atitudes e competências de um empreendedor estão ligadas
aos sonhos de realização.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

2. O título "Você se Considera um Empreendedor? " tem o obje­


tivo de:
a) colocar em prática ideias nunca antes discutidas culturalmente.
b) valorizar o novo perfil dos profissionais que ocupam cargos
de hierarquia.
c) persuadir o leitor sobre a necessidade de acompanhar as mu­
danças e quebra de paradigmas na área profissional.
d) descrever situações empresariais, confrontando o velho e o
arcaico sistema empresarial ao novo perfil mercadológico.

3. Observe o fragmento:
"É olhar para o horizonte, ver o que todos veem, mas enxergar
o que poucos enxergam".
O verbo "ver' : nesse contexto, obedece à mudança gráfica:
a) das palavras paroxítonas terminadas em " e ", " o ", seguidas
das consoantes nasais e que se formam por encontro vocálico.
b) das formas verbais paroxítonas que contêm um " e " tônico
oral fechado em hiato com a terminação " em " da 3ª pessoa
do plural do presente do indicativo.
c) dos vocábulos, em cujas vogais tônicas fechadas dos ditongos,
que aparecem com formas verbais em 3ª pessoa do plural.
d) das palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal
tônica aberta ou fechada, são homógrafas, ou seja, têm a mes­
ma grafia, de artigos, contrações, preposições e conjunções
átonas.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

4. A argumentação fundamentada entre os parágrafos 3 e 4 se dá


por meio de
a) estereótipos.
b) repertórios.
c) antíteses.
d) analogias.

5. Observe o fragmento do 4° §:
" Sendo assim, creio que todo ser humano é um pouco empre­
endedor, embora poucas pessoas tenham essa consciência e se
esforcem por desenvolver essa habilidade.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as circuns­


tâncias indicadas pelos termos sublinhados:
a) conclusiva e concessiva.
b) conformidade e adversidade.
c) condicional e causal.
d) temporal e final.

6. O quinto parágrafo do texto tem como objetivo:


a) Comparar o empreendedor a momentos históricos brasileiros.
b) Contextualizar o momento no qual o texto fora produzido.
c) Exemplificar as vantagens de um empreendedor.
d) Enumerar as vantagens de um empreendedor.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

7. Releia a seguinte passagem texto:


"Utopia? Para algumas pessoas, sim, mas para quem realmente
ama a vida e deseja vivê-la com intensidade .. :'

O uso do termo "realmente" demonstra uma:


a) conclusão do autor sobre o valor do verbo empreender.
b) retificação ao termo questionado no início do parágrafo "
utopia? "
c) condição da relação utopia com o verbo empreender.
d) Opinião do autor sobre o valor do verbo empreender.

8. Fazendo um paralelo entre o título do texto "Você se Consi­


dera um Empreendedor? ", o 1º § e o último § do texto, pode­
-se afirmar que há:
a) uma antítese, pois, segundo a tese defendida pelo autor, mu­
danças radicais podem prejudicar o comportamento profis­
sional.
b) Um distanciamento, porque a resposta do autor, no início do
1º §, não coaduna com as reflexões propostas, no final do tex­
to.
c) Uma conciliação das ideias, pois elas se justificam e a frase
interrogativa no título se transforma em reflexão, para reposi­
cionamento de atitude, no final do texto.
d) Uma confirmação, no final do texto, sobre as perspectivas de
mudanças de paradigmas no campo profissional.
PROFESSORA FLÁVI A RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

9. Leia os textos seguintes:


TEXTO I
"É olhar para o horizonte, ver o que todos veem, mas enxergar
o que poucos enxergam. É dar-se o direito de sonhar e agir para
concretizar o sonho. E, acima de tudo, aliar persistência ao bom
senso de se divertir enquanto vai em busca do que tanto desejà:
(MELO, Ricardo )

TEXTO II
"Uma criança vê o que um adulto não vê. Tem olhos atentos e
limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela
primeira vez o que, de tão visto, ninguém vê. Há pai que nunca
viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso
existe às pampas. Nossos olhos se gastam, no dia a dia, opacos.
É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença:'.
(RESENDE, Oto Lara. Vista Cansada)

O procedimento intertextual entre ambos os textos se dá por meio


de:
a) paródia.
b) epígrafe.
c) paráfrase.
d) plágio.
INTrnPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

10. Os termos em destaque, nos fragmentos retirados da Revista


Você SI A, p. 45 - 55, correspondem aos referentes entre pa­
rênteses, EXCETO:
a) "Trabalhar em um ambiente que estimule de verdade atitu­
des empreendedoras facilita na hora de criar coisas novas e de
transformá-las em bons resultados no trabalho': (=ATITU­
DES EMPREENDEDORAS)
b) "É muito comum ver boas propostas serem descartadas. Isso
acontece pela falta de um processo estruturado e integrado
para desenvolver novos projetos e pela insegurança do ges­
tor". ( =BOAS PROPOSTAS SEREM DESCARTADAS)
c) ''As empresas líderes em seus respectivos mercados já se de­
ram conta disso e são elas as mais interessadas em identificar
os intraempreendedores". ( =EMPRESAS LÍDERES).
d) "Na prática, o que conta na hora da entrevista de emprego são
as situações em que o profissional foi capaz de quebrar regras,
quão crítico e questionador ele é, quanto de risco é capaz de
correr e que impactos teve nos ambientes por onde passou':
(=O PROFISSIONAL).

GABARITO
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 14 - PREF. IPUÃ/ASSISTENTE SOCIAL

INSTRUÇÃO: As questões de 1 e 2 referem-se ao texto a seguir.


Leia-o com atenção antes de responder a elas.

C H A R G E O T E M P O 08/1 1 (08- 1 1 -20 1 5)

1. A respeito da temática da charge, avalie as afirmações a se­


guir:
1. A charge critica as justificativas dadas por políticos sob acusa­
ção de corrupção.
II. A palavra "escondidinho" está sendo utilizada de forma ambí­
gua.
III. O verbo "alegar" coloca a responsabilidade do dito em Eduar­
do Cunha.

Está CORRETO o que se afirma em:


a) I, II e III.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

2. Para compreensão da charge, o leitor precisa reconhecer al­


guns elementos implícitos. O trecho que torna mais evidente
essa necessidade é:
a) " [ ... ] fruto da venda de carne moída!"
b) "Eduardo Cunha vai alegar [ ... ] :'
c) "Essa carne só serve para fazer escondidinho!!!"
d) "O dinheiro na conta da Suíça é fruto da venda de carne moí­
da!:'

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder as questões


03 a 06.
A mulher feia de cada um
L. F. Veríssimo

Estamos vivendo preâmbulo de golpe, em que causas se mistu­


ram, fronteira entre oportunismo político e moralismo exacerba­
do se dilui, e as definições são impossíveis.
Para-choques de caminhão têm sempre o que dizer, e algumas
das suas frases tornaram-se clássicas. Há declarações religiosas,
num tom de catequese ressentida ("Deus é maior do que você
merece" ). Há as frases que tratam das agruras do casamento ("Se
casamento fosse coisa boa, não precisava de testemunhà') e das
suas consequências indesejáveis ("Deus fez a mãe e o Diabo fez
a sogrà' ). Algumas são sobre o sexo ("Bom é mulher carinhosa e
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

embreagem macia" ) e sobre as armadilhas do sexo ("Casamento


que começa em motel termina em pensão" ), outras são exemplos
de sabedoria prática ("Devagar se vai ao longe... mas leva mui­
to tempo' : "Cana dá pinga, pinga demais dá cana' : "Em terra de
sapo mosquito não dá rasante" etc.) e outras apenas confessionais
("Devo tudo à minha mãe, mas estamos negociando" ).
A minha frase de para-choque preferida é "Se me virem abra­
çado com mulher feia, podem apartar que é briga': Uma frase pre­
conceituosa, é claro. Se você for examiná-la de perto - o que é
sempre desaconselhável com qualquer piada - a frase é cruel. A
mulher tem muitas maneiras de ser bonita sem, necessariamen­
te, ser vistosa. E há muitas razões para estar abraçado com uma
mulher feia sem que seja briga. O importante na frase é o que a
mulher feia significa para cada um. A mulher da frase, além de
feia, é simbólica. Representa todos os mal-entendidos que quere­
mos evitar a nosso respeito. Ela é a causa que nunca abraçaríamos,
embora pareça que sim. Por exemplo: se me virem participando
de uma manifestação de rua de que também participe o Jair Bol­
sonaro ou similar, com faixas pedindo a volta da ditadura militar,
podem ter certeza que, ou não sou eu ou entrei na manifestação
errada. Os outros manifestantes podem não se incomodar com a
companhia, e sua decisão é respeitável. Mas eu sei bem que mu­
lher feia não quero do meu lado.
Acho que todo mundo deveria se preocupar com a mulher feia
que aparecerá na sua biografia, quando contarem a história destes
tempos. Estamos vivendo um preâmbulo de golpe, em que as cau­
sas se misturam, a fronteira entre o oportunismo político e mora­
lismo exacerbado se dilui, e as definições são impossíveis - pelo
menos definições claras e precisas como as de um para-choque.
Mas no futuro cada um terá de dizer se estava dançando ou bri­
gando com mulher feia.
http://oglobo.globo. com!opiniao!a-mulher-feia-de-cada-um-1 591 6380

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

3. NÃO está de acordo com o texto a afirmativa:


a) A beleza da mulher não se resume a sua aparência física.
b) A expressão "Mulher feia" é sinônima de repúdio.
c) As frases de para-choque de caminhão são sempre preconcei­
tuosas.
d) No futuro, teremos que dizer a qual ideologia política identi­
ficamo-nos.

4. Leia o trecho
"Acho que todo mundo deveria se preocupar com a mulher
feia que aparecerá na sua biografia, quando contarem a história
destes tempos" .

A expressão "destes tempos" refere-se


a) ao século XX.
b) ao tempo da narrativa.
c) aos anos do golpe.
d) aos anos de crise política.

5. Assinale o período em que ocorre a MESMA relação de sen­


tido existente em [ ... ] quando contarem a história destes tem­
pos:
a) E quando finjo que esqueço eu não esqueci nada. (Quem de
nós dois, Ana Carolina)
b) Meu coração, embora finja fazer mil viagens, fica batendo para­
do na mesma estação. (Naquela estação, Adriana Calcanhoto)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

c) No momento em que a gente se encontrou, no segundo ins­


tante, vi que era você. (Os anjos cantam, Jorge e Mateus)
d) Tudo vale a pena se a alma não é pequena. (F. Pessoa)

6. "Se me virem abraçado com mulher feia, podem apartar que é


briga".

Sobre as aspas na passagem anterior, é correto o que se afirma em:


I. Enfatizam a reprodução literal de outra fala.
II. Evidenciam um conceito.
III. Realçam expressões irônicas.

A respeito dessas afirmativas, assinale a opção CORRETA:


a) I.
b) 1 e II.
c) II e III.
d) I, I I e III.

GABARITO
1 01 .A 1 02.C 1 03. C 1 04. D I os.e 1 06. A
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 15 - PREF. IPUÃfTÉCNICO EM SEG URANÇA DO


TRABALHO

CORRA, FREGUÊS, CORRA


Ivan Ângelo
Antigamente se chamava abatimento. No pequeno comércio
de bairro, tinham direito a abatimento os fregueses fiéis, que mui­
tas vezes nem precisavam pedir. Dizia o dono da venda: "É 11; pra
você eu faço 1O': De maneira folgazã, os filhos dos comerciantes da
vizinhança davam descontos para quem tinha irmã bonita: "Não
precisa dos quebrados, cunhado". Era um tempo de miudezas. O
desconto, no tempo em que se chamava abatimento, era seletivo,
relativo e afetivo, não se expressava em porcentagens.
Já no grande comércio do centro das cidades não havia pri­
vilégios de amizade, o desconto era democrático. Atendia pelos
nomes populares de queima e liquidação. "Grande queima de in­
verno!" - gritavam os anúncios nos jornais. Queriam sempre que
o freguês corresse (ainda não se chamava consumidor, era freguês
mesmo), nada de pensar muito sobre a compra: "Corra! Só até
sábado!". Contavam-se piadas bobas pelas esquinas: "Corra! Li­
quidação de muletas! Corra!". Oportunistas inventavam queimas
de estoque "para a entrega do prédio", e na semana seguinte a loja
reabria no mesmo endereço.
Havia as liquidações dos grandes magazines, nos aniversários,
no fim do ano, nas mudanças de estação, e aí a coisa era séria e
espetacular. Em São Paulo, rivalizavam-se Mesbla, Mappin, Pirani
e outros nas ofertas que atraíam filas madrugadoras, engoliam pá­
ginas dos jornais, dominavam o rádio com jingles, expandiam-se
pela incipiente televisão. Quando aqui cheguei, vindo da modesta
Belo Horizonte dos anos 60, lembro-me de ouvir com gosto a mu­
siquinha de melodia graciosa do Mappin, onde quer que houvesse
um som: "Mappin, / venha correndo, Mappin, / chegou a hora,
Mappin, / é a liquidação! / Mappin, / tem tudo aqui no Mappin, /
muitos descontos, Mappin! / É a liquidação!".
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Ano após ano, a mesma coisa. As festas de preços dos maga­


zines eram mega-acontecimentos na cidade, mas anunciadas sem
grosseria, com jingles leves, locutores em tom civilizado. Procura­
va-se conquistar com simpatia, não no grito. As propagandas es­
tampavam, sim, adjetivos grandiloquentes - "Liquidação mons­
tro!" -, mas isso não fazia barulho.
Ah, e era tudo em português. Depois que o nosso povo, da clas­
se média para cima, começou a fazer compras nas liquidações de
Nova York, Miami e Orlando, a língua portuguesa ficou inexpres­
siva, sem mágica para convencer ou atrair o comprador de manha
turística. Hoje em dia, o que faz tremer a passarinha, como diria
Machado de Assis, é ver as palavras off, sale ou discount dominan­
do uma vitrine, acompanhadas ou não de números porcentuais.
Há pouco, importamos novo abracadabra: Black Friday. O povão
não sabe bem o que é isso, mas já entendeu que tem desconto aí, e
puxa o cartão de crédito.
O lugar do desconto miúdo é a feira livre, das ruas, onde se
encontram também a dúzia de 1 3 e o quilo bem pesado, formas
não expressas de abatimento. A feira tem até a hora do desconto,
anunciado no gogó, por volta do meio-dia: "Baixou! Baixou!" - é
a gritaria. Mesmo antes, é possível negociar cada compra, e eis aí a
vantagem sobre o supermercado: vale a pechincha.
Contam-me uma história de liquidação, picardia de torcedor.
Que um fã de futebol entrou numa loja para comprar uma cami­
seta de clube. Viu uma da Itália, linda, 1 20 reais; do camisa 1 1 do
Barcelona, bonita, 1 60 reais; da Alemanha, legal, 1 60 reais. Achou
tudo caro e perguntou: "Não tem da seleção brasileira?''. O ven­
dedor: ''Ah, tem, muita. Lá no fundão, na liquidação''. O fã foi lá,
escolheu uma, custava 1 9 reais. Deu uma nota de 20 e o vendedor
fez cara de problema: "Ih, estou sem troco. Leva uma do Vasco
para completar os 20 reais?''.

Disponível em: http://vejasp. abril. eom.br/materia/


corra-fregues-corra-ivan-angelo-cronica. Acesso em: 28 nov. 20 1 5
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

Vocabulário
Folgazã : alegre, brincalhão

1. O propósito do texto é
a) comparar as liquidações de antigamente com as de hoje.
b) contar como eram as liquidações antigamente.
c) demonstrar como eram melhores as liquidações de antiga­
mente.
d) relembrar os fatos da juventude do autor.

2. Todas as constatações acerca do texto estão corretas, EXCETO:


a) Apesar de as lojas usarem adjetivos diferentes para atrair os
fregueses, isso não resolvia.
b) As liquidações dos grandes magazines de São Paulo ocupa­
vam páginas inteiras de jornais e também as rádios, com jin­
gles.
c) Hoje as palavras em português já não atraem os fregueses,
somente as em inglês.
d) No comércio de bairro, os descontos eram dados baseados
nas amizades.

3. Há linguagem oral em:


a) ''Atendia pelos nomes populares de queima e liquidação:'
b) "Contam-me uma história de liquidação, picardia de torcedor:'
c) "No pequeno comércio de bairro, tinham direito a abatimen­
to os fregueses fiéis, que muitas vezes nem precisavam pedir:'
d) "O povão não sabe bem o que é isso, mas já entendeu que tem
desconto aí, e puxa o cartão de crédito:'
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

4. As palavras destacadas estão corretamente interpretadas en­


tre parênteses, EXCETO em:
a) " [ ... ] dominavam o rádio com jingles, expandiam-se pela in­
cipiente televisão:' (inovadora)
b) " [ ... ] e eis aí a vantagem sobre o supermercado: vale a pechin­
cha:' (valor mais barato do produto)
c) "Contam-me urna história de liquidação, picardia de torce­
dor:' (brincadeira)
d) "Quando aqui cheguei, vindo da modesta Belo Horizonte dos
anos 60 [ ... ) :' (simples, humilde)

5. A ideia expressa pelo termo destacado está corretamente


identificada entre parênteses, EXCETO em:
a) "Achou tudo caro e perguntou:' (adição)
b) "Depois que o nosso povo, da classe média para cima, co­
meçou a fazer compras nas liquidações de Nova York [ ... ] :'
(tempo)
c) "O povão não sabe bem o que é isso, mas já entendeu que tem
desconto aí [ ... ] :' (oposição)
d) "Que um fã de futebol entrou numa loja para comprar urna
camiseta de clube:' (causa)

GABARITO
1 01. B 1 02.A 1 03. D 1 04 .A I OS . D
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 16 - PREF. MATOZINHOS/ADVOGADO

TEXTO 1
Leia atentamente o texto, para responder as questões abaixo.

O grande paradoxo das redes sociais virtuais


Por Vinicius Pereira Colares em 12/02/201 6 na edição 889

1º.§ Existe uma contradição inerente ao uso de mídias digitais.


Essa afirmação comprova-se, principalmente, quando a li­
gamos ao smartphones. Ninguém usaria o celular por tanto
tempo se não acreditasse de verdade nos benefícios dele. Pou­
par tempo, ser mais produtivo e ter acesso à informação em
qualquer lugar são alguns dos aspectos positivos citados, ge­
ralmente.
2° . § Ao mesmo tempo, é cada vez mais comum ouvir relatos,
quando estes são sinceros, de donos de smartphones que se
sentem frustrados com o tempo empreendido nas redes so­
ciais ou em outros aplicativos inúteis. Na tentativa de contro­
lar sua rotina (e imagem), o indivíduo, em sua contempora­
neidade, é cada vez mais vulnerável.
3 ° . § Desde 2007, com o lançamento do primeiro aparelho celular
com um sistema operacional próprio totalmente touch-screen
(o primeiro iPhone da Apple), os hábitos mudaram. E mu­
dam-se os hábitos, sabe-se, mudam-se as pessoas.
4° . § A psicóloga e socióloga do MIT (Massachusetts Institute of
Technology), Sherry Turkle, analisou a possibilidade de um
novo tipo de comunicação estar surgindo com as novas tec­
nologias.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

5° . § As amizades nesse cenário, por exemplo, mudaram. Hoje "a


arte da amizade", diz Turkle, virou a arte de saber dividir a
atenção de alguém constantemente - com o smartphone, por
exemplo. Quem nunca passou por uma situação parecida, de
encontrar-se falando consigo mesmo, que atire a primeira pe­
dra.
6° . § É a possibilidade de repensar um ato que faz com que, nor­
malmente, um indivíduo não repita um erro. Para alcançar
esse tipo de reflexão, porém, é preciso estar sozinho. Não é
uma regra, mas é sozinho que o sujeito consegue ponderar
sua existência individual e, respectivamente, perceber a in­
dependência daqueles que o cercam. As relações através das
redes sociais impossibilitam, de certa forma, que tudo isso
aconteça.
7° . § O termo fight over text - que significa mais ou menos "briga
por mensagem de texto" - é extremamente ilustrativo para
pensar esse aspecto. Um exemplo usado por Turkle: Adam
teve uma discussão séria com sua namorada. Ou melhor, teve
uma fight over text. Em uma situação onde ele seria tomado
por um surto de pânico, Adam resolve mandar - e esse é o
exemplo que a autora dá - uma foto de seu próprio pé (risos?)
para a namorada. Isso alivia a situação e tudo acaba bem.
8°. § Essa possibilidade de esconder vulnerabilidades explica, de
certa forma, o crescimento de aplicativos como o Snapchat
(e suas mensagens "fantasmas" ) e o Instagram. Nessas redes
sociais, o Adam de Turkle é sempre o Adam que quer ser. Não
é por um acaso que o Facetime, aplicativo da Apple onde os
envolvidos conversam por vídeo, não deu tão certo quanto o
esperado.
9° . § As mídias digitais e as redes sociais estão movimentando
uma quantidade cada vez maior de pesquisas em torno de
suas problemáticas. Termos como Forno (Fear Of Missing Out

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

- algo equivalente a "medo de perder algo" ) estão tentando


explicar o que está por trás do desenvolvimento de aplicativos
e dispositivos.
10° . § Em Stanford, por exemplo, foi criado o Persuasive Techno­
logy Lab (Laboratório de Tecnologia da Persuasão). São estu­
dados nesse centro, por exemplo, os mecanismos que causam
essa espécie de "dependência'' por parte do usuário das redes
sociais. Os resultados desses estudos acabam gerando mais
aplicativos de persistent routine (rotina persistente, quase um
pleonasmo ) ou behavioral loop (comportamento repetitivo),
que integram-se à nossa rotina e, na maioria dos casos, não
são produtivos - e sim, distrativos.
11º. § O Instagram talvez venha a ser o melhor exemplo, defini­
do como um produto habit-forming (ou criador de hábito).
É comum conhecer pessoas que, ao acordar, assumem abrir
o aplicativo antes mesmo de sair da cama. Isso se torna, em
curto e médio prazo, o equivalente a despertar toda manhã e
puxar a alavanca de uma máquina de apostas em um cassino.
12°. § Essa incapacidade de controlar os próprios hábitos impli­
ca geralmente na falta de capacidade de controlar as próprias
emoções. E são esses indivíduos que tentam, com o uso das
redes sociais, apropriar-se de uma imagem idealizada e con­
trolar (ou contrariar) os atos do próximo.
13°. § Existem maneiras de tentar mudar isso. Deixar o smartpho­
ne longe da mesa enquanto faz uma refeição ou sair de casa
sem o celular no bolso, por exemplo. Mas a melhor e mais
valiosa dica é de Sherry Turkle: leia (ou releia) Walden, de
Henry David Thoreau.
http://observatoriodaimprensa. eom.br/e-noticias/
o-grande-paradoxo-das-redes-sociaisvirtua is/[adaptado]
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

1. Analise as afirmativas a seguir:


I. As redes sociais causam tanto benefícios quanto malefícios.
II. As pessoas que utilizam as redes sociais estão expostas social­
mente.
III. As redes virtuais configuram-se como uma ferramenta de
construção de identidade pessoal.

Está CORRETO o que se afirma em:


a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.

2. O texto anterior caracteriza-se:


a) como um texto jornalístico, o que o torna acessível a qualquer
leitor.
b) corno uma prescrição, por convencer os leitores sobre a de­
pendência das redes sociais.
c) pela informalidade, característica típica dos textos da inter­
net.
d) por ser uma narrativa em que o autor apresenta uma pesquisa.

3. Considere o trecho a seguir.


As amizades nesse cenário, por exemplo, mudaram. Hoje "a arte
da amizade", diz Turkle, virou a arte de saber dividir a atenção
de alguém constantemente - com o smartphone, por exemplo.

Substituindo o termo grifado por "afirmá: tem-se um(a)


INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

a) adequação vocabular, porque conferiria maior clareza ao texto.


b) alteração sintática, pois a transitividade dos verbos é distinta.
c) esclarecimento do ponto de vista de Turkle, uma vez que
"quem diz, diz algo' �
d) problema de sentido, já que o verbo afirmar não expressa o
que disse Turkle.

4. As aspas sinalizam ironia em:


a) Hoje "a arte da amizade' : diz Turkle, virou a arte de saber divi­
dir a atenção de alguém constantemente - com o smartphone,
por exemplo.
b) O termo fight over text - que significa mais ou menos "briga
por mensagem de texto" - é extremamente ilustrativo para
pensar esse aspecto.
c) São estudados nesse centro, por exemplo, os mecanismos que
causam essa espécie de "dependêncià' por parte do usuário
das redes sociais.
d) Termos como Forno (Fear Of Missing Out - algo equivalente
a "medo de perder algo" ) estão tentando explicar o que está
por trás do desenvolvimento de aplicativos e dispositivos.

5. Analise as seguintes afirmativas:


I. No primeiro parágrafo do texto, o autor posiciona-se favora­
velmente ao uso dos smartphones.
II. No 2° parágrafo, o autor posiciona-se desfavoravelmente ao
uso dos smartphones.
III. A sugestão dada pelo autor, no 13° parágrafo, é avessa ao uso
dos smartphones.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

São CORRETAS as afirmativas:


a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.

6. A frase "que se sentem frustrados com o tempo empreendido


nas redes sociais ou em outros aplicativos inúteis", do ponto
de vista sintático, tem valor:
a) Explicativo.
b) Imperativo.
c) lnjuntivo.
d) Restritivo.

7.
Os resultados desses estudos acabam gerando mais aplicativos
de persistent routine (rotina persistente, quase um pleonasmo)
ou behavioral loop (comportamento repetitivo), que integram­
-se à nossa rotina e, na maioria dos casos, não são produtivos - e
sim, distrativos.

O uso do travessão no trecho anterior tem como objetivo:


a) Indicar a fala do autor.
b) Realçar o sintagma.
c) Separar a frase intercalada.
d) Substituir o uso dos parênteses.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

8. Na frase "Essa incapacidade de controlar os próprios hábitos


implica geralmente na falta de capacidade de controlar as pró­
prias emoções:: o verbo implica poderia ser substituído, sem
alteração de sentido, por:
a) causa.
b) envolve.
c) provoca.
d) requer.

Leia o texto 2 para responder as questões de 9 a 12.


TEXT0 2

Fonte · htlp //WWW 1vancabral com/

9. Dos recursos linguísticos presentes nos quadrinhos, o que


contribui de modo DECISIVO para o efeito de humor é:
a) A fala do personagem.
b) O segmento "é outra coisa".
PROFESSORA FLÁVI A RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

c) O texto não verbal.


d) O título "Rede Social".

10. O efeito de humor da charge é construído a partir dos(as)


a) conhecimentos prévios dos leitores sobre fatos sociais.
b) conhecimentos sobre o uso das redes sociais.
c) expressões dos personagens.
d) representações preconceituosas sobre determinada classe so­
cial.

11. O advérbio ''Aqui" tem referência:


a) anafórica.
b) catafórica.
c) dêitica.
d) elíptica.

GABARITO
01.D 02.A 03.C 04.A OS.D 06.D 07. B 08. B
09.C 10.A 1 1 .B
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 17 - PREF. MATOZI N HOS/FI SCAL D E TRI B UTOS

Leia, atentamente, o texto a seguir:

UM PAÍS SE FAZ COM S APATOS E LIVROS


Leo Cunha

Outro dia, numa palestra, eu escutei uma frase genial do Pedro


Bandeira, aquele escritor que você deve estar cansado de conhe­
cer. [ . . . ]
Pois bem: o Pedro estava num colégio carérrimo e chiquérrimo
de São Paulo quando uma madame veio reclamar do preço dos
livros. Nosso caro escritor - carérrimo, segundo a madame - olhou
pros filhos dela e viu que os dois estavam de tênis importado.
Então o Pedro - que, apesar do nome, não costuma dar bandei­
ra - virou pra ela e soltou a seguinte frase: "ô, minha senhora, não
é o livro que é caro. É a senhora que prefere investir no pé do que
na cabeça dos seus filhos' :
O auditório aplaudiu de pé aquela história. Palmas, gritos, gar­
galhadas. Eu, disfarçadamente, olhei pra baixo pra ver se não es­
tava calçando meu bom e velho Nike branco. Não tenho a menor
intenção de fazer propaganda pra ninguém, pelo contrário: não
perco uma chance de comentar aquelas acusações que a Nike vive
recebendo, de explorar o trabalho infantil na Ásia. Mas não posso
negar que me bateu um sentimento de culpa ao escutar aquela
frase. Felizmente eu estava calçando um discretíssimo mocassim
preto, então pude aplaudir com mais entusiasmo a tirada do Pe­
dro.
Tirada, aliás, que me fez lembrar um caso divertido da minha
infância. Foi no início da década de 80, eu e minha irmã estáva­
mos entrando na adolescência e estudávamos num grande colégio
de BH.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Um dia, estávamos em casa quando a mãe de um colega da


minha irmã bateu a campainha. Abrimos a janela e vimos a tal
senhora debruçada sobre o portão, em lágrimas. Pronto, morreu
alguém!, pensamos logo.
Mas não. A coitada começou a explicar, aos soluços: "Eu não
estou dando conta dos meus serviçais, eles não param de brigar!':
Juro, foi assim que ela falou: "meus serviçais". Se eu me lembro
bem, a casa dessa senhora era imensa e ocupava quase um quar­
teirão. Para manter o castelo em ordem, ela precisava de pelo
menos uns oito "serviçais' : Era aí que o negócio complicava, pois
controlar tanta gente se mostrava uma tarefa árdua, que exigia
muito preparo e psicologia.
Ficamos muito consternados com a pobrezinha, ela agradeceu
o apoio moral, mas completou que esse não era o motivo da visita.
O que era então? E foi aí que veio a bomba. O colégio tinha man­
dado os meninos lerem um livro assim assim (esqueci o título)
e ela queria saber se minha irmã já tinha terminado, pra poder
emprestar pro filho dela!
Minha mãe ficou congelada, não sabia se tinha ouvido direito.
Então quer dizer que a madame podia contratar oito serviçais pra
se engalfinharem e não podia comprar um livro, um mísero livro,
coitadinho, que nunca brigou com ninguém?
Minha mãe era livreira, professora, escrevia resenhas para a
imprensa e tinha uma biblioteca imensa, inclusive com alguns li­
vros repetidos. Deve ser por isso que, se não me falha a memória,
nós não apenas emprestamos, como demos o livro para a mulher.
A frase do Pedro Bandeira completa perfeitamente o caso, e
vice-versa. Ninguém está negando que o livro, ou alguns livros,
poderiam ser mais baratos, mas de que adianta baixar o preço do
produto se nós não dermos valor a ele, se ele não for importante
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

em nossas vidas? Se a gente prefere entrar numa sapataria e in­


vestir no pé de nossos filhos. Se a gente entra num McDonald' s
da vida e pede pelo número, pede pelo número deixando as letras
para depois, ou para nunca.
(Disponível em: http:!!dicasdeleitores.blogspot.com.br/201 2/09/um -pais-se-fazcom­
-sapatos-e-livros.html Acesso em 28 mar. 201 6 (Adaptado)

1. Os quatro parágrafos iniciais do texto narram um fato que


tem por objetivo
a) completar as ideias apresentadas na narrativa seguinte.
b) ilustrar o acontecimento que virá em seguida.
c) introduzir as memórias da infância do autor.
d) promover o debate acerca da importância de se ler livros.

2. "Em: "Então o Pedro - que, apesar do nome, não costuma dar


bandeira [ ... ]", a melhor interpretação para dar bandeira é
a) arriscar.
b) envergonhar-se.
c) expor-se.
d) titubear.

3. Ao dar a seguinte resposta: "ô, minha senhora, não é o livro


que é caro. É a senhora que prefere investir no pé do que na
cabeça dos seus filhos", infere-se que Pedro Bandeira queria
dizer que a senhora
a) acreditava que investimentos em livros não davam o mesmo
retorno que o em sapatos.
b) desconhecia completamente o valor dos livros.

8
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

c) estava desinteressada pela educação de seus filhos.


d) estava mais preocupada com a aparência do que com o inte­
rior de seus filhos.

4. Sobre o caso da infância do autor, todas as constatações po­


dem ser feitas, EXCETO:
a) Ao afirmar que a senhora tinha um casarão que ocupava meio
quarteirão e oito serviçais, percebe-se que a questão não era
falta de dinheiro, e sim de valores culturais.
b) Ao comentar que o livro nunca havia brigado com ninguém,
percebe-se o quão chateado ele havia ficado com a situação.
c) Ao constatar que a mãe ficou congelada ao ouvir o pedido de
empréstimo do livro, percebe-se a diferença de valores exis­
tente entre eles.
d) Ao revelar que a mãe era livreira, professora e que eles tinham
uma biblioteca imensa, percebe-se a importância da leitura
para aquela família.

5. H á predomínio de linguagem oral, EXCETO em:


a) ''A frase do Pedro Bandeira completa perfeitamente o caso, e
vice-versa:'
b) "Eu, disfarçadamente, olhei pra baixo pra ver se não estava
calçando meu bom e velho Nike branco:'
c) "Nosso caro escritor - carérrimo, segundo a madame - olhou
pros filhos dela e viu que os dois estavam de tênis importado:'
d) "Se a gente prefere entrar numa sapataria e investir no pé de
nossos filhos:'
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

6. Há linguagem figurada em:


a) "A coitada começou a explicar, aos soluços: "
b) ''A frase do Pedro Bandeira completa perfeitamente o caso, e
vice-versa:'
c) "O auditório aplaudiu de pé aquela história:'
d) "O que era então? E foi aí que veio a bomba:'

7. O autor estabelece um diálogo com o leitor ou a ele se dirige


em:
a) "Juro, foi assim que ela falou: 'meus serviçais':'
b) "Não tenho a menor intenção de fazer propaganda pra nin­
guém, pelo contrário:'
c) "Pronto, morreu alguém!, pensamos logo:'
d) "Tirada, aliás, que me fez lembrar um caso divertido da mi­
nha infância:'

8. Em "Ficamos muito consternados com a pobrezinha, ela


agradeceu o apoio moral, mas completou que esse não era o
motivo da visita:: a palavra consternados pode ser melhor
interpretada como:
a) chateados.
b) comovidos.
c) desmotivados.
d) prostrados.

GABARITO
1 01.A 1 02.C 1 03. D 1 04. B I OS.A 1 06. D 1 07 . A 1 08. B
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 18 - PREF. MATOZINHOS/AGENTE DE ZOONOSES

Leia, atentamente, o texto.

TESTES DE TV
Walcyr Carrasco

O pedido que mais recebo, como autor de televisão, se resume


no seguinte: "Quando tiver testes na Globo, me avisa! ". Tento ser
gentil. Explico que esses testes não existem. Não da forma como
estão pensando. Nenhuma televisão ou produtora abre testes in­
discriminadamente. Imaginem se a Globo avisasse que dia tal,
mês tal, haveria testes livres para quem chegasse. Juntaria uma
multidão na porta, capaz de demolir o Projac! Sei por mim.
Certa vez, no início de uma novela, recebi inúmeros pedidos
para testes pelo Twitter. Faz uns dez anos. Era um asno em termos
de internet. Perguntei à produtora de elenco, Rosane, se podia dar
o e-mail dela para quem pedisse testes. O produtor de elenco, na
televisão, é quem busca os atores, de acordo com perfis de perso­
nagens, idades, tipos físicos. Quando não se trata de alguém fa­
moso, com trabalho conhecido, eu e o diretor vemos só o material
filtrado pelo produtor, de quem já tem material gravado no depar­
tamento de recursos artísticos da Globo. Ou de uma descoberta,
quando é um perfil muito específico, como a Angel (Camila Quei­
roz) de Verdades secretas. Tinha de ter tipo de modelo, mais de 1 8
anos, mas rosto de ninfeta. Bem, naquela época, dei no Twitter o
email da produtora Rosane. No dia seguinte, a internet do Projac
caiu, tal o número de mensagens. A Rosane teve de criar outro
e-mail. A direção da Globo pediu que eu nunca mais fizesse isso.
Imaginem isso fisicamente. Milhares de pessoas pedindo senha
para fazer teste. Teste para o quê? Não é assim que se escolhe um
papel.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

Eu escrevo a trama, chamada sinopse. Anexo a relação de cená­


rios e personagens com o perfil de cada um. Testes, só de acordo
com as características exigidas. Entre atores já profissionalizados.
Ou seja, que têm o DRT, o direito de exercer a profissão. Para
conseguir o DRT, ou se faz um curso legalizado de uns três anos
ou se presta um exame no sindicato, com a comprovação de tra­
balhos em teatro, inclusive. Só com DRT, o ator ou atriz podem se
candidatar a um papel. Pode ser a mulher mais linda do mundo.
Se a personagem tiver de parecer uma mulher comum, a bonitona
não fará o teste. Os atores profissionais sabem disso. Em geral,
quem implora por testes tem pouca conexão real com a profissão.
Quando eu trabalhava no SBT, vi uma fila de candidatas a assis­
tentes de palco do programa Silvio Santos. Era imensa, dobrava a
esquina do estacionamento.
Conhecer alguém ajuda? Claro. Se eu assistir a uma peça, gos­
tar de um trabalho de alguém, indico. Certa vez, fui a um espe­
táculo, levado pelo produtor de elenco, para ver um determinado
ator. Mas gostei de outro, o Fábio Lago, um grande comediante.
Levou o papel em Caras & bocas e fez um enorme sucesso. Mas já
era um profissional!
Pior é a situação das crianças. Em geral, são as mães, tias e avós
encantadas pelo que acham ser um talento. É normal, hoje em
dia, que uma criança goste de fazer vídeos, cante, dance. Isso não
significa que deseje ser ator mirim. Hoje, com as leis e o Esta­
tuto do Menor, a propaganda de produtos infantis na TV está
muito restrita. Usam-se poucas crianças em publicidade, o que
diminui o mercado em São Paulo. Uma rede de televisão séria,
como a Globo, jamais pegaria um menino paulista para gravar
no Rio de Janeiro sem residência carioca, o acompanhamento de
um responsável, pai ou mãe, matrícula na escola e jornada diária
pequena. Chamar alguém de São Paulo ou de outro Estado para
gravar no Rio é difícil. Mas inúmeras "agências de talentos" não
contam isso.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Cobram a realização de um book fotográfico. Claro, o book é


essencial para mostrar o tipo físico, a expressão. Uma boa parte
das agências não vai arrumar publicidade alguma. Ou papel em
televisão. Vive de fazer books. A família economiza, reúne centa­
vos, faz o book e não tem mais notícias. [ ... ]
O público é sábio, percebe quando um ator é bom. Melhor es­
tar preparado. [ ... ] Se você sonha com um teste na TV, precisa
de formação. Talento natural existe. Mas até diamante precisa ser
burilado para brilhar.

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs!walcyr-carrasco/n
oticia/201 6/02/testes-de-tv. html (Adaptado)

1. A ideia principal do texto é


a) ensinar aos atores o que fazer para serem aceitos na televisão.
b) explicar como funciona a distribuição de papéis na televisão.
c) informar as pessoas sobre os testes de televisão.
d) mostrar a insatisfação do autor com o pedido das pessoas.

2. O autor narra um fato de sua vida para exemplificar por que


não avisava a ninguém sobre os testes. Isso ocorre no pará­
grafo
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

3. Segundo o texto, para trabalhar, o ator deve ter o DRT, que é


a) a comprovação de trabalhos no teatro.
b) a prestação de exames no sindicato.
c) o curso para exercer a profissão de ator.
d) o direito de exercer a profissão.

4. A situação das crianças é pior porque


a) chamar alguém de São Paulo ou de outro estado para gravar
no Rio é difícil.
b) é essencial fazer o book, mas, muitas vezes, eles não têm ne­
nhuma notícia das agências.
c) está muito restrita a propaganda de produtos infantis na TV
d) gostam de dançar, fazer vídeos, cantar e dançar, o que não
significa que desejem ser atores.

5. Releia o parágrafo:
"O público é sábio, percebe quando um ator é bom. Melhor
estar preparado. [ ...] Se você sonha com um teste na TV, precisa
de formação. Talento natural existe. Mas até diamante precisa ser
burilado para brilhar:'

A melhor interpretação para o trecho "Mas até diamante precisa


ser burilado para brilhar" é
a) as pessoas que sonham com um teste devem se preparar e
estudar para brilhar.
b) mesmo aqueles que têm talento natural precisam se esforçar
para serem bons atores.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

c) não adianta ter talento se não for bem aceito pelo público.
d) os diamantes também precisam passar pelo processo de lim­
peza antes de brilharem.

6. As palavras destacadas estão corretamente interpretadas en­


tre parênteses, EXCETO em:
a) "Em geral, quem implora por testes tem pouca conexão real
com a profissão:' (ligação)
b) "Hoje, com as leis e o Estatuto do Menor, a propaganda de
produtos infantis na TV está muito restrita:' (reduzida)
c) "Juntaria uma multidão na porta, capaz de demolir o Projac!"
(assustar)
d) "Mas até diamante precisa ser burilado para brilhar:' (retoca­
do)

GABARITO
1 01. B 1 02.A 1 03.D 1 04.D 1 05. B 1 06.C
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 19 - CÂMARA DE CONCEI ÇÃO DO MATO DENTRO/


ADVOGADO

TEXTO 1
Meninxs, eu vi!

Na coluna 'Palavreado: Sírio Possenti discute as relações entre


gênero gramatical e gênero social. Será realmente necessário al­
terar a concordância de certas expressões para evitar o sexismo?

Por: Sírio Possenti

Publicado em 26/ 1 1 /201 5

A pretexto de incluir todos os gêneros, o colégio D. Pedro II,


no Rio de Janeiro, passou a adotar, em comunicados oficiais, uma
grafia que elimina Os e As em palavras como "alunos" e "alunas':
substituindo essas letras por X: "alunxs' : A opção faz parte de uma
pletora de casos em que se pretende corrigir aspectos da língua e
de textos, supostamente por serem ofensivos, excludentes ou ine­
xatos.
Na categoria dos inexatos está, por exemplo, a intervenção
(basicamente da Rede Globo, mas que pegou) visando corrigir a
expressão "risco de vida" por "risco de morte' : A ideia é que risco
para a vida não é risco de vida, que significaria risco de viver.
A análise da expressão, sem considerar seu domínio semântico
mais amplo, corre o risco de ser falsa. No mínimo, deveriam ser
levadas em conta construções como "arriscar a vida'', que signi­
fica 'correr risco de perder a vida' (análoga a "arriscar o salário
nos cavalos", que significa, evidentemente, 'correr risco de perder
o salário.. :). É o que se pode ver nos bons dicionários (Houaiss
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

registra "arriscar: expor a risco ou perigo" ) e mesmo em outras


línguas (como risquer la vie, em francês, cf. Petit Larousse). Em
suma: ninguém arrisca a morte, ninguém arrisca perder o que não
tem. Por isso, só se corre risco de vida.
Outras correções são tão ou mais bobas que esta. Por exemplo,
"quem tem boca vaia Roma", por "vai a Roma" ; "batatinha quando
nasce, põe a rama pelo chão" por "se esparrama pelo chão" ; "matar
a cobra mostrar a cobra", em vez de "mostrar o pau" etc.
Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso seguindo
forças mais ou menos 'ocultas: Políticas linguísticas dificilmente
interferem em questões como o sentido das palavras ou de textos,
pequenos ou grandes. Elas podem registrar, inibir ou incentivar.
Mas não criam nem desfazem fatos.
Os casos acima mencionados podem ser considerados, além
de tudo, erros de análise. Provérbios não são literais: "quem tem
boca vai a Romà' significa que, perguntando, pode-se chegar a
qualquer lugar (não se trata de boca, mas de fala, nem de Roma,
mas de qualquer lugar).
Ref: http://cienciahoje. uai. com. br!colunas/palavreado!meninxs-eu-vi [adaptadoJ

Considere o texto "Meninxs, eu vi! " para responder as questões


de 1 a 5.
1. Sobre o título do texto, é ERRADA a seguinte afirmação:
a) Demanda do leitor conhecimento prévio.
b) Faz referência a uma canção popular brasileira.
c) Menciona fatos linguísticos usados por adolescentes.
d) Solicita conhecimento sobre novos fatos linguísticos.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

2. Entre os sintagmas seguintes, indique aquele que poderia ser-


vir de título para o texto de Sírio Possenti:
a) A mobilização dos linguistas.
b) Gênero e língua.
c) Língua e texto.
d) Quem tem boca vai a Roma.

3. Qual o sentido da palavra pletora no texto?


a) Abundância.
b) Irregularidade.
c) Limitação.
d) Necessidade.

4. Em Sabe-se que as línguas mudam. Em geral, fazem isso se­


guindo forças mais ou menos 'ocultas', as aspas simples têm a
função de:
a) Abrir uma citação.
b) Exprimir uma ironia.
c) Ressaltar uma negação.
d) Sugerir um neologismo.

5. Provérbios não são literais. Esse enunciado pode ser substituí-


do, sem perda de sentido, por:
a) Provérbios não são abstratos.
b) Provérbios não têm sentido ambíguo.
c) Provérbios não têm sentido único.
d) Provérbios têm valor denotativo.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

TEXT0 2
A ESCRITA NÃO É ''A LÍNGUA''
Por Marcos B agno*

UMA LONGUÍSSIMA tradição de vinte e cinco séculos se im­


pregnou de tal modo na cultura ocidental que a jovem ciência lin­
guística, que conta pouco mais de 150 anos, ainda peleja para fa­
zer valer seus postulados, muito mais lógicos e racionais. É a ideia
(ou, melhor, a ideologia) de que "a língua" é uma entidade muito
restrita, acessível a poucos iluminados, aqueles grandes escritores
(todos homens, é claro) que se tornaram os "clássicos do idiomà'.
Não é à toa que o português é chamado de "a língua de Camões':
o espanhol de "a língua de Cervantes", o italiano de "a língua de
Dante", o inglês de "a língua de Shakespeare" e por aí vai. A escrita
literária, desde o surgimento dos estudos gramaticais no mundo
de língua grega, trezentos anos antes de Cristo, tem sido vítima
dessa apropriação ideológica. Qual é o problema? O grande es­
·critor não é grande porque respeita mais ou desobedece menos as
regras da gramática tradicional. O grande escritor é aquele que vai
além do normal e do normativo, que tenta dar vazão à sua sensibi­
lidade, exprimir de modo novo e surpreendente o que a realidade
lhe comunica. É preciso libertar a língua usada pela imensa maio­
ria das pessoas do peso insuportável de ser comparada aos usos
feitos pelos grandes escritores. As pessoas não podem até hoje ser
oprimidas e reprimidas pela culpa absurda de não falar tal como
Machado de Assis escreveu seus romances no final do século 1 9!
A escrita literária é só uma parcela microscópica de todos os
múltiplos e variados usos possíveis da língua. Ela não serve para a
descrição gramatical da língua, de como ela funciona, das regras
em vigor. Para a ciência linguística, a língua é, primordialmente,
aquilo que as pessoas falam no dia a dia, em suas interações nor­
mais, espontâneas, na construção de sua identidade pessoal e da
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

identidade de sua comunidade. Por isso é que não se pode dizer


que em Brasil e Portugal "se fala a mesma línguà: Não, não se
fala: brasileiros e portugueses seguem regras totalmente diversas
na hora de falar, têm coisas que só existem lá e não existem aqui
e vice-versa. Quando falamos, contribuímos para a construção
única e exclusivamente da nossa identidade social e cultural. É
maravilhoso podermos ler a produção literária portuguesa, mas
isso não significa que se trate "de uma mesma língua': Basta ler os
textos em voz alta para se dar conta disso!
Durante mil anos, na Europa, a única língua de cultura foi o
latim clássico: os letrados (só homens, é claro!) já falavam suas
línguas maternas na vida diária, mas elas não eram consideradas
dignas de estudo, de ensino e de aparecer na escrita respeitada. Foi
preciso esperar o Renascimento para que isso acontecesse. Pois é
assim que nos encontramos hoje no Brasil, numa Idade Média lin­
guística: falamos o português brasileiro, uma língua viva, dinâmi­
ca, com gramática própria, mas ainda nos cobram o ensino e o uso
de um "latim clássico", que é o português literário consagrado an­
tigo. E dá-lhe ensinar conjugação verbal com "vós", regências ver­
bais que não significam nada para nós, usos de pronomes que não
correspondem ao que a gente realmente sente e quer expressar.
Já passou da hora da nossa língua (e não "de a nossa línguà: por
favor!) ocupar de direito o lugar que já ocupa de fato: o de língua
materna de mais de 200 milhões de pessoas, uma das mais fala­
das do mundo, num País com crescente importância geopolítica e
econômica mundial. "E deixe os portugais morrerem à míngua!':
* Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UNE.

Ref.: http://www.carosamigos.com.br /índex. php/ revista/204-edicao-226/


5859-falar-brasileiro-a-escrita-nao-e-a-lingua-2
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Considere o texto Escrita não é "a língua" para responder as


questões de 6 a 9.

6. NÃO reflete a temática do texto:


a) A língua é heterogênea e varia no tempo e no espaço.
b) As formas de escrever e pronunciar não são sempre iguais.
c) Língua e escrita são equivalentes no que se refere à variação.
d) Variação linguística é um tema controverso.

7. Com o sintagma grifado (todos homens, é claro), no 1 º. pará­


grafo, o autor
a) determina uma probabilidade em relação ao que se afirma an­
teriormente.
b) estabelece uma objetividade para a afirmativa feita anterior­
mente.
c) estabelece uma reserva em relação à afirmativa anterior.
d) exprime seu ponto de vista sobre o que foi anteriormente afir­
mado.

8. Em relação ao ponto de vista do autor sobre o uso da língua,


considere os enunciados a seguir:
I. Me empresta seu livro.
II. Vem me buscar quando quiser.
III. Não estou certa de que essa decisão satisfaz a todos.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

É possível o que se apresenta em


a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) III, apenas.

9. O trecho colocado entre aspas, "E deixe os portugais morre-


rem à míngua!", indica que se trata de
a) comentário pessoal do autor do texto sobre o uso da língua.
b) citação de uma fala proferida anteriormente.
c) ênfase dada ao enunciado.
d) repetição desnecessária de informação já dita anteriormente.

GABARITO
1 0 1 .C 1 02.B 1 03.A 1 04 . B 1 05.C 1 06.D 1 07 .D 1 08.A 1 09.B
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 20 - CÂMARA DE CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO/


TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO

A casa
Cris Guerra

Noite de terça-feira. A casa iluminada, os jardins floridos de


gente. Autoridades, fotógrafos, o prefeito. Fazia tempo que nós
cinco não voltávamos juntos àquele lugar. A casa repleta de des­
conhecidos e vazia dos que lá habitaram. À nossa volta, o público
nem sequer desconfiava. Irmãos invisíveis voltando a um lugar­
-chave de sua linha do tempo. Como administrar a saudade em
noite de celebração?
Quando finalmente pudemos entrar, sabíamos de cor onde era
a cozinha, sala de jogos, o mezanino, o quarto dela. De modo que
demos um jeito de subir logo até lá, não sem antes notar um de­
talhe ou outro a nos falar sobre a elegância de nossos avós. Quem
sonharia ter seu passado romanceado por arquitetos contadores
de histórias?
Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim. En­
contrei-os sob o impacto do que ali viram. Do teto, fios transpa­
rentes sustentavam retratos antigos: JK, Vovô Joubert, Vovó Juju,
Papai, Mamãe, alguns de nós ainda pequenos. A caixinha de mú­
sica numa redoma de vidro. Cada móvel em seu devido lugar, re­
latando os movimentos e trajetos dela. Deles. Nossos.
Teremos de voltar muitas vezes para acreditar: nossa infância
eternizada num museu da arquitetura modernista dos anos 40
a 60. A nova Casa Kubitschek enriquece a memória do visioná­
rio JK. Mas seus móveis restaurados contam muito mais que um
modo de morar.
Concluído em 1943 para ser a casa de fim de semana do então
prefeito Juscelino, o espaço foi projetado por Niemeyer com jar-

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

dins de Burle Marx. Serviu a JK por apenas dois anos - logo que
pôde, vovô comprou o imóvel. Passaram a ser nossos os domingos
ali. Vovó alimentava os peixes e pássaros, dava suco de groselha
aos beija-flores, oferecia pão com patê aos gatos. Cobria as mesas
com pedaços de feltro, construindo sob os tampos de vidro seus
próprios quadros modernistas.
Depois que ele se foi, ela viveu ali por muitos anos, buscando
alento nos jardins para as perdas que ainda viria a sofrer. Minha
mãe em 1994, meu pai em 2001. "Que absurdo as coisas durarem
mais que as pessoas': ela me disse dias depois da morte dele. E
duraram. Mais até do que ela, que nos deixou em 2004. Mas as
pessoas, que não são feitas de coisas, cuidaram de fazer do afeto
memória.
A Casa abre suas portas de terça a sábado. Aos domingos, a
entrada é restrita às nossas lembranças. Vovô lê os jornais na mesa
da varanda, Maria prepara um peixe à milanesa, Vicenza me nega
o suco de mexerica antes do almoço. Eles jogam bilhar, elas pas­
seiam pelas boas-novas do jardim - a flor que se abriu, a árvore
que se encheu de lichias.
Quando for a sua vez de visitar a Casa Kubitschek, respire fun­
do e aproveite o dia: é um domingo na minha infância.
Disponível em: http:l!vejabh. abril.com.br!edicoes/casa-cris-guerra-755432.shtml
Acesso: maio 20 1 3

1. O assunto do texto é
a) a apresentação dos detalhes da Casa Kubitscheck.
b) a inauguração da nova Casa Kubitscheck.
e) a saudade da infância na Casa Kubitscheck.
d) as lembranças evocadas pela nova Casa Kubitscheck.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

2. A casa, a que se refere a narradora, relembra as memórias de


sua infância, pois
a) é habitual lembrar do passado quando voltamos ao lugar onde
fomos felizes.
b) é, ao entrar naquele ambiente, que todos saberão de sua histó­
ria.
c) foi interesse de seus avós que tudo fosse preservado.
d) foram mantidas inclusive as fotos de quem ali viveu.

3. Todas as constatações abaixo podem ser feitas acerca do texto,


EXCETO:
a) Após a morte do avô, a mãe da narradora viveu na casa até
2004, para poder recordar os momentos que viveu com seus
entes queridos.
b) Apesar de somente o domingo ser reservado para as lembran­
ças, a narradora sugere que o visitante se sentirá na casa, em
qualquer dia, como num domingo em sua infância.
c) Apesar de a casa ter sido projetada para que Juscelino Ku­
bitscheck passasse os finais de semana, ela só serviu a ele dois
anos.
d) Ao abrir a casa de Juscelino Kubitscheck ao público, a história
que se conta da casa é também a da infância da narradora.

4. Todos os sentimentos abaixo estão presentes no texto, EXCE-


TO:
a) nostalgia.
b) amor.
c) solidariedade.
d) saudade.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

5. As palavras destacadas estão corretamente interpretadas en­


tre parênteses, EXCETO em:
a) ''A caixinha de música numa redoma de vidro': (cúpula)
b) ''Aos domingos, a entrada é restrita às nossas lembranças': (li­
mitada)
c) "Cada móvel em seu devido lugar, relatando os movimentos e
trajetos dela". (percursos)
d) "Depois que ele se foi, ela viveu ali por muitos anos, buscando
alento nos jardins para as perdas [ . . . ] ': (felicidade)

6. Há linguagem conotativa em:


a) ''A casa iluminada, os jardins floridos de gente:'
b) ''A nova Casa Kubitschek enriquece a memória do visionário
JK:'
c) "Os quatro chegaram ao quarto dela minutos antes de mim:'
d) "Quem sonharia ter seu passado romanceado por arquitetos
contadores de histórias?"

GABARITO
1 01. D 1 02. D 1 03.A 1 04.C I OS.D 1 06.A
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 21 - PREF. DE ITURAMA/ANALISTA DE SISTEMAS

Leia atentamente o texto para responder às questões

Colunas / Palavreado
Ai, meu trema!
Em sua coluna de julho, Sírio Possenti repercute coluna da 'Fo­
lha de S. Paulo' sobre os comentários do ministro da Cultura acer­
ca do acordo ortográfico.
Por: Sírio Possenti I Publicado em 24/07/201 5 I Atualizado em 27/07/201 5
http://cienciahoje. uol.com. br!colunas/palavreado/ai-meu-trema

Nas discussões que - ainda - ocorrem sobre o Novo Acordo


Ortográfico da Língua Portuguesa, o trema é assunto recorrente.
Álvaro Costa e Silva escreveu coluna chamada "Saudades do
tremà' (Folha de S. Paulo, 23/07/2015), na qual comenta declara­
ções do ministro da Cultura sobre o famigerado acordo ortográfi­
co, já em vigor nesta terra, apesar de um decreto presidencial que
susta sua obrigatoriedade. Duas declarações merecem destaque.
A primeira: "talvez tenhamos errado no acordo ortográfico': Não
há. explicações maiores; assim, não se fica sabendo das razões do
senhor Juca.
Mas há um parágrafo em que se misturam a opinião do co­
lunista e a do ministro: "No mínimo, uma precipitação, pois em
Portugal, àquela época, havia resistência às mudanças, situação
que não melhorou com o tempo. Lá, ao contrário do açodamento
brasileiro, ainda acontece um debate na sociedade".
O argumento é pífio. Que a questão ainda esteja em debate em
Portugal revela, para quem já teve interesse em conhecer os argu­
mentos, sua extrema pobreza. São restritos à defesa da tradição,
em geral, mas escondem, de fato, a verdadeira queixa: que as po-
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

sições do Brasil (certamente discutíveis, como tudo) tenham tido


mais força que as da terrinha.
É interessante que o ministro Juca sonhe com '"um grande en­
contro sobre a língua portuguesà, no qual os protagonistas serão
os criadores e não os legisladores ou os acadêmicos. 'O fortaleci­
mento da língua tem nos criadores o epicentro', declarou ele ao
jornal Público': ainda segundo a Folha.
Grifei uma parte do texto porque sua natureza é ambígua. Não
se sabe até que ponto o trecho equivale ao que foi dito pelo minis­
tro - já que está em discurso indireto, vale dizer, é uma interpre­
tação do colunista.
Não quero falar da possível ambiguidade se o trecho for lido
'literalmente', ou distraidamente. Em "os protagonistas não serão
os legisladores .. :', sujeito e predicado poderiam se intercambiar.
Mas, certamente, se deve ler que o protagonismo não será dos le­
gisladores e dos acadêmicos.

Afinal, quem são os criadores da língua?


Queria ver como seria erigir os 'criadores' da língua em prota­
gonistas do debate sobre a grafia. A definição dos protagonistas,
para começar, é muito complicada. Muitos dirão que é o 'povo',
tese fortemente justificada pela história - os poderosos sempre
tentaram resistir ao 'povo', no capítulo das mudanças das línguas,
mas sempre perderam feio.
A única maneira de tornar a decisão fácil seria apelar para a
ignorância extrema, o senso comum sobre o que é 'saber portu­
guês', de que se teve uma amostra clara (e desavergonhada) no co­
nhecido debate sobre o 'livro do MEC'. Mesmo assim, seria difícil
obter algum consenso, o que a própria coluna que estou comen­
tando sugere: nunca se consegue passar dos exemplos de sempre:
o trema e o acento em "ideia" (que tal mudar para "colmeià' ou
"traqueia" ?).
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Suponhamos, no entanto, que Juca se adaptasse ao figurino


com que a direita em geral veste a esquerda (supondo que ele seja
de esquerda, para o que poderíamos sempre nos valer de Olavo
de Carvalho): ele teria que escolher o 'povo: o verdadeiro criador
da língua. Nem o povo (um tipo de criador) nem os escritores são
bons conselheiros no capítulo da grafia.
Então, chegaríamos a uma grafia nada uniforme, como se pode
ver cotidianamente nas 'placas do meu Brasil'. Nada contra elas;
digo eu, que mereceriam mais análises do que risos - coisa bem
mais improvável do que o ajuste fiscal. Mas acho que sei do que
Juca está falando: ele está apenas confundindo grafia/ortografia
com língua. O que acontece com muita frequência entre os não
acadêmicos...
Nem o povo (um tipo de criador) nem os escritores são bons
conselheiros no capítulo da grafia. O terreno deles é outro. O povo
não opina sobre grafia quando muda 'socra' em 'sogrà ou 'ficatu'
em 'fígado'. Guimarães Rosa não é o que é porque escreveu 'estre­
meceuzinho' com 'z'.
Descobre-se talvez outra coisa na fala de Juca: ele detesta os
acadêmicos. Ele não os chamaria para debater sobre a questão. Vai
chamar quem?
Finalizo comentando duas queixas comuns, sempre as mes­
mas...
Para começar, tem gente que reclama da queda do acento em
'parà ( do verbo 'parar' ) porque uma suposta manchete como "S.
Paulo para para ver o Corinthians" não seria mais possível. Per­
gunto por que não seria mais possível. Feia? Ora! Repetitiva? Ora,
ora! Como se as outras fossem belíssimas e como se não se deves­
se procurar uma alternativa (sair do automático).
Depois, tem gente que reclama do fim do trema porque, supos­
tamente, um dia não se vai mais saber como pronunciar "linguiçà'
(a falta do trema levaria a não dizer mais o 'u' ). Ora, ora! É por isso
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

que se precisa dos acadêmicos! Eles sabem que não se lê uma lín­
gua. Escreve-se uma língua!! A verdade é que 'lingüiça' (esta grafia
antiga) se escrevia assim porque o 'u' é pronunciado, não o contrá­
rio. Se fosse assim, quem não sabe ler não falaria. Ora, ora, ora!!!
Pode ocorrer que se adote determinada pronúncia com base na
escrita: tipicamente, diante de uma palavra estrangeira. Se apren­
do que o [oi] - falado - alemão se escreve 'eu', quando aparece o
nome 'Freud', o pronuncio [froid] . Pode ocorrer algo similar na
língua materna com palavras desconhecidas. Mas então por que
citar sempre 'linguiça'? Na escola, obviamente, aprendemos como
se escreve a palavra tal, e não como se lê a tal palavra. Posso não
gostar da atual ortografia. Mas o que ela viria a ser se seu destino
fosse entregue a quem tem medo de quem conhece um pouco do
riscado?
Sírio Possenti I Departamento de Linguística Universidade Estadual de Campinas.

1. Tendo em vista que o propósito de um texto é construído


pelo uso de estratégias linguísticas (escolhas lexicais, frásti­
cas) e textuais (formas de textos), estão CORRETAS as afir­
mações sobre o texto Ai, meu trema!
a) Caracteriza-se por ser uma narrativa em que o autor apresen­
ta a fala dos entrevistados como em "talvez tenhamos errado
no acordo ortográfico".
b) Tem como estrutura básica uma ideia central (que resume o
ponto de vista do autor) fundamentada, exclusivamente, com
base em argumentos jornalísticos.
c) Trata-se de um texto em que predomina uma atitude expositi­
va-comentadora, com uso predominante de verbos no tempo
presente.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

d) Utiliza-se do registro formal da língua por estar publicado na


revista Ciência Hoje digital e por ser escrito por um professor
universitário.

2. Considerando o texto, analise as seguintes afirmativas:


1. Para o senso comum, língua e escrita são equivalentes.
II. O uso do trema e o acento dos ditongos abertos são sempre
citados como exemplos do Novo Acordo Ortográfico.
III. A grafia das línguas não é de responsabilidade do povo.

Sobre o que está sendo tematizado no texto, é CORRETO o que


se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) 1, II e III.

3. Em defesa de seu ponto de vista, o autor recorre a várias estra-


tégias argumentativas, excetuando-se apenas a
a) descrição de exemplos.
b) exposição de ideias do senso comum.
c) recorrência a discursos de autoridade.
d) utilização de comparações.

4. Na passagem "Guimarães Rosa não é o que é porque escreveu


'estremeceuzinho' com 'z": o vocábulo 'estremeceuzinho' é a
junção de estremeceu + zinho. Essa palavra corresponde a
a) um estrangeirismo, ou seja, processo que introduz palavras
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

vindas de outros idiomas na língua portuguesa.


b) um neologismo, criação de novas palavras por meio das pos­
sibilidades do sistema linguístico.
c) um regionalismo, por ser uma palavra típica de uma determi­
nada área geográfica.
d) uma gíria, uso de determinado grupo social de uma palavra
não convencional.

5. A palavra 'estremeceuzinho' é formada por


a) diminutivo sintético.
b) diminutivo analítico.
c) locução adjetiva.
d) superlativo absoluto.

6. A alternativa em que o termo destacado NÃO está correta­


mente explicado entre parênteses é:
a) O argumento é pífio. (de pouco valor).
b) O fortalecimento da língua tem nos criadores o epicentro.
(local).
c) Queria ver como seria erigir os 'criadores' da língua em pro­
tagonistas do debate sobre a grafia. (construir).
d) Sujeito e predicado poderiam se intercambiar (mudar).

GABARITO
1 01.C 1 02.D 1 03. D 1 04. B I OS.A 1 06. B
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 22 - PREF. ITURAMAfTÉCNICO EM INFORMÁTICA

Leia o texto para responder às questões.

UM DIA SEM RECL AMAR


Renata Nunes

Ela mal chega e já avisa que está indo embora, trata-se ape­
nas de "uma passadinha': Tem sempre muita coisa para fazer no
dia seguinte. Está exausta, fruto de um problema ou de outro. O
tempo é sempre curto. Aliás, curtíssimo para que consiga se or­
ganizar. No entanto, perde grande parte dos seus dias envolvida
com as próprias reclamações. O blá-blá-bla - às vezes até muito
bem fundamentado - rouba a energia e leva a um inevitável so­
frimento.
Já ele se afunda nas banalidades e se prende a elas como se
fossem as coisas mais importantes de sua vida. Um problema
pequeno parece sempre um bicho-papão. Uma fechada no trân­
sito ganha proporções inimagináveis. A fila do supermercado é
o assunto da mesa durante o jantar, mesmo que ninguém esteja
muito interessado em ouvir. A raiva alimenta as reclamações, que
parecem cíclicas. O trabalho, por exemplo, nunca está bom. Há
sempre um colega querendo puxar o seu tapete. E, se muda de
emprego, em pouco tempo, lá está ele reclamando de novo. Nada
parece estar bem.
Para ela, os filhos, que deveriam ser motivos do mais puro
amor, só dão trabalho. Já sei de cor e salteado o texto que ela irá
repetir: a bagunça na casa, as más respostas, o videogame do me­
nino, as roupas curtas da garota. Ah, e as notas! Estas, sim, lhe
roubam o sono. As queixas são diárias e praticamente inevitáveis.
A mulher reclama do marido, e o marido, da mulher. Ele não
escuta, não faz o que ela pede, bebe demais. Ela só fala, vive pedin-

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

do as coisas, não bebe. E assim vão vivendo, enfiados em reclama­


ções e, muitas vezes, sem perceber quantas coisas boas deixam de
enxergar um no outro, nas pessoas que os cercam, na cidade onde
vivem ou no próprio lar. A vida é tão curta, e passamos grande
parte dela produzindo queixas e mais queixas.
Atire a primeira pedra quem não reclama. E, convenhamos, é
muito difícil ver o mundo com um olhar apenas de gratidão. Exis­
tem, é claro, formas distintas de mostrar as insatisfações. Pode ser
uma simples objeção, uma crítica mais embasada, um mantra de
lamúrias e até uma lástima profunda. Às vezes, falando dos nos­
sos próprios problemas, parecemos suplicar por outras vidas, que
sempre nos parecem melhores.
Foi de tanto reclamar que parei para pensar no assunto, e a
reflexão é sempre "boa amiga' : Quando repetimos menos os pro­
blemas, apontamos menos as falhas, eles parecem, de alguma for­
ma, mais leves, mais fáceis de serem superados. Queixar-se é uma
espécie de vício, quanto mais entramos, mais somos tomados por
ele. O contraponto está no olhar para si mesmo.
Já experimentou ficar um dia inteiro sem reclamar? Foi numa
tentativa dessas que me dei conta realmente de como os recla­
mões são chatos. E me incluo entre eles. Invadimos a vida do ou­
tro como seres especiais. Como se apenas nós tivéssemos proble­
mas ou como se o mundo girasse em torno do nosso umbigo. Não
gira! Veja como anda sua autoestima, se reclama por insegurança
ou se te falta força para enfrentar aquilo que não anda bem. Bons
pensamentos e menos blá-blá-blá podem mudar seu ambiente de
trabalho, a convivência com a família e com os amigos. Não custa
tentar.
Disponível em: http:l/www.otempo. com. b r!opini%C3 %A3o/renata-nunes/um-dia­
-semreclamar- 1 . 1 028572
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

1. Segundo a locutora do texto, o que a levou a pensar no assun-


to do texto foi
a) a constatação de que os reclamões são muito chatos.
b) a necessidade de olhar o mundo com gratidão.
c) a observação do dia a dia das pessoas.
d) o quanto ela mesma reclamava.

2. Há linguagem figurada em:


a) ''As queixas são diárias e praticamente inevitáveis:'
b) "Ele não escuta, não faz o que ela pede, bebe demais:'
c) " Há sempre um colega querendo puxar o seu tapete:'
d) "O contraponto está no olhar para si mesmo:'

3. O título do texto sugere uma alternativa para que


a) os empregos sejam mantidos, pois ninguém aguenta conviver
com empregados que reclamam de tudo.
b) os pais enxerguem seus filhos com mais amor e gratidão, sem
ver apenas os defeitos.
c) os problemas pareçam menores, pois quanto menos reclama­
mos, mais leves e mais fáceis de carregar eles se tornam.
d) os reclamões se tornem mais aceitáveis, pois é difícil conviver
com pessoas que reclamam o dia inteiro.

4. Há traços de oralidade em:


a) "Invadimos a vida do outro como seres especiais:'
b) "Já experimentou ficar um dia inteiro sem reclamar?"
c) "O tempo é sempre curto:'
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

d) "Tem sempre muita coisa para fazer no dia seguinte:'

5. Há interlocução, EXCETO em:


a) "E, convenhamos, é muito difícil ver o mundo com um olhar
apenas de gratidão:'
b) "Foi de tanto reclamar que parei para pensar no assunto, e a
reflexão é sempre 'boa amiga': '
c) "Já experimentou ficar um dia inteiro sem reclamar?"
d) "Veja como anda sua autoestima, se reclama por insegurança
ou se te falta força para enfrentar aquilo que não anda bem:'

6. Em: ''A mulher reclama do marido, e o marido, da mulher:' a


vírgula destacada (a segunda) foi utilizada com o objetivo de
a) dar ênfase ao termo "marido':
b) evitar o duplo sentido da frase.
c) indicar a elipse do verbo reclamar.
d) separar o adjunto adverbial intercalado.

GABARITO
1 0 1 . D 1 02.C 1 03. C 1 04.D 1 05.B 1 06.C
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

P ROVA 23 - PB H/ASSI STENTE AD M I N I STRATIVO

Leia, atentamente, o texto a seguir para responder às questões


abaixo:

Chimpanzé, enfim, passa em "prova" de altruísmo


Em experimento, animal escolhe opção que
dá alimento a companheiro
Rafael Garcia
Uma espécie de macaco que vinha sendo acu­
sada de egoísta por biólogos finalmente mostrou
em um experimento que é capaz de querer bem ao
próximo.
O chimpanzé, animal evolutivamente mais pró­
ximo dos humanos, exibiu pela primeira vez em
laboratório um comportamento altruísta ao com­
partilhar comida.
O estudo, conduzido pelo grupo do primató- shutterstock

logo Frans de Waal, da Universidade Emory, em


Atlanta (EUA), pode tirar uma pedra considerável do sapato dos
etólogos (especialistas em comportamento animal). Macacos de
parentesco mais distante com o Homo sapiens já haviam demons­
trado altruísmo em testes controlados, mas justamente aquele que
mais se assemelha a nós parecia ser egoísta quando avaliado de
perto.
Isso vinha sendo um problema para o estudo da evolução desse
comportamento, dada a crença de que a tendência "pró-social' ',
cooperativa, é inata e está de alguma forma entranhada no DNA
da nossa espécie. Como chimpanzés têm mais de 98% de seme­
lhança com o genoma humano, era de esperar que o altruísmo se
manifestasse também neles.
O experimento envolvia a participação direta de um cientista.
Ao escolher fichas de diferentes cores, os macacos determinavam

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

se o humano deveria dar bananas ao animal que estava na gaiola


vizinha. Em até dois terços das oportunidades, os animais decidi­
ram cooperar.
"Os experimentos estavam falhando antes porque usavam apa­
ratos muito mais complicados" explicou à Folha Victoria Horner,
que conduziu o estudo.
"Eles requeriam coisas como manobrar mesas com contrape­
sos ligados a um sistema de cordas para liberar o acesso a uma
banana. Os experimentos com macacos menores vinham usando
coisas bem mais intuitivas:' Segundo ela, os primatólogos sabiam,
por meio de observações na natureza, que os chimpanzés coope­
ram na caça e em outras atividades, mas eram incapazes de provar
isso em laboratório.
Outro problema de experimentos anteriores, segundo Horner,
é que os macacos eram mantidos o tempo todo perto do alimento
que seria dado como recompensa.
"Eles se concentravam tanto na comida que estavam recebendo
que não conseguiam prestar atenção no que acontecia com a co­
mida do parceiro", diz.
Para evitar isso, os pesquisadores mantinham embrulhadas em
papel as fatias de banana que eram usadas no experimento até a
hora da recompensa. Um aspecto interessante do comportamento
dos chimpanzés no estudo foi que eles tendiam a não cooperar
com vizinhos de jaula que os importunavam muito.
Quando um animal ficava cutucando o parceiro ou cuspindo
água para chamar a atenção, o outro o ignorava. A mágoa que
possivelmente resultava dessa pequena retaliação, porém, durava
pouco. Os macacos que determinavam se seus vizinhos deveriam
ganhar comida na primeira rodada trocaram de papel sem ter
prejuízo.
Mesmo quando um macaco era prejudicado por outro no co­
meço, não tentava retaliar depois, quando assumia o papel do pri­
meiro animal.
(Folha de São Paulo, 10 de agosto de 2011.)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

1. O objetivo do texto é
a) descrever.
b) expor.
c) informar.
d) narrar.

2. Os cientistas pretendiam provar que


a) os chimpanzés, animais evolutivamente mais prox1mos do
homem, também manifestam o altruísmo.
b) os chimpanzés, quando importunados, não cooperam com os
seus vizinhos de jaula.
c) os macacos cooperam na caça e em outras atividades, mas são
incapazes de demonstrar isso em laboratório.
d) os macacos não são animais egoístas e nem conseguem guar­
dar rancor por muito tempo.

3. Há linguagem figurada em
a) ''Ao escolher fichas de diferentes cores, os macacos determi­
navam se o humano deveria dar bananas ao animal que estava
na gaiola vizinha:'
b) "Mesmo quando um macaco era prejudicado por outro no
começo, não tentava retaliar depois, quando assumia o papel
do primeiro animal:'
c) "O estudo, conduzido pelo grupo do primatólogo Frans de
Waal, da Universidade Emory, em Atlanta (EUA), pode tirar
uma pedra considerável do sapato dos etólogos (especialistas
em comportamento animal):'
d) "Quando um animal ficava cutucando o parceiro ou cuspindo
água para chamar a atenção, o outro o ignorava:'
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

4. Todas as palavras destacadas estão corretamente interpreta­


das, EXCETO em:
a) "A mágoa que possivelmente resultava dessa pequena retalia­
ção, porém, durava pouco:' (desforra)
b) "O chimpanzé, animal evolutivamente mais próximo dos hu­
manos, exibiu pela primeira vez em laboratório um compor­
tamento altruísta ao compartilhar comida:' (sincero)
c) "Os experimentos estavam falhando antes porque usavam
aparatos muito mais complicados:' (materiais de trabalho)
d) "Um aspecto interessante do comportamento dos chimpanzés
no estudo foi que eles tendiam a não cooperar com vizinhos
de jaula que os importunavam muito:' (tinham propensão)

5. Em "Para evitar isso, os pesquisadores mantinham embru­


lhadas em papel as fatias de banana que eram usadas no expe­
rimento até a hora da recompensa:', isso refere-se a os animais
a) ajudarem na caça e em outras atividades, mas serem incapa­
zes de provar isso em laboratório.
b) se concentrarem tanto na comida que estavam recebendo que
não prestavam atenção no que acontecia com a comida do
parceiro.
c) serem mantidos perto da comida que seria usada como re­
compensa.
d) tenderem a não cooperar com os vizinhos de jaula que os im­
portunavam muito.

GABARITO
1 01.C 1 02. A 1 03. C 1 04. B 1 05. B
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

P ROVA 24 P R E FE ITU RA DE PO RTO VELH O-RO/


AD M I N I STRADOR

Pai patrão

Quando a democracia surgiu na Grécia, por volta de 500 a.C.,


os atenienses fizeram questão de traçar uma linha nítida entre as
esferas públicas e privadas. O poder do estado terminava onde
começava a privacidade do lar. No âmbito doméstico, reinava a
vontade do patriarca que tinha o poder de determinar os direitos e
deveres de seus filhos, mulher e escravos. Para os gregos não havia
atividade mais apaixonante e gloriosa do que participar da con­
dução da polis. A política era a maneira civilizada de decidir os
destinos da nação por meio do diálogo e da persuasão. O cidadão
revelava sua grandeza de espírito e sua importância para a comu­
nidade no debate de ideias, na defesa de proposições e nas vitórias
no âmbito público. Um homem que levasse uma vida exclusiva­
mente privada não passava de um insignificante animal domésti­
co, incapaz de participar da elaboração das decisões políticas que
afetavam os destinos da nação.
Se Aristóteles ressuscitasse no final do século XX, ficaria hor­
rorizado com a interferência do Estado na privacidade do cida­
dão. A sociedade moderna sequestrou a intimidade do indivíduo.
É inimaginável uma atividade pública ou privada que não seja re­
gulamentada por lei, por estatuto ou por norma. Se o governo não
cria regras, a universidade as inventa ou o grêmio esportivo as im­
põe. A maioria das organizações privadas atua como uma grande
estatal, que determina como seus membros devem agir, pensar
e se comportar. O estado moderno erradicou a fronteira entre o
público e o privado. Os assuntos públicos são tratados como ques­
tões privadas, e a privacidade passou a ser encarada como algo de
interesse público.
(D'ávila, Luiz Feli p e. In: Re p ública)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

1. Todas as afirmativas estão corretas sobre os objetivos do pri­


meiro parágrafo do texto, EXCETO:
a) Recuperar informações sobre a natureza histórica do assunto
tratado.
b) Informar o leitor sobre os aspectos relevantes para o desen­
volvimento textual.
c) Apresentar conjunto de dados indispensáveis para o acompa­
nhamento da discussão.
d) Elaborar um raciocínio analítico pertinente.
e) Relacionar fatos relacionados à compreensão do assunto.

2. Analise as afirmativas.
I. A interferência do estado na vida do cidadão nos remonta a
tempos antigos.
II. Em relação ao controle sobre a vida do cidadão, o papel do
estado permanece inalterado.
III. A autonomia do cidadão em relação ao Estado é uma caracte­
rística da sociedade grega.
IV Na sociedade moderna a fronteira entre o público e o privado
não é respeitada.

Em relação ao texto, as afirmativas pertinentes são


a) I, II
b) I, III
c) I, II, III
d) I, IV
e) III, IV
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

3. De acordo com o texto, assinale a alternativa que constitui


característica da sociedade moderna.
a) A erradicação do poder do Estado.
b) A extinção dos limites entre o público e o privado.
c) O interesse do cidadão nos assuntos políticos.
d) A iniciativa privada é isenta em relação às regras.
e) A sociedade é patriarcal.

O Popular

Uma figura que sempre me intrigou é o Popular. Você o co­


nhece: nas fotos ou filmes dos acontecimentos - manifestações,
diligências policiais, visitas de autoridades - ele é o que aparece
num canto, com as mãos no bolso e um embrulho debaixo do
braço. Com a cara de quem foi ao armazém e na volta parou para
ver a História.
Sempre pensei que o Popular fosse uma figura exclusivamen­
te brasileira. Nas nossas agitações políticas, o Popular não perdia
uma. Os jornais mostravam tanques na Cinelândia protegidos por
soldados de baionetas caladas e lá estava o Popular, com seu em­
brulho embaixo do braço, examinando as correias de um dos tan­
ques. Pancadaria na avenida? Corria polícia, corria manifestante,
corria todo mundo, menos o Popular. O Popular assistia.
Imaginei, certa vez, uma série de cartuns em que o Popular
apareceria assistindo ao descobrimento do Brasil, à primeira mis­
sa, ao grito do Ipiranga, à proclamação da República... Sempre
com seu embrulho debaixo do braço. E de camisa esporte clara
para fora das calças.
Não se deve confundir o Popular com o Transeunte, também
conhecido como o Passante. O Transeunte ou Passante às vezes
leva uma bala perdida, o Popular nunca. O Transeunte às vezes vai

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

preso por engano, o Popular é o que fica assistindo a sua prisão.


O Transeunte, não raro, se compromete com os acontecimentos.
Aplaude o visitante ilustre que passa, por exemplo. O Popular fica
com as mãos nos bolsos e quase sempre presta mais atenção ao
motociclo dos batedores que à figura ilustre. O Transeunte pode
se entusiasmar com uma frase de comício ou um drama na rua, e
aí o Popular é o que fica olhando para o Transeunte.
O Popular não tem opinião sobre as coisas. Quando a televisão
resolve ouvir "a opinião de um popular" na rua, sempre se enga­
na. O Popular nunca é o entrevistado, é o sujeito que está atrás do
entrevistado, olhando para a câmera.
O Popular não merece os méritos nem a calhordice que a im­
prensa lhe atribui. Alguém que é "socorrido por populares", outro,
menos feliz, que é linchado por populares... Engano. Onde há um
bando de populares não há o Popular. O Popular é a antimulti­
dão. Sua única virtude é a sua singularidade. E um certo ceticismo
inconsciente diante das coisas. Não é que o Popular desmereça
o poder e os grandes lances da humanidade. É que tem uma fa­
tal curiosidade pelo detalhe supérfluo, uma fascinação irresistível
pelo insignificante. Nas revoluções o que atrai o Popular é a estra­
nha postura dos soldados deitados no chão, o mecanismo de um
tanque, as lentes de uma câmera.
O Popular é uma figura tipicamente urbana. Não tem domi­
cílio certo. Seu habitat natural é a margem dos acontecimentos.
E - este é o seu maior mistério, a chave da sua existência - nin­
guém jamais conseguiu descobrir o que o Popular leva naquele
embrulho. E tem mais. No dia em que pegarem um Popular para
desvendarem o mistério, será inútil. Vão se enganar outra vez. O
Popular verdadeiro estará atrás do preso, assistindo tudo.
(Veríssimo, Luís Fernando. ln: O Estado de S. Paulo, 1 0/08/ 1 98 1 )
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

4. Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.


) A diferença entre o Popular e o Transeunte está nas atitudes
sutis e nos comportamentos sociais diante dos fatos históri­
cos.
( ) O mérito do Popular é ficar à espreita, observando as pessoas
para depois assumir sua verdadeira identidade.
) A distração do Popular é sempre estar à margem dos aconte­
cimentos, pois prefere vê-los para depois agir.
) O mérito do Popular é sua singularidade. Ele é atraído pelo
supérfluo e pelo detalhe insignificante.

A sequência está CORRETA em


a) F, V, F, F
b) V, V, F, V
c) V, F, F, V
d) V, F, V, F
e) F, F, F, V

5. A repetição do vocábulo "popular" no texto


a) demonstra a ênfase que o autor quer dar ao termo e ao que ele
significa.
b) reforça a ideia de onipresença do Popular na vida social e po­
lítica.
c) revela a intencionalidade do autor ao construir um texto hu­
morístico.
d) recupera ao longo da crônica a coesão e a coerência necessá­
ria dos termos.
e) representa o paralelismo sintático e rítmico a cada parágrafo.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

6. "E um certo ceticismo inconsciente diante das coisas:' (6° §).


A palavra ceticismo significa
a) esforço.
b) valentia.
c) estímulo.
d) descrença.
e) respeito.

7. Em todas as frases a seguir, as palavras sublinhadas nas ora-


ções possuem o mesmo valor semântico, EXCETO:
a) "Uma figura que sempre me intrigou é o Popular:' (1° §)
b) "Sempre pensei que o Popular fosse uma figura..:' (2° §)
c) "Aplaude o visitante ilustre que passa, por exemplo:' (4° §)
d) "... é o sujeito que está atrás do entrevistado.. :' ( 5° §)
e) "... ninguém jamais conseguiu descobrir o que o Popular leva
naquele embrulho:' (7° §)

8. Na frase "No dia em que pegarem um Popular para desven­


darem o mistério, será inútil:', a oração sublinhada traz uma
ideia de
a) causa.
b) tempo.
c) finalidade.
d) explicação.
e) condição.

a
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

9. Analise.
I. O Popular sempre assistia impassível as manifestações políticas.
II. Ele caminhava rente a parede.
III. O Popular nunca foi a reuniões.

O uso do acento indicativo da crase do ª é obrigatório apenas


na(s) alternativa(s)
a) 1
b) II
c) III
d) 1, II
e) 1, II, III

10. Segundo o texto, O Popular, diante da História tem uma atitude


a) displicente.
b) agressiva.
c) indiferente.
d) passiva.
e) ativa.

I º 'º
09. D
1
02. E
1 0. D
1
03. B
1
GABARITO
04 . E
I OS. A
1
06. D
1
07 . B
I os. e

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

P ROVA 25 - M U N I C Í P I O D E BARRA V E L H A-SC/ADVOGADO

Dê uma chance ao ser humano

A vizinha tocou a campainha e, quando abri a porta, surpreso


com a visita inesperada, ela entrou, me abraçou forte e falou de­
vagar, olhando fundo nos meus olhos: "Você tem sido um vizinho
muito compreensivo e eu ando muito relapsa na criação dos meus
cachorros. Isso vai mudar! " Desde então, uma série de procedi­
mentos na casa em frente à minha acabou com um pesadelo que
me atormentou por mais de um ano. Sei que todo mundo tem um
caso com o cachorro do vizinho para contar, mas, com final feliz
assim, francamente, duvido. A história que agora passo a narrar
do início explica em grande parte por que ainda acredito no ser
humano - ô, raça!
Não sei se os outros vizinhos decidiram em assembleia que es­
perariam a todo custo por uma reação minha, mas, para encurtar
a história, o fato é que, um ano e tanto depois da chegada do pri­
meiro pastor alemão àquela casa, eu tive um ataque, enlouqueci,
surtei. Imagine o mico: vinha chegando da rua com meus filhos
- gêmeos de 10 anos -, chovia baldes, eu não conseguia achar as
chaves e os bichos gritavam como se fôssemos assaltantes de ban­
co. Segura o guarda-chuva! Cadê as chaves? Será que não podiam
ao menos parar de latir um pouco, caramba?
- Cala a boooooocaaaa! - gritei para ser ouvido em todo o
bairro. Os cachorros emudeceram por dez segundos.
Fez-se um silêncio profundo na Gávea. Os garotos me olhavam
como se estivessem vendo alguém assim, inteiramente fora de si,
pela primeira vez na vida. Eu mesmo não me reconhecia, mas, à
primeira rosnada que se seguiu, resolvi ir em frente, impossível
recuar: "Cala a booooocaaaa! Cala a boooocaaaaa! " Silêncio total.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Os meninos estavam agora admirados: acho que jamais tinham


visto aqueles bichos de boca fechada.
Havia muito tempo que não entrava nem saía de casa sem que
os cães dessem alarme de minha presença na rua. Tinha vivido
uma época de separações, morte de gente muito querida, além de
momentos de intensa felicidade, sempre com aqueles bichos latin­
do sem parar. De manhã, de tarde, de noite, de madrugada, man­
ja pesadelo? "Seus cachorros são insuportáveis e, se vocês nada
fizerem a respeito - estamos no Brasil, tudo é possível -, eu vou
me embora, me mudo, sumo daqui..:' - escrevi algo assim, mais
resignado que irritado, o arquivo original sumiu do computador.
Mas chegou aonde devia ou a vizinha não teria me dado aque­
le abraço comovido na noite em que abri a porta, surpreso com
ela se anunciando no interfone, depois de meu chilique diante de
casa. No dia seguinte chegou carta do marido dela: "Seu incômo­
do é o nosso, agravado pelo fato de sermos responsáveis por essas
criaturas que adotamos não para funções policiais, mas por amor
mesmo. Try a little bit harder, diz a canção, e é o que será feito.
Desculpe os aborrecimentos. Agradeço sua paciência e educação".
Desde então - há coisa de um mês, portanto -, meus vizinhos
têm feito o possível para controlar o ímpeto de seus bichos, que
já não me vigiam dia e noite, arrumaram para eles coisa decerto
mais interessante a fazer no quintal. Quando o DNA de Rin-tin­
-tin ameaça se manifestar, são chamados à atenção e se calam. Às
vezes não acredito que isso esteja realmente acontecendo neste
mundo cão em que vivemos. Se não estou vendo coisas - o que
também ocorre com certa frequência -, o ser humano talvez ainda
tenha alguma chance de dar certo. Pense nisso!
(Vasques, Tutty. ln: Santos, Joaquim Ferreira dos (Org.).
As cem melhores crônicas brasileiras.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. Adaptado)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

1. A forma verbal utilizada no título do texto demonstra uma


ideia
a) persuasiva.
b) opositiva.
c) negativa.
d) conclusiva.
e) consecutiva.

2. As estruturas linguísticas utilizadas no texto indicam que o


tipo textual pode ser classificado em
a) narração.
b) injunção.
c) argumentação.
d) exposição.
e) dissertação.

3. Dentre os elementos em destaque, só NÃO exerce papel pro-


nominal
a) "que me atormentou por mais de um ano" (1° §)
b) "A história que agora passo a narrar" (1° §)
c) "decidiram em assembleia que esperariam" (2° §)
d) "essas criaturas que adotamos" ( 4° §)
e) "em que vivemos" ( 5 ° §)

4. O elemento de coesão textual "isso" em "às vezes não acredito


que isso esteja realmente acontecendo neste mundo cão em
que vivemos:' ( 5 ° §), faz referência
a) à carta do vizinho recebida pelo autor.
b) aos aborrecimentos causados pelos cachorros.

8
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

c) à atitude dos vizinhos de controlar os cachorros.


d) à ameaça do DNA dos cachorros de se manifestar.
e) ao fato de que os cachorros o vigiavam dia e noite.

5. No segmento em destaque: "mas, com final feliz assim, fran­


camente, duvido:' os termos grifados, indicam, respectiva­
mente (considere o contexto em que foram usados),
a) oposição, modo.
b) restrição, negação.
c) continuação, certeza.
d) conclusão, afirmação.
e) explicação, adjetivação.

6. Acerca da linguagem utilizada no texto analise as afirmativas


e assinale a correta.
a) Apesar de haver o predomínio da linguagem formal, o uso
da variante informal pode ser constatado através de algumas
expressões como "carambà', "ô raça".
b) O uso de expressões como "caramba" constitui inadequação
no contexto apresentado.
c) O registro da linguagem oral: "- Cala a boooooocaaaa! " indi­
ca a objetividade do texto.
d) A linguagem informal predomina no texto já que o assunto
tratado é um fato cotidiano.
e) O trecho: "mas chegou aonde devia ou a vizinha não teria me
dado aquele abraço" é um exemplo de linguagem informal.

1 0 5 . A 1 06 . A
GABARITO
1 0 1. A 1 02. A 1 0 3. e 1 0 4. e I
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 26 - PREFEITURA DE UBERLÂNDIA-MG/ ADVOGADO

Proteção, sim; violação de privacidade, não. Esse é o desejo


dos consumidores brasileiros que navegam na Internet. E esse é
o mote - mais que o mote, o alerta - que orienta a campanha
lançada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
na última terça-feira, contra o Projeto de Lei 84/99, que trata de
crimes cibernéticos.
A campanha "Consumidores contra o PL Azeredo" pretende
chamar a atenção da sociedade para a ameaça que o PL 84 re­
presenta ao direito à privacidade e liberdade na rede, aos direitos
dos consumidores no acesso aos produtos e serviços e no direito
fundamental de acesso à cultura, à informação e à comunicação.
No Congresso desde 1999, o PL 84/99 segue na Câmara dos
Deputados nos termos do texto substitutivo proposto pelo depu­
tado Eduardo Azeredo (PSDB-MG). O PL Azeredo tramita em
caráter de urgência na Casa e está prestes a ser votado no início
de agosto, quando termina o recesso parlamentar. Se aprovado,
desviando-se de sua pretensa função de combater os crimes na
Internet, o projeto vai instaurar um cenário de vigilância e moni­
toramento na rede, restringindo sensivelmente os direitos e liber­
dades e criminalizando condutas que são cotidianas dos cidadãos
no mundo virtual.
Para os consumidores, a aprovação do projeto traz conse­
quências drásticas, especialmente se considerarmos que a Inter­
net é inteiramente permeada por relações de consumo. Desde a
conexão até o acesso a conteúdos em sites, produtos e serviços via
comércio eletrônico, passando pela utilização de e-mails, platafor­
mas colaborativas e redes sociais, em menor ou maior grau, tudo
é relação de consumo e deve ser entendido na lógica da defesa
dos direitos consagrados pelo Código de Defesa do Consumidor
(CDC).
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Há 20 anos, esse mesmo CDC tenta fazer valer um de seus


princípios básicos: a boa-fé. Pressupõe-se que todos são legítimos
titulares de direitos e praticam seus atos cotidianos com base na
legalidade, na confiança e no respeito. Por óbvio, essa premissa é
válida também para a Internet. O que o PL Azeredo faz, no en­
tanto, é inverter essa lógica. No lugar da presunção da boa-fé, ins­
taura-se a constante suspeita. No lugar do respeito à privacidade
dos dados e informações dos usuários, o projeto determina a sua
vigilância constante, como se a qualquer momento fossem prati­
car um crime, um ato de vandalismo, uma atitude ilícita. Para o
PL Azeredo, como norma penal que é, na Internet todos passam a
ser suspeitos até que se prove o contrário.
(Guilherme Varella, Carta Capital. 28/07/1 1 )

1. Na frase "Proteção, sim; violação de privacidade, não': há uma


indicação de
a) ideia de concessão.
b) motivo e finalidade.
c) oposição de ideias.
d) causa e consequência.
e) ideias que se completam.

2. Assinale o elemento de coesão textual destacado que tem o


seu referente CORRETAMENTE identificado.
a) "Esse é o desejo dos consumidores .. :' - Proteção, sim; viola-
ção de privacidade, não
b) "E esse é o mote . . :' - Internet
c) "Por óbvio, essa premissa é válida .. :' - defesa dos direitos
d) "... e praticam seus atos cotidianos .. :' - direitos
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

e) "... é inverter essa lógica:' - validade da Internet

3. De acordo com o contexto, a palavra "mote" significa


a) alerta.
b) conceito.
c) campanha.
d) motivo.
e) mostra.

4. Acerca da regência verbal, no trecho "... a ameaça que o PL


84 representa ao direito à privacidade e liberdade na rede..:: é
CORRETO afirmar que
a) a ocorrência de preposição em "ao direito" deve-se à presença
do verbo "representa' '.
b) a ocorrência de crase deve-se à presença do verbo "representa''.
c) substituindo "privacidade" por "regalias" mantém-se o sinal
indicador de crase.
d) "representa o direito à privacidade" é uma reescrita que man­
tém a correção e o sentido.
e) a indicação de crase em "à privacidade" deve-se à presença de
"direito".

5. Algumas palavras ou expressões assumem sentido conotativo


de acordo com o contexto no qual estão inseridas. Isso ocorre
em
a) "... que navegam na Internet:'
b) "... que trata de crimes cibernéticos:'
c) "... traz consequências drásticas, ..:'
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

d) "O PL Azeredo tramita em caráter de urgência..:'


e) "... criminalizando condutas que são cotidianas ..:'

6. O uso de travessões no 1°§ indica


a) uma citação textual.
b) introdução de uma enumeração.
c) dúvida e hesitação referentes às ideias do texto.
d) atribuição de expressividade ao trecho que eles separam.
e) destaque de palavras não características da linguagem padrão.

7. De acordo com o texto, o Projeto de Lei 84/99


a) determina o acesso irrestrito a produtos e serviços virtuais.
b) atende ao clamor público de que seja instituída uma proteção
virtual.
c) é incentivado pela campanha: Proteção, sim; violação à priva­
cidade, não.
d) impõe limites no mundo virtual desconsiderando o respeito à
privacidade.
e) está de acordo com a lógica de defesa dos direitos consagra­
dos pelo coe.

GABARITO
1 01. C 1 02. A 1 03. B 1 04. E 1 05. A 1 06. D 1 07. D
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

P ROVA 27 TS E/A N A L I STA J U D I C I Á R I O/Á R EA


AD M I N I STRATIVA

Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto


abaixo.
Cultura de massa e cultura popular

O poder econômico expansivo dos meios de comunicação pa­


rece ter abolido, em vários momentos e lugares, as manifestações
da cultura popular, reduzindo-as à função de folclore para turis­
mo. Tal é a penetração de certos programas de rádio e TV junto
às classes pobres, tal é a aparência de modernização que cobre a
vida do povo em todo o território brasileiro, que, à primeira vista,
parece não ter sobrado mais nenhum espaço próprio para os mo­
dos de ser, pensar e falar, em suma, viver, tradicionais e populares.
A cultura de massa entra na casa do caboclo e do trabalha­
dor da periferia, ocupando-lhe as horas de lazer em que pode­
ria desenvolver alguma forma criativa de autoexpressão; eis o seu
primeiro tento. Em outro plano, a cultura de massa aproveita-se
dos aspectos diferenciados da vida popular e os explora sob a ca­
tegoria de reportagem popularesca e de turismo. O vampirismo
é assim duplo e crescente; destrói-se por dentro o tempo próprio
da cultura popular e exibe-se, para consumo do telespectador, o
que restou desse tempo, no artesanato, nas festas, nos ritos. Pode­
ríamos, aqui, configurar com mais clareza uma relação de apare­
lhos econômicos industriais e comerciais que exploram, e a cul­
tura popular, que é explorada. Não se pode, de resto, fugir à luta
fundamental: é o capital à procura de matéria-prima e de mão de
obra para manipular, elaborar e vender. A macumba na televisão,
a escola de samba no Carnaval estipendiado para o turista, são
exemplos de conhecimento geral.

8
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

No entanto, a dialética é uma verdade mais séria do que supõe


a nossa vã filosofia. A exploração, o uso abusivo que a cultura de
massa faz das manifestações populares não foi ainda capaz de in­
terromper para sempre o dinamismo lento, mas seguro e podero­
so da vida arcaico-popular, que se reproduz quase organicamen­
te em microescalas, no interior da rede familiar e comunitária,
apoiada pela socialização do parentesco, do vicinato e dos grupos
religiosos.
(Alfredo Bosi. Dialética da colonização. S. Paulo: Companhia
das Letras, 1 992, pp. 328-29)

1. Tomando como referências a cultura de massa e a cultura po­


pular, o autor do texto considera que, entre elas,
a) não há qualquer relação possível, uma vez que configuram
universos distintos no tempo e no espaço.
b) há uma relação de necessária interdependência, pois não há
sociedade que possa prescindir de ambas.
c) há uma espécie de simbiose, uma vez que já não é possível
distinguir uma da outra.
d) há uma relação de apropriação, conforme se manifestam os
efeitos da primeira sobre a segunda.
e) há uma espécie de dialética, pois cada uma delas se desenvol­
ve à medida que sofre a influência da outra.

2. Atente para as seguintes afirmações:


I. No primeiro parágrafo, afirma-se que a modernização é de­
terminante para a sobrevivência de algumas formas autênti­
cas da cultura popular.
II. No segundo parágrafo, a expropriação sofrida pela cultura de
massa é vista na sua concomitância com o desprestígio da cul­
tura popular.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

III. No terceiro parágrafo, aponta-se a resistência das manifesta­


ções de cultura popular, observadas em determinados círcu­
los sociais.

Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em


a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

3. Um mesmo fenômeno é expresso pelos segmentos:


a) poder econômico expansivo e socialização do parentesco.
b) aparência de modernização e forma criativa de autoexpres­
são.
c) aspectos diferenciados da vida popular e reportagem popula­
resca.
d) aparelhos econômicos e a dialética é uma verdade mais séria.
e) o dinamismo lento e se reproduz quase organicamente.

4. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o


sentido de um segmento em:
a) reduzindo-as à função (1° parágrafo) = incitando-as à extra­
polação.
b) vampirismo (... ) crescente (2 ° parágrafo) = progressiva avi­
dez.
c) seu primeiro tento (2 ° parágrafo) = sua primitiva meta.
d) estipendiado para o turista (2 ° parágrafo) = estilizado para o
visitante.
e) socialização do parentesco (3° parágrafo) = sociabilidade dos
vínculos.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

5. No 3° parágrafo, o autor vale-se do termo dialética para indicar


a) a dinâmica pela qual a cultura popular ainda resiste à cultura
de massa.
b) a absoluta absorção que a cultura de massa impõe à cultura
popular.
c) a contradição entre interesse econômico e a macumba na te­
levisão.
d) o contraste entre manifestações populares e relações de vici­
nato.
e) o apoio que a cultura de massa acaba representando para a
popular.

6. No segundo parágrafo, o elemento sublinhado na construção


a) ocupando-lhe as horas de lazer refere-se ao termo casa.
b) eis o seu primeiro tento refere-se à expressão forma criativa.
c) eis o seu primeiro tento refere-se à expressão cultura de mas­
sa.
d) ocupando-lhe as horas de lazer refere-se à expressão cultura
de massa.
e) eis o seu primeiro tento refere-se à expressão horas de lazer.

Assédio eletrônico

Quem já se habituou ao desgosto de receber textos não solici­


tados de cem páginas aguardando sua leitura? Ou quem não se
irrita por ser destinatário de mensagens automáticas que nem lhe
dizem respeito? E, mesmo sem aludir a entes mais sinistros como
os hackers e os vírus, como aturar os abusos da propaganda que
vem pelo computador, sob pretexto da liberdade de acesso à in­
formação?
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVI A RITA

Entre as vantagens do correio eletrônico - indiscutíveis -, a


pergunta que anda percorrendo todas as bocas visa a apurar se
a propagação do e-mail veio ressuscitar a carta. A esta altura, o
e-mail lembra mais o deus dos começos, Janus Bifronte, a quem
era consagrado o mês de janeiro. No templo de Roma ostentava
duas faces, uma voltada para a frente e outra para trás. A divin­
dade presidia simultaneamente à morte e ao ressurgimento do
ciclo anual, postada na posição privilegiada de olhar nas duas di­
reções, para o passado e para o futuro. Analogamente, o e-mail
tanto pode estar completando a obsolescência da carta como pode
dar-lhe alento novo.
Sem dúvida, o golpe certeiro na velha prática da correspondên­
cia, de quem algumas pessoas, como eu, andam com saudades,
não foi desferido pelo e-mail nem pelo fax. O assassino foi o te­
lefone, cuja difusão, no começo do século XX, quase exterminou
a carta, provocando imediatamente enorme diminuição em sua
frequência. A falta foi percebida e muita gente, à época, lamentou
o fato e o registrou por escrito.
Seria conveniente pensar qual é a lacuna que se interpõe en­
tre a carta e o e-mail. Podem-se relevar três pontos em que a di­
ferença é mais patente. O primeiro é o suporte, que passou do
papel para o impulso eletrônico. O segundo é a temporalidade:
nada poderia estar mais distante do e-mail do que a concepção
de tempo implicada na escritura e envio de uma carta. Costuma­
va-se começar por um rascunho; passava-se a limpo, em letra ca­
prichada, e escolhia-se o envelope elegante - tudo para enfrentar
dias, às vezes semanas, de correio. O terceiro aspecto a ponderar
é a tremenda invasão da privacidade que a Internet propicia. Na
pretensa cumplicidade trazida pelo correio eletrônico, as pessoas
dirigem-se a quem não conhecem a propósito de assuntos sem
interesse do infeliz destinatário.
( Walnice Nogueira Galvão, O tapete afegão)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

7. As frases interrogativas do primeiro parágrafo valem, de fato,


como afirmações implícitas. A cada uma dessas frases corres­
ponde, na ordem dada, a seguinte afirmação:

I. É difícil acostumar-se com o recebimento compulsório de


textos para ler, por vezes longos.
II. A recepção de mensagens despropositadas, sem interesse
para nós, há muito já não nos causa dissabores, resignados
que somos.
III. Não fosse pelo direito à livre divulgação de informações,
haveria que se condenar o hábito de enviar propaganda por
e-mail.

Atende ao enunciado desta questão o que está SOMENTE em


a) I.
b) I e II.
c) II.
d) II e III.
e) III.

8. A lembrança da imagem de Janus Bifronte ocorre por conta


de uma específica duplicidade, representada pelos segmentos:
a) vantagens do correio eletrônico 11 propagação do email.
b) receber textos não solicitados 11 ser destinatário de mensa-
gens automáticas.
c) obsolescência da carta 11 dar-lhe alento novo.
d) lacuna que se interpõe 11 entre a carta e o e-mail.
e) invasão da privacidade 11 pretensa cumplicidade.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

9. Ao afirmar a conveniência de pensar qual é a lacuna que se


interpõe entre a carta e o e-mail, a autora mostra seu interesse
em
a) compreender a razão do vazio histórico que ocorreu entre os
dois processos de comunicação.
b) denunciar uma inoperância que costuma ocorrer com frequ­
ência nesses dois meios de comunicação.
c) investigar a deficiência dos meios de comunicação que se in­
terpuseram entre esses dois.
d) confrontar as especificidades que identificam cada um desses
meios de comunicação.
e) estabelecer uma comparação pela qual se possa provar qual
dos processos é o mais eficaz.

GABARITO
1 0 1 . D 1 02. e 1 03 . E 1 04. B 1 05 . A 1 06. e 1 07 . A 1 08. e 1 09. D
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 28 - MUNICÍPIO DE VILA RICA-MT/CONTADOR

Texto I para as questões de 1 a 5.


O português.com

A comunicação expressa das salas de bate-papo e dos blogs está


mexendo com o idioma em casa e nas escolas. Isso é bom?

A vida linguística do futuro está por um fio? Há quem suspeite


que sim e culpe o pragmatismo dos usuários da Internet por sua
agonia. Na ânsia de se comunicarem num curto espaço de tem­
po, eles abreviam palavras ao limite do irreconhecível, traduzem
sentimentos por ícones e renunciam às mais elementares regras
da gramática. O resultado dessa anarquia comunicativa divide
opiniões. Linguista respeitado, o inglês David Crystal, autor do
livro A Linguagem e a Internet, chama esses defensores da sintaxe
de alarmistas e não prevê um futuro desastroso para a gramática
por causa da rede. Lembra que a invenção do telefone provocou a
mesma desconfiança dos estudiosos, preocupados com o risco de
uma afasia epidêmica entre os usuários. Por incorporarem uma
linguagem cheia de "hã, hã'' e "alôs': eles corriam o risco de per­
der a capacidade de expressão e a sociabilidade. Não foi o que
ocorreu, lembra Crystal. Ele faz uma previsão otimista: o jargão
dos chats (salas de bate-papo) e dos blogs (diários que se tornam
públicos) pode estimular outras formas de literatura e desenvolver
o autoconhecimento do jovem, como percebeu ao analisar o con­
teúdo de blogs ingleses.
O outro lado da história é contado por psiquiatras. Pais de ado­
lescentes com distúrbios de linguagem estão levando os filhos ao
consultório e recebendo um diagnóstico, no mínimo, preocupan-
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

te: suspeita-se de uma onda de "dislexia discursivà: O jovem, que


até então não apresentava nenhum problema na escola, começa a
ter uma avaliação catastrófica dos professores. Perde a capacida­
de de entender o que lê fora do ambiente da rede. Sem entender,
não tem condições de julgar, e sem posição crítica fica incapaci­
tado de reflexões profundas sobre a realidade que o cerca. Os pais
imaginam que o filho está mentalmente perturbado ou tomando
drogas, mas ele apenas renunciou a seu potencial expressivo para
adotar a linguagem estereotipada da Internet. Adolescentes vira­
ram suas vítimas preferenciais.
Os jovens erguem uma barreira contra seus pais, que não com­
preendem uma só palavra das mensagens trocadas com os cole­
guinhas, mas ficam igualmente isolados, incapacitados de escrever
segundo os códigos linguísticos formais. O alerta é do médico e
neurocientista paulista Cláudio Guimarães dos Santos. "Essa sim­
plificação da linguagem pelos adolescentes não pode ser entendi­
da como alternativa, porque esse código acaba tomando o lugar
da escritura convencional", analisa. "Ninguém escreve um tratado
de física com carinhas e usar o código da rede sem dominar o
formal gera erros de percepção:' O psiquiatra refere-se aos ícones
conhecidos como emoticon, que os internautas usam no correio
eletrônico e em seus weblogs para comunicar aos interlocutores
que estão tristes, alegres, entediados, eufóricos ou simplesmente
indiferentes.
Os traços sintéticos dessas "carinhas" e a linguagem telegráfica
dos blogueiros não são recursos meramente funcionais, adverte o
médico. Eles revelam que esses jovens consideram supérflua a es­
critura formal. "Ao contrário da fala, a comunicação escrita exige
aprendizado e ninguém aprende se não tiver interesse genuíno, o
que leva o adolescente a optar pelo código anárquico da rede:' O
professor de língua portuguesa David Fazzolari, do Colégio Nossa
Senhora das Graças, em São Paulo, discorda, argumentando que
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

a curta existência da Internet não justifica previsões pessimistas.


A linguagem usada nas salas de bate-papo e nos blogs, diz, é um
simulacro da comunicação oral, dinâmica por natureza.
''As abreviações, os signos visuais e a ausência de acentuação
representam apenas um jeito de se adaptar ao teclado", observa o
professor. Ele não acredita que a norma culta será contaminada
pela simplificação. "Os adolescentes sabem que ela deve ficar res­
trita ao ambiente da rede e não tenho notado um empobrecimen­
to nos textos dos alunos por conta da adoção do código da Inter­
net:' Mas as redações poderiam ser melhores se a leitura fosse um
hábito familiar, admite. ( . . . )
Educadores não identificam perigo nessa linguagem eletrôni­
ca. "Costumamos ver com desconfiança aquilo que foge ao nosso
controle, mas não acho que a rede empobrece a língua", afirma a
orientadora pedagógica Eliane Andrade Câmara. Com ela con­
corda David Crystal, que costuma rir quando alguém diz que a
nova tecnologia está sufocando a gramática e matando a cultura:
"Sinceramente, acho até que a literatura possa ficar mais rica ao
incorporar expressões de blogueiros do meio rural, produzindo
outros gêneros e abrindo uma dimensão diversa para a escrita".
Assim seja.
(Ana Paula Franzoia e Antônio Gonçalves Filho - http://revistaepoca.globo.com/
Epoca/0, 6993,EPT3841 6@JI 664, 00. html - com adaptações)

1 . O tema do texto I é(são)


a) a influência do internetês na modalidade escrita da lingua­
gem.
b) os benefícios do internetês no cotidiano escolar dos adoles­
centes.
c) a dificuldade de aprendizagem da variedade padrão do portu­
guês.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVI A RITA

d) os distúrbios de linguagem causados pelo internetês em ado­


lescentes.
e) as divergências entre especialistas sobre a influência do inter­
netês no idioma.

2. Assinale o trecho do texto I que NÃO apresenta uma opinião.


a) "Ele faz uma previsão otimista: o jargão dos chats (salas de
bate-papo) e dos blogs (diários que se tornam públicos) pode
estimular outras formas de literatura..:' (1° §)
b) "Sinceramente, acho até que a literatura possa ficar mais rica
ao incorporar expressões de blogueiros do meio rural, produ­
zindo outros gêneros e abrindo uma dimensão diversa para a
escrita:' (6° §)
c) "'Costumamos ver com desconfiança aquilo que foge ao nos­
so controle, mas não acho que a rede empobrece a língua: afir­
ma a orientadora pedagógica Elione Andrade Câmara:' (6° §)
d) "O psiquiatra refere-se aos ícones conhecidos como emoti­
con, que os internautas usam no correio eletrônico e em seus
weblogs para comunicar aos interlocutores que estão tristes,
alegres, entediados, eufóricos ou simplesmente indiferentes:'
(3º §)
e) "Ele não acredita que a norma culta será contaminada pela
simplificação. 'Os adolescentes sabem que ela deve ficar res­
trita ao ambiente da rede e não tenho notado um empobreci­
mento nos textos dos alunos por conta da adoção do código
da Internet:" ( 5° §)

3. Com base no texto I, marque V para as afirmativas verdadei­


ras e F para as falsas.
) Os termos "blogueiros" e "internetês" são neologismos.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

( ) A tipologia textual predominante no texto é a injuntiva.


( ) A maior ocorrência do uso das aspas no texto é para marcar
citação.
( ) Os autores iniciam o texto com um questionamento a fim de
estabelecer uma relação intertextual.
( ) Na última frase do 5° §, o "mas" poderia ser substituído pelo
"portanto" sem prejuízo de sentido.
) Ao finalizar o texto com "Assim seja:: podemos inferir que os
autores desejam que o uso do internetês não "empobreçà' o
idioma e que as previsões de David Crystal se concretizem.

A sequência está CORRETA em


a) V, F, V, F, V, F
b) F, F, V, V, V, F
c) V, F, V, F, F, V
d) F, V, F, V, F, V
e) V, F, F, V, V, V

4. No período "Ao contrário da fala, a comunicação escrita exige


aprendizado e ninguém aprende se não tiver interesse genuí­
no, o que leva o adolescente a optar pelo código anárquico da
rede:' (4° § ), os termos grifados, significam, no texto I, respec­
tivamente,
a) impróprio - confuso.
b) verdadeiro - caótico.
c) natural - organizado.
d) impuro - misturado.
e) autêntico - ordenado.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

5. Assinale o trecho do texto I que NÃO apresenta palavras ou


expressões em linguagem conotativa.
a) "Com ela concorda David Crystal, que costuma rir quando
alguém diz que a nova tecnologia está sufocando a gramática
e matando a cultura..:' (6° §)
b) "Por incorporarem uma linguagem cheia de 'hã, hã' e 'alôs',
eles corriam o risco de perder a capacidade de expressão e a
sociabilidade. Não foi o que ocorreu, lembra Crystal:' ( 1 ° §)
c) "Pais de adolescentes com distúrbios de linguagem estão le­
vando os filhos ao consultório e recebendo um diagnóstico,
no mínimo, preocupante: suspeita-se de uma onda de 'disle­
xia discursiva:" (2° §)
d) (((As abreviações, os signos visuais e a ausência de acentuação
representam apenas um jeito de se adaptar ao teclado', obser­
va o professor. Ele não acredita que a norma culta será conta­
minada pela simplificação:' (5° §)
e) "Os jovens erguem uma barreira contra seus pais, que não
compreendem uma só palavra das mensagens trocadas com
os coleguinhas, mas ficam igualmente isolados, incapacitados
de escrever segundo os códigos linguísticos formais:' ( 3° §)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Texto II para as questões 6 e 7.

ha coisas q qro t dizr e nao con­ ha verdades q qremos esconder...


sigo.... ha mentiras q qremos nos con­
certas coisas nao c diz.. . tar...
certas coisas nao c faz .. . ha desejos q qremos sufoca...
certas coisas soh c sent.. .. ha vozes q qremos ouvi...
certas coisas nao c sent.. .. ha toqs q qremos senti...
ha coisas q qr me perguntar... ha beijos q sonhamos em dar...
ha perguntas q qro respondr. .. ha sonhos q queremos viver...
ha momentos q qro relembrar... ha pesadelos q sonhamos es­
ha momentos q qro esquec... quecer....
ha coisas q desejamos tr.. .. ha sentidos q qremos desper­
ha receios q receamos em fa­ tar...
lar... ha pessoas q qremos envolver...

(Camila Galvão - 2007/http://www. webartigos.com/artigos/internetes-praticidade­


-na-linguagem-virtua//6003 1/)

6. Sobre o texto II, é CORRETO afirmar que


a) a linguagem utilizada no poema está de acordo com a varie­
dade padrão do português.
b) embora o texto apresente infrações à norma culta, não há em­
pecilhos substanciais à sua compreensão.
c) a diferença básica entre o internetês e a norma culta está no
modo como as palavras são pronunciadas.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

d) todas as transgressões às normas gramaticais foram cometi­


das porque a autora não domina a linguagem padrão.
e) se trata de um caso em que o uso do internetês compromete
de forma bastante significativa a compreensão do texto.

7. Pode-se inferir da leitura do poema que o eu lírico revela,


principalmente,
a) tristeza pelo amor não correspondido.
b) revolta por causa das contradições da vida.
c) impossibilidade de realização de seu querer.
d) saudade em virtude da ausência do ser amado.
e) frustração por não ter conquistado a felicidade no amor.

Texto III para responder à questão 8.

(http://linguanosblogs. blogspot. comi)

8. Pode-se inferir da leitura da charge que


a) os internautas não conhecem em detalhes a etimologia do
pronome "você".
b) os adolescentes não utilizam mais os livros para estudar, so­
mente a Internet.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

c) o uso constante do internetês tem limitado o potencial lin­


guístico de seus usuários.
d) os adeptos do internetês não escrevem mais o pronome "você"
conforme a ortografia oficial.
e) com o uso contínuo da Internet, as pessoas têm apresentado
dificuldades ao utilizar a escrita padrão.

9. Sobre o uso do internetês, o ponto de vista do autor do texto


III é convergente com a opinião de qual(is) especialista(s) ci­
tado(s) no texto I?
a) David Crystal.
b) Cláudio Guimarães dos Santos.
c) David Fazzolari e David Crystal.
d) Elione Andrade Câmara e David Crystal.
e) Cláudio Guimarães dos Santos e David Fazzolari.

Texto IV para a questão 10.


Dicionário do internauta
Algumas grafias usadas nas conversas virtuais entre os adoles­
centes que visitam salas de bate-papo e blogs:
Falou, tchau Flw Beleza Blz
Professora Psora Bonito Bunitim
Moleque k Mule Então Intaum
Adivinha Advinha Cara Kra
Firmeza Fmz Casa Ksa
Absurdo Bsurdo Não Naum
Aqui Aki Valeu Vlw

(http://revistaepoca.globo. com/Epoca/0,6993,EPT384 1 60- 1 664, 00. html


com adaptações)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

10. Assinale a alternativa que apresenta um argumento CON­


TRÁRIO à utilização do internetês.
a) "O principal problema do internetês é quando esta forma er­
rada passa a virar rotina e causar dúvidas na hora da escrita
correta, como coletada na Internet uma frase de uma garota
de 14 anos, estudante do ensino médio: 'Muitas vezes escrevo
e tenho que apagar. É uma coisa muito natural pra mim, por­
que na verdade escrevo muitas vezes mais no computador que
no papel"', diz. (Leandro Braçaroto)
b) "A pesquisadora Josiani Neves relata que o internetês é uma
adequação linguística. O internetês exige rapidez no diálogo,
com o objetivo de ganhar tempo sem perder as informações,
mesmo que isso represente algum tipo de infração às normas
gramaticais. (... ) A especialista relata ainda que o usuário deve
entender que, para cada situação, haverá uma exigência.. :'
(Maria Teresa de Assunção Freitas)
c) "( ... ) 'internetês' se refere à linguagem adotada pelos inter­
nautas com o objetivo de se comunicar mais rápido, tornando
a digitação quase no mesmo ritmo de uma conversa informal.
O princípio do internetês é sempre economizar caracteres,
esquecer as vogais quando possível, substituir uma sílaba de
uma palavra por uma letra ou número de mesma leitura e
utilizar símbolos para transmitir emoções:' (Gabriel Santos)
d) "O fato é que os códigos usados especialmente por jovens
para sua comunicação através da Internet, cheios de abrevia­
ções, reduções e emoticons, são desconhecidos por pessoas
que - sendo professores, pais ou não - se incomodam com
seu uso, visto que não dominam seu significado. Ficou nítida
a divisão entre aqueles que acham que sim, consideram o in­
ternetês uma ameaça à língua; e o outro grupo, que acha que
não, que é apenas uma forma de expressão diferente:' (Ale­
xandre Rodrigues Alves).
PROFESSORA FLÁVI A RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

e) "A Internet possibilita um fluxo rápido e contínuo de infor­


mação. Ao mesmo tempo em que uma informação chega ao
destino numa fração de segundos, essa mesma informação
pode viajar o mundo inteiro e ir ao encontro de um grande
número de outros destinos. Para facilitar, simplificar e agilizar
a comunicação, foi necessário o uso de uma linguagem que
se adequasse às necessidades da Internet. O internetês surgiu
com a finalidade de transformar a comunicação, fazendo-a de
maneira taquigráfica, fonética e visual:' (Barba Uonderias)

GABARITO
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

P ROVA 29 - M U N ICÍPIO DE BARRA VELHA/SC

Haverá limite para a Internet?

Durante milênios convivemos com a convicção de que não ha­


veria limites para a atividade humana, seja quanto ao uso de re­
cursos e serviços naturais, seja de energia, de praticamente tudo.
O tempo encarregou-se de mostrar o contrário - com os limites
na área dos recursos hídricos acentuados pelo crescimento da po­
pulação; com o uso de combustíveis fósseis detonando a questão
das mudanças do clima; com a insustentabilidade dos atuais pa­
drões de produção e consumo, além da capacidade de reposição
do planeta. Agora, mais alguns limites se esboçam no horizonte
para a fabricação e uso de computadores, por causa do consumo
de energia; da emissão de gases em razão do seu uso; da sobrecar­
ga em vários tipos de utilização, que ameaça até com um "apagão
planetário" ; e da geração de lixo tecnológico.
Estudo recente do pesquisador Jonathan Kooney, do Lawrence
Berkeley National Laboratory, na Califórnia, mostrou que o con­
sumo de energia pelos computadores no mundo todo mais do que
dobrou entre 2000 e 2005; passou de 29 bilhões de kilowatts-hora
(kWh) para 6 1 bilhões de kWh; nos EUA, subiu de 1 2,5 bilhões
de kWh para 24 bilhões de kWh. Outro estudo, do Global Action
Plan, situa as emissões de gases polwmtes geradas pelas tecnolo­
gias de informação e comunicação no mesmo nível das emissões
feitas pelo transporte aéreo no mundo, 2% do total.
São números que começam a preocupar a própria indústria de
produção de equipamentos nessas áreas. Uma semana depois da
divulgação do último relatório, as principais produtoras desses
equipamentos no mundo criaram um sistema conjunto para au-

(§J
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

mentar a eficiência de hardwares e softwares. Pensam em novas


formas de suprimento de energia, talvez a solar, em substituição
do tipo de corrente nos centros armazenadores de informações
e em disseminar informações que advirtam sobre os problemas
de estocagem ilimitada de informações, imagens ou som. A IBM,
uma das maiores interessadas na questão, está investindo US$ 1
bilhão no projeto Big Green, segundo a revista New Scientist, para
dobrar a capacidade de processamento de data centers sem au­
mentar o consumo de energia. (...)
Em vários pontos do mundo, especialistas começam a pergun­
tar se também haverá um limite de utilização para a Internet, se
poderá haver um "apagão" geral no mundo por causa da sobre­
carga. (...)
E ainda há o problema do lixo tecnológico (peças e pedaços de
computadores, pilhas, baterias), já tão grave que a própria ONU
criou para ele um programa denominado Solving the E-waste
Program (SEP), com diretrizes mundiais que apontam caminhos
para ampliar a vida dos componentes e promover a reciclagem.
No Brasil, para pilhas e baterias já existe uma Resolução (n º 257)
do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que determina a entre­
ga de pilhas e baterias que contenham cádmio, chumbo, mercúrio
e seus compostos, bem como produtos eletroeletrônicos que as
incluam, aos estabelecimentos que os comercializem ou à rede de
assistência técnica das respectivas indústrias, para que repassem
aos fabricantes ou importadores, que deverão reutilizá-los, reci­
clá-los ou lhes dar destinação final adequada.
Mas o cumprimento ainda é escasso, mesmo com o crescimen­
to acelerado da produção de lixo tecnológico.
(Washington Novaes. O Estado de S. Paulo, 1 5 fev. 2008. Com adaptações)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

1. De acordo com as características textuais apresentadas, o tex-


to tem como principal objetivo
a) expor um assunto de forma sucinta.
b) persuadir o leitor acerca do uso da tecnologia.
c) alertar sobre os diversos problemas ambientais.
d) informar seu interlocutor sobre o uso da Internet.
e) descrever situações de uso consciente da tecnologia.

2. De acordo com o contexto em que são empregadas, as pala­


vras adquirem significado diverso. No texto, o significado do
termo em destaque está corretamente indicado em
a) "... a convicção de que não haveria limites .. :' / presunção
b) "... com a insustentabilidade dos atuais padrões .. :' / escassez
c) "... alguns limites se esboçam no horizonte .. :' / esfacelam
d) "... disseminar informações que advirtam sobre os proble-
mas.. :' / propalar
e) "... diretrizes mundiais que apontam caminhos .. :' / paradoxos

3. Dentre os termos grifados a seguir, assinale aquele que possui


classificação sintática diferente dos demais.
a) "O tempo encarregou-se de mostrar o contrário.. :'
b) "... com os limites na área dos recursos hídricos acentuados.. :'
c) "... com o uso de combustíveis fósseis detonando a questão
das mudanças do clima; .. :'
d) ''Agora, mais alguns limites se esboçam no horizonte.. :'
e) "... que ameaça até com um 'apagão planetário' ; .. :'
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

4. O termo em destaque que introduz o trecho "... segundo a


revista New Scientist, para dobrar a capacidade de processa­
mento de data centers sem aumentar o consumo de energia:'
tem preservada a correção semântica quando substituído por
a) como.
b) assim.
c) quando.
d) conforme.
e) porquanto.

5. Analise as afirmativas de acordo com o trecho a seguir.


"... para que repassem aos fabricantes ou importadores, que de­
verão reutilizá-los, reciclá-los ou lhes dar destinação final ade­
quada:'

I. A locução "para que" introduz uma ideia que denota finalida­


de.
II. Tendo em vista a classificação sintática de "aos fabricantes" tal
elemento pode ser substituído por " - los".
III. A mudança do pronome oblíquo "-los" para "-lhes" ocorre
devido à exigência da regência verbal.

Está(ão) CORRETA (S) apenas a(s) afirmativa(s)


a) I, II
b) I, III
c) II, III
d) II
e) III
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

6. O último parágrafo do texto inicia-se com uma ideia que, re­


lacionada ao parágrafo anterior, estabelece uma relação de
a) confirmação.
b) negação.
c) oposição.
d) conclusão.
e) explicação.

7. De acordo com a tipologia textual apresentada e suas estrutu­


ras linguísticas, no texto ocorre o predomínio da linguagem
a) coloquial.
b) formal.
c) poética.
d) técnica.
e) metafórica.

8. Dentre os trechos destacados, é apresentada uma opinião em


a) "... o consumo de energia pelos computadores no mundo todo
mais do que dobrou..:'
b) "... criaram um sistema conjunto para aumentar a eficiência
de hardwares e softwares:'
c) "... criou para ele um programa denominado Solving the
E-waste Program (SEP) . . :'
d) "No Brasil, para pilhas e baterias já existe uma Resolução (n º
257) ..:'
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

e) "... o cumprimento ainda é escasso, mesmo com o crescimen­


to acelerado.. :'

9. No trecho "O tempo encarregou-se de mostrar o contrário.. :',


se o sujeito fosse substituído por "nós", realizando as demais
alterações necessárias, a forma verbal destacada seria substi­
tuída por
a) encarregamos.
b) encarregaríamos.
c) encarregássemos.
d) encarregaria.
e) encarregaste.

1 0. A partir da argumentação construída pelo autor, caracteriza­


-se como tese defendida no texto a
a) construção de uma nova rede social, com maior alcance.
b) necessidade do uso sustentável da tecnologia.
c) renúncia do uso da Internet e demais tecnologias.
d) indiferença quanto ao uso da Internet.
e) contestação da necessidade do uso da Internet.

GABARITO
OL B 02 D 03 B 04 D 05 B 06. 0 B 08. E
I 1 1 1 1 1 1 7 1
e
09. A 10. B

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 30 - MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS DO PRATA-MG/


ARQUIVISTA

Criança pequena aprende mais brincando do que com TV

A tentação dos pais em deixar os programas de televisão e apli­


cativos disponíveis em tablets responsáveis pela educação dos fi­
lhos é enorme. É cada vez maior o número de atrações dedicadas
às crianças, que estão disponíveis em casa, no carro e até mesmo
no supermercado. Uma nova diretriz da Academia Americana de
Pediatria (AAP) diz, porém, que há formas melhores de incenti­
var o aprendizado dos pequenos durante a primeira infância (... ).
Em uma pesquisa feita pela AAP, 90% dos pais disseram que
seus filhos com até dois anos de idade consumiam algum tipo
de conteúdo a partir dos dispositivos eletrônicos. Em média,
as crianças dessa idade assistiam TV diariamente por duas ho­
ras. Um terço das crianças maiores de três anos tinha televisão
no quarto. Os pais que acreditam que os programas educativos
da TV "são muito importantes para o desenvolvimento saudável"
têm duas vezes mais chances de deixar seus filhos livres para ver
TV durante a maior parte do tempo.
De acordo com a AAP, em vez de deixá-los em frente à T V,
deve se optar por deixar a criança brincar com objetos próprios
para a idade. Além disso, é contraindicado instalar uma televisão
no quarto do pequeno. Os pais devem lembrar também que de­
vem dar o exemplo, ou seja, os programas que assistem junto com
os filhos e a quantidade de horas dedicadas a ver um programa
podem impactar na educação das crianças.
(Revista Veja - outubro de 201 1)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

1. De acordo com o texto, que tipo de pais são mais permissivos


em relação ao uso da TV ?
a) Que trabalham muito.
b) Que acreditam na relevância da TV na educação.
c) Desatentos em relação aos filhos.
d) Que também gostam de ver TV.
e) Que não dão o exemplo.

2. Assinale a alternativa que NÃO está de acordo com o texto.


a) A brincadeira é uma alternativa ao uso da TV.
b) Aplicativos e televisão são fontes de aprendizado para crianças.
c) Não é indicado ter uma TV no quarto de crianças pequenas.
d) A educação das crianças é afetada pela televisão.
e) Programas com boa qualidade podem ser vistos sem restrição.

3. No trecho "... podem impactar na educação da criança': fa­


zendo as devidas modificações, o verbo sublinhado pode ser
substituído sem perda semântica por
a) prejudicar.
b) influenciar.
c) ajudar.
d) afligir.
e) certificar.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

4. "... há formas melhores de incentivar o aprendizado dos pe-


quenos:' Em relação ao sujeito, a oração anterior
a) possui sujeito indeterminado.
b) possui sujeito simples.
c) não possui sujeito.
d) possui sujeito oculto.
e) possui sujeito composto.

5. Em relação à prosódia, as alternativas a seguir são equivalen­


tes, EXCETO:
a) Conteúdo.
b) Acordo.
c) Televisão.
d) Saudável.
e) Desenvolvimento.

6. Assinale a alternativa em que NÃO ocorre dígrafo.


a) Pequenos.
b) Três.
c) Filhos.
d) Chances.
e) Disseram.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

7. "Uma nova diretriz diz, porém, que há formas melhores de


incentivar..:' A conjunção em destaque caracteriza ideia de
a) oposição.
b) alternância.
c) conclusão.
d) adição.
e) explicação.

GABARITO
1 01. B 1 02. E 1 03. B 1 04. e 1 05. e 1 06. B 1 07 . A
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

P ROVA 31 - M U N ICÍPIO DE SÃO DOM I NGOS DO P RATA-M G/


ASS I STENTE SOCIAL

No canteiro de obras
Empresas e organizações começam a perceber que a qualificação
profissional em língua portuguesa é tão importante quanto
a especialização tecnológica.

Quando se fala em qualificação profissional, a primeira ideia


que vem à cabeça da maioria das pessoas é a preparação para que
os trabalhadores passem a lidar com máquinas tecnologicamente
cada vez mais sofisticadas. Mas sindicatos, empresas e o governo
estão preocupados não só com esse tipo de formação aos traba­
lhadores, mas com o uso de uma ferramenta antiga e aparente­
mente muito mais simples: a linguagem.
A mudança no perfil laboral torna cada vez mais importante
que um profissional, mesmo em atividades de baixa complexida­
de, tenha capacidade de compreender com clareza as instruções
que recebe, transmitir suas experiências aos colegas e relatar as
situações que enfrenta aos seus superiores hierárquicos.
Geralmente, numa situação de altos índices de desemprego, o
trabalhador sente a necessidade de aprimorar a sua formação para
obter um posto de trabalho. As empresas buscam os mais quali­
ficados em cada categoria e excluem os que não se encaixam no
perfil pretendido. Nos últimos anos, essa não tem sido a lógica
vigente no Brasil. Segundo a pesquisa de emprego urbano feita
pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos) e pela Fundação Seade (Sistema Estadual de
Análise de Dados), os níveis de pessoas sem emprego estão apre­
sentando quedas sucessivas de 2005 para cá. O desemprego em
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

nove regiões metropolitanas medido pela pesquisa era de 17,9%


em 2005 e fechou em 11,9% em 2010.
A pesquisa do Dieese é um medidor importante, pois sua me­
todologia leva em conta não só o desemprego aberto (quem está
procurando trabalho), como o oculto (pessoas que desistiram de
procurar ou estão em postos precários). Uma das consequências
desta situação é apontada dentro da própria pesquisa, um aumen­
to médio no nível de rendimentos dos trabalhadores ocupados.
A outra é a dificuldade que as empresas têm de encontrar mão
de obra qualificada para os postos de trabalho que estão abertos.
A Fundação Dom Cabral apresentou, em março, a pesquisa Ca­
rência de Profissionais no Brasil. O levantamento foi feito com
130 empresas de grande porte de vários setores da economia, que
juntas atuam em todas as regiões do país e movimentam em torno
de 22% do PIB (Produto Interno Bruto).
Valéria Fernandes, diretora de Recursos Humanos da Even,
diz que a construtora decidiu, desde 2007, investir no desenvol­
vimento dos profissionais por conta do alto índice de analfabetos
funcionais e da falta de oportunidade para o estudo regular. Por
isso, passou a dar aulas nos canteiros de obra. Ela destaca que a
empresa percebeu que o baixo nível de escolaridade afeta a comu­
nicação, dificultando a compreensão das informações.
- É importante que o trabalhador saiba ler e, principalmente,
entender sinalizações de segurança, instruções técnicas e outros
conteúdos da rotina da obra - explica.
(Revista Língua Portuguesa, n º. 72 - outubro de 201 1 , com adaptações)

1 . O texto tem seu início marcado por um elemento de coesão


textual que indica ideia de
a) causa.
b) tempo.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

c) continuidade.
d) oposição.
e) conclusão.

2. De acordo com o texto, a necessidade de qualificação profis­


sional em língua portuguesa justifica-se
a) pois o alto índice de analfabetos funcionais é uma realidade.
b) pela necessidade dos trabalhadores de lidar com tecnologias
sofisticadas.
c) pela dificuldade que as empresas têm de encontrar mão de
obra qualificada.
d) diante da necessidade de compreensão de instruções e conte­
údos do dia a dia.
e) em virtude dos altos índices de desemprego, 17,9% em 2005 e
11,9% em 2010.

3. Considerando o contexto, a expressão "aparentemente muito


mais simples" apresenta a ideia de que a linguagem
a) é um sistema que possui características consideradas extre­
mamente simples.
b) considerada um recurso por vezes simples, é na verdade um
sistema complexo.
c) é complexa, e por isso mesmo de acesso limitado para deter­
minado grupo social.
d) pode ser simples, desde que haja disponibilidade para a aqui­
sição de suas normas.
e) é contraditória, já que é uma ferramenta usada por pessoas de
vários níveis sociais.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

4. "Mas sindicatos, empresas e o governo estão preocupados não


só com esse tipo de formação aos trabalhadores, mas com o
uso de uma ferramenta antiga e aparentemente muito mais
simples: a linguagem:' Dentre as alterações propostas, refe­
rentes ao trecho anterior, a correção gramatical e semântica é
mantida caso
a) a locução verbal "estão preocupados" seja substituída por
"preocupam-se".
b) a expressão "com o uso de" seja substituída pela forma
"usando".
c) substitua-se "sindicatos, empresas e o governo" por "eles".
d) acrescente-se vírgula depois de "governo' :
e) a expressão "não só" seja eliminada.

5. O uso do acento grave indicativo de crase é obrigatório em


"vem à cabeça da maioria das pessoas' : O mesmo ocorre em
a) Sempre aspirou a tal emprego.
b) Eles aspiravam a altos cargos.
c) Disse que aspirava a ser médico.
d) O jovem aspirava a notoriedade.
e) Aspirava a uma posição mais brilhante.

6. A citação a respeito da pesquisa feita pelo Dieese e pela Fun­


dação Seade é uma característica textual que indica
a) oposição ao segmento anterior do texto.
b) uma generalização indevida e pré-concebida.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

c) introdução de um argumento contraditório em relação ao


texto.
d) que o conteúdo contido no enunciado é uma opinião de quem
o proferiu.
e) um argumento de autoridade, trazendo para o enunciado
peso e credibilidade.

7. Dentre os excertos a seguir, é possível identificar uma relação


de comparação em
a) "... a qualificação profissional em língua portuguesa é tão im­
portante quanto a especialização tecnológica:'
b) "... não só com esse tipo de formação aos trabalhadores, mas
com o uso de uma ferramenta antiga .. :'
c) "As empresas buscam os mais qualificados em cada categoria
e excluem os que não se encaixam no perfil pretendido."
d) "Uma das consequências desta situação é apontada dentro da
própria pesquisa, um aumento médio no nível de rendimen­
tos dos trabalhadores ocupados:'
e) "O levantamento foi feito com 130 empresas de grande porte
de vários setores da economia.. :'

*Com base na frase a seguir responda às questões 8 e 9.


"A dificuldade da literatura não é escrever, mas escrever o que
você quer dizer; não é afetar seu leitor, mas afetá-lo precisamente
como você quer:' ( Robert Louis Stevenson/Revista Língua Portu­
guesa, nº . 72 - outubro de 2011)

8) A frase do escritor escocês Stevenson sobre literatura e escrita


apresenta ideias que estabelecem uma relação de
a) contradição.
b) comparação.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

c) oposição.
d) ambiguidade.
e) concessão.

9. A expressão "afetá-lo" no texto


a) oferece ao leitor subsídios para a elaboração de um argumento.
b) incomoda o leitor quanto ao sentido da mensagem.
c) informa ao leitor acerca de um fato importante.
d) indica ao leitor o objetivo da mensagem.
e) sensibiliza o leitor através da mensagem.

10. "Guerra é o que acontece quando a língua falha:' (Margaret


Atwood)
A respeito da ideia apresentada na frase da escritora Margaret
Atwood é correto afirmar que
a) a linguagem é uma arte na vida do ser humano.
b) a linguagem pode ser tão decisiva quanto a guerra.
c) o processo da comunicação é indispensável ao ser humano.
d) com o uso da linguagem, todos os problemas podem ser solu­
cionados.
e) através da linguagem, da comunicação, atos decisivos são de­
terminados.

I OL B
09. E
02 D
1 10. E 1
03 . B
1
GABARITO
04.
A
1
05 D
1
06 E
1
07
A
I os. e

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 32 - MUNICÍPIO DE NOVA IG UAÇU-RJ/ASSISTENTE


SOCIAL Il i

O mundo não é um bufê de festinha infantil

Nesta altura do campeonato já dá para dizer que todos con­


cordam com a importância de deixar um planeta melhor para os
nossos filhos. E que, exatamente por isso, a sustentabilidade é uma
questão importante dos nossos tempos. O fato de termos atingido
esse consenso, porém, não é motivo para a humanidade bater no
peito e acreditar que deu um passo à frente. Dar o mundo de pre­
sente aos filhos? Vá a uma loja de brinquedos lotada às vésperas
do Dia das Crianças ou a uma festinha de aniversário em bufê
infantil, desses que têm floresta com tirolesa, campo de futebol e
montanha-russa interna, e você descobrirá que os pais estão dis­
postos a dar muito mais para suas crias atualmente.
O problema de deixar um mundo melhor para os seus filhos é
que, como tantos milionários descobrem ao entregar o patrimô­
nio de presente aos herdeiros, isso não garante que também eles
serão capazes de repassar a fortuna para a geração seguinte. E, do
jeito que andam as coisas, com esta geração de crianças que se
entopem de brigadeiro nas festinhas, sem nem mesmo respeitar
o silencioso pacto de espera até o momento do Parabéns a Você,
é difícil de acreditar que o plano dê certo. Quanto mais vou a ani­
versários, menos confiante eu fico na possibilidade de meus netos
receberem dos pais deles um planeta razoável.
O que me leva a acreditar que está na hora de inverter um pou­
co o consenso - a conclusão não é minha, aliás, já ouvi um monte
de gente boa defendendo a mesma coisa. Papel e caneta na mão
porque aqui vai a nova receita: a missão que cabe a você, todos os
dias, é lutar por filhos melhores. O que de certa forma até facilita
PROFESSORA FLÁVI A RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

as coisas: não se trata de entregar tudo de bom no mundo para


eles, mas apenas de fazer com que eles entreguem ao mundo o
melhor em tudo.
Isso não significa formar uma geração de monges altruístas.
Pelo contrário, eles têm incontáveis opções de caminhos para
produzir coisas boas. Mas precisam saber que algumas regras
são imutáveis. As principais: honestidade não tem meio-termo;
somos livres para fazer escolhas, mas não para decidir o preço a
pagar por elas; você é o principal responsável por suas conquistas
e fracassos; os brigadeiros não são infinitos e você está enganado
se acha que tem mais direito a eles do que seu coleguinha. Saber
que o esforço é o único requisito mínimo ajuda. Agora junte tudo
e você verá que alguém por aí claramente se enganou ao formular
a famosa ideia do mundo melhor para as criancinhas. Deixar tudo
pronto para elas desfrutarem é a maneira mais segura de garantir
o fracasso da missão. O verdadeiro objetivo, portanto, não é entre­
gar a chave de um mundo lindão de presente, mas a responsabili­
dade de cuidar dele como herança.
Um grande abraço.
(Sérgio Gwercman, Diretor de Redação. Superinteressante. Dezembro de 201 1 )

1. A expressão "nesta altura do campeonato" denota uma ideia


de
a) lugar.
b) modo.
c) tempo.
d) oposição.
e) conclusão.

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

2. Tendo em vista a importância e função dos elementos de co­


esão textual, o termo destacado em "E que, exatamente por
isso, a sustentabilidade é uma questão importante dos nossos
tempos:' refere-se
a) ao futuro das novas gerações.
b) aos atos inconsequentes contra o meio ambiente.
c) à importância da sustentabilidade em nossos tempos.
d) à opinião em comum que todos possuem a respeito dos filhos.
e) ao fato de que é importante deixar um planeta melhor para as
próximas gerações.

3. Dentre os trechos destacados a seguir, está expressa ideia de


oposição em
a) "... atingido esse consenso, porém, não é motivo para a huma­
nidade..:'
b) "Dar o mundo de presente aos filhos? Vá a uma loja de brin­
quedos lotada..:'
c) "... isso não garante que também eles serão capazes de repas­
sar a fortuna ..:'
d) "... sem nem mesmo respeitar o silencioso pacto de espera..."
e) "Quanto mais vou a aniversários, menos confiante eu fico..:'

4. Por seus aspectos estruturais, o texto pode ser classificado


como
a) narrativo.
b) injuntivo.
c) expositivo.
d) dissertativo.
e) informativo.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

5. A partir de alguns argumentos o autor sustenta sua tese no


texto expressando seu ponto de vista. A tese defendida no tex­
to pelo autor está expressa em
a) As conquistas e fracassos da vida infantil.
b) A disposição dos pais em suprir toda a demanda dos filhos.
c) A sustentabilidade exercida apenas pelas próximas gerações.
d) Deixar um planeta melhor: a solução para a preservação do
meio ambiente.
e) A construção de valores morais e éticos: um caminho para o
exercício da sustentabilidade.

6. A principal ideia defendida no texto pode ser ilustrada com o


seguinte provérbio popular
a) "Filho de peixe, peixinho é:'
b) "Mais vale um pássaro na mão do que dois voando:'
c) "Diga-me com quem andas que eu direi quem tu és':
d) ''Ãgua mole em pedra dura tanto bate até que fura:'
e) "É melhor ensinar a pescar do que entregar o peixe:'

7. O uso de dois pontos ( : ) no trecho "O que de certa forma


até facilita as coisas: não se trata de entregar tudo de bom no
mundo para eles, mas apenas de fazer com que eles entre­
guem ao mundo o melhor em tudo:' indica
a) anúncio de um aposto.
b) inserção de uma enumeração.
c) explicação da ideia anterior.
d) pausa maior que a da vírgula.
e) inserção de uma citação direta.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

8. "O verdadeiro objetivo, portanto, não é entregar a chave de


um mundo lindão de presente, mas a responsabilidade de cui­
dar dele como herança:' Dentre as reescritas do trecho desta­
cado anteriormente, NÃO há prejuízo gramatical ou alteração
semântica em
a) O verdadeiro objetivo não é entregar a chave de um mundo
lindão de presente, já que é grande a responsabilidade de cui­
dar dele como herança.
b) A responsabilidade de cuidar do mundo como herança é o
verdadeiro objetivo, e não entregar a sua chave de presente.
c) O verdadeiro objetivo, entretanto, não é entregar a chave de
um mundo lindão de presente, porém a responsabilidade de
cuidar dele como herança.
d) A responsabilidade de cuidar do mundo, portanto, não é en­
tregar a sua chave de presente, nem seu verdadeiro objetivo.
e) A herança de cuidar do mundo é o objetivo, portanto, de en­
tregar sua chave de presente.

Texto II

Você não quer contar esta história para seus filhos, quer?

�- -�--------...._.
..

(www. g reenpeace.org .br)


PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

9. A respeito das características textuais dos textos I e II, é COR­


RETO afirmar que
a) são semelhantes quanto à escolha da linguagem utilizada.
b) possuem a mesma função comunicativa: persuadir seu inter­
locutor.
c) são idênticos quanto ao conteúdo, pois apresentam os mes­
mos argumentos.
d) indicam textos predominantemente objetivos em que a lin­
guagem é clara e simples.
e) narram fatos cotidianos com a finalidade de convencer o lei­
tor sobre um ponto de vista.

10. Relativo à imagem, o questionamento da propaganda faz refe-


rência à(ao)
a) poluição do meio ambiente.
b) personagem "Chapeuzinho Vermelho':
c) slogan do Greenpeace que é registrado no canto direito.
d) paisagem repleta de tocos de árvores que foram derrubadas.
e) despreocupação da personagem diante do cenário à sua frente.

GABARITO
03 A 04 D 05 E 06 E 07 C 08 B
1 1 1
1 �� � 1 �� � 1 1 1
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PROVA 3 3 PREFEITU RA DE U B E RLÂN D IA-MG/


8 1 BLIOTECÁRIO
As lições do capitão

Normalmente, um naufrágio de grandes proporções mobiliza


a atenção do público em função das mortes que provoca e dos
mistérios que cercam o ocorrido. Com o naufrágio do navio ita­
liano Costa Concórdia foi diferente: mesmo tendo causado um
número pequeno de vítimas fatais, o acidente não sai do noticiá­
rio. O motivo é a incrível performance do capitão Schettino, que
abandonou o navio antes dos passageiros e dos tripulantes, para a
estupefação geral.
Não deixa de ser uma boa notícia: por remeter a questões re­
lacionadas à honra, bravura, solidariedade e outras qualidades
escassas, tal interesse pode ser interpretado como um impulso
moral coletivo, coisa alentadora nestes tempos marcados, simul­
taneamente, por uma grande interconectividade e por um indivi­
dualismo exacerbado. E no qual os discursos de uma ética global,
financeira, ambiental ou política perdem-se na retórica e na queda
de braço entre a sociedade civil, o Estado e as corporações: nin­
guém quer largar o osso, mas, na hora do naufrágio, todo mundo
quer pular primeiro.
Uma coisa é pedir arrego na iminência de um ataque pirata
no século XVI. O barbudo capitão agarra-se a um barril, e, caso
sobreviva, abriga-se numa ilhota caribenha, onde terá tempo e
paz para repensar seus atos ou, simplesmente, dar graças aos céus,
no gozo da condição de covarde consumado. Outra coisa é pular
do navio a poucas braçadas da costa, deixando centenas de seme­
lhantes à própria sorte.
O dever, imputado a um capitão, de ser o último a deixar o na­
vio, é velho, remonta às navegações da antiguidade clássica, mas é
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

até hoje usado, não apenas nas leis de navegação, mas como me­
táfora na análise de atitudes várias nas relações sociais. No âmbi­
to das empresas, por exemplo: o gerente recém-empossado que,
diante da crise de seu departamento, ou de sua própria inépcia,
deixa seus comandados na mão e corre para a primeira oferta de
emprego, é hoje figurinha fácil, sobretudo nos meios de experi­
mentação tecnológica. Faz-nos pensar, também, no quanto o en­
simesmamento psicológico, em paradoxal anteposição à eclosão
geométrica de redes sociais, se torna a regra de ouro numa era que
se quer avançada e inventiva.
(Arnaldo Bloch. Jornal O Globo, 21.01 . 1 2 I adaptado)

1 . O objetivo comunicativo do texto é enfatizar o(a)


a) altruísmo contemporâneo.
b) imperícia do capitão do navio.
c) estupefação popular.
d) individualismo contemporâneo.
e) desrespeito às leis da navegação.

2. A metáfora é uma figura de linguagem citada no texto. Assi­


nale a alternativa que apresenta uma característica da referida
figura.
a) Produção do efeito de exagero.
b) Comparação subentendida de universos distintos.
c) Estabelecimento de relação de causa e consequência.
d) Identificação de ideias contraditórias.
e) Repetição de ideias.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

3. De acordo com o texto, o ensimesmamento psicológico se an-


tepõe à(ao)
a) surgimento das redes sociais.
b) crescimento geográfico.
c) poder da mídia.
d) avanço do consumismo.
e) introspecção humana.

4. Na expressão "largar o osso" utilizada no texto, observa-se o


uso da conotação. Assinale a alternativa em que esse recurso
também é utilizado.
a) O sol brilhou no céu durante o dia.
b) O navio afundou perto da costa.
c) O rei tinha um coração de pedra.
d) Ninguém quer perder seus direitos.
e) Ossos de dinossauros foram encontrados no local.

5. "O dever, imputado a um capitão, de ser o último a deixar


o navio, é velho:' O termo em destaque exerce, na oração, a
função de
a) vocativo.
b) aposto.
c) objeto direto.
d) complemento nominal.
e) agente da passiva.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

6. No trecho "e, caso sobreviva, abriga-se numa ilhota caribe­


nha'', a conjunção sublinhada expressa o sentido de
a) condição.
b) causa.
c) comparação.
d) consequência.
e) conformidade.

7. "O motivo é a incrível performance do capitão Schettino, que


abandonou o navio': o vocábulo sublinhado é gramaticalmen­
te classificado como
a) conjunção integrante.
b) pronome relativo.
c) conjunção coordenativa.
d) pronome interrogativo.
e) advérbio.

8. Em "deixando centenas de semelhantes à própria sorte" ocor­


reu o acento grave indicativo de crase. Assinale a alternativa
em que o referido acento deve ser utilizado.
a) O socorro chegou a tempo de salvar os passageiros.
b) Tudo leva a crer que não há sobreviventes.
c) Foi a Itália de navio.
d) Os tripulantes ficaram cara a cara com o perigo.
e) Comprou as passagens a prazo.

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

9. O uso de dois pontos após a palavra "diferente': no primeiro


parágrafo do texto, tem como objetivo
a) indicar o início de uma enumeração.
b) inserir trecho atribuído a outro autor.
c) indicar suspensão de ideia.
d) indicar discurso direto.
e) introduzir esclarecimento de algo previamente mencionado.

10. No trecho "... pode ser interpretado como impulso moral co­
letivo, coisa alentadora nestes tempos..:', a palavra sublinhada
pode ser substituída, sem perda semântica, por
a) impossível.
b) impensável.
c) confortante.
d) lastimosa.
e) ameaçadora.

GABARITO

1
02. B
10. e 1
03. A
I o• e 1
05. B
1
06. A
1
07 B
I os. e
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 34 - PREFEITU RA D E PORTO VELHO-RO/CU I DADOR


SOCIAL

Ciência explica o que está por trás das nossas falhas e mostra
por que elas são essenciais ao nosso aprendizado

Em ciência cognitiva, "errando é que se aprende" não é apenas


um dito popular. "Os processos que nos levam a aprender e os que
nos levam a cometer erros derivam do mesmo recurso mental':
afirma a psicóloga cognitiva Lilian Milnitsky Stein, professora da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)
e pós-doutoranda na Universidade de Barcelona, na Espanha. Um
dos motivos para isso acontecer é que na base do nosso conheci­
mento está a indução, tipo de aprendizado a partir da repetição
de padrões já armazenados em nosso cérebro. Se uma criança vê
meia dúzia de vezes um interruptor ser apertado e a luz se acender
em seguida, ela gravará em sua mente que aquele tipo de botão
serve para acionar a lâmpada, mesmo quando avistar um inter­
ruptor diferente do que está acostumada a usar. É uma conclusão
precipitada, mas que funciona na maior parte das vezes e agiliza
o aprendizado (caso contrário, a cada vez que visse um interrup­
tor novo ela o testaria diversas vezes até entender sua função). O
palpite baseado em experiências prévias dispensa essa perda de
tempo.
(< http:I/revistagalileu.globo. comiRevista/Common/O,ERT220 752-1 7773, 00. html >
1 8/1 1 /201 1 )

1. Com relação ao texto, marque V para as afirmativas verdadei­


ras e F para as falsas.
) Em "a cada vez que visse um interruptor novo ela", o pronome
sublinhado retoma a expressão "criançà:
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

( ) Em "os que" no trecho "os que nos levam a cometer erros" está
implícita a palavra "processos':
( ) O trecho "até entender sua função" seria corretamente substi­
tuído por "até entender a função dele':
( ) O pronome "o" em "ela Q testaria diversas vezes" substitui o
termo "aprendizado':

A sequência está CORRETA em


a) F, V, V, F
b) V, V, V, F
c) F, F, F, V
d) V, F, V, V
e) V, V, F, F

2. A expressão que exerce função sintática diferente das demais


se encontra na seguinte alternativa
a) "serve para acionar a lâmpada".
b) "dispensa essa perda de tempo':
c) "mesmo quando avistar um interruptor diferente':
d) "na maior parte das vezes e agiliza o aprendizado".
e) "é que na base do nosso conhecimento está a indução".

3. Assinale a alternativa CORRETA.


a) "Contrário" e "prévias" são acentuadas por serem paroxítonas
terminadas em ditongo.
b) Em "interruptor" e "testaria" temos, respectivamente, encon­
tro consonantal e hiato.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

c) Em "erros derivam do mesmo recurso mental" as palavras


grifadas são paroxítonas.
d) Nas palavras "seg!!ida'', "a!!!!ele" e " !!!!ando" as partes destaca­
das são dígrafos.
e) A divisão silábica está correta em "co-gni-ti-va': "p-si-có-lo­
-ga" e "a-ci-o-na''.

4. "E agiliza o aprendizado:' Assim, como a palavra destacada, são


escritas com "z" todas as palavras da seguinte alternativa
a) reali_ar / pesqui_ar / fiscali_ar
b) avi_ar / enrai_ar / legali_ar
c) arbori_ar / anali_ar I suavi_ar
d) generali_ar / utili_ar / u_ar
e) hospitali_ar / civili_ar / humani_ar

TEXTO II:

Embora o Brasil tenha aumentado ligeiramente seu Índice de


Desenvolvimento Humano (IDH) neste ano e subido uma posição
no ranking global do indicador, o país mostrou resultados piores
quando considerada a desigualdade social e a de gênero, segundo
o Relatório de Desenvolvimento de 201 1 do PNUD (Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
Em 201 1 , o IDH brasileiro chegou a 0,718 ponto, valor 0,003
ponto superior ao de 2010. O desempenho fez o país ultrapassar
a nação caribenha de São Vicente e Granadinas e alcançar a 84ª
posição entre 1 87 países.
Com isso, o Brasil permaneceu no grupo de países com IDH
elevado, uma categoria abaixo das nações com IDH muito elevado
e acima das nações com IDH médio ou baixo.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

O IDH, que varia entre zero e um (quanto mais próximo de


um, maior o nível de desenvolvimento humano), leva em conta as
realizações médias de um país em três dimensões: a possibilidade
de usufruir uma vida longa e saudável, o acesso ao conhecimento
e um padrão de vida digno.
(<http:!!www. bbc. co. uk!portuguese/noticias/201 1/ l li l l l 1 02_brasil_idh_jfsht­
ml! 1 8/1 1/201 1)

5. A correção gramatical e a coerência do texto serão preserva­


das caso ocorra a
a) substituição de "aumentado ligeiramente" (1° §) por aumenta­
do rapidamente.
b) inserção do sinal indicativo de crase no "à' em "a de gênero".
( l º §)
c) eliminação da vírgula em "O IDH, que varia entre zero e um".
(4º §)
d) substituição de "emborà' em "Embora o Brasil tenha aumen­
tado" (1° §) por ''Ainda que':
e) substituição de "usufruir" em "usufruir uma vida longa e sau­
dável" (4 ° §) por desfrutar de.

6. A conjunção "embora" ( 1 ° §) indica ideia de


a) finalidade.
b) explicação.
c) comparação.
d) consequência.
e) concessão.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

7. No trecho "o acesso ao conhecimento" (4° §), considerando


apenas a regência verbal e o uso da crase, a expressão subli­
nhada seria CORRETAMENTE substituída por
a) à vários conhecimentos.
b) à partir do sexto ano de vida.
c) à sua história de vida.
d) à qualquer conhecimento.
e) à alguns conhecimentos.

TEXTO III:

RIO: O desenvolvimento humano no Brasil cresceu no último


ano, mas em ritmo mais lento que até então, segundo o Relatório
de Desenvolvimento Humano de 2011, publicado nesta quarta­
-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD). O Brasil subiu uma posição no ranking global, passando
da posição número 85 para o 84° lugar. O indicador passou de
0,715 para 0,718, uma alta de 0,41%, mantendo-se no grupo de
desenvolvimento elevado - quanto mais perto de 1, mais desen­
volvimento humano tem o país. No ano passado, o Brasil havia
avançado quatro posições, pulando do 77 ° para o 73 ° lugar. Os
números mudaram porque houve algumas alterações nos critérios
e mais 18 países foram incluídos no levantamento, agora com 187
nações.
(O Globo, 2 de novembro de 2011)

8. Um dos termos grifados no texto está INCORRETAMENTE


classificado em
a) humano - adjetivo
b) segundo - conjunção
c) 84° - numeral ordinal
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

d) alta - adjetivo
e) nações - substantivo

9. Observe a imagem a seguir.


Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-201 1 )*

Brasil
E"'*'çio do IOH do Br pela .....,
metDddogoa do Riice'

0,718
0.7

111111 911 CIO DO • IO »11

América Latina
O 8rul IOm o 20' - IOH
dll Am6ric8 Ulline

... -
os dez mais bem dass4cados são
«· a.e o.aos US$ 1 0.162
45• � 0,797

--
� - per '"'l)illl
47" 0,793
UNguol 0,783
73,5 anos

-
5 1• Qba o,ns EllpedatiYo de vida
53• 8ehonm o.n1
sr � o.no
58" 0,768 7,2 anos

--·-
60" Anliguo e e.1>uclo 0,764
� e Tot,ego 0,760 . º ........ dos 11op,, ..- ..... o
�� (NU)j *OU M1 2011 1
.-.. - 1"'• - • Dl. 0
� ... - 17 ....

14" -H 0,718 - 201t do PIMl

---
Os dez palses com melhor IOH
1•
-.....
� 0,943

--
2" 0,929
3" 0,910
4• 0.910
s• 0.908

..
Nova Zelind•
&- � 0,908
r 0,908
l.lechlenola, 0.905
11" 0.905
10" SUêda 0.904

(http://gl .globo. com/brasil/noticia/201 111 1 !brasil-ocupa-84-posicao-entre- 1 87-paises­


-no-idh -201 1 . html, 1 8/1 1/ 20 1 1 )
PROFESSORA FLÁVIA RI TA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Com relação às informações, é INCORRETO afirmar que


a) dos dez países mais bem classificados da América Latina, o
Uruguai ocupa a quarta posição.
b) o índice alcançado pelo Brasil em 2011 não revela progresso
com relação ao alcançado no ano anterior.
c) o índice de desenvolvimento humano do Brasil em 2011 ficou
em 0,718, em 1980 era inferior a 0,6.
d) o Brasil ocupa em 2011 a 84ª posição entre 187 países e é o 20°
colocado entre os países da América Latina.
e) a expectativa de vida do brasileiro apontada pelo IDH-2011
supera os 73 anos de idade.

10. Observe a imagem a seguir.


Grupo Petrópolis e Instituto Chico Mendes.
levando a Educação Ambientei IM''ª
onde ela pod, gerar mais frutos: a sala de aula.

(Revista ISTOÉ, de 27 de julho de 201 1 , p. 85 / com adaptações)


INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

Com relação à publicidade analise.


I. A palavra "frutos" foi empregada em seu sentido próprio.
II. O pronome "ela'' substitui a expressão educação ambiental.
III. É correto substituir o termo "onde" pelo termo "aonde".

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)


a) I
b) I, II
c) II
d) III
e) I, III

GABARITO

I OL B
09. B
1
02 E
10. e
1 03 . A
1
04 E
I OS. D 1 06. E
I o, e 1 08. D

8
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PROVA 35 - PREFEITURA MU NICIPAL DE JAH U-SP/


FARMACÊUTICO

PONTO COM
Sírio Possenti

1. Na semana passada, a revista Época (número 255, de 9/9/2002),


em reportagem intitulada "O português.com': explicitava pre­
ocupações com eventuais prejuízos que a "linguagem' ' em­
pregada nos chats (salas de bate-papos) e nos blogs (diários
postos na Internet) causaria ou à língua portuguesa ou a seus
usuários. O tom do texto é dramático: "abreviam palavras ao
limite do irreconhecível, traduzem sentimentos por ícones e
renunciam às mais elementares regras da gramática".
2. A reportagem não apresenta nenhum dado de natureza gra­
matical, a não ser que assim considere as invenções ortográfi­
cas. Pelo exposto, a reação típica deveria ser de alívio, e não de
alarme, porque não há ameaça alguma, seja à língua, seja aos
usuários. Além disso, a reportagem cita um linguista inglês de
prestígio (David Crystal), que ri dos medos que esta "lingua­
gem" provoca em não especialistas. Para aumentar o sossego,
a sensação de alarme falso, nenhum professor ou educador
dentre os mencionados faz qualquer observação pessimista
sobre os jovens.
3. O que é verdadeiramente dramático na reportagem são duas
coisas: a) pais preocupados porque filhos que não apresenta­
vam problemas na escola começam a apresentá-los; b) psi­
quiatras dando diagnósticos alarmantes - isto é, chamando
atenção para os prejuízos que estas linguagens estariam pro­
vocando nos jovens.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

4. Há pelo menos dois problemas complicados: por que pais


levam seus filhos a psicólogos, psiquiatras e neurologistas
quando apresentam problemas escolares? Na maioria abso­
luta dos casos (e os estudantes mencionados confirmariam
isso), trata-se dos "problemas" decorrentes da chegada da
adolescência. Não vou mencionar aqui o que pode acontecer
nessa idade, mas vale a pena chamar atenção para um fato: é
muito comum que alguém seja bom aluno no fundamental
e não o seja no colegial, o mesmo acontecendo na mudança
do colegial ou do cursinho para a universidade. Às vezes, a
culpa, se é que se pode falar assim, é da escola, como ins­
tituição, pelo tipo de tarefa que ela pede e pela qual avalia
os estudantes. Convenhamos que é necessário ser meio bobo
(ou infantil) para ser bem-sucedido na escola ... Em suma: em
geral, não há problema médico ou psiquiátrico algum. Pode
haver problemas psicológicos, mas estes existem a vida toda
e, em geral, os pais são mais problemáticos do que os filhos.
5. Mas o mais preocupante é a outra face da moeda: os diagnós­
ticos dos especialistas. Em tudo o que se lê e vê sobre a tal
linguagem simplificada dos jovens nos chats, não há nenhum
problema de linguagem. No máximo, há invenção de grafias
e mistura de sistemas de escrita (mais precisamente, mistura
de letras e símbolos que exploram - criativamente - recursos
do teclado do computador). Os fatos de sintaxe e de texto são
exatamente os mesmos que se encontram em qualquer outro
texto, ou seja, revelam domínio ou falta de domínio de texto,
conforme o caso. Apenas isso - o que é trivial e não é neces­
sário nenhum chat para detectar.
6. A reportagem diz que há a suspeita de uma onda de dislexia
discursiva: creio que sim, mas por parte dos especialistas. Eles
não dizem coisa com coisa. Em geral, eles não têm forma-
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

ção linguística, nem em gramática, nem em teorias de texto e


nem em sistemas de escrita, para arriscarem os diagnósticos
que arriscam - em geral baseados em testes fora de contexto,
quando não na mais pura ignorância. Além disso, esses espe­
cialistas dão chutes sem a menor cerimônia. O neurocientista
Cláudio Guimarães dos Santos, por exemplo, resolve achar
que os jovens que usam essa linguagem simplificada (mas é
mesmo simplificada?) vão utilizá-la como alternativa ao pa­
drão. Ela acabará tomando o lugar da escrita convencional.
Como ele sabe? Com que base afirma isso? Em Nostradamus?
E acrescenta uma enorme batatada: "Ninguém escreve um
tratado de física com carinhas e usar o código da rede sem
dominar o formal gera erros de percepção' :
7. Demonstra ignorância absoluta de várias questões: a) em
primeiro lugar, o que ninguém faz é escrever papers em fí­
sica em um só código, digamos, português ou inglês padrão;
o "fisiquês" exige o domínio simultâneo de vários "códigos" :
matemática, computação, figuras, gráficos, símbolos que são
frequentemente abreviaturas e, finalmente, a escrita em uma
língua. Ora, isso permitiria, usando de fato o critério, prever
que os frequentadores de chats terão menos problemas com
a linguagem da física do que os alunos conservadores, que só
escrevem português padrão; b) não basta dominar o formal
para não haver erros de compreensão; é preciso dominar o
campo. O caso serve para ilustrar a tese: basta ver que ne­
nhum linguista ou especialista em escrita vê qualquer proble­
ma na "linguagem" dos chats. Só os leigos em linguagem.
8. Finalmente: a reportagem inclui alguns dados, mas, como
disse, nada de natureza gramatical ou textual. Há uma lista de
palavras absolutamente correntes, cujo problema seria a gra­
fia utilizada. Confesso que aqui também encontrei mais moti-
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

vos de otimismo que de pessimismo. Por exemplo: ao invés de


escreverem falou, valeu e beleza, escrevem flw, vlw e blz, o que
lembra escritas que não incluem as vogais (parece que a he­
braica é assim), além de se darem conta de que o último som
em valeu e falou é uma semivogal, e por isso o w e não o u.
Outros exemplos são de tipo misto (Kra, Ksa por cara e casa).
Outros utilizam recursos correntes na publicidade, como a
troca de qu ou q por k (aki por aqui, bem como Ksa e Kra).
Escrevem naum ao invés de não, o que é uma ótima solução,
embora nawm fosse ainda melhor, porque se trata de uma se­
mivogal, como em falou e valeu. Essa forma de escrita está
bem próxima da que os especialistas usam para a transcrição
fonética, aliás.
9. Aspectos da reportagem mostram a velha falta de compreen­
são mínima do que seja uma língua: ela não é a escrita, e, es­
pecialmente, ela não é a ortografia. Quando os "especialistas"
em cérebro aprenderão essa verdade elementar?
10. No fundo, há um único problema real: os adultos têm dificul­
dade em compreender esses textos. A mesma dificuldade que
têm para entender a gíria que os jovens empregam conversan­
do entre si. Mas uma prova de que não há problema algum e
de que eles são bem sucedidos e sabem o que estão fazendo:
não é mesmo para os adultos entenderem, e às vezes é exata­
mente para eles não entenderem que se inventam esses "có­
digos secretos". Os adultos querem jovens presos a eles, que
sejam tão limitados quanto eles, para poderem controlá-los.
Querem ler o que seus filhos escrevem? Pois que aprendam a
ler.
****
PS - Abro um caderno de um jornal, e o primeiro anúncio que
leio é: "MAREA WEEK SX - 99, azul, ú d, 38mil km, compl

8
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

( +) rodas. R$ 21.500. Troco/financio". Vou à última página do


mesmo caderno e leio: " Técnico em Informática Contr prof
e/ exp inst e conf de placas e periféricos, para prestar suporte
telef a nossos clientes para inst a conf de nossos produtos' :
Não seria necessário comentar, eu acho. Mas preciso dizer
que outras formas de escrita estão por todos os lugares. Mas
é melhor que nenhum -ista se ponha a analisar esses textos. É
capaz de dizer que os jornais estão destruindo a língua. Que,
assim, nos impedirão de compreender os editoriais.
(Fonte: h ttp://www.primapagina. com. brlpplcolunas/littera/2002/09/0003.)

Sírio Possenti é professor de Linguística no Instituto de Estudos da Linguagem da


Unicamp e autor de Os humores da língua e A cor da língua e outras croniquinhas de
lingüista (Mercado de Letras - Oxx1 9 324 1 - 75 1 4) e de Mal comportadas línguas (CRIAR
Edições - Oxx4 1 233-0662)

1. Já no primeiro parágrafo do texto, abaixo transcrito, o autor


demonstra não estar de acordo com as conclusões da revista
Época quanto aos efeitos da linguagem dos chats e blogs sobre
o português. Em todas as alternativas, aponta-se uma palavra,
retirada desse parágrafo, que evidencia essa posição do lin­
guista Possenti, EXCETO em
"Na semana passada, a revista Época (número 255, de
9/9/2002), em reportagem intitulada "O português.com': ex­
plicitava preocupações com eventuais prejuízos que a "lingua­
gem" empregada nos chats (salas de bate-papos) e nos blogs
(diários postos na Internet) causaria ou à língua portuguesa
ou a seus usuários. O tom do texto é dramático: "abreviam pa­
lavras ao limite do irreconhecível, traduzem sentimentos por
ícones e renunciam às mais elementares regras da gramáticà':'
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

a) Eventuais.
b) Causaria.
c) Dramático.
d) Irreconhecível.

2. Da leitura do texto SÓ NÃO se pode depreender que


a) Ortografia não tem nada a ver com gramática.
b) A escrita de uma língua e a própria língua são realidades dis­
tintas, que não se identificam.
c) O domínio das normas formais do português evita erros de
compreensão.
d) A avaliação de assuntos linguísticos não deve ser feita por
não-especialistas.

3. Para o autor, afirmações como as abaixo enumeradas são de­


monstração de ignorância, EXCETO
a) A utilização de figuras e abreviaturas na escrita - ou, até mes­
mo, a ausência da escrita - não põe em perigo a existência da
língua.
b) A forma como se escreve nos chats, usando abreviaturas e
emoticons (carinhas), desfigura a nossa língua portuguesa.
c) Nas obras científicas, não se usam ícones; nessa espécie de
textos, recorre-se, única e exclusivamente, à língua escrita pa­
drão, em sua modalidade culta e formal.
d) A utilização de abreviaturas inexistentes ou não registradas
em dicionários é característica que permite identificar a lin­
guagem dos chats e blogs.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

4. Segundo o autor, a escrita dos jovens nos chats e blogs, embo­


ra não observe as convenções ortográficas tradicionais, é con­
sistente e procura reproduzir a fala com bastante fidelidade.
Do mesmo modo, pode-se dizer que, em todas as alternativas
abaixo, verifica-se bastante consistência na representação grá­
fica dos fonemas e fidelidade à pronúncia, EXCETO em
a) Fautô muinto dinhero no caxa.
b) Alice Maia disse que engordou quase três kilos na Bahia.
e) Ali era o auto forno da compania, mas foi fechado.
d) O incarregado era inconpetenti <limais.

5. Lendo as transcrições abaixo e considerando-se as caracte­


rísticas da linguagem dos chats e blogs discutidas no texto,
pode-se dizer que estas estão presentes
1. Eu • Jesus.
2. Fita K7 a R$ 25 a ex.
3. Banhos (Xizhao) CH-1999 AQUI Yang Zhang II Wu Jiang,
Quanxin Pu, He Zeng, Drama • 91' • Ao visitar o pai e o ir­
mão, jovem executivo chinês reavalia sua vida. TCE Dom. -
27 - 22:15 Tema Adulto (12 anos).

a) Apenas em 2.
b) Apenas em 1 e 2.
e) Apenas em 2 e 3.
d) Em todos os casos.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

6. Tendo em conta as alterações na pontuação introduzidas nos


trechos abaixo transcritos, assinale a alternativa CORRETA.
1. "Apenas isso - o que é trivial e não é necessário nenhum chat
para detectar:' (5° §)
Apenas isso: o que é trival - e não é necessário nenhum chat
para detectar.
2. ''A reportagem diz que há a suspeita de uma onda de dislexia
discursiva: creio que sim, mas por parte dos especialistas:' ( 6°
§)
A reportagem diz que há a suspeita de uma onda de dislexia
discursiva. Creio que sim, mas por parte dos especialistas.
3. "Ora, isso permitiria, usando de fato o critério, prever que os
frequentadores de chats terão menos problemas com a lin­
guagem da física do que os alunos conservadores, que só es­
crevem português padrão;" (7° §)
Ora, isso permitiria - usando, de fato, o critério - prever que
os frequentadores de chats terão menos problemas com a lin­
guagem da física do que os alunos conservadores, que só es­
crevem português padrão;

a) Houve alteração de sentido apenas em 1 e 2.


b) Houve alteração de sentido apenas em 3.
c) Houve alteração de sentido apenas em 2 e 3.
d) Houve alteração de sentido apenas em 1 .
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

7. Todos os referentes dos itens sublinhados estão corretamente


indicados entre colchetes, EXCETO
a) "Pode haver problemas psicológicos, mas estes existem a vida
toda e, em geral, os pais são mais problemáticos do que os
filhos:' (4° §, parte final) [ os adolescentes]
b) ''A reportagem não apresenta nenhum dado de natureza gra­
matical, a não ser que assim considere as invenções ortográfi­
cas:' (20 §) [dado de natureza gramatical]
c) "O que é verdadeiramente dramático na reportagem são duas
coisas: a) pais preocupados porque filhos que não apresenta­
vam problemas na escola começam a apresentá-los; [ ... ] " (3°
§) [filhos]
d) "O português.com', explicitava preocupações com eventuais
prejuízos que a 'linguagem' empregada nos chats (salas de ba­
te-papos) e nos blogs (diários postos na Internet) causaria ou
à língua portuguesa ou a seus usuários:' (1° §) [ da língua por­
tuguesa]

8. De acordo com o texto, "leigos em linguagem' ' seriam


a) Os editores da revista Época, que não sabem nada de gramá­
tica.
b) Os autores de editoriais de jornais, que permitem a inclusão
de quaisquer anúncios.
c) As pessoas que, sem formação específica na área Linguística,
abordam o assunto com ares de autoridade.
d) Os pais de adolescentes que permitem a seus filhos passar ho­
ras na Internet.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

9. Todas as alternativas a seguir trazem aspectos característicos


que o autor tenta combater explicitamente em seu texto, EX­
CETO
a) Má formação linguística.
b) Preconceito linguístico.
c) Visão do senso comum.
d) Opiniões sem embasamento científico.

GABARITO
1 01. D 1 02. e 1 03 . A 1 04. B 1 05 . D 1 06. B 1 07. A 1 08 . e 1 0 9. A
,,...
APEN DICE
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

TI POLOGIAS TEXTUAIS

TEXTO D ES C R I T I VO
Campo dos sonhos

Sempre fui cuidadoso nas minhas escolhas para o futuro. Sabia


que, para que pudesse proporcionar conforto e bem-estar para a
família que pretendo construir com minha noiva, a boa escolha
da carreira a ser seguida seria determinante. Por isso, não tive
dúvidas quando recebi aquele pequeno folheto me convidando a
participar do processo seletivo para o curso de formação de sar­
gentos de aeronáutica. Estudei muito, passei nos exames e aqui es­
tou. Sou aluno da Escola (... ). Apesar das duras provas que tenho
de enfrentar todos os dias, a paisagem da escola é o refrigério da
minha alma.
O caminho que leva ao portão de entrada da instituição téc­
nica já é uma doce recepção da natureza aos futuros sargentos
brasileiros. Uma estrada bem-pavimentada, cercada de plantas de
vários tipos que se alternam com coqueiros e pequenas palmei­
ras, sentinelas de nossas aspirações. Uma belíssima escultura de
um avião de caça, imponentemente montado sobre um pedestal,
defende a guarita na qual se encontram os soldados. Como esta­
mos num vale, ao redor e ao longe, destacam-se verdes encostas,
elevando-se acima de todas as outras a Serra da Mantiqueira, essa
gigantesca e antiga muralha natural. Ao longo de toda a alameda
que conduz aos galpões, alojamentos e prédios que compõem a
escola, enfileiram-se painéis de azulejo, nos quais reproduções de
pinturas conhecidas, paisagens e cenas históricas remetem ao uni­
verso aeronáutico de nosso país.
A escola, por exibir gramados irretocáveis e árvores floridas
por todas as partes, mais lembra um horto florestal. Há lagos onde
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

marrecos desfilam preguiçosos e bois mansos vêm matar a sede;


o maior e mais aprazível é coroado com a belíssima residência do
Comandante da escola. A praça larga onde se realizam as forma­
turas exibe o prédio do Comando; todo branco e sisudo, ele é o
símbolo máximo do respeito que inspira a vida militar. À esquer­
da e ao alto, podemos ver a vila dos oficiais, com suas caprichosas
casas, de jardins frescos e bem-tratados, à sombra dos agradáveis
eucaliptos que se lançam cada vez mais altos. O visitante pode ver,
estando nessa vila, o telhado dos galpões, cada um de uma espe­
cialidade diferente, alinhados em perfeita harmonia com todo o
restante da paisagem. Muito ampla, a escola, que já foi um centro
de estudos agrícolas, exibe contornos de fazenda e, além disso,
possui um bem-cuidado complexo esportivo, onde se realizam os
jogos olímpicos dos alunos.
A formação de um sargento da Aeronáutica pressupõe desafios
impossíveis de serem imaginados por quem está de fora do pro­
cesso. Somos exigidos em cada instante e ao máximo de nossas
forças. Mas ela nunca me faltará, pois, na própria escola, com sua
paisagem paradisíaca, sempre encontrarei o refrigério necessário
para mais um dia de desafios.
Fonte: http:l!www.Letraseeartes.eom.br/201 1/02/natureza-do-texto-descritivo.html

Descrição Subjetiva

"Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu rou­


pão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos
botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado,
com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no
alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a bran­
cura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa
acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos,
dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates:'
(O Primo Basílio, Eça de Queiroz)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Descrição Objetiva
''A desaparecida, Mariana dos Santos (24 anos), moradora da ci­
dade de Belo Horizonte, é magra, alta (1,75), cabelos ruivos e cur­
tos; nariz fino e rosto ligeiramente alongado, conforme consta nos
autos:'

TEXTO NARRATI VO
Amor
Clarice Lispector

Um pouco cansada, com as compras deformando o novo saco


de tricô, Ana subiu no bonde. Depositou o volume no colo e o
bonde começou a andar. Recostou-se então no banco procurando
conforto, num suspiro de meia satisfação.
Os filhos de Ana eram bons, urna coisa verdadeira e sumarenta.
Cresciam, tornavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes
cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão
enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que
estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas
que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar
e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Corno um lavrador.
Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas
apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o
cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus
filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os
jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas
do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua mão pequena e
forte, sua corrente de vida.
Certa hora da tarde era mais perigosa. Certa hora da tarde as
árvores que plantara riam dela. Quando nada mais precisava de

8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

sua força, inquietava-se. No entanto sentia-se mais sólida do que


nunca, seu corpo engrossara um pouco e era de se ver o modo
como cortava blusas para os meninos, a grande tesoura dando
estalidos na fazenda. Todo o seu desejo vagamente artístico en­
caminhara-se há muito no sentido de tornar os dias realizados e
belos; com o tempo, seu gosto pelo decorativo se desenvolvera e
suplantara a íntima desordem. Parecia ter descoberto que tudo
era passível de aperfeiçoamento, a cada coisa se emprestaria uma
aparência harmoniosa; a vida podia ser feita pela mão do homem.
No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme
das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por caminhos
tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele
caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara
era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos ver­
dadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma
doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir
que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma
legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem traba­
lha - com persistência, continuidade, alegria. O que sucedera a
Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma
exaltação perturbada que tantas vezes se confundira com felicida­
de insuportável. Criara em troca algo enfim compreensível, uma
vida de adulto. Assim ela o quisera e o escolhera.
(Clarice Lispector, Fragmento do conto Amor.)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

O mestre de primeiras letras

Unamos agora os pés de demos um salto por cima da escola,


a enfadonha escola, onde aprendi a ler, escrever, contar, dar ca­
choletas, apanhá-las, e ir fazer diabruras, ora nos morros, ora nas
praias, onde quer que fosse propício a ociosos.
Tinha amarguras esse tempo; tinha os ralhos, os castigos, as
lições árduas e longas, e pouco mais, mui pouco e mui leve. Só
era pesada a palmatória, e ainda assim... ó palmatória, terror dos
meus dias pueris, tu que foste o "compelle intrare" com que um
velho mestre, ossudo e calvo, me incutiu no cérebro o alfabeto, a
prosódia, a sintaxe, e o mais que ele sabia, benta palmatória, tão
preguejada dos modernos, quem me dera ter ficado sob o teu jugo,
com a minha alma imberbe, a minhas ignorâncias, e o meu espa­
dim, aquele espadim de 1814, tão superior à espada de Napoleão!
Que querias tu, afinal, meu velho mestre de primeiras letras?
Lição de cor e compostura na aula; nada mais, nada menos do que
quer a vida, que é das últimas letras; com a diferença que tu, se me
metias medo, nunca me meteste zanga.
Vejo-te ainda agora entrar na sala, com as tuas chinelas de cou­
ro branco, capote, lenço na mão, calva à mostra, barba rapada;
vejo-te sentar, bufar, grunhir, absorver uma pitada inicial, e cha­
mar-nos depois à lição.
E fizeste isto durante vinte e três anos, calado, obscuro, pontu­
al, metido numa casinha da rua do Piolho, sem enfadar o mundo
com a tua mediocridade, até que um dia deste o grande mergulho
nas trevas, e ninguém te chorou, salvo um preto velho - nin­
guém, nem eu que te devo os rudimentos da escrita.
Chamava-se Ludgero o mestre; quero escrever-lhe o nome
todo nesta página: Ludgero Barata - um nome funesto, que ser­
via aos meninos de eterno mote a chufas.
(Machado de Assis- Memórias póstumas de Brás Cubas)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

TEXTO D I SS E RTATIVO

Nas sociedades antigas, tanto as leis quanto os códigos eram


considerados expressões da vontade divina, revelada mediante a
imposição de legisladores. As leis eram objeto de respeito e vene­
ração, o que só se rompeu com o surgimento da escrita e com a
formalização dos costumes de um povo.
Segundo H. Summer Maine, algumas experiências societárias,
ao permitirem o declínio do poder real e o enfraquecimento de
monarcas hereditários, acabaram por favorecer a emergência de
aristocracias, depositárias da produção legislativa. Com capaci­
dade de julgar e de resolver conflitos, as leis ganharam espaço nas
sociedades contemporâneas e se fortaleceram a partir da lingua­
gem escrita.
Aquele momento inicial de um direito ritualizado, expressão
das divindades, desenvolveu-se na direção de práticas normativas
consuetudinárias. À época do direito consuetudinário, largo perí­
odo em que não se conheceu a invenção da escrita, uma casta, in­
vestida do poder judicial, era o único meio que poderia conservar,
com algum rigor, os costumes da raça ou da tribo. O costume apa­
rece como expressão da legalidade, de forma lenta e espontânea,
instrumentalizada pela repetição de atos, usos e práticas.
A invenção e a propagação da técnica da escritura, somadas à
organização dos costumes, proporcionaram os primeiros códigos
da Antiguidade, como a Lei das XII Tábuas. Nesse contexto, os
textos legislados e escritos se tornaram melhores depositários do
direito e meios mais eficazes para conservá-lo que a memória de
certo número de pessoas, por mais força que tivessem em função
de seu constante exercício.
Dessa forma, somente em tempos mais avançados da civiliza­
ção é que se começou a distinguir o direito da moral e a religião
do direito, com base na autonomia propiciada pela escrita. E, para
PROFESSORA FLÁVI A RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

que essa diferenciação se consolidasse, a linguagem escrita foi tão


essencial quanto a compilação de costumes tradicionais.
(A utora: Flávia Rita)

Os homens querem uma mulher que não existe

Está na moda - muitas mulheres ficam em acrobáticas posições


ginecológicas para raspar os pêlos pubianos nos salões de beleza.
Ficam penduradas em paus-de-arara e, depois, saem felizes com
apenas um canteirinho de cabelos, como um jardinzinho estreito,
a vereda indicativa de um desejo inofensivo e não mais as agres­
sivas florestas que podem nos assustar. Parecem uns bigodinhos
verticais que (oh, céus!...) me fazem pensar em ... Hitler.
Silicone, pêlos dourados, bumbuns malhados, tudo para agra­
dar aos consumidores do mercado sexual. Olho as revistas povo­
adas de mulheres lindas ... e sinto uma leve depressão, me sinto
mais só, diante de tanta oferta impossível.
A concorrência é grande para um mercado com poucos con­
sumidores, pois há muito mais mulher que homens na praça
(e-mails indignados virão ...) Talvez este artigo seja moralista, tal­
vez as uvas da inveja estejam verdes, mas eu olho as revistas de
mulher nua e só vejo paisagens; não vejo pessoas com defeitos,
medos.
Só vejo meninas oferecendo a doçura total, todas competindo
no mercado, em contorções eróticas desesperadas porque não têm
mais o que mostrar. Nunca as mulheres foram tão nuas no Brasil;
já expuseram o corpo todo, mucosas, vagina, ânus.
O que falta? Órgãos internos? Que querem essas mulheres?
Querem acabar com nossos lares? Querem nos humilhar com sua
beleza inconquistável? Muitas têm boquinhas tímidas, algumas
sugerem um susto de virgens, outras fazem cara de zangadas, fe­
rozes gatas, mas todas nos olham dentro dos olhos como se disses-
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

sem: "Venham ... eu estou sempre pronta, sempre alegre, sempre


excitada, eu independo de carícias, de romance!...". Isso não é, de
fato, real. Isso é triste. Gera ansiedade, temor e medo em ambos
os sexos.
(Trecho do Texto: Os homens querem uma mulher que não existe, de Arnaldo Jabor)

TEXTO EXPOS ITIVO


A publicidade

A publicidade tem como definição: ato ou efeito de dar a co­


nhecer um produto ou um conjunto de produtos, incitando o seu
consumo. Aquele que compra para gasto próprio é chamado de
consumidor. Não há dúvida nenhuma de que a publicidade e o
consumidor estão sempre relacionados.
Todos os dias somos confrontados com o mais variado tipo de
publicidade, propostas apetecíveis de melhorar de forma fácil e
pouco dispendiosa o nosso dia a dia. Comprimidos de emagreci­
mento rápido, onde aparecem testemunhos de mulheres elegantís­
simas, que afirmam terem conseguido aquela forma atlética depois
de terem experimentado os "ditos" comprimidos. Parece tudo tão
simples, uma promessa para terminar com as inseguranças que nos
atormentam todos os dias a distância de um telefonema.
O problema aparece quando os resultados não são bem os
desejados e há uma nova desilusão, novas inseguranças, até que
aparece mais um milagre e acreditamos que desta vez resultará
mesmo.
(Fon te: http://www. notapositiva. com/pt/trbestbs!portugues/ 1 1publicidade.htm)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Você tem um detergente à flor da pele

A pele humana tem uma proteção natural contra o ataque de


micróbios. É uma proteína chamada beta-defensina 2, capaz de
matar bactérias como a Escherichia coli, causadora de diarreia.
Os pesquisadores, dermatologistas alemães da Universidade de
Kiel, descobriram mais ainda. Graças a esse antibiótico, quem so­
fre de psoríase, doença que causa escamação da pele, tem menos
infecções do que seria de se esperar. Eles acharam a substância
também nos pulmões e na traqueia dos pacientes. "A descoberta
abre a possibilidade de fabricarmos novos medicamentos' : avaliou
Gabriel Padilla, professor de microbiologia do Instituto de Ciên­
cias Biológicas da Universidade de São Paulo.

Faxina contra bactérias

O antibiótico natural corrói a pele delas. A substância chama­


da beta-defensina 2 age como um detergente. Ela faz buracos na
membrana do micróbio, que é feita de gordura. Com a membrana
furada feito uma peneira, a bactéria fica indefesa contra outras
moléculas do antibiótico, que a invadem e destroem.
(Revista Super Interessante/setembro 97 - n º 09)

TEXTO I NJ U NTIVO

Trecho do Manual de Instrução do Motorola

Inserindo o cartão de memória


1 Remova a tampa da bateria.
2 Levante o indicador plástico preto e deslize o cartão da memó­
ria no lugar.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

3 Retorne a tampa da bateria quando tiver concluído.


Nota: Na primeira vez em que você inserir um cartão de me­
mória no aparelho, verá as seguintes opções:
[Fazer nada] , [Ir para Repr. Áudio] , [Ir para a câmera] e [Ir
para Media Center] .
4 Selecione a opção de sua preferência e continue.

Removendo o cartão de memória


Aviso: Não remova o cartão de memória antes de selecionar a op­
ção Remover cartão em informações essenciais

Configurações.
Remover o cartão antes de selecionar a opção remover cartão
pode resultar na perda de dados.

1 Na tela inicial, pressione / > u > Cartão de memória > Remo­


ver cartão.
2 Assim que o aparelho confirmar que é seguro remover o cartão
SD, pressione - em Ok.
3 Remova a tampa da bateria.
4 Levante o indicador plástico preto e, com o seu dedo, deslize o
cartão de memória do lugar.
5 Feche a tampa do slot do cartão de memória.

(https://motorola-global-portal-pt.custhelp.com/)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

GÊN E ROS TEXTUAIS


CONTO

Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Por-


tuguês quando estourou a discussão.
- Esta história já começou com um erro - disse a Vírgula.
- Ora, por quê? - perguntou o Ponto de Interrogação.
- Deveriam me colocar antes da palavra "quando" - respondeu
a Vírgula.
- Concordo! - disse o Ponto de Exclamação. - O certo seria: "Os
sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Português,
quando estourou a discussão".
- Viram como eu sou importante? - disse a Vírgula.
- E eu também - comentou o Travessão. - Eu logo apareci para
o leitor saber que você estava falando.
- E nós? - protestaram as Aspas. - Somos tão importantes quan­
to vocês. Tanto que, para chamar a atenção, já nos puseram duas
vezes neste diálogo.
- O mesmo digo eu - comentou o Dois Pontos. - Apareço sem­
pre antes das Aspas e do Travessão.
- Estamos todos a serviço da boa escrita! - disse o Ponto de
Exclamação. - Nossa missão é dar clareza aos textos. Se não nos
colocarem corretamente, vira uma confusão como agora!
- Às vezes podemos alterar todo o sentido de uma frase - disse­
ram as Reticências. - Ou dar margem para outras interpretações...
- É verdade - disse o Ponto. - Uma pontuação errada muda
tudo.
- Se eu aparecer depois da frase "a guerra começou" - disse o
Ponto de Interrogação - é apenas uma pergunta, certo?
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

- Mas se eu aparecer no seu lugar - disse o Ponto de Exclama-


ção - é uma certeza: "A guerra começou!"
- Olha nós aí de novo - disseram as Aspas.
- Pois eu estou presente desde o comecinho - disse o Travessão.
- Tem hora em que, para evitar conflitos, não basta um Ponto,
nem uma Vírgula, é preciso os dois - disse o Ponto e Vírgula. - E
aí entro eu.
- O melhor mesmo é nos chamarem para trazer paz - disse a
Vírgula.
- Então, que nos usem direito! - disse o Ponto Final. E pôs fim
à discussão.
(Autor: João Anzanello Carrascoza)

C RÔ N I CA

Recado ao senhor 903

Vizinho,
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, conster­
nado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor
reclamava contra o barulho em meu apartamento.
Recebi depois sua própria visita pessoal - devia ser meia-noite
- e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou deso­
lado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do pré­
dio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a
Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso
noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e
músicas no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir quando
o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe
o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números em­
pilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito, a Leste pelo
1005, a Oeste pelo 100 1 , ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 - que é o senhor.
Todos esses números são comportados e silenciosos: apenas eu e
o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos
horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor
da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, de­
pois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de man­
so lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão; ao meu
número) será convidado a se retirar às 21:45, e explicarei: o 903
precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para
tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha
na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço
que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda
outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus
algarismos. Peço-lhe desculpas - e prometo silêncio.
Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro
mundo, em que um homem batesse à porta do outro e disses­
se: "Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa.
Aqui estou:' E o outro respondesse: "Entra, vizinho, e come de
meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e can­
tar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela:'
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os
amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a
Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o
dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.

(A u tor: Rubem Braga)


INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

N OTÍC I A
Escorpiões assustam Vila São José

Os moradores da Vila São José, no Ipiranga, estão assustados


com o grande número de escorpiões que têm sido encontrados na
região. Eles também se indignaram com a sugestão de um técnico
da Vigilância de Saúde da Subprefeitura do Ipiranga que aconse­
lhou a população a espalhar galinhas pelas ruas para resolver o
problema. Os moradores acreditam que a proliferação tenha co­
meçado em um terreno onde havia uma casa abandonada.
(Fonte: http://educacao. uol. com. br!disciplinas/portugues!redacao---noticia-a-estru­
tura-do-texto-jornalistico. htm)

A RTI G O D E O P I N I ÃO
O problema das drogas tem sido muito recorrente em diversas
partes do mundo, sobretudo com o surgimento de novas sustân­
cias entorpecentes, que concorrem para o aumento do número de
dependentes.
No Brasil, fica difícil pensar no problema das drogas e não pen­
sar na cidade de São Paulo, donde a Cracolândia se expande cada
vez mais.
O crack tem demostrado a forte dependência que causa nos
indivíduos e os problemas estruturais que geram, dentre eles a po­
breza, o desemprego e a proliferação de doenças.
Numa demonstração clara da negligência de um governo que
está mais preocupado em acabar com o problema do crack, e não
em oferecer melhoria na vida daqueles viciados, os viciados em
crack continuam vivendo em péssimas condições. Infelizmente,
são, ainda, tratados como bandidos.
Fonte: https://www. todamateria. com. br/a rtigo-de-opin iao/

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PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

E D ITO R IAL

Protestos no Brasil e a Crise Econômica

Desde o ano passado nos deparamos com as diversas manifes­


tações que se espalham pelas capitais e cidades do país. Todas elas
demostram a insatisfação dos brasileiros com a política, economia
e os problemas sociais no geral. O que mais ouvimos no café, no
supermercado, nas paragens de ônibus ou mesmo no trânsito são
frases do tipo: "Aonde vamos parar': "Isso é culpa do PT ", "Esta­
mos afundando" "O preço das coisas aumentam e nosso salário
nuncà:
Essa frases proferidas pelos mais diversos tipos de brasileiros
nos indicam que a insatisfação e a crise econômica cresce cada vez
mais no país e os que tem possibilidades (mínima parcela) estão
deixando o país para terem vidas melhores longe da nação verde
e amarelo. Mas será que essa é a solução? Vale ressaltar que mui­
tos dos que deixam o país tem conhecimentos superficiais sobre a
política e a economia e, na maioria das vezes, são os mais precon­
ceituosos com os nortistas e nordestinos.
Sabemos que a chave para a solução dos problemas instaurados
no país de ordem social, política e econômica tem somente uma
alternativa: o investimento em políticas públicas voltadas para o
desenvolvimento educativo no país, sobretudo da implementação
de disciplinas que abordem as questões sobre diversidade, plura­
lidade e gênero. Mas isso é somente a ponta do iceberg. Ou seja,
a solução não é deixar o país, mas lutar para a melhoria do nosso
Brasil, que se deparou com o iceberg e diferente do Titanic, quer
mudar o curso. A frase "salve-se quem puder" deve ser mudada
para "salvemos o nosso país todos juntos' :
Equipe Folhetim de Minas
(Fonte: https:/lwww. todamateria.eom. br/texto-editorial!)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVI A RITA

E N SA I O

A Origem da Lua

A Lua é o corpo celeste mais próximo da Terra e talvez, por


isso, o que mais tem suscitado teorias a respeito da sua origem. Os
cientistas já sugeriram três mecanismos diferentes para explicá-la:
formação independente próxima à Terra, formação por fissura da
Terra e a captação pelo campo gravitacional terrestre, após sua
formação em outro lugar. A mais aceita tem sido a terceira; já as
outras duas apresentam alguns pontos fracos.
Na teoria da formação independente, supõe-se que a Lua te­
nha-se originado da agregação de pequenas massas da nuvem de
gás interestelar que deu origem ao Sol, à Terra e a outros planetas.
A maior dificuldade nesta hipótese encontra-se na diferença de
densidade média entre a Terra e a Lua. Esta diferença, que geral­
mente é atribuída a uma diferença na composição, torna difícil
explicar por que objetos acumulados na mesma parte da nuvem
teriam proporções diferentes de ferro e de silicatos metálicos.
Em 1 898, G. H, Darwin, o astrônomo filho de Sir Charles Da­
rwin, concluiu que a Terra e a Lua podem ter formado originaria­
mente um corpo que girava em alta velocidade. Esta rotação po­
deria ter levado a uma fissura, que deu origem a um corpo grande
e a um ou a mais corpos menores, formando eventualmente a Lua.
No entanto, cálculos matemáticos levaram os astrônomos a aban­
donar essa teoria.
A terceira hipótese diz que os primeiros grandes corpos sólidos
formados no sistema solar tiveram aproximadamente o tamanho
da Lua. Estes corpos colidiram e se uniram, formando os planetas,
ou destroçaram-se, formando os asteróides. A Lua é considerada
um dos corpos que escapou à destruição. Mais tarde foi gravita­
cionalmente capturada pela Terra.
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Dos três diferentes mecanismos sugeridos para explicar a ori­


gem da Lua, o menos aceitável é o da fissura da Terra. Parece certo
que a Terra e a Lua foram formadas do mesmo modo, mas que
sempre foram corpos separados.
(Fonte: http://www. marioquintana. eom.br/conteudo/projetos/arquivos!projeto. leitu­
ra.2ano. l tri. intranet. ensaiocurto.pdf)

TI R I N HA

BREVE FÁBULA DA CULPA ALHEIA As


Olha lá . . . pessoas
Meu Deus• Acho morrendo
Te m alguém Ele está se S e e ninguém
se afoga ndo! afoga ndo! afogou faz nada !
sim. )
)

Fonte: https:/lwww. todamateria.eom.br/artigo-de-opiniao/

C HARG E

Fonte: https://www. todamateria. com. br/artigo-de-opiniao/


INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

FÁ B U LA

O Parto da Montanha

Há muitos e muitos anos uma montanha começou a fazer um


barulhão. As pessoas acharam que era porque ela ia ter um filho.
Veio gente de longe e de perto, e se formou uma grande multidão
querendo ver o que ia nascer da montanha.
Bobos e sabidos, todos tinham seus palpites. Os dias foram
passando, as semanas foram passando e no fim os meses foram
passando, e o barulho da montanha aumentava cada vez mais.
Os palpites das pessoas foram ficando cada vez mais malucos.
Alguns diziam que o mundo ia acabar.
Um belo dia o barulho ficou fortíssimo, a montanha tremeu
toda e depois rachou num rugido de arrepiar os cabelos. As pes­
soas nem respiravam de medo. De repente, do meio do pó e do
barulho, apareceu . . . um rato.
Moral: Nem sempre as promessas magníficas dão resultados
impressionantes.
Fábulas de Esopo (Fonte: http://www.refletirpararefletir. com.br!fabulas-pequenas)

A Galinha Ruiva

Era uma vez uma galinha ruiva, que morava com seus pinti­
nhos numa fazenda.
Um dia ela percebeu que o milho estava maduro, pronto para
ser colhido e virar um bom alimento.
A galinha ruiva teve a idéia de fazer um delicioso bolo de mi­
lho. Todos iam gostar!
Era muito trabalho: ela precisava de bastante milho para o
bolo.
Quem podia ajudar a colher a espiga de milho no pé?
Quem podia ajudar a debulhar todo aquele milho?
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Quem podia ajudar a moer o milho para fazer a farinha de


milho para o bolo?
Foi pensando nisso que a galinha ruiva encontrou seus ami­
gos:
- Quem pode me ajudar a colher o milho para fazer um deli-
cioso bolo? - Eu é que não, disse o gato. Estou com muito sono.
- Eu é que não, disse o cachorro. Estou muito ocupado.
- Eu é que não, disse o porco. Acabei de almoçar.
- Eu é que não, disse a vaca. Está na hora de brincar lá fora.
Todo mundo disse não.
Então, a galinha ruiva foi preparar tudo sozinha: colheu as
espigas, debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o bolo e
colocou no forno.
Quando o bolo ficou pronto ...
Aquele cheirinho bom de bolo foi fazendo os amigos se che­
garem. Todos ficaram com água na boca.
Então a galinha ruiva disse:
- Quem foi que me ajudou a colher o milho, preparar o milho,
para fazer o bolo?
Todos ficaram bem quietinhos. (Ninguém tinha ajudado.)
- Então quem vai comer o delicioso bolo de milho sou eu e
meus pintinhos, apenas. Vocês podem continuar a descansar
olhando.
E assim foi: a galinha e seus pintinhos aproveitaram a festa, e
nenhum dos preguiçosos foi convidado.
Fábulas de Esopo (Fon te: https://www.portalsaofrancisco. com. br!literatura-infan­
tilla-galinha-ruiva)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

I NTE RTEXTUALI DAD E


PARÁ F RAS E

Texto Original
"Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá:'

(Fon te: Canção do Exílio, Gonçalves Dias -3 ° Verso)

Parafraseando
"Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a "Canção do Exílio' :
Como era mesmo a "Canção do Exílio" ?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que palmeiras
onde canta o sabiá:'
(Fonte: "Europa, França e Bahia" - Carlos Drummond de Andrade)
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

PA RÓ D IA

Meus Oito Anos

Oh! que saudades que tenho


Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[ ... ]
Casimiro de Abreu

Meus Oito Anos

Oh que saudades que eu tenho


Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra!
Da rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais
[ .. . ]
Oswald de A ndrade
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

PAST I C H E

Texto Original
"Pois é. Tenho dito. Tudo aleivosia que abunda nesses cerca­
dos. Maisquenada. Foi assim mesmo, eu juro, Cumpadre Quem­
nheném não me deixa mentir e mesmo que deixasse, eu mentia.
Lorotas! Porralouca no juízo dos povos além das Gerais! Menina
Mágua Loura deu? Não deu.(...)"
(Gu imarães Rosa, "Grande Sertão: Veredas")

Pastiche
"Compadre Quemnheném é que sabia, sabença geral e nunca
conferida, por quem? Desculpe o arroto, mas tou de arofagia, que
o doutor não cuidou no devido. Mágua Loura era a virge mais
pulcra das Gerais. Como a Santa Mãe de Deus, Senhora dos Rosá­
rios, rogai por nós! (...)"
(Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 1 1/09/ 1 998)

C I TAÇÃO

( ...) Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-mo­


derno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os
vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de
consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar
à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré­
-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no
purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no
inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna,
irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo ham­
búrguer de uma cadeia transnacional de sanduíches saturados de
gordura ...
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das


lojas: "Estou apenas fazendo um passeio socrático:' Diante de seus
olhares espantados, explico: "Sócrates, filósofo grego, que mor­
reu no ano 399 antes de Cristo, também gostava de descansar
a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando
vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou
apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para
ser feliz:'
(Passeio Socrático: 1 1/Fev/ 201 0. Disponível em http://www.verdestrigos.org/siteno­
vo/site/cronica_ver.asp?id= l 601 .)

ALU SÃO
(...) O argumento é pífio. Que a questão ainda esteja em debate
em Portugal revela, para quem já teve interesse em conhecer os
argumentos, sua extrema pobreza. São restritos à defesa da tradi­
ção, em geral, mas escondem, de fato, a verdadeira queixa: que as
posições do Brasil (certamente discutíveis, como tudo) tenham
tido mais força que as da terrinha.
É interessante que o ministro Juca sonhe com um grande en­
contro sobre a língua portuguesà, no qual os protagonistas serão
os criadores e não os legisladores ou os acadêmicos. 'O fortaleci­
mento da língua tem nos criadores o epicentro: declarou ele ao
jornal Público': ainda segundo a Folha.
(Ai, meu Trema: Por: Sírio Possenti I Publicado em 24/07/201 5 I
Atualizado em 27/07/201 5
http://cienciahoje. uol. com. br!colunas/palavreado/ai-meu-trema)
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVIA RITA

E P ÍG RA F E

A Literatura Humaniza
Filosofia, arte e psicanálise podem apontar saídas contra demônios
pós-modernos, como depressão, que afetam a juventude
(José Furtado)

O novo secretário nacional do livro, Waly Salomão, pretende


desenvolver " uma paixão nacional pela leiturà: Notícia para lá de
boa, pois segundo a última pesquisa internacional sobre o tema, o
Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking dos países onde menos
se lê. Em entrevistas à imprensa, o secretário do livro tem falado
de seus projetos para a divulgação da leitura no Brasil. O propó­
sito é usar a leitura como libertação. A ideia é criar o hábito da
leitura entre os jovens, pois estamos nos tornando um país cuja
população só entende o que ouve e não entende o que lê. O que re­
vela que a presença intelectual da geração "audiovisual" resume-se
à audição. É quando o registro psíquico existe para compreender
apenas através do som das palavras, comprometendo a compre­
ensão da leitura. O jovem que não consegue ler hoje será o adulto
de amanhã, que, também alienado da escrita, se eternizará preso
em sua pobreza simbólica. Waly Salomão sonha com um povo
mais bem alimentado, letrado, gostando de livro mas sem estar
oprimido pela leitura: "Minha meta é transformar o livro numa
carta de alforrià:
A leitura pode se transformar em uma opção profissional, é
isso que os jovens precisam saber. O mundo dos livros é um lu­
gar de formação. Muitos que hoje ocupam lugar de destaque em
seus trabalhos só o conseguiram porque se formaram nos livros.
Quem lê aprende a falar, a escrever e a pensar. Será que a cultura
capitalista teme uma nação que lê? Juventude deve ser sinônimo
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

de idealismo, de utopias. Todos os grandes revolucionários da his­


tória eram ainda jovens quando resolveram fazer de sua causa a
razão de sua vida.
(LEMOS, Inez. Jornal Estado de Minas, caderno opinião- 2000 -
*Consultora em educação e psicanalista. e-mail: [email protected]. br.)

FU N ÇÕ ES D E LI N G UAGEM

P OÉT I CA

Poema de trás para frente e vice versa

Não te amo mais.


Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

(Atribuído: Clarisse Lispector)


INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVI A RITA

Reflexão do dia
Quase sempre virar a página é melhor que tentar reescrever
o texto das páginas anteriores. Há sempre marcas que deixarão
sombras sob o texto reescrito. Reescrever uma história me parece
menos sensato que escrever outra história. No entanto, o velho
texto nos prende. E, por outro lado, o novo texto nos intimida, nos
assusta. A folha em branco é um convite a infinitas possibilidades.
A folha em branco está vazia, à nossa espera, e cheia de possíveis
significados. Releio o texto das páginas anteriores. Tento de todas
as formas mudar o que está escrito. Ressignifico palavras. Altero
pontos e vírgulas. Apago o que posso. Rabisco partes da história
já escrita. E o que eu vejo é um texto que acabou. Ainda que eu
tentasse mudar tudo, reescrevê-lo... ele já está escrito. E, há certas
coisas na essência de cada palavra que não podem ser mudadas.
Faço margem, tento ilustrações, atenho-me desesperadamente
aos trechos menos doídos. Mas, percebo, em vão, que isso não dá
fim às outras partes. Concluo (sem querer concluir) que o texto
só é um texto exatamente por ser feito de partes, e que não posso
desconectar umas das outras. Estão intimamente ligadas. Há ne­
xos coesivos de todos os tipos: contrastes múltiplos, causalidades,
casualidades, evoluções, digressões. Releio mais uma vez a minha
história e sei que tenho uma escolha a fazer. A página em branco
está tão perto e, emocionalmente, sinto-me incapaz de violar sua
pureza. Fico em meio às palavras já escritas tentando outro desfe­
cho. Preciso de estímulo para o novo texto. Preciso compreender
que o tempo abranda as palavras e o peso do passado. Preciso vi­
rar a página e começar de novo.
(A utora: Flávia Rita Coutinho Sarmento, "Pode Sim")
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

M ETALI N G U ÍST I CA

Teus poemas, não os date nunca . . . Um poema


Não pertence ao Tempo . . . Em seu país estranho
Se existe hora, é sempre a hora extrema
Quando o anjo Azrael nos estende ao sedento
Lábio o cálice inextinguível. . .
Um poema é de sempre, Poeta:
O que tu fazes hoje é o mesmo poema.
(A utor: Mário Quintana)

FÁTI CA

COMO VAI
.IM HUH . . .
IE\.O DIA LÁ FORA.
NÃO, . . . � . . .

(Fonte: VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio m ultimídia. Disponível em: www.


bocc. ubi.pt.)

R E F E R E N C IA L

"A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela


que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no sentido
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFESSORA FLÁVI A RITA

da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um


texto curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e
o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do
diálogo). É esta organização que vai "reger" a veiculação da men­
sagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar
melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato
de fato:'
(Fonte: VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia.
Disponível em: www.bocc.ubi.pt.)

E M OTIVA

Reflexão do dia
Todas as coisas têm, inevitavelmente, início, meio e fim. Até a
vida, complexa e cheia de incertezas, tem inexoravelmente essas
três etapas. Somos resistentes ao fim. Tentamos adiá-lo, ignorá­
-lo, ressignificá-lo. Mas, o fim, embora possa causar dor, angús­
tia, dúvida, não é de todo ruim. Se acabou, se chegou a hora de
se despedir, se não há mais nada a ser acrescido na história, res­
ta-nos aceitar e criar condições para um novo início. Se perdeu
o emprego, se seu grande amor chegou ao fim, se alguém muito
querido partiu, sofra. Chore. Lamente. Reclame. Grite. Mas aceite.
E, depois de aceitar, abra a janela... Respire fundo. Recolha os ca­
cos e se refaça. Comece de novo. Sorria para a vida, porque você
merece ser feliz. Seu ente querido (que partiu) deseja isso com
todo o seu amor. Seu ex-emprego não merece tanta atenção, tanto
sofrimento... busque outro e, se não achar, faça brigadeiro para
vender em algum lugar (adoce a sua vida e a dos que se relacio­
nam com você)! E aquele grande amor que não resistiu ao tempo,
que enfraqueceu, que arrefeceu ... Mostre a ele o que você tem de
PROFESSORA FLÁVIA RITA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

melhor: resiliência. Você é capaz de entender o fim. Você, a partir


de hoje, promete se amar, ser fiel a você e a seus projetos, promete
se respeitar na alegria e na tristeza, porque você é muito especial
para Deus e não precisa se desesperar em função do fim de um
relacionamento. Alguém muito mais interessante ( talvez mais
bonito e rs quem sabe concursado e tatuado) espera uma opor­
tunidade há anos. Então, aceite o fim para dar chance a um novo
começo. Acabou e ponto.
(Au tora: Flávia Rita Coutinho Sarmento, "Pode Sim")

CO N AT I VA

QU R COM IGO?

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(onte: VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio m ultimídia. Disponível em: www.


F

bocc. ubi.pt.)
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GLOSSÁ R I O

Neste espaço, registre o significado de palavras desconhecidas.


Revisite o seu glossário quinzenalmente para ampliar seu vocabu­
lário. Isso o ajudará a ler melhor.

Pa lavra Sinônimos Sentidos


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Palavra Sinônimos Sentidos


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