Neonatologia: Jornal Medvetscience Fcaa
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NEONATOLOGIA
Sumário
INTRODUÇÃO
A ciência e estudo responsável pelo recém-nascido é conhecida como
neonatologia, e o período considerado é diferente para cada espécie. O processo do
nascimento é um momento de muitas mudanças para o neonato, que passa por uma
transição dramática, por mudanças fisiológicas, devendo enfrentar todo o estresse
que o parto oferece e se adaptar as novas condições do ambiente extrauterino, onde
precisar assumir o controle de sua respiração e excreção, passa a precisar buscar
alimento, entre outras coisas (LEONEL et al., 2009).
As condições envolvidas antes, durante e no pós-parto estão diretamente
relacionadas ao sucesso da criação e desenvolvimento de qualquer neonato,
envolvendo estudos quanto à fisiologia do animal, ambiência, nutrição e aspectos
sanitários, e para cada espécie e local de nascimento, os cuidados podem ser
diferentes. Para cães e gatos, que nascem mais imaturos do que neonatos de outras
espécies domésticas, esse momento se estende até a sexta semana de vida,
enquanto que para outras espécies esse período pode ser mais curto (THURMON;
TRANQUILLI; BENSON, 1996).
REVISÃO DE LITERATURA
O período neonatal (até 28 dias de vida) é considerado o mais crítico para a
sobrevivência do animal. Ficando exposto à vida extrauterina, precisará se adaptar a
várias mudanças fisiológicas, como a regulação da própria temperatura corporal
(FEITOSA et al., 2018).
Nos quatro primeiros meses de vida dos bezerros é frequente a incidência por
septicemia, diarreia, pneumonia e tristeza parasitária, os principais responsáveis pela
alta mortalidade e morbidade dessa fase. Estima-se que do total de perdas que
ocorrem para esta espécie até um ano de idade, 75% ocorre durante o período
neonatal (COELHO, 2009).
Como visto, os neonatos são particularmente vulneráveis a doenças e
mortalidade, especialmente durante a primeira semana de vida. A taxa de mortalidade
ovina neonatal é superior a 15% e representa um desafio para a produção de
pequenos ruminantes (DWYER; MORGAN, 2006 apud VANNUCCHI et al., 2012).
Boas práticas para o manejo nutricional, reprodutivo e sanitário,
melhoramento genético e das instalações e o monitoramento de todos esses fatores,
pode contribuir para minimizar os problemas mais comuns que prejudicam a saúde e
desenvolvimento de neonatos (COELHO, 2009).
Dentre as práticas de manejo que mais contribuem para sobrevivência e
saúde das crias após nascimento até o desmame, o corte, cura e tratamento profilático
do umbigo, com uma correta desinfecção e cicatrização do mesmo, é uma das mais
importantes (SIMPLICIO, 2004).
Os cuidados com o neonato devem ser iniciados com suas mães, antes da
parição. Essas fêmeas precisam ter acesso a um ambiente sem estresse, vacinadas,
nesta fase, porque pode fornecer um excedente de colostro de alta qualidade, que
mesmo sendo congelado, mantém sua composição nutricional, não se observando
alterações de pH, acidez, lactose, caseína e gordura.
O tempo entre o nascimento e a administração do colostro por via natural ou
manual é o que vai determinar se o recém-nascido irá ou não adquirir imunidade
passiva da mãe, pois com o passar das horas, os enterócitos do organismo do animal
vão perdendo a capacidade de absorver as imunoglobulinas (GODDEN, 2008).
O clima também é um fator chave quanto ao período que será necessário
maior atenção e acompanhamento dos neonatos. Em cordeiros nascidos em clima
tropical, onde há maior incidência de parasitas e outros microrganismos patogênicos,
esse monitoramento deve acontecer durante todo o período neonatal, tempo este
muito menor para regiões temperadas, onde os primeiros três dias de vida são os mais
importantes (NÓBREGA JÚNIOR et al., 2005).
Para aumentar a temperatura corporal, a atividade metabólica do recém-
nascido aumenta cerca de três a quatro vezes em relação à do período logo após o
nascimento. Outro mecanismo utilizado pelo animal para a regulação da temperatura
corporal é a ativação de estruturas termogênicas, tais como o tremor e o metabolismo
da gordura marrom (COELHO, 2005), a qual é oxidada e tem sua energia liberada na
forma de calor (PRESTES; LANDIM-ALVARENGA, 2006).
Para bezerros, a temperatura crítica inferior é de 13,4ºC, e nas regiões
sudeste e sul do Brasil, onde podem ocorrer temperaturas, mesmo durante o dia,
inferior a esse limite durante o inverno, época também marcada pela seca em muitos
locais, fazendo com que a pastagem nesse período esteja bem baixa, isso pode
prejudicar a regulação de recém-nascidos nesse período, já que a pastagem alta
serviria como uma barreira natural ao vento e ajudaria o neonato a se proteger do frio
(COELHO, 2009).
Se o aumento do metabolismo não for suficiente para manter a temperatura
do recém-nascido, ocorre a hipotermia (PRESTES; LANDIM-ALVARENGA, 2006).
Bezerros nascidos em dias frios exigem ainda mais atenção por apresentarem maior
dificuldade de adaptação e de regulação da temperatura corpórea (RIBEIRO et al.,
2006).
Pode-se evitar a hipotermia fornecendo condições para que os neonatos
sequem rapidamente, diminuindo a perda de calor, uma vez que os bezerros nascem
com a superfície corpórea molhada e possuem termogênese pobre, devido à pouca
CONSIDERAÇÕES FINAIS
São vários os desafios postos aos médicos veterinários quanto ao manejo de
animais neonatos. Estes recém-nascidos exigem cuidados importantes nas primeiras
24 horas de vida, cuidados esses que incluem, manobras durante o parto e
imediatamente após o nascimento, estímulo da respiração espontânea e técnicas de
manejo para o auxílio da termorregulação com vistas a adaptar os bezerros ao
ambiente extrauterino.
Além disso, o fornecimento imediato de colostro de boa qualidade evita que o
animal absorva quantidade insuficiente de imunoglobulinas, impedindo a ocorrência
de falha de transferência de imunidade passiva.
Um acompanhamento minucioso e constantes estudos em prol de melhorias
no atendimento e tratamento de animais nesse período de vida é o que vai determinar
e possibilitar um contínuo avanço no entendimento de processos envolvidos na
neonatologia.
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INTRODUÇÃO
O período neonatal para a espécie canina corresponde ao intervalo de tempo
entre o nascimento e o décimo quarto dia de vida. Atribuindo a esta fase adaptações
ao desenvolvimento de funções vitais não efetuadas durante a vida intrauterina, como
a respiração pulmonar. (SILVIA et al., 2008). Período ao qual é observada uma taxa
de mortalidade elevada, sendo o parto juntamente dos dias seguidos a fase mais
crítica para o neonato (VANNUCCHI et al., 2012).
Estima-se que a mortalidade neonatal nas primeiras semanas de vida seja de
30%. Em casos de cesariana, eletiva ou emergencial. Na espécie canina, constataram
perda neonatal de 6 a 11% durante a primeira semana de vida. A morte pode ocorrer
no útero, durante a expulsão, após nascimento, nas primeiras semanas de vida ou
após o desmame. No entanto, a taxa de mortalidade é maior durante o parto,
imediatamente depois do nascimento e nos primeiros dias de vida (SILVIA et al.,
2008).
A avaliação objetiva diminuir a taxa de mortalidade, analisando a saúde do
neonato após a desobstrução das vias aéreas superiores, identificando aqueles que
necessitam de intervenção médica, aumentando dessa forma a sobrevivência dos
filhotes caninos.
REVISÃO DE LITERATURA
As principais características que tornam os neonatos mais vulneráveis às
enfermidades e ao óbito estão relacionadas à termorregulação deficiente, risco de
Jornal MedVet Science FCAA, vol. 1, n.1, 2019.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A capacidade de identificar rapidamente, de forma eficiente e fácil os recém-
nascidos de risco auxiliou avanços para a neonatologia canina com redução na
mortalidade de recém-nascidos.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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INTRODUÇÃO
O período neonatal começa no momento do nascimento e termina com a
abertura das pálpebras (ANGULO, 2008), independente desse fato ter ocorrido aos
14 ou aos 28 dias de vida. Esse período era chamado de vegetativo porque
exteriormente o essencial da vida dos filhotes parece estar dominado pelo sono e
algumas atividades reflexas, reagindo apenas a estímulos táteis e rastejando em
direção às fontes de calor (BELARMINO, 2008).
A respeito das inúmeras particularidades da fisiologia dos filhotes, em
neonatologia clínica, a terapia com drogas pode ser resumida em três grandes áreas
que compreendem: terapia de suporte e cuidados intensivos, incluindo
oxigenioterapia, termorregulação, nutrição, balanço hidroeletrolítico e ácido-básico;
terapia antiparasitária envolvendo o controle de parasitas externos, como pulgas e
carrapatos, e internos como as espécies de Ancylostoma e Toxocara; e combate às
infecções bacterianas especialmente a septicemia neonatal, condição patológica de
grande importância em pediatria humana e veterinária, com tratamento baseado na
antibioticoterapia (CRESPILHO, 2007).
O neonato apresenta “clearence” reduzido para muitas drogas em comparação
aos indivíduos adultos e infantis, diferenças que ocorrem basicamente em virtude da
maior concentração de água corpórea total, menor concentração plasmática de
REVISÃO DE LITERATURA
Neonatologia é um termo definido como a ciência responsável pelo estudo
referente aos recém-nascidos (FREITAS; SILVA, 2008). O termo neonato estende-se
do nascimento até a segunda semana de vida no cão e até o momento da abertura
dos olhos para os gatos (GARCIA, 2005).
As pediatrias canina e felina levam em conta a avaliação do animal desde o
nascimento até a puberdade, considerando os parâmetros de maturidade fisiológica e
comportamental de cada espécie. Segundo Barreto (2003), cerca de 30% dos recém-
nascidos vem a óbito na primeira semana de vida.
A fase de desenvolvimento dos filhotes, desde o nascimento, até a idade adulta
requer cuidados especiais e diferenciados, pois a evolução neurológica e
comportamental nesta faixa etária é peculiar (BARRETO 2003).
Fisiologia Neonatal
Nas fases do desenvolvimento, diferenças significativas na regulação do aporte
de glicose aos tecidos, na termorregulação e maturação dos sistemas neurológico,
cardiopulmonar e imunológico têm sido bem documentadas para filhotes (PLUMB,
2004), considerando-se, durante as primeiras seis a 12 semanas de vida, a
imaturidade de muitos sistemas orgânicos (GARCIA, 2005).
As diferenças orgânicas tornam-se importantes quando considerada a terapia
com fármacos, sendo que, as principais diferenças entre filhotes e cães e gatos
adultos encontram-se nos processos de absorção, distribuição, metabolização e
excreção de medicamentos (MARTÍ, 2005).
Absorção de Drogas
A absorção de medicamentos pode diferir em neonatos quando administrados
oralmente ou por via parenteral (PLUMB, 2004). Após a administração oral, a maioria
das drogas é absorvida no intestino delgado. Mesmo em animais muito jovens,
observa-se uma ampla área de superfície intestinal, sendo provável que o grau de
absorção de fármacos não difira clinicamente entre neonatos e adultos (BELARMINO,
2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado nas peculiaridades fisiológicas dos neonatos e considerando a
imaturidade dos sistemas e ineficácia dos mecanismos de defesa, cabe ao Médico
Veterinário instituir condutas clínicas racionais, minimizando os possíveis efeitos
colaterais e reações de intoxicações proporcionadas por alguns medicamentos.
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INTRODUÇÃO
Um neonato saudável deve ser capaz de assumir e manter o decúbito esternal,
e apresentar o reflexo de sucção poucos minutos após o nascimento. Deve ficar em
estação em até 60 minutos e mamar em torno de duas horas. A ingestão do colostro
nas primeiras horas de vida é importante para a aquisição de imunoglobulinas e
estimula a motilidade gastrointestinal, facilitando a eliminação do mecônio em torno
de quatro horas após o nascimento para equinos (MARTINS, 2012).
Porém, quando não há atenção e cuidados, mais da metade das mortes dos
neonatos ocorre no primeiro ou no segundo dia de vida. Essas mortes são geralmente
causadas por distúrbios não infecciosos, como hipotermia, hipoglicemia e
anormalidades relacionadas à distocia, com alta incidência de mortalidade do recém-
nascido (PRESTES, 2006).
Sendo assim, entender o comportamento do neonato é essencial para o
reconhecimento de alterações comportamentais, que normalmente associam-se a
alterações sistêmicas após seu nascimento. Quando estas alterações não são
identificadas rapidamente, podem levar a alguns prejuízos financeiros (BARR, 2007).
REVISÃO DE LITERATURA
Nessa fase, que chamamos de Neonatal ou Período Adaptativo (BUSCHMANN
et al., 1993), os mecanismos termorreguladores, cardiovasculares, respiratórios e
metabólicos estão se complementando, por isso é uma fase crítica em que se devem
ter maiores cuidados (BOVINO et al., 2014).
Os recém-nascidos estão em condições metabolicamente instáveis, o que torna
esses indivíduos particularmente sensíveis às doenças perinatais, resultando em alta
mortalidade (PICCIONE et al., 2010).
Doenças da mortalidade neonatal são uma das principais causas de perda
econômica na produção pecuária (PICCIONE et al., 2010). Raça, sexo e tamanho da
ninhada influenciam o peso ao nascer, que é um fator importante para o crescimento
de recém-nascidos saudáveis e viáveis (BUSCHMANN et al., 1993).
Cuidados como, protocolo correto de vacinação nas matrizes durante a
gestação, aporte nutricional adequado, bem – estar durante a gestação e no parto,
manejo sanitário higiênico nessas mesmas épocas e administração de colostro no
tempo correto (RECK, 2009), evitam possíveis problemas para o neonato, visando
não somente a redução nos custos e a dedicação que se deve ter com o recém –
nascido doente, mas também por conta do seu sistema enzimático microssomal não
estar totalmente desenvolvido para a correta excreção de fármacos (BOVINO et al.,
2014), e vale ressaltar que tanto o processo de biotransformação sofrido no fígado
quanto à quantidade de albumina, que é a proteína plasmática responsável pela
condução das moléculas de fármacos até os sítios de ligação, também não estão
completamente desenvolvidos (BOVINO, 2019).
Sistema Enzimático Microssomal
O sistema microssomal hepático citocromo P- 450, compreendendo famílias e
subfamílias de isoenzimas, atuam no metabolismo de um grande número de
substratos endógenos e exógenos e desempenha um papel central na
biotransformação dos fármacos e na ativação metabólica de compostos
carcinogênicos. Muitos fármacos têm a capacidade de aumentar a atividade
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todos os animais neonatos têm capacidade de metabolização e excreção de
moléculas de fármacos falhas, em decorrência do não desenvolvimento total do
sistema microssomal e não microssomal, responsável pela metabolização e excreção
das moléculas de fármaco. Entre as categorias de produção, como bovinos, suínos e
aves, é difícil utilizar intervenção medicamentosa alopática nesta fase, já que os
produtores focam em dar uma boa assistência as matrizes para diminuir riscos aos
neonatos. Algumas patologias aparecem quando o animal já passou da fase neonatal,
então os tratamentos com antibióticos e outros tipos de fármacos, não se tornam tão
perigosos, como nos primeiros dias de vida. Na maioria dos fármacos já vem
especificado que se deve usar ou não em recém-nascidos, entretanto é de suma
importância que o Médico Veterinário saiba e compreenda a farmacocinética do
medicamento e a fisiologia do animal que será submetido ao tratamento, para evitar
maiores riscos.
Jornal MedVet Science FCAA, vol. 1, n.1, 2019.
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INTRODUÇÃO
Durante as primeiras semanas de vida do recém-nascido são necessárias
muitas adaptações ao meio externo e o desenvolvimento de funções vitais, como a
respiração pulmonar. O sucesso dessa adaptação depende da maturação
morfológica, fisiológica e bioquímica do tecido pulmonar (REGAZZI, 2011). Estudos
realizados em roedores, ovinos, primatas e nos seres humanos sugerem que os
glicocorticóides atuam na regulação do desenvolvimento pulmonar e nessa fase de
transição (BOLT et al., 2001).
Em 1972 foi iniciada a utilização de corticoides durante o período pré-natal
com a finalidade de induzir a maturação pulmonar fetal, este estudo evidenciou
redução na incidência da “Síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido
(SDR)’’ em neonatos prematuros (PELTONIEMI et al., 2007). São descritos
resultados positivos em casos de risco de parto prematuro (BOLT et al., 2001).
Levando-se em consideração que são escassos os estudos a cerca desse
tema em medicina veterinária, sendo a terapia frequentemente fundamentada em
protocolos humanos, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão
bibliográfica sobre a utilização da corticoterapia pré-natal para redução de disfunções
respiratórias e promoção da maturidade pulmonar em animais neonatos.
REVISÃO DE LITERATURA
Distúrbios do sistema respiratório
O desenvolvimento do sistema respiratório fetal é um fenômeno complexo e
pode ser dividido em período embrionário, fetal e pós-natal (BOLT et al., 2001). A
sua maturação envolve a produção de surfactante pulmonar, assim como a diminuição
da espessura da barreira capilar alveolar, diminuição na permeabilidade alveolar
epitelial e a maturação da parede torácica (VAALA; HOUSE, 2006). Em neonatos
com hipóxia, os animais se apresentam letárgicos e com dispneia, as mucosas
cianóticas e/ou pálidas (BENESI, 1993).
Entre as múltiplas complicações da prematuridade, a SDR, relacionada à
imaturidade estrutural e insuficiente produção de surfactante, constitui a afecção de
maior gravidade em medicina (HERMANSEN; LORAH, 2007). A deficiência na
produção dessa substância promove elevação da tensão superficial, levando a
instabilidade e áreas de atelectasia. Conforme evolui, observa-se diminuição da
complacência pulmonar e da relação ventilação/perfusão (PARANKA, 1999).
Na medicina veterinária os distúrbios respiratórios são frequentes, conduzem a
taxas elevadas de mortalidades neonatal, inclusive a SDR. Em cães não há relatos
dessa afecção no período neonatal, sendo relatada em idades de quatro a dez meses,
apresentando taquipneia, ruído respiratório, dispneia, cianose, letargia, anorexia e
vômitos (JARVINEN et al., 1995). Em potros, os principais sinais clínicos são
taquipneia, hipoxemia, hipercapnia e acidose respiratória (LAMB; O’CALLAGHAN;
PARADIS, 1990), nos bezerros dispneia expiratória e retração dos últimos pares de
costelas (EIGENMANN et al., 1984).
Corticoterapia pré-natal
Nos dias que antecedem o parto um aumento fisiológico nas concentrações
plasmáticas de corticosteroides endógenos induz o processo final de maturação
pulmonar, em nascimentos prematuros isso reflete em um desenvolvimento
insatisfatório (BONANNO; WAPNER, 2009). As ações dos glicocorticóides são:
realizar maturação estrutural pulmonar, estimular a produção de fosfolipídios e a
expressão de proteínas associadas ao surfactante, diminuir a permeabilidade
microvascular (AGRONS et al., 2005; VAALA; HOUSE, 2006).
Em ovelhas o sistema surfactante pulmonar está funcional ao redor dos 125°
dias de gestação e em bovinos somente após 90% do período gestacional o feto
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A corticoterapia pré-natal em humanos é rotineiramente utilizada para a
indução da maturação pulmonar e prevenção da SDR. Entretanto, nos animais são
escassas as pesquisas relacionadas a essa conduta, mas fundamentais para sua
utilização por alcançarem resultados benéficos. Dessa forma, faz-se necessário uma
maior abordagem e estudos a respeito do tema, esclarecendo os efeitos positivos,
reações adversas e a elaboração de protocolos de tratamento para cada espécie.
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INTRODUÇÃO
Animais neonatos têm diferenças funcionais nos sistemas respiratório,
cardiovascular, hepatorrenal, metabólico e termorregulador entre suas diferentes
idades sendo eles filhotes e adultos de raças e espécies. Comparados aos jovens e
adultos, pacientes neonatais e pediátricos têm uma reserva orgânica limitada, menor
habilidade em responder a desafios ou alterações fisiológicas e sensibilidade
aumentada a drogas anestésicas, que se manifestam por efeitos exagerados ou
prolongados após a administração de doses que são adequadas para adultos. Isso
resulta em risco aumentado de complicações perianestésicas nestes pacientes,
exigindo dosagem meticulosa das drogas e atenção e monitoração (PETTIFER;
GRUBB, 2007).
Pacientes jovens requerem menor tempo de jejum, em decorrência do seu
tempo de esvaziamento gástrico menor, além do mais, pacientes entre seis e 16
semanas de idade não devem ser submetidos a jejum por tempo superior a quatro
REVISÃO DE LITERATURA
Os animais neonatos apresentam a sua atividade microssomal a nível hepático
reduzida, o que diminui a sua capacidade metabólica. Além disso, a sua filtração
glomerular e secreção tubular apresentam decréscimos de 30–40% e 20–30%,
respectivamente, em comparação com o adulto. Isto faz com que não seja
aconselhável a administração de tranquilizantes, barbitúricos ou outros anestésicos
metabolizados no fígado e excretados pela urina, a animais de idade inferior a 3
meses. Em animais muito jovens há que ter em conta a sua sensibilidade a estados
hipoglicémicos, razão pela qual não se deve prolongar o jejum por mais de uma a
duas horas (THURMON; GRIMM, 2007).
Períodos prolongados de jejum podem desencadear hipoglicemia, estresse,
desidratação, acidose metabólica, fome, sede e desconforto ao paciente. Um animal
com dor e estresse passando por determinadas condições mentais estando inquieto
ou ansiosos podem atrasar o esvaziamento gástrico aumentando assim o risco de
regurgitação (LUNA et al., 2002).
Pacientes jovens requerem menor tempo de jejum, em decorrência do seu
tempo de esvaziamento gástrico menor, além do mais, pacientes entre 6 e 16
semanas de idade não devem ser submetidos a jejum por tempo superior a 4 horas,
devido ao grande risco de hipoglicemia pré-operatória (BERDNARSKI et al.,2011).
Para Ambroiso et al. (2002), alguns fármacos pré-anestésicos e anestésicos
utilizados isoladamente ou em associação, podem afetar a motilidade gastrintestinal,
a secreção, o pH e o tônus gastresofágico. A acepromazina, xilazina e a medetomidina
diminuem a pressão do esfíncter gastresofágico em cães, retardando, desse modo, o
tempo de trânsito gastrintestinal e, provavelmente, aumentando o refluxo gástrico.
De acordo com Muir e Hubbell (2012), animais muito jovens, ou aqueles que
tenham alguma debilidade sistêmica, pois podem se tornar hipoglicêmicos em poucas
horas de jejum. E animais anestesiados não se percebem tais sinais de hipoglicemia,
a não ser que essa diminuição seja detectada pela determinação da concentração
sanguínea. Por isso é importante se detectar a hipoglicemia durante o período pré-
operatório (PASCOE, 2000).
Segundo Massone (2003), deve-se considerar o tempo de jejum, pois na
restrição alimentar de 12 a 24 horas previamente ao ato anestésico, há riscos de
hipoglicemia. É sabido que animais em jejum, mas sem restrição de água, também
correm o risco de fazer broncoaspiração, com menor conteúdo gástrico, o que é
frequente quando, por esquecimento, a água não é subtraída.
O risco de hipotermia durante a cirurgia pode ser reduzido com a utilização de
tapetes de água aquecidos ou com o sistema de aquecimento da mesa cirúrgica, o
que não exclui a necessidade de providenciar ao animal um ambiente aquecido
durante a recuperação anestésica (CORTIJO; SEGURA, 2001).
A resposta metabólica ao trauma cirúrgico é potencializada pelo prolongado
jejum pré-operatório e após algumas horas de jejum, ocorre diminuição nos níveis de
insulina e, em contrapartida, aumento nos níveis de glucagon, determinando uma
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Temos como importância que o jejum pré-anestésico adequando é aquele que
implica diretamente na diminuição de complicações relacionadas aos animais que
passou pelo jejum adequado, deve-se levar sempre em consideração, a possibilidade
de se realizar o jejum em um período adequado para prevenir complicações durante
o ato cirúrgico, e sem o risco de hipoglicemia para trazer benefícios ao paciente e
tranquilidade e estabilidade ao médico anestesista, especialmente nas situações que
requeiram intervenção de urgência ou emergências. O período varia com tipo e
volume alimentar que é variável entre pacientes diferentes espécies e condições.
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INTRODUÇÃO
De acordo com Fossum (2014), a hérnia diafragmática (HD) ocorre quando a
continuidade do diafragma é rompida e de forma que órgãos abdominais podem
migrar para o interior da cavidade torácica e com sua a conduta anestésica em animais
jovens devemos incluir observação de vias aéreas, ventilação, temperatura corporal e
glicemia e devem ser abordados com extrema cautela, até que tenham sido intubados
e a ventilação possa ser assistida e pelo fato de o animal já estar com a ventilação
comprometida, indica-se fármacos com efeitos depressores respiratórios mínimos.
Os seus sinais clínicos incluem: angústia respiratória, cianose e choque,
embora também possa ser assintomática e além dos sinais clínicos e exame
radiográfico, para se diagnosticar uma hérnia diafragmática podem ser requeridos
exame radiográfico contrastado e ultrassonografia (HARTMANN et al., 2011).
De acordo com estudo, os fármacos utilizados na anestesia de neonatos podem
diferir de animais adultos, visto que, há muitas diferenças fisiológicas quando
REVISÃO DE LITERATURA
Segundo Domeneghetti, Marchioni e Carvalho (2015), o comparativo de melhor
protocolo anestésico para uma cirurgia em animais filhotes é que os opióides, como
meperidina e morfina, são indicados em procedimentos cirúrgicos dolorosos, pois
apesar de promoverem efeitos depressores nos sistemas cardiorrespiratórios,
promovem boa analgesia, outra vantagem é que possui um antagonista, no caso, a
naloxona. Para a indução anestésica o propofol é uma ótima opção, pois apesar dos
efeitos depressores, os animais jovens são capazes de biotransformar, fazendo com
que tenham rápida recuperação. Os agentes inalatórios promovem a manutenção
anestésica durante o procedimento cirúrgico, o isofluorano apresenta baixo teor de
coeficiente de partição sangue-gás, sua indução e recuperação é rápida, além de sua
menor biotransformação, fazendo com que seja um fármaco de escolha apesar de
também promover efeitos depressores do sistema cardiorrespiratório.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que para obter sucesso no manejo anestésico do paciente neonato
devemos trabalhar em função dos cuidados pré-operatórios, do monitoramento
perianestésico criterioso e do adequado suporte analgésico empregado e para que
todas as realizações que envolvem os pacientes neonatos, e seja realizada com muita
cautela e sucesso para garantir o melhor ao animal e seu proprietário.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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INTRODUÇÃO
As más formações cardíacas congênitas correspondem a menos de 10% das
doenças cardíacas em cães e gatos, apresentando-se como a forma mais comum de
patologia cardíaca em cães com idade inferior a um ano. Durante o desenvolvimento
embrionário, essas alterações morfológicas e funcionais no coração e nos grandes
vasos adjacentes podem ter caráter hereditário ou espontâneo, e levarem a uma
inadequada perfusão dos tecidos e a uma dificuldade na manutenção de pressões
arterial e venosa normal (OYAMA et al., 2010).
As anomalias dos anéis vasculares são provocadas por defeitos na
embriogênese dos arcos aórticos. A presença destas más formações ocasiona a
compressão extraluminal esofágica ao nível da base cardíaca (FERRIGNO et al.,
2001).
A persistência do arco aórtico direito é a anomalia do anel vascular mais
encontrada em cães, diagnosticada em 95% dos casos, ocorrendo quando o quarto
arco aórtico direito persiste ao invés do quarto arco aórtico esquerdo, o qual formaria
a artéria aorta. Apesar dessas más formações serem raras e frequentemente
ocorrerem de forma isolada, elas também podem ocorrer de forma associada
(SCHROPE, 2015).
REVISÃO DE LITERATURA
A persistência do quarto arco aórtico direito (PAAD) é uma patologia de caráter
congênito, e tendo sua maior incidência em filhotes de raças de grande porte. Dogue
alemão, Setter irlandês e o Pastor alemão são as raças com mais predisposições a
patologia (PINTO et al., 2009). As espécies que podem ser acometidas pelo PAAD
são tanto a canina quanto a felina, mas a canina se sobressai à felina (JONES et al.,
2000).
Além dessa anomalia vascular, o duplo arco aórtico, a artéria subclávia
esquerda ou direita aberrantes e a persistência do ducto arterioso são patologias
encontradas nos grandes vasos cardíacos. O quarto arco aórtico direito cresce e se
torna a aorta desenvolvida, nesse evento, o quarto arco esquerdo forma a porção
proximal da artéria subclávia esquerda, fazendo com que o ducto arterioso esquerdo
se degenere e o ducto arterioso direito permaneça e forme o ligamento arterioso, o
qual comprime o segmento esofágico (MENEZES; BRUSCKI, 2016).
Os sinais clínicos mais observados nos animais com PAAD são: regurgitação
após a ingestão de alimento sólido, aumento de volume na região cervical ventral, má
condição corporal, retardo no crescimento, apatia, e dificuldades respiratórias devido
a compressão da traqueia levando as alterações como cianose, sialorreia e disfagia
(ASSUMÇÃO et al., 2016). Os animais tendem a procurar mais vezes o alimento para
saciar a fome, e este apetite depravado leva ao quadro de regurgitação e esofagite
(MENEZES, 2007). Em alguns casos, o animal pode desenvolver o quadro de
pneumonia devido á aspiração do alimento regurgitado (SEULA, 2017).
O diagnóstico presuntivo consiste na avaliação clínica, e o diagnóstico definitivo
de PAAD é baseado em radiografias simples e contrastadas da região torácica em
projeções laterolateral e ventrodorsal. A radiografia contrastada é a mais utilizada
devido à facilidade na visualização do contraste sulfato de bário, o qual permanece na
base cardíaca, permitindo com isso, a observação do megaesôfago (SILVA et al.,
2012). Cerca de 80% dos casos de anormalidades do anel vascular é diagnosticado
em cães como PAAD (SANTALUCIA et al., 2013). E segundo Lourenço (2016), a
PAAD representa 95% dos casos de anomalias vasculares encontradas em cães e
gatos. Um dos diagnósticos diferenciais é o ducto arterioso persistente e a estenose
pulmonar. Outros exames complementares que podem fechar o diagnóstico são a
angiografia, o ecocardiograma e a tomografia computadorizada (LOURENÇO, 2016).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A persistência do arco aórtico direito é uma anomalia comum em cães e gatos
filhotes. Quando diagnosticado precocemente deve ser realizado o tratamento
cirúrgico, evitando assim, complicações graves, principalmente do esôfago, além de
pneumonia por aspiração, que quando não tratado pode levar a morte.
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INTRODUÇÃO
A atresia anal é um defeito congênito frequentemente diagnosticado nos
animais domésticos. Sua ocorrência está relacionada à falha na perfuração da
membrana que separa o endoderma do intestino posterior da membrana anal
ectodérmica (PEREIRA, 2014). O motivo de não existir a perfuração do ânus pode
estar relacionado à aplasia do segmento terminal do reto, persistência da membrana
anal ou falha da união entre o reto e o canal anal (ETTINGER e FELDMAN, 2008).
Nesta revisão de literatura objetiva-se abordar os principais tópicos sobre o
tema atresia anal nos animais domésticos, como classificação, etiologia, diagnóstico,
tratamento e prognóstico nos animais domésticos.
REVISÃO DE LITERATURA
A etiologia da atresia anal está relacionada a fatores genéticos e ambientais
(BADEMKIRAN et al., 2009). A hereditariedade é relatada em suínos e cordeiros, e é
possível em bezerros, mas ainda não está documentado (STEINER, 2004).
Existem quatro tipos de atresia classificadas na literatura. O tipo I é definida
pelo ânus imperfurado que ocorre na persistência de uma membrana cobrindo a
abertura anal, e o reto termina com uma bolsa cega cranial ao ânus ocluído. No tipo II
o ânus está fechado como no tipo I, mas a bolsa retal localiza-se cranialmente a
membrana sobreposta do ânus. No tipo III a mesma bolsa cega do tipo I e II está
presente e se localiza dentro do canal pélvico (mais distante). Já o tipo IV acomete as
fêmeas e consiste em uma comunicação entre o reto e a vagina, formando uma fístula
retovaginal, ou entre o reto e a uretra, formando a fístula retouretral (VIANNA;
TOBIAS, 2005; ETTINGER; FELDMAN, 2008).
A atresia anal pode ocorrer de formas diferentes devido à diferenciação sexual
entre os animais. As fístulas podem se desenvolver nos machos entre o reto e a uretra,
e nas fêmeas entre a porção terminal do reto e a uretra ou a parede vaginal dorsal
(MANJABOSCO et al., 2013).
O diagnóstico geralmente é realizado no neonato com dois ou três dias de
idade, pelo histórico de ausência de defecação com ou sem tenesmo, distensão
abdominal e/ou na região perineal progressiva com desconforto à palpação, ou
eliminação de fezes pela vulva em fêmeas. Os exames complementares são muito
importantes para estabelecer o diagnóstico preciso e determinar o prognóstico. O uso
da radiografia contrastada releva a extensão do defeito, possibilitando a classificação
do tipo de atresia e identificação da presença de megacólon secundário à retenção
fecal (STEINER, 2004; RAHAL et al., 2007; FREEMAN, 2012; YANAKA, 2012;
AMSTUTZ et al., 2014).
Como em todos os casos de as anomalias congênitas, geralmente casos de
atresia anal podem estar associados a malformações adicionais. Já foram relatados
atresia coli, atresia reti, cloaca persistente, hipoplasia e displasia renal, deformidades
musculoesqueléticas, microoftalmia (FREEMAN, 2012), agenesia total ou parcial da
cauda (STEINER, 2004; SEDIGH et al., 2010; FREEMAN, 2012), fístulas uretrorretal
(STEINER, 2004; ROCHA et al., 2007; FREEMAN, 2012), vesicorretal, uretroperianal,
retoperianal e cecorretal congênitas, persistência de úraco (ROCHA et al., 2007),
bolsa escrotal acessória, pseudo-hermafroditismo masculino (ROCHA et al., 2010),
fenda palatina e polidactilia (STEINER, 2004).
A anoplastia é a intervenção cirúrgica preconizada como tratamento,
proporcionando a abertura do orifício anal para eliminação das fezes. Esta deve ser
realizada o mais precocemente possível, assim que estabilizada a condição clínica do
paciente, que na maioria das vezes apresenta depressão e desidratação (STEINER,
2004; VIANNA; TOBIAS, 2005; MATTHIESEN; MARRETTA, 2007; RAHAL et al.,
2007; SEDIGH et al., 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atresia anal nos animais domésticos é frequente na rotina de atendimento do
Médico Veterinário, e este deve estar atento às particularidades de cada sexo, além
da associação dessa enfermidade com demais malformações genéticas, o que pode
inviabilizar a sobrevida do paciente. A correção cirúrgica precoce é o tratamento
indicado, todavia complicações pós-cirúrgicas são rotineiras, o que implica em mau
prognóstico.
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RESUMO: A conformação dos membros dos potros é um importante tema que exige
atenção de veterinários e criadores. A etiologia das deformidades angulares pode ter
origem congênita ou adquirida. Para avaliação do membro é necessário que este
permaneça relaxado e em superfícies planas e firmes. O desvio angular pode ser
classificado como valgus (lateral e distal ao ponto de origem da alteração) ou varus
(desvio medial). As deformidades angulares podem ser tratadas de modo conservativo
ou cirúrgico, apresentando prognóstico favorável se tratada precocemente.
Palavras-chave: Conformação. Valgus. Varus.
INTRODUÇÃO
A conformação dos membros dos potros, futuros atletas, é um assunto que
merece grande atenção de veterinários e criadores, visto que qualquer atividade
equestre exige um equino com aptidão adequada, podendo ser identificada através
da conformação corporal (REZENDE et al., 2016).
A conformação é definida como a forma ou o contorno de um animal. Essa
definição pode ser ampliada para incluir a relação de forma e função, uma vez que os
desvios angulares são definidos como desvios do eixo vertical dos membros no seu
plano frontal, denominando-os pelas articulações envolvidas. O desvio lateral e distal
do membro em relação ao ponto de origem da alteração é denominado valgus, e o
desvio medial, varus (AUER, 1992).
REVISÃO DE LITERATURA
A etiologia das deformidades angulares pode ter origem congênita ou adquirida.
As deformidades de origem congênitas são as mais frequentes, dado que ocorrem em
animais jovens, manifestando-se principalmente nos primeiros dias após o nascimento
(SIOBHN, 2008).
O principal fator congênito consiste na ossificação incompleta dos ossos do
carpo ou do tarso (AUER, 2012). Alguns fatores como placentite, síndrome metabólica
crônica, infestação parasitária ou síndrome cólica podem contribuir para a incompleta
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As informações obtidas nesta revisão abordam que o diagnóstico correto da
deformidade angular é extremamente importante para indicar a gravidade e escolha
do tratamento adequado o mais precoce possível para garantir as menores sequelas
possíveis no sistema locomotor, visando o desempenho normal de trabalho ou da vida
esportiva no futuro.
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INTRODUÇÃO
A septicemia neonatal equina é uma enfermidade de grande preocupação na
criação de equinos, visto que é a principal causa de óbito em potros. Entre os fatores
maternos, fetais e ambientais envolvidos na patogenia, a falha na transferência de
imunidade passiva é considerada a maior responsável pela susceptibilidade do
organismo em contrair infecções (GOMES et al., 2010).
A poliartrite séptica é uma enfermidade secundária às infecções generalizadas
(septicemia) instaladas em potros logo após o nascimento, cujas portas de entradas
podem ser através da cavidade oral ou orifício umbilical do recém-nascido. O quadro
de septicemia se instala após a invasão da corrente sanguínea por bactérias,
associado a falha de imunidade passiva, adquirida pela inadequada quantidade ou
qualidade do colostro além de má execução de antissepsia umbilical (MORTON, 2005;
THOMASSIAN, 2005; RIET-CORREA, 2007).
REVISÃO DE LITERATURA
Potros nascem sem qualquer defesa em decorrência da barreira placentária
das éguas, pois a placenta equina é classificada como epitéliocorial, uma vez que o
epitélio uterino está em contato com a camada do córion, apresentando, portanto, seis
camadas de tecido entre os capilares materno e fetal (endotélio, tecido conjuntivo e
epitélio), e por isso nesta espécie não ocorre a passagem de imunoglobulinas da mãe
para o feto (HAFEZ, 2004). Deste modo, o recém-nascido, quando exposto aos
agentes infecciosos do ambiente imediatamente após o parto, e sem a adequada
ingestão de colostro, estará sem proteção e sob risco de morte (MORTON, 2005;
THOMASSIAN, 2005).
O potro apresenta sinais clínicos de falha de transferência de imunidade
passiva dentro das primeiras oito a doze horas de vida (SELLON, 2006). Os animais
em sepse apresentam apatia, prostração, febre alta, sinais de dor elevada, como
frequências cardíaca e respiratória elevadas, além de diarreia, onfalite e pneumonia
(MORTON, 2005; THOMASSIAN, 2005). Os potros acometidos também podem
manifestar claudicação, edema periarticular, dor articular e alterações locais como,
distensão, alteração na cor da pele da articulação envolvida, bem como fístulas e
feridas secundárias (THOMASSIAN, 2005).
A poliartrite séptica em potros é a infecção secundária mais frequente em
quadros de parcial ou completa falha na transferência passiva de imunoglobulinas
(THOMASSIAN, 2005; RIET-CORREA, 2007). O animal, no curso desta enfermidade,
associado ao quadro sistêmico, permanece apático, o que pode acarretar em
diminuição ou ausência da ingestão de leite materno, devido à dificuldade em sua
locomoção (THOMASSIAN, 2005).
A artrite séptica decorrente da septicemia em potros pode atingir diversas
articulações, inclusive concomitantemente em vários membros (THOMASSIAN,
2005). As articulações e seus tecidos adjacentes são sítios preferenciais para a
instalação de bactérias, especialmente em potros recém-nascidos, decorrente do
baixo fluxo sanguíneo e da baixa tensão de oxigênio articular e nos tecidos peri-
articulares (MEIJER et al., 2000). A proximidade da fise e metáfise com a cápsula
articular e o grande tamanho das articulações femurotibiais e társicas podem ser
responsáveis pela maior frequência de diagnóstico, pois o derrame articular é mais
facilmente detectado (HEPWORTH-WARREN et al., 2015).
O diagnóstico específico deve ser realizado meio da análise dos dados
epidemiológicos, dos sinais clínicos, e como diagnóstico complementar pode-se
realizar hemograma, exames radiográficos, ultrassonográficos, e análise do líquido
sinovial, através de citologia e cultura bacteriana (STOVER, 2006; RIET-CORREA,
2007). Devido ao quadro inflamatório, o líquido sinovial estará aumentado de volume,
e pode apresentar-se sero-hemorrágico, fibrinoso ou purulento. Com a evolução do
quadro, pode haver erosão da cartilagem articular, proliferação da membrana sinovial
e inflamação dos tecidos periarticulares, com distensão e engrossamento da cápsula
(RIET-CORREA, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A septicemia neonatal equina é causa de grande preocupação na criação de
cavalos por se tratar de uma enfermidade grave, que pode resultar em inutilidade do
cavalo, claudicação permanente ou até sua morte. É imprescindível estratégias de
prevenção, todavia, em caso de sepse, um diagnóstico e tratamento rápidos, visando
o melhor prognóstico ao potro.
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INTRODUÇÃO
Psitacídeos possuem características atrativas pela sua inteligência,
domesticação e habilidade em imitar sons vocais (HARCOURT-BROWN, 2010). A
perda do habitat e a comercialização ilegal são as principais ameaças externas
sofridas por estas aves. Outros fatores intrínsecos à família contribuem para a
diminuição da espécie, como taxas baixas de reprodução, reduzida sobrevivência dos
filhotes, demora em alcançar maturidade sexual, presença de adultos não
reprodutores e as exigências na escolha dos ninhos (COLLAR; JUNIPER, 1992;
JUNIPER; PARR, 1998; SNYDER et al., 2000; WRIGHT et al., 2001).
Neonatos psitacídeos nascem com os olhos fechados, são altriciais, incapazes
de termorregulação, com imaturidade imunológica e precisam ser alimentados
(FLAMMER; CLUBB, 1994). O médico veterinário especialista possui o conhecimento
para manejo do recém-nascido, auxiliando desde a incubação, nascimento,
alimentação manual, desenvolvimento e desmame (ROMAGNANO, 2012), pois este
é capaz de avaliar as condições ambientais, as práticas de higiene e métodos de
alimentação corretos (FLAMMER; CLUBB, 1994).
O objetivo desta revisão é abordar os principais cuidados em neonatos
psitacídeos, relacionados ao manejo clínico e nutricional e suas principais
complicações.
REVISÃO DE LITERATURA
Apesar de o manejo nutricional ser o principal problema para neonatos, a
criação manual tornou-se mais fácil pela formulação industrial de dietas específicas.
Os tutores, quando bem instruídos, podem desenvolver as dietas e estas serem de
alta qualidade. Contudo, existe o risco de serem desbalanceadas e terem baixo
conteúdo vitamínico e mineral, inadequadas ao desenvolvimento da ave
(HARCOURT-BROWN, 2010). As dietas industriais são equilibradas de acordo com a
necessidade de cada espécie, proporcionando um bom desempenho e sucesso da
criação manual em muitos criadouros e zoológicos (ALLGAYER; CZIULIK, 2007).
Os filhotes alimentados à mão desde o nascimento requerem formulações
diluídas durante os primeiros três dias de vida, feita com água quente e potável, com
temperatura final entre 40,5ºC e 42,5ºC. Temperaturas menores retardam o trânsito
no digestório e estase do inglúvio, favorecendo proliferação bacteriana. Já
temperaturas elevadas ou reaquecimento no micro-ondas favorecem queimaduras do
inglúvio (ROMAGNANO, 2012). Os filhotes dependem do saco vitelino por um período
imediatamente após a eclosão, para sua nutrição (HAWKINS et al, 2001). Nesta fase,
o alimento mais diluído é benéfico, evoluindo para uma dieta contendo de 25 a 30%
de sólidos em filhotes com mais de um a dois dias (ROUDYBUSH, 1986).
A quantidade e a frequência do alimento dependem da idade, da fase de
desenvolvimento do neonato e da dieta utilizada. Filhotes de um a cinco dias de idade
devem ser alimentados de seis a dez vezes ao dia; após quinto dia, filhotes ainda de
olhos fechados, são alimentados de quatro a seis vezes ao dia; filhotes de olhos
abertos, três a quatro vezes ao dia; as aves com penas emergindo, duas a três vezes
ao dia (FLAMMER; CLUBB, 1994). À noite, não é necessário alimentar, pois é
importante que a ave descanse por pelo menos 12 horas em ambiente tranquilo sem
presença de luz (WILSON, 2006).
Para a alimentação correta pode-se usar seringa, colher ou sonda de papo,
individuais, limpas, desinfetadas e secas ou descartáveis. Recomenda-se a lavagem
com água quente e sabão, seguida por imersão solução de clorexidine diluída e
enxaguada (ROMAGNANO, 2012). O calor, a umidade e as quedas bruscas de
temperatura são problemas contínuos para psitacídeos, por afetarem as taxas de
crescimento e digestão (ROMAGNANO, 2012). Os neonatos devem ser mantidos em
ambiente a 37°C durante os primeiros dois dias de vida. Com três semanas de idade,
a temperatura deve ser gradualmente diminuída até 30ºC (HAWKINS et al, 2001).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A neonatologia em psitacídeos é complexa, envolvendo manejo nutricional e
ambiental adequados. Destaca-se a importância do médico veterinário especialista
em animais silvestres e exóticos desde o primeiro dia de vida, a fim de prevenir e
diagnosticar qualquer complicação, que posso prejudicar o correto desenvolvimento
destas aves.
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INTRODUÇÃO
Aumentar o tamanho das leitegadas tem sido um dos principais objetivos da
indústria e dos produtores de suínos nos últimos anos. Entretanto, verifica-se que há
um aumento na desuniformidade e diminuição na viabilidade de leitões provenientes
de leitegadas mais numerosas. A intensa competição por tetos pode impedir que
alguns leitões tenham adequado acesso ao leite, aumentando o número de leitões
fracos, que necessitam de maiores cuidados nos primeiros dias de vida e são mais
suscetíveis à mortalidade (RUTHERFORD et al., 2013).
A quantidade de colostro fornecido pela mãe, não aumenta quando a leitegada
é maior, portanto a quantidade de colostro por leitão é significantemente menor em
leitegadas maiores (DEVILLERS et al., 2007).
A redução do período de aleitamento, prática utilizada pelos produtores de
suínos que visa elevar o número de partos por porca por ano, com considerável
redução no custo de produção, tornou-se grande desafio para os nutricionistas, pois
para efetuá-la com eficiência é necessário o estabelecimento de combinação perfeita
de ingredientes, bem como o conhecimento da biodisponibilidade dos nutrientes, de
modo a reduzir ou evitar problemas pós- desmame (TRINDADE NETO et al., 1994),
tendo-se em vista que o sistema digestivo do leitão recém-nascido está naturalmente
adaptado ao leite da porca, e a troca deste alimento por outro alimento ou outro
sistema de alimentação, no caso de desmame precoce, pode associar-se a distúrbios
gastrointestinais e depressão no crescimento (FERREIRA et al., 1988).
O sucesso de um programa nutricional e de manejo de suínos após o desmame
depende da sua capacidade de se adaptar à idade e peso de desmame, à
disponibilidade e preço dos ingredientes, ao sistema de produção (ciclo completo,
unidade produtora de leitões, multi-fases, desmame-abate), às restrições ao uso de
antimicrobianos, à forma física das dietas, entre outros fatores (EMBRAPA, apud LIMA
et al., 2014).
Nesta revisão de literatura objetivou-se apresentar formas de melhorar o
desenvolvimento de leitões em fase de aleitamento, através de nutrição adequada.
REVISÃO DE LITERATURA
Do ponto de vista fisiológico, o desmame ideal deve ser realizado na sétima
semana de vida dos leitões, onde os níveis de lactase são baixos, e os de maltase e
amilase já se mostram suficientes. Contudo, do ponto de vista zootécnico, o desmame
vem sendo realizado o mais precocemente possível, entre os 21 e 28 dias de vida dos
animais, exigindo maiores cuidados sanitários e nutricionais, uma vez que os leitões
ainda não possuem o organismo completamente desenvolvido (FERREIRA, 2012).
Para leitões desmamados precocemente, devem ser oferecidas na dieta fontes
de energia prontamente disponíveis ou de fácil utilização, compostas por gorduras,
cereais processados ou açúcares simples, para que os animais possam atender suas
necessidades energéticas, até que estejam hábeis em utilizar o amido dos alimento
de origem vegetal (FERREIRA, 2012).
principalmente quando os animais são de baixo peso (EMBRAPA, apud LIMA et al.,
2014).
Ácidos graxos de cadeia curta e média (AGCM) e glicerol são diretamente
absorvidos e metabolizados e, por isso, podem ser utilizados na alimentação de
leitões. Eles podem fornecer energia instantânea e têm benefícios fisiológicos, além
de serem efetivamente hidrolisado pelo suco gástrico e lipases pancreáticas no
recém-nascido e lactente, permitindo fornecimento rápido de energia para enterócitos
e metabolismo hepático intermediário (GU; LI, 2003).
Os AGCM afetam a composição da microbiota intestinal e têm efeitos inibitórios
sobre as concentrações de bactérias na digesta, principalmente, em Salmonela e
Coliformes. A adição de até 8% de ácidos graxos livres de cadeia média na
alimentação de suínos tem sido descrita, mas devido às propriedades sensoriais pode
ter um impacto negativo sobre o consumo de ração. Isto pode ser melhorado usando
os triglicerídeos de cadeia média (TCM), o que permite taxas de inclusão superiores
a 15% na dieta. A alimentação de porcas, com dietas contendo 15% de TCM resulta
em uma menor mortalidade de recém-nascidos e melhor desenvolvimento,
particularmente dos leitões de baixo peso, pois melhora o fornecimento de energia e
o desempenho dos leitões e pode estabilizar a microbiota intestinal, melhorando a
saúde dos leitões para o período de desmame e pós desmame (ZENTEK et al., 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ambição em reduzir o período de aleitamento e a mudança brusca na
alimentação, podem gerar problemas gastrointestinais ao leitão, tendo em vista que
ele está naturalmente adaptado a leite da porca. Os leitões que são desmamados
precocemente necessitam de uma fonte de energia disponível. Uma das alternativas
utilizadas para melhorar o aporte energético de leitões é o uso de ácidos graxos de
cadeia curta e média, que são diretamente absorvidos e metabolizados. O uso de
triglicerídeos de cadeia média também auxilia no fornecimento de energia e
desenvolvimento dos leitões. A utilização de sucedâneos lácteos auxilia no ganho de
peso ao desmame e compensa a produção insuficiente de leite pelas porcas.
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INTRODUÇÃO
A maioria dos peixes teleósteos passam por um estágio larval, onde, os
neonatos apresentam sistemas imaturos e pouco funcionais. O estágio larval pode ser
baseado em características merísticas e, de acordo com Moser (1996), o período
larval em peixes é caracterizado por mudanças na forma geral e estrutural. Destacam-
se a migração das nadadeiras, aparecimento e aumento progressivo da pigmentação,
da altura do corpo e do comprimento da cabeça. Além disso, os sistemas vitais, como
o circulatório, respiratório e digestório passam por transformações para se tornarem
totalmente funcionais.
As pesquisas com larvas de peixes apontam para a alimentação como o fator
de maior importância a ser considerado durante o desenvolvimento inicial, pois os
organismos estão em fase de diferenciação estrutural e funcional do sistema
digestório, os quais, na maioria das espécies, passa da alimentação endógena (vitelo)
para a alimentação exógena. A sobrevivência das larvas nesse período depende do
desenvolvimento de órgãos necessários à alimentação, das mudanças no sistema
digestório e da disponibilidade de alimento adequado (MAKRAKIS et al., 2005).
Ao iniciarem a alimentação exógena, as larvas são organismos cuja
diferenciação ainda não se completou, razão pela qual os órgãos digestivos não estão
REVISÃO DE LITERATURA
Durante o processo de desenvolvimento dos peixes, são observadas mudanças
em seus hábitos alimentares e adaptações morfológicas no sistema digestório. À
medida que o animal cresce, acontecem modificações na estrutura e no comprimento
do tubo digestivo. Na maioria das espécies de peixes teleósteos, após a eclosão, o
tubo digestivo apresenta-se indiferenciado, como um tubo simples e reto, como o
observado em Prochilodus scrofa (CAVICCHIOLI; LEONHARDT, 1993) e
Bryconamericus aff. iheringi (BORGES et al., 2006).
Contudo, o grau de diferenciação da larva recém-eclodida varia entre as
espécies, dependendo do tamanho do ovo. Espécies que apresentam ovos pequenos
e alta fecundidade têm o desenvolvimento embrionário mais rápido e larvas menos
desenvolvidas, enquanto as que apresentam ovos grandes e baixa fecundidade têm
desenvolvimento embrionário prolongado e maior grau de desenvolvimento das
larvas. Anarhichas lupus apresenta ovos grandes e larvas recém-eclodidas
semelhantes aos juvenis, mantendo poucas características larvais como a presença
do saco vitelínico (FALK-PETERSEN; HANSEN, 2001), enquanto espécies com ovos
pequenos, como Leporinus macrocephalus (REYNALTE-TATAJE et al., 2001) e
Leporinus piau (BORÇARTO et al., 2004) apresentam larvas pouco desenvolvidas.
Segundo Baldisserotto (2018), após a eclosão, a digestão é muito rudimentar,
sendo que o intestino se apresenta curto e as células da mucosa intestinal são pouco
diferenciadas. Na maioria das larvas, durante a fase de primeira alimentação, o trato
digestório apresenta baixa atividade de enzimas digestivas (GORDON; HECHT,
2002). Porém, em larvas de tilápia (Oreochromis niloticus), Tengjaroenkul et al. (2002)
detectaram atividade de seis enzimas digestivas antes do início da alimentação
exógena, indicando que enterócitos podem produzir enzimas digestivas nesta fase,
particularmente peptidase e fosfatase alcalina.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o desenvolvimento larval, ocorrem mudanças significativas no trato
digestivo de peixes teleósteos. Inicialmente o sistema digestório é constituído por um
tubo simples, com células indiferenciadas. Com o crescimento das larvas, este
sistema passa por modificações que vão desde o amadurecimento celular (produção
de mucossubstâncias) até o desenvolvimento completo de órgãos.
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