Módulo I-Perícia Judicial

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
PERÍCIA JUDICIAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
PERÍCIA JUDICIAL

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências
Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
1 PERÍCIA
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.2 CONCEITOS E OBJETIVO
1.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PERÍCIA
1.4 PLANEJAMENTO DA PERÍCIA, NORMAS E PROCEDIMENTOS DO
PERITO
2 PERITOS E ASSISTENTES TÉCNICOS
2.1 PERITO
2.2 PERITOS OFICIAIS E NÃO OFICIAIS
2.3 ASSISTENTE
2.4 FUNÇÃO DO PERITO E ASSISTENTES
3 DESPESAS COM OS SERVIÇOS DO PERITO E DOS ASSISTENTES
4 O MERCADO DE TRABALHO DE PERÍCIAS JUDICIAIS
5 VARAS EM QUE O PERITO PODE TRABALHAR
6 TIPOS DE PERÍCIA
6.1 PERÍCIA SIMPLIFICADA
6.2 PERÍCIA POR LAUDO

MÓDULO II
7 PROVA PERICIAL
7.1 CONCEITOS
7.2 FINALIDADE
7.3 PRINCÍPIOS DA PROVA
7.4 ÔNUS DA PROVA
8 PRINCIPAIS MEIOS DE PROVA
8.1 PROVA DOCUMENTAL
8.2 PROVA TESTEMUNHAL

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8.3 DEPOIMENTO PESSOAL
8.4 CONFISSÃO
8.5 INSPEÇÃO JUDICIAL
8.6 PROVA PERICIAL
9 PROVA EMPRESTADA E PROVAS INADMISSÍVEIS
10 PROVAS ILÍCITAS E PROVAS ILEGÍTIMAS
11 FOTOGRAFIA FORENSE NA PROVA PERICIAL
12 FOTOGRAMETRIA COMPUTADORIZADA (FERRAMENTA PARA
DIAGNÓSTICO FUNCIONAL)
13 PERÍCIA CALIGRÁFICA E/OU DOCUMENTOSCOPIA NA PROVA
PERICIAL
14 PERÍCIA NO CRIME DE LESÃO CORPORAL E MOMENTO PARA A
REALIZAÇÃO DO EXAME
15 QUESITOS DA PERÍCIA

MÓDULO III
16 PERÍCIAS JUDICIAIS
16.1 DEFINIÇÃO DE PERÍCIA JUDICIAL
16.2 DEFINIÇÃO DE PERÍCIAS EXTRAJUDICIAIS
17 ASPECTOS PERICIAIS
18 ASPECTO JURÍDICO DA PERÍCIA (LAUDO PERICIAL)
18.1 CONCEITO DE LAUDO PERICIAL
18.2 REQUISITOS DO LAUDO PERICIAL
18.3 ELABORAÇÃO DE LAUDO PERICIAL
18.4 LAUDO PERICIAL NOS RAMOS DE DIREITO
18.4.1 Laudo Pericial Cível
18.4.2 Laudo Pericial Criminal
18.4.3 Laudo Pericial Ambiental
18.4.4 Laudo Pericial Contábil
18.4.5 Modelo de Laudo Pericial Judicial
19 DIVISÃO DE PERÍCIA JUDICIAL (DIPEJ)

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20 LAUDOS PERICIAIS EXTRAJUDICIAIS
21 ESPÉCIES DE PERÍCIAS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS
21.1 JUDICIAIS
21.2 EXTRAJUDICIAIS
22 CRIMES RELACIONADOS A PERITOS
23 O FISIOTERAPEUTA COMO PERITO JUDICIAL

MÓDULO IV
24 PERÍCIA JUDICIAL TRABALHISTA
25 PERÍCIA EM SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO
26 INSALUBRIDADE
26.1 CONCEITOS
26.2 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
26.3 ALGUMAS SITUAÇÕES SURGIDAS EM PERÍCIAS JUDICIAIS
27 PERICULOSIDADE
28 LAUDO TÉCNICO DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
29 AÇÕES NA JUSTIÇA DO TRABALHO
29.1 AÇÕES POR INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
29.2 JULGADOS (ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS)
30 PERÍCIA TÉCNICA CINESIOLÓGICA-FUNCIONAL
31 PERÍCIA CLÍNICA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 PERÍCIA

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

De modo amplo, entende-se por perícia um meio de prova, vez que por
intermédio dessa prova se examinam e se verificam fatos da causa. Perícia,
segundo o princípio da lei processual, é a medida que vem mostrar o fato,
quando haja meio de prova documental para revelá-lo, ou quando se quer
esclarecer circunstâncias a respeito dele e que não se achem perfeitamente
definidos.
A perícia surgiu a partir do Decreto 1.608/39, que criou o Código de
Processo Civil (CPC), alterado pelo Decreto 8.570/46, que modificou a forma
da produção da prova pericial e o papel do perito. Em 1992 foi alterado o art.
421 do CPC, por meio da Lei 8.455, que fixa os prazos para a entrega do
laudo, indicação de perito assistente pelas partes e a apresentação de
quesitos. E, por fim, a Lei 9.245/95 modificou alguns dispositivos do CPC
referentes à atuação do perito.
No Brasil a perícia apresentou diversos avanços, sempre baseados nas
normas infraconstitucionais, pois as Constituições Federais de 1824, 1891,
1934, 1937, 1946, 1967 e 1988 não destinaram espaço para tratar do tema. Já
na área penal, destacamos a legislação prevista no Decreto-Lei 3.689/1941,
que foi reformada pela Lei 8.862/1994 e, logo depois, pela Lei 11.690/1998.
O legislador enxergou a importância da perícia quando criou um
capítulo específico (do Exame do Corpo de Delito e das Perícias em Geral) em
seus artigos 158 a 184, definindo uma série de procedimentos a serem
seguidos na concretização da prova.

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1.2 CONCEITOS E OBJETIVO

Perícia, do latim peritia (habilidade, saber), na linguagem jurídica


designa, especialmente, em sentido lato, a diligência realizada ou executada
por peritos, a fim de que se esclareçam os fatos. Perícia é o exame realizado
por técnico, ou pessoa de comprovada aptidão e idoneidade profissional, para
verificar e esclarecer um fato, o estado, estimação da coisa que é objeto de
litígio, ou provas do processo.
A perícia deve ser sempre executada por uma pessoa que entenda do
assunto a ser examinado, analisado com atenção e minúcia, estudado. Vimos
que verificar abrange as funções do perito, verificar é provar a verdade de
alguma coisa, é examinar a verdade da coisa, é investigar a verdade, é
averiguar, é achar o que é exato.
Para Moacyr Amaral Santos (2009), “a perícia consiste no meio pelo
qual, no processo, pessoas entendidas, sob compromisso, verificam fatos
interessantes à causa, transmitindo ao Juiz o seu respectivo parecer”. Para
Amauri Mascaro Nascimento (2007, p. 538):

Perícia é uma atividade processual desenvolvida, em virtude de


encargo judicial, por pessoas distintas das partes do processo,
especialmente qualificadas por seus conhecimentos técnicos,
artísticos ou científicos, mediante a qual são ministrados ao juiz
argumentos ou razões para a formação do seu convencimento sobre
certos fatos cuja percepção ou cujo entendimento escapa das
aptidões comuns das pessoas.

A perícia designa a diligência realizada ou executada por peritos, a fim


de que se apurem, esclareçam ou se evidenciem certos fatos. Significa,
portanto, a pesquisa, o exame, a verificação acerca da verdade ou da realidade
de certos fatos, por pessoas que tenham reconhecida habilidade ou
experiência da matéria de que se trata. Portanto, a perícia importa sempre em
exame que tem de ser feito por técnicos, isto é, por peritos ou pessoas hábeis
e conhecedoras da matéria a que se refere.

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O objetivo primeiro da Perícia é o descobrimento da verdade objeto de
discussão da lide, esclarecendo e oferecendo informações materiais às partes
e ao juízo. Assim, perícia é atividade que envolve apuração das causas que
motivaram determinado evento ou da asserção de direitos. Quem realiza as
perícias são os peritos .

A perícia pode ser realizada por profissionais liberais, podendo ser


aposentados ou empregados de empresas em geral, desde que possuam
curso superior na área em que deve ser realizada a perícia. Sendo assim,
podem atuar como peritos: médicos, engenheiros, arquitetos, administradores,
contadores, economistas, profissionais ligados ao meio ambiente, engenheiro
e médico do trabalho, corretores de imóveis, fisioterapeutas, odontólogos,
profissionais da área de informática, químicos, agrônomos, biólogos,
arquitetos, entre outras profissões.

Os Arquitetos e Engenheiros já não dividem mais o mesmo conselho desde


2010, quando foi criado o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, por meio do
Projeto de Lei nº 12.378/2010, que foi sancionado pelo presidente Lula no fim
do mandato.
Ter um conselho próprio era uma reivindicação antiga dos arquitetos,
pois na área da saúde o médico tem um conselho próprio, a enfermagem
também, da mesma forma a nutrição, embora todos sejam de uma mesma área
de atuação.
Segundo a Resolução CAU/BR 10/2012:

O exercício da especialização de Engenharia de Segurança do


Trabalho pelo Arquiteto e urbanista dependerá do registro profissional
em um dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do
Distrito Federal (CAU/UF), nos termos previstos no art. 5º da Lei nº
12.378, de 31 de dezembro de 2010. (Art. 2º).

Denomina-se, então, perícia o exame feito em pessoas ou coisas, por


profissional portador de conhecimentos técnicos e com a finalidade de obter
informações capazes de esclarecer dúvidas quanto a fatos. Assim, perícia pode
ser entendida como sendo qualquer trabalho de natureza específica, podendo

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existir em qualquer área. Sua origem é no interesse de pessoas litigantes, no
interesse da justiça e no interesse público, podendo ser: arbitral, judicial,
extrajudicial, administrativa ou operacional, sendo as mais conhecidas de
natureza criminal, contábil, trabalhista e outras que necessitem de constatação,
prova ou demonstração, científica ou técnica, da veracidade de situações,
coisas e fatos.
O pedido de perícia pode ser formulado na inicial, na contestação ou
na reconvenção, bem como na réplica do autor à resposta do réu. Isto é, o
momento adequado para requerer a perícia pelo autor é na petição inicial, pelo
réu é na contestação. Para ambas as partes o momento adequado pode ser,
também, na fase de especificação de prova durante as providências
preliminares.
O prazo para a realização da perícia é determinado pelo Juiz, podendo
ser prorrogado por uma única vez, a seu prudente arbítrio, conforme o art. 432
do CPC. Segundo o art. 437 do CPC, “quando entender que o laudo pericial
não esclareceu suficientemente a matéria controvertida, o juiz poderá de ofício
ou a requerimento da parte, determinar a realização de nova perícia”.
Diz o art. 438 que “a segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos
sobre que recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou
inexatidão dos resultados a que esta conduziu”. Importante lembrar que o
segundo laudo não anula ou invalida o primeiro, segundo § único do art. 439.
Ambos permanecerão nos autos e o juiz fará a comparação entre eles,
apreciando livremente o valor de um e de outro, a fim de formar seu
convencimento, segundo o art. 131 do CPC.
A função da perícia é levar ao processo conhecimentos científicos ou
práticos que o juiz podia conhecer e que são necessários para fundamentar a
decisão.

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1.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PERÍCIA

São elas:

 É uma atividade humana, que consiste na intervenção transitória, no


processo, de pessoas que devem realizar certos atos para dar
posteriormente um conceito ou ditame.

 É uma atividade processual, porque deve ocorrer no curso do processo


ou em diligências processuais prévias ou posteriores e complementares
(os conceitos similares, que se solicitam e emitem extrajudicialmente,
não são juridicamente perícias).

 É uma atividade de pessoas especialmente qualificadas, em razão da


sua técnica, sua ciência, seus conhecimentos de arte, quer dizer, de sua
experiência em matérias que não são conhecidas pelo comum das
pessoas.

 Exige um encargo judicial prévio, porque não se concebe a perícia


espontânea, que se distingue do testemunho e da confissão (se um
perito apresenta-se espontaneamente perante o juiz que conhece um
processo e emite declarações técnicas, científicas ou artísticas sobre os
fatos que se investigam, existirá um testemunho técnico e não uma
perícia).

 Esses fatos devem ser especiais, em razão das suas condições


técnicas, artísticas ou científicas, quer dizer, cuja verificação, valoração
ou interpretação não seja possível com os conhecimentos ordinários de
pessoas medianamente cultas e de juízes cuja preparação é
fundamentalmente jurídica.

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 É uma declaração de ciência, porque o perito expõe o que sabe por
percepção e por dedução ou indução dos fatos sobre os quais versa seu
ditame, sem pretender nenhum efeito jurídico concreto com sua exposição.
Diferencia-se da declaração de ciência testemunhal, que tem por objeto o
conhecimento que a testemunha possui dos fatos que existem no momento
de declarar ou que existiram antes. Ao passo que o perito conceitua
também sobre as causas e os efeitos de tais fatos e sobre o que sabe de
fatos futuros, em virtude de suas deduções técnicas ou científicas.

 Deve versar sobre os fatos e não sobre questões jurídicas, nem sobre
exposições abstratas que não incidam na verificação, valoração ou
interpretação de fatos do processo.

 Essa declaração contém, ademais, uma operação valorativa, porque é


essencialmente um conceito ou ditame técnico, artístico ou científico do
que o perito deduz sobre a existência, as características e a apreciação
do fato, ou sobre as suas causas e seus efeitos, e não uma simples
narração de suas percepções (no que também se distingue do
testemunho, inclusive quando é técnico).

 É um meio de prova.

1.4 PLANEJAMENTO DA PERÍCIA, NORMAS E PROCEDIMENTOS DO


PERITO

A perícia deve ser planejada cuidadosamente, visando ao cumprimento


do prazo, inclusive o da legislação relativa ao laudo pericial ou parecer técnico.
O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que novos fatos o
exigirem ou recomendarem no decorrer da realização da prova pericial.
Quando do planejamento dos trabalhos, deve ser realizada a estimativa
dos honorários de forma fundamentada, considerando os custos e a justa

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remuneração do profissional. O planejamento da perícia deve ser mantido por
qualquer meio de registro que facilite o entendimento dos procedimentos a
serem adotados e que sirva de orientação adequada à execução do trabalho
pericial.
O planejamento deve ser realizado pelo perito, ainda que o trabalho
venha a ser realizado de forma conjunta com o assistente técnico, podendo
este orientar-se com base no mesmo. O perito deve levar em consideração que
o planejamento da perícia, quando for o caso, iniciar-se-á antes da elaboração
da proposta de honorários, considerando-se que, para apresentar a mesma ao
juízo, árbitro ou às partes no caso de perícia extrajudicial, há necessidade de
se especificar as etapas do trabalho a serem realizadas.
Isto implica que o perito deve ter conhecimento prévio de todas as
etapas, salvo aquelas que somente serão identificadas quando da execução da
perícia, inclusive a possibilidade de apresentação de quesitos suplementares, o
que será objeto do ajuste no planejamento.
A conclusão do planejamento da perícia ocorrerá quando o perito
completar as análises preliminares, dando origem, quando for o caso, à
proposta de honorários, nos casos em que o juízo ou o árbitro não tenham
fixado, previamente, honorários definitivos, aos termos de diligências que serão
efetuadas e aos programas de trabalho.
Considerando que o planejamento da perícia deve evidenciar as etapas
e as épocas em que serão executados os trabalhos, em conformidade com o
conteúdo da proposta de honorários apresentada, incluindo-se a supervisão e
revisão do próprio planejamento, os programas de trabalho quando aplicáveis,
até a entrega do laudo pericial ou parecer técnico.
Por normas do perito, entende-se um conjunto de condições, requisitos
básicos, métodos e regras para que o perito possa exercer a atividade. Por
procedimento do perito entende-se um conjunto de técnicas (atos a serem
praticados) que os profissionais utilizam para conseguir realizar a perícia.

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2 PERITOS E ASSISTENTES TÉCNICOS

2.1 PERITO

O perito é escolhido pelo Juiz e os assistentes técnicos pelas partes.


Isto é, as perícias são realizadas por peritos e as partes podem indicar
assistentes técnicos. O art. 145 do CPC diz que:

Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou


científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art.
421.
§ 1° Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível
universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente,
respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código.
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984).
§ 2° Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que
deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que
estiverem inscritos. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 7.270, de
10.12.1984).
§ 3° Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que
preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos
peritos será de livre escolha do juiz. (Parágrafo acrescentado pela Lei
nº 7.270, de 10.12.1984).

Assim, o CPC dispõe que quando a prova do fato depende de


conhecimento técnico ou científico, o juiz é assistido por perito, conforme o art.
145 do CPC, escolhido entre profissionais de nível universitário inscritos nos
órgãos de classe (art. 145, § 1°) e que comprovem sua especialidade na
matéria sobre a qual devam opinar, mediante certidão do órgão profissional em
que estejam inscritos, conforme o art. 145, § 2°.
O juiz pode indeferir o pedido de prova pericial quando o fato não
depende do conhecimento especial de técnico ou a perícia é desnecessária ou
impraticável a verificação, de acordo com o art. 420 do CPC, ou quando as
partes, na inicial e na contestação, apresentem sobre as questões de fato
pareceres técnicos ou documentos elucidativos suficientes, conforme o art. 427
do CPC.

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Desta forma, podemos conceituar perito como a pessoa dotada de
conhecimentos especializados sobre determinada matéria, que é nomeada
pela autoridade judiciária para auxiliar a justiça, dando sua apreciação técnica
sobre o objeto do litígio ou algo com ele relacionado. Isto é, nomeado pelo juiz
para dirimir questões que envolvam conhecimento técnico ou científico.
Perito é o expert em matérias técnicas, que realiza exames em
documentos ou coisas, auxiliando o juiz na análise técnica que o juiz não
conhece. É a pessoa nomeada pela autoridade, juiz ou autoridade policial, com
conhecimento técnico suficiente em determinada área do conhecimento, para
examinar fatos, pessoas ou coisas e esclarecer questões relacionadas à prova,
apresentando relatório e respondendo aos quesitos.
Assim, o Perito detém certo conhecimento técnico, isto é, profissional
possuidor de conhecimentos técnicos. De acordo com o art. 139 do CPC:
“peritos são auxiliares da justiça, além de outros, cujas atribuições são
determinadas pelas normas de organização judiciária”. São aqueles que
auxiliam o juízo, como escrivão, oficial de justiça, etc.
Tem ele o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe assina a lei,
empregando toda a sua diligência, de acordo com o art. 146 do CPC e pode,
todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo, se recusado pelas
partes por impedimento ou suspeição, conforme o art. 423 do CPC, substituído
quando carecer de conhecimentos técnicos ou científicos ou deixar de cumprir
o encargo no prazo que lhe foi fixado, conforme o art. 424 do CPC.
Deve, ainda, possuir diversificada quantidade de virtudes, entre as
quais:
 Honestidade;
 Caráter;
 Personalidade;
 Imparcialidade;
 Equilíbrio emocional;
 Independência;
 Autonomia funcional;
 Obediência irrestrita aos princípios da ética e da moral.

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Dessa forma, o perito deve agir honesta e imparcialmente no que tange
à busca da verdade dos fatos. Conforme o art. 147 do CPC, “o perito que, por
dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que
causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras
perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer”.

De acordo com Sérgio Abunahman (2008, p. 486):


As legislações do mundo inteiro obedecem a três sistemas principais
no que diz respeito à escolha do Perito, quais sejam: primeiro,
naquele em que podem servir como peritos somente as pessoas
inscritas com registro próprio e que preencham determinadas
condições. Segundo, aquele em que o escolhido possuísse um título
oficial na arte ou ciência a que se relacionasse a matéria versada na
perícia. Finalmente, o terceiro, o da livre escolha pelo juiz, é o
princípio da liberdade, que infelizmente, é o que reina no direito
brasileiro.

O Perito, em algumas atividades, lidará muito com o público,


necessitando relacionar-se bem com as pessoas, transmitindo uma boa
imagem de sua atividade. A atividade do perito se exerce no sentido de
satisfazer à finalidade da perícia. É encarregado de verificar fatos relativos à
matéria em que é versado, bom conhecedor, experimentado ou prático, quer
apenas certificando-os ou interpretando-os, num e noutro caso transmitindo ao
juiz um relato ou um parecer.
O perito deverá ter domínio pleno sobre o campo do qual deverá emitir
opinião, por exemplo, para uma perícia contábil, não pode ser levada a cabo
por um engenheiro, assim como um contador não pode, por exemplo, executar
uma perícia para explicar as razões pelas quais um edifício possa ter
desabado. A missão do perito pode consistir na apuração de suas causas ou
consequências.
Ou ainda, sua função será a de, conhecidos os fatos, compreendê-los,
distingui-los, caracterizá-los, fornecendo ao juiz regras técnicas, científicas ou
mesmo de experiência não ordinária, capazes de servir para a interpretação
dos mesmos fatos. O perito, além de relatar os fatos, formula, justificadamente,
conclusões, pareceres, mesmo conselhos e advertências.
É bom frisar que tanto o perito quanto o assistente técnico devem
respeitar e assegurar o sigilo do que apurarem durante a execução de seu

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trabalho, proibida a sua divulgação, salvo quando houver obrigação legal de
fazê-lo. Além disso, eles devem cumprir os prazos estabelecidos no processo
ou contrato e zelar por suas prerrogativas profissionais, nos limites de suas
funções, fazendo-se respeitar e agindo sempre com seriedade e discrição.
Devem conhecer responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais, às
quais estão sujeitos no momento em que aceitam o encargo para a execução
de perícias judiciais e extrajudiciais e arbitrais.
O termo responsabilidade refere-se à obrigação do perito e do
assistente técnico em respeitar os princípios da moral, da ética e do direito,
atuando com lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de suas
atividades, sob pena de responder civil, criminal, ética e profissionalmente
pelos seus atos.

2.2 PERITOS OFICIAIS E NÃO OFICIAIS

Os peritos podem ser oficiais (funcionários públicos) ou não oficiais


(particulares). O exame de corpo de delito e as perícias em geral são
realizados pelo perito, apreciador técnico, assessor do juiz com a função de
fornecer dados instrutórios de ordem técnica e proceder à verificação e
formação do corpo de delito. A perícia deve ser realizada por perito oficial, o
que constitui regra.
Não havendo perito oficial, o exame deve ser realizado por duas
pessoas idôneas que, obrigatoriamente, devem ser portadoras de diploma de
nível superior. Devem ainda, ser escolhidas, de preferência, entre aquelas que
tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame, por exemplo:
médicos para exames necroscópicos e de lesões corporais, ou economistas,
administradores de empresas para laudos de avaliação, etc. A nomeação é da
autoridade policial ou judiciária. Hoje se admite no processo penal peritos
particulares ou assistentes técnicos.

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Importante lembrar que os peritos não oficiais devem prestar o
compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mas a ausência de
compromisso constitui mera irregularidade.

2.3 ASSISTENTE

O assistente é o técnico que a parte tem o direito de indicar. Isto é,


escolhido pela parte, pelo critério da confiança, e tem como função
acompanhar o trabalho pericial, fiscalizando-o em nome da parte que o
constituiu. O artigo 421 do CPC declara que:

Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a


entrega do laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).
§ 1° Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da
intimação do despacho de nomeação do perito:
I - indicar o assistente técnico;
II - apresentar quesitos.

O assistente é um consultor técnico da parte. Atua como assistente


técnico nos processos judiciais

2.4 FUNÇÃO DO PERITO E ASSISTENTES

Os assistentes exercem uma função processual, na medida em que,


indicados pelas partes, passam a funcionar no assessoramento do perito, isto
é, a função do assistente é acompanhar e assessorar o trabalho do perito,
auxiliando-o quanto aos aspectos técnicos favoráveis à parte que o indicou. De
acordo com o art. 429 do CPC,

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Para o desempenho da função podem o perito e os assistentes
utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas,
obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder
da parte ou em repartições públicas, bem como instruindo o laudo
com plantas, desenhos, fotografias e outras peças.

A principal função do perito do juízo é fornecer ao magistrado todos os


elementos esclarecedores das questões controvertidas encontradas nos
documentos sob exame, proporcionando ao juízo subsídios para poder
pronunciar-se de forma precisa, com exatidão.

3 DESPESAS COM OS SERVIÇOS DO PERITO E DOS ASSISTENTES

O Código do Processo Civil dispõe que a sentença condena o vencido


a pagar ao vencedor as despesas que abrangem não só a custa dos atos do
processo como também a remuneração do assistente técnico. Os honorários
periciais estão previstos pelo CPC em seu art. 19:

Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às partes


prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo,
antecipando-lhes o pagamento desde o início até sentença final; e
bem ainda, na execução, até a plena satisfação do direito declarado
pela sentença.

Declara também que a remuneração do perito é paga pela parte que


haja requerido o exame ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes,
ou determinado de ofício pelo juiz, conforme os (art.20 e 33 do CPC). Os
tribunais do trabalho têm apreciado alguns dos aspectos relacionados com o
tema e decidiram que a parte vencida é responsável pelas despesas com o
assistente do perito, sem qualquer vinculação com a circunstância alusiva à
indicação do técnico, por força do disposto no CPC, em seus artigos 20 e 33.

De acordo com o CPC em seu art. 20:

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§ 2º As despesas abrangem não só à custa dos atos do processo,
como também a indenização de viagem, diária de testemunha e
remuneração do assistente técnico. (Redação dada pela Lei nº 5.925,
de 1.10.1973).
CPC Art. 33 - Cada parte pagará a remuneração do assistente
técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que
houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por
ambas às partes ou determinado de ofício pelo juiz.
Parágrafo único - O juiz poderá determinar que a parte responsável
pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor
correspondente a essa remuneração. O numerário, recolhido em
depósito bancário à ordem do juízo e com correção monetária, será
entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua
liberação parcial, quando necessária.

Segundo Abunahman (2008, p. 538):

Quando a prova pericial for requerida pelo Autor, por ambas as


partes, pelo Ministério Público ou for ordenada de ofício pelo Juiz, é
da responsabilidade do autor o adiantamento dos honorários do
Perito. Quando requerida pelo réu, será deste a responsabilidade
pelo adiantamento dos honorários (art.33 do CPC). Os honorários do
assistente técnico são da responsabilidade da parte que o indicou.

Cada perícia abrange ou encerra muitos elementos ou partes, com


número de quesitos e graus de complexidade distintos, despendendo,
consumindo por tal motivo, determinado número de horas para a realização do
trabalho pericial, não se podendo fixar previamente um valor para todas as
perícias que serão realizadas, uma vez que, como sabido, cada processo tem
suas peculiaridades.
Assim, o perito cobrará honorário, observando alguns detalhes de
suma importância, como a responsabilidade que terá o valor do objeto que é a
causa da demanda judicial, tempo de trabalho e o nível de complexidade da
perícia, devendo arbitrar o valor a ser cobrado após analisar os autos do
processo.
A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão relativa ao objeto da perícia. O juiz poderá
determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito
deposite a quantia em juízo, juntamente com o valor correspondente a essa
remuneração.

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4 O MERCADO DE TRABALHO DE PERÍCIAS JUDICIAIS

O mercado de trabalho de perícias judiciais é farto para


administradores, contadores, economistas e na área específica da engenharia
o campo de atuação do Perito é amplíssimo. O trabalho é remunerado e
geralmente cabe adiantamento de honorários, quando solicitados na devida
forma.
Há certos critérios a ponderar para chegar à dedução dos honorários
do perito, como por exemplo: a lide nos autos, o valor requerido pelo autor, o
grau de elevada responsabilidade do perito e outros. A importância do trabalho
a ser executado é vital para que se faça uma avaliação dos honorários para
posteriormente ser aprovado pelas partes e até mesmo pelo juiz.
A proposta de honorários do Perito deve ser formulada após tomar o
mesmo conhecimento do trabalho a ser desenvolvido, o que ocorre, em regra,
após a apresentação dos quesitos pelas partes.

5 VARAS EM QUE O PERITO PODE TRABALHAR

Na área cível envolve matérias de natureza comercial, como litígio


entre sócios, ações de liquidações societárias, falências, demandas de marcas
e patentes, ações de seguros, créditos, avaliação de pensão alimentícia, ações
possessórias, ações rescisórias, etc.
Na área do trabalho, a perícia trabalhista é exercida junto à justiça do
trabalho, iniciada nas Juntas de Conciliação. A maior parte das questões na
perícia trabalhista se refere a assuntos de salários ou ordenados, horas extras,
férias, aviso prévio, indenizações, comissões e dispensa. Já na área criminal, a
perícia trata de exames para detectar fraudes, acidente de trânsito com vítimas,
roubos, homicídios, etc.

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6 TIPOS DE PERÍCIA

6.1 PERÍCIA SIMPLIFICADA

Na perícia simplificada, de acordo com o art. 421, § 1° do CPC,

O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega


do laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).
§ 1° Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da
intimação do despacho de nomeação do perito:
I - indicar o assistente técnico;
II - apresentar quesitos.

Isso quer dizer que a perícia simplificada, na qual a diligência do perito


e assistente não tem de ser formalizada em laudo escrito, é quando, pela
natureza do fato, basta sua investigação pelo juiz por ocasião da audiência de
instrução e julgamento a respeito das coisas que haja informalmente
examinado. Isto é, não há necessidade de laudo escrito e detalhado. A opinião
do perito e dos assistentes é apresentada oralmente, expondo ao juiz as suas
conclusões técnicas.
O juiz pode resumi-las em ata, não sendo comuns nos processos
trabalhistas. Deveriam ser mais utilizadas, porque em alguns casos são
adequadas. O número elevado de audiências trabalhistas praticamente impede
a sua utilização. Não obstante, abreviariam o tempo de duração do processo.

6.2 PERÍCIA POR LAUDO

Na perícia por laudo, de acordo com os arts. 826 e 827 da CLT:

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Art. 826 - É facultado a cada uma das partes apresentarem um perito
ou técnico.
Art. 827 - O juiz ou presidente poderá arguir os peritos
compromissados ou os técnicos, e rubricará, para ser junto ao
processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado.

Isso quer dizer que o juiz, ao deferir a perícia, designa perito e fixa
prazo para entrega de laudo. Permite-se a cada parte a indicação de um
assistente. O prazo para indicação de assistentes pelas partes é de cinco dias,
contados da intimação do despacho de nomeação do perito e no mesmo prazo
se apresentam quesitos. Estes, os quesitos, são questões propostas ao perito
e assistente na forma de perguntas específicas e que são respondidas e
fundamentadas pelos peritos no laudo acompanhado ou não de anexos.
Podem as partes durante a diligência apresentar quesitos
suplementares, de cuja juntada é dada ciência à parte contrária, conforme o
art. 425 do CPC. Compete ao juiz indeferir quesitos impertinentes e formular os
que entenderem necessários ao esclarecimento da causa, conforme o art. 426
do CPC.
Quando a prova tem de realizar-se por carta pode-se proceder à
nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se
requisita a perícia, conforme o art. 428 do CPC. O juiz pode prorrogar uma vez
o prazo para a apresentação do laudo, conforme o art. 432 do CPC. O perito
apresenta este em secretaria no prazo fixado pelo juiz, pelo menos vinte dias
antes da audiência de instrução e julgamento conforme o art. 433 do CPC.
Os assistentes oferecem seus laudos no mesmo prazo fixado pelo juiz
para o perito, conforme o art. 826, parágrafo único. O juiz deve dar ciência a
juntada da perícia às partes para manifestações ou pedido de quesitos
suplementares. Quando o exame tenha por objeto a autenticidade da letra e
firma o perito pode requisitar, para efeito de comparação, documentos
existentes em repartições públicas. Na falta destes, pode requerer ao juiz que a
pessoa a que se atribui a autoria do documento lance em folha de papel, por
cópia ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação, conforme o
art. 434 do CPC.

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O juiz pode arguir perito e assistente em audiência, conforme o art. 827
da CLT, por iniciativa própria ou a requerimento da parte, que formula, desde
logo, as perguntas complementares que deseja apresentar sob a forma de
quesitos, segundo o art. 435 do CPC.
O laudo não é vinculante para o juiz, que não está adstrito às suas
conclusões, podendo rejeitá-las e formular a sua convicção com outros
elementos ou fatos provocados nos autos, conforme o art. 437 do CPC: “o juiz
poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova
perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida”. Ou
ordenar, de acordo com o art. 438 do CPC, segunda perícia destinada a corrigir
eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que a primeira conduziu.
A complexidade de algumas perícias contábeis em laudos
informatizados e acompanhados de inúmeros anexos com diversas colunas e
milhares de números inviabiliza praticamente qualquer possibilidade de
verificação pelo juiz. Daí a prática, tão inevitável quanto condenável, de simples
remissão pelo juiz ao laudo pericial, com o que a decisão fica praticamente
transferida do juiz para o perito, o que pode gerar, em alguns processos,
prejuízos a uma das partes quando o levantamento pericial, apesar de
volumoso, é incorreto ou inadequado ou quando o perito fixa premissas
jurídicas invadindo a área reservada ao juiz.
O ideal seria o juiz, ao ordenar a perícia, já estabelecer as premissas
jurídicas a serem observadas pelo perito e formular os quesitos centrais
necessários para a elucidação dos aspectos técnicos.

FIM DO MÓDULO I

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