Doenças Exantemáticas Na Infância
Doenças Exantemáticas Na Infância
Doenças Exantemáticas Na Infância
CLASSIFICAÇÃO:
Exantema maculopapular: manifestação cutânea mais comum nas doenças
infecciosas sistêmicas. Geralmente está associado a vírus, mas também pode
ser observado em outros tipos de infecções. Divide-se em:
- Morbiliforme: pequenas maculo-pápulas eritematosas (3 a 10 mm),
avermelhadas, lenticulares ou numulares, permeadas por pele sã, podendo
confluir. É típico do sarampo!
- Escarlatiniforme: eritema difuso, puntiforme, vermelho vivo, sem solução de
continuidade, poupando a região perioral e áspero. É típico da escarlatina!
- Rubeoliforme: parecido com o morbiliforme, mas de coloração rósea, com
pápulas um pouco menores. É típico da rubéola!
- Urticariforme: erupção papuloeritematosa de contornos irregulares. É típico de
reações medicamentosas!
EXANTEMA MACULOPAPULAR
mmaculokjjmaculopapualrmaculo Urticariforme
Morbiliforme papular
Escarlatiniforme Rubeoliforme
SARAMPO:
ETIOLOGIA E MEIO DE TRANSMISSÃO
É uma doença viral aguda, causada pelo Morbilivírus (família
Paramyxoviridae).
Praticamente erradicada em nosso meio.
Transmissão: contato com aerossóis respiratórios e gotículas.
Pico de incidência no final do inverno e na primavera.
FAIXA ETÁRIA
Abrange qualquer idade, principalmente crianças e Fácies sarampenta
adultos jovens.
QUADRO CLÍNICO
Período de incubação: 8-12 dias desde a exposição
até o início dos sintomas.
Período prodrômico: 3-5 dias de febre alta (> 38,5º
C), tosse (seca, incômoda), coriza e conjuntivite. A
febre atinge seu auge no aparecimento do exantema.
A mancha de Koplik, (ponto esbranquiçado circundado
por uma aréola vermelha) na mucosa oral na altura do Manchas de Koplik
segundo molar inferior, geralmente precede o
exantema em 2 a 3 dias. É patognomônico!
O exantema aparece entre o 3º e 7º dias de doença,
é morbiliforme, com início em região retroauricular,
distribuindo-se centrifugamente para todo o corpo,
mas sem acometer palmas e plantas.
A intensidade máxima ocorre depois de 3 dias, dura
de 4 a 7 dias e desaparece com descamação leve
(furfurácea).
Complicações: otite média aguda (OMA), broncopneumonia,
laringotraqueobronquite, encefalite aguda (1:1000) e panencefalite
esclerosante subaguda (muito rara, mas agressiva).
Tempo de contágio: desde 2 dias antes do início do pródromo até 4 dias após
o aparecimento do exantema.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Sorologia para anticorpos específicos (Elisa) em amostra coletada até 28 dias
após o início do exantema.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Não existe tratamento específico, apenas sintomático (ex: antitérmico).
Isolamento: respiratório (uso de máscara) até 4 dias após o início do
exantema.
A vacina é o único meio eficaz de prevenção!
Cuidados com os contactantes: aplicar a vacina contra o sarampo até 72
horas após o contágio; após esse período, até 6 dias, aplicar a imunoglobulina
humana normal. Para crianças normais, a dose é de 0,25 mL/kg; nos
imunodeprimidos, é 0,5 mL/kg.
DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA!!
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RUBÉOLA:
ETIOLOGIA E FORMA DE TRANSMISSÃO
Doença exantemática aguda, causada pelo Rubivírus (família Togaviridae).
Transmissão: via aérea, por meio de perdigotos.
Apresenta curso benigno, mas sua importância está relacionada principalmente
à síndrome de rubéola congênita (SRC). Gera grande dano fetal na gestação!
GRUPO ETÁRIO
São suscetíveis todas as pessoas não vacinadas e/ou que não tiveram a
doença.
QUADRO CLÍNICO
Tempo de incubação: 14 a 21 dias.
Tempo de contágio: de poucos dias
antes até 5 a 7 dias depois da erupção.
É caracterizado por exantema
maculopapular e puntiforme difuso, com
início na face, couro cabeludo e pescoço,
espalhando-se posteriormente para tronco e
membros.
Febre baixa e Sinal de Forccheimer
linfadenopatias (cervical
e retroauricular) também
são comuns.
Em alguns casos, observam-se, no palato mole,
petéquias conhecidas como sinal de Forccheimer, mas
que não é patognomônico da doença.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Sorologia para anticorpos específicos (Elisa) em
amostra, coletada até 28 dias após o inicio do exantema.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Não existe tratamento específico.
Deve ser tratada de acordo com sintomatologia e terapêutica adequada.
A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência de casos!
Cuidados com os contactantes: observação.
DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA!!
ESCARLATINA:
ETIOLOGIA E FORMA DE TRANSMISSÃO
É causada pela bactéria beta hemolítica do grupo A, Streptococcus pyogenes,
que produz toxina eritrôgenica.
Transmissão: ocorre através do contato com secreções respiratórias.
GRUPO ETÁRIO
Atinge principalmente crianças de 2-10 anos de idade.
QUADRO CLÍNICO
Período de incubação: 2-5 dias.
Junto ou após amigdalite membranosa,
apresenta-se com febre alta e mal-estar,
exantema eritematoso puntiforme (pele áspera
como lixa), palidez peribucal (sinal de Filatov),
linhas marcadas em regiões de flexão (sinal de
Pastia) e língua em framboesa.
Descamação extensa em mãos e pés se
inicia após uma semana.
Transmissilidade de 10-21 dias em
pacientes não tratados e sem complicações.
Possíveis complicações: glomerulonefrite
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PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Tratamento de suporte e administração de antibióticos (por pelo menos
10 dias).
DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA!!
DENGUE:
ETIOLOGIA E FORMA DE TRANSMISSÃO
Agente etiológico: vírus RNA pertencente ao grupo B dos
arbovírus, família Flaviviridae, gênero Flavivirus. Compreende 4
sorotipos DEN1, DEN2, DEN3, DEN4. O mais importante vetor é o
Aedes aegypti, sobretudo nas Américas.
Transmissão: pela picada da fêmea Aedes aegypti.
GRUPOS DE RISCO
Gestantes, < 2 anos, > 65 anos e pacientes com comorbidades.
QUADRO CLÍNICO
Período de incubação: 5 a 6 dias.
Febre alta (> 38ºC) de início abrupto que geralmente dura de 2 a 7 dias,
acompanhada de cefaleia, mialgia, artralgia, prostração e dor retro-orbital.
O exantema ocorre em 30% dos casos, surgindo após o declínio da febre.
Em geral, é maculopapular, iniciando-se em tronco e disseminando-se para
face e membros. Pode ser pruriginoso.
A fase aguda tem duração de 1 semana e é seguida por um período de
convalescença de 1 a 2 semanas, caracterizado por anorexia, mal-estar e
debilidade
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
É realizado por exames laboratoriais (testes que detectam fragmentos do vírus:
NS1, PCR ou anticorpos IgM ou pela elevação de IgG pareado).
TRATAMENTO
Não há tratamento específico, utilizando-se sintomáticos (exceto ácido
acetilsalicílico e seus derivados) e hidratação adequada.
Pode haver necessidade de internação.
DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA!!
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VARICELA:
ETIOLOGIA E FORMA DE TRANSMISSÃO
Vírus da varicela-zóster, da família dos herpes-vírus, também conhecido como
herpes-vírus humano tipo 3.
Transmissão: contato com o conteúdo de vesículas, lágrimas ou secreções
respiratórias.
SAZONALIDADE
Tem seu pico ao final do inverno e início da primavera.
GRUPO ETÁRIO
É mais comum na infância, sendo suscetíveis todas as pessoas não
vacinadas e/ou que não tiveram a doença.
QUADRO CLÍNICO
Pode começar com período
prodrômico de manifestações sistêmicas
leves, como febre e mal-estar, com duração
de 1 a 2 dias, seguido do rash cutâneo típico.
O rash é crânio caudal, pruriginoso,
com manchas avermelhadas, que evoluem
para vesículas, pústulas e crostas, sendo
comum a presença de lesões em seus
diferentes estágios.
O quadro costuma ser benigno, com
duração de 10 dias, mas pode evoluir com
pneumonia, afecção no sistema nervoso e
infecções bacterianas cutâneas.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O quadro clínico costuma dispensar o recurso laboratorial, porém pode se
detectar o vírus por PCR no liquido das vesículas, ou utilizar reações
sorológicas IgM ou IgG.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Tratamento do prurido com soluções e creme tópicos, antialérgicos orais,
cuidados de higiene para reduzir risco de infecções cutâneas secundárias e
antibióticos.
O uso de antiviral (aciclovir) deve ser considerado nas primeiras 24 horas do
aparecimento das lesões em pacientes de maior risco (imunodeprimidos,
portadores de doenças crônicas pulmonares).
Prevenção: vacinação!
REAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
ETIOLOGIA E FORMA DE TRANSMISSÃO
Hipersensibilidade do tipo I que ocorre após exposição à diversas drogas
como: atropina, antipirina, hidantoínas, alopurinol, salvarsan, sulfonamidas
penicilinas, etc.
GRUPO ETÁRIO
Acomete qualquer grupo etário.
QUADRO CLÍNICO
Não tem pródromos!
Pode ocorre febre, mialgia e prurido. O exantema pode ser macular, máculo-
papular, urticariforme ou eritrodérmico.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Não há confirmação laboratorial. O diagnóstico é clínico!
TRATAMENTO
Afastamento do medicamento suspeito!!!
Anti-histamínicos, corticosteroides e broncodilatadores podem aliviar os
sintomas.
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REFERÊNCIAS:
1. MAROSTICA, Paulo José Cauduro. Pediatria: Consulta Rápida, 2nd edição.
2. BURNS et. al. Tratado De Pediatria - Sociedade Brasileira De Pediatria, 4ª
Edição, Volume 1, 2017.
3. Diretoria de Vigilância Epidemiológica. DOENÇAS EXANTEMÁTICAS FEBRIS.
Disponível em: <http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/publicacoes/Exantemas-
Miolo-Visualizacao.pdf>. Acesso em: 18 de novembro de 2019.
4. SAMPAIO et. al. Dermatologia: Dermatologia de Sampaio e Rivitti/Rivitti EA. 4
ed. São Paulo: Artes Médicas,2018.
5. ORESTES, Claudio. DOENÇAS EXANTEMÁTICAS. Disponível em:
<http://www.portalmedico.org.br/regional/crmpb/emc_pediatria/d_exantem.ppt>.
Acesso em: 04 de dezembro de 2019.