Nefrologia Infeccao Trato Urinario
Nefrologia Infeccao Trato Urinario
Nefrologia Infeccao Trato Urinario
Documento Científico
Departamento Científico de Nefrologia
Infecção do
Trato Urinário
Departamento Científico de Nefrologia
Presidente: Nilzete Liberato Bresolin
Secretário: Lucimary de Castro Silvestre
Conselho Científico: Anelise Uhmann, Arnauld Kaufman, Clotilde Druck Garcia, Rubens Wolfe Lipinski
A infecção de trato urinário (ITU) constitui É uma doença que acomete principalmente
uma das infecções bacterianas mais frequentes o sexo feminino podendo chegar a 20:1 casos,
em Pediatria. É, provavelmente, a infecção bac- embora, do período neonatal até os seis meses
teriana mais prevalente no lactente. de idade pode haver predominância no sexo
masculino.
A importância do diagnóstico precoce da ITU
é prevenir e minimizar a formação e progressão O aumento da incidência ocorre entre três
da cicatriz renal, principalmente no neonato e e cinco anos de idade, havendo outro pico na
lactente mais suscetíveis à formação de cica- adolescência, muito provavelmente devido às
trizes que como consequência numa fase mais alterações hormonais (que favorecem a coloni-
tardia poderão levar à hipertensão e/ou insufi- zação bacteriana) e, em alguns casos, início pre-
ciência renal crônica. coce de atividade sexual. Tende à repetição po-
dendo ocorrer novo episódio em cerca de 40%
O melhor entendimento de sua fisiopatoge-
das pacientes. A recorrência é mais rara no sexo
nia, o advento da ultrassonografia fetal (detec-
masculino.
ção precoce de malformações), a investigação
por imagem, e a instituição terapêutica precoce
melhoraram em muito o prognóstico destes pe-
quenos pacientes. Fisiopatogenia
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Infecção no Trato Urinário
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Estas medidas são fundamentais e devem ser nadas ao sucesso terapêutico e à prevenção de
estimuladas porque estão diretamente relacio- infecções de repetição.
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Pacientes com processos obstrutivos tais devem ser empregadas paralelamente à ava-
como: estenose de junção uretero pélvica e ure- liação da função renal (anterior e, em alguns
tero vesical, devem ser colocados em profilaxia casos, posterior ao exame).
até que uma conduta para correção cirúrgica
seja adotada. Ultrassonografia (USG) do aparelho urinário
e bexiga
Quadro 7 – Drogas utilizadas em profilaxia da ITU5 Por ser exame não invasivo e não expor o
paciente à radiação deve ser realizado em to-
Droga Dose
dos os que apresentaram ITU com o intuito de
Nitrofurantoína* 1-2mg/kg/d
confirmar e/ou detectar má formações. No en-
Sulfametoxazol-Trimetoprim 20mg/kg/d
tanto, USG normal não exclui a existência de al-
Cefalexina** 20-30mg/kg/d
terações e é necessário lembrar que este é um
*Não usar em crianças menores de dois meses de idade
exame operador dependente, cujos resultados
**Neonatos e crianças menores de dois meses de idade
podem ser afetados pelo grau de expertise do
profissional.
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Infecção no Trato Urinário
da coluna, visualização da uretra, alteração da apresentam USG de rins e vias urinárias e/ou
bexiga como, por exemplo, a presença de di- cintilografia com DMSA alterada e/ou quadros
vertículo e a demonstração de RVU. A princípio, repetitivos de infecção urinária associados à
a UCM está reservada àqueles pacientes que disfunção miccional.
ITU
US
NORMAL ALTERADO
NORMAL ALTERADO
UCM
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Triênio 2016/2018