Execução Trabalhista Efetiva A Aplicabilidade Do CPC de 2015 Ao Cumprimento Da Sentença
Execução Trabalhista Efetiva A Aplicabilidade Do CPC de 2015 Ao Cumprimento Da Sentença
Execução Trabalhista Efetiva A Aplicabilidade Do CPC de 2015 Ao Cumprimento Da Sentença
RESUMO
INTRODUÇÃO
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
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1
O tema foi por nós desenvolvido no artigo “O incidente de desconsideração da
personalidade jurídica previsto no CPC 2015 e o direito processual do trabalho”. Revista
LTr, n. 1, ano 80, p. 71, jan. 2016.
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TOLEDO FILHO, Manoel Carlos. Os poderes do juiz do trabalho face ao novo código de
processo civil. In: MIESSA, Élisson (Org.). Novo código de processo civil e seus reflexos
no processo do trabalho. Salvador: Juspodivm, 2015. p. 331-332.
3
ZANETI JR., Hermes. Comentários ao código de processo civil - artigos 824 ao 925. São
Paulo: RT, 2016. vol. XIV. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.). ARENHART, Sérgio Cruz;
MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao código de processo civil, p. 129-130.
4
BUZAID, Alfredo. Exposição de motivos do código de processo civil de 1973, item 18.
Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/177828/
CodProcCivil%201974.pdf?sequence=4>. Acesso em: 19 jan. 2017.
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Hermes Zaneti Jr. preceitua: “[...] o processo de execução deverá ser pensado, estruturado
e efetivado de maneira a garantir o direito à tutela do crédito adequada, tempestiva e
efetiva.” (ZANETI JR., Hermes. Comentários ao código de processo civil - artigos 824 ao
925. São Paulo: RT, 2016. vol. XIV. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.). ARENHART, Sérgio
Cruz; MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao código de processo civil, p. 41.)
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9
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo código de processo civil anotado. São Paulo: Saraiva,
2015. p. 44.
10
SILVA, José Antônio Ribeiro de Oliveira (Coord.). DIAS, Carlos Eduardo Oliveira; FELICIANO,
Guilherme Guimarães; TOLEDO FILHO, Manoel Carlos. Comentários ao novo CPC e sua
aplicação ao processo do trabalho. São Paulo: LTr, 2016. vol. 1, p. 24.
11
Hermes Zaneti Jr. preleciona: “O art. 139, IV, do CPC estabelece um novo modelo de
execução civil no Brasil. Ao prever a atipicidade dos meios executivos ligada ao controle da
adequada e efetiva tutela pelo juiz, o CPC migra de um modelo exclusivo de execução rígida,
de obrigações-tipo e execuções-tipo (germânico), para um modelo combinado de execuções
tipo flexíveis, tutela adequada (commom law) e generalização das astreintes (francês).”
(ZANETI JR., Hermes. Comentários ao código de processo civil - artigos 824 ao 925. São
Paulo: RT, 2016. vol. XIV. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.). ARENHART, Sérgio Cruz;
MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao código de processo civil, p. 113.)
12
A Instrução Normativa n. 39/2016 foi aprovada pela Resolução n. 203 do TST, de 15/3/2016.
13
Renato Beneduzi faz o registro histórico de que a atipicidade dos meios de execução
estava limitada no CPC revogado, tendo sido ampliada no CPC de 2015. Diz o jurista:
“Concebida na vigência do Código de Processo Civil de 1973 apenas para a execução
específica, a aplicação do princípio da atipicidade dos meios executivos veio a ser
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MEIRELES, Edilton. Medidas sub-rogatórias, coercitivas, mandamentais e indutivas no
código de processo civil de 2015. Revista de Processo. Vol. 247, ano 40, São Paulo: RT,
p. 237, set. 2015.
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SILVA, José Antônio Ribeiro de Oliveira (Coord.). DIAS, Carlos Eduardo Oliveira; FELICIANO,
Guilherme Guimarães; TOLEDO FILHO, Manoel Carlos. Comentários ao novo CPC e sua
aplicação ao processo do trabalho. São Paulo: LTr, 2016. vol. 1, p. 200.
19
MEIRELES, Edilton. Medidas sub-rogatórias, coercitivas, mandamentais e indutivas no
código de processo civil de 2015. Revista de Processo. Vol. 247, ano 40, São Paulo: RT,
p. 237, set. 2015.
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20
“Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe
indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos
executivos já determinados.”
21
“Art. 520. [...]
§ 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento
da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real
eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos
causados ao executado.”
22
“Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo
arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e
irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou
a ação autônoma de que trata o § 4º deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação
pelos prejuízos sofridos.”
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23
“Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
[...]
§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a
ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.”
24
“Art. 3º. Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão
e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes
temas:
[...]
XVI - art. 835, incisos e §§ 1º e 2º (ordem preferencial de penhora).”
25
AMARAL, Guilherme Rizzo. Comentários às alterações do novo CPC. São Paulo: RT,
2015. p. 836.
26
Se, no processo civil, o bloqueio de numerário depende de requerimento do exequente
(CPC, art. 854), no processo do trabalho tal providência pode ser determinada de ofício
pelo juiz, a teor do art. 878 da CLT. Essa conclusão é reforçada pela previsão do art. 765
da CLT, verdadeira norma de sobredireito do subsistema processual trabalhista que
irradia efeitos a todas as etapas procedimentais. O art. 765 da CLT autoriza o magistrado
a adotar todas as diligências necessárias à rápida solução da causa.
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27
“Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens penhorados quando:
I - se tratar de veículos automotores, [...].”
28
O verbo é empregado no modo imperativo - “determinará”.
29
A imediata remoção do bem móvel penhorado é a regra geral tanto na Lei n. 6.830/80 (art.
11, § 3º) quanto no CPC (art. 840, II).
30
“Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário
ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.”
31
Como esclarece Hermes Zaneti Jr.: “O coproprietário tem direito a sua quota-parte, mas
não pode evitar a alienação do bem por ser este indivisível.” (ZANETI JR., Hermes.
Comentários ao código de processo civil - artigos 824 ao 925. São Paulo: RT, 2016. vol.
XIV. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.).ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel (Coord.).
Comentários ao código de processo civil, p. 204.)
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32
No dizer de Hermes Zaneti Jr.: “É justamente a efetividade o núcleo das preocupações com a
atividade executiva.” (ZANETI JR., Hermes. Comentários ao código de processo civil - artigos
824 ao 925. São Paulo: RT, 2016. vol. XIV. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.). ARENHART,
Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao código de processo civil, p. 130.)
33
Sobre a valorização das decisões de primeiro grau no âmbito recursal, remetemos o leitor
ao artigo “A função revisora dos tribunais - a questão da valorização das decisões de
primeiro grau - uma proposta de lege ferenda: a sentença como primeiro voto no colegiado”.
In: CLAUS, Ben-Hur Silveira (Coord.). A função revisora dos tribunais: por uma nova
racionalidade recursal. São Paulo: LTr, 2016. p. 95-104.
34
Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery anotam: “A execução provisória está,
agora, sujeita à multa, nos mesmos moldes do que ocorre com a execução definitiva, bem
como à incidência dos honorários advocatícios. Com isso, procurou-se conferir a mesma
efetividade e coercitividade da execução definitiva à execução provisória, de forma que
ela não se estenda até o julgamento final do recurso não dotado de efeito suspensivo.”
(NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao código de processo
civil - Novo CPC - Lei 13.105/2015. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 1.283.)
35
José Rogério Cruz e Tucci registra que “[...] o § 2º do art. 520, dirimindo qualquer dúvida,
dispõe que, no cumprimento provisório, incidem a multa de 10% e os honorários
advocatícios, também de 10%, sobre a soma devida, desde que o executado, depois de
devidamente intimado, deixe de pagar a dívida no prazo de 15 dias.” (CRUZ E TUCCI, José
Rogério. Comentários ao código de processo civil - artigos 485-538. São Paulo: RT, 2016.
vol. VIII. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.). ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel
(Coord.). Comentários ao código de processo civil, p. 283.)
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200
Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery assentam que “[...] hoje é
possível alcançar-se, na execução provisória, todos os efeitos práticos da
execução definitiva.”41
Se a possibilidade de execução completa já estava prevista na execução
provisória no CPC revogado (art. 475-O, III42), a verdadeira novidade trazida
pelo CPC em vigor está na opção do legislador de tutelar a posição jurídica do
arrematante em detrimento da tutela da posição jurídica do executado na
execução provisória. Ao estabelecer que, na execução provisória, “A restituição
ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da
transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real
eventualmente já realizada, […]” (CPC, art. 520, § 4º), o novo CPC pretendeu
estimular a participação de terceiro arrematante na hasta pública do bem do
executado e, por isso mesmo, induzir o executado ao cumprimento da
obrigação, para não perder o bem penhorado definitivamente.
A norma do art. 520, § 4º, é complementada pelo preceito do art. 903
do CPC. Enquanto o art. 520, § 4º, estabelece que a restituição ao estado
anterior a que se refere o inciso II do art. 520 não implica o desfazimento da
transferência da propriedade, o art. 903 confirma que, firmado o auto de
arrematação, a arrematação é considerada irretratável, ainda que venham a
ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma
respectiva. A doutrina confirma essa interpretação:
41
NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao código de processo
civil - Novo CPC - Lei 13.105/2015. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 1.281.
42
“Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo
que a definitiva, observadas as seguintes normas:
[...]
III - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de
propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução
suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.”
43
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo código de
processo civil comentado. 2. ed. São Paulo: RT, 2016. p. 624.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
201
44
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo código de processo civil comentado artigo por
artigo. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 896-897.
45
CRUZ E TUCCI, José Rogério. Comentários ao código de processo civil - artigos 485-538.
São Paulo: RT, 2016. vol. VIII. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.). ARENHART, Sérgio
Cruz; MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao código de processo civil, p. 282. No
mesmo sentido, alinha-se a doutrina de Cassio Scarpinella Bueno: “O § 4º evidencia o
correto entendimento de que a alienação de domínio é preservada no caso de provimento
de apelo do executado. Ressalvando-se o direito do executado (quem sofre o cumprimento
provisória da sentença) pleitear a indenização cabível.” (Novo código de processo civil
anotado. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 348.)
46
CORDEIRO, Wolney de Macedo. Execução no processo do trabalho. 2. ed. Salvador:
Juspodivm, 2016. p. 344.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
202
47
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo código de
processo civil comentado. 2. ed. São Paulo: RT, 2016. p. 625.
48
ZANETI JR., Hermes. Comentários ao código de processo civil - artigos 824 ao 925. São
Paulo: RT, 2016. vol. XIV. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.). ARENHART, Sérgio Cruz;
MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao código de processo civil, p. 41.
49
ZANETI JR., Hermes. Comentários ao código de processo civil - artigos 824 ao 925. São
Paulo: RT, 2016. vol. XIV. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.). ARENHART, Sérgio Cruz;
MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao código de processo civil, p. 130.
50
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo código de
processo civil comentado. 2. ed. São Paulo: RT, 2016. p. 641.
51
STJ, 3ª Turma, REsp 750.805/RS, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, j. 14/2/2008, DJe 16/6/2009.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
203
52
Cf. CLAUS, Ben-Hur Silveira. Execução trabalhista em perguntas e respostas. Porto
Alegre: HS Editora, 2015. p. 91-92.
53
Enquanto a duplicata enseja contraditório apenas diferido, a sentença judicial é antecedida
de contraditório prévio, com garantia inclusive de acesso ao duplo grau de jurisdição.
Somente após o trânsito em julgado da sentença admite-se o protesto. Já a duplicata
vencida é apontada para imediato protesto por ato unilateral do credor e, não havendo o
pagamento, o protesto é lavrado, salvo se o devedor ajuizar ação de sustação do protesto,
tomando a iniciativa de propor o contraditório.
54
MIESSA, Élisson. Hipoteca judiciária e protesto da decisão judicial no novo CPC e seus
impactos no processo do trabalho. In: MIESSA, Élisson (Org.). Novo código de processo
civil e seus reflexos no processo do trabalho. Salvador: Juspodivm, 2015. p. 480.
55
Cf. NEGRÃO, Theotonio et al. Novo código de processo civil e legislação processual em
vigor. 47. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 551, nota n. 517, 1a.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
204
56
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo código de processo civil anotado. São Paulo: Saraiva,
2015. p. 481-482.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
205
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
206
57
TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Comentários ao novo código de processo civil sob a
perspectiva do processo do trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 869. No que diz
respeito ao protesto extrajudicial da sentença previsto no art. 517 do CPC, o autor afirma
que “[...] a norma é aplicável ao processo do trabalho, desde que tenha decorrido o prazo
para o pagamento da dívida [...]”, sem descer ao detalhe da possibilidade da iniciativa de
ofício do juiz, talvez no pressuposto de que a iniciativa da parte é exigida pelo CPC (obra
citada, p. 728).
58
ALMEIDA, Cleber Lúcio de. Direito processual do trabalho. 6. ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 754.
59
MEIRELES, Edilton. Medidas sub-rogatórias, coercitivas, mandamentais e indutivas no
código de processo civil de 2015. Revista de Processo. Vol. 247, ano 40, São Paulo: RT,
p. 237, set. 2015.
60
SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho. 8. ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 292.
61
MIESSA, Élisson. Hipoteca judiciária e protesto da decisão judicial no novo CPC e seus
impactos no processo do trabalho. In: MIESSA, Élisson (Org.). Novo código de processo
civil e seus reflexos no processo do trabalho. Salvador: Juspodivm, 2015. p. 480.
62
PINTO, José Augusto Rodrigues. Execução trabalhista. 11. ed. São Paulo: LTr, 2006. p. 213.
63
Constrição e alienação forçadas.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
207
64
CORRÊA, Alcione Niederauer. CLAUS, Ben-Hur Silveira (Org.). Das ações cautelares no
processo do trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 2015.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
208
65
LACERDA. Galeno. Comentários ao código de processo civil. 3. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 1990. vol. VIII, tomo I, p. 129-130.
66
Luciano Athayde Chaves pondera sobre a necessidade de utilizar e desenvolver ferramentas
eletrônicas na execução trabalhista, observando, com pertinência, que “[...] as práticas
forenses permaneceram tempo demais na obscuridade das rotinas tradicionais, fator de
grande relevo para explicar a baixa efetividade das tutelas jurisdicionais.” (CHAVES, Luciano
Athayde. Ferramentas eletrônicas na execução trabalhista. In: CHAVES, Luciano Athayde
(Org.). Curso de processo do trabalho. São Paulo: LTr, 2009. p. 925-926.)
67
Cada Estado da Federação tem uma Seção estadual do Instituto.
68
É o caso do TRT do Amazonas e do TRT de Minas Gerais, por exemplo.
69
SPC - Serviço de Proteção ao Crédito (lojistas); Cedin - Cadastro de Entidades Devedoras
Inadimplentes, mantido pelo CNJ; Cadin - Cadastro de Inadimplentes, mantido pelo Banco
Central do Brasil (obrigações não pagas para com órgãos da Administração Pública
Federal); Sicaf - Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (regularidade
fiscal das empresas que contratam com a Administração Pública).
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
209
70
“Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
[...]
§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a
ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.”
71
Cf. CLAUS, Ben-Hur Silveira. TST atualiza sua jurisprudência: penhora em dinheiro na
execução provisória. Suplemento Trabalhista n. 105/16. São Paulo: LTr, ano 52, p.
601-603, 2016.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
210
I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina
penhora em dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois
é prioritária e obedece à gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015
(art. 655 do CPC de 1973).
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
211
76
A síntese de Élisson Miessa é perfeita. MIESSA, Élisson. Impactos do novo CPC nas
súmulas e orientações jurisprudenciais do TST. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 116.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
212
77
A primeira observação é notar que desaparece, no novo CPC, o advérbio absolutamente
- absolutamente impenhoráveis - que estava presente no Código revogado (art. 649,
caput). O CPC de 2015 relativiza algumas hipóteses de impenhorabilidade, atendendo a
ponderações da doutrina em favor da efetividade da tutela executiva.
78
Cf. ALMEIDA, Cleber Lúcio de. Direito processual do trabalho. 6. ed. São Paulo: LTr, 2016.
p. 809-810.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
213
79
Cf. CORDEIRO, Wolney de Macedo. Execução no processo do trabalho. 2. ed. Salvador:
Juspodivm, 2016. p. 276.
80
OJ 153 da SDI-II do TST: “MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE PENHORA
SOBRE VALORES EXISTENTES EM CONTA SALÁRIO. ART. 649, IV, DO CPC. ILEGALIDADE.
Ofende direito líquido e certo decisão que determina o bloqueio de numerário existente em
conta salário, para satisfação de crédito trabalhista, ainda que seja limitado a determinado
percentual dos valores recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação ou poupança,
visto que o art. 649, IV, do CPC contém norma imperativa que não admite interpretação
ampliativa, sendo a exceção prevista no art. 649, § 2º, do CPC espécie e não gênero de
crédito de natureza alimentícia, não englobando o crédito trabalhista.”
81
Wolney de Macedo Cordeiro adota a expressão prestação alimentícia de qualquer
natureza. (CORDEIRO, Wolney de Macedo. Execução no processo do trabalho. 2. ed.
Salvador: Juspodivm, 2016. p. 298.)
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
214
Daí a razão por que Élisson Miessa afirma que não mais se sustenta a
limitação imposta pelo TST na OJ 153 da SDI-II, no sentido de que a exceção
da impenhorabilidade da remuneração de devedor apenas diz respeito à ação
de alimentos. É o caso - sustenta o jurista - de cancelamento da referida
Orientação Jurisprudencial, devendo o TST aplicar o disposto no § 2º do art.
833 do CPC de 2015 para permitir penhora de salários, vencimentos e afins e
82
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo código de processo civil comentado artigo por
artigo. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 1.316.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
215
83
MIESSA, Élisson. Impactos do novo CPC nas súmulas e orientações jurisprudenciais do
TST. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 123.
84
CORDEIRO, Wolney de Macedo. Causas de impenhorabilidade perante a execução
trabalhista e o novo código de processo civil. In: DALLEGRAVE NETO José Affonso;
GOULART, Rodrigo Fortunato (Coord.). Novo CPC e o processo do trabalho. São Paulo:
LTr, 2016. p. 298.)
85
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo código de
processo civil comentado. 2. ed. São Paulo: RT, 2016. p. 626. No mesmo sentido orienta-se a
doutrina de Daniel Amorim Assumpção Neves. Para o jurista, “[...] nos termos do art. 521, I, do
Novo CPC, dispensa-se a caução independentemente da origem da dívida alimentar. Não
interessa, portanto, se o crédito decorre de relação de parentesco, matrimônio, remunerações
por trabalho ou de responsabilidade civil.” (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo código
de processo civil comentado artigo por artigo. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 898.)
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
216
86
Uma vez que os recursos trabalhistas têm efeito apenas devolutivo (CLT, art. 899), a
execução provisória pode ser adotada de forma generalizada no processo do trabalho.
87
SILVA, Antônio Álvares da. Execução provisória trabalhista depois da reforma do CPC.
São Paulo: LTr, 2007. p. 55.
88
ALMEIDA, Cleber Lúcio de. Direito processual do trabalho. 6. ed. São Paulo LTr, 2016. p. 792.
89
FAVA, Marcos Neves. Execução trabalhista efetiva. São Paulo: LTr, 2009. p. 197.
90
CHAVES, Luciano Athayde. Estudos de processo do trabalho. São Paulo: LTr, 2009. p. 244.
91
BEBBER, Júlio César. Execução de título provisório: instrumento de efetividade e tempestividade
processuais. In: VELOSO, Gabriel; MARANHÃO, Ney (Org.) Contemporaneidade e trabalho:
aspectos materiais e processuais. São Paulo: LTr, 2010. p. 392.
92
CORDEIRO, Wolney de Macedo. Execução no processo do trabalho. 2. ed. Salvador:
Juspodivm, 2016. p. 110.
93
ARANTES, Delaíde Alves Miranda; DUARTE, Radson Rangel Ferreira. Execução trabalhista
célere e efetiva: um sonho possível. São Paulo: LTr, 2002. p. 65 e 69.
94
MORI, Amaury Haruo. Execução provisória. In: SANTOS, José Aparecido dos (Coord.).
Execução trabalhista. 2. ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 824.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
217
95
TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Execução no processo do trabalho. 9. ed. São Paulo:
LTr, 2005. p. 206-207.
96
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 14. ed. São
Paulo: LTr, 2016. p. 1.329.
97
SCHIAVI, Mauro. Execução no processo do trabalho. 8. ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 244.
98
O tema foi objeto de pesquisa por nós desenvolvida no artigo “A execução trabalhista não
se submete à regra exceptiva da execução menos gravosa - a efetividade da jurisdição
como horizonte hermenêutico”. Revista Síntese, São Paulo, n. 306, p. 9-24, dez./2014.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
218
99
É intuitivo que a regra geral de que a execução realiza-se no interesse do exequente
deve ganhar maior densidade em se tratando de execução de título executivo judicial.
100
A lição de Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero é neste sentido:
“Observe-se que a aplicação do art. 805, CPC, pressupõe a existência de várias técnicas
processuais igualmente idôneas para a realização do direito do exequente. Obviamente, o juiz
não pode preferir técnica processual inidônea, ou menos idônea que outra também disponível,
para a realização do direito, a pretexto de aplicar o art. 805. A execução realiza-se no
interesse do exequente, que tem direito à tutela jurisdicional adequada e efetiva (arts. 5º,
XXXV, CF, e 797, CPC).” (MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO,
Daniel. Novo código de processo civil comentado. 2. ed. São Paulo: RT, 2016. p. 877.)
101
Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero advertem: “Todavia, o art.
805, CPC, não se aplica na concorrência de técnicas processuais idôneas e inidôneas. A
aplicação do art. 805, CPC, neste último contexto, violaria os arts. 5º, XXXV, CF, e 797,
CPC.” (MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo código
de processo civil comentado. 2. ed. São Paulo: RT, 2016. p. 877.)
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
219
O preceito do art. 797 do CPC induz a que o juiz já opte pelo meio
mais eficaz de concretizar a execução, pois somente assim a execução será
realmente realizada no interesse do exequente. Essa interpretação do art.
797 do CPC conforme a Constituição se impõe tanto em face da garantia
fundamental da efetividade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV) quanto em face da
garantia fundamental da razoável duração do processo (CF, art. 5º, LXXVIII).
No âmbito do processo do trabalho, a referida interpretação tem alento
hermenêutico na norma que atribui ao juiz a incumbência de velar pela rápida
solução da causa (CLT, art. 765102). Portanto, somente em situações
excepcionais caracterizar-se-á o suporte fático do art. 805 do CPC, porquanto
a regra é já se adotar o modo mais eficaz para realizar a execução no âmbito
da Jurisdição Trabalhista, o que implica descartar os modos menos eficazes
de realizar a execução.
A possibilidade de incidência da regra excepcional do art. 805 do CPC
tem por pressuposto já haver sido garantida a prévia observância do comando
normativo que estabelece que deva ser respeitada, no cumprimento da decisão
judicial, a regra geral da execução mais eficaz. Não se trata, portanto, de uma
norma para neutralizar a regra geral da execução mais eficaz: a exceção confirma
a regra, não podendo sobrepujá-la.103 Trata-se de uma regra exceptiva que
permite, desde que esteja assegurada a realização mais eficaz da execução,
que a execução seja feita por modo menos gravoso para o executado em
determinado caso concreto. De acordo com a doutrina de Francisco Antonio de
Oliveira, é necessário compreender que a execução trabalhista deve ser realizada
no interesse do credor e não no interesse do devedor. O jurista paulista explica:
102
CLT: “Art. 765. Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do
processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer
diligência necessária ao esclarecimento delas.”
103
Não há contradição entre as normas dos arts. 797 e 805 do CPC, desde que sejam elas
hierarquizadas sob perspectiva valorativa. Isso porque, conforme pondera Manoel Antonio
Teixeira Filho, “[...] a preeminência axiológica é do art. 797; ao redigir o art. 805, o legislador
não teve a intenção de neutralizar o art. 797, senão que impor uma espécie de regra de
temperamento em sua aplicação prática. Destarte, sem que a execução deixe de
processar-se no interesse do credor, em algumas situações ela deverá ser realizada
pelo modo menos gravoso ao devedor.” (TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Comentários
ao novo código de processo civil sob a perspectiva do processo do trabalho. 2. ed. São
Paulo: LTr, 2016. p. 892.)
104
OLIVEIRA, Francisco Antonio de. Execução na justiça do trabalho. 6. ed. São Paulo: RT,
2007. p. 93.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
220
105
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 3. ed. São Paulo:
Malheiros, 2009. v. 4, p. 63.
106
Para Cristiano Imhof e Bertha Stecker Rezende, “Este inédito parágrafo único determina
de forma expressa que é ônus e incumbência do executado que alegar ser a medida
executiva mais gravosa, indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena
de manutenção dos atos executivos já determinados.” (IMHOF, Cristiano; REZENDE, Bertha
Stecker. Comentários às alterações do novo CPC. São Paulo: RT, 2015. p. 836.)
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
221
107
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo código de processo civil anotado. São Paulo: Saraiva,
2015. p. 495.
108
Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero afirmam que a alegação
pode ser rejeitada se o executado não se desincumbir do encargo processual de indicar
outros meios tão eficazes quanto o meio executivo adotado pelo juízo: “Não havendo
essa demonstração, o juiz pode rejeitar de plano a alegação.” (MARINONI, Luiz Guilherme;
ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo código de processo civil comentado.
2. ed. São Paulo: RT, 2016. p. 877.)
109
Leonardo de Faria Beraldo critica a redação do preceito. Pondera que o legislador deveria
ter utilizado o vocábulo “tão” eficazes ao invés do vocábulo “mais” eficazes, ao atribuir
ao executado o encargo processual de “indicar outros meios mais eficazes” quando
alegar que a execução realiza-se de modo mais gravoso para o executado. (BERALDO,
Leonardo de Faria. Comentários às inovações do código de processo civil. Belo Horizonte:
Del Rey, 2015. p. 309.) Parece, entretanto, que o legislador objetivou estreitar a
possibilidade de invocação do argumento da execução menos onerosa em face da histórica
experiência de ineficácia da execução judicial, experiência essa construída muitas vezes
sob alegações artificiosas de execução mais gravosa. Parece mais consentânea a
consideração doutrinária de Guilherme Rizzo Amaral: “O atual CPC dá uma guinada
importante ao afirmar a prevalência da efetividade da execução sobre o princípio da
menor onerosidade. Reflexo disso é a total superação da referida Súmula [417 do STJ],
com a instituição da prioridade da penhora em dinheiro (art. 835, I e § 1º), da qual não
pode abdicar em favor da penhora sobre outro bem, e também o parágrafo único do art.
805, segundo o qual passa a ser ônus do executado, ao ventilar a aplicação do princípio
da menor onerosidade, demonstrar existirem outros meios mais eficazes e menos onerosos
para a satisfação do crédito do exequente.” (AMARAL, Guilherme Rizzo. Comentários
às alterações do novo CPC. São Paulo: RT, 2015. p. 836.)
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
222
CONCLUSÃO
110
TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Comentários ao novo código de processo civil sob a
perspectiva do processo do trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 2016. p. 893.
111
CORDEIRO, Wolney de Macedo. Execução no processo do trabalho. 2. ed. Salvador:
Juspodivm, 2016. p. 47.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
223
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
224
112
MARQUES, Claudia Lima. O “diálogo das fontes” como método da nova teoria geral do
direito: um tributo a Erik Jaime. In: MARQUES, Claudia Lima (Coord.). Diálogo das fontes:
do conflito à coordenação de normas do direito brasileiro. São Paulo: RT, 2012. p. 21.
113
MIRAGEM, Bruno. Eppur si mouve: diálogo das fontes como método de interpretação
sistemática no direito brasileiro. In: MARQUES, Claudia Lima (Coord.). Diálogo das fontes:
do conflito à coordenação de normas do direito brasileiro. São Paulo: RT, 2012. p. 78.
114
BENJAMIN, Antonio Herman. Prefácio. In: MARQUES, Claudia Lima (Coord.). Diálogo das
fontes: do conflito à coordenação de normas do direito brasileiro. São Paulo: RT, 2012. p. 6.
115
Luciano Athayde Chaves desenvolveu esse tema no artigo “O novo código de processo
civil e o processo do trabalho: uma análise sob a óptica do cumprimento da sentença e da
execução forçada”. O artigo é uma versão adaptada da exposição realizada no I Seminário
Nacional sobre a Efetividade da Execução Trabalhista, promovido pelo Conselho Superior
da Justiça do Trabalho (CSJT) e pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados do Trabalho (ENAMAT), no dia 7 de maio de 2015. mimeo.
116
Cf. CLAUS, Ben-Hur Silveira. Execução trabalhista: da desconsideração clássica à
desconsideração inversa da personalidade jurídica. Revista do Tribunal Regional do
Trabalho da 4ª Região, Porto Alegre, n. 42, p. 48-73, 2014.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
225
[...] o art. 139, IV, CPC é aplicável a toda e qualquer atividade judicial prevista
no CPC e também para além dele, nos termos do art. 15, CPC, de forma
supletiva, subsidiária e residual, aos demais processos e procedimentos
especiais fora do Código.118
ABSTRACT
This article deals with the applicability of the CPC of 2015 to compliance
with the labor judgment that condemns the payment of a certain amount,
exploring the potentialities that the new Code can bring to the effectiveness of
labor enforcement, be it with regard to provisional execution or with respect to
To final implementation.
117
ENGISCH, Karl. Introdução ao pensamento jurídico. 10. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2008. p. 293.
118
ZANETI JR., Hermes. Comentários ao código de processo civil - artigos 824 ao 925. São
Paulo: RT, 2016. vol. XIV. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.). ARENHART, Sérgio Cruz;
MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao código de processo civil, p. 115.
119
A Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região aprovou o Enunciado n. 47
sobre a matéria: “ENUNCIADO 47. CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA. CRÉDITO DE
NATUREZAALIMENTAR. COMPATIBILIDADE COM O PROCESSO DO TRABALHO. O regramento
do cumprimento provisório da sentença prevista nos artigos 520, 521 e 522 do CPC é compatível
com o processo do trabalho, considerada a natureza alimentar do crédito trabalhista.”
120
CORDEIRO, Wolney de Macedo. Execução no processo do trabalho. 2. ed. Salvador:
Juspodivm, 2016. p. 49.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
226
REFERÊNCIAS
- ALMEIDA, Cleber Lúcio de. Direito processual do trabalho. 6. ed. São Paulo:
LTr, 2016.
- AMARAL, Guilherme Rizzo. Comentários às alterações do novo CPC. São
Paulo: RT, 2015.
- ARANTES, Delaíde Alves Miranda; DUARTE, Radson Rangel Ferreira.
Execução trabalhista célere e efetiva: um sonho possível. São Paulo: LTr,
2002.
- BARBAGELATA, Héctor-Hugo. El particularismo del derecho del trabajo y
los derechos humanos laborales. 2. ed. Montevideo: Fundación de Cultura
Universitária, 2009.
- BEBBER, Júlio César. Execução de título provisório: instrumento de
efetividade e tempestividade processuais. In: VELOSO, Gabriel;
MARANHÃO, Ney (Org.) Contemporaneidade e trabalho: aspectos materiais
e processuais. São Paulo: LTr, 2010, p. 392-408.
- BENEDUZI, Renato. Comentários ao código de processo civil - artigos 70 a
187. São Paulo: RT, 2016. vol. II. In: MARINONI, Luiz Guilherme (Dir.).
ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao
código de processo civil.
- BENJAMIN, Antonio Herman. Prefácio. In: MARQUES, Claudia Lima
(Coord.). Diálogo das fontes: do conflito à coordenação de normas do direito
brasileiro. São Paulo: RT, 2012. p. 6.
- BERALDO, Leonardo de Faria. Comentários às inovações do código de
processo civil. Belo Horizonte: Del Rey, 2015.
- BUENO, Cassio Scarpinella. Novo código de processo civil anotado. São
Paulo: Saraiva, 2015.
- BUZAID, Alfredo. Exposição de motivos do código de processo civil de
1973, item 18. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/
handle/id/177828/CodProcCivil%201974.pdf?sequence=4>. Acesso em: 19
jan. 2017.
- CHAVES, Luciano Athayde. Estudos de processo do trabalho. São Paulo:
LTr, 2009.
- ______. Ferramentas eletrônicas na execução trabalhista. In: CHAVES,
Luciano Athayde (Org.). Curso de processo do trabalho. São Paulo: LTr,
2009. p. 1.058-1.109.
- ______. O novo código de processo civil e o processo do trabalho: uma
análise sob a óptica do cumprimento da sentença e da execução forçada.
O artigo é uma versão adaptada da exposição realizada no I Seminário
Nacional sobre a Efetividade da Execução Trabalhista, promovido pelo
Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e pela Escola Nacional
de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT),
no dia 7 de maio de 2015. mimeo.
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
227
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
228
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016
229
Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 62, n. 93, p. 185-229, jan./jun. 2016