Saúde Da Mulher - Aula 2

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MUL HER NA RED E D E

ATENÇÃ O À S A Ú D E II

P R O F. ª M S . T H A Í S M O R E I R A O L I V E I R A
E N F E R M E I R A – E S CO L A D E E N F E R M AGE M DA U F M G
MESTRE EM SAÚDE E ENFERMAGEM – ESCOLA DE
ENFERMAGEM – UFMG
P Ó S - G R A D UA Ç Ã O E M T E R A P I A I N T E N S I VA ,
URGÊNCIA E TRAUMA - CMMG
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO – 29/08/22

❖Ações de Enfermagem no pré natal


❖Cuidados no trabalho de parto e parto: Recomendações da
Organização Mundial da Saúde (OMS)
❖Trabalho de Parto e Parto
❖Estágios do parto e assistência de enfermagem com base em
evidências
PRÉ NATAL
BREVE REVISÃO
PRÉ NATAL

Anamnese

Avaliação geral da mulher


• Abordagem pré concepcional
OBJETIVO: é o acolhimento no momento
oportuno da mulher que planeja seu futuro
reprodutivo, objetivando apoiar a decisão Exame físico
dessa mulher e identificar fatores de risco ou
doenças que possam alterar a evolução
normal de uma futura gestação. Constitui Exame ginecológico
instrumento importante na avaliação do risco
reprodutivo e na diminuição dos índices de
morbimortalidade materna e infantil. Exames
laboratoriais
PRÉ NATAL
Histórias pregressa e obstétrica - Avaliação do risco gestacional

• A história clínica objetiva identificar situações de saúde que possam complicar a gravidez, como hipertensão, diabetes
pré-gestacional, epilepsia, cardiopatias, doenças da tireoide, hemoglobinopatias e processos infecciosos, incluindo as
infecções sexualmente transmissíveis.

Controle pressórico, acompanhamento nutricional e dietético e a avaliação do


comprometimento cardíaco e renal
• Medidas importantes para se estabelecer um bom prognóstico em gestação futura nos casos de mulheres portadoras
de hipertensão crônica.

Uso de medicamentos, drogas ilícitas, tabaco e álcool

• Deve ser pesquisado e a futura gestante deve ser orientada quanto aos efeitos adversos na gestação e, quando for
percebido o uso prejudicial dessas substâncias, deve ser construído um plano terapêutico.

História familiar

• Devem ser avaliadas doenças hereditárias, pré-eclâmpsia, hipertensão e diabetes.

História obstétrica

• Registrar o número de gestações anteriores e de partos prematuros, o intervalo entre os partos, o tipo de parto, o
peso ao nascimento e as complicações das gestações anteriores, como abortamento, perdas fetais e malformações
congênitas.
PRÉ NATAL
Aferir a pressão
arterial

Avaliar o peso, a
IMC
altura
Exame clínico
Exame clínico das
mamas

Protocolo do
Coleta do exame
Ministério da
citopatológico
Saúde
PRÉ NATAL - ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS
MÉDICOS E ENFERMEIROS
• Diagnóstico de gravidez
– Diagnóstico de gravidez (por meio do teste rápido de gravidez ou exame laboratorial):
✓ Se confirmado o diagnóstico, agendar a primeira consulta. O número do SISPRENATAL será
gerado a partir do primeiro acesso ao protocolo de pré-natal.

Permite cadastrar a gestante,


monitorar e avaliar a atenção ao
pré-natal e ao puerpério prestadas
pelos serviços de saúde a cada
gestante e recém-nascido, desde o
primeiro atendimento na Unidade
Básica de Saúde até o atendimento
hospitalar de alto risco.
CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL E DATA
PROVÁVEL DO PARTO
Em mulheres com ciclos menstruais regulares e
sem uso de contraceptivos hormonais, a data da
última menstruação (DUM), quando conhecida e
certa, é o método de escolha para o cálculo da
idade gestacional.

O DUM corresponde ao primeiro dia de


sangramento do último ciclo menstrual referido
pela paciente.

Para calcular a idade gestacional, o profissional


deve somar o número de dias do intervalo
entre a DUM e a data da consulta, dividindo o
total por sete (resultado em semanas).
CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL E DATA
PROVÁVEL DO PARTO
Calcula-se a data provável do parto levando-se em
consideração a duração média da gestação normal (280
dias ou 40 semanas, a partir da data da última
menstruação).

A data provável do parto (DPP) pode ser calculada por


meio da regra de Näegele, que consiste em somar sete
dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair três
meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou
adicionar nove meses, se a última menstruação
corresponder aos meses de janeiro a março).

Nos casos em que o número de dias encontrado for


maior do que o número de dias do mês, passar os dias
excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 (um) ao
final do cálculo do mês.
EXEMPLO CÁLCULO IG E DPP
ERP, 22 anos, G2Pn1A1, DUM: 16/04/2022 solteira, ensino médio
completo. Compareceu à UBS hoje, 07/08/2022 para a segunda
consulta de pré-natal, queixando enjoos constantes,
principalmente pela manhã.

IG (DUM): __________________
DPP (DUM): ______/_______/_______
RESOLUÇÃO
DUM: 16/04/2022
Consulta: 07/08/2022

IG: 16/04 e 07/08: 113 dias / 7 = 16 semanas

DPP: 16+7: 23 || 4 + 9 : 13-12 = 01 || 23/01/2023


CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL
DO PARTO - CONSIDERAÇÕES
• Nas mulheres com ciclos menstruais irregulares e naquelas em que a DUM for desconhecida, a
idade gestacional (IG) será calculada por meio da ultrassonografia obstétrica (US).

• Quando a datação da idade gestacional for realizada ou confirmada por ultrassonografia, é


importante observar:
- Quando a datação precisar ser feita pelo US (quando a DUM não é confiável ou não se sabe
qual a DUM), a idade gestacional deverá sempre ser baseada no primeiro US e a idade
gestacional das consultas subsequentes será calculada por este US.
PRÉ NATAL - ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS
MÉDICOS E ENFERMEIROS
• Ações a serem realizadas na primeira consulta:

❑Abrir o SISPRENATAL.
❑Classificar o risco gestacional.
❑Orientar a gestante quanto à maternidade de referência para o parto e a possibilidade de visita
à mesma.
❑Avaliar e programar o esquema de imunização.
❑Avaliar e, caso necessário, programar e realizar a coleta do exame citopatológico da
ectocérvice do colo uterino, utilizando apenas a espátula de Ayres; não realizar coleta de
material endocervical com escova durante a gestação.
❑Avaliar o estado nutricional e em caso de alterações (IMC > 25) encaminhar a gestante para
ser avaliada pelo nutricionista do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica
(NASF – AB) do CS
PRÉ NATAL - ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS
MÉDICOS E ENFERMEIROS

❑Solicitar os exames laboratoriais


❑Ofertar testes rápidos para HIV, sífilis e hepatite B.
❑Prescrever ácido fólico até a 12ª semana de gestação e sulfato ferroso profilático a partir da
20ª semana para gestantes de baixo risco.
❑Agendar a consulta odontológica.
❑Preencher, orientar e entregar a caderneta da gestante.
❑Agendar o retorno
PRÉ NATAL - ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS
MÉDICOS E ENFERMEIROS
Ações a serem realizadas nas consultas subsequentes:

❑Atualizar a classificação de risco gestacional.


❑Avaliar situação vacinal.
❑Avaliar resultados de exames.
❑Solicitar US obstétricos entre 13ª e 20ª semana de gestação e na 40ª semana.
❑Elaborar plano de parto em conjunto com a gestante.
❑Realizar consulta no quinto dia ou até o décimo dia para puérpera e recém-nascido sendo
preferencialmente realizado pelo enfermeiro.
❑Realizar a consulta para ações de saúde sexual e reprodutiva.
PRÉ NATAL - ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DOS
ENFERMEIROS

• Prescrição de cuidados de enfermagem para gestante.

• Realizar consultas para ações do quinto dia e consulta de avaliação puerperal.

• Realizar consultas de enfermagem do recém-nascido.

• Prescrição de cuidados de enfermagem para a puérpera e recém-nascido.


ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL AO PRÉ-
NATAL E AO PUERPÉRIO

Objetivos

• Diagnosticar ou confirmar a gravidez,


• Diagnosticar ou confirmar doenças maternas pré existentes e realizar tratamento
dessas doenças para reduzir seu impacto na gestação;
• Diagnosticar e tratar intercorrências durante a gestação;
• Avaliar o risco gestacional e encaminhar a gestante, quando necessário, a serviço de maior
nível de complexidade;
• Orientar a gestante quanto aos hábitos de vida, dieta e atividade física;
• Acolher social e psicologicamente a gestante e educá-la para o parto e aleitamento materno.
ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL AO PRÉ-
NATAL E AO PUERPÉRIO

Acompanhamento regular Cronograma

• Intercalado entre médico e • Até 32ª semana de gestação


enfermeiro mensalmente
• Pelo menos uma consulta no
primeiro trimestre • Da 33ª até a 36ª semana
• Consultas subsequentes conforme o quinzenalmente
cronograma garantindo no mínimo
seis consultas. • Da 37ª até a 41ª semana
semanalmente
ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL AO PRÉ-
NATAL E AO PUERPÉRIO

Todas as consultas de pré-natal devem ser registradas na Caderneta da


Gestante e em prontuário eletrônico, no protocolo de pré-natal.

Quando o parto não ocorre até a 41ª semana, é necessário encaminhar a


gestante para a maternidade de referência para avaliação do bem-estar fetal
e assistência ao parto.

Após o parto deve-se realizar a primeira consulta de puerpério e as ações


do 5º dia com o agendamento da segunda consulta entre 30º a 42º dia após
o parto, reforçando que, em caso de intercorrências ou de a gestante
apresentar outras alterações, deverá ser garantido atendimento no CS
antes do retorno programado.
IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL PARA O PARTO E
PUERPÉRIO

Direitos
Durante o pré-natal, que têm direito às boas Usarem técnicas não farmacológicas ou
práticas na assistência obstétrica farmacológicas de alívio da dor

A terem acompanhante de livre escolha De não serem separadas de seus filhos

Serem informadas e consultadas sobre todas


Apoio de doulas as intervenções no processo fisiológico de
parturição.
IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL PARA O PARTO E
PUERPÉRIO
Promoção do parto normal
• Durante o acompanhamento pré-natal é necessário que toda mulher seja orientada sobre os
benefícios do parto normal.
• A cesariana (extração fetal cirúrgica) só deve ser realizada com indicação precisa, pois, quando
realizada, expõe a mulher e o bebê a riscos aumentados.
IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL PARA O PARTO E
PUERPÉRIO

A mulher brasileira
está inserida num O acompanhamento Em cada diálogo da
contexto sociocultural pré-natal é uma gestante com
Isto acaba tornando-
que difunde o parto oportunidade de profissionais de saúde,
se uma crença para
cirúrgico como informação e atividades educativas,
muitas famílias.
se este fosse o mais mobilização para a grupos, visitas
seguro para ela e seu mudança domiciliares.
bebê
BENEFÍCIOS DO PARTO NORMAL X RISCOS DA CESARIANA
BENEFÍCIOS DO PARTO NORMAL X RISCOS DA CESARIANA
EXAME FÍSICO GERAL E OBSTÉTRICO
Avaliar/Realizar

A partir da Peso/ Altura

primeira consulta Mucosas

de pré-natal, deve- Extremidades


se
Frequência cardíaca e respiratória

Ausculta pulmonar/cardíaca

Palpação da tireoide, mamas e


abdome
EXAME FÍSICO GERAL E OBSTÉTRICO
Após a 12ª semana, deve-se medir a altura do fundo uterino
no abdome
Técnica:

• Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto;


• Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino;
• Fixar a extremidade inicial (0 cm) da fita métrica, flexível e não extensível, na borda
superior da sínfise púbica com uma das mãos, passando-a entre os dedos indicador e
médio;
• Deslizar a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra mão até alcançar o
fundo do útero com a margem cubital da mesma mão;
EXAME FÍSICO GERAL E OBSTÉTRICO
Após a 12ª semana, deve-se medir a altura do fundo uterino
no abdome
• Anotar a medida (em centímetros) no cartão e marcar o ponto na curva da altura uterina. Caso o
ponto da curva esteja dentro da normalidade (entre as curvas inferiores e superiores), o
profissional deve seguir o calendário de atendimento de rotina.

Se o ponto da curva estiver abaixo da


Se o ponto da curva estiver acima da
curva inferior, o profissional deve ficar
curva superior, o profissional deve ficar
atento para a possibilidade de erro de
atento para a possibilidade de erro de
cálculo da idade gestacional, oligoidrâmnio,
cálculo da idade gestacional, polidrâmnio,
feto morto, crescimento intrauterino
macrossomia fetal, gestação
restrito.
gemelar, mola hidatiforme.
EXAME FÍSICO GERAL E OBSTÉTRICO
• Se o ponto da curva estiver fora da normalidade a gestante deve ser avaliada pelo médico de família
ou pelo ginecologista o mais rápido possível para que sejam avaliados os possíveis diagnósticos
diferenciais e solicitados os exames necessários, especialmente o ultrassom obstétrico. Nos casos
em que haja critério de encaminhamento ao pré-natal de alto risco.
• Quando a consulta médica não puder ser realizada no dia em que for detectada a alteração da
medida uterina, o enfermeiro deverá solicitar o ultrassom obstétrico abdominal com prioridade
alta, para auxiliar na tomada de decisão médica posterior.
EXAME FÍSICO GERAL E OBSTÉTRICO

A ausculta fetal será possível após a 10ª-12ª


semana, com o sonar doppler ou a partir de 20
semanas com estetoscópio de Pinard. A
frequência cardíaca fetal normal é de 110/120 a
160 batimentos por minuto. Caso seja
identificado bradicardia (batimentos abaixo de
110 bpm) ou taquicardia (batimentos acima de
160 bpm) fetal persistente (durante 10 minutos),
a gestante deve ser referenciada à maternidade
com emergência.
EXAME FÍSICO GERAL E OBSTÉTRICO
• A definição da apresentação fetal deverá ser determinada por volta da 36ª semana de gestação, por meio da
realização das manobras de Leopold.
MANOBRAS DE LEOPOLD
MANOBRAS DE LEOPOLD

Longitudinal
Transversal
Oblíquoa
MANOBRAS DE LEOPOLD

Esquerda
Direita
MANOBRAS DE LEOPOLD

Cefálica
Pélvica
Transversal
MANOBRAS DE LEOPOLD

“Escavação” a procura
do polo fetal inferior
IDENTIFICAÇÃO DO TRABALHO DE PARTO

• A presença de contrações sintomáticas no final da gravidez pode levar ao falso


diagnóstico de trabalho de parto, acarretando várias visitas ao hospital,
frustração e desconforto para a mulher.
• Durante o acompanhamento pré-natal é importante que a gestante seja
orientada sobre o reconhecimento da fase ativa do trabalho de parto e quais
os sintomas que sinalizam a necessidade de procurar avaliação clínica.
• Ter este conhecimento irá reduzir a chance de admissão hospitalar precoce e
a ansiedade materna
IDENTIFICAÇÃO DO TRABALHO DE PARTO

Reconhecimento da fase ativa do trabalho de parto:


contrações rítmicas e regulares com intervalo menor ou
Orientações às
igual a 5 minutos.
gestantes sobre
momento de se As mulheres e seus familiares devem ser orientados sobre a
dirigir à diferença entre fase latente e fase ativa do trabalho de parto:
maternidade no
• Fase latente: pode durar horas ou até dias e as contrações, nesta
provável dia do
fase, são irregulares e pouco dolorosas.
nascimento do bebê
• Fase ativa: entretanto, as contrações apresentam intervalo
progressivamente menor com intensidade dolorosa
progressivamente maior. A mulher não sente alívio da dor com
banho de chuveiro e não se sente confortável deitada.
IDENTIFICAÇÃO DO TRABALHO DE PARTO

Orientações às
gestantes sobre • Ruptura da bolsa das águas: as mulheres e suas famílias devem
momento de se ser orientadas que a rotura de membranas não constitui uma
emergência, mas que sempre que houver suspeita de perda de
dirigir à
líquido amniótico pelos genitais, a mulher necessita dirigir-se a
maternidade no uma maternidade para uma avaliação obstétrica.
provável dia do
nascimento do bebê
SÍNTESE DO CONTEÚDO

• https://www.youtube.com/watch?v=9SnVrUddVSk&t=315s&ab_channel=EscoladeEnfermagemd
aUFMG

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