Matematica

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matemática (dos termos gregos, μάθημα, transliterado máthēma,
'ciência', conhecimento' ou 'aprendizagem[1]; e μαθηματικός, transliterado mathēmatikós,
'inclinado a aprender') é a ciência do raciocínio lógico e abstrato, que
estuda quantidades (teoria dos números), espaço e medidas
(geometria), estruturas, variações[2] e estatística.[3][4][5] Não há, porém, uma definição
consensual por parte da comunidade científica.[6][7] O trabalho matemático consiste em
procurar e relacionar padrões,[8][9] de modo a formular conjecturas[10] cuja veracidade ou
falsidade é provada por meio de deduções rigorosas, a partir de axiomas e definições. A
matemática desenvolveu-se principalmente na Mesopotâmia, no Egito, na Grécia,
na Índia e no Oriente Médio. Após a Renascença, o desenvolvimento da matemática
intensificou-se na Europa, quando novas descobertas científicas levaram a um acúmulo
rápido de conhecimento que dura até os dias de hoje.[11]
Registros arqueológicos mostram que a matemática é tanto um fator cultural quanto parte
da história do desenvolvimento da nossa espécie. Ela evoluiu por meio de contagens,
medições, cálculos e do estudo sistemático de formas geométricas e movimentos de
objetos físicos. Já as proposições mais abstratas, que envolvem a argumentação lógica,
surgiram com os matemáticos gregos, há aproximadamente 300 a.C., notadamente com a
obra Os Elementos, de Euclides. A necessidade de maior rigor foi percebida e
estabelecida por volta do início do século XVIII.[12]
Há muito tempo, buscam-se um consenso quanto à definição do que é a matemática. No
entanto, nas últimas décadas do século XX, tomou forma uma definição que tem ampla
aceitação entre os matemáticos: "a matemática é a ciência das regularidades" (padrões).
Segundo esta definição, o trabalho do matemático consiste em examinar padrões
abstratos, tanto reais como imaginários, visuais ou mentais. Ou seja, os matemáticos
procuram regularidades nos números, no espaço, na ciência e na imaginação e
formulam teorias com as quais tentam explicar as relações observadas. Uma outra
definição seria que a matemática é a investigação de estruturas abstratas
definidas axiomaticamente, usando a lógica formal como estrutura comum. As estruturas
específicas geralmente têm sua origem nas ciências naturais, mais comumente na física,
mas os matemáticos também definem e investigam estruturas por razões puramente
internas à matemática (matemática pura), por exemplo, ao perceberem que as estruturas
fornecem uma generalização unificante de vários subcampos ou uma ferramenta útil em
cálculos comuns.[12][13]
A matemática é usada como uma ferramenta essencial em muitas áreas do conhecimento,
tais como: engenharia, medicina, física, química, biologia e as ciências sociais. Em um
ponto, a matemática aplicada, ramo da matemática que se dedica a aplicabilidade da
matemática em outras áreas do conhecimento, às vezes leva ao desenvolvimento de um
novo ramo, como aconteceu com a estatística ou a teoria dos jogos. Em outro ponto, o
estudo da matemática pura, ou seja, o estudo da matemática pela matemática, sem a
preocupação de uma aplicabilidade, muitas vezes mostrou-se útil anos ou séculos depois.
Foi como aconteceu com os estudos das cônicas e da teoria dos números que, explorada
pelos gregos, foram úteis respectivamente em descobertas sobre astronomia feitas
por Kepler no século XVII, ou para o desenvolvimento de segurança (criptografia) em
computadores nos dias de hoje.[13]

História
Ver artigo principal: História da matemática
Além de reconhecer quantidades de objetos, o homem pré-histórico aprendeu a contar
quantidades abstratas como o tempo: dias, estações e anos. A aritmética elementar
(adição, subtração, multiplicação e divisão) também foi conquistada naturalmente.
Acredita-se que esse conhecimento é anterior à escrita e, por isso, não há registros
históricos.
O primeiro objeto conhecido que confirma a habilidade de cálculo é o Osso de Ishango,
uma fíbula de babuíno com riscos que indicam uma contagem, que data por volta de
20.000 anos atrás.[14]
Muitos sistemas de numeração existiram. O Papiro de Rhind é um documento que resistiu
ao tempo e mostra os numerais escritos no Antigo Egito.
O desenvolvimento da matemática permeou as primeiras civilizações e tornou possível o
desenvolvimento de aplicações concretas: o comércio, o manejo de plantações,
a medição de terra, astronomia, registro do tempo e, por vezes, a realização de rituais
religiosos.
A partir de 3000 a.C., quando Babilônios e Egípcios começaram a usar aritmética e
geometria em construções, astronomia e alguns cálculos financeiros, a matemática
começou a se tornar um pouco mais sofisticada.[15] O estudo de estruturas matemáticas
começou com a aritmética dos números naturais, seguiu com a extração de raízes
quadradas e cúbicas, resolução de algumas equações polinomiais de segundo
grau, trigonometria, frações, entre outros tópicos.

Euclides: painel em mármore no Museo dell'Opera di Santa Maria del Fiore

Tais desenvolvimentos são creditados às civilizações acadiana, babilônica, egípcia,


chinesa, ou ainda, àquelas do vale do Indo. Por volta de 600 a.C., na civilização grega, a
matemática, influenciada por trabalhos anteriores e pela filosofia, tornou-se mais abstrata.
Dois ramos se distinguiram: a aritmética e a geometria. Formalizaram-se as
generalizações, por meio de definições axiomáticas dos objetos de estudo, e as
demonstrações. A obra Os Elementos, de Euclides, é um registro importante do
conhecimento matemático na Grécia do século III a.C..
A civilização muçulmana permitiu que a herança grega fosse conservada e propiciou seu
confronto com as descobertas chinesas e hindus, notadamente na questão da
representação numérica.[carece  de fontes] Os trabalhos matemáticos desenvolveram-se
consideravelmente tanto na trigonometria, com a introdução das funções trigonométricas,
quanto na aritmética. Desenvolveu-se ainda a análise combinatória, a análise numérica e
a álgebra de polinômios.
Na época do Renascentismo, uma parte dos textos árabes foi estudada e traduzida para
o latim. A pesquisa matemática se concentrou então na Europa. O cálculo algébrico
desenvolveu-se rapidamente com os trabalhos dos franceses François Viète e René
Descartes. Nessa época também foram criadas as tabelas de logaritmos, que foram
extremamente importantes para o avanço científico dos séculos XVI a XX, sendo
substituídas apenas após a criação de computadores. A percepção de que os números
reais não são suficientes para resolução de certas equações também data do século XVI.
Já nessa época, começou o desenvolvimento dos chamados números complexos, apenas
com uma definição e quatro operações. Uma compreensão mais profunda dos números
complexos só foi conquistada no século XVIII com Euler.
No início do século XVII, Isaac Newton e Gottfried Wilhelm Leibniz descobriram a noção
de cálculo infinitesimal e introduziram a noção de fluxor (vocábulo abandonado
posteriormente). Ao longo dos séculos XVIII e XIX, a matemática se desenvolveu
fortemente com a introdução de novas estruturas abstratas, notadamente
os grupos (graças aos trabalhos de Évariste Galois) sobre a resolubilidade de equações
polinomiais, e os anéis, definidos nos trabalhos de Richard Dedekind.
O rigor em matemática variou ao longo do tempo: os gregos antigos foram bastante
rigorosos em suas argumentações; já no tempo da criação do Cálculo Diferencial e
Integral, como as definições envolviam a noção de limite que, pelo conhecimento da
época, só poderia ser tratada intuitivamente, o rigor foi menos intenso e muitos resultados
eram estabelecidos com base na intuição. Isso levou a contradições e "falsos teoremas".
Com isso, por volta do século XIX, alguns matemáticos, tais como Bolzano, Karl
Weierstrass e Cauchy dedicaram-se a criar definições e demonstrações mais rigorosas.
A matemática ainda continua a se desenvolver intensamente por todo o mundo nos dias
de hoje.

No Brasil
Ver artigo principal: História do ensino de matemática no Brasil
O ensino da matemática e, na verdade, de outras matérias, desde o descobrimento do
Brasil, era ministrado pelos jesuítas até a expulsão deles em 1759. Desta data até 1808,
os ex-alunos dos jesuítas ficaram encarregados pelo ensino. De 1808 a 1834, a matéria
era ministrada nas escolas do Exército e da Marinha e, a partir de 1873, também nas
escolas de engenharia. Em 1874, é criada a Escola Politécnica a partir da Escola Central,
ex-Escola Militar. A Escola de Minas de Ouro Preto é criada em 1875 e a Escola
Politécnica de São Paulo em 1893. Assim, o ensino de matemática passa também a ser
oferecido em escolas não militares.[16]

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