A Questão Feminina: : Importância Estratégica Das Mulheres para A Regulação Da População Brasileira
A Questão Feminina: : Importância Estratégica Das Mulheres para A Regulação Da População Brasileira
A Questão Feminina: : Importância Estratégica Das Mulheres para A Regulação Da População Brasileira
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Recebido para publicação em 05 de abril de 2010, aceito em 17 de agosto de
2011. Este artigo originou-se em minha dissertação de mestrado defendida no
Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Minas
Gerais – UFMG, em 2009, sob o título: Terra Adorada, Mãe Gentil:
representações do feminino e da natureza no Brasil da Era Vargas (1930-1945).
Agradeço as inestimáveis contribuições de Dra. Regina Horta Duarte,
orientadora, professora titular do Departamento de História da UFMG, e da
banca examinadora, composta pelas professoras Dra. Eliana Regina de Freitas
Dutra (UFMG) e Dra. Regina Beatriz Guimarães Neto (UFPE). Agradeço ainda à
FAPEMIG, cujo suporte financeiro tornou possível esta pesquisa, e ao grupo de
pesquisa Coleção Brasiliana – Escritos e Leituras da Nação, pelos frutíferos
debates.
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Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade
Federal de Minas Gerais – UFMG. Bolsista/Apoio Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES.
[email protected]
Abstract
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Natascha Stefania Carvalho Ostos
Introdução
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Estamos analisando, neste artigo, uma série de discursos que, em sua maioria,
compreendia a população feminina como um conjunto dotado de certa
uniformidade; as mulheres eram percebidas como um grupo relativamente
indistinto em razão de compartilharem certas características anatômicas e
fisiológicas que determinariam, não apenas sua aparência e o funcionamento de
seus corpos, como também suas qualidades psíquicas, seu papel social e suas
habilidades “inatas”. O fato de lidarmos com discursos que essencializavam as
mulheres, e de estarmos interessados na construção histórica de sentidos a
respeito dessa categoria, não implica numa adesão ingênua aos pressupostos que
constituem esse marcador de identidade.
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Todos os dispositivos legais citados estão disponíveis em <www.senado.gov.br>.
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Há que se ressaltar que, no caso do Brasil, a denominação feminista englobava
diversos significados; nem todas as mulheres que se diziam feministas, ou eram
assim designadas, compartilhavam das mesmas ideias; existiam nuances que as
diferenciavam entre si e perante a sociedade. Para uma caracterização desses
movimentos no país ver: Besse, 1999; Costa, 2004; Hahner, 2003; Soihet, 2000.
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A Igreja Católica exerceu grande influência no meio político brasileiro entre os
anos de 1930 e 1945, conseguindo ampla penetração nos diversos escalões do
Estado (Miceli, 1979:163). É preciso recordar que, em 1940, 95% dos brasileiros
eram católicos (IBGE, 2007:48).
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De acordo com José Murilo de Carvalho (1990:76-100), Auguste Comte
acreditava na ação regeneradora da mulher na sociedade, como guardiã do lar,
esposa e mãe altruísta. Os seguidores da doutrina positivista no Brasil, mesmo
com diferenciações internas, exaltavam a mulher, tida como esteio do
ordenamento social. Os positivistas defendiam a separação entre os assuntos do
Estado e os interesses da Igreja Católica, considerando que sua doutrina era um
obstáculo para o desenvolvimento científico e o progresso das nações.
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Para um panorama sobre a importância do discurso científico na primeira
metade do século XX no Brasil, como forma de educar as mães e a população
em geral, ver: Brites, 2000; Duarte, 2004; Martins, 2008.
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Reprodução, morte, saúde, longevidade, gestação, doenças, alimentação; toda
essa vasta gama de dados remete à vida, compreendida no seu aspecto
biológico, concreto, configurando um conjunto de elementos relacionados àquilo
que Foucault (2004b:3) definiu como biopoder: “essa série de fenômenos [...] a
saber, o conjunto de mecanismos através dos quais, aquilo que na espécie
humana constitui seus traços biológicos fundamentais, vai poder entrar no
interior de uma política, de uma estratégia política, de uma estratégia geral de
poder; dito de outro modo, como a sociedade, as sociedades ocidentais
modernas, a partir do século XVIII, levaram em conta o fato biológico
fundamental que o ser humano constitui uma espécie humana” (tradução nossa).
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O censo de 1940 revelou que “as mulheres entre 15 e 49 anos de idade
tinham em média 6,2 filhos” (IBGE, 2007:34). Tal percentual certamente não foi
considerado satisfatório, pois a lei de 1941 considerou como família numerosa
aquela que tivesse oito filhos ou mais.
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Considerações finais
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Para um panorama sobre as pesquisas desenvolvidas no Brasil sobre gênero,
ver Soihet e Pedro (2007:281-300).
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Referências bibliográficas
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Fontes
Periódicos
- A Ordem - RJ
- Careta - RJ
- Ciência Política - RJ
- Cultura Política - RJ
- Jornal do Brasil - RJ
- Mensário do Jornal do Comércio - RJ
Livros
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