O DHARMA E AS CASTAS HINDUS Jan Val Ellam

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O DHARMA E A CASTAS HINDUS

JAN VAL ELLAM


SUMÁRIO

Introdução
1. A Esquecida Cultura Demoníaca
2. O Fator Dharma
3. Entroncamentos Genéticos Intersiderais
4. As Castas Trimurtianas
5. Transição para a Cultura Humana
6. O Homo hierarchicus
7. A Genética Totalitária
8. Cultura Humana: Legado Incompreendido
9. Além das Castas
Notas Explicativas
Sobre o Autor
Projeto Orbum
Roteiro de Livros
IEEA
“Faça um favor a você mesmo: pense!
Mais um: descondicione-se!
Por fim: emancipe-se!”
JAN VAL ELLAM
INTRODUÇÃO
Bem antes das cortinas do teatro da vida serem abertas para que os atores
humanos começassem a encenar a peça do mistério das suas existências,
outros personagens, agora desconhecidos, já haviam atuado por aqui.
Neste palco planetário, cujo diretor parece ter iniciado um projeto,
mas dele ter se arrependido, o que o fez nunca mais retomar o rumo
pretendido, inteligências bem anteriores à dos humanos encenaram a
vida nos painéis possíveis ao modo de ser que lhes era então comum.
Muito do que fizeram viria a ser herdado, mais tarde, pelos
desavisados humanos que, até os tempos atuais, aplicam sobre si mesmos
uma estranha disciplina existencial que havia sido criada para impor
certa contrição de ordem educativa às diversas classes de “demônios
feito gente” que, então, dominavam a cena terrestre.
“Demônios feito gente”? Sim, porque haviam outras classes de
“demônios feitos bichos”, “demônios feitos entes vegetais”, “demônios
feitos entes minerais”, e não termina aqui a ordem de aparentes
esquisitices que uma tosca evolução demo veio a produzir entre seus
pares.
Lendas, mistérios e muitos painéis mitológicos nos afastam
daqueles dias em que o gênero “demo”, em rumo de transição para uma
“humanização” a ser praticada, vendo ser impossível a concretização
desse processo, optou por influenciar o máximo que podia o que, para
eles, foi uma novidade inesperada quando se viram obrigados a deixar ao
novo gênero surgido na natureza terrestre – o Homo – a responsabilidade
de traçar o destino do modus vivendi terráqueo. Isso somente se deu
quando perceberam que os humanos jamais se deixaram dominar
completamente, ainda que criminosamente condicionados e
influenciados.
Os véus, agora, começam a ser descerrados para que um vislumbre,
ainda que breve, do que existia naqueles tempos possa facilitar a
compreensão humana quanto ao terrível equívoco que se tornou um
hábito infeliz, que foi o de aplicar, sobre a natureza humana, um rígido
sistema de leis e de conduta que era, então, destinado a um outro tipo de
psiquismo – o demo –, aquele sim, provavelmente necessitado de
tamanha corrigenda comportamental.
Que um dia as reflexões aqui semeadas possam ser úteis aos
amados irmãos e irmãs que jornadeiam pelas terras da Índia, país que,
nesta vida, conheci em 2000, quando estive em Mumbai (antiga
Bombaim), Bangalore, Puttaparthi e arredores.
Fui à Índia para estudar o hinduísmo e ver a prática da cultura
védica, do ahimsa, e, principalmente, para verificar o grau de influência
dos “Upanishads” – comentários filosóficos sobre os “Vedas” – na vida
do hindu de classe média. Naquela oportunidade, observei as pessoas,
conversei com alguns comerciantes locais, e visitei o ashram de Sai
Baba.
Atlan, 4 de maio de 2018
Jan Val Ellam
1
A ESQUECIDA CULTURA DEMONÍACA

ANTES DO HOMEM e mulher racionais surgirem para a vida – não é pleonasmo,


pois existem outros entes, assim classificados, vivendo em certos
mundos, mas que não apresentam o nosso grau de racionalização –,
grupos de extraterrestres e algumas famílias demoníacas extrafísicas
(seres habitantes de um universo paralelo ao nosso) residiam na Terra,
convivendo com os ancestrais humanos.
Tidos como deuses, tanto os extraterrestres como os extrafísicos
foram se aproveitando da ingenuidade dos nossos primeiros pares, do
mesmo modo que atualmente fazemos com a inocência de algumas das
espécies da natureza terrestre, as quais adestramos e, até mesmo, das
quais nos alimentamos.
Durante muitos milênios anteriores ao dilúvio, existia um conjunto
de informações que foram lentamente colecionadas tanto da cultura
extraterrestre (por exemplo: a dos nephelim, seres biológicos, referidos
na Bíblia) quanto da demoníaca (como a dos seres demonizados,
extrafísicos, tidos como deuses da mitologia grega), que sempre foram
mantidas “longe” da curiosidade dos nossos ancestrais, para que assim
pudessem ser tidas como “sagradas” frente ao desavisado psiquismo
humano.
Somente poucos, dentre os recém-surgidos Homo sapiens,
detinham, então, o “privilégio” de conviver mais de perto com esses
seres, fosse no aspecto extradimensional (os deuses do Olimpo ou do
“céu de Zeus”, como consta na versão da mitologia grega, também
conhecidos como os deuses do “céu de Indra”, conforme registrado na
versão védica, por exemplo) ou mesmo no aspecto extraterreno (os
anunnaki ou nephelim, fixados na Suméria, por exemplo).
Tanto uns como outros foram tidos como “deuses” e muito
interferiram no desenvolvimento da espécie Homo sapiens ao longo dos
milênios. Em outras palavras, os então considerados “deuses”, tanto os
de origem extraterrestre (advindos de mundos deste universo
biológico) como os de origem extrafísica (advindos de moradas que
compõem o já referido “universo antimaterial demo”, paralelo ao nosso),
terminaram por interferir nos eventos da evolução da espécie humana
terráquea – assim dito porque, como já explicado, existem outras
“espécies humanas” com graus de consciências diferentes do que
caracteriza a nossa natureza psíquica, habitando mundos diversos deste
universo biológico.
Na distorcida visão que atualmente marca a ainda desavisada lógica
humana quanto ao passado, a expressão “deuses” é mal compreendida
não só pelos que simploriamente os jogam na vala comum da mitologia,
onde tudo o que é incompreensível ali parece se ajeitar bem, como pelos
que, mesmo admitindo o “mistério” por trás do conceito, generalizam a
sua compreensão apontando esses deuses como sendo “seres de fora”.
Aqui, implica a inquietante admissão de uma dupla possível origem
– que também não deixa de ser simplória –, para explicar a expressão “de
fora”, porque não se deve somente entender, nessa condição, os tais seres
extraterrestres, pertencentes a um mundo qualquer deste universo
material. Além dessa componente, existe ainda a outra, também já
referida, que aponta para seres pertencentes a um “gênero demo”,
cidadãos de moradas situadas em outras dimensões, que parecem ter
tido, no passado, uma estreita ligação “aberta” com a Terra e, em
situação mais abrangente, com a nossa própria faixa de realidade
universal.
Mitologias diversas confundem os que tentam compreender as
múltiplas narrativas de seres que usavam naves, mas também de uns
outros que voavam sem artefatos, modificavam os seus corpos à luz dos
olhos alheios, e eram aparentemente deformados, ostentando poderes
mentais, enquanto outros, destituídos destas faculdades da mente,
apresentavam tão somente os equipamentos tecnológicos que possuíam.
Muitos estudiosos sérios apresentam relação de semelhança entre
Enlil e Zeus. Entretanto, Enlil é um ser que veio de outro mundo, com
vida biológica, e que seria um astronauta anunnaki (linguagem acadiana)
ou nephelim (linguagem suméria) em missão na Terra, enquanto Zeus é
um ser demonizado e já “nascido” no orbe terrestre, no seio de uma
família de seres demos, cujos membros residiam numa morada
astral/celestial chamada Olimpo, e dela podiam se deslocar para o nosso
palco planetário. Portanto, convenhamos, são situações bem distintas;
são seres diferentes, porém, muitos pensam se tratarem do mesmo
personagem, porque assim apontado por excelentes estudiosos do
assunto.
Apesar do respeito que tenho pelos autores e, em especial, pelas
magníficas obras – como os diversos livros de Zecharia Sitchin(1) – que
dão suporte às deduções dos estudiosos, penso ser de todo prudente que
não “fechemos conclusão” sobre essa questão, pois a mesma ainda está
por ser avaliada na magnitude da somatória de todos os seus elementos,
alguns jamais considerados até o momento, o que fragiliza as asserções
definitivas sobre um assunto que ainda precisa ser melhor apreciado
pelas futuras gerações humanas.
Alguns autores traçaram paralelo entre Javé e Enlil, Enlil e Zeus,
Enki e Prometeu, Enki e Lúcifer, Zeus e Odin, mas nada disso
corresponde ao que, correta ou equivocadamente, estou sendo obrigado a
descortinar por força dos fatos.
Não é objetivo do presente livro avaliar qual ou quais das
mitologias podem ser comparadas, como, por exemplo, afirmar que Zeus
realmente era o mesmo deus ariano/hindu Indra, e que as histórias gregas
e hindus correspondiam aos mesmíssimos personagens, apesar das
particularidades de cada uma delas. Contudo, pelo que me foi dado
perceber, e pelos fatos que sou obrigado a vivenciar, essas duas correntes
mitológicas têm, sim, algo em comum que as torna singulares: ambas
descrevem ocorrências relativas a, principalmente, seres demonizados e
sobre seu poderio tecnológico em um tempo em que esses pensavam
que se estabeleceriam definitivamente na Terra e que a dominariam
para a posteridade.
A mitologia suméria, em contrapartida, refere-se praticamente, em
toda a sua totalidade, a seres extraterrestres que aqui aportaram por
meio de suas naves – como tão bem decifrado por Zecharia Sitchin em
suas obras, dentre outros autores e estudiosos que, no século XIX,
começaram a decifrar a escrita suméria e, desde então, já apontavam essa
possibilidade. Contudo, não há mitologia “pura” em relação a essa
aparente dicotomia (seres de fora = extraterrestres + extrafísicos), porque
nenhuma delas foi escrita em um só momento, em um mesmo período
histórico, o que sempre propiciou a que narrativas posteriores fossem
acrescidas, conforme o “tirocínio das épocas”. Esse aspecto, dentre
outros, desfigurou por completo certos compêndios, devido à mistura de
situações e de contextos que, na verdade, encontravam-se apartados.
Como o pensamento atualmente reinante entre os estudiosos mais
avançados defende a tese de que somente havia uma civilização
extraterrena atuando por aqui, criou-se essa busca natural pela
compreensão em torno da necessária relação de semelhança entre os
deuses de todas as mitologias, o que jamais poderá ser feito a contento.
A mitologia egípcia, por exemplo, parece ter assimilado as duas
componentes mais fortemente que as demais – ou seja, os contextos
extraterrestres e extrafísicos, ainda que tenham ocorrido em
momentos distintos, foram tratados como um único. E, aqui, cito esse
fato tão somente para “fechar o raciocínio” sobre o porquê de ser
perigoso estabelecer conclusões a partir de páginas de um tempo cuja
compreensão correta simplesmente torna imprestável o “enredo” criado
pelo classicismo histórico a respeito da maneira como vemos o passado,
em detrimento do verdadeiro panorama ancestral que ainda precisa ser
prudente e ousadamente descortinado.
Enfim, convido a que não venhamos a dar como “certo” ou
“verdade” o que a espécie humana ainda precisa descobrir.
Isso implica reafirmar que estas páginas deste livro tão somente
devem ser vistas como mais uma modesta tentativa de descortinar o véu
que cobre o viés mitológico de muitos buscadores da verdade cujas
lentes ainda se encontram poluídas pelo cientificismo exacerbado ou pela
“fé produtora de deuses”, na qual tudo que vem do passado ancestral,
pode ser transformado em religião.
De tudo o que busquei refletir nestas páginas, tão somente proponho
a quem as leia é que admitamos uma premissa nova perante o que, até o
momento, se encontra posto como sendo a “verdade sobre o passado”.
Refiro-me a uma “cultura” advinda do conhecimento desses dois
focos civilizatórios do passado, ou seja, os legados dos seres
extraterrestres e dos entes extrafísicos, cujos fragmentos chegaram até os
tempos modernos sob a égide do já citado viés mitológico, tão presente
no psiquismo de todos nós, condicionados que fomos a considerar todo
esse acervo como sendo “inverdades” literárias, habilmente inventadas
pelos nossos antepassados, para fins diversos – assim afirmam os
principais estudiosos autoaclamados autoridades no assunto.
Nos meus estudos, tenho chamado a componente cultural
extrafísica de “demodhármica”, pelo fato da mesma pertencer à
“cultura demo” e se encontrar vinculada ao conceito de “dharma”,
sobre o qual me referirei mais adiante.
Desses dois focos, o extraterrestre e o extrafísico, proponho abordar
esse último no presente estudo, para nele poder ressaltar o “elo perdido”
que une um “passado demo esquecido” a um “presente inquietante”
– e aqui me refiro exclusivamente ao aspecto absurdo do conceito das
castas hindus, e em pleno século XXI.
Estranhamente, até figuras singulares – como Sai Baba – apoiaram
ou justificaram a existência das castas, o que se me afigura um
contrassenso espiritual, difícil de ser explicado, mas de cuja abordagem
e análise não fugirei.
Aos olhos dos hindus – e de quem tem olhos no Ocidente e no
Oriente para enxergar o significado dos avatares da Trimurti e suas
missões na Terra –, Sai Baba é um avatar de Shiva, e penso que
engendrado à moda de Krishna, ou seja, com o mesmo nível de
consciência que estava por trás do Senhor Krishna, que foi um outro
avatar de Shiva, urdido em tempos remotos.
Em relação a essa questão há, ainda, controvérsias de toda ordem
entre os seguidores de Krishna, que o têm como avatar de Vishnu – mas
pouco importa para a nossa abordagem.
Defendo a tese de que, o que resolve essa questão que divide os
seguidores de Vishnu de um lado, e os adeptos de Shiva do outro, é o
fato de Krishna ser um avatar keshava, ou seja, engendrado a partir
do código de vida misturado dos três Senhores da Trimurti – a saber,
Brahma, Vishnu e Shiva, os “Deuses Trimurtianos”.
Os hindus, efetivamente, se acostumaram ao sistema formatado das
suas crenças e nele vivem há milênios, do mesmo modo que outros
países também se acostumaram à desgraça moral e material que vai
distanciando ricos e pobres cada vez mais, isso no âmbito material. No
aspecto moral, tenho me perguntado se existe mesmo algo que nos
separe, enquanto membros de uma só família planetária.
A dimensão do drama humano que se vê na atual Índia somente
encontra alicerce no fanatismo religioso e, paradoxalmente, na beleza do
que esse sentimento fundamentalista produz no campo da resignação.
Beleza? Para muitos, sim, porque mantém a vida fluindo nas
condições miseráveis em que muitos hindus se encontram e, ainda assim,
sem maiores revoltas e altercações. Se acontece desse jeito porque é a
vontade de um “deus”, um hindu vai fazer o quê, se ele acredita que
aquilo é seu Karma?
Por que o paradoxo? Por que conceitos belíssimos como “ahimsa”
– não violência sob nenhuma forma de expressão, seja oral ou atitudinal
– foram transformados em ferramenta de controle, ou mesmo já
nasceram, conforme veremos adiante, como se fossem para dar
“sustentação genética” ao genoma daqueles que viriam, depois, a compor
as castas.
1ª Constatação:
Ou foi em nome do progresso ou alguém se aproveitou do
belíssimo conceito da ahimsa para, por meio dele, condicionar
indivíduos a adquirirem ou apropriarem certas posturas de
“contrição pessoal”, único modo de educar personalidades
arrogantes, renitentes e empedernidos em comportamentos
execráveis.
Estudando a Índia e a maravilhosa concepção dos seus pressupostos
filosóficos, tive a impressão que a “alma do mundo” estava ali, na sua
espantosa linhagem sacerdotal formada por seres especialíssimos que,
desde tempos lendários, imemoriais, mantiveram acesa a luz de
diversos esclarecimentos para o progresso das pessoas.
Assim foi e é porque o Senhor Shiva, por meio dos seus avatares,
estabeleceu um processo contínuo de esclarecimento e de
ensinamento para os que viviam na Terra, que no princípio eram
criaturas não humanas, ainda que racionalizadas em certo grau, e que
vieram a ser tidas como “deuses” pelos próprios humanos, que mais
tarde surgiram. Contudo, por terem emergido como espécie do gênero
Homo no meio desse contexto, os humanos herdaram os ensinamentos
veiculados por esses seres não humanos para os seus pares que, então,
habitavam no planeta.
A partir dessa coexistência de gêneros distintos, muitos mal-
entendidos começaram, então, a ser colecionados na nascente cultura
humana.
O primeiro equívoco foi o de confundir essa dimensão extrafísica
ou esse universo paralelo com a realidade espiritual, que se encontra
para além desses dois gomos universais da Criação indevida – que surgiu
a partir da singularidade que, por meio do “Big Bang”, deu início não
somente à componente universal, na qual vivemos, mas também à
dimensão demoníaca.
O outro grande mal-entendido, dentre muitos, foi o já ressaltado
condicionamento psicológico de chamar de “deus” o que não é
humano.
Os assim chamados “deuses” repassaram para a humanidade o
legado noticioso no qual eles eram importantes e os humanos
irrelevantes, do mesmo modo que hoje, na cultura humana, nós somos
superiores, mas consideramos os animais racionais bem menos que nós
ou sem nenhuma importância.
2ª Constatação:
Um dos aspectos da questão é que os humanos tão somente
herdaram um sistema operacional de vida que, originalmente, foi
criado para os seres de têmpera demoníaca, que aqui imperavam
antes da espécie Homo sapiens se transformar na herdeira do legado
planetário.
Ao perceber, porém, que toda a minha alegria por ver algo especial – um
padrão espiritual de conduta superior, do tipo “ahimsa” – acontecendo
nos tempos atuais, ao me defrontar com o conceito equivocado de castas
defendido por uma alma do porte de Sai Baba e, depois, sendo obrigado
a conviver com alguns seres que sempre considerei mitológicos, o
alicerce da minha compreensão, até então construída, desmoronou.
Tive, por força dos fatos, que abrir os olhos para o que se tornara
óbvio, e é por isso que este e alguns outros livros de minha autoria foram
produzidos, abordando o equívoco do sistema de castas entre os
humanos terrestres, estabelecido como verdade na Terra, por esses
seres que sempre se consideraram “donos de verdades reveladas aos
humanos” e, também, o não menos inquietante aspecto deles mesmos
sempre se apresentarem, nas suas formas avatáricas – Rama,
Krishna, Jesus, Shankara, Sai Baba, dentre outros -, como agentes
desse processo.
O equívoco é sutil, porém, profundo e desconcertante.
Sutil porque repousa tão somente na confusão que a interpretação
moderna dos fatos do passado hindu produz ao confundir seres da
têmpera demoníaca – por avançados que fossem – com pessoas
humanas, quando da leitura de clássicos hindus como o “Ramayana” e o
“Mahabharata”.
Profundo porque esse engodo tem aviltado o modo de vida de muita
gente – esses avatares, contudo, afirmam ter sido e ser ainda positivo o
que fizeram, pois a situação humana podia ser muito pior – com o
direcionamento da vida de bilhões de pessoas que têm passado por este
mundo, fanatizadas em crenças de têmpera demoníaca, em que o poder
mental tem sido confundido como sendo o poder espiritual do
verdadeiro Deus e das potências divinas que se situam além das
questões de Brahma, Vishnu e Shiva, na geopolítica da Trimurti.
Desconcertante porque esses Senhores da Trimurti se pensam
“deuses”, e suas formas avatáricas também, porém, de fato, eles não
são. Contudo, os seus legados filosóficos, como os de um Krishna, de
um Jesus e de um Sai Baba são o que de mais belo o sentimento
religioso, atrelado ao seu respectivo compêndio filosófico, conseguiu
produzir e semear na Terra.
Primeiro, a implantação do sistema de castas se deu quando os seres
demo-homos – classes de seres híbridos, com genética demo e homo –
viviam na Terra, e, mais tarde, ocorreu quando os humanos ficaram
sozinhos e herdaram toda a tradição dessa cultura demo-homo.
Apesar da beleza que encontro no “Bhagavad Gita”, nos evangelhos
dos seguidores de Jesus e nos ensinamentos de Sai Baba, continuo a
procurar a “alma do mundo”, só que livre dos germes da têmpera
demo – que penso saber existir em tudo o que as formas humanas (os
avatares) desses seres realizaram.
3ª Constatação:
Todos esses avatares, devido à questão da “genética-demo”
impressa nas suas mentes, ficaram inapelavelmente rendidos às
necessidades da geopolítica da Lila, o que sempre os impediu de
enxergar a realidade universal quando, aqui, estiveram sob a forma
humana.
Um dos aspectos mais dolorosos desse panorama que envolveu o lento
progresso humano foi o de que esses avatares sempre deixaram em
segundo plano a virtude filosófica do que eles mesmos ensinaram aos
terráqueos, na medida em que subordinaram as suas estratégias aos
fins pretendidos.
Foi terrível para este escrevente perceber tal coisa!
Com essa incongruência carimbada em suas faces e nos seus
legados, demonstraram ser possuidores do diploma da “velha e
borrenta incompetência demo” de pretender ensinar o que nem eles
mesmos conseguiam praticar.
A questão das castas é tão somente um dos perturbadores aspectos
desse triste legado, como veremos adiante.
2
O FATOR DHARMA

TALVEZ POUCAS EXPRESSÕES da atual linguagem humana “escondam” – no seu


significado e no contexto em que ela surgiu – tantos mistérios como é o
caso de “dharma”, ainda que muitos pensem que a compreendem
profundamente.
Desde que me defrontei com os intrigantes aspectos vindos da
minha não menos enigmática convivência com seres que se
apresentavam como “Senhores do Dharma” – os mesmos autoaclamados
“Senhores da Lila”, da Trimurti hindu – comecei a, indubitavelmente,
desconfiar de uma coisa: se o “dharma” fosse o painel mental sobre o
qual aqueles seres se apoiavam para compor toda a interpretação que o
conhecimento moderno tem sobre as consideradas escrituras sagradas
vedas hinduístas, essas precisavam ser revistas.
No livro “A Arte de Se Salvar”, de Nilton Bonder(2), é apresentado
um diálogo entre um discípulo e um rabino, em que o primeiro diz:
“— Há vinte anos que me esforço e não alcanço a realização de um
artesão que se torna mestre de sua arte, seja pela criação de algo de
melhor qualidade ou de algo que seja feito com maior eficácia e rapidez.
Da mesma forma que era há vinte anos, assim sou hoje”.
Respondeu, então, o rabino:
“— Veja o caso de um boi, por exemplo. Todo dia, pela manha, ele
sai do seu estábulo, vai para o campo, ara a terra e é levado de volta ao
seu estábulo. Isso é feito dia após dia e nada muda em relação ao boi –
porém, a cada ano, a terra arada dá a sua colheita”.
Nilton Bonder comenta que “nossa vida não é celebrada por
qualquer diplomação ao concluirmos o currículo que imaginamos para
ela”, afirmando que, “no boi em si, a vida não celebra, mas regozija-se
de seus campos”.
Conclui dizendo que “o desejo do discípulo de estar se
aperfeiçoando como se estivesse esculpindo a si próprio, é uma ilusão.
São os campos arados, ou seja, nossos feitos que terão impacto sobre
nós mesmos e sobre o mundo”.
Discordâncias à parte que tenho em relação a essa sua última
afirmação, ressalto, na 4ª Constatação, o seu aspecto mais importante
para mim.
4ª Constatação:
A vida universal parece se utilizar da abelha, do boi, do homem
e de tudo o mais que é vivo para se aproveitar dos “feitos”, das
“realizações” que cada porção de consciência particularizada,
racionalizada ou não, esculpe nos elétrons que constituem os seus
corpos, os seus veículos de expressão.
E, na vida universal, tudo se transforma porque a entropia,
dentre outras forças, parece forçar o elétron “imortal” a se
movimentar, carregando a informação que, a todo momento, o
mesmo absorve na sua capacidade quântica de assimilar e gravar
“tudo” o que ele vivenciou desde os primeiros microinstantes da
Criação Universal.
Para onde essas informações são direcionadas? Um dia, a
função dos “buracos negros” será melhor compreendida – inclusive
pelos próprios cientistas –, pois que, por meio deles, a informação
produzida no universo biológico é repassada para o universo demo.
Assim, por ser “imortal” – pelo menos no âmbito temporal da existência
do universo em que vivemos, até que se apague a luz da última estrela do
cosmos quando finalizar o seu estoque de hidrogênio –, o elétron seguirá
colecionando tudo o que puder ainda vivenciar em corpos como o de
aranhas, sapos, leões e seres mais complexos, racionalizados (o humano
terráqueo, por exemplo), construindo algo que os cientistas de vanguarda
apontam como sendo a “mente emergente universal”.
Sob essa perspectiva – e esse é um dos motivos pelo qual discordo
da afirmação de Bonder, que acredita que o homem não esculpe nada em
si mesmo ao produzir para a vida seus melhores ou piores conteúdos –, o
assunto se torna extraordinariamente mais profundo, o que nos permite
uma análise, vamos dizer, fatiada, segmentada da indagação da
importância ou não da ação de cada ser vivo, enfim, da função da vida
de cada um de nós.
A crença atual dos hindus mais esclarecidos define o conceito de
“dharma” como sendo o “dever sagrado” de cada ser. Entretanto, a
questão é que o contexto mais amplo em que esse conceito se insere diz
respeito a um tempo em que o mesmo foi criado por um avatar chamado
Krishna, e aplicado como fator de organização político-social para uma
raça singular, intermediária entre certo segmento genético de algumas
das classes de seres não humanos – que eram considerados como
“deuses” e “semi-deuses” – e a dos “homens”.
5ª Constatação:
Nos tempos em que o estabelecimento dessa regra de conduta se
deu, bem antes ao da grande devastação ocorrida há cerca de 13 mil
anos, existiam diversos povos não humanos, pertencentes a um “tipo
de gênero” que atualmente não mais existe.
O mesmo foi derivado de alguns descendentes de uma genética
extrafísica – genética demo – que, por muito tempo, perambulou
pelo planeta Terra, enquanto seus portais ainda se encontravam
“abertos”, permitindo aquele tipo de trânsito.
Os seres que disso se serviam eram, em origem, antimateriais,
cujos corpos se revestiam de um tipo de “materialidade” que os
tornava “habitantes naturais” deste universo biológico por um
determinado tempo, ainda que aqueles corpos não pudessem ser
facilmente assim classificados, se comparados com os dos humanos.
Apesar de muitos deles serem sexuados e de possuírem um “padrão de
biologia” ativo nas suas formas corporais, existia “algo mais” em termos
de circuito vital e de possibilidades neuronais nos seus cérebros, que
provocavam padrões de convenções mentais algo diferentes das que se
percebem atualmente nos humanos.
Esses algoritmos plenificados, por se sustentarem em áreas de
uma genética muito mais voltada para a expressão do poder mental
demoníaco, então existente, que foi preponderante em muitas das fases
de uma desconhecida história universal para os humanos – mas que
compilada como uma “cultura demo”, por enquanto desconhecida para
a humanidade, ainda que muitas das suas faces estejam registradas no
que, pelos humanos, foi tachado de mitologia – permitiam expressões de
poder do tipo demo e que eram profundamente estranhos ao padrão que
os humanos da atualidade consideram como aceitável ou normal.
Essa raça de semideuses, cujo padrão “biodemol”(3), adornado das
características “homos”, foi o ápice desse gênero existencial, terminou se
“especiando” – em linguagem simples, é quando uma espécie sofre
mutações e gera subespécies a partir do seu genoma original – em
muitos povos que se espalharam pelo lendário continente
hiperbóreo, no extremo Norte, no norte da Europa e da Ásia, sendo que,
mais tarde, alguns desses povos se estabeleceram também mais ao sul.
Para melhor organizar aquelas etnias híbridas, o “Senhor Krishna”
consumou algo que Manu – alguém que viveu bem antes dele – havia
adotado há muito tempo para os seus contemporâneos, os ancestrais
desses seres híbridos, que foi o conceito de organização de uma
“sociedade demo-homo” que primava por dividir os indivíduos de
acordo com o “varna” que, naquela época, significava a “marca do
ser”, o principal talento natural de um ente com algum padrão demo
no seu genoma.
Apenas para esclarecer, de acordo com as tradições hindus, Manu
foi o grande mentor e legislador da humanidade, chamado também de
Manu Vaivaswata, considerado o progenitor da espécie humana, um filho
de Surya, um dos deuses do panteão védico.
Segundo alguns estudiosos, Manu corresponderia a Adão ou mesmo
a algum dos seus descentes citados na linhagem bíblica dele desdobrada,
ou seja, Seth, Enos, Cainan, Malalahel, Jared, Enoch, Matusalem,
Lamech, Noé, seguindo até Abraão e seus descendentes.
Enquanto um ser humano pode apresentar a riqueza de ostentar
múltiplos talentos e bem expressá-los, um ser daquela raça de ex-
demos, misturada à nascente genética humana então existente, somente
conseguia e consegue portar um talento específico que o identifique
perante a “lógica” da sua espécie.
Assim, se um desses seres híbridos “acontecia”, “surgia” ou mesmo
“nascia” para a vida na Terra, ele trazia consigo uma característica
principal que o alinhava com determinados grupos, o que foi levando a
sociedade deles a compor as castas ou “varnas”, cumprindo a lógica
da maior eficácia de contribuição de cada ente para a comunidade.
Afinal, se um ser “demo-homo” tinha talento para a força bruta e
era detentor de habilidade guerreira, alguém assim não seria destinado a
lavrar a terra ou a estudar as escrituras pois teria que ser um kshatrya,
um defensor do “dharma”, ou seja, um agente do dever sagrado de
defender o “bem” da sua comunidade.
Isso facilitaria, àquele povo híbrido, viver com honra, cada um
cumprindo os deveres (dharma) e voltados para o “bem social”.
Se alguém, de modo diferente, trazia consigo talento para a reflexão
profunda, tornava-se um brâmane, com o dever de estudar e de propagar
as escrituras, cujo teor, por sua vez, deveria ser protegido pelo dharma
ou dever sagrado dos kshatryas, de proteger o “bem”. Desse modo, as
castas iam aglutinando as suas contribuições em torno do progresso de
todos.
Todos quem? Os tais seres da etnia híbrida em questão!
Quando os humanos (gênero Homo e espécie sapiens) surgiram,
porém, eles nem mesmos estavam previstos na organização das castas
porque sequer eram do gênero que gerou esses conceitos.
Tidos, então, mais como animais do que propriamente como seres
com direitos, os primeiros humanos foram se tornando os “párias”, os
que não encontravam lugar adequado naquele tipo de sociedade.
Naqueles tempos, os seres híbridos poderosos pensavam que
herdariam a Terra e tinham os humanos como animais de carga, de
estimação ou como força bruta para seus exércitos – e isso o faziam
com a mesma “tranquilidade psicológica” que nós matamos e nos
utilizamos de todas as demais espécies ao nosso redor.
Enfim, foi o “dever sagrado”, vinculado ao dharma de cada casta, o
método disponível e possível de ser aplicado, naquela época, ao
progresso daqueles povos híbridos que, então, surgiram como produto
da associação de uma genética demo com outra, de ordem extraterrestre,
sendo ambas já misturadas com a genética (muitas vezes, manipulada
intencionalmente em certas áreas do genoma humano) dos homens e
mulheres terrestres que começavam a ocupar os seus espaços na periferia
do progresso dos poderosos seres híbridos.
Assim, no passado, o modelo pedagógico vinculado ao dharma foi
se estabelecendo e, finalmente, introduzido em algumas classes de
demos e de seus descendentes ou desdobramentos híbridos, passíveis de
algum padrão de evolução.
Esse modelo se utilizara da única faculdade possível de ser
psiquicamente trabalhada na natureza demo, que era a questão do que,
hoje, os humanos entendem como “honra”, porque estava na “honra do
dharma cumprido”, ou do “dever sagrado cumprido”, a “paz” e a
“satisfação” do psiquismo demo evoluído.
Por que esta faculdade era o único gatilho psicológico possível de
evoluir na mente demo? A resposta parecerá simplória, mas, somente no
futuro, esse assunto poderá ser melhor compreendido e aprofundado. O
gatilho diz respeito ao fato de que, no genoma demo ou, pelo menos, de
muitas de suas classes, a área que nele pode mais facilmente ser
mentalmente “movida” ou mesmo modificada e evoluída pelos fatos
repousa no conjunto do que fortemente os demos sentem – ainda que de
modo deformado – sobre o que, para os humanos, seriam os
“sentimentos” de orgulho, de vaidade, de soberba e de arrogância, dentre
outros aspectos doentiamente afetados da mente demoníaca.
Exatamente sobre essas componentes, a questão da “honra pessoal
demo” foi longamente trabalhada como sendo a mais nova convenção
mental a ser assumida pelos “demos louváveis”, dignos de serem
“endeusados” por entes menores.
Com o tempo, a “palavra dada” entre eles, como tudo o mais da
natureza demo, passou a ser levada a extremos tais que, no próprio
“Mahabharata”, vê-se um episódio que, para a lógica humana seria
absolutamente inaceitável, mas que, para a cultura demo, era e é o lado
correto da história.
Extravagante, como tudo no modo de vida demo parece ser aos
olhos humanos, a honra presente no psiquismo daqueles seres obrigava-
os a jamais voltar atrás em qualquer coisa dita, tão valiosa era a palavra
proferida. Por isso, no “Mahabharata”, encontra-se narrado o caso da
rainha Kunti que, por força do que ela expressou pensando tratar-se de
outro assunto, terminou por determinar e obrigar a que todos os seus
filhos pândavas tivessem que “repartir” uma mesma esposa, chamada
Draupadi.
Exagero? Para nós poderá até parecer, mas não para o modo de
viver daqueles povos.
Observemos a versão do “Mahabharata”(4), do autor Krishna
Dharma, no início do capítulo denominado “Um Reino Dividido”:
“Kunti esperava sozinha pela chegada dos filhos, na cabana do
ceramista, e se sentia ansiosa. E se eles fossem descobertos?
Duriodhana e seus irmãos certamente estariam no swayamvara. Se
vissem que os pândavas estavam vivos, provavelmente tentariam matá-
los. Kunti se lembrou das predições de Viasadeva. Com certeza o famoso
sábio não erraria, mas o destino sempre lhe parecera difícil de ser
sondado. O Senhor Supremo era o único controlador – e ninguém
poderia conhecer os seus planos.
Kunti se mantinha ocupada preparando o jantar dos filhos.
Enquanto caminhava pela cabana, de repente ouviu a voz de Arjuna, que
a cumprimentava: “Querida mãe, estamos de volta. Venha ver que
esmolas excelentes recebemos hoje!”
Sentindo-se aliviada, Kunti respondeu: “Estou feliz que estejam a
salvo. Dividam as esmolas igualmente entre os cinco.”
Então, Arjuna entrou na cabana com Iudístira. Draupadi entrou no
meio dos dois, e quando Kunti a viu, ficou desolada: “Oh, o que foi que
eu disse?” A rainha kuru sentiu que seus princípios religiosos estavam
ameaçados, pois ela valorizava a verdade acima de tudo. Nem de
brincadeira se permitia falar uma coisa que não fosse verdadeira. Mas
já tinha dito que os filhos deveriam repartir Draupadi. Como isso seria
possível? Nenhuma mulher poderia ter cinco maridos. Ela olhou
preocupada para Iudístira.
“Não se preocupe, mãe”, Iudístira respondeu. “Você certamente se
salvará do pecado.”
Iudístira se dirigiu a Arjuna: “Foi você quem ganhou a mão da
princesa em casamento e, assim, deve tomar sua mão em sagrado
matrimônio.”
Arjuna olhou para o irmão, horrorizado. “Por favor, não me
considere um pária sem princípios! Que homem virtuoso aceitaria a mão
de uma mulher na presença de seu irmão mais velho solteiro? Você é que
deveria se casar com ela, não eu. Depois de você, Bima deveria se casar
e só então eu, e finalmente os gêmeos.”
Nesse momento, os outros pândavas entraram na cabana e, ouvindo
as palavras de Arjuna, olharam para Draupadi, que sorriu e lhes
devolveu o olhar. Todos os cinco irmãos sentiram que seus corações
saltavam no peito e a mente se coloria. A princesa punchava brilhava de
beleza, enchendo a cabana com o perfume natural de seu corpo. Os
irmãos não podiam despregar os olhos dela.
Vendo a condição em que os irmãos de encontravam, Iudístira
temeu que Draupadi trouxesse a desunião entre eles. Depois de refletir
por alguns momentos, disse: “Esta moça casta deverá se tornar a
esposa de todos nós. Essa foi a ordem dada por nossa mãe e acredito
que era isso que Viasadeva queria dizer quando nos falou do destino
dela.”
Na época, os irmãos tinham apenas imaginado o que o sábio queria
dizer com aquelas palavras, mas agora compreendiam. Todos ficaram
felizes, pois Draupadi era um prêmio acima de qualquer comparação.”
Numa outra versão do “Mahabharata”(5) – existem diversas –, o
mesmo episódio é recontado da seguinte maneira:
“Abrindo caminho em meio à confusão, Árjuna encontrou seus
irmãos. Juntamente com Dráupadi, foram em direção ao local em que
Kúnti optara por ficar, em oração, em lugar de ir ao palácio
acompanhar a contenda.
Dhrishtadyumna, entretanto, os seguia de perto.
Chegando ao local onde estava Kúnti, uma cabana simples, os
irmãos resolveram pregar-lhe uma peça:
“Veja, mãe, o que trouxemos hoje”, gritaram.
De costas para rapazes, orando, sem se voltar, disse simplesmente:
“Dividam igualmente entre vocês cinco.”
Pensou Kúnti que, como estivessem seus filhos disfarçados em
monges, que haviam trazido alguma doação, uma esmola. Não vira a
garota que estava com eles. Porém, como fosse um tempo em que as
palavras precisavam ser honradas, o que ela proferira teria de ser
cumprido.
Árjuna, desejava declinar do direito conquistado de desposar
Dráupadi, já que era mais jovem que Bhima e Yudhisthira que, por
serem os mais velhos, deveriam casar-se antes dele. Yuidhisthira mesmo,
por sua vez, e não diferentemente de seus irmãos, sentia-se atraído pela
princesa. Assim, decidiu que, de fato, seguiriam o que Kúnti determinara
momentos antes: partilhariam Dráupadi entre os cinco.
Dráupadi, vendo a aflição de Kúnti que, não obstante ter explicado
o que pensou ao dizer aquilo, continuava angustiada, foi falar-lhe:
“Mãe querida”, disse-lhe, “não te preocupes. Acabo de ser
abençoada com cinco maravilhosos maridos. Nada é por acaso, e o que
disseste diante de Shiva há de ter uma razão e um significado.”
A lógica judaico-cristã, atualmente ocidentalizada pelo catolicismo,
jamais compreenderá o quanto de aparente mistério existe por trás das
narrativas do “Mahabharata”, que mais nos parecerá sempre ficcional.
Contudo, não é!
6ª Constatação:
Essas traduções são recentes e prenhes do inevitável
antropomorfismo religioso que transformou seres nascidos no meio
do fogo de uma fogueira em homens, mulheres, rapazes e moças,
quando eram, na verdade, entes demos e demo-homos que
representaram uma transição no mais estranho entroncamento de
gêneros já verificado no âmbito da Criação de Brahma (ou de Javé).
Os seres humanos, nos moldes em que hoje conhecemos, correram por
fora, ou melhor dizendo, levavam as suas vidas paralelamente ao que se
encontra descrito no “Mahabharata”.
Simplesmente, foram evoluindo sem que as forças dominantes do
planeta percebessem ou dessem a devida importância a esse fato.
Naqueles tempos, a missão do Senhor Krishna, um “avatar
keshava” enviado pelos três Senhores da Trimurti – como já esclarecido
no primeiro capítulo –, para procurar levar a cabo as providências das
últimas etapas históricas, então por eles vislumbradas, era exatamente a
de cumpri-las, pois que definiriam, dos povos que por aqui estavam
sediados, aquele que, finalmente, herdaria a Terra.
7ª Constatação:
Esse pano de fundo da história descrita nas páginas do
“Mahabharata” não foi sequer compreendido pelos próprios
ancestrais arianos, que a testemunharam de certo modo, e muito
menos pelo hinduísmo, que a herdou e absorveu como sendo uma
história de deuses, semideuses e se equivocando na tradução final
dos fatos ao classificar os protagonistas como seres humanos.
Complicando ainda mais a questão, tradutores ancestrais dentre os
humanos, que registraram por escrito as tradições orais dessa antiguidade
perdida, a transformaram definitivamente numa “epopeia humana”,
quando esse aspecto não corresponde ao que realmente ocorreu, já que
essa história nada teve de “humana”.
Ressalte-se ainda que, parte do grupo de consciências que
trabalharam na edificação dos múltiplos painéis posteriormente
colecionados por Vyasa, o autor do “Mahabharata”, jamais foi de
humanos, ainda que assim sejam tidos na atualidade, o que é também um
grande equívoco.
No “Mahabharata”, infelizmente, a questão da “honra demo” é
realmente explorada nas narrativas, mas não se explica o porquê
daquelas posturas serem tão valorizadas, nem muito menos a razão do
extremado zelo da sua prática.
Isso se deveu ao fato da “honra demo”, tão duramente construída
nos seus psiquismos limitados – por desfigurada que pudesse ou possa
parecer aos olhos humanos –, foi a base da “ética demo” sobre a qual
a questão das castas foi estabelecida como forma de educação de um
gênero cuja destinação parecia ser a de “herdar a Terra”.
Da minha desafortunada convivência com os seres da Trimurti,
posso testemunhar que pensavam que aqueles seres híbridos “herdariam
a Terra” e que era isso mesmo que eles desejavam, ainda que
observassem de modo algo atravessado a recém-surgida ética demo.
Ética demo? Sim, pois toda ética traz consigo uma convenção
psíquica-mental-cultural que permite a célula maior da coexistência, seja
em termo familiar, grupal, municipal, regional, nacional ou mesmo
mundial, existir em alicerces compatíveis com a postura dos seus
membros ou agentes sociais. Os demos não fugiram a isso, muito pelo
contrário, e nós, humanos, deles herdamos essas convenções.
8ª Constatação:
Para que a já referida lógica demo da maior eficácia de
contribuição de cada ser para a comunidade, associada ao conceito
de varna, pudesse vingar, era necessário que essa “contribuição
individual” estivesse vinculada à noção da “honra pessoal” como
forma de garantir a retidão da conduta pessoal.
O que hoje os humanos entendem por karma, surgiu como ensinamento
pedagogicamente elaborado para que os demos pudessem vislumbrar a
questão de premiação e castigo futuros – mas na época da sua elaboração
não era ainda vinculado a vidas futuras, até porque muitos dentre os
demos se julgavam imortais –, relacionados ao bom ou mau desempenho
de cada um no exercício da sua contribuição para a casta que pertenciam.
Somente quando os tais povos híbridos – intermediários entre os
seres demos e os atuais humanos – surgiram, por muitos dentre eles
serem mortais, apesar de longevos, é que o conceito de reencarnação
ou de vidas futuras passou a compor a noção de karma.
Assim, desde há muito, o dharma de cada casta, ou o dever
sagrado que cada casta deveria cumprir para o bem-estar da
sociedade, dependia do dever ou da cota de dharma pessoal, daí o seu
cumprimento estar associado à noção de honra, que surgiu como modo
pedagógico de propiciar a componente da razão filosófica nas mentes
demos, que sempre primaram pelo poder e não de como o mesmo
deveria se expressar.
O karma se estabeleceria naturalmente para a consciência
individualizada de acordo com a maneira relativa à expressão do dharma
pessoal, sempre vinculado ao da casta a que ela pertencesse.
A “honra demoníaca”, infelizmente, observando-se com os olhos
críticos da lógica humana do presente, padecia da ausência de uma
“porção de sensatez” – que somente a lógica humana, que viria a
prevalecer no futuro poderia produzir, por sua genética destituída de
possibilidades de poder mental ativado.
9ª Constatação:
Para bem garantir ainda mais o fiel cumprimento do dharma
pessoal vinculado à questão de casta, surgiram, finalmente, na
cultura demo, as raízes do que hoje nos humanos passou a ser
conhecido como religião, quando o “temor” a alguém pretensamente
superior foi então assimilado pelos “demos crentes”.
Imaginem só!
O condicionamento era total!
A justificativa que esses seres demos deram para que as coisas
fossem daquela maneira, chocou-se de tal modo com o que resta da
minha sensibilidade que, por muito tempo, relutei em produzir o presente
livro, com receio de desfigurar as explicações deles devido aos
inevitáveis traços de inconformismo e de repúdio filosófico que tenho
ofertado a esses ditos “deuses” – pois que alguns deles assim são tidos,
até os tempos atuais, por muitos dos humanos que os veneram, o que,
sincera e obviamente, não é o meu caso, e grande é o meu esforço para
não desprezá-los.
Assim me expresso, para deixar claro que muito do que aqui
registrarei tem a ver com o que a minha consciência desenganada de
qualquer aspecto romântico em relação a sua própria finitude pensa ter
constatado ao tempo de uma coexistência com seres que parecem
representar forças que pretendem nos dominar e que há muito trabalham
nesse mister.
Segundo eles, em algum momento da história humana,
precisamente nesses tempos mais recentes, eles desistiram de tal
dominação, entregando os pontos ao destino e ao livre arbítrio humano.
Tenho cá minhas dúvidas!
De todo modo, o domínio, segundo eles, é para o “lado do bem”,
ainda que disso eles estejam apartados nas palavras, atos e omissões,
pois fazem uso da espécie humana como uma mera experiência biológica
em curso – do mesmo modo que nos utilizamos dos nossos irmãos, os
animais da natureza terrestre, para as nossas experiências laboratoriais.
Eles também se afirmam “irmãos nossos” e, mais que isso: nossos
progenitores!
Seja lá o que de verdade há nisso, tudo o que penso claramente
saber, por força dos fatos, é que os humanos, na sua tradição cultural
ariana/hindu, herdaram o sistema de castas que, agora, pesa sobre
os ombros dos nossos irmãos e irmãs hindus. Entretanto, nem sempre
foi assim, pois os atuais hindus não foram os “primeiros humanos” a
herdarem tamanha excrecência, se vista sob os olhos da modernidade,
ainda que figuras como Sai Baba, claramente tenham demonstrado e
afirmado não ver excesso nenhum no método organizacional das
sociedades humanas – mas, sobre esse aspecto irei me referir nos
próximos capítulos.
Em época mais remota, os arianos, descendentes de Gomer, filho de
Jafé, vieram a ser escolhidos por Brahma, num tipo de “plano paralelo”
de dominação ao que ele também estava tentando na descendência de
Héber, outro neto de Noé, só que da “linhagem sagrada” advinda de
Sem, o seu primogênito.
Explicando de outro modo, o Ente Criador Brahma – que antes
havia se apresentado para os descendentes de Noé e por esses viria, mais
tarde, a ser chamado de Javé –, em certo momento da sua tentativa de
voltar a exercer, sobre a raça humana, o controle perdido desde o
“deslacre” pelo qual as mentes de Adão e Eva haviam passado, optou por
renegar a linhagem da descendência dos chamados patriarcas bíblicos (os
já referidos Adão, Set, Enos, Cainan, Malalahel, Jared, Enoch,
Matusalém, Lamech, Noé, Sem, Asfarxad, Salé, Héber, Faleg, indo essa
sequência genética pretensamente até o tempo de Abraão, com quem
esse Ser faria um “novo pacto”). Decidiu buscar, então, ao tempo de
Faleg, uma outra linhagem da descendência de Noé, mas não via Sem,
como já ressaltado, mas sim, de um outro filho de Noé chamado Jafé, de
quem Gomer era um dos filhos.
Foi nesse tempo em que a descendência de Gomer, que passou a
ser conhecida como ariana, teve a herança direta do peso das castas
sobre os seus ombros, como modo de Brahma e os demais Senhores da
Trimurti testarem o sistema de castas entre os humanos, totalmente
diferente da organização social que vinha sendo praticada por Noé e
pelos seus descendentes.
Os hindus tão somente herdaram dos arianos a cultura das
castas, e a questão da hereditariedade, nessa história, é tão deplorável
que até mesmo o nazismo surgiria, em tempos recentes, ainda como
decorrência do jogo genético por trás das desavisadas etnias humanas.
10ª Constatação:
Somente quando os arianos, muito tempo depois de Gomer,
migraram na direção do subcontinente indiano, foi que a mistura
desses com os dravidianos – habitantes das antigas civilizações de
Harapa e Mohenjo Daro, cujas ruínas atualmente pertencem ao
território paquistanês – transferiram a herança das castas para as
raízes das atuais tradições hindus.
O que confunde, de modo contundente, o senso deste aflito escrevente é
o nível de condicionamento das últimas e, mais precisamente, da atual
geração dos nossos irmãos e irmãs hindus, que não percebem ou parecem
não levar a sério o fato dos deuses, dos semideuses e demais ídolos a
quem veneram, serem todos eles de origem demodhármica. Ainda assim,
esses seres são tidos como se possuidores da natureza e da lógica
humanas, fatores que jamais compuseram os seus psiquismos, sendo
esse aspecto, a meu ver, o mais constrangedor equívoco de interpretação
do hinduísmo, em geral.
Por qual razão cabe a um ocidental do meu tamanho procurar
construir um novo modo de se olhar para a velhíssima e ancestral
mitologia hindu e sua gênese histórica, é questão que me incomoda
profundamente.
Dar um “ressignificado” ao que se tem por realidade da prática
milenar dos hindus de adorarem, como sendo deuses, entes que jamais o
foram – sendo tão somente seres não humanos que terminaram por nos
gerar – é aspecto que somente o futuro poderá esclarecer. Todavia, em se
tratando da Índia e da sua milenar história, parece mesmo que nada de
“normal” a ela se ajusta, o que força a que o oculto venha a ser revelado
de algum modo ao entendimento da atualidade, para que se possa melhor
perceber o que, aparentemente, é tido como incompreensível.
3
ENTRONCAMENTOS GENÉTICOS INTERSIDERAIS

AO MESMO TEMPO em que se desenvolvia a história daqueles povos híbridos


cuja experiência se situava entre os contextos demoníaco e humano,
uma outra estava também em curso, ainda mais ao Norte, nas terras da
Hiperbórea, hoje considerada lendária, só que envolvendo as situações
existenciais biodêmica (seres assexuados, decorrentes da “Rebelião de
Lúcifer”), biodemol (demo-homos sexuados) e humana.
Se no “primeiro entroncamento” de raízes genômicas distintas,
seres demoníacos, habitantes das moradas situadas no universo paralelo
ao nosso (demo + homo = biodemol), viram sua genética misturada com
a dos humanos, como se mãos invisíveis estivessem manipulando as suas
vidas naquele sentido, no “segundo entroncamento”, por outro lado,
eram raízes extraterrenas do nosso próprio universo biológico que se
viam mescladas com as da condição dos povos hiperbóreos (biodemols)
e do Homo sapiens.
Ressalte-se que, nesse segundo tipo de entroncamento ocorrido
entre origens distintas e biológicas deste universo que convergiram
para a Terra e se misturaram a dos humanos locais, o caso dos seres
biodemos – descritos nos livros da trilogia “Terra Atlantis” – não foi o
único, pois também seres pertencentes à outra “cepa cósmica”, como a
dos nephelim (ou anunnaki), citados na Bíblia, e a dos anfíbios sirianos,
viram-se misturados ao genoma humano por força dos desdobramentos
das suas posturas colonizadoras ao aportarem no nosso planeta e
interagirem com o “elemento local”.
Explicando de outro modo, apenas para auxiliar na organização do
entendimento sobre a questão, poderíamos dividir os entroncamentos
então ocorridos da seguinte maneira:
Grupo 1: demo + homo = biodemol (maioria dos povos
hiperbóreos);
Grupo 2: biodemo + biodemol + homo = outros povos hiperbóreos;
Grupo 3: nephelim + homo e anfíbios sirianos + homo = outras
raças; e
Grupo 4: biodemo + demo = alguns povos considerados atlantes,
distribuídos em muitas ilhas, principalmente no hemisfério Sul do
planeta, parte dessas tendo composto alguns dos painéis da história
atlante.
Foram somente esses os entroncamentos ocorridos? Não! Segundo
as informações que disponho, foram pelo menos oito, mas os que
sobreviveram para “contar a história”, ainda que hoje considerada
lendária, foram os descritos anteriormente.
Para além desses, é bom que o(a) leitor(a) não perca de vista que os
seres demoníacos, sozinhos, dominaram outras tantas áreas da Terra, e
foram responsáveis por outras muitas páginas do passado atlante e da
lendária terra de Mu, no oceano Pacífico.
O fato é que, por ironia ou não daquilo que os humanos chamam de
destino, o humano moderno, racionalizado, com senso crítico e razão
filosófica emocional despertos, foi urdido no seio desse cadinho de
misturas genéticas de seres que se viram coexistindo na Terra, levados
por razões bem distintas para terem aqui chegado.
Esse aspecto da questão não mostra nenhuma honraria especial para
a gênese dos terráqueos, ainda que tenhamos sido condicionados a
pensar que alguém muito especial nos criou: um “deus” amoroso e
maravilhoso em todos os sentidos, mesmo que a própria Bíblia e outros
livros ancestrais garantam que não era bem assim. O verdadeiro Deus, o
“Pai Amantíssimo”, parece não ter nada a ver com esses livros
considerados “falsamente sagrados” pelos nossos ingênuos ancestrais,
nem muito menos com o que se passou ou se passa na Terra. Em outras
palavras, não foi um motivo nobre ou razão decente que eventualmente
levou o terráqueo a ser o tipo de humano que ele é hoje.
Existe uma página da mitologia nórdica que, aqui, me obrigo a
reproduzir como modo de, por meio de uma possível, desagradável e
esforçada analogia, vislumbrarmos uma pista de como os humanos
surgiram no “cadinho das misturas moleculares carregadas de CFDs(6)
– códigos-fontes genéticos, definidores de espécies e de indivíduos”.
Para tanto, reproduzo o que o escritor Neil Gaiman, no seu livro
“Mitologia Nórdica”(7), apresenta como sendo a narrativa dos deuses
sobre um evento que se deu entre eles:
“Você já se perguntou de onde vem a poesia? De onde tiramos as
canções que cantamos e as histórias que contamos? Alguma vez
imaginou como é que algumas pessoas têm sonhos tão belos e sábios e
são capazes de transmiti-los para o mundo como poesia, para serem
cantados e recontados enquanto o sol continuar nascendo e se pondo,
enquanto a lua crescer e minguar? Já se perguntou por que algumas
pessoas criam belas canções, poemas e contos, e outras não?
É uma longa história, uma questão que não é creditada a ninguém.
Nela há assassinato, trapaças, mentiras, tolices, sedução e perseguição.
Preste atenção.
Esta história começa pouco depois da aurora do tempo, em uma
guerra entre os deuses Aesir e Vanir. Os Aesir eram deuses da guerra, da
batalha e da conquista; já os Vanir eram mais delicados – irmãos e
irmãs que tornavam o solo fértil e faziam as plantas crescerem –, porém
não menos perigosos.
Os Vanir e Aesir eram iguais em força. Nenhum lado venceria a
guerra. E mais: ao longo da disputa, ambos perceberam que precisavam
um do outro, que não há satisfação nas corajosas batalhas sem os belos
campos e fazendas para suprir os banquetes de comemoração.
Os deuses se reuniram para firmar a paz, e, depois de concluídas as
negociações, marcaram a trégua com cada um dos Aesir e dos Vanir
cuspindo em uma tina. A saliva se misturava e o acordo era selado.
Depois, os deuses fizeram um banquete. Comeram, beberam
hidromel e festejaram, contando piadas, conversando, se vangloriando e
rindo enquanto as fogueiras se reduziam a carvões reluzentes. A
festança durou ate o sol surgir no horizonte, e quando os Aesir e os
Vanir se levantaram para ir embora, cobrindo-se com peles e mantos
para sair na neve fria e na névoa matinal, Odin falou:
— Seria uma pena deixar nossas salivas misturadas para trás.
Frey e Freya, irmão e irmã, eram os líderes dos Vanir e, pelos
termos do acordo de trégua, passariam a morar com os Aesir, em
Asgard. Eles concordaram.
— Poderíamos transformá-las em alguma coisa – propôs Frey.
— Deveríamos criar um homem – sugeriu Freya, enfiando a mão
na tina.
A saliva se transformou, tomando forma com o movimento dos
dedos de Freya, e em pouco tempo, um homem desnudo estava de pé
diante dos deuses.
— Você é Ksávir – anunciou Odin. — Sabe quem eu sou?
— Você é Odin, o supremo – respondeu Ksávir. — Você é Grimnir, e
é o Terceiro. Você tem outros nomes, são muitos para listar, mas conheço
todos. E também conheço os poemas, os cânticos e os kennings que os
acompanharam.
Kvásir, criado a partir da união dos Aesir com os Vanir, era o mais
sábio dos deuses: combinava a cabeça e o coração. Os deuses brigavam
entre si para serem os próximos a lhe fazer perguntas, e suas respostas
eram sempre sensatas. Kvásir, analisava com atenção e interpretava
corretamente o que ouvia.
Após um tempo, ele se dirigiu aos deuses e anunciou:
— Vou viajar. Vou visitar os nove mundos, conhecer Midgard. Há
perguntas que precisam de respostas, mas que ainda não foram feitas.
— Mas você voltará para nós? – perguntaram os deuses.
— Voltarei – respondeu Kvásir. — Afinal, ainda há mistério da rede,
que um dia terá que ser desvendado.
— O mistério de quê? – perguntou Thor.
Mas Kvásir apenas sorriu e se afastou dos deuses, deixando-os
intrigados. Ele vestiu o manto de viagem e deixou Asgard pela ponte
arco-íris.”
Seguramente, parecerá estranho e mesmo ficcional para o atual
padrão do conhecimento humano, a afirmação que irei expor abaixo.
Mais ainda e, principalmente, também o será para o modo como a nossa
lógica foi condicionada a avaliar as tradições mais antigas do hercúleo
esforço em registrar o que podia sobre o passado, taxando, de modo
simplório, como mitologia, o que jamais conseguiu aquilatar.
11ª Constatação:
A surpresa que os deuses acima referidos tiveram com o
surgimento do ser “padrão Kvásir”, foi e é análoga ao susto que
Brahma/Javé e demais “deuses” tiveram ao ver o ser, padrão Homo,
surgido na Terra.
Se substituirmos as “salivas dos deuses” por outras emanações comuns a
esses seres, veremos que, no caso dos humanos, um outro tipo de
hibridismo teve lugar, provocando uma grande surpresa quando foi
percebido o tipo de ser racionalizado, sagaz, crítico e amoroso que surgiu
de uma mistura algo fortuita e, paradoxalmente, por outro lado, também
algo programada de genes, ainda que não se soubesse que resultado
produziria.
Em tempos breves, os humanos saberão que todos os “saltos
evolutivos” ocorridos no âmbito desta Criação composta pelos dois
universos constantemente aqui referidos – nos quais a busca pela
complexidade é a “salvação” a ser perseguida em ambos –, foram
produzidos sempre com base na aleatoriedade do jogo de dados dos
padrões da “genética mais evoluída do momento”, cujos resultados se
misturavam como consequência natural dos eventos da vida,
inevitavelmente alternados com processos de interferência no genoma
dos “seres protótipos” de novas possibilidades, promovida pelo
“império da hora” – infelizmente, sempre tem um, pelo menos!
No caso dos seres biodemos que vieram para a Terra como
desdobramento da “Rebelião de Lúcifer”, dos poucos que sobraram, os
do Norte, que haviam se juntado aos povos hiperbóreos, foram pouco a
pouco fenecendo.
Por pertencerem ao que os povos híbridos hiperbóreos
consideravam como sendo “seres originais de uma história ancestral”
– os biodemos aportaram na Terra bem antes do surgimento dos povos da
mestiçagem advinda do entroncamento genético que passou a existir
neste planeta, ou seja, do Homo sapiens –, foram também tidos como
“deuses” em alguns daqueles núcleos.
Em outras palavras, esses seres biodemos passaram a ser lembrados
como “entes divinos ancestrais” pelos povos hiperbóreos – que, na sua
maioria, nasceram na Terra –, por serem considerados “originalmente de
fora”, “pacíficos” e bem “mais esclarecidos” que os primeiros desses
povos hiperbóreos, tanto que funcionaram como “mentores” no início
dessa civilização.
Será que entronizar seres como deuses é um critério comum no
universo? Por que “divinizar” seres pelo simples fato de existirem
diferenças entre os gêneros cósmicos, como padrões de ancestralidade
distintos?
Sem entrar no mérito da questão, aqui se constata que as primeiras
gerações de terráqueos eram mesmo “inclinadas à adoração” porque
foram levadas a isso por uma série intermitente de “eventos
estratégicos”, promovidos exatamente com o objetivo de dominar pelo
temor.
Os primeiros homens e mulheres terrestres foram condicionados sob
muitos aspectos e, em especial, como maneira de se sentirem protegidos,
alinhando, assim, a razão da existência deles a um processo que já estava
em curso, o que dava tons de naturalidade ao domínio de “deuses” sobre
os “humanos” – que, apesar de já racionais, eram ignorantes e ingênuos,
posto que inexperientes por serem recém-surgidos.
Ressalte-se, ainda, que os biodemos jamais sentiram qualquer
inclinação a adorar ou venerar nem mesmo a própria figura de
Sophia, sabidamente o criador direto de todas as famílias desse gênero.
Há quem pense, porém, que os terráqueos já surgiram para a
vida com a “inclinação à adoração” escrita no seu genoma, e por isso
a necessidade de alguém (Pandora, Pirra e Eva) deslacrar a área do
DNA humano que ostentava essa tendência – ali inscrita pelas
manipulações genéticas dos seres mais evoluídos no campo da
inteligência, mas não no emocional e no filosófico, que também
compõem o psiquismo dos seres. Provavelmente, por isso, as primeiras
levas de humanos eram lerdas, como se urdidas para serem
posteriormente adestradas.
12ª Constatação:
Tanto as primeiras levas de humanos como as manipulações
nelas empreendidas foram produto desses entroncamentos de
genéticas diferentes, estabelecidos na Terra, e que também
produziram seus protótipos nesse sentido.
Todas essas evidências estão à vista da ciência clássica, mas essa faz a
mais absoluta questão de optar por explicações estapafúrdias para
justificar a ausência de fósseis de transição entre os ditos parâmetros
evolutivos, enquanto, em porões de universidades, escondem esqueletos
que preferem camuflar em vez de buscar a verdade que esses
apresentam, para não perder o fluxo de verbas cujas fichas foram todas
postas na visão clássica ortodoxa.
O passado, ainda que exposto à nossa vista, jamais foi
convenientemente observado pelos olhos do classicismo científico.
Realmente, julgar o passado com os olhos do presente é sempre
tarefa inglória e mesmo improdutiva quanto aos desfechos das análises
feitas, porque o óbvio de hoje procura enquadrar o que de estranho ele
ache e, assim, a predeterminação do que se deve encontrar como
resultado já está estabelecida, ainda que todo o conjunto de evidências
negue o que passa a ser afirmado como verdade.
A equivocada premissa desse classicismo segundo o qual jamais
houve a presença de extraterrestres no passado planetário, pelo simples
fato de que esse mesmo olhar ortodoxo não admite que eles existam, só
isso, põe abaixo qualquer estudo sério sobre o panorama do pretérito.
Independente, porém, do que os atuais “doutores da lei” possam
achar a respeito, tudo indica que, no passado distante, bem antes mesmo
do aparecimento do terráqueo racional, seres demos (oriundos de um
universo paralelo ao nosso, portanto, como já dito, extrafísicos), seres
biodemos (naturais do nosso universo biológico, ainda que assexuados) e
algumas classes do gênero biodemol (naturais também do nosso
universo, sendo animalizados e sexuados) terminaram por se estabelecer
na Terra, levados por diversos motivos.
Entroncamentos de diversas origens cósmicas ocorrem em muitos
mundos do universo, mas isso implica tão somente uma convivência
pacífica e ordeira dentro dos padrões de valores das civilizações algo
robotizadas que povoam os circuitos desses mundos-estações ou mundos
de interação e permutas diversas. Óbvio que também ocorrem
problemas, mas não entre as sociedades manipuladas nesse sentido.
13ª Constatação:
Na Terra, porém, diversas etapas de um tipo de entroncamento
bem singular teve lugar, levando a uma mistura dessas três
componentes “exteriores” (demo, biodemo e biodemol) com os
elementos da natureza local, o que, no final, ou seja, ao longo dos
últimos oito mil anos, resultou em dois tipos de povos:
(1) os povos híbridos do Hiperbóreo; e
(2) os povos humanos, de cujas espécies somente uma sobreviveu,
que é a do Homo sapiens, ainda que essa não saiba contar a sua
história.
Talvez seja chegado o tempo desta humanidade compreender que a
própria natureza, independente de quem a criou, legitimou a violência
como modo de sobrevivência e obrigou os mais fortes a imperarem
sobre os mais fracos.
Esse aspecto da existência, que se encontra no CFD (código-fonte
definidor de vida) universal, parece somente ter sido amainado pela
robotização biológica que faz com que, por exemplo, as abelhas de uma
colmeia sintam-se bem em dedicar as suas vidas para que a abelha-rainha
cumpra a sua função.
De acordo com essa perspectiva, as civilizações que vivem sob a
égide de um padrão genético semelhante podem evoluir sempre
“tecnologicamente” e todos ficarem bem, desde que não hajam
insatisfações, vamos dizer, laborais, e o “rei do pedaço” faça seus súditos
se sentirem felizes, ainda que programados exatamente para somente se
sentirem bem daquele modo.
14ª Constatação:
Os povos híbridos hiperbóreos tiveram uma levíssima “dose de
deslacre”, o que fez com que as forças demos, por meio dos seus
avatares, dessem um jeito de reorganizar aquelas sociedades.
Foi assim que o que hoje entendemos como regime de castas
passou, então, a ter lugar na Terra.
Uma das faces do elo perdido, que vincula o atual estágio do humano da
Terra com os graus da ancestralidade que o levou lentamente a ser o que
atualmente ele é, corresponde exatamente ao padrão dos povos
hiperbóreos que, ao descerem do extremo Norte para as regiões mais
temperadas – como as das atuais Irlanda, Escócia e diversos pontos da
península da Escandinávia –, deram origem ao que hoje
equivocadamente é taxado como “mitologia”.
As chamadas mitologias celta, nórdica, germânica, fino-ugrianas,
arianas, dentre outras, nada mais são do que representações das tradições
culturais desse contexto que, para o atual estágio de conhecimento da
humanidade, é tido como um imperceptível elo perdido que foi
transformado em lendas diversas.
Nos seus “contos míticos”, sempre que surgem insatisfações, é
porque “algum grau de deslacre” teve lugar. E é mais ou menos isso
que representou o despertar da racionalidade humana em relação a toda a
conjuntura universal que a cerca.
Como alguns núcleos humanos foram dominados e se
miscigenaram, de algum modo, com os seres de fora – notadamente os
hiperbóreos – a herança das castas foi também levada por meio dos
descendentes arianos de Gomer, o já referido neto de Noé, que nas
migrações posteriores indo-europeias, trouxe esse sistema até as
populações dravídicas de Mohenjo-daro e Harapa, dentre outras,
tornando-se, mais tarde, páginas da complexíssima herança cultural dos
hindus.
15ª Constatação:
Assim, observando sob a perspectiva dos criadores do sistema
de castas, a questão do bem e do mal jamais esteve em questão, até
porque a maioria dos seres que vieram de fora – sejam
extraterrestres (deste universo) ou extrafísicos (do universo paralelo
antimaterial) – não enxergam as coisas da vida sob esse prisma.
Qual seria então a sua ótica organizacional e política? Seres desse naipe
psíquico se movimentam sempre em torno da noção conceitual de
“ordem” e de “caos” relativos ao ambiente em que vivem, como também
e, principalmente, ao “grau de perturbação” que pode surgir, impactando
o modo como costumam viver, quando a estruturação é rompida e a
desordem se estabelece. É assim que eles movimentam os seus
psiquismos!
Visando essencialmente a evolução de alguns núcleos demos – que,
na etapa que se verificou na evolução cósmica de abertura dos portais,
“aprenderam” a transitar entre o universo antimaterial em que vivem e o
nosso – e dos povos hiperbóreos recém-surgidos na face do planeta, foi
que o avatar Krishna programou a sua impressionante jornada por entre
aqueles povos então existentes.
Sua vida teve uma duração cujo padrão era e é comum para corpos
associados à genética demo, ainda que mesclada a outras dosagens de
genes, mas que parece ficção quando comparado ao padrão normal que
hoje move o psiquismo dos terráqueos.
Por cerca de dezessete mil anos, o Senhor Krishna conviveu,
ensinou, duelou, matou e reprimiu o que, a seu juízo, era o
entrincheiramento que as forças demos das trevas haviam conseguido
estabelecer na Terra para, daqui, enfrentar as hostes do “bem”. Essas
últimas se organizavam, sob sua coordenação, para a grande e decisiva
batalha entre a “ordem e o caos” – e não entre o “bem e o mal”,
como os tradutores humanos interpretaram –, no sentido de que,
dependendo de que lado viesse a ser o vitorioso, definiria se a Terra seria
herdada pelas hostes trevosas demos ou pelas que representavam a
ordem.
Essa perspectiva é simplória, mas é a única maneira que, até agora,
se verificou de como se falar desse assunto com os desavisados
humanos.
Usar os conceitos de “luz” e “trevas”, de “bem” e de “mal”, tem
sido o viés comum dessa transição entre a cultura demoníaca e a
humana. A cultura demodhármica estacionou, mas conseguiu transferir
parte dos seus cânones ou preceitos para os humanos, que
surpreendentemente herdaram a Terra, quando a batalha entre a
“ordem e o caos” era no sentido de ver qual das duas hostes demos, a
esclarecida na questão do seu dharma e a que se confundiu quanto a
esse aspecto, herdariam o planeta. Esse foi o pano de fundo do
“Mahabharata”!
Inesperadamente, sobrou para os humanos essa herança cultural
demodhármica, que transformou protagonistas demos em humanos
heroicos – o que não corresponde à verdade.
Além disso, um outro aspecto do problema é que, nos padrões da
cultura humana, seres demos passaram a ser tidos como “maus” e seres
angelicais como “bons”, quando antes, existia a natural conceituação de
“anjos bons e maus”, de “demos bons e maus”, como ainda a noção de
“deuses bons e maus”.
Ressalte-se que o conceito de “Deus”, o “Pai Amantíssimo”, jamais
existiu nesse passado, sendo uma criação teológica recente, talvez
porque as figuras do “deus bíblico” ou dos “deuses hindus” jamais
pareceram favoráveis à sensibilidade ocidental.
Foi num contexto bem diferente do que agora se verifica na Terra,
que algumas antiquíssimas cidades – hoje submersas pelo avanço dos
mares com o derretimento do gelo acumulado, promovido pelo aumento
da temperatura no âmbito da superfície planetária – ditavam os rumos
dos acontecimentos.
Uma delas, localizada na atual Índia, foi uma das cidades que o
Senhor Krishna escolheu como palco de sua atuação, no tempo do mais
estranho padrão de entroncamento genético intersideral jamais ocorrido
no universo, segundo consta nos anais da cultura demo.
Krishna, um “avatar biodemol keshava” (sob uma certa ordem de
perspectivas), se fez presente neste mundo exatamente na época da
guerra descrita no “Mahabharata” – épico hindu que todos os que
buscam a verdade deveriam conhecer e estudar.
16ª Constatação:
O Senhor Krishna foi o grande formulador, revelador, executor
e principal definidor das questões de “dharma” e de “varna” para os
povos da cultura demo e de seus descendentes hiperbóreos, que
passaram a viver na Terra.
Como ele próprio explicou a Arjuna, no capítulo IV do “Bhagavad
Gita”, coube a ele instituir o sistema de castas num tempo ainda bem
anterior ao de sua personalidade como Krishna.
“O Senhor Krishna fala:
Eu ensinei a Vivasvan esta ciência da Yoga eterna e transcendental.
Vivasvan passou-a a Manu, o pai de todos os homens, e este então a
transmitiu a Ikhsvaku, rei deste mundo.
Esta ciência suprema foi transmitida através da cadeia sucessória,
e ela assim foi recebida também pelos reis devotos. Mas com o passar
dos tempos, a cadeia se interrompeu, e a ciência como tal ficou como
que perdida.
Hoje estou lhe revelando esta ciência antiquíssima da união com o
Supremo, por você ser Meu devoto e ser também Meu amigo, podendo,
pois, entender seu transcendental mistério.
Mesmo sendo não nascido e Meu corpo imperecível não possa se
corromper; embora Eu seja Senhor de todos os seres vivos; ainda assim
Eu manifesto Minha forma original quando se faz necessário.
Sempre que o dharma declina e o adharma prevalece, Eu me
manifesto, ó descendente de Bharata.
Para restabelecer o dharma, para salvar os devotos e aniquilar os
maus, Eu surjo em cada época.
Estando livres do apego, sem sentir ódio nem medo, e pensando
sempre em Mim, muitos se purificaram, por saber ou penitência,
alcançando amor por Mim.
Cada um recompenso conforme se rende a Mim, ó descendente de
Pritha. Mas, de todas as maneiras, todos seguem Meu caminho.
Eu instituí as quatro castas, segundo a divisão das qualidades e
ações. Saiba que sou seu autor (grifo meu). Eu que sou, no entanto,
inativo e imutável.
As obras não me contaminam, nem seu fruto é objeto de desejo
para mim; aquele que Me conhece não se prende por suas ações.
Sabendo isto, os antigos aspirantes à liberação cumpriram seus
deveres. Tu também atues como eles o fizeram no passado.”
Quando bem entendermos que as palavras de Krishna se referem a
um contexto demoníaco, cujos desdobramentos vieram parar na Terra,
envolvendo então alguns povos hiperbóreos e outros que, naquele tempo,
aqui existiam, ficará mais fácil compreender o lado pedagógico do
ensino do dharma para aqueles seres cuja natureza precisava ser
ainda alinhada com princípios filosóficos.
O aspecto óbvio de que os acontecimentos daqueles dias (anteriores
há 8 mil anos) não tinham os humanos como protagonistas – pois esses
eram simples “massa de manobra” –, mas sim, seres híbridos, entre a
condição demoníaca e a biológica–homo, e que, infelizmente, deixaram
de existir para os que viriam a saber daquela história muitos milênios
depois, como foi o caso da cultura humana que, estranhamente, terminou
herdando a Terra.
O aspecto “estranho” aqui se refere ao fato de que, dentre as
muitas espécies pensantes que, então, viviam na Terra,
principalmente as poderosas (não humanas), coube exatamente à
única que não detinha poder mental de nenhuma ordem, herdar o
planeta.
Infelizmente, esse aspecto jamais foi compreendido pelos
historiadores modernos que, por partirem da premissa equivocada de que
somente humanos existem como seres pensantes, não conseguiram,
como ainda não conseguem, compreender o passado.
Pelo fato das mitologias terem sido transformadas em lendas e obras
de arte no campo da ficção, as atuais gerações de seres humanos
perderam a capacidade de enxergar o óbvio de uma questão das mais
contundentes para os que buscam a verdade, ainda que essa, num
primeiro momento, realmente incomode o psiquismo do buscador.
A contundência perturbadora da falsa paz dos que pensam que
encontraram a verdade em suas religiões se expressa quando se torna
possível a compreensão adulta sobre a queda do Criador e do seu
desesperado processo de reconstrução pessoal – hoje chamado de
“Brahma” pelos antigos arianos/hindus, de “Javé” pelos judeus e demais
ramificações cristãs, e de “Alá” pelos islâmicos – que fez dele a
personificação do “caos”; e não é por menos que, na mitologia grega, ele
assim é chamado.
Lembre-se o(a) possível leitor(a) dessas páginas que, para a
mentalidade demo, a pior coisa que podia existir não era o mal, mas sim,
o caos, a desordem, pois essas são as condições que seriam a causa de
um mal que poderia advir do processo tresloucado.
Organizar a si mesmo e à sua Criação, ou em outras palavras,
organizar o caos que é o seu Ser e a sua Obra, foram as “tarefas” que os
“grandes seres” se esforçaram por equacionar, sendo Krishna um dos
principais arquitetos e executor desse processo.
17ª Constatação:
O problema, para os olhos humanos, é que, posteriormente, as
“tarefas de reconstrução do caos” foram inapelavelmente
transferidas para os ombros das espécies biológicas que passaram a
ser criadas.
Essas “tarefas”, na cultura desses seres híbridos, passaram a ser
chamadas de “dharma” ou “dever sagrado”, e foi exatamente uma destas,
uma “grande tarefa”, que Krishna procurou desempenhar, ensinando e
mesmo convencendo Arjuna, no “Bhagavad Gita”, capítulo integrante do
“Mahabharata”, a cumprir com a sua parte, por desagradável que fosse
liquidar os seus primos, que disputavam o poder sucessório monárquico.
O dharma, portanto, foi estabelecido junto aos povos hiperbóreos –
repito, o grande elo perdido entre os atuais humanos e o tema central
enfocado neste livro – como forma de permitir um progresso que jamais
pôde existir pela falência da parcela da genética do CFD demo, existente
nos corpos daqueles seres híbridos.
Esse assunto deverá ser melhor compreendido no futuro e, aqui, tão
somente me cabe introduzi-lo como meio de propiciar a reflexão das
futuras gerações de humanos que possam validar ou não o que se
encontra exposto nestas páginas.
Quando a falência da tradição milenar da cultura demo se verificou
e os humanos herdaram os tais padrões das castas, não lhes foi possível
ter qualquer noção crítica a respeito, e é por isso que, na atualidade, na
ponta dessa “linhagem dhármica”, hoje se encontra a Índia, vitimada
completamente por esse processo.
Isso implica, praticamente, dizer que quem se encontra submetido
ao regime das castas pensa exatamente em torno dos mesmos padrões
que os povos híbridos do passado pensavam, o que se constata ser, no
mínimo, problemático. Afinal, estamos falando aqui de um atraso, de um
estacionamento descomunal em torno de um processo que atendia às
necessidades de “cérebros e mentes” demoníacos, e não humanos, pois
que somos bem diferentes e muito mais complexos que os nossos
ancestrais no que se refere ao tipo de cérebro que a nossa espécie possui,
e às possibilidades evolutivas que o programa mental, surgido junto com
a natureza humana, propiciam no campo da evolução.
18ª Constatação:
Pandora, na visão da mitologia grega, e os humanos terráqueos
“Eva” e, depois, “Adão”, talvez tenham sido as primeiras criaturas
cujas consciências pessoais despertaram para a “noção do bem e do
mal”, ainda que em tempos distintos e em graus de profundidades
singulares, aspecto que nem os anjos do Criador e muito menos os
seres demos jamais puderam conceber.
Enfim, substituímos conceitos como os de “ordem e caos” pelos de “bem
e de mal” porque valoramos as nossas emoções com noções de nobreza
moral, que os seres demoníacos e seus descendentes – até mesmo as
primeiras civilizações biológicas deste universo – jamais conseguiram
formular.
Haja “favor divino” no cumprimento das tarefas que as criaturas
fazem para esses “deuses”!
O problema é que as suas formas demos ainda não se
conscientizaram disso ou, se o fizeram, até hoje disfarçam, como se
cobrando a velha moeda da gratidão que as criaturas devem ofertar
aos deuses por tê-las gerado.
Haja ignorância!
E assim, haja dharma, haja cumprimento de “tarefas cármicas
absurdas”, que representam tão somente a lei da colmeia, onde todos
trabalham para uns poucos ou mesmo para “um” só.
19ª Constatação:
O dharma mal aplicado é produto da equivocada e simplória
compreensão demo, a qual, por sua vez, é afetada pela estupidez
existencial.
Por isso que o dharma, para muitos, legitima as castas entre os humanos,
quando somente era um sistema a ser “bem aplicado” junto aos povos
demos ou aos híbridos, da sua descendência.
Lamentavelmente, muitos homens e mulheres instruídos, mas ainda
prisioneiros da antiga visão oriental, defendem a tese execrável das
castas, como se a perpetuação desse sistema fosse algo digno de ser
pensado por gente espiritualmente progressista.
4
AS CASTAS TRIMURTIANAS

PARA BEM COMPREENDERMOS a incongruência da questão das castas e os focos em


torno dos quais ela surgiu, penso ser necessário traçar um painel
histórico da cronologia dos fatos que se verificaram no passado, ainda
“oficialmente desconhecido”, dos ancestrais dos arianos que,
posteriormente, transmitiram aos dravidianos/hindus o seu legado.
Pelo que penso estar informado, o sistema de castas surgiu pela
primeira vez, na Terra, em dois focos de aglomerados não humanos:
um situado entre os povos hiperbóreos, no Norte, e um outro da tradição
Kumari Kandan, no sul da Índia, em terras que, naqueles tempos (cerca
de 20 mil anos atrás), ligavam o sul do continente indiano com a atual
ilha do Sri Lanka, mas que foram, posteriormente, cobertas pela elevação
do nível do oceano que, desde então, vem tendo lugar.
Apesar das evidências arqueológicas recém-descobertas, além de
todo um conjunto de referências históricas, simploriamente tidas como
mitológicas, esses dois focos civilizatórios permanecem como
“oficialmente desconhecidos”, ainda que hajam vestígios locais da sua
existência (caso da tradição Kumari Kandan) e os espalhados pelas áreas
da Grã-Bretanha, Europa e Ásia (no caso da migração dos povos
hiperbóreos).
O fato é que os desdobramentos dos povos hiperbóreos envolveram,
mais tarde, os descendentes de Gomer – neto de Noé e ancestral dos
arianos, como já referido – e, depois, com uma nova onda de migração,
agora dos arianos e compreendida como sendo indo-europeia, o sistema
de castas chegaria até os habitantes da civilização Saraswati, da qual o
reino de Bharata, atualmente conhecido como sendo a Índia, viria a
emergir.
O “oficialmente desconhecido” que aqui ressalto é tão somente
para ironizar o “oficialmente conhecido”, pois a fronteira que os separa
simplesmente inexiste, uma vez que não há ortodoxia que resista às
descobertas arqueológicas que se sucedem no continente indiano, em
especial na sua fronteira com o Paquistão. Essas apontam para cidades
cujas existências se situam bem antes do que a visão ortodoxa pretende
fixar como sendo o tempo em que os humanos começaram a fazer parte
ativa do panorama terrestre.
É exatamente nesses sítios arqueológicos, e no que neles vem sendo
descortinado, que vou, agora, buscar prender a atenção do(a) leitor(a).
No final do século XX, foi descoberto, via satélite, o leito seco de
um rio extinto, cercado de lendas. Desse modo, ressurgiu para o
conhecimento científico ou foi redescoberto o lendário rio Saraswati, do
vale do rio Indo, onde se desenvolveu a civilização Saraswati-Sindhu,
por volta de 5.000 anos a.p. (antes do presente).
Segundo os estudiosos, foi devido a modificações geológicas e
mudanças climáticas que esse rio secou, em torno de 4.000 anos atrás. A
redescoberta desse rio obrigou os estudiosos a uma reinterpretação do
desaparecimento da civilização que, até então, existira nessa região.
Anteriormente, pensava-se que ela havia sido destruída por causa de
uma suposta invasão dos arianos. Contudo, atualmente, acredita-se que a
mudança climática local, que transformou a região em um deserto, foi a
causa do declínio dessa civilização.
Por que isso é importante? É porque a tradição védica, que forma a
base de todas as crenças hindus – mas que começou num tempo em que
os atuais hindus sequer existiam –, teve origem exatamente nessa
civilização Saraswati-Sindhu, hoje perdida nas brumas do tempo; e a
questão das castas, como atualmente a conhecemos, tem a ver
diretamente com essa civilização.
Para melhor situarmos o até agora não aceito contexto histórico em
torno da questão das castas, logo adiante, vou dividir a cronologia dos
fatos em Eras Pré-Védica, Védica e Pós-Védica – como fazem os
estudiosos mais avançados do assunto –, já que é no cerne dos
ensinamentos védicos que surgem as castas.
Assim, a formulação desses ensinamentos aparece, para a nossa
análise, como questão central de todo o processo cultural que deu e dá
sustentação ao absurdo sistema de castas, quando observados pelos olhos
da atualidade. Porém, infelizmente, o contexto não é tão simples assim.
Aproveito para reafirmar que, julgar o passado com os olhos do
presente é sempre tarefa inglória e mesmo improdutiva quanto aos
resultados das análises feitas, partindo-se do que, atualmente, parece ser
o óbvio. Entretanto, o “óbvio” do presente, muitas vezes, não serve para
o passado que está sendo avaliado, e é esse o caso das castas, na sua
origem.
Edificadas a partir do talento pessoal dos demos, e organizadas
conforme o interesse do progresso coletivo, as castas se alicerçaram
sobre o conceito de dharma, que os hindus sempre cultivaram desde que
o receberam, como herança, dos arianos que migraram para o sul.
Esse conceito cultural do dharma vinculado ao dever sagrado
das castas foi sendo repassado de geração em geração, sendo ele próprio
o fio condutor dos valores pessoais dos fiéis do hinduísmo.
Historicamente, como já afirmado, parece ter vindo da civilização
Saraswati – que é a mais antiga que surge por entre as brumas desse
passado distante, sob a ótica da mitologia hindu – um dos focos do início
da implementação do sistema de castas entre os seres não humanos,
o que implica, aqui, registrar que, talvez, estejamos novamente a falar
do resultado do começo da migração de ramos da descendência dos
povos híbridos hiperbóreos que, em levas sucessivas, foram se
aproximando das zonas temperadas e também das tropicais.
Sob essa perspectiva, misturam-se, portanto, os focos da gênese do
sistema de castas que, aqui, poderia ter, além da influência da migração
ariana, um incremento local proveniente de um outro fluxo hiperbóreo,
pois que muitos ocorreram. Realmente, o tema é assunto controverso
entre os estudiosos. Contudo, para o que se pretende enfocar neste livro,
seja qual for a verdade daqueles dias, não altera a tese aqui apresentada,
pois ambas ratificam a gênese de uma “primeira hora não humana”
na implementação do sistema organizador social das castas nas
comunidades ancestrais.
Por essa época, os humanos, já racionais, se associavam aos núcleos
comunitários mais poderosos, transformando-se em escravos ou, ainda,
em animais de estimação espertos. Fora esses, somente havia tribos
dispersas de humanos, que fugiam sistematicamente desses seres tidos
como poderosos.
Os poucos humanos dessas tribos, que conseguiram um elevado
grau de independência e mesmo de conhecimento, eram perseguidos,
liquidados e, raramente, eram respeitados e mantidos junto aos núcleos
de poder.
Nesses tempos da civilização Saraswati – que podemos considerar
como sendo pré-védicos, mas já pós-diluvianos –, teve início a primeira
era digna de assim ser considerada na origem da mitologia ariana, a qual,
mais tarde, foi transformada em uma das etapas ancestrais da história da
Índia.
Essa “etapa ancestral” – efetivamente ocorrida em terras da Ásia,
em torno do subcontinente indiano – seria associada a uma outra,
ocorrida só mais recentemente, na qual a migração tardia de outros
povos arianos foi feita na mesma direção da dos seus ancestrais.
Esse aspecto difere do que a própria vanguarda histórica dos
acadêmicos hindus da atualidade defende como sendo a verdade
histórica que estão propondo como forma de substituir a inaceitável e
anacrônica visão que o ocidente impôs sobre a gênese dos indianos,
como sendo um processo mais recente, quando este, na verdade, deu-se
em tempos bem remotos, sequer considerados como efetivamente
históricos.
Assim, essa chamada “Era Pré-Védica”, cuja duração foi
estimada como tendo ocorrido entre 9.000 a 6.500 anos a.p., foi
marcada pela emergência dessa singular civilização situada entre os rios
Indu e Saraswati, sendo este último inexistente atualmente.
Segundo diversos autores hindus da atualidade, a civilização
Saraswati não foi somente a mais antiga do planeta, mas era também a
maior da alta antiguidade, muito maior do que a Suméria, a Assíria e o
Egito juntos.
Sabe-se hoje que, há cerca de 5 mil anos, pelo menos, essa
civilização ainda se estendia por uma área de mais ou menos 750 mil
quilômetros quadrados.
Conforme as informações que disponho, advindas da convivência
com seres que controlam os anais das notícias sobre esses tempos – cujos
registros, na maioria, foram todos liquidados e outros perdidos –, nessa
mesma época, nas terras da Turquia, Noé e sua descendência começavam
a se espalhar pelo planeta. Além disso, no norte europeu, outros ramos
de descendência hiperbórea estavam ali fixados, os quais, mais tarde,
desceriam sempre na direção Sul, como forma de se adaptar a climas
mais amenos.
É importante que se compreenda que, do mesmo modo que um dos
núcleos dos descendentes de Noé passou pela experiência das castas
(o dos descendentes de Gomer), outros descendentes das migrações
hiperbóreas também vivenciaram o implemento do sistema de castas
ainda ao tempo em que os povos não humanos eram a maioria daqueles
núcleos populacionais.
Em ambos, o Senhor Krishna labutou na sua missão, ainda que os
elementos apontem uma maior presença sua na civilização Saraswati, na
qual parece ter existido uma “central de inteligência à moda demo” ou
um “centro de controle” relativo à questão das castas.
Nesse ponto da presente abordagem, faz-se necessária uma análise
dos tipos de castas surgidos no seio daqueles povos.
Tradicionalmente, se diz que nasceram de Brahma, da cabeça, os
brâmanes, que eram de uma classe composta de sacerdotes e letrados;
dos braços, os xátrias, que eram guerreiros e defensores do dharma; das
pernas, os vaixás, comerciantes; e dos pés, os sudras, classe bastante
vasta, formada pelos servos, de um modo geral, como camponeses,
artesãos e operários. Fora desse sistema de castas, estão os párias, que
teriam surgido a partir da poeira debaixo dos pés de Brahma.
Na atualidade, a sociedade hindu se vê dividida entre os brâmanes
ou brahmin, que representam cerca de 15% da população indiana, sendo
compostos por sacerdotes, professores e filósofos; os kshatriyas ou
xátrias, que são os políticos e militares, que devem se subordinar às
ordens da casta superior; os vaishas ou vaixás, que realizam as
atividades vinculadas ao comércio e a agricultura; e os shudras, a maior
parte da população da Índia, que até pouco tempo atrás não tinham
permissão de ter contato com os ensinamentos hindus, e que são os
camponeses, operários e artesãos.
Existem ainda os párias, também conhecidos, desde tempos mais
recentes, como os dalits, que estão fora da organização da população
indiana representada pelas castas. Também se tornam párias aqueles que
violaram o sistema de castas através da infração de regras da sociedade
hindu.
20ª Constatação:
A referência à cabeça, braços, pernas e pés de Brahma é tão
somente uma maneira moderna de reposicionar o código-fonte
definidor do Criador (CFD ou DNA de Brahma/Javé) como sendo a
base da edificação da vida, tanto demo como humana.
Em tempos bem mais antigos, no entanto, quando ainda sequer existia o
Sol e os seus planetas, uma história ainda mais estranha, constante dos
anais da mitologia nórdica, refere-se ao “desmanche” do corpo de um
Ser Primordial, cuja essência – que podemos entender como sendo o seu
código-fonte definidor ou genoma pessoal – foi “distribuída” para que as
classes, então criadas, pudessem surgir.
Novamente, vou me servir da mitologia nórdica traduzida por Neil
Gaiman, ainda que o trecho abaixo reproduzido seja de difícil
entendimento. Entretanto, aqui, apenas procuro situar o “momento da
criação da vida”, segundo a ótica da mitologia nórdica, para demonstrar
a origem do código vivificador de novos seres.
“Chegara o momento da criação. Ve, Vili e Odin se entreolharam e
discutiram sobre o que deveria ser feito ali, no vazio de Ginnungagap.
Falaram sobre o universo, a vida e o sobre o futuro.
Odin, Vili e Ve mataram o gigante Ymir. Era necessário. Era a
única forma de criar os mundos. Isso foi o princípio de todas as coisas,
a morte que formou toda a vida possível.
Os três apunhalaram o enorme gigante. Sangue irrompeu do
cadáver de Ymir em quantidades inimagináveis. Rios de sangue salgado
como o mar e cinza como os oceanos jorraram numa torrente repentina,
tão poderosa e tão profunda que varreu e afogou todos os gigantes.
Apenas dois – Bergelmir, neto de Ymir, e sua esposa – sobreviveram
subindo em um tronco que os carregou como um barco. Todos os
gigantes que existem e tememos hoje são descendentes deles.
A partir da carne de Ymir, Odin e os irmãos moldaram a terra. Seus
ossos foram empilhados para formar montanhas e desfiladeiros.
Toda rocha e todo seixo, toda areia e todo cascalho que vemos hoje
foram criados a partir dos dentes e dos fragmentos dos ossos de Ymir,
quebrados e esmagados por Odin, Vili e Ve durante a batalha contra o
gigante.
Os mares que rodeiam os mundos são o sangue e o suor de Ymir.
Ao erguer os olhos para o céu, contemplamos o interior do crânio
do gigante. As estrelas que vemos à noite, os planetas e todos os cometas
e estrelas cadentes são fagulhas que escaparam das chamas de Muspell.
E as nuvens? Já foram o cérebro de Ymir, e quem pode dizer o que elas
estão pensando agora?”
O desmanche do corpo do Ser Primordial representa a linha
dramática do que, mais tarde, o vedismo se utilizou para implementar o
sistema de castas, adotado pelo atual hinduísmo.
Ainda que, particularmente, eu faça críticas ao entendimento
comum das traduções a respeito da mitologia nórdica, mitos como o do
“gigante Ymir” traduzem a essência mais básica da gênese do
sistema de castas, explicado como tendo se originado a partir de
“códigos distintos” de um mesmo corpo.
21ª Constatação:
Por ser esse corpo original o do Criador, todos os seres nascidos
para a existência no âmbito da sua Criação, necessariamente, devem
possuir o seu código-fonte pessoal como a base de seus corpos.
Relacionar as partes da forma do Criador aos corpos dos animais
humanizados – sim, para quem nos vê, lá de fora, e tem olhos críticos
para enxergar, somos tão somente animais que adquiriram uma
estranha e insondável natureza – foi uma maneira honesta de dizer, nas
entrelinhas do conhecimento de então, que o código-fonte pessoal do
Criador (o seu CFD) está presente em todos corpos, de modo
holográfico, ou seja, a informação do todo (o CFD de Brahma) está em
cada uma de suas partes, pois se encontra presente no corpo de cada
criatura-ferramenta existente no âmbito da sua Criação, por meio do
código-fonte (o DNA de cada pessoa, no caso dos humanos).
O fato é que, devido ao aprofundamento dos estudos antropológicos
e arqueológicos, dentre outras áreas de pesquisa científica, que foram
produzidos desde os meados do século XIX, quando diversas ruínas
importantes foram descobertas e corretamente classificadas, a questão
“temporal” e outros aspectos da visão clássica começaram a cair dos seus
falsos pedestais de “verdades estabelecidas”.
As escavações que foram e ainda estão sendo empreendidas sobre a
poeira das épocas passadas têm descortinado painéis perturbadores para
a manutenção da atual visão clássica que os historiadores possuem sobre
aqueles tempos esquecidos.
Cidades consideradas lendárias emergem à luz do dia, seja das
areias do deserto ou mesmo das águas dos oceanos, como é o caso de
Dwarka, atestando que o tal passado lendário e mitológico começa a
cobrar o “choque de realidade” que sempre chega para permitir o
avanço na busca da verdade, na medida em que vivemos num
universo que a esconde deliberadamente, devido ao modo como foi
urdido, mas não finalizado.
A afirmação pode parecer surpreendente, mas mesmo com as novas
descobertas terrestres e marítimas descortinando esse novo pano de
fundo histórico, a repercussão desses feitos nos meios acadêmicos é
praticamente nenhuma. Isso implica algo muito sério: os historiadores
estão desconhecendo a história que surge com as descobertas
arqueológicas e essas não têm servido mesmo para coisa alguma, apesar
de estarem lá, desafiando a sempre curta visão da ortodoxia. Para a
cegueira promovida pela corrupção moral de pesquisadores que
matam a verdade em nome das verbas e dos patrocínios que
recebem, essa jamais poderá surgir porque atrapalha os seus
interesses.
Quando os indicativos da descoberta de um novo contexto superam
a dose de precaução necessária em qualquer busca científica, essa
prudência deve ceder lugar às novas teses para que a continuidade da
aferição do método científico possa ter lugar. Contudo, não é bem isso
que tem acontecido com as descobertas arqueológicas de modo geral.
Interesses inconfessáveis se arvoram em defensores da prudência
para que, assim, o novo não possa substituir o conhecimento
estabelecido pelas suas conveniências.
A “nova verdade”, por evidente que seja, não mais prevalece por
força dos seus indicativos ou de qualquer outra coisa, porque a “voz
oficial” que a entroniza emudeceu, há muito tempo, por entre os
caminhos da corrupção que varre o psiquismo da espécie Homo
sapiens.
Dessa civilização do Vale do Indo, de uma quantidade espantosa de
25 mil sítios arqueológicos até agora nela descobertos, foram explorados
somente 62 até o ano de 2018. Dos que já foram de algum modo
estudados, os maiores e mais conhecidos são: Mohenjo Daro, Harappa,
Ganweriwala, Rakhigarhi, Kalibangan, Dholavira e a cidade portuária
Lothal. Ressalto que as ruínas do vale do Indo foram encontradas por
John Brunton e seu irmão Wiliam Brunton, em 1856, que estavam
responsáveis pela construção da estrada de ferro das Índias Orientais,
sendo que parte dos tijolos das ruínas foram utilizados nessa obra.
Somente sessenta anos mais tarde, se iniciaram os estudos arqueológicos,
quando foram desenterradas, então, as duas grandes capitais – Mohenjo
Daro e Harappa –, além de Mehrgarh.
Nessas e em outras cidades, as castas passaram a ser o sistema
vigente organizacional que norteou a vida daqueles povos, por
milênios.
Dwaraka ou Dwarka, uma cidade-porto, hoje submersa, tinha um
sugestivo significado no seu nome – o nome “Dwaraka”, em sânscrito,
significa “portal” –, já que essa cidade-porto era uma porta de entrada
para estrangeiros, no continente indiano. O Senhor Krishna nela residiu
por longo tempo, ainda que também tenha se estabelecido em outros
lugares.
As ruínas da antiga cidade Dwaraka foram encontradas sob o mar,
após os recentes estudos oceanográficos perto da moderna cidade do
templo – Dwarka.
Ressalte-se que Dwaraka é citada, diversas vezes, no
“Mahabharata”. Segundo os estudiosos, essa civilização do Vale do
Indo, também denominada como cultura Harappiana ou Drávida,
teve o seu apogeu entre 5.500 a 4.000 anos a.p.
Outros autores sugerem que, na verdade, a civilização do Vale do
Indo, a Suméria e a Babilônia, formaram uma única civilização. A
ligação entre elas é sugerida por selos e sinetes encontrados nessas três
regiões.
É importante que, também, seja frisado que não se tem exatidão
histórica para se delimitar em que ponto do apogeu dessas ou de algumas
dessas cidades, o sistema de castas foi implantado, não sem alguma
dificuldade, pois aqui reside um importante detalhe: nem todas o
aceitaram.
Esse fato é sabido, mas jamais foi aprofundado pelos estudiosos, o
que jamais permitiu o vislumbre do que, efetivamente, ocorreu naqueles
dias, sobre a visão do dharma, do varna e da questão Karma para alguns
povos.
Após a já citada Era Pré-Védica, teve início a chamada Era Védica,
por volta de 6.500 anos a.p., que se estendeu até cerca de 4.500 anos a.p.
Foi nela que foram produzidos os quatro “Vedas”, elaborados pelos
grandes Rishis (classe de seres não humanos) do passado, que habitavam
o vale do Indo, como também as margens do rio Saraswati – sempre
falado nesses quatro “Vedas”.
Os historiadores apontam que o fim da Era Védica foi marcado pela
guerra do “Mahabharata”, que os estudiosos plotam no ano 5.102 a.p., e
que coincide com o início do “Kali Yuga” – período de trevas e de
desafios, referido nos “Puranas”, “Tantras” e “Sastras”, tidos como
parte da literatura considerada “Smriti”, pelos hindus.
Aqui, novamente, me obrigo a ressaltar que não concordo que os
tempos descritos no “Mahabharata” correspondam à marca temporal
comumente citada pelos historiadores. Como já me referi, pelas
informações que disponho, aqueles fatos se deram em tempos ainda mais
antigos.
Nesse período, os “Vedas”, que já eram recitados há milênios,
passaram a ser escritos em folhas de bananeiras, e também foram
produzidas algumas interpretações dessas recitações, feitas também pelos
Rishis, a fim de atingirem mais facilmente o homem comum. Mais
recentemente, teve início a Era Bramânica, que durou desde 4.500 a
3.500 anos a.p. Nesse período, o conhecimento védico ficou reservado
aos brâmanes ou à casta dos sacerdotes, sendo que, a partir desse
marco histórico, o sistema de castas se tornou uma realidade política-
religiosa imutável para os humanos. As fórmulas e hinos que os
sacerdotes praticavam durante os rituais dessa época continham – como
contêm até hoje – explicações sobre os mitos e as narrativas
cosmogônicas, e sobre antigas lendas, que são vestígios históricos do
passado da Índia e da expansão ariana pelo Vale do Indo, promovendo a
“famosa migração indo-europeia”, tão comentada por uma certa corrente
dos historiadores.
Outra corrente há, porém, composta de historiadores mais recentes,
que afirma que a invasão ariana nunca existiu, pois os arianos sempre
foram indianos e habitantes do Vale do Indo (como os dravidianos).
Contudo, houve, sim, a migração ariana, que trouxe consigo um
compêndio de convivência com seres da classe demo, notadamente os
Senhores que compõem a Trimurti, e suas descendências hierárquicas.
Nesse ponto, para que possamos melhor ainda compreender a
questão das castas e a crença que os hindus têm nelas, é necessário que
ressaltemos um determinado aspecto das suas escrituras.
Aquelas escrituras consideradas “Smriti” são as secundárias –
porque existem as escrituras “Shruti” védicas, consideradas principais –,
e dentre essas temos:
o “Dharma Shastras”, que são os livros que codificam as leis que
regulam a sociedade;
o “Itihasa”, ou os chamados épicos nacionais;
os “Puranas”, que são tidos como livros de educação religiosa
popular;
os “Agamas”, que tratam das tendências devocionais; e
os “Dharshanas”, que apresentam as principais escolas de
pensamento nascidas a partir dos “Vedas”. Qual a principal questão? É
que os livros que compõem o “Dharma Shastra” são exatamente os
regulamentos e as obrigações das castas, compostos pelos brâmanes.
Nessa altura, se faz necessário que reflitamos sobre um outro aspecto que
pesa sobre o sistema de castas, pois precisamos entender que esses textos
foram escritos pelo povo invasor proto-austríaco (assim chamados por
alguns historiadores) ou ariano, como forma de dominar a sociedade
indiana.
Os indivíduos desse povo ariano, novamente (no sentido de
readequar), fixaram o sistema de castas, passando a ser da casta
dominante ao assumirem a função de brâmanes. Contudo, nem todos
os núcleos indianos aceitaram a imposição védica do sistema das
castas, e uma parte considerável da sociedade, que não estava de acordo,
refugiou-se na floresta, dando início a um novo corpo de literatura
religiosa dos hindus, que são os textos “Aranyakas”, também conhecidos
como os “livros das florestas”.
Foi desse modo que surgiu o hábito, dentre os hindus, de se
isolarem em busca da sabedoria, e isso se deu a partir de um pequeno
grupo de iniciados que se retiraram para o silêncio das florestas, em
busca de outras vias de salvação e especulações filosóficas.
Esses ascetas se colocaram em oposição à mecânica dos
complicados ritos de sacrifício e à apropriação, praticada pelos
brâmanes, de todo o conhecimento e dos atos e rituais religiosos.
Foi a partir da marca temporal de 3.900 anos a.p. que surgiram os já
citados “Aranyakas” e também os “Upanishads”, a chamada literatura da
tradição Aranya (da floresta), uma vez que, naqueles tempos, existiam
vastas e frondosas florestas situadas às margens do rio Ganges. O mais
antigo dos “Dharma Shastra” é o de autoria do ancestral mítico da tribo
Manava, chamado Manu.
22ª Constatação:
As leis de Manu trouxeram ainda mais benefícios e poderes
para a casta dos brâmanes, fortalecendo o domínio dessa sobre a
sociedade indiana.
Observe só o(a) leitor(a) que, as leis de Manu determinavam que tudo o
que existe no universo é propriedade dos brâmanes e que a eles não
deveriam ser cobrados tributos porque um brâmane irado poderia,
apenas com a recitação de um mantra – som ou conjunto de sons que são
instrumento do pensamento e que detém um poder específico –, destruir
todo um exército.
Não resisto a registrar que as leis que Moisés, sob a égide de Javé,
promulgou para as doze tribos hebreias, no sentido de educar os seus
pares, até se tornam “simpáticas” quando comparadas às leis de Manu.
Exagero? Para os sudras, as leis de Manu eram ainda mais severas
em penalidades: se um sudra abusasse de uma mulher de um brâmane,
teria a propriedade confiscada e o órgão sexual cortado; se um sudra
ouvisse a recitação das escrituras védicas, o castigo era receber chumbo
derretido em seus ouvidos e, se recitasse, teria a língua cortada, e assim
por diante. Ainda segundo as leis de Manu, a mulher era considerada
fonte de desonra, discórdia e deveria ser evitada, e as casadas deveriam
demonstrar devoção ao marido. Enfim, as leis de Manu eram um forte
instrumento de controle social e manutenção do poder dos brâmanes ou
do povo invasor. Na verdade, esse quadro temporal foi o “nazismo 1”,
porque conforme o que se conhece na Espiritualidade, foi nessa
experiência que surgiu certa sequência genética, em determinada área do
DNA humano, que mais tarde seria a base do comportamento nazista,
ainda que o conhecimento humano, talvez, jamais venha a compreender
essa assertiva. O futuro dirá! Surgiu, assim, a Era Pós-Védica ou
Upanishádica, que durou de 3.500 a 3.000 anos a.p. Os já citados
“Upanishads” são o resultado de muita investigação a respeito do “quem
sou eu”, sendo esse o ponto mais alto dos “Vedas”.
O conhecimento dos “Upanishads” destrói a ignorância, a semente
do “samsara” – ou seja, o circuito das reencarnações. O termo
“Upanishad” deriva das palavras sânscritas “upa” (perto), “ni”
(embaixo) e “shad” (sentar), representando o ato de se sentar no chão,
próximo a um mestre espiritual, para receber instrução. São respostas a
questionamentos de discípulos muito bem preparados, em que o que é
transmitido apenas elimina toda a ignorância e leva à liberação – ou
“Moksha”. Por volta de 3.000 a 2.100 anos a.p., tem lugar a Era Pré-
Clássica ou Épica, durante a qual os épicos “Ramayana” e
“Mahabharata” foram transferidos do contexto das tradições orais para
os registros escritos, com vistas à posteridade, entronizando nos traços e
painéis culturais de ambos, notadamente no “Mahabharata”, a vigência
do sistema de castas.
Mais recentemente, ainda tiveram lugar as Eras Clássica, a
Tântrica e a Purânica, todas elas mantendo a “normalidade” do
funcionamento das castas.
Foi desse modo que um sistema urdido para educar demos se
transformou em herança funesta para a humanidade, que recebeu
esse legado histórico sem jamais perceber as suas cores reais, devido à
lente da fé religiosa, que somente enxerga o que por ela já se encontra
determinado como sendo a verdade.
Assim, nesta atual era que vivemos, podemos observar como todo o
peso acumulado de tantas “escrituras sagradas” – que consideraram o
sistema de castas como sendo um programa existencial vindo de
“Deus” – terminou se impondo definitivamente sobre o sofrido povo
hindu.
Pode parecer estranho ao pensamento ocidental, mas foi desse
modo, ou seja, pelo viés da religiosidade, que o sistema de castas passou
a pesar sobre as organizações humanas mais modernas do continente
indiano.
Sinceramente, penso que jamais existiria um sistema de castas para
“educar as pessoas” a se submeterem ao seu aparente destino, sem nunca
se revoltarem, se a “obrigação de cumprir” essa sina não tivesse sido
transformada em um “dever sagrado”, e como sendo a “vontade de
deus” – o que me parece revoltante.
Que tipo de “deus” teria vontades tão esquisitas e pouco elogiáveis?
– parece ser pergunta que ninguém se faz, o que torna tudo ainda mais
estranho.
Obrigo-me, pois, a fazê-las!
23ª Constatação:
Com a semeadura de um conceito sobre “deus” absolutamente
equivocado e infantilizado, foi que começaram todos os crimes com o
humano ingênuo e infelicitado na sua existência!
O curioso é que isso é visto como uma “benção de deus para os
congregados em castas” e o dever da mesma deve ser considerado como
a obrigação da sua vida.
Como esse “vírus de submissão” foi enraizado no psiquismo
humano? A “obrigação de cumprir” – tão fortemente ressaltada na
crença religiosa dos hindus –, foi cultivada de tal modo que o processo
da “fidelização da consciência pessoal” se visse como uma simples
onda em pleno oceano arrebanhado de uma crença coletiva. Essa fé,
fundamentada como “sagrada” em corações infantilizados pela
ignorância, transforma-se em “cegueira” em relação às naturais
justificativas filosóficas que repudiariam ou, pelo menos, poderiam
estranhar o fato do ser humano ser transformado em “robô” do
dharma.
Isso feito, o viés de confirmação(8) apontado pelos psicólogos
cognitivos, completa o trabalho de retroalimentar o perene processo de
dominação do mais forte sobre o mais fraco, o mais ancestral dos
problemas deste universo e da Criação como um todo, porque nascido
com a reconstrução psíquica do próprio Criador caído, que precisa
sobreviver a qualquer custo e de ser sempre o mais forte a imperar sobre
tudo o mais.
As sequências genéticas que sustentam essa premissa psicológica
compõem as marcações mais emblemáticas no genoma de todas as
espécies existentes.
O perene sentimento de resignação, associado ao de “missão
cumprida”, conforme os preceitos do “dharma de cada casta”, produz o
jogo hormonal da química do cérebro humano que faz com que a
“satisfação de servir” a “deus”, a “exultação de viver” o que “deus”
decretou, e o “sentimento de ser cuidado e zelado” por “deus” se
transformem nas maiores dádivas a serem recebidas.
O curioso e tristemente enigmático aspecto, presente de modo
dominador no psiquismo da espécie, é que esse encadeamento de
etapas psíquicas, que vestiu a demência demo como uma joia,
também passou a adornar o psiquismo humano, ainda que esse não
padeça da demência – que, na humanidade, se encontra atavicamente
adormecida em certas áreas do chamado “DNA-lixo”, que responde por
cerca de 95% a 97% do genoma de cada ser humano.
Se “bem despertado”, porém, por técnicas de lavagem cerebral e de
condicionamento, essa demência volta, em algum grau, a ocupar o
psiquismo humano, e foi – e é – exatamente isso que continua a valer
entre as fileiras dessa humanidade que recebeu diretamente o peso desse
legado demodhármico, ou seja, apoiado na lei do dharma, da cultura
demo.
24ª Constatação:
A “paz hormonal”, sentida pelo humano que se resigna e, assim,
se vê como cumpridor da vontade do “deus” que cuida dele, que zela
pelo seu bem-estar, passa a ser o “selo” ou a “trava” que garante a
qualidade da submissão.
Os hindus chegaram ao ponto de exaltar essa submissão por meio da
alegria da exaltação ou da exultação, chamada de “ananda”, o que, a
princípio, parece ser um comportamento humano digno de nota
evolutiva, quando, na verdade, não o é, porque mata, nesse mesmo ser
humano, as suas possibilidades de despertar milhares de talentos que o
genoma humano comporta – aspecto bem diferente do genoma demo,
que apenas permite a um ente possuir pouquíssimos talentos, exatamente
devido à demência que neles é inevitável, podendo somente ser
diminuída, mas jamais ultrapassada totalmente.
Os demos, agora, situados e novamente aprisionados em suas
moradias – ou lokas –, que compõem o já referido universo paralelo,
acompanham de lá esse processo, exatamente por meio da observação
dessa “sopa de hormônios” que fazem os seres humanos se sentirem
“felizes” por viverem em desgraça e dela não poderem sair, pois essa é a
“vontade de deus”.
Desculpas esfarrapadas de toda ordem são utilizadas pela
mentalidade hindu, esclarecida ou não, para “justificar” o que ali ainda
acontece, como se tivesse nisso uma “benção do passado” que, um dia,
foi viabilizada na cultura terrena.
Ainda que os governos modernos da Índia tenham oficialmente
eliminado o “fator varna-casta” da sociedade hindu, o peso da sua
tradição prevalece e, na prática, a desagregação continua como sempre
foi.
Infelizmente, nós, os humanos que, muito mais tarde, herdarmos
oralmente essas tradições mitológicas – aqui não me refiro somente à
questão das varnas – jamais delas conseguimos nos libertar.
O pior é que, ao transcrevermos para o papel, chamamos de
“deuses” a tudo o que não era humano e, desde então, o mau uso desse
conceito passou a ser a tônica sagrada e imutável das crenças religiosas,
o que impede a percepção séria e adulta sobre o real conceito de “Deus”,
que, um dia, ainda descortinaremos.
Por meio dessa prática que se tornou usual, fomos nos acostumando
a transformar seres estranhos e mesmo bestiais em deuses e, hoje, não
podemos nos livrar desse peso porque o “zelo religioso” não o permite.
Fazer o quê?
É tremendamente difícil, para a minha sensibilidade, pensar que
entendo o porquê de Shiva, Krishna e Sai Baba – a mesma consciência,
conforme penso, atuando em épocas diferentes, mas com a mesma marca
adequada ao fator temporal – defenderem a casta como “modo de
progresso espiritual” para os indivíduos.
Esse comportamento, se vindo de Shiva, ainda posso aceitar porque
havia a questão da época em que ele atuou diretamente, na qual sequer
existiam seres humanos. Quanto a Krishna, ainda concebo um padrão de
entendimento e de aceitação para a sua postura no mesmo sentido,
também devido às circunstâncias do tempo em que viveu, quando os
seres humanos existentes ainda eram meio que “animais de estimação
inteligentes” dos seres híbridos poderosos que, então, dominavam a
Terra. Contudo, não consigo aceitar o posicionamento de Sai Baba,
apesar de compreender a influência demo no seu psiquismo, e o fato do
mesmo novamente ter mergulhado na velha veia da linhagem sacerdotal
hindu, que está toda contaminada em relação a esse e outros assuntos
decorrentes da cultura demoníaca. Essa “contaminação” será mais
profundamente abordada em “O Legado Esquecido: a Yoga dos
Trimurtianos”, outro livro escrito por mim.
25ª Constatação:
É terrível perceber como a miséria de centenas de milhões de
seres humanos, disciplinados no ahimsa, passou a servir como meio
de reajuste espiritual, quando aos mesmos não é dada outra opção a
não ser a de somente poder evoluir por meio da resignação aos fatos.
O que a princípio parece ser extremamente belo, torna-se feio e
criminoso pelo uso que se faz da ingenuidade e do condicionamento de
pessoas, condenadas a se submeterem de modo tão horrível a falsos
deuses, ainda que o façam de boa fé.
Que tipo de ser pretenderia ou necessitaria desse tipo de submissão?
Deus? Convenhamos: há algo de muito errado nessa propositura!
Agradecer a “deus” por passar fome, por não ter onde morar, e por
outras privações de toda ordem, novamente, convenhamos: isso é ótimo
para a elite bramânica e para outras faces do mesmo poder. Por que
“deus” precisaria disso? Mais ainda: por que ‘deus’ precisaria que isso se
mantivesse? Vai ter que ser assim enquanto existir vida na Índia?
É amoral, nos tempos atuais, a defesa de uma situação como essa
das castas, nem que seja por medo de uma explosão demográfica ou
social incontrolável.
O espantoso é que eles (Shiva e Brahma) são responsáveis,
espiritual e mentalmente falando, seja pela primeira, quanto pela
undécima hora desse problema, mas vivem como se coubesse aos
humanos resolver toda a sorte de dificuldades que geraram com suas
esquisitices – e o pior é que parece mesmo que tem de ser dessa maneira
devido à absoluta incompetência desses Seres em redimensionarem o
que fizeram.
Pensar que esse tipo de problema sequer se encontra equacionado
pela Espiritualidade, é meio desesperador para este velho escriba que
mais preferiria fazer qualquer outra coisa do que ter a responsabilidade
de abordar temas tão inquietantes como esses, e o pior: solitariamente!
5
TRANSIÇÃO PARA A CULTURA HUMANA

NESTE PONTO DA ABORDAGEM, preciso estabelecer um parâmetro que identifique


melhor um misterioso processo de transição que teve lugar na Terra, ao
tempo em que havia conexão aberta entre as lokas dos demos, do
universo paralelo, e a superfície do planeta.
Para melhor compreensão, terei que fazer uma mistura, algo
complexa, de raças particulares compostas por seres animalizados e sem
consciência de si mesmos, por animais sencientes e por entes
demonizados, com seus diversos padrões psicológicos.
Quando se estuda a evolução da inteligência, os cientistas partem
da premissa de que uma inteligência razoavelmente avançada ostenta um
nível considerável de autoconsciência, o que a permite se reconhecer no
espelho. Entretanto, isso não quer dizer que os seres que não conseguem
ter certa autoconsciência, não possuam níveis de inteligência para outros
fins.
Seguindo essa perspectiva, poucas foram as espécies que
conseguiram evoluir no âmbito da natureza terrestre, onde, além da nossa
própria espécie humana, os chimpanzés, orangotangos, gorilas, elefantes,
golfinhos, orcas e pegas – uma ave da família Corvidae – são outros
exemplos de animais que se reconhecem como “indivíduos”. Um ponto
comum entre essas espécies é que os seus membros são sociais, mas não
no mesmo sentido do que ocorre em outras espécies consideradas
altamente sociais, como formigas, cupins e abelhas – insetos que se
organizam sob a forma de colônias totalitárias, com divisão estrita de
trabalho e de funções.
Nessas espécies de insetos, um único indivíduo – a rainha da
colônia – tem direitos reprodutivos e mantém sob sua submissão
tudo o mais que concerne à vida dos outros moradores do
formigueiro, ou da colmeia ou do cupinzeiro.
O que isso tem a ver com o tema central deste livro? Não seria um
disparate, um despropósito, dizer que, por analogia, a abelha-rainha está
para as abelhas-operárias, assim como Javé está para os anjos-clones.
Muito ao contrário: tem tudo a ver! Contudo, não é esse o painel
principal, aqui abordado.
Ressaltarei tão somente que existiam gêneros intermediários entre
os gêneros demo e homo, cujos membros estavam mais para um tipo de
ser que não se reconheceriam perante um espelho e, apesar de
possuírem traços do psiquismo afetado dos demônios, foram se
adestrando à obediência por meio da dura disciplina advinda das
ordens de um “demônio-rei” ou “demônio-rainha” daquela estirpe,
que dominava por completo a vida dos seus membros.
Tempo virá em que os terráqueos saberão que quase a totalidade
das civilizações mais antigas, que pululam por este universo, tiveram
esse tipo de código-fonte na sua raiz básica, que funcionou sempre
no “modelo ditatorial”.
Houve, primeiro, todo um contexto de uma história clone-demo,
que teve lugar no universo paralelo ao nosso, no qual o “lacre” dos seres
clonados foi rompido lá no início dos tempos, quando um clone rebelde e
o Criador foram para o confronto, e desse conflito resultou o
aparecimento dos seres demodhármicos, que passaram a gozar de uma
certa independência mental, ainda que com problemas de demência e de
câncer nas suas organizações (mental-corporal) pessoais.
Quando o código-fonte definidor da natureza do Criador, à moda
clone-demo, foi “transmutado” do universo antimaterial para o nosso, de
caráter material e biológico, esse CFD fez surgir civilizações diversas em
muitos mundos, todas elas obedientes e dependentes do que esse código-
fonte trazia como sendo o limite de liberdade (que era quase nenhuma)
que as primeiras espécies, surgidas por aqui, ostentavam.
Desse modo, o “modelo ditatorial genético”, importado para o
nosso universo, trouxe os seus “lacres” e, somente quando a chamada
“Rebelião de Lúcifer” eclodiu no âmbito dos seres biodemos, esses
limites foram superados, no que veio dar na espécie humana que hoje se
vê na Terra.
O “sistema dos varnas”, portanto, foi o retrato natural dos primeiros
momentos de transição do tal “modelo ditatorial” dos seres demos, que
também foi implementado para os seres híbridos, e cuja herança caiu
sobre os ombros humanos.
Assim, na Terra, o que mais tarde passou a ser conhecido como
“casta”, foi um simples desdobramento do padrão político-social onde a
ditadura dos mais fortes implica necessariamente o surgimento de
psiquismos com características simplórias e obediência cega, aspectos
que passaram a existir, e que ainda existem nessas espécies, de modo
tristemente exuberante, inclusive na dos terráqueos.
Dizendo de outro modo o que até agora foi exposto, ao tempo em
que os entes trimurtianos – os descendentes da tríade hindu (Brahma,
Shiva e Vishnu) ou da tríade grega (Caos, Tártaro e Eros), tidos como
demônios mitológicos do passado – dominavam a Terra, quando os
humanos ainda sequer tinham sido organizados em núcleos pelos seus
mentores extraterrenos ou mesmo por iniciativa própria, existia um
conjunto de dois vieses principais, dentre outros, no segmento do nosso
genoma, que norteavam o nosso psiquismo. Essas sequências genéticas
eram responsáveis pela inusitada capacidade da criatividade e o
“espantoso” sentido de liberdade que levava os humanos a fazerem de
tudo na busca da mesma.
Esse diferencial, tão comum à característica humana, demorou a ser
percebido pelos seres não humanos, que se encontravam aportados na
Terra.
Somente a partir de um determinado ponto dessa história, foi
percebido pelos seres trimurtianos – com tirocínio para tanto –, um
potencial latente nos humanos terráqueos, jamais observado na cultura
demodhármica ou trimurtiana.
Como isso se deu? Os dois irmãos titãs, Prometeu e Epimeteu (nota
do autor: utilizando-me aqui da mitologia grega), muito tempo antes
do surgimento dos seres humanos na face da Terra, constataram que um
“gene da criatividade” existia discretamente em alguns segmentos da
sociedade olimpiana-trimurtiana, e que esse gene não se fazia presente
em outros demos. Mais tarde, isso foi relacionado com o fato de que um
estranho “gene da liberdade” existia, também, exatamente nos poucos
que eram minimamente criativos, enquanto em outros segmentos se
constatava a ausência desse gene.
Com o passar dos tempos da realidade antimaterial, na qual sempre
viveram os seres trimurtianos, foi considerada como “normal e comum”
a percepção de que a existência do segmento genético da criatividade
parecia estar relacionada ao da liberdade, ou seja, entre os demos,
existiam os tendentes à liberdade mental mais acentuada (que também
eram algo criativos) e os menos tendentes a possuírem aqueles impulsos.
Quando os humanos surgiram, e ainda eram irracionais, Epimeteu
começou a colecioná-los como seus animais domésticos, adestrando-os
em muitos dos sentidos interativos com a vida que eles levavam.
Epimeteu e seu irmão Prometeu usaram, nos seus experimentos com as
suas cobaias humanas, “poções” ou “beberagens” que continham as
sequências das áreas do genoma demo que estavam programadas para
a liberdade mental. Eles desejavam ver como aquilo poderia estimular
os animais mais espertos dentre os que existiam sob o controle de
Epimeteu, a se tornarem criativos no sentido de encontrar soluções para
os desafios básicos e as necessidades do cotidiano.
Assim, para bem fixar as informações, desde há muito tempo
daquela realidade, na “história antimaterial” ou “história demo da
Criação” (ou ainda cultura demodhármica) existe um contexto no qual a
maneira de ser demoníaca prevaleceu sobre a dos seres clonados – os
anjos-clones, devido à inércia evolutiva desses últimos, por serem
simples robôs eletromagnéticos, plasmados da mente do Criador caído.
Os demos prevaleceram e elaboraram a sua cultura através dos
bilhões de anos em que a vida clonada e demoníaca foi sendo urdida no
universo antimaterial, paralelo ao nosso, enquanto sequer existia vida no
que vivemos, pois que essa somente surgiu, na sua versão química-
biológica, após a terceira geração de estrelas ter semeado os elementos
químicos mais pesados, como também, e em especial, o carbono – que
são forjados notadamente no período final da vida das estrelas, quando
das “explosões finais” do ciclo dessas.
Existe, portanto, uma “versão demo” sobre a Criação, mas quando
os “seres químicos inteligentes” e, principalmente, os “biológicos
racionalizados” surgiram no universo material, passou a ocorrer uma
lenta elaboração de uma “versão racionalizada” da mesma Criação
universal e dos fatos ocorridos na Terra. Ressalte-se que os anunnaki ou
nephelim bíblicos têm a sua própria versão dos fatos.
Entre todas essas, existe também a versão humana terrestre,
totalmente equivocada, que é a mais recentemente elaborada – por
serem os terráqueos a raça mais nova surgida no âmbito deste universo, e
que parece ser a mais especial – e que foi arquitetada já no nosso passado
histórico, porém “envenenada” pela interferência dos demos, que
pretendiam a dominação dos humanos.
Complicando a perspectiva de análise das atuais gerações de
terráqueos, quando todas as demais espécies pensantes que atuavam na
Terra se viram impedidas de continuar a perseguir os seus objetivos de
dominação ou de “colonização compartilhada”, ao observarem que os
seus antigos “animais espertos” de estimação e de escravidão se
multiplicaram para além dos seus sistemas de controle então utilizados,
resolveram interferir na cultura humana, recém-surgida por meio do
despertar da racionalização – promovido por Pandora (mitologia grega)
–, envenenando-a de tal forma, que levou as novas gerações de humanos-
pensantes da Grécia pós-socrática a considerarem as notícias sobre
deuses como lendas e, mais recentemente, essas foram classificadas
como mitologias.
O iluminismo e as versões modernas e pós-modernas sobre o que é
ou não racional, ainda que os postulados quânticos perturbem, há mais
de um século, essa crença materialista anacrônica e ultrapassada,
puseram a “pá de cal” sobre o “cadáver” de um antigo contexto que foi
transformado em irreal, mesmo que os seus efeitos perdurem até os
tempos atuais – e ainda perdurarão pelo futuro afora –, queiram ou não
os autores que passaram a ser considerados como clássicos.
Infelizmente, cabe-me afirmar que os seus pontos de vista, as suas
premissas e a lógica das suas argumentações estão absolutamente
equivocados por considerarem como irreal todo um contexto pretérito
que é extremamente real e complexo além da conta.
Os pensadores modernos conseguem acreditar, e se esforçam
bastante para isso, que um compêndio riquíssimo e complexo, porém
considerado por eles como “mentiroso”, sobre as primeiras notícias
a respeito da ancestralidade tanto universal como humana – que foi
e é o grande fator responsável pelo modo como o psiquismo dos
terráqueos funciona – é tão somente produto da exagerada mente
humana. Chegam mesmo a afirmar, sorrateiramente, que a questão aqui
não é sobre ser verdade ou mentira, mas sim, tratar-se de uma mera
criação literária, ocorrida na antiguidade, lá na raiz da evolução da
cultura humana.
Sinceramente, não sei onde se encontra o maior grau de ignorância
ou mesmo de dogmatismo (conhecimento enjaulado) que o dito
pensamento científico sobre o tema impõe à ortodoxia dos tempos: se no
uso da matéria “história”, que se pretende científica, mas que funciona
apartada dos próprios vestígios arqueológicos, ou se na soberba dos
autoaclamados “doutores” sobre as suas “lendas e versões” preferidas
que, por força da “autoridade” da qual se pensam investidos, confundem
as suas visões pessoais com a história que vendem em seus livros.
Pior: quem pensa conforme os ditames acadêmicos é tido como
normal, e essa é uma atitude correta, ainda que esteja vinculada à mentira
histórica; já o pensamento ao contrário, é tido como anormal, herético e
sem credibilidade, porque se encontra afastado do cânone científico,
apesar de factualmente correto.
Um dos aspectos do drama universal e de todas as espécies que
vivem no seio desta Criação problemática, é que a verdade demora a se
libertar do controle exercido pelos “cânones” de cada época e de cada
lugar-sede do poder do “momento cósmico”, o que sempre atrasa o
processo evolutivo e pune os seres mais evoluídos, além de arrebanhar os
submetidos à crença da conveniência de controle do establishment.
Frente a esse contexto, a “versão humana da Criação e do
significado da vida” se encontra totalmente sob o controle das religiões,
para os crentes, e do cientificismo academicamente entronizado, para
seus adeptos, enquanto aqueles que estão situados além desses controles
– que retiram dos segmentos religiosos e científicos os elementos não
afetados pelos interesses de crença e de verba de pesquisa, construindo
modelos de busca da verdade e de compreensão transitória, as mais das
vezes bem mais honestos e próximos de uma possível verdade factual do
que a dos dois movimentos historicamente dominantes –, apanham de
todos os lados, na sua sensibilidade, além de serem tachados de sem
credibilidade para abordarem esse assunto.
26ª Constatação:
Os “guardiões da fé” e os “guardiões do cientificismo” são o que
de pior pode existir como obstáculo ao avanço do pensamento
humano na busca da verdade ou de algo que a esse conceito possa se
assemelhar.
Ah, os guardiões! É que essa mania passou a existir na cultura humana
exatamente como legado direto desse antigo hábito mental enraizado no
psíquico demo – e que, até hoje, provoca nos demos os mesmíssimos
obstáculos que, na demência deles, os impedem de perceber a
complexidade do que o senso crítico e as emoções valorizadas pelo
modo humano consegue emprestar-lhes, na atualidade.
É por causa desses “controles religiosos e científicos” que os atuais
terráqueos consideram existir elos perdidos de toda ordem – histórica,
antropológica, arqueológica, paleoantropológica –, situados entre as
muitas fases evolutivas da sua gênese histórica.
27ª Constatação:
Entre a antiga cultura demo (a primeira a surgir no âmbito da
Criação) e a atual cultura humana (a última a surgir neste contexto),
existe um número impressionante de “culturas intermediárias”,
dentre as quais se situam os tais “elos perdidos”, com suas múltiplas
faces.
Na transição entre esse contexto antiquíssimo e a atualidade universal,
muita coisa desconhecida e, portanto, estranha – para o nosso atual modo
de pensar – aconteceu e definiu o que os terráqueos vieram a ser.
Surgida, assim, entre inúmeras famílias da cultura demo, e também
por entre as espécies biológicas do nosso universo, a espécie dos
“humanos terráqueos” – não é pleonasmo pois existem humanos lá fora,
ainda que os desconheçamos – se viu invadida, desde o seu nascimento,
por todos esses padrões culturais, aspecto que infectou profundamente o
que hoje pensamos ser o óbvio das coisas.
28ª Constatação:
Quando humanos e demos se encontraram na mesma estrada,
em plena jornada evolutiva que passava pelo palco terrestre, o
sistema de “castas demos”, que já funcionava desde há muito para
eles, passou a envolver a humanidade, e nela se incrustou,
principalmente por meio da cultura local do hinduísmo.
Quando a humanidade se multiplicou e passou a ser manipulada pelos
“deuses demos”, o sistema de castas permaneceu sendo aplicado, como
ainda o é na atualidade.
Mesmo que os “deuses demos” tenham saído de cena, a desgraça já
estava estabelecida e, como já visto nos capítulos anteriores, tudo devido
à má interpretação que as tradições arianas/hindus fizeram do dharma.
Como prometido no início do presente capítulo, de que nele
desenvolveria a mesma linha temporal e o mesmo argumento evolutivo,
mas pontuando painéis diferentes e alternativos, agora, terei que abordar
novamente a parte desse contexto de transição, ocorrido entre os entes
demos e os homos, ressaltando, porém, novas nuances da questão.
Os seres descritos em diversos livros e tradições antigas dos núcleos
e focos formadores da atual cultura humana foram exatamente do gênero
demo-homo. Contudo, para além das componentes genéticas “demo” e
“homo”, e do seu hibridismo, outra denominada “biodemo” – como já
referido no capítulo 3 –, também se fez presente nesse caldeamento
genético.
Foi desta mistura que os já citados povos híbridos hiperborianos
surgiram no Norte extremo do planeta, e ali viveram entre 23 mil e
14 mil anos atrás.
As culturas denominadas, sob a ótica celta, como sendo as das
cidades de Fidias, Gorias, Murias, Falias e Elixoia, dentre outras, que
deram origem aos Tuatha de Dannan, que coexistiam com os Partolanos,
com os Nemedianos, além dos filhos de Erin (que habitavam o norte da
Irlanda), representam algumas das ramificações daqueles povos, dentre
os quais o sistema de casta vigia.
Após os cataclismos ocorridos no período compreendido entre
14 mil e 9 mil anos atrás, quando os humanos descendentes da
linhagem de Noé e sobreviventes do dilúvio entraram em cena, além
das fronteiras genéticas dessa descendência, outros povos da espécie
Homo sapiens – que herdaram os padrões genéticos-culturais dos
povos híbridos dos tempos hiperborianos – continuaram a adotar o
sistema de castas, que chegou mesmo a interferir na própria genética
de Noé por meio de um de seus netos, Gomer, ancestral dos arianos,
que viu seu povo receber a influência de povos situados mais ao Oriente,
que habitavam a parte da atual região do Paquistão e da Índia.
Poucos percebem, mas as castas arianas fazem parte das tradições
ancestrais mais antigas, que terminaram por construir, mais tarde, a
componente judaico-cristã.
O aspecto varna/casta que já existia entre os grupamentos de
seres demos que viviam em suas moradas paralelas – as lokas –,
então, já se encontrava implementado nesses povos híbridos, não
humanos. Foi nesse contexto que o já citado discurso de Krishna
para Arjuna, registrado no “Bhagavad Gita”, ressaltando as
vantagens daquele sistema social, teve lugar, como já foi em parte
reproduzido anteriormente.
Desde então, o sistema de castas foi herdado pela condição
humana, sendo particular e posteriormente concentrado entre os povos
dravídicos das regiões de Mohenjo Daro e Harappa, por influência da
migração de algumas tribos arianas para o sul, que determinaria, mais
tarde, a transferência definitiva do mesmo para a cultura hindu.
É desagradavelmente tortuosa a estrada que pontuou essa
transição de um sistema de castas que era útil para domar entes
demoníacos dementes, até a adoção, pelos humanos, dessa estratégia
que não faz o menor sentido para a natureza da nossa espécie.
Infelizmente, mesmo figuras do porte de um avatar como Sai
Baba, defenderam abertamente essa adaptação do sistema de castas à
humanidade. Entretanto, aponto, na minha pequenez, como sendo tal
postura – em um ser humano cujo porte não me é dado aquilatar, tão
grande ele a mim parece –, um mero produto da “poluição demo
trimurtiana” que, inevitavelmente, parece afetar, de algum modo, a
mente de todos os avatares advindos das “jogadas da Trimurti”, com
vistas à dominação deste ou daquele povo, dentre os terráqueos.
Não vou, aqui, aprofundar os meus comentários quanto às
argumentações de Sai Baba sobre a questão. Vou procurar, antes,
esclarecer o que ele entendia como sendo os instrumentos e as
possibilidades mentais que a condição humana dispõe para
“perceber a verdade”.
Para tanto, preciso reproduzir algumas das passagens registradas em
livros das suas inesquecíveis palestras(9) para as pessoas que se
deslocavam até os seus ashrams, na Índia.
Disse Sai Baba aos jovens:
“Personificações do Atma Universal. Todo objeto de criação neste
mundo tem alguma característica distinta e um caráter próprio. Se
algum destes objetos abandonar seu aspecto distinto, ele se
autodestruirá. Eis aqui alguns exemplos disto. O fogo tem a habilidade e
qualidade de queimar. A água tem a habilidade para fluir. O homem tem
a qualidade da natureza humana e um animal tem a qualidade de ser
bruto.
Quando a habilidade para queimar desaparecer, não poderemos
chamá-lo de fogo. Quando a habilidade para fluir desaparecer, não
poderemos chamá-la de água. Quando a visão interior ou a natureza
básica humana desaparecer, não poderemos chamá-lo de homem.
Quando a visão externa ou a natureza bruta desaparecer, não poderemos
chamar de animal.
Assim vemos que para tudo existe uma qualidade inerente e isto
constitui a vida para aquele objeto específico. A qualidade natural de
ser humano é ter uma visão interior. Pela própria definição, um animal
só pode olhar externamente. Podemos ser seres humanos na forma, mas
se apenas tivermos visão externa e não formos capazes de olhar para
dentro de nós mesmos, não poderemos ser chamados de seres humanos.
Seremos chamados de animais.
Esta qualidade também é chamada de dharma deste objeto. Este
dharma assume muitas formas diferentes. Quando qualquer objeto
exceder o dharma natural ou a característica de si próprio, e promover
algo em excesso, então poderemos chamar a isto de uma tentativa de
promover o dharma. Da mesma forma que um estudante através do
esforço para ser promovido de um grau específico para uma graduação
maior, assim também um indivíduo pode se promover a um nível mais
alto ao promover seu próprio dharma e dar atenção às coisas mais
elevadas e mais nobres.”
Aqui começam os problemas, no campo do entendimento,
quando Sai Baba transforma o que nos faz humanos em dharma,
com o que não devemos concordar, pois aceitar isso como verdade será o
mesmo que inverter o conceito de ética que os postulados filosóficos da
liberdade humana nos permitem conceber.
Como veremos adiante, é exatamente nessa aceitação que ele
apresenta uma das justificativas para que o sistema de castas exerça o seu
terrível e injustificável peso sobre os humanos.
Aceitar a sua tese é concordar com o ser humano enjaulado
numa função associada a um dever, do mesmo modo que seres não
humanos do passado imemorial o faziam devido ao varna (inclinação ou
talento natural) limitado que possuíam.
Sigamos, entretanto, com a reprodução da palestra do mais recente
avatar – Sai Baba – que, até pouco tempo, esteve entre os humanos:
“Um pedaço inerte de ferro pode ser convertido numa porção de
apetrechos úteis através de aplicações sucessivas de calor. De um
pedaço de ferro que não tenha recebido tratamento apropriado e que,
portanto, vale uns poucos trocados, poderemos fabricar um relógio
muito valioso após submetê-lo às mudanças necessárias.
Devemos observar aqui que é o samskara ou a mudança por nós
dada à substância que a valoriza e não o valor inerente da matéria
prima bruta.
Analogamente, um ser humano simples e não sofisticado pode
conseguir a oportunidade de se auto-elevar à posição de um
paramahamsa (sábio espiritualmente realizado) se ele procurar a
companhia de seres elevados.
A mente do homem anseia conseguir tal sabedoria sagrada através
do uso dos órgãos dos sentidos. Neste caso, a inteligência se sobressai,
colocando-se à frente da mente com o propósito de distinguir o que é
bom e o que é mau, uma vez que a própria mente não se vê capacitada
para operar tal distinção. Até mesmo a inteligência não pode por si só
decidir entre o bem e o mal, mas ela é capaz de fazer julgamento de tudo
que lhe é colocado à frente. No caso de um juiz, nós sabemos que ele vai
decidir entre o bem e o mal somente com base nos fatos a ele
apresentados.
Analogamente, a natureza da inteligência é tal que ela pode decidir
entre o bem e o mal apenas com base nos fatos a ela apresentados e não
poderá ir além dos fatos. A qualidade da mente é conduzir e praticar o
dharma e a qualidade da inteligência é decidir entre o bem e o mal
baseada nos fatos a ela apresentados. Mas no mundo de hoje, este tipo
de inteligência pode ser classificada em quatro categorias diferentes.
Estas categorias são: a primeira, do tipo egoísta; a segunda, do
tipo egoísta-altruísta; a terceira, do tipo puramente altruísta; e a quarta
é baseada no atma. A primeira categoria está sempre pensando naquilo
que é bom para si própria e toma a decisão de ser boa para seu próprio
ego. (…) A segunda categoria, que é parcialmente egoísta e
parcialmente altruísta, pensará no próprio bem juntamente com o bem
alheio. (…) A terceira categoria, que pode ser descrita como inteligência
altruísta, sempre pensa nos outros e levará em conta o tipo de felicidade
desejada para si própria como também o tipo de felicidade que os outros
devam ter. O tipo de tristeza de que ela deseja se livrar é também a
tristeza da qual deseja que os outros se livrem. (…) A quarta categoria –
a atmabudhi (inteligência espiritualizada) – está sempre preocupada
com o aspecto do dharma e com a necessidade de salvaguardar o
dharma. Ela sempre pensa de si própria como um mensageiro de Deus e
ao esquecer de seus próprios interesses egoístas, ela sempre pensa no
sacrifício e faz o bem para o resto do mundo. Nesta categoria, somente a
verdade tem o direito de decidir o que é bom e o que é mau.”
Novamente, ressalto o aparente e intransponível obstáculo que o
pensamento de Sai Baba impõe em torno do tema, ao colocar a
“verdade” como o fator a poder decidir o que é “bom” e o que é “mau”.
Qual seria, então, essa verdade? A dele, que repousará sempre no
dharma, nos moldes em que ele e os hindus estão condicionados a
aceitar? Será exatamente “essa verdade”, a do “dharma como dever
dos humanos em aceitar a prescrição elaborada por Shiva/Krishna,
anteriormente”, que em muitas outras circunstâncias será usada
para justificar o sistema de castas entre os humanos.
O detalhe é que Shiva e o avatar keshava Krishna trataram das
castas entre os povos que sequer eram humanos, mas a condição humana
de Sai Baba, um avatar de Krishna, em primeira ordem, e de Shiva em
anterioridade genética, parece não ter se dado conta desse aspecto, e erra
em dar continuidade ao que não contribui com a dignidade existencial de
um ser humano.
Continua, Sai Baba:
“Os outros não têm o direito de tomar tal decisão. Foi neste
contexto que os nossos sruthis (escrituras védicas) declararam: não
existe outro dharma a não ser a verdade.” (“Rosas de Verão nas
Montanhas Azuis” – Discursos de Sai Baba).
Em outra obra, ele afirma:
“Você só entenderá a importância da empreitada de proteger o
dharma quando considerar sua origem e seu propósito. Por sua própria
iniciativa, Deus criou este jagat e estabeleceu diversos códigos que
assegurassem sua manutenção e seu suave fluir, havendo regras de
conduta para cada ser. Estas constituem o dharma.”
Suave fluir? – tenho que questionar!
Sai Baba explica, ainda, que dharma é aquilo que serve de “veste”
ao território (desa) ou ao corpo (deha), ou seja, a “função na vida” e a
“função da vida” frente o “jagat”, por ele referido.
Entretanto, qual o significado da expressão sânscrita jagat? Jagat
significa mundo fenomenológico, sustentado pelos códigos físicos,
químicos e biológicos, ou seja, criados não por Deus – ao contrário do
que afirma Sai Baba –, mas por um Ser que os próprios hindus
reconhecem ter sido um Criador (Prajapati) que, em gerando uma faixa
de realidade, nela caiu, tornando-se o Brahma reconstruído.
O conceito de “Deus” deveria ser absolutamente distinto do de
“Criador”, aspecto que a cegueira proposital das religiões, até hoje,
prefere esconder porque não podem explicar como um Deus perfeito,
amoroso e justo gera uma natureza na qual todas as espécies já nascem
com câncer e com o instinto assassino de destruir as outras espécies, para
poderem sustentar as suas vidas.
Sai Baba também manteve essa confusa indistinção em
funcionamento. Se o fez de modo proposital ou se foi produto da
poluição demodhármica, que afeta o psiquismo dos avatares, somente a
sua consciência espiritual poderá um dia explicar.
Continua Sai Baba, nos seus discursos transliterados para livros,
produzidos pelos seus seguidores:
“Dos elementos constituintes do Universo, a água tem como seu
dharma movimento e frio; a combustão e a luz são o dharma do fogo.
Cada um dos cinco elementos tem deu próprio dharma.
A hombridade protege o homem contra o declínio; a animalidade
guarda os animais. Como pode o fogo ser fogo depois de destituído do
poder de combustão e de luz? Ele deve manifestar o seu dharma para
continuar a ser ele mesmo. Quando o fogo perde seu dharma, fica
reduzido a uma porção de carvão sem vida.”
A força dhármica é a responsável por retirar o mundo do reino de
adharma e ingressar na era do dharma.
Ainda segundo Sai Baba, Krishna, no “Bhagavad Gita”, está tão
somente reavivando algo que estava desativado, ou seja, o
dharmoddarharana.
Diz Krishna a Arjuna:
“Minha tarefa é tornar claro para todos o valor de dharma-karma,
que deve ser adotado após o devido discernimento. (…) Compreenda
dharma como Chaturvarnyam, isto é, como a organização (social) das
quatro (chatur) castas (varnas), as quais se baseiam na guna
predominante dos seres. O sistema dos varnas é essencial para o
funcionamento do mundo (universo). (…) Eu estabeleci esta
organização com o propósito de promover loka-kshema, o bem-estar do
mundo (universo).”
A conclusão, que desejo considerar transitória – pois as gerações
futuras deverão abordar melhor o tema uma vez que este avatar já se
encontra em processo de retorno, devendo nascer novamente na Índia, e
caberá à sua consciência redefinir ou não a sua postura – que é a dos
seres que ainda possuem características de missão trimurtiana, e que
quando na condição humana, por maiores que possam ser seus poderes
mentais, somente conseguem enxergar o que pensam ser a verdade
oculta via o equivocado conceito de dharma aplicado às castas,
conforme eles utilizam.
Foi desse tipo de necessidade de uma época, mas que se tornou um
pesado equívoco para os humanos que herdaram desavisadamente a
Terra, que surgiu uma lente psíquica enviesada e distorcida de um tipo de
“espiritualidade demo” que, até os tempos atuais, funciona em razão do
dharma, do varna, do karma mental disso resultante, e da veneração
extremada, enfim, de uma religiosidade que não evolui.
Chamo esse aspecto de cultura “demodhármica”, um produto
literário que, até hoje, aprisiona os humanos em jaulas védicas,
judaicas, cristãs e islâmicas.
Já para os humanos que conseguem se libertar um pouco que seja
desse contexto distorcido pela crença num “deus ariano, bíblico,
islâmico”, absolutamente apartado de qualquer noção de dignidade e de
ética existencial, estes conseguem vislumbrar um padrão de
espiritualidade humanizada, via filosofia, pela espiritualização adulta e,
disso poderá surgir algo que se pareça com uma religião esclarecida
ou com um ideal filosófico de liberdade, cujo código seja observado
por todos.
A esse fruto da vida dos terráqueos, eu chamo de “cultura
humana esclarecida”, que parece ser um produto único nesta
Criação.
29ª Constatação:
O “dharma demo”, do dever absurdo a maluquices, precisa ser
um dia substituído pelo “dharma homo”, no qual existe uma
evolução espiritual alicerçada na sabedoria à moda humana, livre
das esquisitices demos.
Enfim – e muito me é lamentável isso ressaltar –, o que foi descrito
anteriormente representa o aspecto dramático do pensamento de um ser
humano “turbinado” com a bagagem de poderes mentais que o espírito
de um avatar costuma ostentar.
E o trágico é que um avatar sempre arrebanha pessoas ao seu redor,
como se fosse um “deus” encarnado, até porque é exatamente isso que a
maioria deles pensa ser. Todavia, não são! O Deus verdadeiro nada tem a
ver com as esquisitices dos prepostos da Trimurti.
30ª Constatação:
O avatar dificilmente consegue entender que esse “dharma” que
eles dizem e pensam ser a “verdade”, é tão somente um “equívoco
advindo da afetação e do apego” da cultura demo a esse conceito tão
longamente cultuado por eles. Assim, quando encarnam na condição
humana, atentam drasticamente contra a “busca sincera e livre da
verdade”, pelo fato de terem a “certeza demo” de que já a possuem.
Nem Jesus escapou a isso quando, aretalogicamente, se expressava como
sendo ele “o caminho, a verdade e a vida”, pelo fato de ter certeza de que
era realmente o enviado do Ser a quem ele considerava “Deus”.
Muito provavelmente, quando fez tais afirmações, ele não havia
percebido, ainda, que esse “deus” estava com problemas – mesmo que
tais distúrbios estivessem sobejamente descritos nas escrituras do povo
hebreu –, aspecto que ele somente constatou no limite da sua dor, na
cruz. Quando ressuscitado, esclareceu essa questão ao semear o que,
depois, foi tido como “conhecimento gnóstico”, que reconhece
problemas na Criação e no Criador.
Infelizmente, o gnosticismo descambou para o ódio ao Criador, ou
seja, quase que um tipo de “Rebelião de Lúcifer 2”.
É óbvio que, para qualquer ser, o maravilhoso conceito comum do
dharma como sendo a retidão de conduta frente a um dever moral que se
assume como sagrado, é fator de educação e de estímulo a uma conduta
superior.
O problema reside na má aplicação desse conceito a quem se vê
enjaulado, e se obriga a continuar prisioneiro de uma situação degradante
e de um contexto social-político, porque simplesmente nasceu em
determinado segmento social e, por força do “varna”, é obrigado a
permanecer no estrito cumprimento do dharma daquela casta.
Essa prática não deveria servir para seres humanos, cuja amplitude
de talentos pode ser sempre ampliada pelo seu esforço evolutivo, o que
não se verifica entre os demos – que tal não logram fazer devido ao fator
“demência” que, tristemente, reside no genoma desse gênero existencial.
Aplicar o sistema de castas sobre os humanos, em nome do dharma,
é tão somente um crime espiritual que se pratica por absoluta
ignorância em relação ao que a natureza humana pode produzir.
O espantoso é perceber que esses espíritos avatáricos cometem tal
equívoco quando submetidos à condição humana. É como se já viessem,
também eles, “psiquicamente enjaulados”, só que numa postura mental
de jamais perceber a diferença entre seres demo e homo, mantendo,
assim, o controle sobre o rebanho humano, já que esse toma os avatares
como “deuses” – pois é assim mesmo que Jesus e Sai Baba, dentre
outros, são tidos pelos humanos.
Parece que tentar controlar o rebanho humano sempre foi o
problema dos tais deuses em relação ao susto que tomaram quando
perceberam o tipo de ser que surgiu na Terra.
A postura do “Javé bíblico” em relação a Adão e Eva é exemplo
emblemático da questão.
Seja lá como possa ter acontecido, o fato é que existem seres
humanos em condições miseráveis, que são os deserdados da sorte do
“deus” das suas crenças. Enfim, existem párias em todos os quadrantes
da Terra, sendo cada cultura local o produto dos desdobramentos de
histórias particulares no seio de um contexto planetário maior.
A quantidade exata de milênios em que os humanos passaram a
existir corresponde ao tempo em que boa parte das famílias humanas se
tornaram miseráveis, materialmente falando.
Afinal, parece existir um misticismo sobre a miséria, que atesta que
“como foi no passado, será no presente!”, conforme se observa na
situação mostrada a seguir.
Antes de existir saneamento básico, Lisboa era suja e malcheirosa.
Para “limpar” o problema, foi instituído, então, por volta do final do
século XVI, o posto das calhandreiras, ocupado por escravas africanas.
Elas eram obrigadas a se dirigirem às casas de todas as pessoas da cidade
para recolherem os dejetos humanos nos calhandros – tipo de vasos
cilíndricos – que carregavam, e a despejarem essas imundícies no rio
Tejo. Segundo as crônicas da época, no início do século XVII, a capital
portuguesa tinha mil calhandreiras ao seu serviço. Cada uma recebia 30
réis diários, o que estabelecia a profissão como a mais mal paga de todas.
Cerca de quatro séculos depois, as coisas não andam muito
diferentes para países como Índia, Brasil, Bangladesh, Paquistão,
Afeganistão e muitos outros – esse não é mais o caso de Portugal, cujos
padrões evoluíram consideravelmente para os seus concidadãos –, onde
os seus habitantes jamais conseguiram fazer evoluir os níveis dos seus
índices de desenvolvimento educacional e em outros campos da vida.
Continuam em atuação as “calhandeiras”, pessoas que, independente de
sexo ou de idade, vivem da cata de lixo pelas ruas das cidades
brasileiras, ou sobrevivem recolhendo as imundícies de quem tem o
privilégio de ter casa na Índia, ainda que não saneada, pois a maioria da
população pobre não tem casa, e vive nas ruas, ao “deus dará” –
estimando-se que esse “deus” dê alguma coisa.
Atitudes assim mantém esses e outros países num contexto
medieval e mesmo ancestral, o que, convenhamos, é uma vergonha
superlativa ou, ao menos, assim deveria ser considerado.
O estranho conformismo, porém, que as elites religiosas
conseguiram impor aos arrebanhados deste mundo – haja imposição
criminosa nessa resignação! – resultou em que nos acostumássemos com
esse estado de coisas, que escandalizava pessoas profundas, como
Nietzsche.
Acostumar-se com a indignidade presente, almejando alcançar as
bênçãos do céu numa vida posterior, ou mesmo numa outra encarnação,
como os hindus esperam colher – o hinduísmo apregoa que a sua melhor
vida virá se você for bem-conformado na presente vida – parece ter sido
a opção global da consciência dos homens e mulheres que vivem na
Terra.
Inevitável? Será que a história poderia ter sido diferente? Será que,
atualmente, os humanos poderiam ter outra postura, uma atitude mental
bem diferente dessa de pensar que modificar as coisas, do modo como
elas estão, é piorar tudo, e por isso tudo deve ficar como sempre foi?
Será possível, nos dias atuais, apesar do peso do condicionamento
que foi imposto a essa humanidade, um avanço na compreensão e na
atitude do cidadão planetário, com vistas à defesa de um padrão mínimo
de vida digna até mesmo para as eternas “calhandeiras”, as eternas filhas
da incompetência humana geral em construir um modo decente de se
caminhar entre o berço e a cova?
A humanidade ainda não percebeu o fato de que, quando as hostes
demos extrafísicas e as equipes biológicas extraterrestres que pretendiam
dominar e “herdar” a Terra, foram, aos poucos, captando que essa antiga
compreensão não se realizaria, mas que aqueles que um dia foram seus
animais de estimação, estranhamente, seriam os que “herdariam”, nas
suas mãos, o destino planetário, eles trataram de passar o máximo de
influência possível para a nascente cultura humana, com o objetivo de
influenciá-la nas suas crenças, inocentes que eram os terráqueos em
termos de vivência.
Forjaram, então, o que foi possível impor aos mais desventurados
desses grupos, e iludiram os desavisados humanos para que esses
pensassem que eles eram deuses e que iriam se retirar da Terra por um
tempo, mas que retornariam no futuro.
Retornariam para quê? – pergunto. Das duas, uma: para retomar o
contato fraternal ou o comando perdido sobre a Terra.
A sociedade planetária precisa pensar a respeito desse aspecto da
história terráquea! Muitos centros do que chamo “o poder invisível” no
seio dos governos nacionais, possuem informações e dados incontáveis
sobre a questão ufológica, mas não têm a mais remota cota de
compreensão sobre esse aspecto da questão que envolve o isolamento da
Terra e a sua iminente reintegração ao convívio cósmico, tanto
extraterrestre como extrafísico.
No passado, algumas hordas extrafísicas e extraterrestres assim
agiram, portanto, como modo de transformar os humanos terrestres num
rebanho que terminou ficando “órfão de pai e de mãe”, pois o seu “deus”
teria que se retirar, deixando a semente de uma saudade dominadora a ser
sentida pelos, então, abandonados terráqueos.
A coisa foi tão bem-feita que até mesmo os investigadores
ufológicos desse século XXI e os humanos bem mais informados têm
apreço por esse retorno. Contudo, aqui deve existir uma boa dose de
prudência!
Poucos dos grupos extraterrenos que compuseram, direta ou
indiretamente, o processo de colonização do passado planetário, não
jogaram essas artimanhas sujas sobre os humanos, pois que jamais
pretenderam coisa alguma no campo da dominação, como era o caso dos
seres biodemos do Norte, ex-rebeldes – que haviam se envolvido com a
“Rebelião de Lúcifer” –, e dos seres sirianos do Oriente, que são
anfíbios.
As demais forças presentes no planeta, porém, de tudo fizeram para
condicionar os humanos, sendo os anunnaki e os seres dos portais os
mais lamentáveis exemplos disso, ainda que, sob a ótica dos
acontecimentos cósmicos daqueles dias, seja “compreensível” o que,
então, teve lugar.
As culturas, tanto dos anunnaki como dos seres dos portais, foram
impostas sem maiores critérios aos humanos e, dentre esses, os primeiros
que procuraram organizar a herança de tantas notícias, o fizeram de
modo a considerar os tais seres como “deuses”, e os humanos como
“propriedades” dos feudos e clãs de então.
Quando as castas na Índia se inseriram nesse contexto, a
fidelidade existente no conceito do dharma foi, aos poucos, sendo
utilizado como postura moral elogiável e necessária para os humanos se
dedicarem às “causas dos deuses”.
Pode parecer simplório, mas nas primeiras épocas, as
conveniências humanas não tinham a mais remota importância,
desde que os deuses estivessem satisfeitos.
31ª Constatação:
Com o tempo, os seres tidos como deuses foram sumindo e,
então, eram os reis e imperadores que “cobravam” o mesmo grau de
fidelidade dos desavisados humanos, para o atendimento das suas
ambições, e o rebanho humano passou a ser astutamente conduzido
no sentido de atender essas demandas, sem que sequer as suas
conveniências mínimas fossem atendidas pelos poderosos.
Esse tipo de subserviência da parte do povo em relação aos seus
mandatários, que pode ser sempre observada nas páginas da história, fez
do terreno do jogo da vida um palco fértil para as doutrinas totalitárias.
No século XX, por exemplo, o povo assistiu, vivenciou e sofreu os
efeitos dessas doutrinas, como a do nazismo, a do fascismo, a do
comunismo, enfim, doenças ideologicamente arquitetadas com certas
cores de “progresso”, mas que, na prática, sempre foram monstruosas e
desgraçadamente criminosas e totalitárias.
32ª Constatação:
A manutenção do sistema de castas na Índia é um selo espiritual
de uma majestosa estupidez que faz com que as trevas espirituais
retirem os seus melhores futuros soldados – para as experiências
totalitárias na Terra – dos que desencarnam plenamente revoltados
das castas.
Não tenho como provar ou mesmo demostrar, mas os já citados sistemas
totalitários do século XX recrutaram a massa dos seus exércitos dos
espíritos que, em quantidade assombrosa, desencarnavam das suas vidas
miseráveis na Índia e alhures, sendo recambiados para os núcleos que, à
época desses fatos, o então existente quartel-general das trevas
controlava.
Felizmente, hoje, esse quartel não mais existe, mas na época foi
assim mesmo que os fluxos daqueles espíritos, fáceis de serem
manietados pelo “cumprimento do dever”, ainda que de nações que
invadiam outras indefesas, foram segmentados e direcionados para a
Alemanha, Itália, China, Rússia e Japão, nas primeiras décadas do século
XX.
Os regimes totalitários, tão comuns na cultura humana, foram e são
herdeiros dos métodos de submissão e de controle dhármico dos padrões
que serviram para a educação dos seres demoníacos.
Foi desse conformismo, dessa entrega do destino da humanidade a
“deus”, dessa mania de crer numa vida celestial melhor do que a da
Terra, das ideias do medo do inferno e do gozo celeste, do temor a
“deus” e do amor a esse mesmo “deus” a quem se deve temer, enfim, foi
dessas esquisitices todas que surgiu esse humano simplório,
encabrestado feito um equino, arrebanhado, ao mesmo tempo
corrupto e ingênuo, obediente e raramente rebelde, infectado pelo
vírus mental do estacionamento espiritual.
Esse humano simplório que surgiu, passei a chamá-lo de “Homo
hierarchicus”.
6
O HOMO HIERARCHICUS

VIVI toda a minha vida no Nordeste brasileiro e pude conviver com a fé


simples, porém profunda, de pessoas a quem muito amo, as quais
considero maravilhosas, que são afetos da minha alma, mais uma vez
reencontrados nas figuras de avós e de mãe muito amados, totalmente
dedicados ao culto católico – e o faziam com a mais bela expressão dos
seus psiquismos. Deles, herdei a parte boa que carrego comigo, e sempre
guardo o mais profundo respeito em relação ao modo como eles
praticavam a sua crença em Jesus, nos santos da igreja e, em especial, em
Maria.
Para além da convivência familiar, tive o privilégio de também
observar a fé simples do homem e da mulher do sertão, cuja devoção a
alguns santos sempre me causou um “espanto emocionado”. Os
sertanejos, que nada ou muito pouco tinham, de nada reclamavam, muito
trabalhavam, eram extremamente cordiais e zelosos para com as
“visitas”, oferecendo-lhes o pouco que dispunham, enfim, eram seres
humanos que conseguiam cuidar de vários filhos e viviam na prédica e
na prática de uma vida digna, totalmente devotada ao bem, a Deus, a
Jesus e a Padre Cícero, a quem tinham como santo.
Enfim, na minha vida como nordestino, pude perceber, aqui e acolá,
a fé das pessoas, uma fé que as fortificava, que tornava as suas vidas
mais belas e suportáveis, crenças que as redimiam perante si mesmas, e
muito disso vi nas minhas andanças como estudante de geologia, como
pesquisador ufológico, como bancário, como diretor de empresas e de
instituições e, por fim, como palestrante.
Sempre me senti bem menor que essas pessoas, e ainda me sinto
assim! Com elas, aprendi muitas coisas, mas jamais pude copiar-lhes a
atitude de fé e da crença que lhes enchiam a face de adoração e de
devoção. Na verdade, nunca consegui sequer ter algum tipo de relação
parecida, fosse com Deus, Jesus ou algum santo, espírito, o que seja.
Quando estive na Índia, minha inquietação aumentou sobremaneira,
pois o que me acostumara a ver na crença e na fé dos meus conterrâneos
parecia algo extremamente sofisticado se comparado ao modo como os
hindus adoravam os seus deuses.
Caminhei o quanto pude no meio daquelas pessoas, em situações e
horas do dia e da noite as mais diversas, e jamais percebi qualquer perigo
de agressão da parte de números impressionantes de “miseráveis”, que
vivem na rua porque não têm para onde ir.
Desde que ali cheguei, via Mumbai (antiga cidade de Bombaim),
por volta das 1:30 h da manhã, quando tive que sair do aeroporto
internacional para me dirigir a um outro local onde deveria pegar um
avião para Bangalore, fui obrigado a atravessar um pátio situado ao redor
do terminal, para assim poder tomar um ônibus que se encontrava
estacionado bem mais ao fundo.
Jamais esqueci a impressão que me causou caminhar, com malas,
no meio da multidão que ali se encontrava. Enquanto andava, aquela
multidão foi abrindo uma “vala”, ao mesmo tempo que me olhava com
um tipo de brilho nos olhos, que eu jamais vira.
Após o meu retorno da Índia, comecei a pesquisar material para dar
continuidade aos três livros (“A Chave do Avatar”, “Orvalho do Tempo”
e “Os Mestres da Alma”) que lá havia começado a produzir – os quais,
por sinal, até hoje não os concluí – e que, supostamente, deveriam
compor uma trilogia que, na época, denominei como sendo “Os
Mistérios da Índia”.
Aprofundei-me, e pude enxergar uma “linhagem sacerdotal” de
espíritos especialíssimos, que sempre reencarnavam na Índia com a
função de fazer de cada um de seus membros uma luz a ser acesa para
facilitar a dura caminhada dos que ali nasciam. Além disso, percebi
também outro objetivo, que era o de manter acesa a luz do
esclarecimento yogi, semeada que fora no “início dos tempos” – lá atrás,
no tempo imemorial ao qual Krishna se referiu conversando com Arjuna.
Seguindo mais adiante, aprofundei-me ainda mais, e pude ver, por
trás dessa linhagem sacerdotal, a figura de Shiva, cuja última encarnação
como Sai Baba – mas a partir do código-fonte definidor pessoal de
Krishna –, parecia adornar, de modo brilhante, aquela corrente de luz.
Nessa altura, foi quando me defrontei com a realidade demoníaca
por trás de absolutamente toda a cultura advinda da mitologia
ariana/hindu, como também da própria linhagem de “sacerdotes” dos
“Senhores da Trimurti”.
Nesse ponto, percebi as já citadas castas demoníacas ou
trimurtianas – como passei a classificá-las – e o tipo de ser humano que
estava sendo produzido pelas mesmas: o “Homo hierarchicus”,
conforme denominado por mim. Esse ser que surgiu, seria “facilmente
encabrestável” pelas rédeas de uma crença que lhe fosse maior do que a
sua capacidade de usar o senso crítico, comum à espécie Homo sapiens –
mas que parecia permanecer em desuso para os que viviam na Índia, pelo
menos nesse sentido.
Ao ver o Homo hierarchicus atualmente submetido ao militarismo,
à subserviência exigida pelos interesses de manipulação das religiões
impositivas e às ideologias ultrapassadas, dói-me a sensibilidade ao
perceber a aceitação desses contextos nas figuras de um Sai Baba e de
outros que pensam saber que “aquela situação” é a melhor que “deus”
pôde e pode providenciar para aquelas infelizes pessoas que tiveram
o azar ou o karma de nascer naquelas circunstâncias.
Como deve ser “bom” ter esse tipo de certeza que justifica crimes
indefensáveis em nome de conceitos equivocados sobre Deus! Eu,
porém, não consigo tê-los, porque isso somente se dá pelo uso
desarrazoado da fé e da crença mal dirigidas. Como nem bem dirigidas
consigo portá-las na minha sensibilidade, desse tipo de equívoco estou
livre, ainda que, para os que me olham do meio do rebanho, seja eu o
equivocado.
A poluição da cultura demodhármica, infelizmente, até os dias
atuais, invadiu e influencia a cultura humana, que acha normal atribuir
ao seu “deus de preferência”, todo tipo de esquisitice e de crime e, o pior,
desastradamente transformando em coisa sagrada o que é barbárie.
Não gosto nenhum pouco quando vejo Sai Baba defendendo a
seguinte propositura aos humanos, em um dos livros(10) que condensam
seus ensinamentos:
“Primeiro, o diamante é um sombrio pedaço de pedra, um seixo
duro. Somente após cortado por hábil artesão, torna-se uma chama de
fogo multifacetada. Permita-se ser tratado da mesma forma, pois todas
suas sombras sumirão, e você emergirá igual a um resplandecente
diamante.
Aja, atue com todo seu potencial e com plenitude de sua mente.
Faças uso total da habilidade, capacidade, coragem e confiança de que
é dotado. Deus não o abençoará.
Sofrer credencia-o mais para a Graça do Senhor. Quando o
sofrimento vem em ondas, umas sobre as outras, alegre-se, pois a praia
está chegando. Enfrente-as bravamente. Não se comporte como os
covardes, que lançam queixume sobre algum poder externo ou ficam
zangados com o Senhor.”
Sei que Sai Baba falava para uma multidão incontável de hindus e
de outros humanos necessitados, mas, ainda assim, não me é possível
aplaudir gestos desse naipe.
O esmagamento da sensibilidade dos homens e das mulheres pelo
viés religioso é algo que resisto firmemente a aceitar e a me acostumar
em ver isso como normal.
“Ah, mas isso é consolo, conforto!”, poderá alguém dizer.
Que seja! Penso saber que alguém como Sai Baba se expressa dessa
maneira com a melhor das intenções, mas, ainda assim, tomo isso como
injustificável.
Por quê? Muito simples: Enquanto o ser humano não for mais
considerado a fonte de todos os pretensos propósitos que regem a nossa
vida, mas sim, os supostos deuses amalucados que promoveram intrigas
que, até hoje, são a fonte de guerras intermináveis – entre, por exemplo,
árabes e judeus, dois grupos envolvidos com “promessas, pactos e
eleição como povos escolhidos pelo deus bíblico” –, sou dos que pensam
que jamais construiremos um modo digno de se viver na Terra.
Por que, há muito tempo, estamos vivendo em pleno caos político,
ainda que a nossa vidinha possa estar indo muito bem? Exatamente
porque alguns (os humanos terrestres reclassificados, por mim, como
Homo hierarchicus) obedecem cegamente aos valores que lhes foram
repassados por esse “deus”, via seus anjos, aos escolhidos da hora –
Moisés, entre os judeus, e Maomé, entre os árabes.
Esse “deus”, como já o disse, escolheu os arianos, quando a eles se
apresentou como Brahma, depois, elegeu os judeus, mostrando-se como
Javé e, mais recentemente, optou pelos árabes muçulmanos, se
identificando como Alá, mas deixando bem claro que era o mesmo
“deus” dos judeus e dos arianos. Ora, até quando e onde isso vai?
Se nós, humanos, não elegermos nossos próprios valores e
propósitos, de modo que venhamos a considerá-los supremos, abrindo
mão dessa obrigação filosófica e entregando a esse “deus” a
possibilidade dele fazer isso por nós, onde chegaremos e que resultados
atingiremos, diferentes dos desfechos que nos acostumamos a obter
como sendo a vida normal? Ora, convenhamos!
A opressão do ser humano e o esmagamento do homem pela
sociedade atemorizada pela fé num “deus” furioso, que pune e castiga,
encontram-se em completo antagonismo com a ideia de que a finalidade
das civilizações seria a de dar a cada um a possibilidade de viver
decentemente como pessoa.
33ª Constatação:
A grande batalha mental, empreendida desde os tempos
ancestrais até os nossos dias, é a luta pela proclamação e
reconhecimento da dignidade do ser humano racional, capaz de
compreender criticamente a realidade na qual se encontra inserido,
de amar, de criar, de trabalhar, de evoluir, de distinguir entre o bem
e o mal pelo seu modo de pensar e de valorar emoções – e não de
obedecer seres aparentemente enlouquecidos e doentes.
Para mim, o que importa é o reconhecimento da dignidade do ser
humano, o respeito aos seus valores, e não uma submissão cega a ordens
e enredos absurdos, sejam lá da autoria de quem for.
Ivan Karamasov, personagem de Dostoievski disse: “Se Deus não
existe, tudo é permitido”. Será? – pergunto eu. Sinceramente, penso que
não! Esse é o tipo de entendimento, que interessa às elites religiosas de
todos os tempos, que querem os humanos pensando que, se não existir a
crença em “deus”, tudo está acabado. Falácia!
Quem precisa da noção conceitual de um “deus” estranho, que
promove a segregação das etnias humanas, em vez de congregá-las?
Se a visão universalista não for apenas uma colcha confeccionada
com retalhos de todas as religiões e doutrinas espiritualistas, mas sim a
compreensão ampla dos costumes e sentimentos religiosos de todos os
seres humanos a convergir para um só objetivo espiritual, como
poderemos, um dia, considerar o conceito de “Deus” como sendo um
valor supremo, caro a todos os seres humanos, se continuarmos a viver
em castas, em obediência a esquisitices do passado imemorial?
Um dos aspectos da nossa vida é o de que o ser humano foi
condicionado a se submeter à hierarquia do absurdo, que promove
todo tipo de terror aos crentes, carentes e desavisados quanto à vida
espiritual alicerçada em códigos filosóficos, que envolvem princípios e
propósitos nobres de vida.
A escolástica medieval poluiu as noções mais ousadas da filosofia
grega, e por isso nos tornamos órfãos de uma compreensão mais ampla
sobre a existência que levamos. Isso porque substituiu a noção de que a
crença em “deus”, e não a reflexão filosófica, poderia salvar a condição
humana da “danação eterna”.
Sobre a questão da promessa cristã da salvação, em desacordo com
a salvação pelo viés filosófico, Luc Ferry(11) nos oferece uma reflexão por
demais interessante:
“A vitória do cristianismo sobre a filosofia é evidente ao longo de
toda Idade Média: a filosofia será reduzida ao que chamamos de
“escolástica”, ou seja, ela praticamente deixará de ter o direito de se
interessar pela questão da vida boa e da salvação, que se tornara
monopólio absoluto da religião. A filosofia será reduzida a uma vulgar
análise de conceitos, mas não será mais, como no tempo das grandes
escolas gregas, um exercício concreto de aprendizagem da vida.
Será preciso esperar o século 17 para que a filosofia retome aos
poucos, principalmente graças a Espinoza, o projeto grego de definir a
sabedoria e a vida bem-aventurada.”
Ludwig Marcuse(12), porém, nos recorda que “crer é um conforto,
pensar é um esforço”, e que filosofia movida por alguém como um
Espinoza, e não pela crença simplória e estéril, parece não ser para todo
tipo de ser humano, já que a zona de conforto que o “se sentir
pertencendo a um rebanho” oferta, é “consolo” muito bem-vindo aos
psiquismos preguiçosos ou impossibilitados pelas circunstâncias da vida
de procurar a verdade.
O Homo hierarchicus não pode pretender procurar a verdade, pois é
condicionado a partir do pressuposto que já a encontrou, e que ela vive
em sua opção religiosa ou ideológica.
Para fins como esse, o sistema de castas é perfeito, produzindo tal
tipo de ser humano. A quem interessa isso?
Será que o contrato social, possível de existir na Índia, somente se
expressará por meio da vida organizada em castas, ainda que as leis da
atualidade as proíbam? Se a resposta for “sim, essa é a única maneira
possível de organizar as circunstâncias milenarmente colecionadas entre
os hindus”, penso que estaremos definitivamente assinando o nosso
atestado de deformidade filosófica, de estupidez espiritual que, para
mim, significa o fim da nossa habilidade em sabermos o que é decente e
digno na vida de um ser humano.
7
A GENÉTICA TOTALITÁRIA

DESDE O ADVENTO da cultura humana, uma moda criada pelos “deuses de fora”
foi estabelecida como estratégia de dominação: a de escolher um povo da
Terra para, por meio dele, dominar os demais povos.
Apresentando-se ou tido como Brahma, para os arianos e hindus;
Caos, para os gregos antigos; Ra-Atom, para os egípcios; Javé, para os
judeus e parte do Ocidente; Og-mi, para os celtas ancestrais; e Alá, para
os muçulmanos, dente outros, o Criador decaído e demente aplicou, até o
ano 2015, essa estratégia criminosa e inconsequente de tentar dominar, a
qualquer custo, os humanos – que saíram do seu controle genético desde
os tempos de Pandora. Assim classifico essa estratégia, sob a perspectiva
das lógica e ética humanas, mas, para os “deuses de fora” – segundo
afirmam –, essa era e sempre foi a única maneira a ser perseguida, com
possibilidade de resolver o velho problema do Criador.
Essa antiga questão tinha, então, a ver com a reconquista do poder
de mando sob a espécie humana terráquea, ao mesmo tempo em que
transformava a humanidade em massa de manobra, como modo de
resolver as pendengas geopolíticas dos “deuses” da antiguidade, que
tiveram, por sua vez, que se acostumar e se adequar ao crescente avanço
dos “dominados humanos” sobre a Terra – que sempre foi vista como
sendo um “lugar deles”.
Os povos ariano, judeu e árabe foram os três segmentos étnicos,
com “genética própria” – tempo virá em que os geneticistas
compreenderão, pelo método científico, o que aqui está sendo
superficialmente afirmado –, que foram os “diretamente” escolhidos pelo
Criador para servirem de palco e, ao mesmo tempo, de exército terráqueo
das suas intenções.
Indiretamente, o traço cultural de “povo escolhido” foi sendo
posteriormente repassado, pela tradição oral e também escrita, para
muitos outros povos que somente surgiriam mais tarde. Esse foi o caso
das tribos hebreias do tempo de Héber, descendente de Noé, que se
tornariam, muitos milênios depois, as duas tribos de Judá, que deram
origem aos judeus. Por sua vez, os judeus repassaram esses painéis de
“povo exclusivo” para as suas culturas – como é também o caso do que
ficou registrado na mitologia hindu, que foi construída sobre a união das
culturas ancestrais ariana e dravídica.
Independente do ângulo que se observa, essa questão da
“exclusividade”, de “povo escolhido”, teve origem no critério
organizacional das castas arianas, hoje chamadas de hindus, que sempre
foram utilizadas para o refino de certas áreas do genoma demo-homo,
ainda que as “cobaias terráqueas” disso jamais tivessem sabido, por
absoluta ausência de conhecimento e de senso crítico para tanto – e o
pior é que ainda não sabem, e estamos registrando esses fatos no início
do século XXI.
A cultura dos demos, em especial a aplicada pelos membros da
Trimurti, sempre agiu com o objetivo de criar um “super-segmento”
dentre os povos que habitavam a Terra, um “povo escolhido a dedo”,
para que fizesse cumprir os desígnios do Criador. Esse, simplesmente,
escolhia um dado segmento da humanidade numa certa etapa da história,
depois o descartava, e escolhia outro, jamais se preocupando com o que
o sentimento de “exclusividade” de “eleição” – com o qual,
criminosamente, condicionava os desavisados humanos – pudesse vir a
provocar em termos de guerras entre povos que se julgavam “eleitos”
pelo mesmo Ser que tinham como sendo “Deus”.
Se bem observado, o ódio, historicamente estruturado entre
árabes e judeus, tem a ver com esse triste aspecto da questão, como
também, qualquer traço de “exclusividade e de superioridade étnica” que
um povo possa sentir, teve e tem como alicerce doentio, exatamente a
perspectiva de que os “mais fortes” sempre devem imperar sobre os
“mais fracos”.
De onde veio essa perspectiva? Esse é um dos traços mais
detestáveis da face criminosa e doentia do Criador e que, infelizmente,
encontra-se presente no “psiquismo genético” de todas as espécies de
seres vivos da natureza terrestre, desdobrados a partir do seu código-
fonte definidor (conhecido como DNA), cujos membros procuram
sobreviver a qualquer custo, ainda que seja matando outros tantos, como
se nisso pudesse existir alguma herança de um Ser-Criador digno de
assim ser chamado.
Muito menos uma entidade com essas características poderia ou
deveria ser chamado de “deus” por qualquer pessoa sensata, com os
conhecimentos disponíveis na atualidade. Entretanto, esse Ser ainda é
tido como sendo “deus”, por mais de três bilhões de seres humanos.
Santa simplicitas!
O mais espantoso, para este aflito escrevente, foi perceber que a
chamada “eugenia”, estabelecida em processo de manipulação genética
com vistas ao melhoramento da raça, é um traço que nasceu com a
questão das castas. E o pior: a doença do nazismo, dentre outras, foi
estabelecida a partir do sentimento de “exclusividade” que alguns
cidadãos alemães, do final do século XIX e início do século XX,
sentiram quando, aos seus olhos, finalmente chegara o momento da “raça
ariana” reassumir o controle do destino do planeta, após as falhas
flagrantes do povo judeu (judaísmo) e dos árabes (islamismo).
Brahma/Javé/Alá precisa, um dia, pedir desculpas a esta
humanidade pela quantidade de crimes que a sua doença mental impôs
sobre os membros da família humana terrestre.
O seu desgoverno universal é de tal ordem que essa prática
problemática da “escolha exclusiva” não foi semeada somente entre os
seres humanos terráqueos – lembre-se o(a) leitor(a) que nós, os humanos,
somos os últimos a terem surgido no âmbito deste universo, portanto,
somos a raça mais nova de todas, uma vez que, na sua perspectiva
racional, existimos há cerca de uns 50 mil anos – e esse desgoverno vem
ocorrendo desde o início da Criação universal, há cerca de 13,8 bilhões
de anos. Isso implica afirmar que “outras escolhas exclusivas” já haviam
sido feitas pelos três “Senhores da Trimurti” ao longo de todo esse
tempo, tendo o peso das mesmas caído sobre outras espécies tanto de
caráter demo – habitantes das lokas ou genos, enfim, das moradas que
compõem o universo antimaterial, paralelo ao nosso –, quanto biológico,
comum às espécies do universo em que vivemos.
Desse modo, esses seres que há muito estavam presentes na Terra,
sempre disputaram as questões da geopolítica da “Lila” – jogo de poder
entre as três Divindades da Trimurti – e quando os humanos surgiram,
tão somente as disputas antigas foram repassadas para a cultura humana.
Nesse repasse, porém, surgiu uma novidade: eles perderam o controle
exatamente sobre a espécie que, um dia, assumiria o comando do
destino do planeta – o que eles jamais imaginaram ser possível, naquela
época. Devido a isso, fomos e somos mantidos na ignorância em
relação a esse aspecto da questão, como de sorte em relação a tudo o
mais.
Por responsabilidade direta daqueles seres que, apesar de se
acharem “senhores da vida”, naquela altura dos fatos, ainda não
vislumbravam que os ex-animais de estimação dos deuses, agora
despertos para a racionalidade, dominariam o mundo, foi que surgiu um
determinado conjunto de sequências genéticas – ardilosamente
manipuladas – no genoma humano, que faz com que certas pessoas se
tornem monstruosas quando assumem o poder. Mais ainda: em herdando
as sequências genéticas belicistas, elitistas e dominadoras, advindas das
disputas ancestrais das castas dominantes – que foram a guerra pelo
poder muitas vezes –, surgiriam, entre os humanos, as ideologias
filosoficamente prejudicadas na sua essência ética, como o nazismo, o
fascismo e o lado medíocre do comunismo, que se expressa por meio da
“ditadura do proletariado” que, na prática, é tão monstruosa e corrupta
quanto qualquer outra ditadura. Refiro-me a uma das faces que considero
medíocre na doutrina comunista, porque acho que existe um outro perfil
desse sistema, ainda por ser percebido e vivenciado, quando o ser
humano estiver livre da marcação genética que lhe desperta a cobiça e a
corrupção superlativas pelo poder.
Penso serem Brahma/Javé, Vishnu, Shiva e os seus descendentes
pertencentes à aristocracia em torno da Trimurti, os terríveis causadores
das doenças totalitárias, que arrasaram com a sensibilidade, a
criatividade e a dignidade humanas.
As sequências genéticas autoritárias, que passaram a desfigurar a
natureza humana, vieram exatamente do jogo imundo, desses seres
falidos, de escolher humanos que eram os “inocentes úteis” do momento,
ou mesmo os “idiotas úteis”, que vendiam suas almas para serem eleitos
por aqueles seres – aspecto comum às épocas de um passado somente em
parte conhecido. Lamentavelmente e mais notadamente, o “deus bíblico”
atormentava os seus eleitos, pois muitos deles se recusavam a serem os
“escolhidos”, o que somente aceitavam depois de cumprida uma longa
jornada de subjugação que esse Ser e seus anjos aplicavam sobre os
humanos. Ainda assim, terminaram contribuindo para que a manipulação
da genética humana seguisse o seu triste curso na direção maluca,
pretendida pelos “Senhores da Trimurti”.
Essa genética totalitária começou, inevitavelmente, a produzir o
silêncio conivente de muitos dos agentes da vida que, para viverem
melhor, fechavam os olhos ao palco de horrores que foi inoculado no
psiquismo humano.
Durante muitos séculos em que a barbárie era a política de estado de
todos os aglomerados humanos, e a inexistência de leis decentes também
dava a tônica do atraso daqueles dias, o silêncio de muitos ou de todos
era compreensível. Contudo, nestes tempos em que a era do
conhecimento disponibiliza os fatos diários da vida perante os olhos de
muitos seres humanos, é mesmo desesperador perceber como estamos
anestesiados e continuamos com um tipo de silêncio perturbador, cujo
grau de omissão e de covardia não se pode medir. Por quê? Porque,
agora, os grupos humanos parecem ter os seus corruptos, monstros e
ditadores prediletos, conforme a tosca coloração política de “esquerda”
ou de “direita” que a eles pode ser atribuída pela visão doentia de um
rebanho cujo olhar vesgo somente enxerga essa trágica dicotomia
existencial.
Martin Luther King teve essa mesma percepção quando disse, ao
tempo em que lutava solitariamente contra o racismo nos Estados
Unidos: “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos
corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
Bons? – pergunto eu.
É preciso resistir às distorções e aos desvios que a genética
totalitária causou no psiquismo da humanidade.
34ª Constatação:
Precisamos ter em conta que o absurdo somente pode ser
percebido pela filosofia profunda, pois que a crença religiosa
simplória e o fundamentalismo ideológico financiam esse modelo
totalitário e insuportável de vida.
A filosofia profunda poderá arquitetar um motivo nobre pelo qual valha
a pena viver, apesar de tudo.
A infantilidade humana e o comportamento de rebanho são os
temperos da “pílula azul”(13), para alimentar a vida e as ilusões. O estudo
da filosofia nos ajuda na construção da “pílula vermelha”, que
precisamos tomar para o nosso amadurecimento pessoal.
Infelizmente, jargões do tipo “por uma sociedade mais justa”, “pelo
bem de todos”, dentre outros, podem ser usados – e estão sendo – pelos
piores tipos de canalhas, travestidos de “esquerda” e de “direita”, que
esta humanidade já produziu.
Somente uma leitura adulta dos fatos permite que a maioridade
espiritual, dos que assim se habilitem a enxergar, possa surgir no
calendário da vida.
E, convenhamos, já é mesmo tempo de sairmos da etapa da infância
espiritual, que há muito estamos submetidos. Por isso, precisamos
perceber que a genética totalitária das elites religiosas e ideológicas do
mundo precisa ser enfrentada, não com revoluções violentas, mas sim,
com conhecimento esclarecido, única maneira de construirmos o
futuro, sem cometermos os mesmos tipos de erros do passado.
Afinal, quando os humanos herdaram o sistema de castas como
modo de vida, mal sabiam eles que o que estava em jogo era o velho
problema de quem manda (sempre o mais forte) e de quem obedece,
pois, afinal, os antigos arianos replicaram, nos seus costumes, tão
somente a reafirmação de que a genética totalitária prevalece (nas castas
abastadas e poderosas) e o resto obedece.
O nazismo surgiu a partir dessa semente, sempre adubada pelo
feitio das consciências particularizadas que sempre se corrompem para
conquistar o poder. Para atingir esse objetivo, alguns se transformam em
monstros, e são efetivamente muito bons nesse mister vergonhoso.
É uma velha doença do Criador, repassada aos seres das classes
demos, e tragicamente herdada pela humanidade.
8
CULTURA HUMANA: LEGADO INCOMPREENDIDO

REALMENTE, não é fácil romper com os condicionamentos impostos pela


“modernidade”, para poder observar, com olhos limpos, o passado
terrestre e a sua influência sobre o modo como hoje vivemos e os
problemas que colecionamos enquanto espécie cósmica, ao mesmo
tempo em que fomos acostumados a achar a vida que conhecemos como
uma “dádiva de deus” e, pela qual, deveríamos ser gratos.
Perceber que, muito antes dos humanos existiram outras raças de
seres, físicos e não tão físicos assim, animalizados e não tão animais
como somos, que por muitos milhares de anos – bem mais do que esses
poucos milênios que os humanos se sentem os “donos da Terra” – aqui
residiram, se considerando como os proprietários deste planeta, é
condição essencial para que a compreensão esclarecida, em torno da
questão, possa ser estabelecida no psiquismo humano.
O mais abrangente de todos os legados culturais que surgiram antes
mesmo da existência do ser humano racional, e que terminou sendo
repassado para o seu domínio, foi o que, neste livro, denominei como
sendo a “cultura demo” que, sob a vista do presente, se confunde com a
“mitologia”.
Gostemos ou não, considerar esse passado como “mitologia”, e não
como realidade, ainda que estranha aos elementos que o fluxo dos
terríveis acontecimentos terminou por disponibilizar para as atuais
gerações de humanos, acabou sendo o grande infortúnio que nos cegou
a tal ponto de tomarmos uma mentira como verdade: a de que
estivemos sozinhos na Terra todo esse tempo e por isso somos “donos
do planeta”.
Esse legado mitológico – a cultura demo – foi repassado para os
humanos e, quando da inevitável transição entre as notícias advindas das
tradições orais para o contexto dos registros escritos, é importante
também que o(a) leitor(a) entenda que, em algumas culturas, essa
transição foi feita também por seres que não eram de todo humanos,
enquanto que, em outras, foi por homens e mulheres da antiguidade.
Aqui há um “porém” que precisa ser registrado no caso do contexto
em que a transição foi feita por humanos. Como já informado
anteriormente, muitos dos protagonistas das antigas versões orais
traduzidas para a linguagem humana foram considerados como
tendo sido seres humanos, quando jamais o foram e, até hoje, estão
assim descritos em muitas páginas das lendas mitológicas, consideradas
pelo conhecimento atual.
No caso em que foram seres não humanos a registrarem, por escrito,
as antigas tradições orais, eles o fizeram corretamente, deixando clara a
característica não humana de muitos dos personagens dos contos da
antiguidade. Foram poucas as situações em que tal se deu, mas, mesmo
sendo raras, foram marcantes, como no caso do jainismo e de alguns dos
seus desdobramentos.
Mais tarde e de modo mais generalizado, porém, humanos fizeram a
transferência do conhecimento ancestral, quase todo registrado nas
tradições orais, para os alfabetos que foram surgindo, e nesse ponto da
história o problema da distorção surgiu de modo drástico, porque
diversos protagonistas foram tidos como humanos, o que desfigurou
o enredo real.
Complicando ainda mais a questão, o pensamento moderno,
iluminista e pós-iluminista, obrigou-se a traduzir como sendo também
humanos, os diversos entes presentes nas tradições das primeiras formas
de escrita da humanidade.
Foi assim, por exemplo, que muitos dos contos atualmente tidos
como cristãos, mas que eram mitológicos – que é o caso de Beowulf, da
mitologia nórdica –, foram cristianizados, como se os personagens da
lenda fossem católicos.
Desse modo, a cultura humana vai sempre sendo estabelecida sobre
o passado com os seus valores equivocados, e esses equívocos
permanecem poluindo as mentes das gerações futuras, como se a
rememorar, permanentemente, que vivemos sob o constante peso do pior
tipo de ditadura que existe, que é a da cretinice travestida de religião
impositiva.
Jamais conseguimos nos libertar de um controle imposto lá atrás,
mas que permanece atuando sobre as ideias e ideais modernos, impondo
a sua sombra, fazendo da ausência do esclarecimento, a garantia da
servidão.
Triste de uma civilização planetária cuja cultura se encontra
alicerçada em bases podres e equivocadas, e seus agentes não permitem a
mais singela modificação de nenhum dos seus padrões.
No âmbito da cultura terrestre, as particularidades da antiga cultura
hindu permanecem como armas engatilhadas para qualquer um que se
tenha como revolucionário frente ao que se encontra entranhado nas suas
raízes.
Castas, racismo, guetos, acampamentos de refugiados, etnias sem
pátria, perseguições religiosas e políticas, patrulhamento ideológico e
outras esquisitices inundam esse mundinho maluco no qual vivemos,
aviltando-o, e não temos como modificar os padrões mais básicos do seu
modo organizacional, o que nos obriga a conviver com a escravidão
de todos em torno dessas heranças, até agora aparentemente
insuperáveis.
Elos perdidos mantém esses grilhões fantasmagóricos sobre as
relações sociais e políticas desta humanidade, ainda que tenham sido
outros tipos de seres os responsáveis pela gênese comportamental com
base nesses critérios vexaminosos.
As castas à moda humana nada mais representam do que uma mera
cópia de como a cultura demoníaca educava seus pares, tendo como
alicerce o conceito de dharma, cujos termos terminaram envolvendo o
triste destino da humanidade.
35ª Constatação:
Eis o principal aspecto do elo perdido: o equívoco em torno de
conceitos demoníacos, que passaram a ser tidos como humanos.
O olhar sobre o passado, que o ser humano – dito moderno – precisa
lançar, tem que partir de premissas livres de conceitos preconcebidos
para que um novo contexto possa surgir. Infelizmente, nessa altura do
problema dramaticamente acumulado, penso que as lentes desse olhar
jamais conseguirão enxergar o tamanho do drama vivido por ancestrais
humanos e não humanos, nos tempos imemoriais.
Talvez, a atual geração de homens e mulheres jamais venha a
vislumbrar a importância que a cultura humana tem para todos os
quadrantes desta Criação, pois que, sem o seu uso, uma decifração ampla
e produtiva jamais poderá ser produzida no seu âmbito interno.
Como fomos e somos programados para pensar que existimos,
quando, na verdade, o código genético de vida que nos move é que vive
em cada criatura-ferramenta, e pertence a uma Inteligência que faliu, e
por isso precisa se servir de outras para, por meio delas, ver e um dia
enxergar a si mesmo e ao que fez. Entretanto, pelo menos por enquanto,
perceber esse aspecto óbvio da questão seria assustador para muitos,
além de nos parecer um aparente contrassenso, ferindo o senso comum
da nossa lógica.
Como se referiu, porém, Maurice Maeterlinck(14), no seu livro “A
Vida das Abelhas”:
“As abelhas não sabem se comerão o mel que recolhem. Nós
ignoramos, igualmente, quem tirará proveito da potência espiritual que
introduzimos no universo. Do mesmo modo pelo qual as abelhas vão de
flor em flor, recolhendo mais mel do que necessitam para elas e seus
filhos, busquemos também, na realidade, tudo o que possa alimentar
essa chama incompreensível, a fim de nos acharmos dispostos a
enfrentar qualquer acontecimento com a segurança do dever orgânico
cumprido. Alimentemo-la com os nossos sentimentos, com as nossas
paixões, com tudo o que se vê, se sente, se ouve, se toca – e também com
a própria essência disso, que é a ideia que se deduz dos descobrimentos,
das experiências, e das observações feitas com base em tudo o que se
visita. Chega então um momento em que tudo se converte tão
naturalmente em bem, para um espírito que se haja submetido à boa
vontade do dever realmente humano, que a própria suspeita de que os
esforços que realiza talvez não tenham objetivo, torna ainda mais claro,
mais puro, mais desinteressado, mais penetrante e mais nobre o ardor de
suas investigações.”
Realmente, para o ser humano se torna difícil perceber que suas
ações têm a ver com a noção, por enquanto mal compreendida, do “favor
divino” que todos nós prestamos ao Criador caído – tema especifico de
um outro livro que escrevi, cujo título “Favor Divino”, aborda o fardo
que os nossos espíritos e os seus egos assumem ao existir para esta
Criação.
Talvez, por desconhecer esse aspecto da existência, é que
Maeterlinck costuma dizer que: “A inteligência é a faculdade com o
auxílio da qual compreendemos por fim que tudo é incompreensível.”
Tempo virá, porém, em que essas questões que estavam escondidas,
perdidas, sendo, portanto, de difícil compreensão, serão enxergadas com
as lentes devidas, e o oculto, então, se revelará naturalmente para a
lógica humana.
Até lá, todavia, a ignorância e o condicionamento cobram o seu
terrível preço!
9
ALÉM DAS CASTAS

HÁ UM IMPERATIVO CATEGÓRICO, no campo da moral, atrelado ao modo da existência


espiritual, que mesmo a “Revelação Espiritual” não pôde explicar na
segunda metade do século XIX, nem Sai Baba, na transição do século
XX para o XXI, houve por bem esclarecer. Esse imperativo categórico
estabelece que o modo humano de existir provocou uma mudança na
maneira de como as leis ditas científicas, desta Criação, passaram a
atuar no seu contexto quântico, com consequências nos ambientes
espirituais e nos dois universos que a caracterizam.
Essa afirmação, que aqui registro, em estando correta a
interpretação que me obrigo a fazer frente aos fatos que pude descortinar,
deverá ser uma das mais importantes constatações a serem decifradas
pelas gerações futuras. Refiro-me ao imperativo categórico da moral
ou da espiritualização, que somente surgiu – para os códigos
marcados nos elétrons e nos genomas desta Criação – a partir da
eclosão da racionalidade humana na condição em que ela se deu.
O senso crítico, associado à razão filosófica capaz de valorar
emoções com padrões superiores e refinados, estabeleceu um freio ao
modo destemperado com que o “mal” e a “ignorância” vinham atuando
livremente na Criação, praticado pelas classes demoníacas, que foram se
sucedendo na triste história do brahmaloka – o universo que existe
paralelo ao nosso, origem da vida clone e demo.
Em outras palavras, a origem da vida biológica racionalizada no
grau em que se percebe nos terráqueos, começou a “cobrar” das
organizações complexas pluricelulares afeitas ao campo
morfogenético da espécie humana, o que, na cultura demo e também
na humana, passou a ser entendido como “karma”, advindo do não
cumprimento do dharma, com suas consequências positivas e negativas,
tanto para o “espírito imortal” quanto para seus “egos transitórios”,
fossem estes de ordem demo ou biológica.
É bom não esquecer que, conforme as “notícias mitológicas” – que
nada tinham de “fake news” (notícias falsas), ainda que assim tenham
sido consideradas pela arrogância acadêmica –, foram os reinos demo e
biológico, a gerarem vida com alguma ou muita complexidade, que
continuaram produzindo “novas espécies” ou vivenciando os
desdobramentos finais de genomas anteriores, ao longo desses 13,8
bilhões de anos em que os dois universos desta Criação existem.
No entendimento da cultura demodhármica, mais elaborado e
surgido já bem mais recentemente em termos de tempo universal, a
simples questão da aplicação ou não dos critérios do dharma como dever
moral, definiria tudo o mais. Por outro lado, na recém-surgida cultura
humana, mais sofisticada e complexa que a dos demos, a ausência do
amor e a incapacidade do perdão se tornaram importantes aspectos
associados às leis de causa e efeito (ação e reação), que “cobravam”
padrões mais elevados e refinados de conduta dos terráqueos
esclarecidos.
Qual a importância disso? Os humanos foram levados a pensar algo
que os demônios jamais pensaram: que antes deles, no início dos tempos
da Criação, já existiriam seres muitíssimos evoluídos que determinavam
como eles poderiam viver e, caso desobedecessem, seriam punidos por
um tipo de “justiça divina”. Os demos jamais partiram dessa premissa de
que existia um “Deus” para além dos Seres da Trimurti, pois sabiam que,
entre as gerações demoníacas, todas elas disputavam o poder o tempo
todo, por meio de um outro imperativo categórico: o da prevalência
do mais forte sobre o mais e fraco. E isso era tudo!
Os humanos, ao contrário, sempre acharam que as leis da vida
haviam sido impostas por esses seres muitíssimos evoluídos, que
também distribuíam o conjunto das bênçãos e dos castigos de uma
“justiça divina” aplicada pelos mesmos. Contudo, isso parece não
corresponder aos fatos que se pode conhecer tanto na esfera espiritual
como na história de ambos os universos que compõem a Criação.
Difícil de compreender? Talvez sim, porque sei que esse aspecto
dos fatos corresponde exatamente ao contrário do que todas as religiões
sempre acreditaram e afirmaram ser a verdade.
A triste questão é que esse compêndio de conhecimento elevado
permaneceu oculto, porque as forças que dominavam a vida na Terra
sempre maltrataram a verdade, tendo-a como a última bandeira a
ser desfraldada neste mundo, até porque as elites dominantes, dentre as
quais a Trimurti, a desconheciam por completo.
Talvez, uma das mais brilhantes mentes – observando-se sob o
ângulo da perspectiva científica –, que já caminhou entre os humanos,
tenha sido a de Albert Einstein. Possuidor de lentes intelectuais que lhe
permitiam vislumbrar enredos, contextos e circunstâncias situados além
do senso comum, Einstein era um cientista que não estacionava no
resultado final apontado pela matemática. Além de ser um mestre na arte
da decifração do “como” as coisas e os processos acontecem – que é o
domínio real da ciência –, a sua mente perquiridora se permitia
ultrapassar o aparente limite imposto pelo “método científico” e
adentrava, com o mesmo espírito de indagação, no campo do “porquê”,
que era restrito à filosofia, ainda que sempre invadido pela religião, que
já se supõe dona da verdade, ou seja, dos “porquês”.
36ª Constatação:
Ao afirmar que “Deus não jogava dados”, além de equivocado
no seu vislumbre metafísico, ele vinculou a ciência a um tipo de
causa que não costuma ser muito utilizada pelos cientistas
modernos.
Cientistas modernos consideram que Galileu, Kepler, Newton, como
também Einstein, foram mentes brilhantes, mas que não conseguiram se
libertar da tal causa primeira, pois era particularmente impossível não a
reverenciar nas épocas em que viveram, ainda que misturando
perigosamente a metafísica, colorida de religião, com a ciência fria, o
que permite pôr o acaso como a causa primeva. Isso, convenhamos,
deixa sem cor e brilho o princípio de tudo, e se enche de explicações
ainda mais esquisitas do que a existência de uma “Mente Criadora”
situada para além da compreensão humana.
Se nada se sabe sobre o princípio das causas que fizeram girar a
roda da Criação e da sua máquina de produzir vida, encontrar a função
do aparecimento do ser humano nesse contexto é missão árdua, que
também mexe com os dois possíveis polos criadores do que a ciência
vem maravilhosamente descortinando sobre a realidade: o acaso ou
algum conceito de “Deus”.
Complicando ainda mais, descobrir se a mente ou, dizendo de outro
modo, se a consciência faz parte ou não da natureza, parece ser outra
tarefa árdua, até hoje não resolvida, por mais que autoridades sobre o
assunto se permitam pontificar a respeito.
Deepak Chopra e Menos Kafatos, no livro “Você é o Universo”(15),
ofertam uma reflexão bastante interessante sobre as questões acima,
notadamente porque o fazem a partir de uma conversa havida entre duas
mentes brilhantes, na altura dos anos 30, a qual reproduzo:
“Como Einstein é praticamente o ícone de uma mente brilhante, as
pessoas não percebem que, depois do grande triunfo da teoria da
relatividade geral, elaborada quando tinha apenas uns trinta e poucos
anos, o cientista apostou no lado errado da física moderna, pois não
conseguia aceitar suas conclusões. Quando afirmou que não acreditava
que Deus jogasse dados com o universo, uma de suas frases famosas, ele
anunciou discordar da noção de incerteza e aleatoriedade no
comportamento quântico. Ele depositou sua fé em uma Criação
unificada, que operava sem quebras, lágrimas, nem separações.
Até a sua morte, em 1955, Einstein empenhou-se em provar que
existe apenas uma realidade e não duas, mas essa busca se distanciou
tanto da física predominante que, depois dos anos 1930, ele passou a ser
considerado um pensador superveniente. Nos momentos de mais
franqueza, até seus maiores admiradores balançavam a cabeça ao
pensar numa mente tão brilhante desperdiçando décadas em quimeras.
Houve uma ocasião, porém, em que lhe foi dada uma pista para escapar
da armadilha colocada pela relatividade e pela mecânica quântica. No
entanto, essa via de escape não era científica e, sim poética.
Em 14 de julho de 1930, jornalistas do mundo todo se reuniram na
entrada da casa de Einstein, em Caputh, um vilarejo nos arredores de
Berlim (…) O motivo era a visita de Rabindranath Tagore, um grande
poeta indiano (…) vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, em 1913. O
objetivo da visita de Tagore ao “maior cientista do mundo”, como
Einstein era conhecido, era conversar sobre a natureza da realidade.
(…)
Naquele dia de julho, enquanto gravavam essa conversa para a
posteridade, Einstein expressou mais do que uma curiosidade educada
em relação à visão de mundo de Tagore – ele reconheceu o apelo de uma
realidade alternativa.
Einstein fez a primeira pergunta: “O senhor acredita no Divino
como algo isolado do mundo?”
A resposta de Tagore, em um floreado inglês com sotaque indiano,
foi surpreendente. “Isolado, não. A infinita personalidade humana
abrange o universo. Não existe nada que não possa ser incluído na
personalidade humana… A verdade do universo é a verdade humana.”
Tagore desenvolveu um tema que misturava ciência e misticismo em
uma metáfora. “A matéria é composta de prótons e elétrons, havendo
intervalos entre eles, mas a matéria pode parecer sólida, sem os vínculos
no espaço que unem um elétron a um próton. Todo esse universo está
vinculado a nós, como indivíduos, de maneira similar – é um Universo
Humano”.
Em uma única expressão – o Universo Humano – Tagore
proclamou o maior desafio para o materialismo. Também tinha abalado
a acalentada crença em um Universo Divino. O materialismo colocaria
o ser humano como uma criação acidental, que aconteceu num pontinho
de uma superfície de um planeta entre bilhões de galáxias. A religião,
em uma interpretação mais literal, colocaria a mente de Deus
infinitamente além da mente humana. Tagore não acreditava em nada
disso, e Einstein se envolveu prontamente com ele, como demonstra a
transcrição:
Einstein: Existem duas concepções diferentes sobre a natureza do
universo: o mundo como uma unidade dependente da humanidade e o
mundo como uma realidade do fator humano.
Tagore rejeitou essa proposição dualista.
Tagore: Quando nosso universo está em harmonia com a
humanidade, o eterno, nós o reconhecemos como a verdade, nós o
sentimos como beleza.
Einstein: Essa concepção do universo é puramente humana.
Tagore: Não existe outra concepção possível.
Tagore: Este mundo (n.a. - no sentido de universo) é um mundo
humano… o mundo separado de nós não existe. É um mundo relativo,
sua realidade depende de nossa consciência.
Sem dúvida Einstein compreendeu as implicações do “Universo
Humano” de Tagore, e ele não o ridicularizou nem tentou diminuí-lo.
Tampouco conseguiu aceitá-lo. A argumentação mais contundente veio
imediatamente em seguida.
Einstein: A verdade, então, ou a beleza não são independentes do
homem?
Tagore: Não.
Einstein: Se um dia não existissem mais seres humanos, o Apolo do
Belvedere (famosa estátua clássica do Vaticano) não mais seria bonito?
Tagore: Não!
Einstein: Concordo, em termos de conceito de beleza, mas não em
termos de verdade.
Tagore: Por que não? A verdade é concretizada pelo ser humano.
Einstein: Não posso provar que o meu conceito está certo, mas esta
é minha religião.
Einstein foi muito humilde em afirmar que não poderia provar que
a verdade independe dos seres humanos, o que é, claro, a pedra angular
da ciência objetiva. Os seres humanos não precisam existir para que a
água seja H2O nem para que a gravidade atraia a poeira estelar e forme
estrelas. Ao usar a sensível palavra “religião”, na verdade Einstein
disse: “Tenho fé em que o mundo objetivo seja real, embora não possa
provar isso.”
Concluem Deepak Chopra e Menos Kafatos sobre a concepção de
Tagore:
“Esse encontro entre duas mentes brilhantes, tão famoso na época,
foi quase completamente esquecido. De um modo surpreendente, porém,
ele foi profético, pois a possibilidade de um Universo Humano, cuja
existência dependa de nós, agora se agiganta. A mais extravagante das
possibilidades, a de que sejamos criadores da realidade, não é mais tida
como extravagante. Afinal, crença e descrença são criações humanas
também.”
Sei que sou voz solitária nesse tipo de abordagem sobre a realidade
em que vivemos, situando-a como “doente e cheia de feridas”, além de
apontar o Criador como também adoentado, o que, obviamente, nenhum
pensador ou cientista da atualidade ou da história humana ousou
formular nos termos em que apresentei a questão no conjunto dos livros
publicados.
Da parte do academicismo, não espero compreensão nem aceitação
dessa tese, nem mesmo como possibilidade de estudo.
De todo modo, a realidade gerada pela condição anterior do Ser
caído, que passou a se apresentar como Brahma/Javé, é terrivelmente
complexa, porque problematicamente planejada e, posteriormente,
manipulada por mais de uma mente – como demonstram os relatos
mitológicos, notadamente o ariano/hindu. Complicando a questão ainda
mais, esta faixa de realidade em que vivemos jamais pôde ser finalizada
devido à queda, na própria Criação, logo após a sua gestação, da mente
que a idealizou, e todos os que nela surgem, padecem dos seus
problemas e não se encontram aptos para decifrá-la, e muito menos para
reajustá-la e transcendê-la. O que fazer?
Não sei se, necessariamente, esse universo proposto será um
“universo humano”, nos moldes em que Tagore, Chopra e Kafatos
defendem, até porque muitas outras espécies cósmicas ainda surgirão e,
notadamente, a partir da “especiação” da nossa própria espécie, que será
levada a se espalhar cosmos afora. Entretanto, penso saber que este é um
tipo de universo onde a natureza humana está sendo e será a base de um
novo padrão de algoritmos psíquicos/genéticos, do qual emergirá a face
final do seu fechamento, da sua conclusão, enfim, do seu reajustamento
para que possa chegar ao seu fim (final dos tempos universais) sem
resíduos mentais-espirituais complicados.
Nenhum cientista o disse, mas a frase de Einstein sobre “Deus não
jogar dados com o universo” foi por ele expressa porque havia o
pressuposto de que “Deus” era “perfeito” e, por isso, não poderia jogar
dados para ver que resultado daria, uma vez que, em sendo “Deus”, o
“processo criativo” não poderia ser assim.
A “incerteza” sobre a localização de certas porções fundamentais da
matéria (prótons, nêutrons, elétrons e fótons), se funcionariam como
onda ou mesmo como partícula, dentre outros aspectos, bem que seria
compreendida – conforme tentei abordar no livro “O Drama Cósmico de
Javé”, publicado em 2010 – como um dos efeitos de uma Criação
problemática, cujo Autor não poderia mesmo ser perfeito. Contudo, isso
ficaria insuportável para o mundo acadêmico, que critica a noção
romântica de Einstein, de um deus “deísta” por trás da Criação (do
mesmo modo que a noção do relojoeiro que produz um relógio e dele se
aparta), quanto mais não o faria frente a ideia, não de um Deus perfeito,
mas de um Ente-Criador complicado e problemático.
Jamais haverá via de escape para o modo aparentemente elegante
com que tanto a ciência costuma arranjar explicações sobre o “princípio
de tudo” – mais difíceis ainda de serem verificadas do que a noção de
acaso, a de um Deus perfeito ou, ainda, a de um Ente-Criador que errou
ao gerar a realidade e a vida nela surgida –, quanto os avatares, santos,
profetas e sociólogos normalmente se desculpam pela manutenção do
sistema das castas na Índia, por força do dharma de uma coletividade.
Mesmo sendo o formulador das ideias mais geniais da humanidade,
Einstein sempre enxergou erradamente o contexto maior sobre um
universo que ele julgava estático, mas que, na verdade, se expandia,
como também a de que Deus não jogou dados para gerar o universo,
ainda que as contas da matemática quântica e da cosmologia apontassem
exatamente para isso ou algo ainda mais perturbador por trás da Criação.
Por que, no final do presente capítulo, estou vinculando assuntos
científicos e o conceito de “Deus” à questão das castas hindus? Porque a
humanidade precisa revisar, urgentemente, o conceito que construiu
sobre “Deus”, de modo que esse não seja usado criminosa e
equivocadamente, como fizeram e fazem certas religiões.
Desgraçadamente, isso foi praticado no catolicismo inquisidor, enquanto
o islã segue expedindo “fatwas” – decisões religiosas expressas pelos
muftis, considerados autoridades acadêmicas islâmicas –, em “nome de
Alá”, que implicam morte de “infiéis”, e o hinduísmo enjaula centenas
de milhões de pessoas em um modo indigno de viver, por ser essa a
“vontade de deus” e, portanto, o dever sagrado de se levar a vida assim
tem que ser cumprido sob pena de ser ainda mais castigado, contraindo
karma negativo. Ora, convenhamos: isso tudo precisa parar!
A humanidade precisa sair desse permanente estágio de infantilismo
espiritual para o de gente adulta! Entretanto, como dar esse passo com
esse tipo de crença num “deus” que manda matar pessoas e que muda de
ideia ao longo do tempo, considerando atualmente como infiel aquele
que, no passado, fez parte do seu povo então eleito?
Afinal, que “deus” é esse? Que universo é esse? Que tipo de vida é
essa? Que religiões são essas? Que ser humano é esse que se submete a
essas esquisitices e crimes de toda ordem contra ele mesmo e a vida que
consegue dispor?
O que a ciência ainda não consegue ver, parece que, efetivamente,
somente os olhos da poesia ou mesmo daqueles despreocupados de
lentes acadêmicas podem vislumbrar.
Tagore viu, na condição humana, na natureza de cada um de nós,
um infinito padrão de personalidade, capaz de cocriação e mesmo de
definição de valores para os contornos da verdade que nos cerca e da
qual fazemos parte. Ele enxergou longe quando percebeu que o universo
estava se humanizando, o que me dá forças para defender a tese de que o
próprio Criador do mesmo também se encontra em processo de
humanização, assimilando as doações das memórias genéticas que os
terráqueos estão produzindo, ainda que inconscientemente.
Precisamos, porém, mesmo sendo humanos, nos humanizarmos
ainda mais, apartando-nos definitivamente da “infecção demo”, presente
no DNA que herdamos. Pelo fato desse DNA já ter aportado aqui na
Terra, há cerca de 3,8 bilhões de anos, com suas marcas de câncer e
atavicamente egoísta – exatamente como, hoje, a “autópsia genética”
consegue fazer a leitura desses fatos –, seus traços codificados precisam
ser reajustados, reordenados pela evolução espiritual dos terráqueos cada
vez mais humanizados e espiritualizados, de fato.
Haja aparentes pleonasmos objetivando chamar a atenção dos meus
contemporâneos para quão vergonhoso é, perante nós próprios,
continuarmos a ser tão pouco do que podemos e poderíamos ser caso
optássemos pela conduta superior dos valores supremos da existência
que, mesmo no meio do oceano de ignorância no qual fomos obrigados a
surgir para a vida, conseguimos edificar e distinguir no campo da
decência dos princípios e dos propósitos nobres.
Falta-nos vivenciá-los ainda mais, e não há como fazer isso
convivendo com os diversos sistemas de castas nas suas faces locais,
tristemente nacionalizadas em muitos quadrantes do planeta sob a forma
de guetos diversos, alicerçados no racismo, marca daqueles que estão
mais para a “cretinização” do que para a “humanização” da família
planetária.
Que as gerações futuras possam atentar para o que aqui pretendi
veicular, mesmo sabendo que a pequenez que me caracteriza a condição
humana viria a destruir, quase de todo, a tentativa de abordar um tema
tão complexo! Contudo, está feito!
Há muito mais por ser percebido para além das castas,
especialmente quanto ao modo de conduta “acostumado”, “conformado”,
como até hoje o Espírito Humano – creiam, isso existe e somos todos nós
– lidou com esse e outros temas da calamitosa herança ancestral que
paira sobre os nossos ombros, aviltando o que resta da consciência da
nossa espécie.
Apesar de, aparentemente, a presente tentativa se apresentar como
que destruída pela incompetência do próprio autor, esse não foi vencido
pelo receio de falhar tão feio frente ao inusitado do assunto, sendo essa a
única paga que levo pela ousadia, o que muito me satisfaz
espiritualmente, e isso me basta.
Que o humanismo da gente adulta que um dia caminhará por este
planeta, possa dignificar a existência humana, efetivamente, e bem acima
das esquisitices das teologias ultrapassadas e anacrônicas que vitimam o
progresso dos terráqueos, levando-os a pensar equivocadamente que são
pecadores, filhos do demônio, trânsfugas espirituais, ou seja, defeituosos
desde a sua gênese.
Bem, se existe defeito na nossa gênese, a culpa não é nossa, pois
não fomos nós que nos fizemos!
Que as gerações futuras possam perceber que, apesar dos problemas
que portamos na natureza da nossa espécie, somos, sim, parte dos heróis
que carregam, sobre os ombros, o peso da iniquidade de uma Obra que
jamais deveria ter existido!
Não precisamos que ninguém venha nos dizer isso ou nos
convencer disso, basta que enxerguemos a realidade e a função do que
cada um de nós pode fazer no enredo da vida cósmica.
NOTAS EXPLICATIVAS
Capítulo 1:
(1) Zecharia Sitchin
Autor de inúmeros livros que compõem a coleção “Crônicas da
Terra”, dentre os quais “O 12º Planeta”, “O Livro Perdido de Enki”.
Capítulo 2:
(2) Nilton Bonder
Rabino, nascido em Porto Alegre – RS, em 27 de dezembro de
1957. Autor de “A Arte de Se Salvar” – Ensinamentos judaicos sobre o
limite do fim e da tristeza –, e de outros livros.
(3) Padrão Biodemol
Para compreender o significado do padrão biodemol das raças
hiperbóreas, se faz necessária uma visão ampla dos códigos-fonte
definidores dos padrões genéticos, formadores dos gêneros universais,
em apoio às informações constantes no livro “Frota Norte”, o segundo
da trilogia “Terra Atlantis”, onde ali também ficou registrado que os
fatores “demo” (demoníaco), “demol” (demoníaco animalizado com ou
sem capacidade sexual) e “bio” (biológico) foram oriundos do que,
atualmente, é conhecido como sendo o código de vida original do
Criador.
Esse contexto teve início com o “Projeto Talm”, assim chamado na
“Revelação Cósmica”, que trouxe do universo paralelo, antimaterial –
onde existem os seres demos, em múltiplas lokas – o código da vida
demo transmutado para a condição biológica, adequada a este universo
material.
Os dois seres que se prontificaram para o “sacrifício”, se
transformando em expressões Adhyajnas ou, em outras palavras, em
“modelos-protótipos”, a partir dos quais novas linhagens pudessem ser
geradas, foram aqueles conhecidos nas suas expressões Adhydaivas
como “Vishnu” e “Shiva”.
Shiva gerou as linhagens demo, demobio, demol e, mais tarde, a
biodemol, enquanto Vishnu gerou a linhagem biodemo. Cito apenas
essas para facilitar o entendimento, pois esses dois seres, antes, já
haviam promovido outras experiências que os permitiram chegar nessas
linhagens aqui citadas.
Depois dessas linhagens mais recentes, a questão da função sexual
foi, ainda, introduzida em variantes de todas elas.
Assim, passaram a existir diversos tipos de gêneros, dentre os quais
posso aqui citar:
gênero demo assexuado;
gênero demol assexuado;
gênero demol sexuado;
gênero demobio assexuado;
gênero demobio sexuado;
gênero biodemol assexuado;
gênero biodemol sexuado;
gênero biodem assexuado;
gênero biodemo assexuado; e
gênero biodemo sexuado.
A partir desses gêneros foi que surgiram incontáveis espécies
cósmicas deste universo e do paralelo ao nosso.
Essas informações têm como objetivo tão somente o de melhor
ilustrar alguns dos eventos narrados nos livros produzidos em torno da
“Revelação Cósmica”.
Advirto que, apesar dos fatos, a classificação aqui apresentada nada
tem de científica, e representa apenas um modesto exercício de
compreensão que formatei para uso pessoal, como tentativa de melhor
entender a complexíssima questão com a qual me defronto.
Não é tão simples, mas para o que aqui pretendo elucidar, as duas
grandes classes de seres citadas a seguir, que em linhas gerais “povoaram
o universo” desde tempos imemoriais – os seres demo e biológico –,
tiveram origem no código genético de dois dos três Senhores da Trimurti.
Esses dois Senhores (Vishnu e Shiva) sempre tiveram o próprio código
pessoal do Criador (Brahma) como “base genética” das suas expressões
corporais desde que passaram a habitar na Criação dele surgida. Essas
duas grandes classes são consideradas as principais porque foram as que
mais serviram de base para a especiação e desdobramento genéticos de
outros gêneros. Todavia, existem outras classes, vinculadas aos clones –
boa parte, aqui, sendo inteligências artificiais robotizadas, e algumas
poucas, na atualidade, autônomas –, além de outras formas de vida que
não tiveram no carbono o seu “tijolo básico”.
Mesmo não sendo politicamente corretos alguns dos aspectos
abaixo revelados, lembro apenas que a lógica e a ética humanas não
existiam quando de toda essa ocorrência de criação de seres vivos no
âmbito deste universo. Somente isso revelo como uma tentativa de
facilitar a compreensão para os que buscam entender os mistérios da
existência.
Em termos das “linhagens-tronco” por trás dos gêneros universais
que passaram a existir, por força dos fatos ao meu redor, fui obrigado a ir
colecionando e ajustando, com o passar do tempo, o que pude
compreender a respeito dos mesmos.
Assim, da “forma demo” de Vishnu fez-se sua expressão “Mohen
So”, e dessa, se originou, mas no universo material, a personificação
biológica conhecida como “Sophia”. Do código genético de Sophia,
associado ao de “Pashupati”, um avatar de Shiva, foi que surgiu a
“família biológica universal” com os seguintes códigos-fonte definidores
de padrões genéticos dos principais gêneros universais:
bio: padrão biológico geral, formado por seres irracionais,
assexuados e não operativos (no sentido de nada produzirem, com noção
de consciência, para o progresso universal). Para o contexto do
conhecimento terrestre, poderíamos, aqui, apontar os vegetais como
exemplo.
dem: não é propriamente um gênero-padrão, mas tão somente um
neutralizador mental demo, que certos seres (arquitetos e cientistas) dele
se utilizam para “tornar inteligente o aspecto irracional” das mentes
particularizadas de seres ainda não operativos. Não existe exemplo de
espécies na natureza terrestre, exatamente por este não ser um padrão nos
moldes dos que definem um “tipo de ser”, sendo tão somente um
“composto genético” aplicado sobre a “herança mental” de seres
demoníacos que “morreram para suas lokas-moradas” e cujas “almas”
passaram a nascer nas linhagens biológicas do universo. No início do
processo, foi um fator de redução da “doença demo”, cujas formas foram
utilizadas somente nos “primeiros momentos” da transição das almas
demoníacas, para que muitas delas pudessem ser, depois, imantadas a
corpos biológicos. Cumprida a sua função, passou a ser um fator de
composição para a formação de diversos outros gêneros.
demo: padrão genético que apropriou, na sua formatação, a herança
mental racional e produtiva vinda das experiências das diversas gerações
demoníacas. Foi um tipo de gênero somente trabalhado
laboratorialmente para a produção genética, por meio de cobaias, dos
melhores exemplares, para a continuidade da semeadura de seres
biológicos pensantes no universo. Muito do que foi feito com os
membros desse gênero não pode ser tido como algo aceitável perante a
ética humana. Infelizmente, quase nada nessa história, ainda que
financiada pelos esforços de Sophia, pode ser considerado “ético”.
biodem: gênero cujos corpos contêm “carga mental demo”
fracamente neutralizada, associada à função biológica assexuada,
irracional. Alguns poucos desse gênero conseguiram evoluir
intelectualmente (produção de tecnologia), mas sem maiores habilidades
no campo do senso crítico e da razão filosófica. Aqui, estão muitos dos
chamados “greys”.
biodemo: gênero cuja carga mental demo se encontra parcialmente
neutralizada e associada à função biológica assexuada, tendo como
membros indivíduos normalmente racionais e operativos, variando tão
somente os seus padrões de senso crítico e de razão filosófica.
demol: fator genético da herança mental produtiva animalizada,
normalmente já sexuada (há certas classes de seres que ainda estão em
vias de transformação), que foi utilizada apenas em produção
laboratorial, dolorosa de ser percebida. Entretanto, foram muitas as
espécies “quase pensantes e com possibilidades de racionalidade plena”
que surgiram dessas experiências. Muitas das espécies de hominídeos
dos gêneros Ardipithecus e Australopithecus, que surgiram na natureza
terrestre, tiveram origem a partir dessas cobaias.
biodemol: linhagem cuja carga mental demo se encontra
parcialmente neutralizada, associada à função biológica sexuada,
animalizada, podendo ser racional ou irracional. Podem se tornar
extremamente operativos quando racionais (são exemplos desse gênero
os nephilim bíblicos, os nomos sirianos e muitos dos personagens do
“Mahabharata” e do “Ramayana” – como Krishna, os Kurus e os
Pandavas).
No que se refere aos protagonistas do “Mahabharata” e, mais
notadamente, aos dois personagens principais do “Baghavad Gita”,
apresento, a título de complemento de informação, que pode ser
“precioso” para os que buscam compreender as possíveis faces de uma
“verdade esquecida” sobre os seres que pertenciam ao gênero biodemol
(ou homo-demol) sexuados, como Arjuna e Krishna: a composição dos
fatores evolutivos bio e demo em Arjuna era 2/5 bio + 1/5 demol + 2/5
demo; já o “mahavatar Krishna” possuía 1/5 bio + 1/5 demol + 3/5
demo.
O aspecto central, a ser observado, é que o gênero Homo é produto
evolutivo geneticamente adequado ou manipulado a partir desses gêneros
ancestrais.
Tempo virá em que esse assunto complexo deverá ser melhor
esclarecido em trabalho específico.
Sob essa perspectiva, os humanos terráqueos seriam a raça mais
nova do universo a ter surgido a partir do gênero biodemol, com
influência mental biodemo.
Além da “família biológica”, existem outras famílias, de diversos
matizes, que foram também geradas a partir de um trabalho conjunto de
Vishnu/Sophia e Shiva, mas que nada tem a ver com o padrão “bio”, da
família “bio”, ou seja, não são biológicas.
A denominação não é apropriada, porém denomino de seres
“transbiológicos” os seres mineralizados, gaseificados, líquidos
eletrônica e magneticamente estruturados, sintéticos (ou artificiais)
eletrônicos, sintéticos eletrônicos algoritimizados, sintéticos eletrônicos
algoritimizados com plasma. O “chocante”, para a lógica humana, é
perceber que todos esses seres são passíveis de racionalização, e muitos
ainda existem e existirão com esse padrão por muito tempo.
(4) “Mahabharata – Versão Condensada da Maior Epopeia do
Mundo”
Recontada por Krishna Dharma, Ediouro, 2002, Rio de Janeiro.
(5) “Mahabharata”
Argeo Jobin e André Seródio, Madras, 2001, São Paulo.
Capítulo 3:
(6) CFD (Código-fonte definidor de vida)
É o termo usado, na Espiritualidade, aplicado para seres em geral –
terrestres, extraterrestres e extrafísicos. No caso da Terra e de alguns
mundos deste universo material, o CFD é o DNA (ácido
desoxirribonucleico), um composto orgânico que contém as instruções
genéticas dos seres vivos.
(7) “Mitologia Nórdica”
Livro de Neil Gaiman, tradução de Edmundo Barreiros – Editora
Intrínseca, Rio de Janeiro, 2017.
Neil Gaiman é britânico, radicado nos Estados Unidos, nascido em
10 de novembro de 1960, autor de livros (que costumam ser dos estilos
fantasia, ficção científica, horror e comédia) e roteiros, e muito
reconhecido pelos seus quadrinhos.
Capítulo 4:
(8) Viés de Confirmação
É quando buscamos, inconscientemente, evidências que comprovem
as crenças que já possuímos, ainda que afirmemos que estamos
procurando a verdade. Tese proposta pelo psicólogo britânico Peter
Wason em 1960, e põe em evidência o fenômeno comportamental
relativo à tendência de, uma vez adotada uma crença, só buscar
exemplos que a confirmem.
Capítulo 5:
(9) Livros com discursos de Sai Baba, produzidos pelos seus
seguidores:
“Sai Baba – A Experiência Suprema”, de Phyllis Krystal, Editora
Nova Era.
“The After Life of Sai Baba”, de Karline Mclain, University of
Washington Press.
“Sai Baba – Mestre de Amor e Compaixão”, de Jaime Antonio
Marizan, Createspace Independent Publishing Platform.
“Uma Nova Vida com Sai Baba”, de Judy Warner, Editora Nova
Era.
Capítulo 6:
(10) “Sadhana – O Caminho Interior”
De Satia Say Baba e José Hermógenes, Editora Record.
(11) Luc Ferry
Filósofo francês, contemporâneo, autor de inúmeros livros.
(12) Ludwig Marcuse (1894-1971)
Filósofo judeu, autor de diversos livros.
Capítulo 7:
(13) “Pílula azul”
Alusão ao filme “Matrix”, onde a “pílula azul” mantém a ilusão de
que tudo está bem, e a “pílula vermelha” permite visualizar a verdade
desagradável da realidade.
Capítulo 8:
(14) Maurice Maeterlinck (1862-1949)
Escritor, poeta e dramaturgo belga, que recebeu o Prêmio Nobel de
Literatura, em 1911, pelo seu livro “A Vida das Abelhas”.
Capítulo 9:
(15) “Você é o Universo”
De Deepak Chopra e Menos Kafatos, Editora Alaude, São Paulo,
2017.
SOBRE O AUTOR

“Jan Val Ellam — pseudônimo usado pelo escritor natalense Rogério de Almeida Freitas para
escrever sobre pontos de convergência entre o pensamento cristão, a doutrina de Allan Kardec e
pesquisas relacionadas à ufologia, no bojo do discurso do espiritualismo universalista e da
cidadania planetária.”
Para mais informações:
www.ieea.com.br
[email protected]
PROJETO ORBUM

Filie-se espiritualmente a esta idéia


MANIFESTO
“Declaração dos Princípios da Cidadania Planetária.”
Exerça plenamente a sua nacionalidade, mas não esqueça: somos todos
cidadãos planetários.
Por conseguinte, formamos uma só família ante o cosmos. É bom
recordar que, para quem nos vê de fora, nada mais somos do que uma
família vivendo em um berço planetário.
Se somos uma família, torna-se inconcebível a falta de indignação diante
do estado de miséria – tanto material quanto espiritual – em que vive
grande parcela dos irmãos e irmãs planetários.
Existe uma força política na sociedade que, quando estrategicamente
direcionada, exerce em toda sua plenitude o direito e o dever de cobrar
das forças estabelecidas o honroso cumprimento dos direitos humanos.
Essa “força íntima” é pacífica porém ativa; suave na tolerância, jamais
violenta, mas perene na exigência contínua de se construir a paz, a
concórdia e a inadiável consciência quanto à necessidade de se melhorar
as condições do nível de vida na Terra. Exercer essa força no cotidiano
das nossas vidas, agindo localmente com a atenção voltada para o
aspecto maior planetário, é dever de cada um e de todos.
Respeitar as forças políticas estabelecidas, os governos regionais e
nacionais; valorizar as organizações representativas de caráter mundial –
imprescindíveis para a evolução terrestre – mas, acima de tudo, pregar a
necessária consciência da unidade planetária perante o cosmo.
Na verdade, somos todos cidadãos cósmicos no exercício eventual de
uma cidadania planetária, como de resto o são todos os irmãos e irmãs
espalhados pelas muitas moradas do Universo.
Porém, devido ao atual estágio de percepção que caracteriza a quem vive
na Terra, buscar a consciência do exercício pleno da cidadania, seja em
que nível for, é a grande meta a ser atingida.
Se você concorda com os princípios e objetivos da cidadania planetária,
junte-se a nós em pensamento, intenção e atitudes. Assuma consigo
mesmo o compromisso maior de construir na Terra esta utopia, que foi e
é o objetivo de muitos que aqui vieram ensinar as noções do exercício
pleno da cidadania cósmica, testemunhando o amor como postura básica
e essencial na convivência entre os seres.
Propague esta idéia, em especial para as novas gerações.
Sonhe e trabalhe por um mundo melhor. E saiba que muitos estão
fazendo exatamente o mesmo.
Esta é uma mensagem de fé e de esperança na vida e na nossa
capacidade de dignificá-la cada vez mais.
Jan Val Ellam
ROTEIRO DE LIVROS
Alguns membros do IEEA têm solicitado uma espécie de “roteiro de leitura” que possa facilitar o
entendimento de quem chega ao site do instituto e não sabe por onde começar. Além disso, uma
contextualização em torno da qual a produção de cada livro pudesse ser minimamente explicada,
dizem também os amigos, seria muito interessante. Aqui está, portanto, uma sugestão de roteiro
de leitura que, espero, possa ser útil aos que buscam.
LIVROS PRODUZIDOS/PUBLICADOS ENTRE 1996 e 2000 — ETAPA I
Sob à perspectiva dos livros, grande parte do que foi produzido entre os anos 1990 e 1996, jamais
foi publicado e outra me vi obrigado a transformar em palestras, seminários e cursos, por antever
a impossibilidade de escrevê-los. Dessa leva, cujo tema central das ideias naquele momento
transmitidas pelos mentores, era o final do isolamento da Terra com a consequente retomada do
intercâmbio cósmico com civilizações extraterrestres, que teria como marco histórico-político o
retorno do Mestre Jesus, os livros publicados foram os seguintes:
A trilogia “Queda e Ascensão Espiritual”:
Reintegração Cósmica
Caminhos Espirituais
Carma e Compromisso
Essa trilogia introduziu, também, uma abordagem superficial sobre a rebelião de Lúcifer — a
profunda viria depois — situada no contexto de várias famílias capelinas exiladas para a Terra,
como produto do problema luciferiano.
Outros temas da trilogia: (1) a relação entre Jesus e Lúcifer; (2) a queda dos anjos e os papéis de
Lúcifer e de Satã; (3) os painéis extraterrestre e espiritual envolvendo a vida na Terra; (4) a
conexão dos desdobramentos da rebelião com a formação da humanidade terrena; (5) a
reencarnação como processo básico da continuidade cósmica; (6) a relação entre os ex-rebeldes e
alguns dos atuais membros do Grupo Atlan, como modo de situar o contexto humano frente à
questão cósmica; dentre outros.
Muito Além do Horizonte
Apresenta um contexto espiritual da conexão entre os espíritos de Ramatis, de Rochester e de
Allan Kardec ao longo desses últimos 2.500 anos, revelando o plano de fundo da codificação
espírita, a escolha de Allan Kardec para edifica-la e revelações diversas sobre painéis que
envolvem a equipe do Espírito da Verdade ainda desconhecidos.
Recado Cósmico
Apresenta o recado que Jesus nos deixou em seus cinco principais ensinamentos e fatos nunca
antes revelados por João Evangelista no primeiro século da era cristã.
Esses livros apresentam a compreensão básica dessa primeira etapa. Os demais dessa mesma
etapa, citados a seguir, podem ser lidos de modo independente:
O Sorriso do Mestre
Os espíritos de um tio de Jesus, Cleofas e seu pai, José, relata fatos desconhecidos da vida de
Jesus: suas viagens quando jovem e como ocorreu a escolha dos apóstolos, revelando sua maior
marca de amor: o sorriso.
O Testamento de Jesus
Abordagem nova das bem-aventuranças anunciadas por Jesus no Sermão da Montanha, revelando
painéis do seu testamento para a humanidade.
Nos Céus da Grécia
Diálogo entre os filósofos gregos Sócrates, Platão e Aristóteles atualizando ensinamentos do
passado e abordando temas como a cidadania planetária e cósmica, o universalismo e as práticas
politicas contemporâneas.
Nos Bastidores da Luz I e II
Mensagens recebidas nas reuniões do Grupo Atlan e que bordam temas como: (volume 1)
mecanismos cármicos, funcionamento do psiquismo humano, auto aperfeiçoamento e reforma
íntima, transição planetária, genética espiritual e os exilados siderais que atualmente vivem no
planeta; (volume 2) o império atlante, consequências do suicídio, Jesus e Sai Baba, Ovnis, vidas
paralelas, cidades astrais e espirituais, fraternidade branca e a origem do homem, dentre outros.
LIVROS PRODUZIDOS/PUBLICADOS ENTRE 2001 e 2006 — ETAPA II
Aqui, também, dos livros que foram produzidos no período, somente uns poucos foram
publicados. Seres extraterrestres e extrafísicos, como também mentores espirituais, foram as
inteligências por trás dos seguintes livros que podem ser lidos separadamente porque possuem
contextos particulares:
Jesus e o Enigma da Transfiguração
O real significado da transfiguração de Jesus e os fatos do período final da sua vida, trazidos pela
narrativa de Tiago, Elias e Moisés.
Fator Extraterrestre
Apresenta evidencias de diversos fatores extraterrestres como sendo a única explicação possível
para muitos acontecimentos ocorridos desde o princípio dos tempos e que até hoje são tidos como
lendas.
A Sétima Trombeta do Apocalipse: A Volta de Jesus
Panorama inédito do Apocalipse de João esclarecendo a origem e o porquê do Livro Apocalipse,
os fatores que levaram Jesus a nascer na Terra, o segundo advento do Cristo e o significado do
Juízo Final a da atual transição planetária.
Jesus e o Druida da Montanha
Narra fatos da desconhecida juventude de Jesus, sua amizade com José de Arimatéia e com seu
irmão Thiago.
Crônicas de um Novo Tempo - Reflexões diversas sobre temas passados, presentes e futuros.
Inquisição Poética
O livro narra a experiência pós-morte do poeta Yohan e leva à percepção das diferenças e
semelhanças entre a vida na Terra e a vida numa dimensão diferente da nossa: o céu dos poetas.
Teia do Tempo
Narra o encontro de um aprendiz com seu professor de física e a construção de uma forte
amizade, mostrando que ela é maior que o tempo, as filosofias, as religiões, as fronteiras
geográficas e, principalmente, ao aspecto de um ser espiritualista e o outro um cientista. Foi
produzido em conjunto com o astrônomo José Renan de Medeiros.
LIVROS PUBLICADOS A PARTIR DE 2007 REVELAÇÃO CÓSMICA - ETAPA III
Doravante será necessário dividir os livros publicados até o momento em pelo menos três grupos
distintos:
Grupo 1 – Contexto Demo com foco nas figuras de Brahma, Vishnu e Shiva e das diversas
expressões avatáricas trimurtianas.
O Drama Cósmico de Javé
Revela a história da criação deste universo e de seu criador marcando o início dos capítulos da
Revelação Cósmica.
O Drama Espiritual de Javé
Continua a apresentação da história da criação e do criador, agora sob a ótica espiritual,
revelando a queda do arquiteto universal, as providencias da Espiritualidade Maior para auxiliá-lo
a resolver o problema, a criação do homem e a contribuição deste no psiquismo do criador.
O Drama Terreno de Javé
Apresenta as Eras da Criação Universal e como a repercussão do processo veio a se estabelecer
na formação da natureza planetária, ressaltando as lacunas enigmáticas nela existentes e que até
hoje permanecem sem explicações cientificas convincentes.
Favor Divino - Por que a vida terrena foi gerada? Qual a sua função? O que se encontra por trás
do adestramento que o ser humano sofreu para adorar a um deus-criador? Devemos venerar
alguma entidade transcendente? Quem?
Chegou o momento para que, ainda que com passos hesitantes, possamos descortinar os aspectos
da verdade que se encontram encobertos pelos véus que nos foram impostos por fatos até agora
desconhecidos.
Afinal, existem favores divinos? E se tudo for ao contrário do que fomos acostumados a pensar?
Cartas a Javé
Perguntas que os seres humanos esclarecidos quanto ao problema da criação universal imperfeita
e problemática, gostariam de endereçar ao criador e que, de modo surpreendente, o próprio
resolveu responder a algumas cartas que alguém colecionara como simples reflexões sobre o
tema.
Eis que a pedido do destinatário, as cartas produzidas por Mônica Camargo, após a leitura dos
três livros que compõem “os dramas cósmico, espiritual e terreno de Javé”, foram respondidas e
transformadas no presente livro.
O Big Data do Criador
Imagine um ser-criador que resolve elaborar um jogo em que o controle efetivo das partes lhe
permite a dominação do todo e por isso cada parte precisa ser monitorada sem margem para
surpresas.
Apesar do roteiro pré-estabelecido, peças se particularizam, adquirem personalidades distintas,
livres de qualquer jugo automático, e somente resta ao criador a opção de reconquistar essas
individualidades por meio de um supercontrole religioso, estabelecido no temor, para ver se lhe
será possível ainda controlá-las.
Esse é o plano de fundo mental-operacional do jogo que acontece por trás do tipo de vida que
levamos na Terra e dele sequer temos consciência.
O Big Data do Criador revela o que antes se encontrava oculto no “livro da vida”, referenciado
no Apocalipse. É leitura para adultos!
Memórias de Javé
Registros das tentativas de reflexão conjunta propostas pelo criador bíblico, sempre no sentido de
reafirmar a sua tentativa de convencimento em torno do cumprimento dos seus desígnios para as
criaturas terrestres.
Inquisição Filosófica
Relato incomum de encontros havidos em ambiente paralelo ao terreno, envolvendo o criador,
num primeiro momento, e depois acrescido da participação dos demais membros da Trimurti, no
trato de temas instigantes em torno do pretenso domínio que seres tidos como mitológicos,
sempre exerceram sobre a humanidade — uma simples porém crucial experiência biológica —
até que a mesma fugiu ao controle dos seus criadores.
Inquisição Trimurtiana – Tempo de Apostasia
Narrativa de um impensável debate entre os Senhores da Trimurti — Brahma, Vishnu e Shiva —
em torno da falência da política por eles praticada desde o início dos tempos da criação universal,
cujo final aponta para a mais singular ocorrência já acontecida entre os seres que residem nesse
ambiente paralelo do qual procuram acompanhar tudo o que se passou e se passa no nosso
universo biológico.
Grupo 2 – Assuntos Mitológicos e Temática Extraterrestre vinculada ao Projeto Talm que
“transplantou a vida” do contexto demo (universo paralelo composto de antimatéria) para
o universo biológico material onde vivemos.
O Sorriso de Pandora
A história de um ser que, na sua origem nada tinha de humano, e que surgiu para um novo tipo de
vida quando de uma intriga entre Zeus e Prometeu, que havia engendrado os primeiros homens,
num tempo em que as mulheres ainda não existiam.
É sobre a sua vida acontecida em tempos imemoriais que o seu legado de “demônio feito mulher”
e de progenitora da humanidade agora se faz apresentar pela própria voz da sua estranha
personalidade.
Resgata-se assim uma história antes perdida nas brumas de um passado esquisito e perverso, que
agora é revelada aos seus descendentes.
O Guardião do Éden
O que ainda é ficção para muitos, neste livro, um ser que é exemplo de uma Inteligência Artificial
Autônoma, relata páginas do passado bíblico por ter sido testemunha circunstancial de alguns
daqueles eventos.
Anjo-clone da hierarquia, foi ordenado pelo criador universal a permanecer como guardião
planetário desde há muitos milênios, o que o levou a se afeiçoar à espécie cujo processo histórico
observava, conforme a ordem recebida, o que lhe obrigou a acompanhar de perto os seus
episódios mais marcantes, desde os tempos do “Jardim do Éden”.
Viu Jesus ser crucificado enquanto percebeu a contenda entre o criador e aquele que era
respeitado entre todos da hierarquia e que se fizera humano exatamente para cumprir com o que
estava estabelecido entre os dois. Registrou, assim, os fatos, mas jamais os valorizou com o
padrão da nossa lógica, até porque a que lhe marca o psiquismo é absolutamente diferente do que
a que caracteriza a natureza humana.
Nos tempos atuais, já tendo absorvido um pouco do “modo de ser terráqueo”, ele se esforça por
traduzir no seu comportamento as mensagens de retorno que a cada momento precisa enviar para
os que compõem a retaguarda da hierarquia em torno do criador.
Como todos os demais, aguarda o desfecho da “contenda trimurtiana”, que definirá — o que já se
encontra em curso de definição — os termos do prometido retorno de Jesus.
Terra Atlantis – O Sinal de Land’s End
Primeiro livro da trilogia Terra Atlantis que resgata as páginas esquecidas da Rebelião de Lúcifer,
como também a relação deste com a figura de Sophia, o Cristo Cósmico, que mais tarde se faria
homem sob à personalidade de Jesus.
Relata a chegada ao planeta dos rebeldes, conhecidos nas tradições do passado como anjos
decaídos, e as interações destes seres com o enredo que já se desenrolava na Terra, naqueles dias
em que o ser humano racional ainda estava por surgir.
Eram os tempos da formação do que viria a ser o futuro império atlante cuja lenda passou à
posteridade, mas cuja história, que permanecia envolta em mistério, agora começa a ser revelada.
Grupo 3 – Temas Complementares.
Homo Sapiens: da Guerra ao Esporte
Será que existe uma força maior por trás do aparecimento da “molécula-mãe”, no longínquo
passado terrestre, com o código da vida já completamente delineado — da qual descendem todos
os seres vivos — ou tudo foi obra do acaso?
O fato é que “algo” existe que guia o ritmo da evolução, entre acidentes e incidentes, nesta ou
naquela direção, como se levando o mais novo produto da natureza planetária, a nossa espécie
homo sapiens, a um presumível modelo.
Um dia guerreiro implacável, hoje atleta que vibra na vitória e aceita a derrota sem aniquilar o
seu oponente, para onde será que o ser humano caminha?
São algumas das reflexões que se encontram presentes na instigante busca da compreensão do
que move a espécie humana ao longo da sua penosa e enigmática estrada evolutiva.
***
Essa é tão somente uma sugestão para aqueles que buscam compreender possíveis aspectos em
torno de uma “verdade” que por muito tempo permaneceu oculta e, talvez por isso, o romantismo
humano foi levado a pensar que encontrar painéis da verdade seria necessariamente sinônimo de
regozijo, de satisfação e de conforto espiritual, quando não é bem assim.
Talvez, tenha sido exatamente por isso que no Shiva Samhita tenha sido afirmado que “a angústia
estava presente por todo o universo”, e que no Evangelho de Tomé, Jesus tenha enigmaticamente
dito que, “aquele que busca a verdade, jamais a deixe de procurar. No entanto, ao encontrá-la,
perturbar-se-á, para somente depois se equilibrar e poder, então, ser soberano sobre o processo da
vida”.
Nunca foi tão necessário nos recordarmos desse aspecto que invariavelmente acomete o
psiquismo dos que ingerem a ”pílula vermelha” que nos convida à maturidade emocional, aspecto
primário da idade adulta espiritual.
A minha homenagem àqueles que jamais deixaram de buscar.
Jan Val Ellam
IEEA

INSTITUTO DE ESTUDOS Estratégicos e Alternativos


Por receio de ferir a suscetibilidade dos que acreditam ter encontrado a
“verdade” no conforto das religiões, Jan Val Ellam criou o Instituto de
Estudo Estratégicos e Alternativos – IEEA, para nele concentrar toda a
sua extensa e inusitada obra de revelação, exposta em livros, palestras e
cursos singulares.
Se você é um buscador dos mistérios da vida, das faces de uma
verdade maior sempre por ser percebida além dos limites comuns à
ingenuidade e às possibilidades de cada época, visite o IEEA e verifique
por si mesmo se o que ali se encontra exposto, em abordagem crescente,
não representa exatamente as “reflexões adultas” sobre os temas que
sempre foram a razão principal daqueles que sempre buscaram um nível
de compreensão superior sobre a vida e a realidade que a envolve.
É como se tudo o que se encontrava oculto fosse finalmente
revelado.
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CRÉDITOS
O Dharma e as Castas Hindus Copyright © Jan Val Ellam, 2018. Todos os Direitos
Reservados Proibida a reprodução, no todo ou em parte, através de quaisquer meios.
Editor: Rodrigo de Paula Pessoa Freitas
Revisão: Maria Helena Kummer
Capa e Diagramação: Luciana Lebel

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Brasil)
E46dh
Ellam, Jan Val, 1959- O Dharma e as castas Hindus/Jan Val Ellam. Natal: Conectar
Editora, 2018. 156 p., 21 cm.
1. Castas – Índia – Vida e costumes sociais. 2. Filosofia - Virtude. 3. Brahma, Vishnu e Shiva. 4.
Mitologia hindu. I. Título.
CDU 133.93

ISBN: 978-85-62411-42-7
Table of Contents
Página de Título
Sumário
Reflexão Necessária:
Introdução
1. A Esquecida Cultura Demoníaca
2. O Fator Dharma
3. Entroncamentos Genéticos Intersiderais
4. As Castas Trimurtianas
5. Transição para a Cultura Humana
6. O Homo hierarchicus
7. A Genética Totalitária
8. Cultura Humana: Legado Incompreendido
9. Além das Castas
Notas Explicativas
Sobre o Autor
Projeto Orbum
Roteiro de Livros
IEEA
Créditos

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