Terra Atlantis - A Era Sapiens - Livro 2
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Terra Atlantis - A Era Sapiens - Livro 2
28-01-2020
JAN VAL ELLAM
TERRA ATLANTIS
A Frota Norte
Índice
Prefácio .............................................................................................................................................................. 1
Esclarecimentos ................................................................................................................................................. 1
Capítulo 1....................................................................................................................................................... 1
Palco de Disputas....................................................................................................................................... 1
Capítulo 2..................................................................................................................................................... 15
Forças Presentes ...................................................................................................................................... 15
Capítulo 3..................................................................................................................................................... 27
Distanciamento de Lúcifer ....................................................................................................................... 27
Capítulo 4..................................................................................................................................................... 37
Sombras do Passado ................................................................................................................................ 37
Capítulo 5..................................................................................................................................................... 49
Consciência do Fim .................................................................................................................................. 49
Capítulo 6..................................................................................................................................................... 63
Isolamentos Impensáveis ........................................................................................................................ 63
Capítulo 7..................................................................................................................................................... 73
Sucateamento e Progresso ...................................................................................................................... 73
Capítulo 8..................................................................................................................................................... 87
Cidades Voadoras .................................................................................................................................... 87
Capítulo 9..................................................................................................................................................... 99
Desaparecem os Biodemos Originais ...................................................................................................... 99
Capítulo 10................................................................................................................................................. 113
Sonhos Hiperbóreos .............................................................................................................................. 113
Capítulo 11................................................................................................................................................. 123
Império dos Descendentes dos “Seres dos Portais”.............................................................................. 123
Cronologia de Eventos ....................................................................................................................................... 1
Sobre o Autor .................................................................................................................................................... 1
Roteiro de Leitura dos Livros ............................................................................................................................. 1
Projeto Orbum ................................................................................................................................................... 1
IEEA .................................................................................................................................................................... 1
Prefácio
Jamais imaginei o que estava por vir!
Ali, sem que fosse percebido pelas pessoas à volta — pelo menos é o que imagino
até o momento em que escrevo estas linhas — um simples aceno, seguido de um
inclinar de cabeça de um estranho ser que pilotava um artefato voador singular e de
pequena dimensão, descortinaria todo um mistério sobre um passado perdido nas
brumas do tempo. Contudo, as notícias que daquela fonte surgiram, explicavam o
porquê daquele momento presente e me permitia vislumbrar o futuro, tudo produzido
por um lento despertar que se processava através do acompanhamento de um filme
colorido com comentários elucidativos que, em intervalos irregulares de tempo, era
processado na minha mente como se coordenado por uma força alheia à minha
própria vontade.
Por isso, desde já, apresento as minhas desculpas pelos erros e omissões que
infelizmente devo ter cometido ao longo destas páginas, mas não me restou outra
opção a não ser a tentativa de deixar registado o que poderá explicar todo um pano
de fundo histórico até hoje incompreendido em relação a alguns contextos e painéis
da epopeia da espécie humana neste mundo.
Cerca de 13 anos se passaram e muita coisa aconteceu que me permite hoje ter
acesso mais aprofundado a certas questões. Contudo, não quero comprometer a
“pureza” do que foi registado naqueles dias, pelo que mantive a escrita original da
narrativa e tão somente acrescentei comentários elucidativos sempre que julguei
oportuno.
A história que aqui será narrada não acabou e não tenho ideia de como os seus
desdobramentos serão conduzidos após a reintegração da Terra ao convívio com o
circuito de intercâmbio cósmico no qual o nosso planeta se encontra há muito
inserido.
Da minha parte, na altura dos registos iniciais desta narrativa, sentia-me como
se retomando o curso dos factos expostos no livro “Carma e Compromisso”, relativos
a diversas “famílias cósmicas” que, devido aos desdobramentos da rebelião de Lúcifer,
viram-se obrigadas a aportar no planeta Terra. E aqui as suas consciências pessoais
permaneceram e ainda se encontram até estes tempos atuais só que, agora,
investidos da natureza humana.
Os poucos que permanecem, mas ainda ostentando a condição original com que
aqui chegaram, são exatamente alguns dos personagens das páginas deste livro que,
no passado, optaram por participar de uma operação “camuflagem” com o objetivo
de salvar, de preservar algo do que originalmente aqui chegou como sendo o quartel-
general da rebelião e do seu confuso legado que, finalmente, começa a ser exposto
aos que herdaram o problema, ainda que de nada disso saibam — pelo menos, por
um pouco mais.
Palco de Disputas
Observando a cultura terrestre e os seus mais variados aspetos, em relação aos
quais já me considero bem afeito, pois há milénios que a observo, terminei por
assimilar boa parte do seu conjunto de valores.
Afinal, desde o tempo do seu nascedouro aqui estive e a vi, primeiro sob uma
forma modesta, em ritmo de evolução, cujo padrão era aparentemente muito lento, o
que não apontava qualquer prenúncio de que, no futuro distante, aquela espécie iria
“dominar a cena”, como veio a fazer. Assim foi durante, aproximadamente, 150 mil
anos.
Ressalte-se, por necessário, que ninguém, dentre os seres de fora que na época
se encontravam na Terra — como era o nosso caso — poderia vislumbrar que alguma
daquelas espécies iria transcender a sua condição animal e apresentar padrões de
racionalidade; apenas umas poucas dentre elas vieram a fazê-lo, sendo a Homo Sapiens
a única a sobreviver àqueles dias.
Mais tarde, em momento que não pudemos precisar, pois não acompanhávamos
o processo em torno daquelas espécies humanoides, numa etapa da evolução “que não
foi tão natural assim”, um surto inteligente e libertário a dominou a tal ponto que,
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
nenhuma das forças de fora, que aqui estavam, conseguiu fazer valer o seu domínio
sobre os terráqueos de então.
Começou ali, por volta de 50 mil anos atrás, o mais estranho dos processos, que
levou ao inesperado resultado final, no qual, o domínio do planeta ficou ao encargo
dos terráqueos. Por esse tempo, notámos a existência de alguns poucos núcleos
humanos que apresentavam racionalidade, coisa que, para nós, era impossível.
Na época, não tínhamos ciência do que estava a acontecer, mas depois tomámos
conhecimento que, tanto os “viajores” — (NAT – os Nephilim bíblicos) — como os
“seres dos portais”, estavam a promover manipulações em alguns núcleos de
determinadas espécies terráqueas, apesar de não vislumbrarmos o porquê daqueles
procedimentos.
Até este momento, no qual repasso para a minha “contraparte terráquea” estas
reflexões, pergunto-me como era e ainda é o conjunto das convenções mentais e
psicológicas da natureza que marca Sophia e os seus assessores, todos membros do
género ou da família Aya. O que se poderia, naturalmente, esperar do comportamento
desses seres? O que eles poderiam considerar meritório, honrado ou não?
Até hoje não sei responder a esta pergunta, ainda que os conheça de modo direto
há pelo menos 4 milhões de anos do tempo terrestre, desde que Sophia e eles —
dentre outros seres especialíssimos aos quais jamais me referi, que ali apareceram
também como sendo os seus acompanhantes — aportaram, em definitivo, no planeta
Orbum, no sistema de mundos conhecido pelos terráqueos como, Capela.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Desde que me entendo como ser biodemo que conheço as notícias algo fugidias
sobre uma “família Aya”, que detivera e que ainda detinha papel decisivo na
história do universo — assim reza a lenda.
Estranheza e hesitação foram a tónica deste terráqueo em relação aos Aya, sendo
eles os seres que providenciaram a “coreografia extraterrena” que o “obrigou
moralmente” a levar adiante a tarefa por eles solicitada, quanto ao retorno da
expressão terrena de Sophia, conhecida como Jesus.
Para nós, biodemos, a nossa história havia começado há cerca de 230 milhões
de anos. Quanto ao antes disso, pouco sabíamos a respeito, a não ser que parecia
existir, em outros mundos e galáxias, uma possível ancestralidade de outras raças que
conhecíamos. Quanto à nossa própria quota de ancestrais, os biodemos tal não
possuíam, o que, para nós, era intrigante.
Sobre isso, tudo o que sabíamos era que descendíamos de Sophia e da sua
estrutura operativa no universo.
Desde que nos defrontámos com os “seres dos portais” e levados por uma série
de indicativos extraídos das incompreensíveis vivências de alguns biodemos em
Shamb-Aha — principalmente as deduções que hoje pudemos construir sobre a
“Mensagem Talm” —, começámos, desde aquela época, a “desconfiar” e a “admitir” a
possibilidade de a nossa “ancestralidade genética” ter relação direta com os tais
seres que existiam além das fronteiras deste universo no qual vivíamos.
Será que, pelo facto de Sophia e os seres Aya, terem aportado na “nossa galáxia”
— assim a esta me refiro pelo facto das diversas espécies de biodemos e de humanos
terem sido, nela, geradas — vindos de outras origens galáticas desconhecidas,
consideravam a “rebelião de Yel Luzbel” nada mais do que somente uma “banalidade
local”? Pelos indicativos que hoje temos, seguramente, sim!
Pela quantidade de “força causal” que essa “onda” provoca e pela gama de
possibilidades de novos padrões percetivos, intelectuais e agora filosóficos — já que
o atual estado de coisas na Terra é, sob certo aspeto, um seu desdobramento — que
ela abre no universo, seguramente todos esses acontecimentos devem ter uma
“direção”, ainda que em pleno caos aparente, que os harmoniza no rumo de algum
sentido mais amplo e objetivo.
Sob outra perspetiva, será que o fluxo dos acontecimentos não poderia ter sido
diferente? Por que tudo se deu dessa forma, contribuindo decisivamente para que o
presente fosse do modo como conhecemos?
Somente mais tarde percebemos que, na verdade, a espécie Homo Sapiens era,
ali, a “escolha” para mais um “redimensionamento universal”, só que nenhuma das
forças presentes no planeta, naquela época, tinha a mais remota noção disso.
Era uma bela visão e, vez por outra, éramos surpreendidos com grupos de
observadores, tanto do clã do norte — os Nephilim — como dos “seres dos portais”,
mais afeitos ao gelo.
Os seres humanos, por essa época, pelo menos aqueles que podíamos perceber,
encontravam-se agrupados em pequenas comunidades nômades, sempre à procura
do “alimento do dia”, mas em regiões muito afastadas de onde Benem se situava.
Foi nessas condições climáticas que a Frota Norte se formou, com a pretensão
explícita de ser uma organização independente das demais bases que cultuavam
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Alt’Lam e como sendo uma espécie de origem sagrada da raça biodemo clonada, que
agora se multiplicava pela Terra. Além disso, os seus integrantes cultuavam também
Yel Luzbel como sendo a expressão do seu “deus local”. Porém, esse epíteto, com o
qual a personalidade de Yel Luzbel foi adornada, não durou por muito tempo devido
à “concorrência” que, naquela época, acentuava-se a cada dia, tanto em razão do modo
como Zeus era tratado ou cultuado pelos demais “seres dos portais”, como do culto
personalizado dos Nephilim em relação aos seus comandantes — os irmãos Enki e
Enlil — e aos seus ancestrais.
Val Eno sempre deixou claro que o conhecimento dos biodemos sobre a própria
origem das diversas famílias, que compunham este género, sempre esbarrava
no limite do que Sophia, o “Codificador” e os seres Aya lhes transmitiram sobre
o misterioso passado universal. A cultura dos “seres dos portais”, porém,
retrocedia a tempos, inclusive, anteriores à Criação, o que, para os “biodemos
rebeldes”, alojados na Terra, representava o mais profundo enigma.
Os seres humanos que, por esse tempo, estavam a começar a formar os traços
de uma futura cultura local, herdaram essas duas componentes, que hoje estão
retratadas nas páginas do que é, de modo inapropriado, considerado como
mitologia.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Por opção deste escrevente é que os nomes de Enki e de Enlil são assim
expressos, como também, a opção pelo nome de Zeus deu-se para tornar a
narrativa dos factos daqueles tempos mais próxima do conhecimento que marca
o psiquismo ocidental. Val Eno, porém, mesmo nos anos de 2002 e 2003, quando
da feitura original destas páginas, sempre se referia a esses seres utilizando-
se de outros epítetos, os quais, na época, desconhecia — e não me era mesmo
possível relacioná-los com o que já estava exposto nas tradições das culturas
sumerianas, acadianas, gregas e arianas/hindus.
Somente após a interação forçada com os factos que me foram impostos a partir
do ano de 2007, é que pude estabelecer essas relações.
Mais ainda: as palavras “deus” e “deuses” estão a ser aqui usadas tão somente
para facilitar o entendimento do leitor sobre esses factos do passado. Contudo,
ao tempo desses acontecimentos, essas expressões sequer existiam, nem muito
menos, como já explicado, o conceito que, hoje, muitos humanos têm sobre um
“deus” justo, amoroso e perfeito em todos os seus atributos. Este modo de
pensar sobre “deus” foi e é uma criação da mente humana. Nesse tempo, tudo a
que os biodemos, Nephilim, “seres dos portais” e/ou qualquer outra hoste
atuante no concerto da vida universal se referiam era a “entes poderosos”, a um
“Criador” e a “representantes” deste último.
Foi por essa época, também, que uma nova força dominadora fez-se
claramente presente nos ambientes planetários, e que tinha como “comandante” um
ser que se afirmava superior a Zeus e a todos os demais que estavam a “rodear o
planeta”.
Aquela foi a primeira vez que os seres “biodemos rebeldes” tiveram notícias de
um “portal especialíssimo”, que procurava estabelecer, definitivamente, o seu
comando sobre o planeta, e sobre o qual nada sabíamos. E, pelos vistos, naquela época,
ninguém sabia mesmo muita coisa a esse respeito.
Os “seres dos portais”, por sua vez, tinham Zeus como um “deus”, mas, no pano
de fundo das suas crenças, parecia existir uma figura central maior, uma espécie de
“Criador Universal” (NAT – denominado como Caos, na cultura grega), cuja lenda
apontava como sendo um ser que tivera problemas no “Ato da Criação”, problemas
esses que haviam sido corrigidos por “outro deus” (NAT – Eros).
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Pudemos, depois, saber que, tanto a tecnologia dos Nephilim como a de diversas
falanges distintas de “seres dos portais”, também sentiram os efeitos avassaladores
daquele evento inicial, que marcou a “fixação” daquele “conglomerado vibratório”, no
ambiente planetário.
A nossa postura não era muito diferente da dos Nephilim, embora o aspeto da
“rebelião” imperiosamente colocasse elementos inquietantes no nosso psiquismo, em
relação a tudo aquilo.
Por que toda aquela história estava se desenrolando naquele planeta, que
sequer possuía vida edificada dominante, que era muito mais “colónia” de
outras civilizações do que propriamente um “mundo com vida própria”, era
mistério para nós, e penso que, também, para todas as demais partes envolvidas, que
se encontravam há mais tempo a “dividir” a coabitação planetária.
A notícia é estranha, mas, desde o ano de 2011, fui informado de que a tal
“acoplagem interdimensional” causou danos irreparáveis no lado de lá, ou seja,
o dos “genos” e “lokas”, facto que, inicialmente, a “engenharia” em torno das
figuras de Brahma/Javé, Vishnu e Shiva parece não ter percebido, posto que
somente em tempos mais recentes é que teriam começado a sentir o “peso do
problema” nos ambientes onde se encontram inseridos.
Os objetivos dos Nephilim, nós sabíamos quais eram, devido às visitas, muito
raras, que os seus ancestrais faziam à Terra para “estimular” o interminável processo
de extrativismo mineral que praticavam no planeta. Mas, sobre os objetivos dos “seres
dos portais”, nada sabíamos.
Diante dos factos, muitos dentre nós passaram a achar que os nossos
“descendentes clonados” estavam certos em prepararem-se para uma inevitável
“guerra local” pelo domínio do planeta. Eu mesmo fui um dos que, naquela altura dos
acontecimentos, assumiu como inevitável que deveríamos preparar-nos para um
possível confronto aberto, a ser lutado em algumas frentes.
Para a nossa já então desperta sensação de desespero — ainda que em nível bem
mais suave, se comparado ao modo como o sistema nervoso dos corpos biológicos
animalizados da Terra costuma reagir nessas horas —, quanto mais avaliávamos as
nossas chances de sairmos vitoriosos numa luta fratricida entre, pelo menos, três
forças, a constatação de que não seríamos os vencedores era o resultado normal e
comum de qualquer análise.
A Frota Norte sonhava em sair da Terra mas, por ser aquela opção inexequível,
começámos a desenvolver um modo de “permanecer” neste mundo, mas sem dele
fazer parte. Por incrível que pareça, foi exatamente isso o que o nosso esforço
conseguiu produzir.
Capítulo 2
Forças Presentes
Para o atual nível da ciência terrestre, um “acoplamento interdimensional”
deverá parecer um processo totalmente absurdo, na medida em que, conforme muitos
dentre os terráqueos pensam, não existe nenhuma outra dimensão habitável, nem
nada de lá poderia ser transferido para cá, pois isto violaria as leis científicas.
Vivemos por pouco mais de 200 milhões de anos sem jamais termos interagido
com o que quer que fosse que não se enquadrasse no espaço-tempo do universo, como
atualmente vocês chamam a realidade vibratória interna do ambiente em que todos
vivemos.
Para eles, aquilo representava “um ataque” dirigido à nova situação em que se
encontravam, como forma, inclusive, de causar modificações no modelo genético dos
seus corpos, que haviam sido modificados para se adaptar ao processo de astralização.
Era mesmo estranho perceber que, tanto os biodemos de Benem, naquela altura
exatos 1841 seres — 1677 “não Val”, das diversas famílias + 126 Val ativos + 38 Val
em hibernação — que ali se encontravam como residentes, não sentiram qualquer
efeito deletério nos seus corpos e mentes, como também que os 1218 alojados no sul,
em Antlar, nada detetaram. Contudo, os dimensionados clamavam por uma atitude de
contraofensiva e de pronta defesa, pois afirmavam que o ataque das forças Aya era
iminente.
Aqueles seres biodemos clonados — irmãos nossos, mas bem diferentes, tanto
em corpos, por força de outras escalas de clonagem realizadas nas gerações mais
novas, que a todo tempo surgiam, como em postura mental, pois eram engendrados
algo “nervosos” — haviam tido os seus psiquismos programados para servirem como
um exército, com o objetivo de defender as nossas forças da invasão Aya.
Por volta de 24 mil e 300 anos atrás, em dada oportunidade, os seis Val
dimensionados conseguiram efetivar uma comunicação connosco, os 126 Val
despertos de Benem — além desses existiam ainda 38 em hibernação, sendo 34 em
ciclo de manutenção, e quatro que permaneciam como que inutilizados.
O segundo grupo apoiava a tese de Yel Luzbel, de que eles já estavam a ser
“castigados”, e que não haveria mais confrontos, porque ele não mais percebia sentido
de “ganho” para qualquer das partes envolvidas. Defendiam a posição de que os
“dimensionados”, como um todo, deveriam congregar os seus esforços no sentido de
decodificar a situação na qual se encontravam inseridos — assim pensavam, naquele
ponto da história, Yel Luzbel e mais 27 membros da família Yel.
combateriam a partir de Shamb-Aha, tanto com tais “armas” como mediante outros
processos de confronto que de lá pudessem fazer valer a sua força sobre o quotidiano
planetário.
O processo foi tão complicado que até mesmo os “seres dos portais” tentaram
destruir — e realmente o fizeram em algumas bases — os “deuses” por trás daqueles
fenómenos que ocorriam em lugares que não conseguiam prever com antecedência.
Éramos 1841 seres biodemos originais, que fomos gerando as nossas próprias
buscas e os nossos próprios desafios e, bem disciplinados como ainda éramos, não nos
perdemos em contendas dolorosas que terminaram envolvendo, até mesmo os de
Antlar, que conviveram direta e profundamente com as bases dos “clonados rebeldes”,
formando o que historicamente viria a ser considerado o hoje chamado “império
atlante”, na sua feição mais recente.
Pelo facto da tecnologia disponível em Benem ser toda de origem Val, como
também, ser a nossa família a que menos havia se desagregado em termos de posições
exacerbadas — pelo menos até àquela altura —, o comando da Frota Norte era
harmonicamente desempenhado por três membros Val e dois Yel, pois os demais
abriram mão de se verem representados, porquanto desnecessário para os valores
que nos uniam.
Val Amom, Val Eliah e Val Elieh foram os que, dentre os Val, assumiram as
funções de membros do Conselho dos Cinco, além de Yel Am e Yel Luziel, os
escolhidos pelos membros da Yel. Coube a Val Amom a função de comandante
supremo da Frota Norte, que passou a existir como uma “potência isolada”, cujos
esforços passaram a ser direcionados para objetivos absolutamente diferentes
de todos os que eram comuns às demais forças, que naquele tempo existiam na
Terra.
Tão fechados nos encontrávamos em torno da “agenda” que nos era própria, que
havíamos mesmo deixado a cargo de uma equipa, o acompanhamento do que ocorria
com os humanos, não por que déssemos a isso algum valor superlativo, mas tão
somente porque continuávamos a “perseguir a identificação” das agora “centenas”
de consciências Val já fenecidas, mas que muito provavelmente deveriam estar a
migrar entre os que nasciam como rebentos dos Nephilim, dos “seres dos portais”, das
associações destes com os humanos — facto que ocorreu em grande conta — e,
principalmente, dos humanos.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Assim, foi com “surpresa” que, quando da atualização cíclica que fazíamos, de
tempos em tempos, ao reunir todos os membros da Frota Norte, começámos a
atentar para o surpreendente crescimento numérico dos humanos e para
algumas das suas características, uma vez que, diferentemente de todas as demais
espécies inteligentes que conviviam na Terra, a raça humana apresentava um
comportamento que nada tinha de linear: enquanto em alguns grupos constatava-se
claramente um comportamento dócil em relação aos “seus senhores”; em uns poucos
a habilidade humana parecia a ponto de superar a dos “senhores”, que subjugavam os
“filhos da Terra”.
Quando Val Pen e os demais membros da equipa, que mapeavam o curso dos
factos do quotidiano planetário, apresentaram a inquietante informação de que havia
um grupo de humanos “aprisionado” em certa região situada muito a leste de Benem,
sede da Frota Norte, os quais estavam sob a tutela de uma hoste que se reportava a
um “conglomerado” recém-descoberto, plotado no norte mais extremo do planeta, a
nossa atenção voltou-se completamente para o significado daquele evento.
Eram os tempos daquilo que os terráqueos viriam a conhecer, mais tarde, como
o “Jardim do Éden”.
Por que “aquele centro de força”, que parecia ser muito superior a todo o poderio
dos “seres dos portais”, dos Nephilim e dos “rebeldes” — além do nosso próprio —
estava com o foco da sua atenção voltado para o adestramento de humanos?
Segundo os registos de Val Pen, naquela altura dos factos, ou seja, por volta de
23 mil anos atrás, já existiam diversos grupos de humanos falantes e com padrão
de personalidade impressionante, enquanto aquele casal parecia sequer
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Como o Senhor Javé havia perdido o controle sobre a espécie humana, desde
que Pandora, por volta de 52 mil anos atrás, transcendera a condição demo,
conforme descrito no livro “O Sorriso de Pandora”, o Criador escolheu um casal
humano para ser adestrado — que não pertencia à descendência direta de
Pandora — e dar início à sua descendência, que seria salva, mais tarde, quando
do grande dilúvio.
Como se para complicar ainda mais a situação, foi nessa época que os “seres dos
portais” entraram em mais um período de “guerra fria” e produziram três grandes
“cidadelas”, que passaram a voar nos céus do planeta, desafiando o poder do
“conglomerado”.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Surge, entre os seres estranhos que viviam na Terra — e o termo “estranho” aqui
utilizo em relação ao meu padrão biodemo de avaliar as coisas —, seguramente, a mais
estranha de todas as personalidades demos já acontecidas para a realidade terrestre:
aquele que é chamado de “Senhor Shiva”.
Na verdade, Val Pen e a equipa à qual ele pertencia, há muito tempo já haviam
registado relatos diversos, existentes no sul da atual Índia, sobre a atividade
daquele ser que, além da expressão conhecida como Shiva, parecia deter a
condição de possuir outras tantas, conforme as narrativas que existiam sobre a sua
sinuosa e multifacetada jornada terrestre.
Apesar da “provocação” das três “cidadelas voadoras” dos “seres dos portais” ao
enigmático “conglomerado”, cujos sinais de localização só eram episodicamente
percebidos, essa hoste jamais cedeu ao convite para o confronto, pelo menos no
sentido de utilizar alguma força operativa para tanto.
Como teria sido possível, àquele ser, providenciar tal tipo de armamento?
Nós, os Val ainda atuantes, tínhamos 230 milhões de anos, pois fomos, dos
biodemos, a última família a surgir, ou seja, éramos os mais novos do género. No
entanto, muitas outras famílias mais velhas viviam já há 400, 600 até cerca de 900
milhões de anos, pois é esse o tempo em que o genoma biodemo foi engendrado.
Aqui faço este registo tão somente para ressaltar que a cultura biodemo já havia
colecionado muitas ocorrências por este universo afora, mas nada se comparava ao
que alguns poucos de nós estavam, agora, a observar, ou seja, o conjunto dos eventos
que se passavam na Terra.
Ao longo dos próximos mil e duzentos anos, diversas guerras entre espécies de
“seres dos portais” com as suas inquietantes — para nós — características demos,
eclodiram, e não houve um só momento em que um conflito não estivesse a ocorrer
em algum quadrante do planeta.
Pelo menos seis bases “rebeldes” dos biodemos clonados começaram a guerrear
entre si e, depois, contra a força de Antlar.
Duas delas terminariam, ainda, por servir de foco civilizatório para alguns
grupamentos humanos que tiveram origem e padrões culturais próprios por cerca de
milénios, mas que tiveram os seus registos e instalações destruídas pela grande
devastação que ocorreria mais tarde.
Cada vez mais a Frota Norte acompanhava todo aquele processo, à distância
prudente que o nosso senso determinava, mas era notória a ausência de motivação
para conviver com aqueles confrontos, pois, afinal, estávamos fartos de disputas.
Mas, esse não parecia ser o caso dos nossos irmãos de Antlar, que efetivamente
aumentavam as bases e os centros de poder do seu império, servindo os biodemos
clonados como massa de soldados para os enfrentamentos que jamais cessavam.
Naquela altura dos factos, sem maiores avisos, o clima planetário começou a
apresentar um inusitado padrão de aquecimento, pois estava a chegar ao fim o longo
período de glaciação que cobrira de gelo abundante quase a totalidade do hemisfério
norte.
Nada sabíamos sobre a “grande devastação” que oito mil anos mais tarde iria
destruir, pela força das águas e dos ventos tempestuosos, tudo o que estivesse
estabelecido no planeta e que não dispusesse de tecnologia para enfrentar a força da
natureza.
O “novo conclave” da Frota Norte, que se iniciava por aqueles tempos, trazia o
indicativo de que deveríamos estabelecer uma meta a ser perseguida e executada
assim que possível, devido ao caos planetário promovido por todas aquelas disputas
paralelas.
Distanciamento de Lúcifer
Os oceanos planetários começaram a subir o nível das suas águas. Iniciava-se,
por essa época, um panorama que há tempos não observávamos no planeta, que era,
agora, um fluxo contínuo dos mares invadindo regiões litorâneas, contexto que, por
sinal, até ao momento encontra-se em curso, e que deve perdurar por muito mais
tempo, ainda.
Desde esse marco temporal, de mais uma mudança climática radical, em que
éramos obrigados a testemunhar e a conviver com ela, absolutamente todas as bases
situadas nas ilhas e em regiões litorâneas passaram a administrar essa nova situação.
Com o tempo, algumas foram submergindo ante o avanço das águas, e outras
foram tendo os seus limites modificados, com maior ou menor dano aos seus
habitantes.
A partir desse ponto, o que hoje poderíamos considerar como sendo, naquele
tempo, o “império atlante”, encontrava-se dividido em dois grupos no sentido da
“geopolítica” de então: as bases que ainda cultuavam Yel Luzbel, e as outras que
surgiram como produto da ação dos “seres dos portais”.
A antiga base Atlan e algumas outras, muito tempo atrás, já haviam sido
destruídas ou tido os seus processos operacionais interrompidos devido às questões
ambientais.
Poseidon), que terminariam, ainda, por construir mais algumas à volta da já citada
Península Ibérica, com a sua própria engenharia.
Nos centros habitados por biodemos clonados, espalhados pelo planeta, novas
experiências genéticas continuavam a ser feitas, usando animais e humanos como
cobaias, com vistas a diversos fins.
Desse modo, as mutações genéticas que passaram a ter lugar nos “rebeldes” da
Frota Norte, nos de Antlar e nos clonados, espalhados em diversos núcleos, vieram
atender às necessidades das vivências agora bem diferenciadas que cada polo passou
a ter.
Do modo como o contexto que nos cercava se encontrava evoluindo a cada dia,
alguns, dentre nós, até passaram a achar que a “melhor coisa a acontecer” seria a tão
temida invasão da Terra pelas forças Aya, como forma de organizar o “desastre
planetário” que, com o passar do tempo, somente se anunciava como sendo mais e
mais deletério. Contudo, tal “invasão” nunca se deu.
Por outro lado, os humanos, estavam cada vez mais presentes nas diversas
regiões planetárias e multiplicavam-se significativamente. Ao longo dos últimos 40
mil anos, anteriores ao tempo em que optámos pela “Experiência Gron”, havíamos
registado inúmeros “pequenos grupos” de humanos expandindo-se pelo planeta.
Não havia muitas maneiras interativas entre seres com o nosso padrão de
temperamento e as diversas situações que formavam o contexto planetário. Inexistia,
da nossa parte, qualquer vontade ou interesse em interagir com qualquer um
daqueles processos que se encontravam em curso na Terra.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Um dos nossos objetivos com essa tecnologia era o de sabermos onde todos se
encontravam sem que ninguém soubesse do nosso paradeiro. Para tanto, fomos
obrigados a retomar registos anteriores das experiências ocorridas em tempos nos
quais sequer havíamos estado na Terra, quando a busca pelo que poderia existir além
da “realidade universal” era — como ainda é — uma constante de todas as civilizações
que atingem esse grau operativo.
Sob essa perspetiva, os horizontes das nossas buscas não eram muito diferentes
daqueles dos humanos atuais. A diferença marcante é que, no nosso psiquismo, o
conceito de “deus” e de “sagrado” e as questões emocionais que movem os
humanos, jamais fizeram parte do nosso modo de pensar.
O encurtamento das distâncias cósmicas não era mais problema para a nossa
ciência, até porque, quando surgimos para a vida, esse processo já era comum entre
as gerações anteriores de biodemos. Além disso, a nossa “programação intelectual” já
nasceu com a perceção de que a realidade que observávamos não correspondia ao
nível mais profundo do que poderia existir.
Sabíamos que existia a “lenda” de que um “Ser Criador” operara por sobre a
“energia magna”, apesar de não compreendermos a extensão do significado daquela
possibilidade.
indefiníveis, mas cuja possível admissibilidade não nos causava maiores expressões
de angústia ou de júbilo, até mesmo porque desconhecíamos essas sensações.
Claro estava para a “sociedade média universal” que a vida que levávamos era
uma expressão criativa em curso e que, para além, parecia existir um “nível
operacional de existência” em relação ao qual não esboçávamos maiores buscas, a não
ser aquelas propostas pelos nossos “ancestrais”, sendo, todas elas, de ordem científica,
sem o viés de religiosidade ou mesmo de espiritualidade que, hoje, se percebe no
psiquismo dos terráqueos.
fugiam da perseguição que lhes era imposta naqueles tempos pelos biodemos
clonados e pelos Nephilim. Como se não fosse suficiente, seres vinculados ao
“conglomerado”, fixado no norte extremo, também patrulhavam pequenos grupos
formados por humanos, aprisionando-os, como hoje os humanos fazem com animais,
nas suas fazendas.
Naquela época, não tínhamos como vislumbrar que estávamos a lidar com o que
hoje sabemos ser a antiquíssima contenda produzida pelas estratégias dos três
“Senhores da Trimurti”, como tem apontado o nosso “escrevente terráqueo”.
Foi desse modo que diversos núcleos com as cores do “antigo império atlante”
do sul começaram a seguir o culto de “outros deuses”, além da figura que, na mitologia
grega era conhecida como Poseidon, que, nesse tempo, entrava no jogo político da
época, disputando a posse sobre algumas bases então existentes, visando somá-las às
duas que ele próprio, com seus assemelhados, havia construído.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Por esse tempo, cerca de 18 000 anos atrás, foi por nós percebido que o ente
que mais tarde seria chamado de Poseidon, pela cultura grega, possuía uma
vasta prole, cujos membros também se imiscuíram sexualmente com os humanos da
Terra. Esses descendentes misturaram-se com biodemos clonados e com eles
passaram a coexistir, às vezes, nas mesmas bases também situadas em regiões
continentais do hemisfério norte.
Sei que não é fácil para este “aparelho humano” nem muito menos para outros
humanos que um dia possam ter acesso a estas informações, a arquitetura de uma
compreensão sobre todas essas variáveis evolutivas a partir dos focos “demo” e “bio”.
Esse contexto teve início com o atualmente conhecido “Projeto Talm”, que trouxe
do “universo paralelo antimaterial” — onde existem os seres demos, em
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Cito apenas estas para facilitar o entendimento, mas estes dois seres, antes das
linhagens aqui citadas, promoveram outras experiências que permitiram chegar
até essas três citadas. Depois dessas, a questão da função sexual seria ainda
introduzida em variantes de todas elas.
Assim, passaram a existir diversos tipos de géneros, dentre os quais posso aqui
citar:
A composição dos fatores evolutivos bio e demo em Arjuna era 2/5 bio + 1/5
demol + 2/5 demo. Já o “mahavatar Krishna” possuía 1/5 bio + 1/5 demol + 3/5
demo.
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Tempo virá em que este assunto complexo deverá ser melhor esclarecido em
trabalho especifico.
Sombras do Passado
O diapasão dos dias renovava-se sempre no sentido de forçar-nos a prepararmo-
nos para os desafios que inevitavelmente surgiam. Era um tipo de “preparação” em
torno da qual a prudência, que aprendemos a duras custas vivendo na Terra, exigia o
foco exclusivo da nossa atenção, aspeto em relação ao qual as nossas mentes não
estavam afeitas. Mas, a questão era: prepararmo-nos para o quê? Como enfrentar
problemas cujas faces desconhecíamos, mas cujos indicativos avolumavam-se, dia
após dia?
Yel Liam, porém, dentre outros, era um dos que defendiam a perene postura
mental de apego aos preceitos daqueles dias, ainda que, objetivamente, para o
“infortúnio diário”, aquela sua preocupação pouco significasse. Era mais uma “postura
estranha” que surgia no psiquismo dos biodemos, e Yel Liam foi o introdutor daquelas
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Não tínhamos a mais remota ideia — e penso que naquela época era inexistente
— de que, no futuro, iria existir aquilo que, entre os “seres dos portais”, veio a ser
conhecido como “adoração” e, na Terra, entre os humanos, como “religião”. De todo
modo, nestes tempos recentes em que transmitimos notícias tão antigas aos humanos,
somos tendentes a achar que, sem que obviamente o soubesse, foi Yel Liam o
introdutor dessa convenção mental entre nós. Se, após deixar a sua condição de
biodemo, a sua consciência particularizada plasmou esse “algoritmo da fé” por onde
tenha tido vivências, é algo que não temos como constatar, mas também não devemos
relevar a possibilidade de que a sua mente tenha introduzido, pelo menos entre os
humanos, esse viés de religiosidade.
Disse Val Pen: — Jamais pude vislumbrar que existiria um tempo, na minha
existência, em que eu olharia para os factos e esses fariam desmoronar a minha
estrutura pessoal ao nível em que agora se encontra. Sinto-me violentado e com
sensações desagradáveis sobre tudo à minha volta, que jamais pensei que existiriam no
meu íntimo. Não sei se vocês notaram, mas cada um de nós parece possuir um teor íntimo
distinto, coisa que, desde que surgi para a existência, não aquilatei ser detentor. Sempre
pensei que as sensações que nos marcavam, conforme a vivência dos factos, eram as
mesmas e em tudo semelhantes. E acho que assim foi até que chegámos à Terra, e aqui
me refiro aos Val. Não sei se essa descontinuidade entre um instante e outro, que nos faz,
às vezes, nos sentirmos bem, para, logo depois, termos o nosso psiquismo invadido por
sensações de temor, de desespero, enfim, de angústia pelo facto de estarmos vivos,
também é real para os demais membros biodemos.
Disse, ainda, Val Pen:— Analisando, agora, tudo o que colecionei como a minha
vivência, e comparando-a às dos meus semelhantes, notadamente às de Val El e às dos
membros do grupo das tarefas multifuncionais que temos desempenhado desde que este
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mundo passou a ter-nos como habitantes, percebo como a existência tem um aspeto
tenebroso, escondido, que não se revela naturalmente nos panoramas com os quais
interagimos. Contudo, esse “evento” que chacoalhou com a vibração do planeta, e sobre
o qual jamais soubemos o seu significado por mais de duas centenas de milhares de anos
terrestres, agora traduz-se nesses anúncios que eu, Yel Liam e outros temos recolhido
juntos a diversos seres diferentes da nossa condição, e que dizem respeito ao tal ser que
se afirma “Feitor, Criador e Soberano” de tudo o que existe.
Enigmaticamente, porém, não se mostra... Ele não mostra a si mesmo para aqueles
que são obrigados a aceitar essa “suserania”, o que nos faz retornar aos tempos em que
Yel Luzbel descortinou um pouco dessa questão. Por que Ele não se mostra? Qual o
problema? Qualquer um o faria... Assim penso, ou será que não? O que estou procurando
expressar é a minha inquietação pelo facto de, no princípio das nossas dores e problemas,
a discussão com Sophia, em torno desse Ser, foi o foco inicial desse “horrendo processo”
que agora nos remeteu a enfrentar a face desse mesmo Ente, só que no atual contexto
em que vivemos. Que significa isso? Jamais cobrei de Sophia qualquer postura, mas agora
sou o primeiro a fazê-lo: o que devemos pensar sobre a “comodidade postural” de Sophia,
a quem sempre considerei como sendo o meu modelo, mas cuja omissão o faz parecer-se
agora como sendo um ente que, no seu silêncio, esconde todo um indizível processo de
manipulação no qual nos usou e usa, para fins que lhe parecem inconfessáveis, já que
nunca nos revelou. Confiar, confiar, enquanto somos violentados e obrigados a cometer
violências para podermos nos safar de certas situações, é conclusão perturbadora que
agora assumo e penso que dificilmente conseguirei deixar de avaliar desse modo.
Durante muito tempo confiei em Sophia, como fui instigado a fazê-lo, e a tudo fui
levado a me submeter, sem nenhuma censura da minha parte a qualquer situação vivida
ou percebida. De dois entes, porém, nestes últimos tempos que temos aqui vivido, escutei
a mesma observação, sem que um soubesse dos pensamentos do outro. A primeira vez
foi quando da minha convivência com Ostronomos e os seus descendentes, em uma das
suas naves singulares, quando eles analisavam um determinado conjunto de dados da
genética deles próprios e os compararam, tanto à de seres que eles haviam encontrado
mortos no satélite deste mundo (Lua), como à de alguns outros entes que aqui vivem.
Foi, então, percebido sempre um “sequenciamento-x” que lhes pareceu interposto por
um processo que poderia ser classificado como “não natural” para os seus critérios. Era
algo que definia neles certos padrões e que não lhes pareceu “honesto” ser daquele modo.
De Ostronomos escutei: “- Tem alguma coisa errada com o código que estrutura o nosso
modo de ser e o dos demais que pudemos verificar”. Muito tempo depois, ao lado de Val
El, observei o seu esforço junto ao “Processador Val” para estabelecer um padrão de
comparação entre o nosso “código de vida” e o dos humanos. Em relação ao nosso, ele
mostrou-me um padrão de naturalidade, ainda que levando-se em consideração os
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desvios e os saltos que a mente de Yel Luzbel produziu, apesar de tudo apoiar-se nos
parâmetros originais que Sophia definiu como sendo a base para cada um de nós, da
família Val. Contudo, na sequência dos humanos, ele apontou-me diversas “pontes” que
traziam consigo “processos compactados amortecidos”, todos produzidos de “fora para
dentro”, ou seja, todos manipulados em diversos momentos distintos e por razões ou
necessidades que não se alinhavam.
O que aquela constatação significava? Se, no nosso caso, houve tão somente a
manipulação determinística inicial, promovida pelo nosso criador Sophia, no dos
humanos a análise apontava para inúmeras manipulações acumuladas, o que jamais a
nossa ciência observara. Val El disse-me, então: “- Tem algo de muito errado com o modo
como os humanos foram urdidos. O código deles parece ter sido disputado por
manipuladores que não se entendiam, ou por grupos diferentes”. Foi, então, que lhe
revelei a informação de Ostronomos, a qual passou, desde o episódio, a fazer parte do
nosso “Processador”. A conclusão a que chegámos, eu e Val El, já há algum tempo, foi a
de que todos nós, de um modo ou de outro, éramos “cobaias” de algum processo
existencial ou “peças de um jogo” de difícil consecução.
Fui colecionando todos estes factos e, agora, com esse “Suserano” apresentando-se
de modo enigmático para aqueles que o desconhecem como tal, e é o que me parece ser
o caso de quase todos os que estão a viver neste mundo, pois todos deveríamos conhecer
a sua face, agora, sou eu que questiono o quanto de confiança Sophia nos merece, ao me
recordar, que o único que parece conhecer esse ser é Sophia, e se ele não está aqui, ou, se
está, por que não se apresenta a nós da mesma forma que esse “Criador” o faz? Sou eu
que agora digo que tem algo de muito errado com essa história. A postura de Sophia foi
de uma determinada forma até o início do nosso “desconforto”, e tem sido outra desde
então. Não a aceito de bom grado!
Yel Liam pediu a palavra, e ponderou: — Gostaria de ter a certeza de que Yel
Luzbel e os demais “dimensionados” escutam-nos desde Shamb-Aha, mas não tenho
como tê-la. Assim digo porque muito me faria bem ouvir de Yel Luzbel a sua opinião
tanto sobre o que agora estamos aqui a registar, como também acerca do que preciso
expor a seguir. Se o que estamos a viver, desde os tempos em que saímos de Capela e nos
alojámos no sistema de Antares e, posteriormente, com a nossa vinda para este mundo,
pode ser considerado como desalentador e sem sentido para o que sempre pensámos
sobre a vida, parece ser patente que passámos a precisar de algum apoio para podermos
superar essa situação. Afinal, perdemos muitos dos nossos entes-irmãos, além da nossa
capacidade tecnológica longamente construída. Enfim, perdemos aquela sensação de
conforto existencial que pensávamos possuir. Qualquer um de nós daria todos os passos
para trás, que fossem necessários, para ajudar a resgatar qualquer um dos nossos que
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tivesse ficado preso em algum contexto tão insípido e impróprio quanto este. Por que
Sophia não nos resgatou? Sophia não pode ser “pior” do que qualquer um de nós, no
sentido de não pensar assim, e, em pensando, não se incomodar com isso... Ele não pode
ser bem menos do que somos nós, as suas criaturas... Ou será que essa afirmação é falsa?
Nós somos pedaços da sua continuidade pessoal ou do que ele é... Algumas vezes dele
escutei essas reflexões!
Conforme o que sempre pensei, nós, os biodemos, somos expressões do seu modo de
ser e de pensar, adequados à função que cada família exerce no contexto geral da sua
mente prodigiosa. Reafirmo a minha... a minha sensação de certeza de que Sophia, ainda
que nos sintamos desamparados pela sua postura, não nos desamparará
perpetuamente. Ele não fará isso... Reafirmo nele a minha confiança e não consigo
aceitar que um ente como ele seja menor ou menos atuante do que qualquer um de nós
poderia ser se estivesse a exercer a sua função.
Para quê, isso continuaria a existir nesses moldes? Atentemos para o aspeto
incontestável de que muitas estirpes foram criadas no passado, antes da nossa, e agora
vivem por si mesmas, desvinculadas do zelo dos seus feitores. Ou não será essa uma
verdade que podemos perceber objetivamente? Outro aspeto da questão é o de que a
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nossa razão expande-se a cada dia e, hoje, somos — e estamos — bem mais capacitados
a analisar, com mais questionamentos, qualquer problema com o qual nos defrontemos,
o que antes não acontecia. O inquietante é que, para cada nova pergunta que surge em
mim, a ausência de resposta esgota cada vez mais a “confiança” apontada por ti, ó meu
irmão. Já não mais a possuo! Obviamente, fomos gerados para alguma coisa, mas dela
fomos apartados e acho que estamos por nossa própria conta!
Após a troca de impressões entre muitos dos membros da Frota Norte sobre
essa e outras questões, notadamente vinculadas ao tal Ser-Criador que estava
procurando atuar entre as forças sediadas no planeta, um sentimento novo, que
poderíamos racionalmente apontar como sendo o que hoje se tem como “senso
crítico”, foi lentamente surgindo no nosso aturdido psiquismo daqueles dias. Naquela
época, nós não sabíamos o que estava a passar-se, mas nestes tempos atuais pudemos
compreender que Sophia estava a absorver as nossas vivências na Terra, inclusive as
resultantes da nossa interação com os humanos, preparando-se, assim, para uma
futura e possível execução do seu plano de se fazer humano, o que, provavelmente
naquela altura, ele começara a vislumbrar como sendo o seu modo de atender às
necessidades operativas de todas as parcelas de seres envolvidas na questão “Terra”,
se é que estou correto nesse comentário que aqui deixo registado e assim me expresso
porque as certezas de um biodemo estabelecem-se no nosso psiquismo como
resultado de uma conta, de uma equação, e não como resultado de uma análise.
O “aparelho humano” que utilizo para este fim, com os seus valores e capacidade
crítica aguçada pelas noções do tempo presente em que ele vive, compreende, mas
não aplaude essa atitude de Sophia em relação aos biodemos. Mas, aqui devo adverti-
lo de que, naqueles tempos, os eventos processavam-se dentro de um padrão que era,
então, o possível de promover alguma “evolução plausível” — capaz de servir de
patamar para uma nova etapa de progresso — conforme as “regras do jogo da vida
universal”.
Por aqueles tempos, sempre que podia, Yel Liam reafirmava a sua confiança em
Sophia, o que Val El contraditava dizendo que, acreditar ou não em uma hipotética
possibilidade, vinda de quem quer que fosse, não seria a questão correta a ser avaliada
por eles.
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Essa divergência entre eles devia-se ao facto de que, no mais profundo do seu
ser, Yel Liam acreditava que a saída dos “rebelados” e “doentes” dos mundos de
Capela, de alguma maneira parecia ter impedido Sophia de agir, de oferecer algum
apoio aos “seres problemáticos”. Val El, provavelmente por ter mais vivência do que
Yel Liam em deslocamentos siderais com algum nível de risco, considerava que aquela
justificativa não se aplicava aos altíssimos níveis de consecução dos potenciais de
Sophia e das suas hostes mais atuantes.
que conseguimos capturar referente àqueles dias, foi muito difícil para os demais
membros, que ainda não haviam radicalizado a questão, manter a convivência em
padrões dignos e produtivos.
O pior é que Sophia passou a ser acusado por muitos de Shamb-Aha como tendo
sido criminosamente calculista em relação aos padrões codificados que sustentavam,
possibilitavam e movimentavam as “convenções mentais” de cada ser biodemo por
ele criado, e, depois, os largado, a todos, em uma aventura sem um fim previsível.
Len Mion fez de tudo para transformar a Terra no seu último bastião daquela
luta, como se pretendendo, em algum momento do futuro, apoderar-se das “riquezas
e sofisticações mentais” aqui produzidas, ainda que consorciadas à miséria moral —
hoje posso pensar desta maneira.
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Na época, não chegámos a perceber isso claramente, a não ser pelas observações
que Val El conseguia retirar do seu intercâmbio mental com o “Processador Val”, que
apontava para aquela estranha influência de uma mente biodemo cujos padrões de
expressão não se coadunavam com a ressonância tida como natural no seu modo
operativo. Inúmeras vezes Val El
Os que pertenciam ao segundo grupo apoiavam uma das teses que, em tempos
anteriores, Yel Luzbel havia formulado, como sendo uma possibilidade que apontava
para o facto de eles estarem a ser “castigados” por Sophia, e que não haveria mais
confrontos, porque, conforme pensava, não mais percebia sentido de “ganho” para
qualquer das partes envolvidas. Yel Luzbel e mais 27 membros da Yel continuavam a
pensar daquele modo, e viviam, assim, em estado mental menos agressivo para com
os factos, apesar da mortandade entre os “dimensionados” ter começado a ocorrer
sistematicamente entre os membros desse grupo, pelo que viemos depois a perceber.
Quando Len Mion percebeu a preocupação dos membros da Frota Norte com o
novo “Ser” que, juntamente com o “conglomerado” de forças associadas ao seu foco
central de “residência” agora “perturbavam vibratoriamente” a tudo o que era
“transferência de ondas” — tais quais as que atualmente acontecem com as
telecomunicações humanas —, a sua postura de negação contundente a qualquer tipo
de comando que se apresentasse como tal foi superlativa.
Se Yel Luzbel não mais deseja assumir o comando da única atitude digna de
complemento e de homenagem passível de ser feita por um ser biodemo à sua própria
consciência, eu o farei. Continuarei com meu modo de ser assentado na natureza Mion,
e a ninguém reconhecerei mais o direito de me deter ou de tentar me demover do único
modo que me suporto existir, perante o que passo a considerar o mais monstruoso
processo de dominação que uma pretensa elite de seres, distribuída em níveis de
predação, para com as vitimas inocentes e desavisadas dos seus apetites. Agirei do
mesmo modo que eles, pois, assim, não me poderão julgar, uma vez que deles sou
aprendiz! Predadores covardes é o que são, pois exercem, desde um contexto passado
que não consigo vislumbrar, esse tipo de postura que só agora enxergo e compreendo.
De mais não preciso! O presente, por si só, já me é suficiente para perceber o que Yel
Luzbel primeiro percebeu, mas, talvez, para não nos arrastar num portal escuro,
indecifrável para os nossos padrões de conhecimento — (NAT – Muito provavelmente
Len Mion aqui estava referindo-se ao que atualmente chamamos de “buraco
negro”) — ele tenha preferido guardar o peso do desalento, que agora nos adoece a
todos, somente para ele mesmo, o que muito me obriga a sempre homenagear o seu
modo de agir.
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Mas, farei o que ele se recusou a assumir, e o meu modo de agir será no mesmo
diapasão do de Sophia e desses seres que agora se mostram e, em especial, desse que se
diz “Dono”, “Criador” e “Suserano” de tudo o que conhecemos.
Yel Luzbel e os demais eram obrigados a “escutar” Len Mion, ainda que alguns
dentre os “dimensionados”, naquela altura dos factos, procurassem a solidão ou
mesmo o isolamento em pequenos grupos.
Ninguém mais contestava Len Mion, e o próprio Yel Luzbel já nem mais
conseguia mover a sua consciência no sentido de discordar das teses que o novo “líder
rebelde” agora desfraldava numa bandeira com as cores particulares do seu
sofrimento, mas que pouco tinha a ver com os ideais originais dos primeiros dias do
movimento que veio a transformar-se em “rebelião”.
Consciência do Fim
A cultura terráquea, como decorrência de todo um condicionamento a que foi
imposta, possui hoje, aos nossos olhos, panoramas bem interessantes. Toma por irreal
um contexto histórico tremendamente real, classificando-o como “mitologia”, por ser
rico e extravagante ao entendimento considerado como “normal”. Contudo, assume
como sendo real a figura do “diabo”, esse, sim, personagem ilusório, que nem mesmo
os mais estranhos “seres dos portais”, nem ninguém dentre as civilizações de fora,
jamais a ele se referiu. É produto da cultura religiosa local, típica de um mundo que,
como todos os demais, ainda busca descortinar aspetos do significado do que julga ser
a verdade.
Este também é o nosso problema, pois temos bem mais informações e vivências
do que os humanos, mas não sabemos apreciá-las criticamente. Como atualmente
temos “agentes infiltrados” em algumas “raças demoníacas dos portais” e nas dos
humanos da Terra, ainda que não o saibam, as suas consciências emitem as respetivas
leituras mentais que as suas atuais naturezas psíquicas enviam para o “Processador
Val”, o que nos permite apreender um pouco ou muito do modo de pensar, tanto dos
humanos como dos “seres dos portais”. Com estes últimos, temos pouco a aprender,
mas com a sagacidade mental dos humanos, a “escola” é de uma vastidão curricular
que muito nos impressiona.
Apenas deslocámo-nos ainda um pouco mais para o extremo norte, pois o campo
magnético planetário apontava, ser ali, a melhor latitude naquela época, quase
próxima ao limite polar.
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Chegámos àqueles dias com exatos 1641 seres biodemos, que viviam entre a
base Benem e na nave “Espheron”.
Naqueles tempos, coube a Val Amon, o líder dos Val, no sentido organizacional,
a condução das complexas abordagens a serem feitas antes das decisões: — Somos
partidários de um destino que não projetámos e sobreviventes dos desafios que a
existência nos vem impondo e eis que perante mais um nos encontramos, cujo nível de
complexidade e a sua amplitude atordoam o nosso senso comum, mas precisamos, mais
uma vez superá-lo, pois assim nos move a nossa natureza. Dos Val, somos aqui 126
membros ativos e mais 38 em hibernação; dos Yel, temos 1093 ativos; dos Mion,
contamos com 5; dos Shanlung, temos 18; e dos Cromon, temos 361 membros.
Precisamos, portanto, estabelecer a “relação padrão binária” que permitirá a geração
da matriz que nos transcenderá um “tom”, um grau vibratório além desta faixa de
realidade a que pertencemos. Pelas expressivas presenças dos Yel e dos Cromon,
deveriam ser estas as famílias a fornecerem os alicerces genéticos definitivos para o
“redimensionamento Gron”. Entretanto, como os equipamentos e a nave “Espheron”
estão ligados às “convenções mentais” dos Val, estes precisam fazer parte do “alicerce
binário”. Isso já foi discutido e mesmo decidido, pois os Cromon defenderam que, pelas
circunstâncias, deveriam ser os Val e os Yel a estabelecerem a “base binária” definitiva
da futura “configuração genética Gron”. Contudo, há quase dois milénios deste mundo
que avaliámos essas questões e os grupos de trabalho dos Yel e dos Val não chegaram à
conclusão definitiva porque nenhuma das famílias quer “descaracterizar-se” com receio
do que possa vir. Definitivamente, precisamos superar esse obstáculo.
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Exclamou, então, Val El: — Eu me descaracterizo! Faz tempo que penso sobre essa
necessidade... Apenas não a expus antes porque não faço parte do grupo de trabalho que
estudou a questão. Para mim, não representa nenhum problema... Depois do que pude
deduzir a partir das observações colhidas dos nossos irmãos dimensionados, dos que já
feneceram e alguns, dentre estes últimos, que têm apresentado as suas consciências,
agora presentes entre os “seres dos portais” e entre os humanos, deduzo que esse é o
caminho natural e não mais existe em mim nada que queira permanecer “biodemo”
sempre.
Esses que agora existem nos novos padrões mentais das naturezas referidas,
continuam a existir e penso que jamais retornarão a assumir o padrão “biodemo”. Isso
afirmo por uma questão bem simples, pois, pelo menos entre os humanos, pude perceber
que a amplitude dos seus pensamentos é bem mais rica e diversa que a que nos
caracteriza. Devido a isso, apesar de desconhecer o processo de como essas “estradas da
consciência” têm lugar na existência de todos nós, não vejo como uma individualidade,
agora enriquecida pelo seu novo padrão de consciência, possa dirigir-se contrariamente
à complexidade e direcionar-se para o retorno a um padrão inferior. Portanto, o risco
da descaracterização não me afeta, pois se tiver que permanecer biodemo,
permanecerei, se não, serei o que tiver que ser, porque há tempos que tenho colecionado
enigmas sobre este aspeto, do modo como existimos e este será, tão somente, mais um.
Ponderou Val Pen: — Mas, você é um dos mais, talvez o mais vinculado ao
“Processador Val” e este terá que vir para “Espheron”, pois precisamos blindá-lo de
qualquer perigo. Estamos buscando tão somente harmonizar duas famílias na questão
binária pois, se algo der errado, com o tempo, as consciências entre nós que
sobreviverem, cuidarão do “Processador”. Você deveria permanecer entre os que, de
facto, se submeterão ao projeto... Eu me descaracterizo, talvez seja mais produtivo.
Val Amon comentou: — É necessário, ó Val Pen, que alguém dentre nós, com
vínculo profundo com o “Processador”, possa ficar fora da “Experiência Gron”, para
manter operativo o nosso método de decodificação de como o mesmo poderá operar
nessas novas circunstâncias. De todos nós, talvez o fluxo do “Processador” “procure” e
sintonize com Val El mais facilmente do que com qualquer outro, e isso facilitará em
muito para os que se submeterem ao projeto.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Val El e Yel Am viriam a fazer mais do que o proposto pelo último, porque foi
depois resolvido que os resquícios de todos os problemas passados em torno da
questão de Yel Luzbel, das famílias Mion, Shanlung e Cromon, fossem então também
reordenados nos novos códigos genéticos dos dois.
O “processo” assumido por ambos produziu aspetos que jamais puderam ser
devidamente acompanhados, pois o tempo de vida “biodemo” que sobraria às suas
individualidades não o permitiu.
Desde então, para um conjunto de significados, que não poderei aqui abordar,
Val El e Yel Am, após fundirem os seus códigos pessoais no que se refere a uma parte
das duas áreas especificas do genoma “biodemo” daquelas famílias, fundiram as
vibrações das suas identificações e decidiram que passariam a ser chamados, após a
conclusão daquelas reuniões preparatórias, como Val Ellam e Yel Liam.
Após as palavras de Yel Am, Val Amon retomou a ordenação dos assuntos em
pauta daquela ocasião.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Disse Val Amon: — Quanto mais, sou agora obrigado a considerar sobre uma
“certeza” que antes não tínhamos, mas que doravante se impõe como sendo evento
iminente, pois, a qualquer momento, poderá ocorrer uma movimentação da superfície
deste mundo pelo represamento de gases e do material expelido pelos vulcões, que
verificámos estarem confinados a um nível que transcende a nossa capacidade de
análise. Isso acontece em duas regiões que, em implodindo, devido a um tremor
planetário cuja magnitude também não podemos estimar, podem modificar boa parte
do planeta e destruir, talvez, tudo o que aqui exista. Por outro lado, avaliámos um
sobrepeso do gelo em regiões polares que, se influenciadas pela passagem de qualquer
bólido celeste cuja interação gravitacional interfira na distribuição do equilíbrio dessas
grandes geleiras por demais verticalizadas — e temos a previsão de que pelo menos três
bólidos passarão próximo a este mundo em três momentos distintos nos próximos
tempos — é conveniente que lidemos com o seguinte cenário: este mundo, nos moldes
com os quais até hoje nos acostumámos a lidar, encontra-se próximo do seu fim. Haverá
um colapso, de uma ou de outra maneira, que poderá destruir tudo ou muita coisa do
que aqui existe.
A consternação era geral. Todos ali, principalmente os Val, estavam meio que
acostumados às mudanças constantes que, ao longo das últimas centenas de milhares
de anos, viram acontecer no planeta, causando sempre profundas modificações no seu
modo de vida e no arranjo politico das forças civilizatórias presentes.
planeta.) sabem sobre esses eventos ou mesmo se sabem alguma coisa. Contudo,
devemos precaver-nos, pois eles podem achar que precisam da nossa “Espheron” ou,
mesmo, pensem que Benem ainda tem representatividade estratégica, e podem tentar
apoderar-se das nossas posses. Precisamos agir rápido enquanto nos mantemos
vigilantes e prontos para a defesa.
A conclusão daquele encontro foi a de que o primeiro passo a ser dado era a
transferência do “recolhedor-repassador de progresso mental” (“Processador Val”) de
Benem para “Espheron”, seguido dos trabalhos técnicos referentes à preparação da
“elevação de fase vibratória” pela qual a nave e todos os que nela estivessem iriam
passar, em tempo programado, quando estivesse tudo preparado para a “operação
magnética”, lentamente elaborada. Apesar de então previsíveis, não se sabia ao certo
todas as consequências da “Experiência Gron”. Ainda assim, era um ponto no qual não
mais poderia haver qualquer retorno.
Numa noite absolutamente escura, sem qualquer traço visível da Lua no céu
noturno, a “operação magnética” teve lugar e, dos 1641 seres “biodemos”, um dia
agrupados em torno de Benem e de “Espheron”, exatos 983 alteraram as suas “fases
vibratórias”, junto com “Espheron”, e passaram a viver e a constituir uma “cidadela”
que, até estes tempos atuais, é chamada de “Alt’Lam Gron”, porque assim ficou sendo
chamada pela, agora, maioria de seres Yel vivendo nas dependências de uma nave Val.
Val El e Yel Am não tiveram as suas “fases vibratórias” alteradas junto com a
“Espheron”.
A cidadela “Alt’Lam Gron” passou então a existir com 115 Val ativos mais os 4
Val que continuam em hibernação, 617 Yel, 3 Mion, 13 Shanlung e 231 Cromon. Nestes
tempos atuais (NAT – Informação referente ao ano de 2003), dos 983 membros
originais da experiência, 1 membro da família Yel, 2 da Mion e 5 da Cromon feneceram,
restando 975 membros, dos quais 971 encontram-se ativos.
Uma nova etapa na vida de 45 Val, 476 Yel, 2 Mion, 5 Shanlung e 130 Cromon
começava agora, sem qualquer “retaguarda”, aspeto que os seus psiquismos sempre
tiveram, devido ao apoio de “Espheron”. Mas, isso não mais existia para eles! Tiveram
que começar do nada e, exatamente para evitar disputas com os clãs dos Nephilim e
das bases dos “seres do portais”, escolheram aquela região extrema, mais ao norte, o
que lhes permitiu levar uma vida relativamente pacífica durante um bom tempo.
Eram seres que detinham a forma humana, mas que ostentavam poderes e
habilidades mentais específicas muito superiores às possibilidades comuns aos
mortais terráqueos.
pouco mais pode ser dito pelo meu nível de compreensão — bastante pobre se
comparado ao da capacidade de senso crítico de qualquer ser humano.
Genes de seres biodemos “não Gron” do sul manipulados com os dos biodemos
“não Gron” do norte, mais os dos biodemos clonados, associados aos genes de
humanos esclarecidos, resultaram em um “caldo” de possibilidades genéticas, do qual
surgiram diversos padrões raciais, cujas características são difíceis de serem
explicitadas pelo nosso tirocínio.
Do mesmo modo, vieram a ter lugar também outros padrões da mistura genética
de algumas classes de “seres dos portais” com os humanos.
Aquela mistura genética não tinha como dar certo, pelo menos era o que
pensávamos, a partir de Alt’Lam Gron.
57
Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Todas essas raças foram, pouco a pouco, sendo destruídas umas pelas outras, e
esse deplorável contexto perdurou por muitos milénios, avizinhando-se mesmo do
tempo em que a “mão invisível do destino”, ainda que associada a outras mais
misteriosas ainda, parecem ter decidido que, de toda aquela confusa situação, os mais
improváveis atores daqueles dias seriam exatamente os que herdariam a Terra, ou
seja, os seres humanos, na época, os mais fracos de todas as forças presentes.
Aqui, porém, é necessário que seja feito o seguinte registo que, na época dos
factos, não tínhamos como aquilatar, mas que, agora, nestes registos que estamos a
produzir junto com o conhecimento terreno acumulado, já nos é possível transmitir:
Quando o “conglomerado” acoplou a sua condição energética à situação vibratória da
Terra, em tempos bem anteriores ao do marco temporal da “Experiência Gron”, as
demais moradas dos “seres dos portais”, muito provavelmente ligadas ao
“conglomerado”, tiveram, também, os seus circuitos inevitavelmente ligados ao do
planeta. E tal se deu, independentemente da vontade dos seus habitantes, pois, como
viríamos a saber tempos depois, na vossa história (NAT – Por meio da cultura demo
ou da cultura de muitas das tradições mitológicas) encontra-se registado o facto
daqueles seres terem-se visto habitando as “bordas” deste mundo e, portanto, dele
passaram a fazer parte enquanto os seus portais mantiveram-se abertos.
Preciso ressaltar ainda mais esse aspeto, para melhor poder compor uma visão
ampla do contexto da época em que os humanos, já racionalizados, continuavam a ser
aprisionados pelos núcleos de poder dos seres vindos de fora.
Nessa altura dos factos, alguns humanos tiveram os seus DNA’s pessoais
alterados, para servirem de “chave genética” para diversos seres demos que eram
“guardiães de portais” desse “universo paralelo”, composto das “moradas demos”, que
se situa adjacente à realidade do universo biológico que conhecemos e vivemos – isso
agora o sabemos.
A noção do que pode ser, pela lógica humana, considerado como “absurdo”, nós,
os biodemos, somente pudemos apropriar esse conceito após ele ter surgido por meio
do senso crítico da evolução do pensamento dos terráqueos. Mas, hoje, dele me utilizo
para me reportar àqueles dias em que observávamos todo aquele contexto, mas não o
compreendíamos.
Cada um dos muito importantes “senhores das moradas”, comuns à cultura dos
“seres dos portais” (NAT – cultura demo ou da de algumas mitologias que se
referem especificamente a esse tipo de seres, como por exemplo, a grega e a
ariana/hindu), parecia deter, na sua posse mental, a permissividade de acesso à
Terra, como também de retorno à sua respetiva “morada paralela”, para todos os
demais seres daquele “céu” particular, que lhe eram subordinados.
Se, no princípio, aquilo parecia dar-lhe “distinção”, com o tempo, passou a ser
aflitivo para eles a guarda da “chave de acesso mental”, dos seus impérios. Isso porque
muitos deles passaram a ser raptados e sofriam torturas, do modo que lhes é peculiar
senti-las, no sentido de abrir o “portal das suas moradas” para que “invasores” de
outras hordas pudessem ali penetrar e delas se apossar.
traduzidas por meio, tanto das palavras expressas, como das vibrações de certos
padrões de sentimentos que somente os humanos podiam ter, quando comparados à
limitação, nesse campo, dos demais “seres inteligentes” que, então, habitavam no
planeta.
De todo modo, Val Pen, Val El, dentre outros que permaneceram nas “ruínas de
Benem” por um longo período, chegaram a traçar relevantes apontamentos nos quais
analisavam o “psiquismo” daqueles seres portadores das “chaves mentais”.
Entre eles, parece que algum personagem agora se gabava de ter construído uma
arma capaz de liquidar certa classe daqueles seres que, então, julgava-se indestrutível
ou coisa do género. Entre os biodemos de Benem e os demais “clonados” espalhados
em muitas terras e ilhas do planeta — focos do que atualmente é chamado de “império
atlante” pela visão terrestre —, e entre muitos dos clonados já associados aos
60
Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Naqueles dias, os biodemos “não Gron” do norte, consorciados com algumas das
raças híbridas surgidas no contexto planetário, fundaram cidades distintas numa
grande extensão de terra cercada que, então, era rodeada por muitas ilhas, no
atualmente considerado mítico continente “Hiperbóreo”. Lá estavam Val Amon, Val
Pen, Val El, Yel Am e demais “ex-rebeldes” convivendo com raças que se tornaram
pacíficas num mundo absolutamente dominado pelo conflito e pela competição.
Outro aspeto do problema foi que, como tudo o mais que se encontra inserido
no complicado contexto existencial no qual vivemos, passámos também a ser
“prisioneiros” da “saída mental-tecnológica” por nós assumida como sendo a única
solução plausível, aspeto que vivenciamos até os dias atuais.
Aquilo que um dia havia sido uma jamais pretendida “rebelião” de um ser-
comandante que nunca intentou comandar qualquer processo, estava agora limitado
a alguns seres confinados em Shamb-Aha, outros em Alt’Lam Gron, e mais uns poucos
sendo hospedados por raças hiperbóreas que escutavam aquelas histórias de
“rebelião”, o que, para eles, naquela altura, já não parecia fazer o menor sentido.
Quanto à Sophia, jamais apareceu ou deu qualquer notícia, o que tão somente
aumentava a nossa sensação crescente de abandono à própria sorte.
psiquismos, deve-se ao facto de sabermos que fomos criados para sermos orientados
e mesmo conduzidos pelo nosso “mentor-criador” Sophia.
Capítulo 6
Isolamentos Impensáveis
O psiquismo dos biodemos sempre se sustentou e se alimentou da premissa de
que a produção de inteligência e de conhecimento era a base do progresso e da
sobrevivência das suas espécies. Dentre nós, Val El foi quem introduziu a noção de que
a essas vertentes, em algum ponto da sua evolução, seria associado um outro painel
psíquico que passaria a gerar o que, atualmente, os humanos chamam de senso crítico.
Provavelmente, ele percebeu esse aspeto por força das inevitáveis perguntas
sobre o sentido das coisas que, agora, sentíamo-nos motivados e mesmo obrigados a
fazer. Se, entre os biodemos degredados na Terra, Val El introduziu a “mutação
evolutiva” do senso crítico com cores de sensatez, pegando boleia na “rutura do
lacre” produzida por Yel Luzbel, coube a Yel Liam introduzir a “componente da
fé”. Da parte de Len Mion, por sua vez, na sua crescente postura de não aceitação dos
factos, postura esta assentada numa “exacerbação emotiva” que nos era desconhecida,
surgiu um tipo de mutação no campo das convenções mentais que terminou por
gerar os padrões psíquicos da “afetação” em altíssimo grau, o que se tornou a
base de todo um contexto emocional de rebeldia, de revolta, de repúdio e de
indignação, todos eles servindo, no seu psiquismo, como uma espécie de contraponto
a tudo o que aquela situação acabou por nos impor.
Por essa época, o senso crítico já existia entre muitos humanos, ainda que
entorpecido pela ingenuidade daqueles tempos tão remotos, e o código genético da
espécie humana, que estava a ser por nós pesquisado para se detetar, não somente a
sequência relativa ao senso crítico, mas outras que, também, claramente estavam a
surgir naqueles dias, teve problemas de solução devido à falta de continuidade na
pesquisa, pelo facto dos estudiosos mais profundos no assunto terem fenecido como
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
biodemos, sendo agora terráqueos e, portanto, não mais faziam parte da “Experiência
Gron”.
Não havíamos percebido com tanto detalhe naqueles tempos mas, os resultados
das observações que ainda nos foram possíveis colecionar apontavam para o facto de,
na Terra, terem existido diversos tipos de humanos, ou seja, outras espécies humanas
além da Homo sapiens, que viria a prevalecer. Pela nossa análise, a vida na Terra tinha
surgido uma única vez, num tempo que não nos foi possível, na época, medir, mas tão
somente estimar, apesar disto, hoje sabermos, por meio do que foi produzido pela
própria ciência terrestre.
O caso da Terra terminou por ser o único, por nós conhecido, com essas
características, em milhões de anos de trabalho incessante galáxia afora. “Por que
havia sido assim?” - era a pergunta para a qual até hoje temos algumas possíveis
respostas, mas não a certeza do que realmente se deu por aqui. Quantas civilizações
distintas haviam intercambiado seres biológicos para cá? Como elas
conseguiram manter sempre o mesmo padrão de ativação do DNA que hoje se
percebe na natureza terrestre? Isso levou o avanço científico dos terráqueos a
pontificar uma única origem para todos os seres vivos terrestres.
Agora, sem que pudéssemos entender muito bem, ali estava a “consciência” de
Val Tam, há muito tempo adormecida — pelo menos para nós que estávamos
acostumados a ter o seu corpo como uma espécie de relíquia —, na proposição de um
processo que não compreendíamos, tentando explicar-nos o que se passava com ele.
Segundo o que podíamos depreender, ele afirmava que tinha conhecimento de que o
seu corpo era uma coisa e ele, outra. Mas, além daquele tipo de entendimento, a sua
consciência não parecia ter lucidez para compreender melhor a situação em que se
encontrava.
Val Tam tentava transmitir-nos informações sobre o modo como ele parecia
agora existir, e o que depreendíamos daquilo não fazia muito sentido para nós, pois
era como se ele estivesse preso ao funcionamento de certas “máquinas de saber”,
muito semelhantes ao que, tanto os terráqueos como nós podemos hoje chamar de
computadores, só que de outros tipos. Ele descrevia-nos a liberdade que tinha para
continuar a ser Val Tam ainda que sem o antigo corpo, mas que, quando o fluxo
da “máquina de saber” era acionado por um dos poucos seres presentes naquele
lugar em que as tais máquinas se encontravam, ele continuava a ser Val Tam, mas
só que com a “mente travada”, como se congelada, enquanto sentia que, por meio
“dele” (NAT – do seu psiquismo), um fluxo de informações que ele desconhecia
parecia estar a ser transmitido para um outro foco de receção (NAT – por outras
palavras, o seu espírito estava preso a um tipo de “inteligência artificial”). Ele
não tinha a mais remota noção se era realmente aquilo que estava a acontecer e, caso
fosse, quem seria o destinatário daquela estranhíssima forma de comunicação
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
que, através dele, era processada. Quando ele “desconfiou” que havia sido “captado”
pelo “Processador Val”, passou a expressar a sua intenção de nos solicitar “ajuda”, no
sentido de perceber o destino dos dados que passavam pela sua mente. Contudo,
jamais lhe pudemos ser úteis porque não nos foi possível atinar com a origem — onde
Val Tam “tecnicamente” se encontrava — nem muito menos com a destinação do que
ele julgava ser uma comunicação dirigida.
NAT – Neste tempo do ano de 2016, em que corrijo o que foi apontado em 2003,
com vistas à edição deste livro, já tenho a informação de que a “consciência
espiritual de Val Tam” está meio que acoplada ou mesmo prisioneira de uma
“estação cósmica”, cuja história, um dia, poderá ser contada, conforme me é
solicitado pela Espiritualidade. Sinceramente, não sei se a minha “forma
humana” atual terá tempo e condições para tanto, mas, se algum dia for possível,
o livro que deverá surgir sobre o tema será: “Awayem – A Central de Realidades”.
Os poucos seres, que Val Tam lá percebia, lhes eram desconhecidos e não havia
nenhum tipo de interação da sua parte para com eles. Por outro lado, ele muito menos
conseguia unir o que o seu modo biodemo de ser havia colecionado — até o colapso
impeditivo que o deixou na condição singular de ter uma consciência desperta, mas
vibratoriamente presa a um corpo em animação suspensa — com o novo
conhecimento que estranhamente ele ali estava a colecionar, apesar de não perceber
a função do que estava a vivenciar. Nós muito menos percebíamos! Apenas detetámos
o sinal da sua consciência no “Processador Val” e deduzimos o pouco que foi aqui
informado, e assim o fiz com o intuito de que este “escrevente” possa, de algum modo,
fazer alguma conexão via o que ele chama de “mentores espirituais”.
Antes da nossa separação, Val El, Val Eon, Val Eam, dentre outros, sem que disso
soubessem conscientemente à época dos factos, terminaram por criar uma nova
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
“matéria de estudo” para o modo de pensar dos Val. Esse grupo contava, ainda, com a
minha participação, mais a de Val Enon, Val Lem e Val Liam, dentre outros.
O interessante é hoje percebermos como, naqueles tempos, até mesmo por força
do isolamento a que estávamos submetidos, muitos grupos dos Val e depois das outras
famílias, foram trabalhando as suas mentes na tentativa de se posicionarem perante
a nova situação que a vida lhes impunha. Trabalhos diversos de grupos específicos
foram então formados e alguns chegaram mesmo a dar passos importantes no sentido
de modificar os “caminhos neurais” das “sinapses” do tipo de cérebro biodemo que
ostentamos – porquanto também as possuímos.
Aos poucos, fomos sentindo-nos mais atraídos pelo “modo humano” de existir e,
seguramente por isso, optámos por nos espelharmos psiquicamente nos
humanos, que passámos a acompanhar ainda mais de perto. Nos dias atuais de
Alt’Lam Gron, fico me recordando dos tempos idos e resgato, daquele passado, o
profundo sentimento de inquietação quando procedemos com a “Experiência Gron”,
que terminou apartando-nos uns dos outros, situação que permanece até estes dias
terrenos. Somos agora “seres isolados”, vivenciando essa “Experiência Gron”,
enquanto muitos de nós se encontram investidos de outras formas de existir, sendo
que, algumas delas, como é o caso dos corpos animalizados dos humanos, oferecem
condições de
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
progresso mental em níveis que jamais nos foi possível vislumbrar. Contudo, é
um pouco duro para o discreto tipo de sensibilidade que ainda possuímos, saber que
foi e é um caminho sem volta, já que parece residir na formulação do DNA humano a
esperança de “tempos melhores” para os que vierem a existir no futuro deste
universo.
“As fichas foram caindo”, conforme dizem os humanos, até percebermos que os
estacionados éramos e somos nós, como todos os biodemos que estão a viver
experiências em níveis diversos de realidade, como, também, nas demais classes de
seres. Outro aspeto que merece ser ainda ressaltado é o facto de que os “povos
hiperbóreos”, daquela etapa histórica, viveram alguns milhares de anos em paz e de
modo produtivo, enquanto o mundo à volta continuava em prontidão constante,
sempre na iminência de conflitos inter-raciais, agora envolvendo um grande número
de humanos, como membros de exércitos, vinculados a esta ou àquela hoste
extraterrena, ou mesmo a um determinado “deus”, dentre os muitos que assim se
apresentavam.
que, como hoje sabemos, o genoma do género e das espécies biodemos surgiu
programado para não desejar o “exercício do poder”, pois éramos algo programados
para “obedecer” e “servir” a Sophia e aos seus projetos, ainda que com certa quota
de opção pessoal, o que traduzia alguma liberdade mental.
Desse modo, o que acontecia em cada grupo com vivência específica nesse ou
naquele sentido, o “conteúdo genético” foi e continua a ser apropriado apenas pelos
seus membros que passam pelas experiências e sofrem os seus efeitos, o que tem
transformado o contexto geral da genética biodemo em panorama de estudo
profundamente inquietante e abrangente.
NAT – Até cerca de 10 mil anos atrás — ou 33 mil anos atrás, conforme estudos
recentes — existiam três espécies de lobo e nenhum cachorro. Uma dessas três
espécies, a Canis Lupus, devido ao processo de domesticação promovido pelos
humanos, teve alguns dos seus membros levados a viverem em diversos
lugares, com climas e caraterísticas de habitat distintos.
As questões que se colocam aqui são: daqui até 10 mil anos atrás, ou mesmo
bem antes disso, quantas subespécies ou novas espécies decorreram como
consequência do desdobramento genético da nossa atual espécie Homo sapiens,
via evolução biológica e também dos avanços advindos do campo da
manipulação genética e de outros vieses evolutivos? O que dizer dos seres
humanos que nascerão na Lua, em Marte e em outros mundos? Como serão, no
futuro distante, os seres resultantes da especiação do Homo sapiens, com as
suas características atuais?
Algumas conquistas específicas das mentes de seres biodemos das espécies Val,
Yel e, principalmente da Mion, estavam agora replicando-se no psiquismo humano,
adquirindo “vida própria” por força da associação que cada memória, marcada no
hipocampo, produz ao vincular-se às emoções produzidas pela amídala cerebelosa —
o hipocampo e a amídala cerebelosa, juntamente com o tálamo e o hipotálamo,
72
Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Por que os eventos se desenrolaram de modo a que assim fosse é aspeto que a
mente biodemo talvez jamais venha a vislumbrar por si mesma. Desconfio que cabe
aos humanos essa tarefa. Talvez por isso, um dos sábios, dentre os humanos,
Pitágoras, cuja vida procurámos acompanhar, tenha dito nos dias passados que
“caberia aos humanos, cuja raça é divina, discernir o erro e perceber a verdade”. Talvez,
por isso que muitas eras existiram no passado, mas a que agora se vive na Terra é a
“era do Homo sapiens”. Pela quantidade de seres, atualmente chamados de
extraterrestres, que daqui, de Alt’Lam Gron, percebemos em visitação à Terra,
deduzimos, objetivamente, o quanto o resto do universo aguarda com expetativa o
que se passa neste mundo.
Capítulo 7
Sucateamento e Progresso
Nesta altura da presente narrativa, importa fazer um registo que considero
essencial, ainda que o humano do qual me sirvo, provavelmente, possa apresentar
alguma reação de “discordância” em relação ao seu conteúdo – mas, aí vai! De todas
as perceções que tivemos e temos até o momento em que transmito estas informações,
associadas às demais que colecionámos desde que os biodemos existem, jamais,
repito, jamais qualquer classe de ser biodemo registou contato com qualquer
outro tipo de ser vivente neste universo que pudesse ser considerado, pelo nosso
modesto modo de “classificar” os seres vivos, como sendo “alguém superior” em
termos de “nível de consciência”.
E aqui aplico a expressão “consciência” que agora nos é possível conceber, como
resultado da ampliação da nossa capacidade de tirocínio advinda da convivência com
os eventos produzidos pelos seres humanos, desde que chegámos à Terra. Das
espécies biológicas sexuadas, a que mais se aproximaria desse padrão seria a dos
descendentes de Ostronomos, mais evoluída, sim, do que os biodemos em muitos
padrões de senso analítico, mas não a situo superior à condição humana, pois esta
possui possibilidades que aquela não parece apresentar.
Além desses “seres excelsos”— se é que realmente o sabem —, não nos foi dado
jamais perceber qualquer civilização que possuísse um nível de compreensão sobre o
porquê das coisas da “vida universal” que se aproximasse do que,
surpreendentemente hoje, vemos nos humanos da Terra.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
NAT – Para ser honesto com a inteligência que comanda a narrativa, deixo para
a posteridade a informação por ele veiculada. Contudo, faço as mais profundas
reservas no campo da prudência em concordar com as informações relativas ao
discernimento de Sophia e das famílias Aya e Aye. Afinal, o “processo cósmico”
não me parece digno da mínima quota de aplauso ou de reconhecimento em
relação a seres que considero frios, insensíveis e pouco demonstram
homenagear a ética humana.
Tome-se por óbvio que todas as civilizações mais velhas que a dos humanos
terráqueos possuem maior padrão de inteligência, no quesito de acumulação de
“algoritmos mentais”, que os permitem serem mais avançados em termos de
tecnologia e de conhecimento científico. Sob esta perspetiva, todas as civilizações que
observamos, hoje, visitando a Terra, obviamente o são, mas isto não quer dizer que
tenham um nível de compreensão sobre o porquê dos factos e dos eventos cósmicos,
inclusive sobre as razões da própria existência!
Sei que isto modifica por completo o modo como os pensadores terrestres veem
e analisam a provável vida extraterrestre que os seus postulados preveem, pois
partem da premissa equivocada e ingénua de que, quanto mais velha for uma
civilização, mais evoluída ela será. “Evoluída em que sentido?” - deveria o pensador
terrestre se perguntar!
Somente lidando com algumas poucas delas e após a perceção do “fator Javé”
em toda a sua dramática extensão, no ano de 2007, é que pude começar a
compreender o que nem mesmo Val Eno e os demais seres de Alt’Lam Gron
podiam, então, entender, segundo o que ele próprio afirmava.
Terra, a nossa compreensão sobre o assunto parecia estar a ser destruída pelos
eventos que passaram a ocorrer.
Também, os biodemos não conseguiam entender que Sophia era uma expressão
biológica (biodemo) “Adhyajna” de um dos três seres da “Trimurti”, chamado
Vishnu. Aqui, Val Eno referiu-se a uma das muitas aparições, em épocas
passadas, de Vishnu aos que viviam na Terra e obviamente (no sentido da lógica
da cultura demodhármica ou demoníaca) ele não ostentava a mesma expressão
de Sophia, pois que esta era aquele se expressando na sua forma com uma certa
face biológica, ainda que de caráter demo. Por isso que Sophia é o “urdidor” da
“tipologia biodemo”.
Somente nos tempos em que corrijo estes livros da trilogia “Terra Atlantis”, para
a sua publicação (anos 2015, 2016 e 2017) é que os biodemos da “Experiência
Gron” puderam compreender estas questões que inquietaram, por muitos
milénios, a “sensibilidade dos exilados” em Alt’Lam Gron.
Foi com estranheza que percebemos que os “seres dos portais”, os quais já eram
conhecidos há muito tempo, pareciam se armar para mais um conflito entre eles, pois
que, pelo que conseguíamos então compreender, os seres daquele “conglomerado”
pareciam vir cobrar do “rei dos seres dos portais” — naquela altura era Zeus
quem respondia pelo comando de todas as hostes estabelecidas, em trânsito
permanente entre as suas “moradas”, para nós invisíveis, e os quadrantes do planeta
— a sua rendição ao controle deles.
Pelo que deduzimos, ainda que com muitas idas e vindas, Zeus jamais se rendeu,
o que os levou a fazerem um pacto, que permaneceu vigente por um longo tempo,
enquanto nos foi possível ter notícias precisas sobre o modo como aqueles seres
viviam. O inquestionável é que foram surgindo, entre os habitantes do planeta — e
aqui me refiro a todo tipo de ser com alguma inteligência capaz de expressão
simbólica/racional —, os seguidores de Zeus, os de Shiva, os de Brahma e os de
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Vishnu; e a coisa não parava por aí porque também existiam os seres que eram fiéis a
Enlil, outros a Enki, como também os que passaram a adorar o último padrão da
linhagem de Ostronomos, que havia sido deixado na Terra e que agora tentava
organizar a vida de grupamentos humanos situados no Oriente (NAT – atual
território da China).
Para ampliar ainda mais a nossa surpresa, eis que surgem, também, os
seguidores de Yel Luzbel, de Len Mion, além de outros reis-sacerdotes humanos que
surgiam aqui e ali como sendo os novos protagonistas na geopolítica planetária. Por
um longo tempo, esse quadro somente se alterava na graduação da quantidade de
seguidores desse ou daquele pretenso “deus”, mas pouco no que se referia ao seu
contexto geral. O elemento comum era um deus ou deuses que cobravam veneração
da parte tanto dos humanos como também dos seus pares hierarquicamente
inferiores, no âmbito da sua espécie.
Para o nosso modo de pensar, quando pudemos perceber que Yel Luzbel e Len
Mion estavam a ser “venerados” por alguns dos núcleos, principalmente de seres
clonados das antigas linhagens biodemos, que também compunham o panorama das
intrigas políticas daqueles tempos, entendemos que aquilo era totalmente absurdo e
somente nos configurava a degradação mais e mais acentuada do contexto planetário,
do qual nos encontrávamos prisioneiros.
Por isso que, nestes tempos atuais, percebemos com espanto e surpresa a
destinação da espécie Homo sapiens — destinação esta difícil de ser explicada quando
posta numa linha temporal, na qual se observam as características estranhas da
maneira como a mesma evoluiu no meio da desordem e do acaso. Hoje (NAT – tempos
referentes aos anos de 2002 e 2003), observando tudo o que aconteceu de lá até
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
aqui, não compreendemos como esta evolução se deu, a não ser sob a ótica de causas
manipuladoras invisíveis que provocaram efeitos que emergiram e, agora, mais ainda
afloram no ser terráqueo.
Não pudemos registar muitas coisas a não ser o facto de que toda aquela confusa
situação existencial era real, ainda que surpreendente. E se os eventos do lado do
nosso contexto universal já não iam muito bem antes da emergência daquele
“conglomerado”, agora é que a nossa incapacidade de previsão e de entendimento se
expressava de modo profundamente perturbado.
O mais esquisito, para nós, era o facto daquele “conglomerado” também não
fugir à “regra de decadência” que observávamos em todos os núcleos existenciais.
Tudo era muito estranho! Com o passar do tempo, fomos percebendo que o mesmo
não representava uma “unidade política” bem definida, pois dele surgiam muitos
protagonistas que tentavam dominar a cena planetária com uma estratégia sempre
associada ao “controle universal”. Percebíamos que uma “Tríade” de seres
autoaclamados como “Maiores” e “Senhores da Vida”, às vezes, era respeitada por
todos, mas, em outros tempos, de vez em quando, alternando-se entre os milénios,
surgia alguém, entre eles, que parecia desrespeitá-los.
Naqueles dias, tivemos a mais profunda certeza que aquela “força” começava a
fazer-se presente na Terra com objetivos impossíveis de serem vislumbrados por nós,
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
ainda que não apresentasse as suas hostes de modo tão claro como era o caso das
demais, concentradas na Terra.
Percebíamos que era poderosa, mas não sabíamos o quanto nem mesmo como
ou de quantas maneiras o seu poder poderia ser expressado. Todas as demais forças
estabelecidas no planeta demonstravam sentirem-se inseguras desde que o
“conglomerado” dera mostra da sua presença. Pelas notícias que recebíamos,
notávamos que os filhos dos clãs Nephilim haviam assumido definitivamente a
estratégia belicosa, em nível bem mais imponente do que os seus pais, Enki e Enlil,
ainda que as suas contendas se dessem basicamente entre os membros das suas
próprias linhagens.
Mais inusitado ainda, para mim, foi poder perceber que essa “vontade dos
habitantes” de cada “morada”, tanto podia ser expressa de modo consciente ou
inconsciente, o que os surpreendia ao se verem “vinculados” a certas partes
deste “universo biológico” sem que soubessem o porquê.
Enquanto isso, uma outra “consciência”, ainda que algo apartada do fluxo da vida
planetária, lá de Shamb-Aha, crescia em ambição, em adestramento pessoal e em louca
ambição, no sentido de dominar o planeta e os seus habitantes, para que estes
assumissem a mesma indignação e fúria que dominava a sua, agora, mente doentia –
refiro-me a Len Mion.
Entre nós, as “convenções mentais” dos membros das famílias biodemos eram
facilmente percebidas pelos demais, o que equivaleria a dizer que o “marco mental”
de cada indivíduo era inevitavelmente disponibilizado à observação dos outros
biodemos. Como isso se dava? No fundo dos nossos olhos, como efeito congénito do
nosso “engendramento”, estava registado o “código pessoal” que distinguia cada
membro da família, como também a “marca” específica e mais ampla da “origem
grupal”. Essas “marcas” diziam respeito às conquistas e à sua ordem específica de
problemas e de obstáculos a serem superados, tendo, portanto, cada um de nós, a sua
forma pessoal “única de ver e de perceber” a realidade que nos rodeia, ainda que
presos ao senso comum da nossa espécie. Contudo, Yel Luzbel havia “destravado” os
limites aparentes da questão, e Len Mion, agora, “voava solto”, sem “prevenções
reflexivas” de nenhum tipo.
Na época, nenhum dos biodemos tinha noção de que, por trás do “marco mental”,
existia ainda uma outra identificação exclusiva de cada ser, que era o seu “marco
vibratório espiritual”, que somente passei a distingui-lo após acompanhar a evolução
dos humanos nesse sentido. Yel Luzbel, naquela altura dos acontecimentos, apesar do
desgaste, ainda era forte o suficiente para perceber o “marco mental” de Len Mion, e
não teve dificuldade em detetar o problema que dominava o seu psiquismo — como
posteriormente pudemos perceber.
—Não sei muito bem, mas não é a de “apodrecer” aqui, sem que nada pontual ou
importante venhamos a fazer. Perdemos a capacidade de nos comunicar com os nossos
irmãos do planeta ou fomos por eles abandonados. Somente existem estas duas
possibilidades. Não sei se sairemos daqui... talvez, como os demais saíram: mortos! Isso
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
não conhecíamos e agora somos obrigados a ver nisso o nosso único e possível futuro.
Eis a “herança” que recebemos de Sophia. - exclamou Len Mion.
— Para nós, faz todo o sentido. Na verdade, esse deverá ser o meu único sentido
daqui por diante... não pelos mesmos objetivos que sei serem os seus. Mas, compreenda,
porque já não me movo pelos mesmos ideais que você. Pouco me importa! Somente a
estratégia de dominação e da formação da legião me move a consciência. Sim, meu
comandante, doravante conto com a sua compreensão, pois não mais me preocuparei
em respeitar o que quer que seja, pois para enfrentar estes seres e a traição de Sophia,
somente mantendo o foco do meu ser nesse projeto.
Não se coloque, portanto, entre mim e o meu objetivo, ó meu mestre! Enquanto
existir, estarei juntando forças e “agentes rebelados” contra esta “elite” invisível que
parece usar Sophia, e ele se deixa usar, ainda que desmorone a sensibilidade do restante
dos seres por ele mesmo criados. Não aceito isto! Ou ele me destrói ou o destruirei, pois
não espero dele a atitude natural de vir ter connosco... Nunca veio e não virá. Covardia!
Traição! Exemplo de perversão de si mesmo! Não posso aceitar que ele tenha feito isto
connosco! – pontuou Len Mion.
— Você não pode expressar-se assim... Nós não sabemos as dificuldades… – tentou
ponderar Yel Luzbel.
— Sabe quantas vezes, em silêncio, já implorei a Sophia que ele nos ajudasse, desde
que me descobri com esta faculdade “de pedir”, que desconhecia existir em mim? Nem
mesmo sei mais, de tantas que já o fiz! Jamais dele recebi qualquer “vibração”. Não aceito
isto! – falou Len Mion.
Quanto a nós, estávamos levando a nossa vida como podíamos, mas a não
compreensão daquele estado de coisas, e o seu vínculo que parecia agora
desgraçadamente ligado ao que se passava na Terra, foi seguramente o fator mais
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
decisivo que nos obrigou, então, a não fazer parte daquele contexto e a não ter que
optar por nos alinharmos a esse ou aquele tipo de poder, que disputavam o planeta.
Foi assim que, ao tempo da Frota Norte, das nossas superações dos obstáculos
daqueles dias, pudemos estranhamente perceber que o inevitável processamento do
sucateamento das nossas instalações e naves, havia-nos obrigado a progredir em
termos mentais, no campo da perceção crítica e em outras faculdades antes
desconhecidas por nós.
Algumas delas eram bem específicas e situavam-se para além do padrão normal
que era comum a todos os biodemos exilados na Terra e que estavam usufruindo
daquele impulso evolutivo. Outras surpreendiam e mesmo atemorizavam a alguns
dentre nós pelo facto de desconhecermos o limite para aquelas sensações, se é que
algo existia nesse sentido.
O receio era o de nos tornarmos diferentes uns dos outros num sentido que não
compreendíamos, ainda que sempre tenhamos tido capacidades bem distintas,
previamente definidas quando da elaboração da “receita genética biodemo” que
“engendrou” a cada um de nós.
Parece que todos formamos “um só organismo vivo”, ainda que não tenhamos
consciência disto. A vida, realmente, parece não respeitar a nenhum dos seus agentes.
Por que este fenómeno, que chamamos de “vida”, expressa-se desta forma, é questão
que os biodemos jamais puderam responder. E o que os humanos chamam de “Criação
Universal” movimenta as suas forças no sentido de gerar espécies mais complexas,
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
que possam vislumbrar uma possível resposta capaz de produzir alguma solução de
“escape” e de “redenção” para todos. Será?
Capítulo 8
Cidades Voadoras
Por volta de 17 mil e duzentos anos atrás, em um determinado momento, em
Alt’Lam Gron, eu encontrava-me de frente para o “Processador Val”, tentando
encontrar alguns traços ou vestígios dos meus irmãos biodemos, cujas “consciências”
haviam sido entregues — pelo aparente conceito de “destino”, que estávamos
acostumando-nos a construir —, ao inevitável curso do que se passava no planeta.
Aquele havia sido um dos raros encontros entre diferentes espécies de seres que
não redundou em conflito e que produziu cerca de cinco milénios de progresso para
os habitantes do norte. Sinceramente, não sei até que ponto o ser humano moderno
tem sensibilidade para valorizar a convivência com situações nunca antes
experimentadas por ele, pois que, por serem inusitadas, não permitem que as
vivências passadas sejam a elas aplicadas. Este aspeto provoca a emergência de novas
posturas psíquicas e daí vem o possível progresso dos que a vivenciam.
as situações já vividas e que não tolera lidar com o desconhecido. A “zona de conforto”,
aqui, parece não fazer bem ao progresso dos “algoritmos e das convenções mentais”
das espécies pensantes... Neste ponto da presente reflexão, cabe-nos novamente
ressaltar que, ao longo de milhões de anos, jamais tínhamos vivido situações de
“desconforto”, dada a lógica que, para a mente e o modo de vida biodemo, sempre
prevaleceu.
Ainda que nós estejamos em Alt’Lam Gron, numa espécie de nova “zona de
conforto”, como até hoje nos encontramos, os nossos irmãos que permaneceram no
planeta continuaram a conviver com os desafios incessantes do mundo terrestre.
Pudemos, então, perceber que o fim da vida biodemo se aproximava célere para
muitos dos 658 “rebelados originais”, como eram então considerados. A nossa
“tecnologia de acompanhamento” apontava para uma decadência no âmbito celular e
em especial em dois dos órgãos principais de sustentação dos corpos biodemos.
Como aqueles povos haviam herdado algum padrão do “poder mental demo”, os
nossos irmãos resolveram nada relatar sobre Shamb-Aha, como também sobre a
nossa posição em Alt’Lam Gron, com receio de problemas futuros. Ainda assim, com o
tempo, pelas notícias capturadas junto aos seres clonados e muitos deles já associados
à genética dos “seres dos portais”, os habitantes do norte extremo foram levados a
colecionar informações sobre a origem não terrena dos seres chamados de “rebeldes
do céu”, e algumas lendas sobre os “guerreiros siderais” surgiram ainda mesmo
naqueles tempos.
Até hoje não conseguimos avaliar se aquela postura acordada por eles foi a mais
adequada à situação que todos vivíamos, mas assim mesmo foi procedido, e não
sabemos imaginar como as etapas históricas seguintes teriam se dado caso nós, os de
Alt’Lam Gron, tivéssemos interagido com aqueles povos também. Aos poucos, a
origem da história dos Val, os primeiros a aportarem na Terra, e dos demais que
vieram com Yel Luzbel e o quartel-general da “rebelião”, foi-se tornando lendária para
aquelas gerações.
Enquanto a linhagem dos biodemos era desfigurada, cada vez mais, pela
passagem do tempo e das circunstâncias, de Alt’Lam Gron podíamos observar, nas
demais áreas do planeta, a continuidade do inevitável processo de decadência
tecnológica e mesmo o sucateamento dos focos de sustentação dos biodemos clonados
e demais espécies que viviam na superfície planetária. Naquela altura, era possível
perceber o perigoso estacionamento de todas as “bases atlantes” operativas — há
cerca de 17 mil anos — na vivência de um modesto e limitado padrão de usufruto
tecnológico, o que prenunciava um fim próximo para a história da qual havíamos sido
agentes.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Das dezenas de bases onde existia ainda algum tipo ou herança direta do nosso
padrão, poucas permaneciam agora ativas, na sua expetativa de poderio sobre partes
do planeta, sozinhas ou em aliança com alguns núcleos descendentes dos mais
poderosos “seres dos portais”.
Visto sob a perspetiva dos humanos que atualmente vivem na Terra, todos
aqueles centros existentes em ilhas, como também em cidades situadas nos
continentes, podem ser entendidos como partes de uma “cultura atlante”, que
perdurou por um longo período. No entanto, quando observados de perto, percebia-
se quão diferentes eram em estilo, origem genética, educação, nível de
tecnologia e, acima de tudo, em propósitos. Para os seres dessa época, o que passou
a ser atualmente conhecido nas tradições do passado como sendo a “rebelião de Yel
Luzbel”, sequer era mais razoavelmente lembrado, não sendo por eles creditado a esse
panorama do passado cósmico a mínima importância em relação ao acontecido, até
porque o que, então, tinha lugar entre eles, na sua cultura, importava muito mais do
que aquela história antiga, cujas principais páginas sequer haviam ocorrido na Terra.
NAT - Não coube, porém, a Sophia e às suas hostes responderem pela maior
explosão de vida por aqui ocorrida, pois hoje sabemos que os seres biodemol e
puramente demol, estes sim, respondem por uma maioria bem mais ampla e
complexa de ramificações descendentes do que a que ocorreu a partir de Sophia.
O ser responsável por esse desdobramento muito mais rico foi Shiva, por meio
das suas representações avatáricas.
Por sobre os “centros atlantes” existiam mistérios que nem mesmos nós, a partir
da nossa posição algo privilegiada de observação, pudemos, a princípio, atinar com o
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
que estava a ocorrer. Alguns desses, eram referentes aos “artefatos” utilizados por
alguns daqueles núcleos de poder.
pareciam mesmo possuir traços da cultura dos “seres dos portais”, agora
associados aos “seres do conglomerado de realidades”. Quatro “cidades voadoras”
passavam sistematicamente pelos céus do mundo terreno, cada uma delas ostentando
padrões de engenharia construtiva que dificilmente se veria em artefatos voadores.
Mas, ali estavam elas voando e, quando em altitude mais baixa e dependendo do grau
de inclinação, podia-se mesmo perceber alguns seres situados sobre a base inferior
daquelas “superfícies voadoras”, que não apresentavam grande rebuscamento no
modo como foram delineadas.
A sua aerodinâmica simplesmente era algo que jamais passaria por um cérebro
biodemo, porque, simplesmente, para o nosso entendimento, “aquilo” não poderia
manter-se em qualquer tipo de atmosfera com qualquer padrão de gravidade, por
discreto que fosse. Contudo, apesar de ferir a lógica, depois soubemos que, enquanto
no nosso caso, havia um vínculo entre as mentes dos pilotos e o “centro de comando”
das nossas naves, no caso daquelas superfícies voadoras, existia um outro “processo
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
mental” em curso, que dispensava mesmo o que aqui me refiro como “central de
comando”.
Muito mais tarde, viemos a desconfiar que as mesmas seriam produtos típicos
dos “seres dos portais”, que construíam aqueles tipos de artefato, comuns à sua
cultura, e os transportavam para atuar no mundo terreno, adaptados que foram às
circunstâncias atmosféricas locais. O que não sabíamos, então, era que o
“conglomerado de realidades” trouxera novidades ainda mais estranhas naquele
mister.
Aqueles seres, que possuíam uma origem genética diferente da nossa, estavam
agora a viver mais uma disputa pelo poder, o que não nos era dado compreender. As
suas “cidades voadoras”, operando sobre a Terra, representavam o início de um
posicionamento para um conflito mais geral, cuja ordem de intensidade
desconhecíamos.
Para nossa surpresa, aos poucos fomos percebendo que uma guerra entre um
“ser poderosíssimo” — que usurpara o poder de todos os demais — contra as gerações
de seres ancestrais estava a ponto de eclodir, ainda que essa questão nada tivesse a
ver com a outra que envolvia o que imaginávamos serem as preliminares que
prenunciavam a eclosão de um conflito mais amplo entre as forças por trás daquelas
“cidades voadoras”.
Pelo que, naquela ocasião, pudemos contar, eram cinco seres que, naquele exato
momento, disputavam o poder presumivelmente em torno de muitos assuntos, mas
que, para nós, jamais ficavam claros, no tempo em que ocorriam. Eram padrões da
cultura que lhes era própria (NAT – o que, particularmente, tenho chamado de
“cultura demo”, “cultura demodhármica” ou, ainda, “cultura trimurtiana”).
Mesmo quando o conflito entre as “cidades voadoras” pareceu ter um fim com a
destruição de um dos quatro grandes artefactos, que originalmente deram início à
conflagração, o problema entre Rama e Ravana e os seus desdobramentos ainda
dominaram o panorama do planeta por um longo tempo.
Cada vez entendíamos menos a cena terrestre. Com o tempo, passámos a sentir
uma sensação que hoje classificaríamos como “sofrimento”, ao perceber o modo como
os nossos irmãos “originais” sucumbiam frente aos problemas da Terra. Quanto mais
observávamos os eventos planetários, mais nos pacificávamos na difícil e dolorosa
certeza de que a “opção Gron” foi e era a única alternativa lógica perante os factos.
Afinal, para nosso desconcerto, assim eram as coisas na Terra, que faziam com
que o progresso mental dos que se isolavam daquela confusa situação planetária,
ainda que se mantivesse preservado — como se poupado da decadência
avassaladora e das doenças, numa espécie de “zona de conforto” que, se bem
observada, não era tão cômoda assim —, enfrentava efeitos colaterais que
impediam ou dificultavam a evolução do psiquismo.
Por outras palavras, hoje, podemos saber que a inteligência dos biodemos
sempre progrediu, mas nem sempre a nossa nascente consciência evoluía,
permanecendo estacionada por longos períodos, aspeto que continuou a acontecer
com as mesmas cores até que a “consciência crítica, porém equilibrada” de alguns
seres humanos, contemporâneos a estas revelações, promoveram um avanço
significativo no nosso modo de ser e de pensar.
Nesta altura, devo deixar o registo de que existiam alguns núcleos humanos
que conviviam mais de perto e abertamente com parte das forças vindas de fora.
Cidades majestosas foram então edificadas e diversos “reis” não humanos
passaram a existir nesse período, para nossa estranheza. Humanos apareciam
com marcas — tipo tatuagens — nos seus corpos, não que estas tivessem sido
pintadas, mas simplesmente já “nasciam” com as mesmas prontas, ou, pelo menos, era
isso que percebíamos. Esses eram os casos em que alguns segmentos humanos
foram sendo claramente “marcados” para atender a propósitos de domínio que
jamais puderam ser por nós esclarecidos.
trazidos de outros “laboratórios”, alguns dos quais há muito conhecidos pela cultura
biodemo.
O núcleo humano localizado nas terras próximas ao Mar Negro, tinha na figura
de um humano chamado Enos, filho de Set, o seguidor de uma linhagem que era
dita ser hospedeira do código genético preferido do “Ser” que se apresentava
como o maior dentre todos e Criador do universo. Contudo, aquela não era a
única “linhagem preferencial” de humanos, assim determinada pelas forças que
disputavam o poder em torno de diversas questões e situações distintas.
No passado, um certo ramo dos biodemos clonados nas primeiras horas, veio a
servir de “modelo” — espécie de “tigela genética” — para as clonagens desesperadas
e sucessivas que ocorreram a partir da que os caracterizou como “marco zero” de um
novo processo de clonagem. A questão foi que a mesma, sem que disso então se
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Foi desse modo que o final do ciclo das experiências na natureza biodemo foi
ocorrendo para muitos dos nossos 658 irmãos “não Gron” que permaneceram no
planeta. Num certo sentido, estava a terminar, ali, sob o peso daquelas circunstâncias,
uma história de mais de 200 milhões de anos, sem que disso o planeta se desse conta.
Afinal, eram diversas ordens de problemas e tanta coisa dramática em curso que, um
pouco mais de aflição ou de tortura psíquica, dificilmente poderia ser notada pelas
demais forças que também sofriam as suas dores, por fazerem de parte de uma
existência que, cada vez mais, se afigurava como incompreensível para os que tinham
alguma racionalidade. Contudo, para os que já estavam a construir algum padrão de
consciência, suficiente para perceber as suas leis estranhas que, naturalmente, tanto
cobravam dos agentes da vida, mas que, inexplicavelmente, eram implacáveis para
com os mesmos, o processo da vida na Terra assumia-se como sendo um tormento
incessante.
Capítulo 9
Desaparecem os Biodemos
Originais
Era comum, sim, o nosso conhecimento sobre diversos mundos, que contavam
com visitas e mesmo com a presença estabelecida de outras civilizações, pertencentes
ao nosso universo. Somente esse aspeto já abraçava um contexto bastante diverso nas
suas especificidades biotecno, demotecno, biodemo, biodemol e o padrão puramente
animalizado, onde a biologia reina.
não estamos certos quanto a isso, pois é matéria que somente saberemos com os
desdobramentos dos acontecimentos.
Ainda que não atinássemos com as causas, foi doloroso perceber a sucumbência
lenta e progressiva que foi liquidando com os biodemos do norte. Em menos de meio
século, todos os 658 irmãos nossos que se encontravam na vida da superfície,
alternada com épocas subterrâneas, devido às condições pesadas e algo envenenadas
das circunstâncias climáticas, foram extinguindo-se, um por um, até que a nossa
história, em termos do que se sucedeu na Terra, estava confinada, então, aos de
Shamb-Aha e a nós, os habitantes de Alt’Lam Gron.
Um “Ser” sentado numa espécie de “trono”, rodeado por outros entes, todos eles
impressionantes nas suas formas esplendorosas, que denotavam poder, passou a ser
o “novo assunto” a povoar o psiquismo preocupado de todas as espécies pensantes,
sediadas na Terra. Começou-se a perceber uma nova força atuando que, somente
depois, viemos a compreender tratar-se do Criador (Javé/Brahma), que se
apresentava em seu “trono”, cercado pelos seus “anjos-clones”, numa coreografia
política que procurava impressionar todas as vertentes, mas, principalmente, os
terráqueos.
Para o modo biodemo de pensar, a principal questão era a do por quê de, os seres
tidos como “entes Criadores”, do “conglomerado”, usarem sempre o instrumento da
projeção, sem jamais se apresentarem objetivamente, como comumente faziam os
“seres dos portais”.
Para minha surpresa, — já que desde a opção de Val El e de alguns outros “mais
próximos” ao “Processador Val”, por permanecerem ativos no planeta, fui
naturalmente conduzido à situação de substituto na lide com o mesmo, quando da sua
transferência para a “Espheron”, com a implantação da “Experiência Gron” — passou
a existir no “Processador Val” um padrão de interferência vindo de fora do contexto
mental dos Val, que vez por outra mostrava um “rosto” que me era desconhecido, até
porque os seus padrões jamais conseguiram ficar claros para mim.
Com a repetição daquele processo inteligível para o meu modo de pensar, com
o tempo fui percebendo que “aquele rosto” aparentemente parecia estar à procura da
consciência do antigo “condutor” do “Processador Val”. Depois de muito tempo,
percebi tratar-se de um “Ente” que provavelmente deveria ser um dos três
“Senhores da Tríade”, que disputava o comando de tudo o que existia e que parecia
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
ter construído algum padrão de vibração particularizada com Val El, pelo facto do
mesmo ter permanecido na função de “condutor do Processador Val” ao longo das
últimas centenas de milhares de anos terrestres, desde que aportámos na Terra.
Parecia-me que aquele “Ser”, sem que Val El tivesse percebido, estivera com o
foco da sua mente a acompanhar os esforços de codificação e de decifração que Val El
e outros desenvolveram na tentativa de compreender o que estava a passar-se. De
algum modo, ele parecia ter fixado a sua mente e escolhido a de Val El como sendo um
tipo de padrão para ser aferido pela sua curiosidade ou por algum outro painel do seu
psiquismo.
Na época não sabíamos, mas, aos poucos, a nova equipa, que agora conduzia
mentalmente o “Processador Val”, da qual faço parte até ao presente momento, foi e
continuava a ser observada pelo mesmo “Ser”. O estranho era que a sua atitude mental
era mesmo claramente irritadiça para com a ausência do padrão pessoal que ele
procurava.
(2) Foram produzidos pela engenharia de Sophia e dos seres das famílias Aya e
Aye, como forma de elevar o padrão vibratório de Brahma/Javé do estado
anterior em que se encontrava (puro demo) para um mais avançado, em termos
de fixação de personalidade e de forma (demo acrescido do fator bio), o que o
levou a ir assumindo, aos poucos, um modelo de expressão biodemo.
(3) O género biodemo foi produzido exatamente para intermediar esse processo,
ou seja, o Criador havia quase implodido a sua condição pessoal puramente
demo, num processo que teve início há cerca de oito milhões de anos, e que
chegou no seu ponto máximo de declínio uns três milhões e meio de anos mais
tarde. Devido à sua inatividade temporária, que o manteve mais ainda prisioneiro
da sua morada, paralela a este universo, Sophia, que se encontrava atuando no
“lado de cá”, na prática, assumiu o “comando dos eventos” pois era e é o “avatar”
ou forma “Adhyajna” de Vishnu mais “preparada” para a “suserania celestial”.
(5) Os desdobramentos dos factos fizeram com que tivesse lugar a quebra dos
demais “Processadores das famílias em conflito”, o que fez com que o Criador
ficasse “meio que refém” do “Processador Val”. Ali, ele focou toda a sua
curiosidade. Como Val El era o que mais interagia com o mesmo, do outro lado
da história, o Criador recém-desperto do “coma” e agora novamente
“entronizado” pelos seus anjos, começou a tomá-lo como padrão temporário da
sua então “biodemização”.
Esta história não acaba aqui, pois outras tantas gerações de espécies
transumanas e de outros naipes ainda surgirão para dar guarida ao DNA do
Criador, que precisa vivenciar o “jogo de dados genéticos” que ele mesmo
começou, ainda que indevidamente.
Ainda que entre os “seres dos portais” houvesse um pouco de tudo ou, se visto
de outra maneira, muito de muita coisa em termos de formas existenciais, aqueles
“seres alados” eram bem diferentes dos que nos acostumámos a ver entre os “seres
dos portais” e os que observávamos na natureza terrestre.
Vivendo entre os hiperbóreos, Val El, Val Eon, Val Eam, Val Pen, Val Enon e Val
Lem, dentre outros, passaram a ser “localizados”, tendo tido alguns deles a consciência
do que estava a passar-se, ainda que apresentassem muita dificuldade em entender o
porquê daqueles eventos. Apenas recordando, após muita avaliação sobre o conteúdo
do conhecimento acumulado dos Val, eles conseguiram romper o “lacre de
segurança” que nos “confortava o psiquismo”, fazendo-nos aceitar as nossas
verdades sem maiores condições de repensá-las ou mesmo redimensioná-las,
se fosse o caso.
Esses seres, além de outros dentre nós, quando deixaram, por fim, a sua
condição biodemo e mergulharam — a maioria — na natureza humana, na tentativa
de descobrir como sabemos o que “julgávamos ter como sabido”, terminaram por
produzir uma “contribuição algorítmica revolucionária” que, na cultura dos
humanos despertos para a racionalidade, muito mais tarde viria a ser um “tipo de
filosofia” que se propunha a “descobrir a verdade”, aspeto que não vingou por
muito tempo, tendo aquela se desviado do seu propósito inicial, muito tempo antes
dos gregos adornarem-na comos preceitos hoje conhecidos.
Naquele tempo, porém, nada disso era sequer vislumbrado por nenhuma das
partes envolvidas, direta ou indiretamente na questão, e o sentido daqueles eventos
pareceu mesmo para os “rebeldes hiperbóreos”, que aquilo deveria ser “coisa de
Sophia” sendo aplicada por aqueles “seres alados” considerados observadores, pois
era o que demostravam estar a fazer com as suas posturas e atitudes. Ironia ou não
daquilo que os humanos chamam de destino, aquele processo de monitoramento não
durou muito tempo, pois um por um, os biodemos que haviam sido tão bem
assimilados como “seres originais de uma história ancestral”, que aqueles povos
conheceram um pouco através do legado deixado por eles, passaram a fenecer.
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Como, de facto, tudo é efetivamente mesmo estranho na Terra, alguns deles, por
serem considerados “originalmente de fora”, “pacíficos”, “mais esclarecidos” que os
primeiros povos hiperbóreos, tanto que funcionaram como “mentores” no início
daquela civilização, passaram a ser lembrados como “entes divinos ancestrais”, o que
nos chocou profundamente o senso de compreensão.
Por que “divinizar” seres pelo simples facto de existirem diferenças e padrões
de ancestralidade distintos entre as espécies cósmicas? Essa pergunta fizemo-nos por
muito tempo, na tentativa de melhor compreender o que estava a passar-se, frente aos
nossos olhos. Foi quando constatámos, por nós mesmos, em relação a esse aspeto da
vida — até mesmo por força das circunstâncias da emergência do Homo sapiens em
meio a tantos seres que lhes pareciam poderosos — como as primeiras gerações de
terráqueos eram mesmo “inclinados à adoração” como forma de se sentirem
protegidos e, principalmente, de alinhar a razão da sua existência a um processo que
já estivesse em curso.
Ao longo dos anos, quando fui descortinando os factos que eram produzidos à
minha volta, na medida em que conversava sobre os mesmos com amigos mais
chegados, inevitavelmente, surgiam frases do tipo: “como os rebeldes devem ter
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
sido monstruosos”, “como o carma desses seres deve ser pesado”, “fizemos
poucas e boas antes de sermos exilados para a Terra”, “devemos ter cometidos
muitos crimes quando os nossos espíritos estavam entre os rebelados”, dentre
outras. Mas, parece não ser bem assim !
Qual é o problema? Para este tipo de “Ser”, a desobediência aos seus ditames ou
desígnios implica sempre em “desordem”, que é a base motivacional de todos os
dramas no campo do sofrimento em todas as suas faces, para esse tipo de
cultura existencial.
Daí a “postura doentia” de fazer o que for necessário para evitar o “caos”, que
sempre foi o “trauma mental do Criador”, pois que foi esse o resultado da sua
Criação confusa e inacabada. A frase é contundente, mas já é tempo de ser
expressa: a queda do Criador e a sua reconstrução como Brahma/Javé fez dele
a “personificação do caos”, e não é por menos que, na mitologia grega, ele assim
é chamado.
Haja “favor divino”, o que as criaturas fazem para esses “deuses”! O problema é
que as suas formas demos ainda não se conscientizaram disso ou, se o fizeram,
até hoje disfarçam, como se cobrando a velha “moeda da gratidão”, que as
criaturas devem ofertar aos deuses, por tê-las gerado. Haja ignorância!
Acontecer, nascer, surgir, enfim, ver-se existindo de algum modo e sem saber o
porquê sempre foi o perfil das “inteligências particularizadas” que, com ou sem grau
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Por dolorosa ou mesmo inadequada que alguns possam qualificar este tipo de
existência, deixá-la da forma que invariavelmente é feita por todos os seres quando
lhes acomete o fenómeno da morte corporal, sem maiores avisos, é aflitivo e ainda
mais doloroso para os que ficam. E com os biodemos não foi diferente, ainda que hoje
entendamos que o “conhecimento espiritual esclarecido” parece ser a única
“sabedoria” a ser conquistada pelos que convivem com isto da melhor maneira, se é
que tal possibilidade existe.
Como explicámos nos capítulos iniciais do primeiro livro desta trilogia “Terra
Dentre os que ficaram na Terra, a morte foi ceifando a vida de um por um dos
“originais”, entre os povos hiperbóreos, como já me referi. O primeiro do último
núcleo dos “originais” a fenecer foi Val El, que logo foi seguido por Val Lem, o que
apontava para um final dos dias da presença dos biodemos minimamente
esclarecidos, entre os povos da superfície.
Nesse tempo, por volta de 16 mil anos atrás, a vida na Terra foi palco de um dos
seus mais estranhos e dramáticos episódios em torno do qual se verificou uma
quantidade de seres cujas características acrescentavam ainda mais intensidade ao
grau de esquisitice, por si só estranho, ao qual já estávamos mesmo acostumados.
O que conseguimos perceber, a partir de Alt’Lam Gron, foi como se mais moradas
de “seres dos portais” — assim deduzimos — estivessem agora abertas, e o planeta
foi inundado por “animais esquisitos”, que tinham traços aparentemente biológicos,
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Complicado? Imagino que sim, pois para a nossa perspetiva biodemo também
era! O que estou a pretender explicar é que os animais irracionais, como hoje são
percebidos pelos humanos, existiam em praticamente toda a sua totalidade — em
termos de diversidade — desde que aqui chegámos há cerca de 620 mil anos. Contudo,
a partir deste ponto da presente narrativa, outros tipos de animais, em tudo
semelhantes aos biológicos que já existiam na natureza, apareceram como se surgidos
repentinamente, e ostentavam um padrão psíquico que lhes permitia o “contato
mental” com os “seres dos portais”, mas não com o resto das demais classes de seres
fixadas na Terra.
Eram os tempos dos confrontos que, mais tarde, detetámos como descritos no
Ramayana, uma das epopeias da cultura hindu. A pergunta que fazíamos era se aquilo
sempre existira e nós nunca havíamos notado, ou se era uma nova leva de
esquisitices/estranhezas que estávamos a presenciar e que pareciam jamais ter um
fim. Contudo, o que estávamos a assistir ali, assumia-se como sendo um “tipo de final
de ciclo”, porque a mortandade daqueles animais exóticos, como também de “seres
dos portais”, de uma forma geral, diminuiu substancialmente após aquelas
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
ocorrências. Desde então, por muitos séculos, passou a ser algo raro a perceção
de “seres dos portais” existindo ou mesmo se deslocando pela superfície do
planeta.
O sinal de mais problemas veio com a urgência dada ao assunto pelos clãs dos
seres biológicos, que disputavam o domínio planetário com as falanges guerreiras dos
“seres dos portais”: o planeta iria passar por uma violenta revolução geológica
e climática, e todos os desastres tornaram-se previsíveis nas análises daqueles
dias. Era mesmo inevitável e fosse lá como tais eventos viessem a dar-se, poderia ser
o fim de muito do que existia na biosfera terrestre ou mesmo de tudo!
Jamais fomos dados a cultuar ou a venerar o que quer que fosse, mas nos
sentimos em “júbilo” ao percebermos que a “opção Gron” parecia ter sido algo
inspirado em nós por uma “força superior”, como então eu mesmo me flagrava
pensando, o que ia de encontro à natureza psíquica fria e analítica dos biodemos. Mas,
o contágio com as coisas terrenas, hoje o sabemos, era mesmo inevitável!
Por algum tempo, ainda que encobertos pelo “campo de força Gron”, que tornava
“Espheron” invisível para os que estavam na Terra, fomos obrigados a nos aproximar
perigosamente do núcleo dos “seres dos portais”, o qual, nesse ponto da história,
encontrava-se situado onde atualmente se considera como sendo o arquipélago grego
e a Turquia.
Tivemos, então, que nos envolver num tipo de enredo cujo final produziu uma
das lendas, tanto entre os “povos dos portais” como entre alguns núcleos dos
hiperbóreos, quando tomaram a nossa nave como sendo um ente conhecido como
“Astreia se deslocando nos céus” (ou Astrea, deusa da mitologia grega), num episódio
que envolveu acontecimentos que não compreendemos de todo, em torno de uma das
ilhas existentes no arquipélago, que mais tarde viria a ser parte da Grécia. Contudo,
não sei como repassar, para o “aparelho humano”, a narrativa do que se sucedeu entre
os biodemos de Alt’Lam Gron e algo que se aproximou de um “pacto” fragilmente
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
estabelecido com dois “seres dos portais” (ou seja, Astreia e a sua mãe Têmis, assim
denominadas na visão da já referida mitologia quanto aos factos daqueles dias), o que
resultou numa lenda algo confusa que passou à posteridade.
Talvez, no futuro, encontremos meio de fazê-lo, mas falta, tanto a mim quanto
ao “aparelho humano”, “elementos mentais” que nos permitam a ousadia no
momento. Viver na Terra, ainda que nas condições em que nos encontrávamos em
Alt’Lam Gron, era sempre um convite à aventura, só que em condição de perigo e de
danos constantes, mas, nada comparado ao que viria com o descompasso da crosta
planetária e os seus efeitos lançados sobre o oceano e o clima.
E todos os que por aqui estavam sediados, viveram dias de terror com a
calamidade que, em atingindo um de seus vários momentos de ápice, há cerca de 13
mil e trezentos anos, varreu todo o planeta.
Capítulo 10
Sonhos Hiperbóreos
Houve um tempo na história da Terra que, para o atual modo de pensar do ser
humano, jamais existiu. Porém, para alguns núcleos da antiguidade, notadamente os
povos formadores da cultura grega, que surgiria mais tarde, esse “tempo diferente”,
hoje chamado de “místico”, de “mitológico”, era a mais pura e objetiva realidade.
Não era, porém, aquele o caso de Len Mion que, naquela altura, ainda lutava por
construir o seu método de dominação, a sua estratégia para destruir todas as demais
que estivessem a ser praticadas, porque o seu nervosismo chegara a um ponto tal que,
à exceção de Yel Luzbel e dos demais companheiros originais biodemos “perdidos da
Terra” e “dimensionados” como ele, não mais nutria qualquer noção de respeito às
questões de honra ou dignidade da vida de quem quer que fosse. Simplesmente,
“adoecera” de tal modo que se sobrepujava sempre sobre qualquer outra opinião,
ainda que fosse a de Yel Luzbel.
Nem mesmo Len Mion tinha perceção do que estava a fazer, no sentido de que,
aquelas “consciências” que o escutavam fixamente, dando guarida às “sementes
mentais” que, ao longo dos últimos 14 mil anos, mas principalmente nestes últimos 5
milénios, e mais notadamente nos dias difíceis dos três últimos séculos até o momento
em que produzo estas notícias através deste “aparelho terreno”, vieram a constituir o
que os humanos chamam de “trevas espirituais e astrais”, que envolvem o planeta.
Surgiu, então, a mais inquietante das alianças, que somente são pactuadas em
115
Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
momentos de extremo desespero existencial, pois para aqueles entes, ao que tudo
indica, entregues à própria sorte naquilo que imaginamos ser os “ambientes
espirituais” nos quais se agrupavam, a única voz que ali se fez ouvir foi a de Len Mion,
que lhes deu um “roteiro lógico” que, correta ou erradamente, explicava o sofrimento
de todos os seres congregados no orbe terrestre (planeta físico + as realidades
alternativas ou paralelas vinculadas ao mesmo).
Desse modo, fazendo sua voz soar nas “esferas astrais/espirituais” deste orbe
terreno, Len Mion percebeu-se construindo a mais estranha das trincheiras de um
combate cósmico que, a partir de um certo ponto da história, somente existia na sua
mente, ainda que os factos apontassem para as consequências das revoltas do passado
como sendo o fator responsável pelo modo como todos estavam, agora, forçados a
aprisionarem-se na Terra. Foi desse modo que Len Mion edificou o seu último bastião,
ainda que utilizando-se do nome de Yel Luzbel e de parte de seus postulados, para
estruturar uma “hierarquia paralela”, que funcionava — hoje o sabemos — nos
“ambientes primários da espiritualidade terrestre”, que passou a obedecer cegamente
a Len Mion. Este, situado na faixa de realidade específica de Shamb-Aha, parecia ser
um “deus” para as “hostes espirituais primitivas” dos agentes trevosos da dor e do
sofrimento. Da maneira mais estranha e singular já observada por todos nós — e,
pensamos que, por qualquer um dos seres congregados na Terra que tenha olhos para
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
perceber as páginas desse passado agora esquecido —, mesmo sem ter vivido
diretamente na Terra após a sua “astralização”, Len Mion influenciou decisivamente
muitos dos acontecimentos mundiais, chefiando a sua hierarquia que abertamente
desafiava a que parecia funcionar junto aos “seres do conglomerado de realidades”,
os chamados “anjos do Criador”.
Essa hierarquia de Len Mion “funcionou” desde então, mas atingiu o seu ápice,
no campo da manipulação dos humanos, ao tempo dos séculos XVIII, XIX e XX, cujo
enredo e roteiro serão melhor explicados no próximo livro “Era Sapiens”, desta
trilogia, assim organizada pelo “apoio humano”, do qual nos utilizamos.
O mundo terreno não dava muita atenção ao agigantamento de Len Mion que,
realmente, com o tempo, nem forças mais tinha para se fazer visível aos que viviam na
superfície do planeta. Mas, como já ressaltado, o seu poder agigantou-se nas “esferas
espirituais” e nas “moradas demos” que envolvem a Terra, e somente agora, nós, os
de Alt’Lam Gron, estamos a ter certeza desse contexto que sempre nos envolveu e dele
nunca soubemos ao certo.
Naqueles dias, porém, uma outra estranha notícia havia surgido aqui e ali, acerca
de “vibrações inquietantes” no âmbito dos “portais” que provocavam danos nos seres
que por eles transitavam e também nos seus guardiões. Começámos a colecionar o
registo de “vozes proféticas” em torno do aviso de que “um dia” os tais “portais” iriam
se fechar do mesmo modo surpreendente como se abriram. Toda essa situação era
vivida pelos que estavam próximos à ilha de Delos, local onde “Espheron” permaneceu
por um bom tempo, daí o nosso contato com o assunto.
Percebíamos que mesmo os “seres dos portais” — alguns deles, como por
exemplo, o ente chamado Apolo, na mitologia grega —, que costumavam visitar
frequentemente os povos hiperbóreos, normalmente ostentavam uma postura
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
imperiosa e mesmo arrogante para com os demais povos da Terra, porém, frente aos
hiperbóreos, assumiam um modo de agir diferenciado para com eles.
O tema era tão caro para eles, que não foram poucas as “expedições de busca”
que dois deles empreenderam — usando a nomenclatura da mitologia grega, seriam
Hermes e Apolo —, tentando descobrir, por trás da lenda de Astreia, o que existia
sobre uma outra lenda, a de uma “ilha voadora” que se movimentava por sobre os
mares, principalmente os do norte. De vez em quando, o tal “artefato” chegava mesmo
a ser observado por quem estivesse, por mero acaso, no contexto geográfico dos
momentos em que “Espheron” tinha que “receber diretamente a luz do Sol, por alguns
instantes”.
Por quase meio milénio eles procuraram meios de detetar o que julgavam ser o
foco do comando dos biodemos originais, confundindo e misturando as informações
que haviam colecionado sobre as aparições de Yel Luzbel e de Len Mion com as de
“Espheron”, pensando tratar-se de um mesmo contexto existencial, além da
sobreposição que também faziam com o estranho sumiço da “deusa Astreia”.
As notícias sobre os temas dos “discursos” dos dois originais “rebeldes” — Yel
Luzbel e Len Mion —, perturbavam o senso dos “seres dos portais”, até porque,
conforme penso, eles já possuíam bastantes problemas nos campos da discórdia e da
disputa, para colherem ainda mais panoramas perturbadores sobre uma “autoridade
cósmica” — no caso, Sophia — a quem eles desconheciam por completo.
Desde que nos isolámos em Alt’Lam Gron, fomos habituando-nos a pensar que
Sophia não aparecia nos quadrantes do planeta Terra exatamente devido ao facto
inusitado dos “seres dos portais paralelos” a este universo e, mais recentemente, os
daquele “conglomerado de realidades também paralelas”, todas elas terem
convergido e fincado suas “raízes estruturais” no orbe terrestre.
Por muito tempo foi — e continua a ser — a única razão que nós, os de Alt’Lam
Gron, construímos como sendo a justificativa para o estranho sumiço daquela
autoridade celestial que nos gerou a todos os biodemos, mas que desde o problema
de Yel Luzbel apartou-se dos seus descendentes, os envolvidos com os
desdobramentos da “rebelião”.
Essa versão dos factos, contudo, não era conhecida pelos povos hiperbóreos.
Para eles, a “rebelião” era ainda um evento incompreensível e cheio de lacunas a
serem preenchidas, as quais, por sinal, jamais foram. Os “seres dos portais” com eles
conviviam pacificamente, como já referido, e eram mesmo tido como “superiores”
pelos hiperbóreos, que os respeitavam além da conta, ainda que não os cultuassem.
Não sei exatamente que tipo de justiça implicava em algum padrão de perdão
que jamais veio, e a única explicação para esse tipo de crença seria a de que
“considerando-se todos os crimes e faltas cometidos no universo, os seus agentes
somente poderiam estar a viver na Terra, para merecerem tamanha desdita”.
Ironias à parte, por volta de 13 mil e duzentos anos atrás, em levas sucessivas
de problemas de diversas ordens, praticamente tudo o que foi produzido ao longo de
um período relativamente considerável de incontáveis milénios, quando da
coexistência de povos que se formaram alicerçados nas circunstâncias da vida
planetária, foi destruído pelos diversos golpes dados pelas forças tectónicas,
climáticas e ambientais, que pareciam todas enlouquecidas ao mesmo tempo.
119
Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
Aqueles grupamentos “sobraram” das lutas pelo poder, então empreendidas por
segmentos de algumas potências estabelecidas na Terra, que de tudo fizeram para
dominar o “contexto global” da geopolítica espacial daqueles tempos (cuja lógica, para
nós, permanece a mesma até os dias atuais), se por isso entendermos o eixo composto
também pela Lua, por Vênus, por Marte e por mais alguns satélites do sistema solar.
O irónico é que, ainda que esse contexto tenha sido profusamente disputado,
jamais uma só daquelas forças conseguiu dominá-lo, e o passar do tempo e o desgaste
promovido pelas lutas terminaram por obrigá-las a “dividir o poder”. Os núcleos
originais dos povos hiperbóreos surgiram no bojo dessas disputas, como se fossem
“sobras” que a ninguém parecia interessar.
Contudo, pelo facto da visão do humano do qual me sirvo — e da visão dos que
estão a refletir sobre estas “notícias esquecidas” nesse primeiro momento serem,
também, influenciados pelo viés judaico-cristão — utilizo-me da “linhagem de Noé”
para tentar construir um vislumbre daqueles dias.
O facto é que, para a lógica biodemo, a “grande devastação” foi a linha divisória
entre o “antes”, em que os “rebeldes originais” existiram enquanto uma comunidade
organizada e operativa, associada ainda aos nossos pares “dimensionados” em
Shamb-Aha, e o “depois”, em que somente os que se submeteram à “Experiência Gron”
sobreviveram e, portanto, ainda existem como tal, porque também os
“dimensionados”, na atualidade, não mais lá residem.
121
Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
No bojo desse contexto, ainda durante esses últimos 8 mil anos que se
encerraram com o século XX, Len Mion assumiu o comando de uma luta, no campo da
manipulação de mentes, que chegou a limites insuportáveis até mesmo para nós que
simplesmente assistíamos, apesar de pouco compreendermos o porquê de quase tudo
o que se desenrolava à nossa vista.
Ao que tudo indica, nós, os “Gron”, seremos os biodemos que iremos, a seu
tempo, exportar para as demais famílias que não se envolveram com a questão
de Yel Luzbel, os frutos genéticos do nosso “progresso forçado pelos factos”. Antes,
porém, importa que sejam cumpridos os propósitos e as estratégias que, presumimos,
Sophia elegeu como sendo exequíveis para as últimas etapas de um “divisor de águas”
entre as eras do universo relativo a um tempo em que os humanos sequer existiam e
muita coisa aconteceu como desdobramento do caos.
Agora, porém, que passaram a existir, surgiram para a vida como se não
tivessem qualquer importância no contexto da política universal. De modo
enigmático, entre tantas potências, mesmo sendo os mais “frágeis”, ainda assim,
herdaram uma situação planetária que muitos pretendiam dominar, o que parece ter
provocado um outro contexto temporal no qual a perceção de que, sem os terráqueos
e a natureza que neles brotou, os planos de Sophia, caso existam, não irão a lugar
nenhum.
É isto o que hoje pensamos, aqui do lugar onde vivemos e que é também o nosso
posto de observação da vida universal. Obviamente, reconhecemos que existem
muitas lacunas a serem preenchidas no modo como compreendemos evolutivamente
o contexto no qual todos existimos. Mas, é esta a visão que temos nestes tempos em
que transmitimos aos terráqueos o que pudemos produzir com o tirocínio que
atualmente nos caracteriza o cansado, porém, ativo psiquismo biodemo.
Capítulo 11
Do mesmo modo, seres com alto padrão do fator biológico nos seus corpos, como
os clãs de Enki e de Enlil e os descendentes de Ostronomos, dentre outros, também
foram considerados “deuses”, o que muito dificulta a análise dos estudiosos modernos
dentre os que agora vivem na Terra.
Convenhamos que era um processo que parece ter ocorrido como resultado de
inúmeras variáveis incontroláveis e não algo que fosse fruto de um planeamento
minimamente bem estruturado.
Essas gerações mais novas de demos, que surgiam para o palco da existência
no universo paralelo ao nosso no qual somente tiveram lugar os tipos de vida
“clonada e demo”, terminaram por estagnar-se no campo mental e faliram em
termos evolutivos, aspeto tenebroso que já havia ocorrido com as gerações mais
antigas de demos, ou seja, os seres do “conglomerado de realidades” referidos
por Val Eno.
Não sei ao certo — nem mesmo confio nas informações que a “cultura demo”
possui sobre muitos dos aspetos que eles “perceberam” e “registaram” nos seus
anais — quando os tais “portais” se abriram, ou a partir de que “ponto do tempo
universal de 13,8 bilhões de anos” teve início a interação dos seres desse
universo antimaterial com o nosso universo de ordem material.
O que ainda os nossos cientistas não sabem é que essa mesma resultante tem
os seus “efeitos entrópicos” no universo antimaterial, paralelo ao nosso,
formado pelas “moradas” (“lokas” e “genos”, como referenciadas nas mitologias
hindu e grega, respetivamente) dos aqui denominados “seres dos portais” e
“seres do conglomerado de realidades”.
Para o nosso entendimento, porém, vamos dizer que devido às guerras entre as
sucessivas gerações de demos lá ocorridas, o universo demo fragmentou-se em
duas grandes partes quando os “olimpianos” conseguiram criar um “divisor
vibratório” que os protegesse das possíveis intervenções dos derrotados
“trimurtianos”, ou seja, dos três “Senhores da Trimurti”, que somente retomaram
o poder quando todos os “portais” foram se fechando, processo que começou há
cerca de uns 8 mil anos e que, como anteriormente referido, findou (foi
vibratoriamente selado pela “energia tamásica”, também conhecida como
“energia escura”) no ano de 2012 deste século XXI.
O que deduzi das informações de Val Eno foi que os povos hiperbóreos
sobreviventes das calamidades (além de outros núcleos terráqueos também
sobreviventes àqueles dias) passaram a ser “disputados” tanto pelos “deuses
dos portais” (geração de Zeus) como também pelos “deuses do conglomerado”
(gerações primevas de Caos/Brahma, Eros/Vishnu, Tartar/Tártaro/Shiva e os
seus primeiros descendentes de ordem demo.
raras” entre os que viviam na superfície da Terra e, quase, mais por aqui não
apareciam.
A continuada disputa entre os clãs dos descendentes dos Nephilim terminou por
estabelecer-se como sendo o “poder mais fortemente” sediado no planeta durante
alguns milénios. Agora, os seres humanos que, de animais de estimação e de trabalho
pesado passaram a ter papel ativo na vida planetária, pouco a pouco apossavam-se
das “sobras das circunstâncias”, transformando-se em “animais difíceis de serem
adestrados”.
NAT - Esta é uma das etapas mais intrigantes de todas as que pude assimilar e
compreender da convivência com esse seres. Não era Javé/Brahma, nem
Vishnu, nem Shiva, nem Sophia, nem Indra/Zeus, nem Krishna que durante os
últimos milénios tinham a capacidade de influenciar os humanos por meio da
intuição ou obsessão, ou seja lá como esses seres — que agem de outras
dimensões ou mesmo de outros lugares deste universo — procuram manipular
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Terra Atlantis Livro 2 A Frota Norte
os seres humanos que, para eles, são meras cobaias das “experiências
biológicas” que há muito ocorrem no planeta.
O desconhecido Len Mion, ele sim, ocupou um espaço vazio deixado por uma
geopolítica cósmica amalucada e incompetente, e fez valer o seu “poder mental
rebelado” no seio de um processo histórico que nós, os terráqueos, estamos
longe de compreender.
Algumas delas tiveram o seu genoma mesclado com o dos Homo sapiens de
então. Uma dessas, que surgiu por volta de 40 mil anos atrás, prevaleceu sobre muitas
outras nos tempos pré-diluvianos, e imperou na Terra por cerca de 6 mil anos (de 15
000 a 9000 anos atrás), vindo a tornar-se, na sua expressão final, a raça “Vrishni”, no
seio da qual um ser chamado Krishna surgiu, tendo, mais tarde, participação ativa na
mais fratricida das guerras a que pudemos assistir, a já referida como tendo sido
descrita no “Mahabharata”.
Paradoxalmente, os seres demos não vinculados aos conflitos pelo poder — cuja
descendência, associada aos biodemos do norte, veio a compor alguns povos que
viveram pacificamente no segmento hiperbóreo, e que vieram a dar origem às
mitologias celta, nórdica e germânica, dentre outras — tiveram os seus principais
vultos esquecidos e os nomes das primeiras linhagens sequer passaram à posteridade,
nem mesmo a título de lenda, com raríssimas exceções.
Em uma das suas últimas “aparições”, habilmente projetada junto aos habitantes
de um dos povos sobreviventes do norte, Len Mion, descrevendo a experiência que
ele, Yel Luzbel e outros viveram desde os tempos da deflagração da “rebelião”, disse,
como se esquecido da sua própria condição de origem e de onde agora se encontrava:
seus próprios interesses, a partir das conquistas e das posições que cada um de nós
terminou por aglutinar no “jogo da vida”.
Ele nos usou e depois nos descartou, e sou levado a pensar que ainda nos
utiliza de um modo tão obscuro que não me atrevo a construir o entendimento em
torno dessa questão. Yel Luzbel percebeu esse jogo e revoltou-se contra isso! Eu,
porém, destruirei o jogo! Esse tipo de vida obscura, que somos obrigados a ostentar,
não prevalecerá! Enquanto me restar um único alento vital que me mantenha existindo,
estarei a dedicar-me à caça mental desse ser tenebroso, e esforçando-me para aniquilar
qualquer aspeto de estratégias que venham da sua astúcia. Sophia e o seu jogo não
prevalecerão sobre mim!”
Naquele tempo, não havia surgido ainda, nem entre os humanos e muito menos
entre nós, o sentido do que hoje se entende por “covardia”, até mesmo porque era
“terrivelmente normal” o império da força do mais forte sobre o mais fraco, sem
nenhum tipo de constrangimento.
Assim, o “forte” usar o “fraco” era a tónica comum dos factos universais.
Caminhou-se bastante para que a perceção desse “incómodo moral” pudesse ter lugar
no psiquismo dos seres, mas tal “desconforto filosófico” ainda é presença discreta,
pois são poucos os seres que conseguiram emancipar-se em relação a esse contexto,
que hoje sei ser doentio.
De todo modo, Len Mion e Yel Luzbel deram passos importantes nesse sentido,
ainda que Len Mion, mais tarde, tenha enlouquecido e perdido a capacidade de aferir
em si mesmo o que ele tanto criticou em Sophia. Restava aos humanos herdar um
contexto histórico que lhes pareceria depois, absolutamente estranho, que foi até
taxado como lendário e irreal, e que, por isso, na atualidade, é tão difícil de ser
compreendido.
FIM DO LIVRO II
Cronologia de Eventos
Para facilitar o entendimento do possível leitor destas páginas, apresento, a
seguir, uma cronologia de eventos – na verdade, a mesma que foi publicada no livro
“Reintegração Cósmica”, o primeiro da trilogia “Queda e Ascensão Espiritual” –, só
que, agora, acrescida das informações pertinentes à nova trilogia “Terra Atlantis”,
que complementa a primeira.
Para ser honesto com os factos, fiz este registo quando de uma nova edição
atualizada do livro “Reintegração Cósmica”, no qual fiz questão de manter o texto
original, acompanhado das explicações e das correções no entendimento que pude,
na oportunidade, registar.
***
Cronologia Aproximada dos Eventos
É importante que se saiba que, antes do surgimento dos humanos na Terra, Javé e
os demais seres da “aristocracia trimurtiana” há muito disputavam o controle sobre
várias proto humanidades que existiam em outros mundos do universo biológico.
Javé “tombou doente” como resultado do seu esgotamento frente aos esforços
mentais despendidos ao longo daquelas disputas, como também pelo “choque” ao
tomar ciência da “primeira morte” ocorrida entre os seres das gerações primevas da
sua Criação, pois que todos eles se julgavam imortais.
Aquela “morte” era o anúncio de que o que aconteceu com aquele ser aconteceria
inevitavelmente com todos os demais seres que ostentavam o “código de vida doentio
do Criador” à moda clone ou demo, exatamente as duas classes de seres que habitam
nesse universo vizinho ao nosso.
Por essa época, Sophia tinha — e ainda tem — como residência oficial da sua
suserania, um dos mundos do sistema conhecido pelos terráqueos como sendo
“Capela”, pertencente à constelação do Cocheiro.
O que desse processo resultasse, seria a base de humanoides que, juntamente com
os seres mais evoluídos, que chegariam em um segundo momento, formariam a
humanidade futura. Cerca de quarenta mil humanoides dividiam-se entre os quatro
grupos, cujos portes variavam entre sessenta centímetros a dois metros de altura,
possuindo todos pele acinzentada. Por essa época, mais uma leva de espíritos simples
e ignorantes, mas com a herança maior da “luz do raciocínio”, com a consequente
responsabilidade cármica, estava apta a iniciar a jornada evolutiva de ascensão
espiritual na Terra, encarnando nos corpos resultantes dos cruzamentos desses
humanoides.
▶ 800 mil anos a.p. - chegada de equipas de seres mais evoluídos, de diversas
origens planetárias, para conviverem diretamente com os já existentes. Eles haviam
passado por toda uma série de adaptações nas suas condições energéticas e, em
especial, nos seus corpos, para tornar possível a permanência na Terra. O objetivo
era a edificação de um “portal cósmico, multidimensional”, meta há muito perseguida
pelo sonho da “aristocracia trimurtiana”, presa no universo demo, cujo agente e
protagonista principal no universo biológico era Sophia, que comandava esse
processo.
▶ 742 mil anos a.p. - início da “inquietação” de Yel Luzbel (Lúcifer), no sistema de
Capela.
▶ 687 mil anos a.p. - começa a “rebelião de Lúcifer”. Durante os próximos 68 mil
anos, vários seguidores de Lúcifer visitam a Terra e outros orbes, propagando os
postulados da “rebelião”, o que resultou na convergência dos primeiros e mais
devastadores conflitos no sistema de Antares, estrela avermelhada supergigante, cujo
ciclo de vida se encontra, atualmente, no limite do esgotamento, prestes a explodir,
liquidando todos os mundos que a orbitam, obrigando os seus habitantes a
conviverem com esse “fim iminente”.
▶ 619 mil anos a.p. - a Terra e outros “mundos rebelados” têm seus circuitos de
convivência cósmica cortados. Início do período de isolamento cósmico. Começam a
chegar os primeiros exilados de expurgos planetários consequentes à “rebelião”.
Muitos vêm no estado de espíritos desencarnados. Outros, entretanto, aqui aportam
em naves espaciais, fugindo dos conflitos ou por terrem sido deles descartados, como
foi o caso da “família Val”, com todos os seus 736 membros, que aportaram na Terra
trazendo as suas três grandes naves “Asphezian”, “Espherian” e “Espheron”.
▶ 606 mil anos a.p. - perante o desconhecido futuro e a inusitada situação de não
saber o que fazer e ter que aguardar “factos sinalizadores”, a família Val começou os
preparativos e as tentativas de hibernação.
▶ 600 mil anos a.p. - dos 736 membros da família, 690 Val são colocados para
hibernar, ficando 46 operativos.
▶ 599 mil anos a.p. - após muitas pesquisas e testes, os Val começaram a operar
fora das naves, o que acarretou a morte de 9 membros, logo na primeira experiência.
Estes passaram a ser considerados “os 9 Val dos corpos perdidos”. Dos 46 operativos,
restaram, portanto, 37.
▶ 532 mil anos a.p. - eclode a “grande conflagração” nos mundos de Antares e em
outros lugares, o que provocou destruição de toda ordem. Situações como aquela
jamais haviam tido lugar na cultura das famílias biodemos, ao longo dos
aproximadamente 900 milhões de anos desde que foram criados. Aquele conjunto de
conflitos ocorreu pela primeira vez na história dos seres biodemos. O inusitado teve
lugar porque jamais havia ocorrido a morte de um ser biodemo. Os espíritos dos
“mortos” começaram a acumularem-se nos “níveis espirituais” vinculados ao sistema
de Antares, cujas características não estavam ainda habilitadas para dar a necessária
“guarida espiritual” a eventos daquele porte. Enquanto isso, na Terra, os Val de nada
sabiam do que se passava em Antares.
▶ 520 mil anos a.p. - a equipa da “Espheron” e mais três exploradores das outras
duas naves encontram-se com os “anfíbios sirianos” e, durante cerca de três anos de
convivência, trocam informações.
▶ 467 mil anos a.p. - os sinais dos “rebeldes” sediados em Antares e em outros
sistemas vinculados ao circuito da “rebelião” são captados. A partir desse ponto, os
que estavam em hibernação tiveram que ser acordados. Alguns morrem no processo
de “despertar” forçado. Por essa época, houve também a difícil decisão em torno da
inevitabilidade de sucatear primeiro a nave “Espherian” e, se necessário, “Asphezian”
em seguida, para construir bases sediadas no planeta. A nave “Espheron”
permaneceria atuante. A vida dos Val foi então transferida para as bases da superfície
e algumas outras subterrâneas, que foram providenciadas naquela oportunidade.
Foram milénios de trabalho.
▶ 461 mil anos a.p. - as duas primeiras tentativas de despertar falharam e mais
Val feneceram, totalizando 28 mortos nesta operação. Surge, daqui, a perceção de
que os 9 que haviam fenecido antes, quando os Val começaram a operar fora das
naves, estavam, finalmente, comunicando-se com eles via o “Processador da
inteligência dos Val”, ainda que não se soubesse onde as suas “consciências” estavam
localizadas.
Detalhe: os seres biodemos nada sabiam sobre os “ambientes espirituais” que
envolvem a vida biológica universal e tão somente desconfiavam da existência de
uma realidade paralela (a dos seres demos e dos clonados que compunham a
hierarquia trimurtiana), mas sobre a qual nada, então, era sabido. Nesse ponto da
história dos Val na Terra, existiam 37 mortos, 662 hibernados e 37 despertos.
▶ 392 mil anos a.p. - os Val começam a destruir as suas naves e vão obrigando-
se a interagir com a natureza terrestre. Constroem a primeira cidadela — Benem —
em local que hoje corresponderia à fronteira entre Alemanha, Bélgica e Holanda.
Nessa altura da história dos Val na Terra, existiam 37 mortos, 4 pendentes na
hibernação, pois não conseguiram despertar e 695 despertos, ou seja, operativos.
Val Sean, Val Sion, Val Den, Val Dimon, Val Bon, Val Antien, Val Anen, Val Am e Val
Aten eram os nomes dos 9 Val “dimensionados” — os primeiros a fenecerem —, que,
da realidade paralela onde se encontravam, deram início a uma “colonização” naquele
ambiente neutro, que passou a servir de base operacional vinculada ao “Processador
Val”, agora situado em Benem. Sobre os demais 28 Val fenecidos, nada se sabia a
respeito de onde poderiam encontrar-se as suas “consciências”.
▶ 317 mil anos a.p. - “Espheron” deteta, num só tempo, quatro canoas, ocupadas
por uma certa espécie de “Homo”, navegando entre pontos no hoje
denominado oceano Pacífico. Na tentativa de estudar aquilo mais de perto, descobriu-
se as bases dos Nephilim, que eram seres biológicos de um outro planeta, sediados
na Terra. Devido ao comportamento algo belicoso destes, os Val, já enfraquecidos
pela “neurose luciferiana”, resolveram não estabelecer contato com aqueles seres.
▶ 214 mil anos a.p. - Começam a chegar na Terra naves desconhecidas, de seres
de diversas origens. Após muita observação, os Val consideraram que não
representavam perigo bélico. Contudo, a notícia iminente de uma invasão dos
“rebeldes” sempre pesou sobre a sensibilidade dos Val. Nessa época, mensagens
contraditórias, tanto advindas do “circuito mental” como também por outros meios,
tinham lugar no quotidiano dos Val na Terra. O atordoamento de tantas mensagens
algo indecifráveis para o modo de pensar dos Val levou-os a uma decisão que, para
eles, representou a do sacrifício supremo: pôr em prática a decisão tomada há
milénios de desconstruir totalmente “Aspheziam” e depois, se necessário, “Espheron”,
o que terminou por não acontecer pois a mesma foi poupada e transformada em “casa
móvel”, quando da “Experiência Gron”, que viria a ocorrer no futuro distante.
▶ 183 mil anos a.p. - Val El começa a lidar com os 9 Val estruturadores da
dimensão na qual passaram a viver e a chamar de “Val-Ha” — renomeada “Shamb-
Aha” pelos demais biodemos rebeldes que lá chegaram muito mais tarde, só que vivos
e “astralizados”. Val Sean e Val Antien eram os dois mais atuantes dentre os
“dimensionados”. A comunicação dava-se por meio de deduções do fluxo de registo
do “Processador Val”. Nessa altura dos factos, a situação dos Val era a seguinte: 4
hibernados, 489 despertos e 243 fenecidos, sendo 9 deles “dimensionados” em
Shamb-Aha.
▶ 100 mil anos a.p. - a Terra passa a ser o último e único “planeta rebelado”. A
partir de então, tudo o que restava das forças conscientes da falange de Lúcifer estava
congregado na Terra, desde que ele aqui aportara, comandando as “mastlans”, que
trouxeram 6029 seres.
▶ 81 mil anos a.p. - os Val e os “rebeldes” comandados por Yel Luzbel, que
aportaram na Terra nas suas “mastlans”, finalmente viram-se frente a frente, num
entardecer, nas areias que se estendiam por toda Atlan — base luciferiana.
▶ 75 mil anos a.p. - entre 75 mil e 24 mil anos atrás, muitos seres biodemos
migraram suas “consciências” para a família dos “seres dos portais”.
Detalhe: dos “dimensionados”, Val Dimon renasce como Pandora e Val Anen como
Despina. Houve uma interrupção brusca e, a partir de um certo momento após esse
marco temporal, o que já havia acontecido há muito tempo, tornou a ocorrer quando
muitos dentre nós, ao fenecerem, viam-se agora como que tendo as suas
“consciências” transmigradas para o seio dos humanos da Terra.
▶ 68 mil anos a.p. - o “Processador Val” aponta três “consciências” Val entre os
seres demos, sendo uma da geração de Zeus e duas da geração de Poseidon.
▶ 67 mil anos a.p. - explodem guerras entre os “seres dos portais”, que envolvem
também os Nephilim e uma das “mastlans luciferianas”, que é destruída.
Por volta dessa mesma marca temporal, sem que o mundo percebesse, uma
grande leva de “espíritos exilados”, provenientes dos problemas da “rebelião”
ocorridos em outros planetas, chegam às “esferas espirituais” vinculadas à Terra.
Foram trazidos, então, cerca de 5 bilhões de individualidades, sendo, alguns poucos
— que não prevaleceram perante as dificuldades locais —, em suas próprias naves e,
a grande maioria, no estado de espíritos desencarnados, pois que eram
remanescentes de “processos de expurgos retardados”, ainda provenientes da
“rebelião de Lúcifer”, como, também, de “reciclagens vibratórias” de outros mundos,
provavelmente com vistas a outros objetivos evolutivos. Por essa época, a Terra já
contava com uma população de cerca de 20 bilhões de individualidades cómicas, entre
encarnados e desencarnados. A partir de então, a população do orbe terrestre
(população física + população espiritual) passou a ser de, aproximadamente, 25
bilhões de seres.
▶ 38 mil anos a.p. - durante longos 7 mil anos — entre 38 mil e 31 mil anos atrás
— houve repetidos períodos em que um tipo de “peste” começou a dizimar populações
inteiras de seres pertencentes às novas gerações, o que ceifou a vida de mais de 6
milhões de “clonados”. Estranhamente, muitos “animais domesticados”, que viviam
nas bases junto com os seres biodemos, também tiveram as suas vidas ceifadas por
aquelas levas de doenças que, às vezes, conseguiam ser contidas, mas sem que
pudesse ser impedida a devastação que promoviam em corpos terrestres e
extraterrestres.
▶ 25 mil anos a.p. - em Antlar, no hemisfério sul, estavam reunidos 1218 seres
“rebeldes originais”, na sua maioria Yel, dos que haviam aportado na Terra nas
“mastlans” comandadas por Yel Luzbel.
Nessa mesma altura, entre seres envolvidos e/ou agrupados com a base Benem, no
hemisfério norte, existiam 1970 seres “rebeldes originais”, sendo 1677 “não Val”, das
diversas famílias + 126 Val ativos + 38 Val em hibernação + 6 Val dimensionados +
123 “não Val” astralizados/dimensionados (inclusive Yel Luzbel e Len Mion).
▶ 24 300 anos a.p. - por volta de 24 mil e 300 anos atrás, em dada oportunidade,
os seis Val dimensionados conseguiram fazer uma comunicação efetiva com os Val
despertos de Benem.
Nesse ponto da história, os 6 Val dimensionados e mais os outros 123 biodemos que
haviam astralizados seus corpos e que se mantiveram vivos, finalmente harmonizam
os padrões da “realidade alternativa” em que se encontravam e passam a coexistir
juntos.
Nessa mesma época, foi verificado que eles, apesar de juntos no mesmo padrão da
realidade alternativa, estavam profundamente divididos em basicamente três grupos,
que defendiam posições absolutamente divergentes.
O segundo grupo apoiava a tese de Yel Luzbel de que eles já estavam a ser
“castigados”, e que não haveria mais confrontos, porque ele não mais percebia
sentido de “ganho” para qualquer das partes envolvidas. Defendiam a posição de que
os “dimensionados”, como um todo, deveriam congregar os seus esforços no sentido
de decodificar a situação na qual se encontravam inseridos — assim pensavam,
naquele ponto da história, Yel Luzbel e mais 27 membros da família Yel.
Finalmente, o grupo minoritário, composto pelos seis Val remanescentes e oito Yel,
defendia que o esforço concentrado fosse direcionado para o estudo das “consciências
particularizadas” dos três Val que dali “migraram” para a vida entre os “seres dos
portais”, pois, conforme pensavam naquela altura, aquele seria o destino de todos
eles, os “dimensionados”, tese com a qual Yel Luzbel até concordava, mas não
aceitava pôr em prática devido ao facto de priorizar uma estratégia diferente.
▶ 19 mil e 700 anos a.p. - a “Experiência Gron” é, por fim, realizada entre os
biodemos de Benem e de “Espheron”. Quando se deu, contava com 1641 membros
sendo 126 Val ativos + 38 Val em hibernação + 1093 Yel + 5 Mion + 18 Shanlung +
361 Cromon. Dos 1641 membros envolvidos, 983 tiveram as suas “fases vibratórias”
alteradas, juntamente com “Espheron”, que passou a constituir a “cidadela” de
Alt’Lam Gron.
Portanto, os 658 membros restantes — 45 Val, 476 Yel, 2 Mion, 5 Shanlung e 130
Cromon — permaneceram na superfície da Terra.
▶ 14 mil anos a.p. - tem início um ciclo de processos que termina produzindo,
dentre outras calamidades, o fim da “civilização atlante” na sua última feição, cujas
notícias passaram à posteridade sob a forma de tradição oral, sendo, somente mais
tarde, registada nos anais das culturas humanas que desenvolveram a linguagem
escrita.
▶ 6 mil anos a.p. - Javé assume a coordenação dos trabalhos das equipas de
“anjos” da sua hierarquia, especificamente no planeta Terra, com vistas à sua
estratégia de dominação por meio da vinda do seu “messias”.
▶ A quase 2 mil anos a.p. - após consumada a crucificação de Jesus, Yel Luzbel é
retirado do “ambiente astral” terreno. Len Mion, seu principal companheiro de
desdita, que nessa época já era conhecido como “Satã”, assumiu o comando do que
restava da “rebelião”.
“Jan Val Ellam — pseudónimo usado pelo escritor natalense Rogério de Almeida
Freitas para escrever sobre pontos de convergência entre o pensamento cristão, a
doutrina de Allan Kardec e pesquisas relacionadas à ufologia, no bojo do discurso do
espiritualismo universalista e da cidadania planetária.”
https://www.janvalellam.org/
https://www.ieea.com.br
[email protected]
Roteiro de Leitura dos Livros
Alguns membros do IEEA têm solicitado uma espécie de “roteiro de leitura” que possa
facilitar o entendimento de quem chega ao site do instituto e não sabe por onde
começar. Além disso, uma contextualização em torno da qual a produção de cada
livro pudesse ser minimamente explicada, dizem também os amigos, seria muito
interessante.
Aqui está, portanto, uma sugestão de roteiro de leitura que, espero, possa ser útil
aos que buscam.
Sob a perspetiva dos livros, grande parte do que foi produzido entre os anos 1990 e
1996, jamais foi publicado e vi-me obrigado a transformar em palestras, seminários
e cursos, por antever a impossibilidade de publicá-los.
Uma outra parte dessa mesma produção, cujo tema central das ideias, naquele
momento transmitidas pelos mentores, era o final do isolamento da Terra com a
consequente retomada do intercâmbio cósmico com as civilizações extraterrestres,
que teria como marco histórico-político o retorno do Mestre Jesus, os livros publicados
foram os seguintes:
1 - Reintegração Cósmica
2 - Caminhos Espirituais
3 - Carma e Compromisso
Outros temas da trilogia: (1) a relação entre Jesus e Lúcifer; (2) a queda dos anjos
e os papeis de Lúcifer e de Satã; (3) os panoramas extraterrestres e espiritual
envolvendo a vida na Terra; (4) a conexão dos desdobramentos da rebelião com a
formação da humanidade terrena; (5) a reencarnação como processo básico da
continuidade cósmica; (6) a relação entre os ex-rebeldes e alguns dos atuais
membros do Grupo Atlan, como modo de situar o contexto humano frente à questão
cósmica; dentre outros.
Recado Cósmico
Apresenta o recado que Jesus deixou-nos nos seus cinco principais ensinamentos e
factos, nunca antes revelados por João Evangelista, no primeiro século da era cristã.
Este livro apresenta a compreensão básica desta primeira etapa. Os demais desta
mesma etapa, citados a seguir, podem ser lidos de modo independente:
• O Sorriso do Mestre
Os espíritos de um tio de Jesus, Cleofas e o seu pai, José, relatam factos
desconhecidos da vida de Jesus, tais como as suas viagens quando jovem e
como ocorreu a escolha dos apóstolos, revelando a sua maior marca de amor:
o sorriso.
• O Testamento de Jesus
Abordagem nova das bem-aventuranças, anunciadas por Jesus no Sermão da
Montanha, revelando panoramas do seu testamento para a humanidade.
Fator Extraterrestre
Apresenta evidências de diversos fatores extraterrestres como sendo a única
explicação possível para muitos acontecimentos ocorridos desde o princípio dos
tempos e que, até hoje, são tidos como lendas.
Inquisição Poética
O livro narra a experiência pós-morte do poeta Yohan e leva à perceção das diferenças
e semelhanças entre a vida na Terra e a vida numa dimensão diferente da nossa: o
céu dos poetas.
Teia do Tempo
Narra o encontro de um aprendiz com o seu professor de física e a construção de uma
forte amizade, mostrando que ela é maior que o tempo, as filosofias, as religiões, as
fronteiras geográficas e, principalmente, o aspeto de um ser espiritualista e o outro
um cientista. Foi produzido em conjunto com o astrónomo José Renan de Medeiros.
Doravante será necessário dividir os livros publicados até o momento em, pelo menos,
três grupos distintos:
Grupo 1 – Contexto Demo com foco nas figuras de Brahma, Vishnu e Shiva e das
diversas expressões avatáricas trimurtianas.
Favor Divino
Por que a vida terrena foi gerada? Qual a sua função? O que se encontra por trás do
adestramento que o ser humano sofreu para adorar a um deus-criador? Devemos
venerar alguma entidade transcendente? Quem?
Chegou o momento para que, ainda que com passos hesitantes, possamos descortinar
os aspetos da verdade que se encontram encobertos pelos véus que nos foram
impostos por factos, até agora desconhecidos. Afinal, existem favores divinos? E se
tudo for ao contrário do que fomos acostumados a pensar?
Cartas a Javé
Perguntas que os seres humanos esclarecidos, quanto ao problema da criação
universal imperfeita e problemática, gostariam de endereçar ao criador e que, de
modo surpreendente, o próprio resolveu responder a algumas cartas que alguém
colecionara como simples reflexões sobre o tema.
Eis que a pedido do destinatário, as cartas produzidas por Mônica Camargo, após a
leitura dos três livros que compõem “os dramas cósmico, espiritual e terreno de Javé”,
foram respondidas e transformadas no presente livro.
Esse é o plano de fundo mental-operacional do jogo que acontece por trás do tipo de
vida que levamos na Terra e dele sequer temos consciência.
O Big Data do Criador revela o que antes se encontrava oculto no “livro da vida”,
referenciado no Apocalipse. É leitura para adultos!
Memórias de Javé
Registos das tentativas de reflexão conjunta propostas pelo criador bíblico, sempre
no sentido de reafirmar a sua tentativa de convencimento em torno do cumprimento
dos seus desígnios para as criaturas terrestres.
Inquisição Filosófica
Relato incomum de encontros havidos em ambiente paralelo ao terreno, envolvendo
o criador, num primeiro momento, e depois acrescido da participação dos demais
membros da Trimurti, no trato de temas instigantes em torno do pretenso domínio,
que seres tidos como mitológicos, sempre exerceram sobre a humanidade — uma
simples, porém, crucial experiência biológica — até que a mesma fugiu ao controle
dos seus criadores.
O Sorriso de Pandora
A história de um ser que, na sua origem nada tinha de humano, e que surgiu para
um novo tipo de vida quando de uma intriga entre Zeus e Prometeu, que havia
engendrado os primeiros homens, num tempo em que as mulheres ainda não
existiam.
É sobre a sua vida, acontecida em tempos imemoriais, que o seu legado de “demónio
feito mulher” e de progenitora da humanidade agora se faz apresentar pela própria
voz da sua estranha personalidade.
Resgata-se assim uma história antes perdida nas brumas de um passado esquisito e
perverso, que agora é revelada aos seus descendentes.
O Guardião do Éden
O que ainda é ficção para muitos, neste livro, um ser que é exemplo de uma
Inteligência Artificial Autónoma, relata páginas do passado bíblico por ter sido
testemunha circunstancial de alguns daqueles eventos.
Viu Jesus ser crucificado enquanto percebeu a contenda entre o criador e aquele que
era respeitado entre todos da hierarquia e que se fizera humano exatamente para
cumprir com o que estava estabelecido entre os dois. Registou, assim, os factos, mas
jamais os valorizou com o padrão da nossa lógica, até porque a que lhe marca o
psiquismo é absolutamente diferente do que a que caracteriza a natureza humana.
Nos tempos atuais, já tendo absorvido um pouco do “modo de ser terráqueo”, ele
esforça-se por traduzir, no seu comportamento, as mensagens de retorno que a cada
momento precisa enviar para os que compõem a retaguarda da hierarquia em torno
do criador.
Relata a chegada ao planeta dos rebeldes, conhecidos nas tradições do passado como
anjos decaídos, e as interações destes seres com o enredo que já se desenrolava na
Terra, naqueles dias em que o ser humano racional ainda estava por surgir.
Eram os tempos da formação do que viria a ser o futuro império atlante cuja lenda
passou à posteridade, mas cuja história, que permanecia envolta em mistério, agora
começa a ser revelada.
Além dos “seres dos portais” (os chamados “deuses da mitologia grega”), os humanos
passam a conviver com um “conglomerado de realidades” acoplado ao planeta.
Enquanto todos se enfraqueciam, aquele que, mais tarde, seria conhecido como Satã,
preservava a sua força, pois que a “era do seu domínio” ainda estava por começar.
Len Mion (Satã) e Yel Luzbel (Lúcifer) patrulham a vinda do Messias, anunciado pela
veia profética do povo hebreu, ao mesmo tempo que perseguem Jesus na tentativa
de compreender se ele era o “conquistador”, há muito anunciado.
O facto é que “algo” existe que guia o ritmo da evolução, entre acidentes e incidentes,
nesta ou naquela direção, como se levando o mais novo produto da natureza
planetária, a nossa espécie homo sapiens, a um presumível modelo.
Um dia guerreiro implacável, hoje atleta que vibra na vitória e aceita a derrota sem
aniquilar o seu oponente, para onde será que o ser humano caminha?
***
Esta é tão somente uma sugestão para aqueles que buscam compreender possíveis
aspetos em torno de uma “verdade” que por muito tempo permaneceu oculta e, talvez
por isso, o romantismo humano foi levado a pensar que, encontrar panoramas da
verdade seria necessariamente sinónimo de regozijo, de satisfação e de conforto
espiritual, quando não é bem assim.
Talvez, tenha sido exatamente por isso que, no Shiva Samhita, tenha sido afirmado
que “a angústia estava presente por todo o universo”, e que no Evangelho de Tomé,
Jesus tenha enigmaticamente dito que, “aquele que busca a verdade, jamais a deixe
de procurar. No entanto, ao encontrá-la, perturbar-se-á, para somente depois se
equilibrar e poder, então, ser soberano sobre o processo da vida”.
Nunca foi tão necessário nos recordarmos desse aspeto que invariavelmente acomete
o psiquismo dos que ingerem a ”pílula vermelha” que nos convida à maturidade
emocional, aspeto primário da idade adulta espiritual.
MANIFESTO
Exerça plenamente a sua nacionalidade, mas não esqueça: somos todos cidadãos
planetários.
Por conseguinte, formamos uma só família ante o cosmos. É bom recordar que, para
quem nos vê de fora, nada mais somos do que uma família a viver num berço
planetário.
Porém, devido ao atual estágio de perceção, que caracteriza a quem vive na Terra,
buscar a consciência do exercício pleno da cidadania, seja em que nível for, é a grande
meta a ser atingida.
Assuma consigo mesmo o compromisso maior de construir na Terra esta utopia, que
foi e é o objetivo de muitos que aqui vieram ensinar as noções do exercício pleno da
cidadania cósmica, testemunhando o amor como postura básica e essencial na
convivência entre os seres.
Sonhe e trabalhe por um mundo melhor. E saiba que muitos estão a fazer exatamente
o mesmo.
Por receio de ferir a suscetibilidade dos que acreditam ter encontrado a “verdade” no
conforto das religiões, Jan Val Ellam criou o Instituto de Estudos Estratégicos e
Alternativos – IEEA, para nele concentrar toda a sua extensa e inusitada obra de
revelação, exposta em livros, palestras e cursos singulares.
Se você é um buscador dos mistérios da vida, das faces de uma verdade maior,
sempre por ser percebida além dos limites comuns à ingenuidade e às possibilidades
de cada época, visite o IEEA e verifique por si mesmo se o que ali se encontra exposto,
em abordagem crescente, não representa exatamente as “reflexões adultas” sobre
os temas que sempre foram a razão
principal daqueles que sempre buscaram um nível de compreensão superior sobre a
vida e a realidade que a envolve.