M.I.P-1 Características Do Terapeuta
M.I.P-1 Características Do Terapeuta
M.I.P-1 Características Do Terapeuta
Introdução:.......................................................................................................................................4
Objectivo Geral............................................................................................................................5
Objectivos Específicos.................................................................................................................5
Metodologia de Investigação.......................................................................................................5
Competências Terapêuticas.............................................................................................................6
Flexibilidade.................................................................................................................................8
Empatia........................................................................................................................................8
Saber escutar................................................................................................................................9
Conclusão:.....................................................................................................................................11
Referências Bibliográficas:............................................................................................................12
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Introdução:
O presente trabalho de Modelos de Intervenção Psicológica-I, tem como objectivo principal falar
das Características do Terapêuta. As habilidades do terapêuta são essenciais para o processo
terapêutico e desenvolvimento do vínculo. Na Terapia do Esquema (TE) são destacadas algumas
habilidades ou características como a capacidade de ser flexível, saber quando reparentalizar e
identificar as necessidades do paciente, entre outros aspectos. Por isso, o objectivo deste trabalho
será identificar quais são as habilidades ou características pessoais do terapêuta.
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
Metodologia de Investigação
Este trabalho teve como metodologia de pesquisa, as referências bibliográficas publicadas, onde
de maneira minuciosa, precisa e clara lemos e construimos as nossas bases para indagar as
características do Terapêuta de acordo com estes arquivos.
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Contextualização das Psicoterapias
Abreu (1997) refere que a psicoterapia alcançou uma identidade muito clara, e que são exigidos
certos requisitos para que seja reconhecida como uma intervenção psicoterapêutica profissional.
Este mesmo autor menciona que a psicoterapia se desenvolveu ao longo dos anos, passando por
períodos iniciais de estudo que evidenciaram a efectividade dos tratamentos psicoterápicos.
Etchegoyen (1987) descreve os traços característicos que destacam a psicoterapia. Dentre estes
traços estão o seu método, no qual a psicoterapia se dirige à psique através da comunicação, e o
seu instrumento de comunicação, que é a linguagem verbal e a pré-verbal. Além disso, cita o
marco da psicoterapia, ou seja, a relação interpessoal médico-paciente. E, finalmente, a
finalidade da mesma, que é curar, pois todo o processo de comunicação que não tenha este
propósito, não pode ser considerado psicoterapia.
Existem diferentes tipos de psicoterapia que variam conforme as técnicas que utilizam, às teorias
que se baseiam, aos seus objectivos, a frequência das sessões e ao tempo de duração (Cordioli,
1998). Para Bloch (1999), qualquer psicoterapia tem a intenção de permitir que uma pessoa
satisfaça suas necessidades de afecto e reconhecimento, bem como ajudá-la a corrigir atitudes,
emoções e comportamentos desadaptativos que a impedem de obter satisfações.
Ainda para este autor, mesmo que todas psicoterapias tenham sua atenção voltada para os
aspectos da vida pessoal, variam conforme sua ênfase, ou seja, são ordenadas conforme seu alvo
primário, sua orientação temporal. Além disso, diferenciam-se na medida em que procuram
mudar essencialmente pensamentos e atitudes, estados emocionais ou comportamentos.
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Para os psicoterapeutas, as qualidades necessárias para ser um bom profissional podem ser
desenvolvidas, desde que se tenha uma personalidade adequada, com boas condições de ego, e
acima de tudo pela vontade em trabalhar com seres humanos. Ter este desejo em conhecer a
dinâmica da personalidade humana, bem como os fenómenos psíquicos, é um factor
determinante visto como um grande potencial para desenvolver as demais características. Estás
podem ser desenvolvidas durante a construção da identidade psicoterapêutica, que se dá através
de muito estudo, treino, prática, supervisão, análise pessoal.
Competências Terapêuticas
Características pessoais:
Habilidades terapêuticas:
São os manejos e uso das emoções, disponibilidade emocional, estar disponível e entender as
necessidades emocionais.
Habilidades técnicas:
Sentido de saber fazer conceitualização de caso, saber transpor a teoria para prática e por fim ter
o conhecimento teórico.
A conclusão de que existem terapêutas mais eficazes do que outros enfatizou a necessidade de
compreender quais são as características e comportamentos dos profissionais que podem explicar
as diferenças nos resultados dos seus clientes (Heinonen & Nissen-Lie, 2019; Wampold, 2015).
Através do entendimento daquilo que caracteriza os terapêutas mais eficazes será possível
empreender esforços no sentido de melhorar os resultados dos terapêutas de baixo desempenho
(Baldwin & Imel, 2013).
Os anos de experiência também não parecem ser explicativos das diferenças entre terapêutas
(Chow et al., 2015; Kraus et al., 2016; Perlman et al., 2020; Wampold & Brown, 2005).
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A este respeito os resultados de um estudo longitudinal sugerem que com o aumento da
experiência, em média, os terapêutas tendem a piorar na sua eficácia (Goldberg, Rousmaniere, et
al., 2016). No entanto, os anos de experiência parecem relacionar-se com uma menor taxa de
abandonos prematuros dos clientes (Roos & Werbart, 2013).
Antes de avançar para aquelas que parecem, segundo várias linhas de investigação, serem
características dos terapeutas eficazes, importante será referir que medir as características e a
contribuição dos terapêutas para os resultados é algo complicado (Anderson et al., 2020). Uma
das razões é que aquilo que os terapêutas fazem em sessão será sempre influenciado e
potencialmente confundido por cada cliente (Anderson et al., 2015).Desse modo, e tal como
abordado anteriormente, importa ter em mente que a contribuição do cliente para a terapia é
importante, sendo que também exerce influência em algumas características do terapeuta.
Porém, e de acordo com Elliott et al. (2019), nem todos os clientes parecem responder
favoravelmente a expressões empáticas explícitas e os terapêutas eficazes sabem quando devem
ou não expressar empatia. Aliás, os terapêutas eficazes aparentam saber quando e como devem
aplicar determinada intervenção (Kramer & Stiles, 2015), o que remete para a responsividade,
que diz respeito a: “fazer a coisa certa no momento certo, considerando o cliente, o contexto e
a sua abordagem terapêutica” (Kramer & Stiles, 2015, p.8).
Embora com menos evidência, a expressão emocional também parece facilitar o relacionamento
e prever resultados psicoterapêuticos positivos, pelo que o terapêuta deve demonstrar emoções,
bem como facilitar a expressão emocional do cliente e o processamento dessas emoções.
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Flexibilidade
Empatia
Conforme Bion (1992) a empatia é uma característica essencial sendo esta a capacidade que o
psicanalista deve ter de se colocar no papel do paciente, entrar dentro dele e sentir junto dele o
seu sofrimento. A empatia é resultante da capacidade do analista de poder utilizar as fortes
cargas das identificações projectivas, como uma forma de comunicação primitiva do paciente.
A pessoa do psicoterapeuta é considerada por Wolberg (citado por Cardoso, 1985) a variável
mais importante no processo terapêutico, pois sua personalidade e experiência actuam sobre os
resultados. O terapêuta eficiente tem qualidades que transmitem ao paciente confiança,
esperança, vontade e liberdade para responder.
Além disso, para Wolberg (citado por Cardoso, 1985), o psicoterapeuta deve ser possuidor de
uma compreensão empática e de confiança naquilo que faz. Fromm Reichmann (citado por
Cardoso, 1985), resume os requisitos básicos que compõem a personalidade e aptidões pessoais
do psicoterapeuta, mencionando que o psicanalista é alguém que deve saber escutar.
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Saber escutar
A escuta que a autora se refere, é considerada por ela como uma arte que não se adquire sem a
formação adequada que envolve autoconhecimento, estudo, prática e especialmente vida pessoal
que contenha fontes de satisfação e segurança, para que o profissional não venha a usar o seu
paciente como fonte de gratificações. Dentre estes, refere-se como principal a capacidade de
continência, seguida pela necessidade de, do terapêuta, entrar no setting sem expectativas prontas
em relação ao paciente, sem algo arquitetado e sem uma necessidade de compreensão imediata.
Alguns terapêutas parecem ser consistentemente melhores do que outros em formar aliança com
vários clientes (Anderson et al., 2016; Miller et al., 2013, 2015), o que tem implicações para os
resultados (Flückiger et al., 2019). A questão que se coloca é: “o que poderá explicar o facto de
que alguns terapêutas parecem não só alcançar melhores resultados como ser melhores, por
exemplo, no estabelecimento emanutenção da aliança terapêutica do que outros? Para
responder esta pergunta, é necessário ter em conta a aliança terapêutica, criada ao longo do
processo da psicoterapia.
Assim pode dizer-se que o termo FIS, como descrito de seguida, partiu das seguintes premissas:
a aliança terapêutica e outras variáveis de processo, cuja a investigação tem vindo a evidenciar
como associadas a resultados psicoterapêuticos positivos, decorrem em parte da competência do
terapêuta em facilitar a emergência de tais variáveis.
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Os terapêutas podem variar na medida em que possuem tais competências, logo a existência de
diferenças entre terapêutas poderia ser explicada por estás características e competências
interpessoais. Assim, pode dizer-se que, partindo em parte do estudo de factores comuns , o FIS
representa uma tentativa de avançar na compreensão da forma como os terapêutas podem
contribuir para importantes processos comuns na terapia e nos seus resultados (Uhlin, 2011).
O conteúdo dos itens da escala FIS foi selecionado com base na investigação e teoria sobre
processos e factores comuns em psicoterapia (Anderson et al., 2009). Apesar de cada item estar
associado a um domínio específico, eles são interdependente, o terapêuta apenas consegue
fornecer uma resposta persuasiva se tiver obtido uma compreensão empática da experiência do
cliente.
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de forma mais implícita e o terapêuta deve ser capaz de abordar o problema envolvendo o
cliente, por modo a reparar a rutura (Anderson & Patterson, 2013).
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Conclusão:
Concluimos que, em relação ao que é ser psicoterapeuta não é uma tarefa facil, este profissional
é alguém que deve estar preparado teóricamente e tecnicamente, e além disso, deve estar em
constante aperfeiçoamento. Esta preparação é percebida como, extremamente, importante na
medida em que o psicoterapeuta é um profissional que se dispõe a ocupar uma posição de ajuda
frente a seus pacientes. E estando neste lugar de quem oferece esta ajuda a outras pessoas, o
psicoterapeuta deve estar ciente da responsabilidade que abrange esta profissão, bem como estar
preparado para lidar com o mundo interno de seus pacientes. Para tanto, é exigido deste
profissional características peculiares e determinantes no exercício da psicoterapia.
Para os psicoterapeutas, as qualidades necessárias para ser um bom profissional podem ser
desenvolvidas, desde que se tenha uma personalidade adequada, com boas condições de ego, e
acima de tudo pela vontade em trabalhar com seres humanos. Ter este desejo em conhecer a
dinâmica da personalidade humana, bem como os fenômenos psíquicos, é um factor
determinante visto como um grande potencial para desenvolver as demais características.
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Referências Bibliográficas:
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12. Etchegoyen, R. H. (1987). Fundamentos da técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artes
Médicas.
13. Heinonen, E., & Nissen-Lie, H. A. (2019). The professional and personal characteristics
of effective psychotherapists: A systematic review. Psychotherapy Research, 1-16.
14. Huppert, J. D., Bufka, L. F., Barlow, D. H., Gorman, J. M., Katherine Shear, M., &
Woods, S. W. (2001). Therapists, therapist variables, and cognitive-behavioral therapy
outcome in a multicenter trial for panic disorder. Journal of Consulting and Clinical
Psychology, 69(5), 747-755.
15. Kraus, D. R., Bentley, J. H., Alexander, P. C., Boswell, J. F., Constantino, M. J., Baxter,
E. E., & Castonguay, L. G. (2016). Predicting therapist effectiveness from their own
practicebased evidence. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 84(6), 473-483.
16. Miller, S. D., Hubble, M. A., Chow, D. L., & Seidel, J. A. (2013). The outcome of
psychotherapy: Yesterday, today, and tomorrow. Psychotherapy, 50(1), 88-97.
17. Perlman, M. R., Anderson, T., Foley, V. K., Mimnaugh, S., & Safran, J. D. (2020). The
impact of alliance-focused and facilitative interpersonal relationship training on therapist
skills: An RCT of brief training. Psychotherapy Research, 1-14.
18. Uhlin, B. D. (2011). Therapist in-session rated facilitative interpersonal skills (FIS-IS) in
the psychotherapy process [Dissertação de doutoramento, Universidade de Ohio.
19. Wampold, B. E., & Brown, G. S. (2005). Estimating variability in outcomes attributable
to therapists: A naturalistic study of outcomes in managed care. Journal of Consulting
and Clinical Psychology, 73(5), 914-923.
20. Wampold, B. E. (2015). How important are the common factors in psychotherapy? An
update. World Psychiatry, 14(3), 270-277.
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