TRABALHO - EV117 - MD1 - Calculo 2 No Ensino Medio Educacao Basica
TRABALHO - EV117 - MD1 - Calculo 2 No Ensino Medio Educacao Basica
TRABALHO - EV117 - MD1 - Calculo 2 No Ensino Medio Educacao Basica
Luan Diego de Lima Pereira; Aline Menezes Rodrigues; Wilquer de Lima Pereira; Fabiany
Corrêa Basoni; Renan Corrêa Basoni.
Resumo: Este trabalho tem como objetivo descrever o projeto de complementação ao Ensino "Cálculo
Diferencial e Integral: Uma Introdução ao Ensino médio", cujo público alvo foi alunos do Ensino
médio integrado ao curso técnico de Automação Industrial de um Instituto Federal O ensino e
aprendizagem de matemática e física é foco de diversos estudos, devido à dificuldade apresentada por
muitos estudantes em compreender conceitos básicos das disciplinas em questão. Neste contexto, o
projeto buscou introduzir noções de limites, derivadas e integrais e suas principais aplicações como o
problema da reta tangente, o problema da velocidade instantânea e o problema da área. A metodologia
utilizada envolveu a revisão e introdução de conteúdos matemáticos necessários para aplicar as noções
de cálculo, seguidos das noções de limite, derivada, integral e suas aplicações. O projeto teve uma
carga horária de 80 horas, distribuídas em 40 semanas. Espera-se que, ao final do projeto, os alunos
consigam compreender melhor o comportamento de fenômenos matemáticos e físicos, tanto no ensino
médio, como nas disciplinas do curso técnico e, consequentemente, melhorar o seu rendimento
acadêmico. Destarte, com o conhecimento introdutório do cálculo diferencial e integral, deixará
melhor preparados para o ensino superior, para aqueles que ingressarem em cursos de exatas.
1 INTRODUÇÃO
O ensino e aprendizagem de matemática em todos os níveis escolares, desde o ensino
fundamental até o ensino superior, é foco de diversos estudos. Os alunos enfrentam
dificuldades em conceitos básicos da matemática, desde operações fundamentais até
conteúdos mais elaborados. As dificuldades carregadas ao longo das séries letivas, limitam o
aprendizado sequencial, deixando-os ainda mais inseguros e desacreditados com a disciplina.
A dificuldade e a falta de interesse com a disciplina, faz com que os alunos saiam do
ensino médio e ingressem no ensino superior com uma base precária da matemática básica,
levando a reprovações e até mesmo evasão, principalmente em cursos de natureza exata. É
preciso, portanto, desmitificar a “demonização” da disciplina e trata-la como algo simples e
necessário.
Mas como inserir um conteúdo complexo como o cálculo para alunos de ensino
médio? A resposta não é simples, e é fruto de estudo de diversos pesquisadores. Para ser
compreensível para o aluno de nível médio, é preciso lançar mão da linguagem formal,
simbólica, das demonstrações de teoremas e definições complexas, e adotar uma postura mais
intuitiva, utilizando os problemas comuns já estudados, mas agora com os conceitos do
cálculo. De acordo com Faria e Godoy (2012)
2 METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada através do estudo de caso de um projeto de ensino intitulado
“Cálculo Diferencial e Integral: Uma Introdução ao Ensino Médio”, realizado junto aos
alunos do ensino médio integrado ao curso técnico de automação industrial. O estudo analisou
o perfil dos alunos que participaram do curso e suas impressões acerca da experiência e do
contato com o cálculo.
O curso foi iniciado com uma revisão dos conteúdos básicos da matemática e uma
introdução de conteúdos que ainda não foram vistos pelos alunos, por se tratar de tópicos a
serem estudados em séries futuras. Os principais tópicos estudados foram:
Funções do 1º e 2º grau;
Funções logarítmicas;
Funções exponenciais;
Funções racionais;
Módulo;
Polinômios.
O restante do curso seguiu a sequência adotada nos livros didáticos, iniciando com os
fundamentos de limites, passando para o cálculo diferencial e finalizando com o cálculo
integral. Após introduzir o conteúdo de forma intuitiva, tornando-os compreensíveis para
alunos de nível médio, foram estudadas as propriedades, teoremas e aplicações de cada
conteúdo. Buscou-se por aplicações em problemas normalmente estudados no ensino médio e
no curso de automação.
As aulas foram expositivas, através da explanação dos conteúdos citados acima e, para
cada tópico estudado, os alunos foram avaliados através de exercícios de fixação. Durante as
explanações, os alunos tinham total autonomia para relatarem suas principais dificuldades e
sugerirem tópicos de interesse, pertinentes ao curso.
Defina, com suas palavras, o que você entendeu sobre o conceito de limite,
derivada e integral.
O questionário teve como objetivo coletar resultados do ponto de vista dos próprios
participantes. Para tanto, foi solicitado uma resposta completa, evitando respostas curtas como
“sim”, “não” e “talvez”. Os alunos também ficaram cientes de que não se tratava de um
questionário avaliativo e que seus nomes não seriam divulgados, dessa forma poderiam ser
sinceros em suas considerações.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O projeto de ensino para estudar o cálculo integral e diferencial foi ofertado para
alunos do ensino médio integrado ao curso técnico de automação industrial. Inicialmente
foram ofertadas 20 vagas, porém somente 9 alunos iniciaram e terminaram o curso.
Inicialmente foram revisados (e introduzidos, para aqueles alunos que ainda não
estudaram determinado conteúdo da matemática) conteúdos matemáticos e logo em seguida
foi introduzido o conceito de limite. Dada a função f(x) da equação (1), foi solicitado aos
alunos obterem o ponto f(0).
x 1
f ( x) (1)
x2 1
0
Ao tentar resolver o que foi solicitado, os alunos obtiveram , que simboliza uma
0
indeterminação matemática, ou seja, não é possível determinar uma solução e nem afirmar a
existência de uma solução. A partir de então foi introduzido a definição de limite, conforme a
equação (2).
lim f ( x) L (2)
xa
Pode-se entender que, quanto mais o valor de x se aproxima de a, mais a função f(x) se
aproxima de L. Para exemplificar, foi solicitado aos alunos que testassem valores próximos de
1, tanto pela esquerda (menores que 1) quanto pela direita (maiores que 1), para a função f(x)
da equação (1) e desenhassem seu gráfico. Os resultados são mostrados nas Figura 3.1 e 3.2,
respectivamente.
Neste ponto, foi definido o limite de uma função conforme equação (3).
lim f ( x) L
xa
Isso quer dizer que, o limite de uma função f(x) é igual a L somente quando os seus
limites laterais (tanto à esquerda de a, quando à direita de a) se aproximam de L.
Propriedades de Limite;
Continuidade;
Proposições e Teoremas;
Limites fundamentais;
Aplicações.
Figura 3.3. Velocidade média para um intervalo de tempo que se aproxima de 5 segundos.
Fonte: Stewart, 2013.
Portanto, a velocidade instantânea pode ser determinada através do limite da
velocidade média, com intervalos de tempo cada vez menores, começando de 5 segundos.
f ( x) f (a )
m lim (3)
x a xa
Pode-se afirmar que, a reta tangente a y f ( x ) em ( a, f ( a )) é a reta que passa em
Derivada também pode ser entendida como a taxa de variação. Suponha que y f ( x )
y f ( x2 ) f ( x1 )
(4)
x x2 x1
Propriedades de Derivadas;
Derivação implícita;
Derivação logarítmica;
Logo em seguida, foi explicado que a primitiva na verdade é a integral de uma função,
ou seja, o inverso da derivada que é a antiderivada. O cálculo integral veio para solucionar o
problema da área. A área, que conhecemos até então, é restrita para regiões retas, facilmente
determinada através de equações matemáticas pré-definidas, como o quadrado, o retângulo e
o losango.
No entanto, quando se trata de regiões curvas, como obter a área abaixo de uma curva
qualquer (uma parábola, por exemplo), o processo é mais complicado. No exemplo das
Figuras 3.5 e 3.6, para determinar a área abaixo da curva é preciso dividi-la em vários
retângulos iguais, para se ter uma área conhecida (base x altura). A base de cada retângulo
ba
será x e a altura será f ( xi ) , onde n é o número total de subdivisões e i é posição do
n
i-ésimo retângulo.
b n
f ( x)dx lim
x
f ( x )x
i 1
i (7,)
a
Propriedades de Integração;
Regra da substituição;
Integrais trigonométricas;
Aplicações.
A maioria dos alunos acham que o ensino do cálculo deve ser inserido no ensino
médio, desde que, seja ofertado de forma facultativa. Quanto à reoferta do curso, 100% dos
participantes recomendam uma nova oferta no próximo ano letivo.
4 CONCLUSÕES
A presente pesquisa teve como foco analisar um estudo de caso de um projeto de
complementação ao ensino em um IF. O projeto foi analisado tendo como perspectiva o
ensino do cálculo diferencial e integral no ensino médio, de forma intuitiva, com o objetivo de
facilitar a compreensão de equacionamentos matemáticos, comportamentos de funções,
fenômenos físicos e nas disciplinas técnicas do curso profissionalizante.
Pode-se observar no decorrer do curso que, os alunos do ensino médio têm capacidade
de compreender o conteúdo do cálculo, bastando apenas ministrar de forma clara e objetiva,
selecionando os conceitos mais importantes para os conteúdos de nível médio. O que se deve,
a princípio é buscar uma forma de introduzir este conteúdo de forma facultativa ou em
complemento de outros tópicos de disciplinas como a matemática e a físcia. Tal fato, pode ser
possível com a reforma do ensino médio, na qual o aluno passará a ter algumas disciplinas
optativas e que terão autonomia para se inscreverem na que mais lhe interessar. Porém, este é
um tópico para futuras pesquisas.
REFERÊNCIAS