Cassiano Marques Da Silva
Cassiano Marques Da Silva
Cassiano Marques Da Silva
RESUMO
Cassiano Marques da Silva | Gilson Pereira Souza | Ana Carolina Santana de Oliveira
ABSTRACT
This paper investigates the influence of physical experiences acquired from the
early childhood to adolescence of high school students that play handball, how this
physical information results in the construction of a diverse motor memory, capable
of using different motor skills. Tests were conducted with these students, and the
analysis of their results enabled the learning process of new motor abilities, based
on the motor experiences. This paper aimed to analyze and understand the role of
these experiences in the construction of motor memory, as well as how the process
of recovering abilities learned throughout life can influence the development of the
skills required by handball. The research counted on the participation of 20 students
(boys and girls) from two schools (public and private), whose training frequency
varied from student to student. They were divided into two groups: greatest training
frequency (G1) and smallest training frequency (G2); two handball movements
(overhead pass and wrist pass), performed in two different ways, were used for the
passing tests. The results were different as the G1 had a better performance in quick
passes, while the G2 did better on the slow passes. Differences between the passing
tests suggest that making use of different passes in different ways, the variety of
experiences in several kinds of physical activities and the frequency of practicing a
certain skill enable, temporarily or permanently, the consolidation of new abilities.
1 INTRODUÇÃO
Todas as vivências corporais adquiridas pelo homem desde sua infância tornam-se estruturas
básicas para a aquisição futura de habilidades mais específicas encontradas nos esportes e em
outras manifestações da cultura corporal de movimento. (GARANHANI, 2002)
Dentro do ambiente escolar, nas aulas de Educação Física, os alunos encontram diversas
manifestações de movimento e não se limitam em apenas uma prática corporal, evitando com
isso um prejuízo na construção de sua memória motora. (GALLAHUE; OZMUN, 2003)
No Ensino Médio, os alunos demonstram seus níveis de desenvolvimento através da prática dos
esportes, da dança e de outras possibilidades de movimentos; o desempenho desses alunos
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ESTUDO DA MEMÓRIA MOTORA NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS EM
ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PRATICANTES DE HANDEBOL DA CIDADE DE PAULO AFONSO-BA
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refletirá o que está armazenado em sua memória; que traços culturais esses alunos trazem em
si; quais experiências tiveram e como essas informações corporais armazenadas ajudarão em
seu desenvolvimento e aprendizagem no ambiente escolar e na prática esportiva.
Tendo em vista que cada experiência adquirida por meio do corpo possui um papel importante
na construção de uma estrutura de memória mais rica e necessária no processo de aprendizagem
de outras habilidades, seja para o dia a dia ou para a prática esportiva, dentro ou fora do
ambiente escolar.
O ser humano, desde sua infância, utiliza seu corpo como meio de interação com o meio externo
e, ao mesmo tempo, o meio externo transmite informações para o corpo que, por sua vez,
interpreta as informações recebidas.
Freitas (1999) nos afirma que o corpo se manifesta através de seus movimentos, os quais o
levam em direção do mundo, toma posse de suas mensagens, apropria-se de cada experiência e
bagagem fornecida pelo ambiente ao seu redor; incorpora-os e, de uma forma original,
retransmite todas essas informações que o estruturou novamente para o meio.
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informações através do corpo constitui um diálogo entre ambos e possibilita benefícios de suma
importância na vida de um indivíduo.
Segundo Gallahue e Ozmun (2003), o meio social, biológico e cultural transmite grande
influência no desenvolvimento motor e pode causar alterações nesse processo durante seu
progresso na aprendizagem ao decorrer dos anos e por meio de possibilidades de movimentos
vivenciados corporalmente.
Schmidt e Wrisberg (2001) acreditam que, quando uma criança vivencia, em seu contexto
social, habilidades básicas, ela começa a construir um conjunto de informações para a
estruturação de uma base para a prática de diversas manifestações corporais, esportivas ou não,
em que essas habilidades estão presentes.
Cada experiência vivenciada pelos jovens do ensino médio, desde a sua infância, possibilita a
construção de um composto de informações necessárias para a aprendizagem e
desenvolvimento de habilidades básicas em toda a sua vida; utilizadas em diversos momentos
ou situações vividas em seu ambiente sócio cultural, escolar ou até mesmo na prática esportiva;
é nos primeiros anos de vida que os movimentos e vivencias corporais, experimentadas irão
constituir uma base firme e imprescindível de aprendizagem. (GARANHANI, 2002)
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A maneira de manifestação corporal possibilitada pela capacidade de processamento das
informações adquiridas através da prática corporal de diversas formas de expressões da cultura
corporal de movimento (seja através dos conteúdos da Educação Física ou da vivência cultural
em um determinado ambiente social) sofre mudanças na passagem da infância para a fase
adulta, ou seja, as experiências corporais provadas na infância e armazenadas para a construção
de um vocabulário motor durante essa fase possibilitará a aprendizagem de habilidades mais
avançadas e utilizadas em diversos contextos possibilitando um crescimento e desenvolvimento
sem prejuízos motores. (THOMAS, 1980)
Platão, ao tentar explicar o que seria a memória, dizia que ela é como uma grande placa de cera,
onde as impressões do mundo são cravadas. Para Aristóteles a memória é a capacidade de se
conservar o passado vivido (GODINHO et al. 1999), e para Xavier (1993, p.62) a memória é
“a capacidade de alterar o comportamento em função de experiências anteriores”.
A memória é mais complexa do que se parece; há níveis de memória e tipos distintos, cada qual
voltado para uma determinada função. Quando se fala sobre memória se engloba um conjunto
de várias classificações distintas (auditiva, visual, tátil, motora), mas seu estudo se dá sobre
uma única entidade. (MAGILL, 1984)
Segundo Habib (2000), a memória humana é dividida em alguns níveis (memória sensorial e
as memórias de curto e longo prazo) e em alguns tipos, classificados por sua função, tempo de
duração e de armazenamento e pelo seu conteúdo.
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A memória sensorial tem sua origem nos órgãos sensitivos; é conhecida como a memória dos
sentidos humanos (audição, olfato, visão, tato); é muito breve, não permanece por muito tempo.
(LENT, 2002)
A memória de curto prazo possui uma capacidade de armazenamento limitada e não duradoura.
(BADDELEY; WARRINGTON, 1970)
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dos anos, possibilitando uma melhor realização das tarefas psicomotoras. A memória não
associativa está voltada as respostas emocionais do corpo para o meio; responsável pela
comunicação entre o corpo, e suas diversas formas de manifestação, e o ambiente. (SQUIRE;
KANDEL, 2003)
Ito (1994) afirma que esse tipo de memória está diretamente ligada ao exercício ou ao “saber
fazer”; no caso da aprendizagem e armazenamento de habilidades motoras, o mesmo autor diz
que essa memória é o que chamamos de memória motora, lugar onde as experiências corporais
vivenciadas desde a infância estão armazenadas e utilizadas para desenvolver outras
habilidades; uma prova desse arcabouço é o fato de não podermos dizer o que aprendemos,
mas, através da prática corporal, torna-se evidente os efeitos de cada contato que tivemos com
o movimento, com a cultura corporal de movimento.
Para Magill e Hall (1990) a aprendizagem motora é uma alteração do desempenho de uma
habilidade motora que pode sofrer uma melhora por conta de experiências passadas, vivências
corporais experimentadas na infância e armazenadas na memória de longa duração, mais
especificamente na memória motora, informações essas que são guardadas e evocadas nas aulas
de Educação Física por meio de seus conteúdos, seja no esporte, na dança, nas lutas ou em
qualquer outro de seus conteúdos e até mesmo na vida secular em geral.
Godinho (2007) afirma que a capacidade de memorizar que o homem possui é o principal
componente para a aprendizagem. Também ressalta que ela está voltada à aquisição de diversas
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formas de vivências ou experiências proporcionadas pelo ambiente; já a memória está voltada
a conservação dessas informações ao passar dos tempos e as evocar quando necessário.
Para se avaliar a aprendizagem motora e sua fixação na memória, são utilizados dois testes, são
eles: teste de retenção e transferência. Esses testes permitem uma avaliação do desempenho de
habilidades motoras adquiridas após um período de intervalo de tempo, após os sujeitos terem
conseguido aprender as habilidades. Os testes de retenção servem para avaliar o desempenho
de uma habilidade motora que foi aprendida há algum tempo atrás, esse teste nos mostra se a
habilidade foi aprendida e armazenada na memória de longa duração, se houve ou não uma
aprendizagem na memória motora. (SALMONI; SCHMIDT; WALTER, 1984)
Os testes de transferência, por sua vez, visam à análise de outras habilidades que são variadas
de uma habilidade já aprendida anteriormente. Estes testes permitem a verificação da
capacidade flexível da memória motora em adquirir novas habilidades a partir de outras que já
foram aprendidas. (SCHMIDT; LEE, 2004)
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brincadeiras, jogos e outras diversas manifestações de movimentos experimentados pelas
crianças em seu processo de desenvolvimento, tanto na escola como em seu contexto sócio
cultural. (SCHMIDT; WRISTBERG, 2001)
Para as habilidades aprendidas e consolidadas na memória motora, Pereira (2002) afirma que
um dos aspectos fundamentais na aquisição de uma aprendizagem de qualidade, armazenada
na memória de longa duração, é o estabelecimento de planos de ensino, onde o professor é uma
peça fundamental; tomando os cuidados necessários para não prejudicar a aprendizagem motora
dos alunos, causando uma especialização precoce, e não possibilitar aos seus alunos uma
vivencia diversificada das habilidades, causando uma falha na consolidação da aprendizagem.
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No processo de codificação, o indivíduo analisa todas as informações que a tarefa e o ambiente
transmitem, exigindo do mesmo uma bagagem anterior de vivências para que haja uma melhor
captação e execução da nova habilidade. (ROBERTSON, 2009)
Okano e Balaban (2000) afirmam que para que a memória motora seja formada são necessários
que aconteçam alguns processos que tenham uma relação direta com as vivências corporais
anteriores, experimentadas e praticadas desde a infância, experiências essas que estão
totalmente envolvidas com a aquisição de novas habilidades motoras.
Walker (2005) afirma que esse processo ocorre em duas fases; uma dessas fases está voltada à
estabilização da aprendizagem durante algumas horas após a prática corporal, tornando essa
memória mais firme e evitando com que a aprendizagem de outra habilidade interfira na
aquisição de uma nova (transferência negativa). É na fase de pós-aquisição que as habilidades
motoras são estabilizadas na memória motora. (KRAKAUER; SHADMEHR, 2006)
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Tendo como base esse conhecimento sobre a aquisição e a consolidação das habilidades, o
professor de Educação Física conseguirá proporcionar a seus alunos um melhor
desenvolvimento físico e cognitivo através das suas aulas; tomando o devido cuidado para que
não ocorra uma especialização precoce em uma única atividade motora e que os seus alunos
experimentem as mais diversas manifestações motoras e as fases de consolidação que ocorrerá
após a prática; essa relação entre a Educação Física escolar e o desenvolvimento motor de seus
alunos é fundamental. (FERNANDES et al., 2017)
Cada técnica específica do handebol possui um papel importante na prática do esporte, pois é
por meio das técnicas que o jogo ganha estrutura e objetivo. Cada um desses fundamentos ou
habilidades motoras do handebol (passes, recepção, empunhadura, progressões, dribles,
arremessos, finta) exige do executante uma vivência das habilidades motoras básicas praticadas
no decorrer do seu desenvolvimento psicomotor; isso tudo para que as novas habilidades
trazidas pelo esporte venham ser adquiridas e desenvolvidas em sua prática. (VIEIRA;
FREITAS, 2007)
Thelen e Ulrich (1991) trazem uma explicação sobre a aquisição de habilidades motoras mais
complexas através da evocação de outras mais simples, ou seja, essas servem como base
estrutural na aprendizagem daquelas que, no handebol, são imprescindíveis na realização do
jogo e na aprendizagem dos seus fundamentos e de maneira recíproca; a prática do esporte
possibilita o aperfeiçoamento das experiências armazenadas na memória motora dos alunos
praticantes do handebol no ambiente escolar, nas aulas de Educação Física que, por sua vez,
contribuem em todo o processo de desenvolvimento dos alunos, levando em consideração a
interação das características do indivíduo, do ambiente a sua volta e a tarefa/habilidade a ser
realizada.
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pais ou responsáveis assinaram o termo de consentimento autorizando a participação dos
adolescentes.
O presente estudo foi de natureza básica, tendo sua abordagem quali-quantitativa, buscando
informações precisas para compreender e explicar o fenômeno pesquisado e, através da
quantificação dos dados obtidos, visualizar e compreender de forma mais precisa os resultados
alcançados. (GIL, 1999)
A pesquisa foi bibliográfica e de campo, buscando referencias teóricas para entender, da melhor
forma, como a memória humana funciona e como as vivências corporais armazenadas na
memória motora podem beneficiar no desenvolvimento e na aprendizagem motora.
(FONSECA, 2002)
Participaram do presente estudo 20 alunos de ambos os sexos, com uma faixa de idade entre 15
a 19 anos, sendo 2 meninas e 18 meninos; matriculados no ensino médio de duas escolas da
rede pública e da rede privada de ensino, sendo 9 alunos da escola privada e 11 alunos da escola
pública; alunos com maior tempo de prática (acima de 2 anos) e alunos com menor tempo de
prática (até 1 ano ou 2 anos) no handebol.
Por meio do questionário buscaram-se informações específicas sobre cada participante e suas
experiências motoras vivenciadas desde a infância. Logo após os alunos terem respondido o
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questionário, foram divididos em dois grupos (G1 e G2); sendo (G1) formado com alunos mais
experientes e (G2) formado com alunos menos experientes no handebol praticado nas aulas de
Educação Física escolar. Os grupos realizaram duas formas de prática (Bloco e randômica)
elaboradas por Shea e Morgan (1979) e testada em outros contextos por outros pesquisadores
que buscaram compreender o processo de aprendizagem e a influência da memória motora na
aquisição, armazenamento e transferência das habilidades motoras adquiridas.
A tarefa motora foi constituída da execução do passe do handebol em direção ao gol, com o
objetivo de alcançar a maior pontuação possível, baseado numa situação adaptada do teste de
precisão da AAHPER (1969). Alguns alvos foram colocados em um plano vertical,
posicionados no gol. Como alvos, foram utilizados arcos com tamanhos diferentes sendo que
cada arco correspondeu uma pontuação (4, 6, 8).
Na fase de aquisição foram utilizados dois tipos de passes (Ombro e Pronado) para três alvos
(alvos 1, 2 e 3); nos testes de transferência foram utilizados apenas o passe pronado direcionado
para um novo alvo (alvo 4). Cada passe realizado no teste foi contado como uma tentativa,
independentemente do erro ou acerto; as tentativas em que a bola foi para fora da quadra ou
bateu na trave foram considerados como errados, com a atribuição de zero ponto; os passes que
não acertaram os arcos, mas foram para dentro do gol receberam 2 pontos.
O teste de transferência imediata foi realizado no final da fase de aquisição, após a última
tentativa do último aluno. O teste de transferência retardada foi realizado 8 dias após a fase de
aquisição, sendo realizada a mesma tarefa do teste de transferência imediato, sendo que os
alunos tiveram 6 tentativas cada um na realização dos testes de transferência.
A análise dos dados foi realizada através do pacote estatístico SPSS versão 20, utilizando dados
obtidos na fase de aquisição e nos testes de transferência. O presente estudo teve como variáveis
independentes: tipo de prática (Bloco ou randômica) e o nível de habilidade (superior/ +
vivências; inferior/ - vivências); e como variável dependente: precisão na execução das tarefas
(pontuação).
Para realização da primeira etapa da coleta de dados foi utilizado um questionário com seis
itens; cada uma das perguntas elaboradas foi voltada à identificação dos alunos que possuíam
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maiores ou menores experiências motoras desde sua infância até os dias atuais. As repostas do
questionário serviram para realizar a separação de dois grupos (G1 e G2), que realizaram dois
tipos de prática (bloco e randômica), utilizando dois tipos de passe utilizados no handebol
(passe de ombro e passe pronado).
5 RESULTADOS DA PESQUISA
A primeira a etapa do teste motor foi dividida em duas formas de prática, sendo uma delas a
prática em blocos, onde os alunos executaram os dois tipos de passe (ombro e pronado) de
forma repetitiva (ombro – ombro – pronado – pronado), a outra prática era a randômica, nesse
tipo de prática os alunos intercalaram os tipos de passe, não os repetindo sucessivamente
(ombro – pronado – ombro – pronado).
O G1 iniciou com a prática em bloco (Grupo Bloco com prática superior - GBS) e logo após
realizou o teste com a prática randômica (Grupo Randômico Superior - GRS); o G2 iniciou com
a prática randômica (Grupo Randômico Inferior - GRI) e logo após realizou o teste com a
prática em blocos (Grupo Bloco Inferior - GBI).
As duas formas de prática foram realizadas no intuito de verificar-se qual das práticas motoras
permite um melhor aprendizado e desenvolvimento dos passes, principalmente do passe
pronado e sua retenção nos testes de transferência pelos dois grupos.
Fase de aquisição - G1
70
62
60
Título do Eixo
50 46 48 46
40 42 38
38 GRS
30 36
GBS
20
10
0
tent_1 tent_2 tent_3 tent_4
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Os resultados apresentados pelo gráfico demostram um resultado maior nas tentativas nas quais
eram realizados o passe de ombro, principalmente na prática em bloco; já nas tentativas em que
o passe pronado foi utilizado, os resultados foram na maioria das tentativas, menores.
A primeira forma de prática realizada pelo G1 foi à prática em blocos; no gráfico foi
identificado como GBS (Grupo Bloco Superior). Esses resultados superiores nos passes de
ombro podem ter ocorrido por conta da maior quantidade de vivências motoras obtidas
anteriormente por parte dos alunos (informação que foi confirmada no questionário analisado
anteriormente); por conta da constante utilização desse tipo de passe durante as aulas de
handebol, tendo como base primordial as vivencias motoras experimentadas desde o período
infantil, possibilitando melhores resultados; em contrapartida percebemos uma diminuição na
pontuação nas tentativas com o passe pronado; esse passe não é muito utilizado pelos alunos
durante as aulas e esse fator causa uma diminuição nos resultados por conta da pouca vivencia
dessa habilidade.
A obtenção requerida na prática randômica requer do aluno uma reorganização corporal para
que o passe seja executado corretamente; esses resultados foram semelhantes aos que Smith
(1997) consegue em sua pesquisa sobre a aquisição de habilidades motoras.
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Gráfico 2 - Resultados obtidos na fase de aquisição - G2
Fase de aquisição- G2
35 32 32
30
25 26 20 20
20 18 GRI
15 16 16 GBI
10
5
0
tent_1 tent_2 tent_3 tent_4
Ao se observar o gráfico percebe-se que, assim como o G1, o grupo G2 obteve resultados
maiores nas tentativas onde se realizou o passe de ombro, enquanto que as tentativas com o
passe pronado ainda continuaram com uma pontuação baixa em alguns casos.
A primeira forma de prática realizada pelo G2 foi a randômica, no gráfico está identificada
como GRI (Grupo Randômico Inferior); pode-se observar através do gráfico que os alunos
obtiveram pontuações elevadas nas tentativas 1 e 4; nessas tentativas foi utilizado o passe de
ombro enquanto nas tentativas 2 e 3 foi utilizado o passe pronado.
Os resultados obtidos podem estar ligados ao processo onde o aluno obtém a ideia de como
funciona o movimento, e qual o melhor posicionamento para se efetuar o passe; sendo esse
processo facilitado pela repetição consecutiva na prática em bloco. (GENTILE, 1972)
O processo de aquisição de novas habilidades ocorre em duas etapas; sendo a primeira etapa
durante a prática da nova habilidade, uma etapa de experimentação. Essa etapa é verificada nos
dois grupos, mesmo os grupos realizando os passes em práticas diferentes (G1- prática em
bloco; G2- prática randômica). É notado que nos primeiros contatos com o passe pronado os
alunos dos dois grupos tiveram resultados baixos. A segunda etapa da aquisição acontece após
os alunos realizarem a habilidade a ser aprendida algumas vezes; é nesse momento em que as
Revista Científica do UniRios 2021.1 |347
ESTUDO DA MEMÓRIA MOTORA NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS EM
ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PRATICANTES DE HANDEBOL DA CIDADE DE PAULO AFONSO-BA
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informações a respeito da execução da habilidade serão fixadas na memória motora.
(SHADMEHR; BRASHERS-KRUGS, 1997)
É notada uma melhora nos resultados do passe pronado (principalmente pelos alunos do G1) e
uma diminuição dos resultados do passe de ombro, resultado que pode ter ocorrido pelo
aumento da concentração na realização do passe pronado e pela autoconfiança na realização de
uma habilidade já adquirida, no caso o passe de ombro.
Em relação aos alunos do grupo (G1), é importante destacar que por meio das suas experiências
na pratica do handebol, os mesmo tinham uma noção corporal elevada, onde mesmo que em
seus resultados não conseguissem acertar os alvos, na pratica da atividade foi possível perceber
que sabiam a forma correta de posicionar o seu corpo para realizar ambas tentativas.
Após a realização dos testes da fase de aquisição, os grupos foram submetidos a dois testes de
transferência, sendo o primeiro realizado após o último passe realizado na fase de aquisição;
esse primeiro teste foi identificado como transferência imediata. Após um período de oito dias
os alunos dos dois grupos realizaram o teste de transferência retardado. Esses testes buscaram
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verificar a consolidação das aprendizagens geradas na fase de aquisição dos dois grupos (G1 e
G2) nos dois tipos de prática utilizados (Bloco e Randômico).
20
15 > média
10 < média
Box 1
5
0
G1-T.I G1-T.R G2-T.I G2-T.R
O grupo G1 obteve uma pontuação superior na transferência imediata e uma pontuação menor
na transferência retardada, demonstrando que a consolidação da aprendizagem foi temporária
em comparação à aprendizagem gerada logo após a fase de aquisição; o grupo G2 obteve um
resultado contrário ao do primeiro grupo, alcançou um resultado inferior na transferência
imediata e um resultado superior na transferência retardada; esses últimos resultados foram
alcançados por conta da maior quantidade de repetição da prática do passe pronado.
Smith (1997) traz em seus estudos o mesmo dado obtido pelo G1 ao realizar o teste de
transferência imediata; onde se alcançou um resultado superior comparado ao teste de
transferência retardada.
Essa diferença nos resultados entre os testes imediato e retardado também foi verificado nos
estudos de Smith (1997). O mesmo autor afirma que a atenção causada pela prática randômica
em sua variação de habilidades previne a diminuição dos resultados nas primeiras tentativas do
teste imediato; em contrapartida, ao decorrer das tentativas os indivíduos sujeitos à prática em
blocos recuperam os resultados inferiores no início das tentativas; é o que visualizamos ao
observar os resultados do segundo grupo (G2), o qual realizou, na fase de aquisição, a prática
em blocos antes de realizar o teste de transferência imediato.
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Buscando-se uma análise individual e mais detalhada dos resultados do processo de aquisição
e aprendizagem dos dois grupos nos dois testes de transferência, foi calculada a média de
pontuação obtida durante a realização para mensurar a evolução dos mesmos.
Através dos resultados demonstrados pelas caixas de dados no gráfico anterior, pode-se
verificar a variação dos resultados acima ou abaixo da média de pontuação obtida pelos alunos
dos dois grupos de prática nas duas etapas do teste de transferência. O grupo G1 teve como
média de pontuação, nas duas etapas do teste, 14 pontos, já o grupo G2 teve como média 14
pontos na transferência imediata e 13 pontos na transferência retardada.
As duas primeiras caixas são referentes aos resultados do G1. No teste de transferência imediata
pode-se observar que maior parte dos alunos obteve resultados satisfatórios se tratando da
aquisição do passe pronado; o nível de variação acima da linha da média de resultados (> média)
demonstra essa informação. Os resultados abaixo da linha da média (< média) foram obtidos
por alguns poucos alunos do G1, o que é visualizado no próximo gráfico, onde os resultados
individuais são apresentados visando uma melhor compreensão do processo de aquisição da
nova habilidade motora.
Transferência Imediata-G1
25
20
15
10
5
14 16 14 12 16 14 14 16 12 14 14 12 20 22
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Pode-se observar no gráfico 4 que grande parte dos alunos do G1 obtiveram resultados positivos
em relação ao teste de transferência imediata; dos 14 alunos desse grupo, 11 alunos (78,6%)
tiveram resultados iguais ou maiores que a média de resultados; dentre esses alunos, é
visualizado no gráfico anterior que alguns alunos tiveram resultados muito acima da média em
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comparação com os demais (alunos 13 e 14); esses foram os alunos que tinham mais experiência
motora na prática do handebol escolar. Os resultados abaixo da linha de pontuação média
ocorreram com apenas 3 alunos do grupo (21,4%), porém esses resultados não querem dizer
que não houve aprendizagem.
Transferência Retardada-G1
25
20
15
10
5
14 18 16 20 14 18 8 10 8 20 12 18 12 10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Nessa etapa do teste, ocorrida oito dias após a fase de aquisição, é demonstrado através do
gráfico que 8 alunos (57%) obtiveram resultados iguais ou acima da média de pontuação,
enquanto 6 alunos (43%) tiveram resultados muito baixos em comparação com os alcançados
na primeira etapa do teste de transferência. Um ponto interessante de se observar é que os alunos
que tiveram maiores resultados na transferência imediata reduziram de forma brusca os seus
resultados da transferência retardada, até mesmo os alunos mais experientes (13,14).
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possuem uma maior experiência motora e são submetidos à prática randômica alcançam
resultados melhores comparados a indivíduos que praticam em Blocos.
Observando dessa vez os resultados obtidos pelos alunos do G2, é possível perceber através do
gráfico 3, resultados inversos aos que foram obtidos pelo G1. A terceira caixa do gráfico 3,
referente ao teste de transferência imediata realizado pelo G2, apresenta uma pequena variação
de resultados em relação à media (14 pontos); Os resultados desse grupo se mantiveram em
uma escala positiva, equilibrada. Por meio de uma análise individual dos alunos desse grupo é
possível identificar os possíveis fatores que ocasionaram um menor resultado nessa primeira
etapa do teste de transferência.
Transferência Imediata-G2
18
16
14
12
10
8
6
4
2 14 16 16 12 14 12
0
1 2 3 4 5 6
G2- TI Média
Por meio dos dados apresentados no gráfico 6 é possível uma melhor compreensão dos dados
que foram apresentados no do gráfico 3. Entre os 6 alunos que faziam parte do G2, apenas 2
alunos (33,3%) tiveram um resultado de 12 pontos, sendo que a pontuação média do grupo foi
14 pontos, resultados que não são negativos pois estão muito próximos da média.
Os alunos com nível inferior de habilidade no handebol (G2), registraram um menor resultado
na transferência imediata; esses resultados são equivalentes aos demais estudos com alunos
novatos, por estes demorarem mais tempo para analisar as diferenças e similaridades entre as
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habilidades, sendo necessária a submissão a uma maior quantidade de prática em blocos antes
da prática randômica. (EDWARDS; ELLIOTT; LEE, 1986; SANTOS, 1997)
Tratando-se dos demais alunos, estes obtiveram resultados semelhantes, sendo que os alunos 1
e 5 alcançaram 14 pontos e os alunos 2 e 3, 16 pontos; resultados positivos para o processo de
aquisição da nova habilidade motora executada nos testes motores (passe pronado).
Transferência Retardada-G2
25
20
15
10
5
12 14 20 12 12 18
0
1 2 3 4 5 6
G2-TR Média
É possível notar uma diminuição na pontuação de alguns alunos que foram melhores na
primeira etapa desse teste (alunos 1, 2 e 3); em contrapartida é visualizado que ocorreram
pontuações muito baixas na transferência imediata e obtiveram resultados superiores na
transferência retardada, levando também em consideração a diminuição da média de pontuação
(13 pontos), sendo assim, os alunos do G2 obtiveram melhores resultados nesse teste, mantendo
um nível de pontuação bem próximo ou acima da média.
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transferência retardada; esse resultado foi registrado por conta da quantidade de repetição
sucessiva dos passes, levando em consideração que se a quantidade de repetições fosse maior
na fase de aquisição (mais de 4 tentativas por aluno), ou um maior número se sessões de prática,
os resultados seriam maiores. (HEBERT; LANDIN; SOLMON, 1996)
Ao se analisar a execução dos dois passes pelas duas equipes, foi possível perceber um domínio
motor superior por parte dos alunos do G1, principalmente em 2 alunos mais veteranos os quais
ao errarem uma tentativa, buscavam nas demais tentativas uma reorganização corporal, um
feedback intrínseco, possibilitando a esses alunos melhores resultados e um progresso positivo
ao decorrer dos testes. Já os alunos do G2, por possuírem pouca experiência no handebol,
demoraram mais tempo para entender a dinâmica dos movimentos, decifrarem as diferenças e
similaridades entre as habilidades, mas por possuírem informações motoras armazenadas em
sua memória motora conseguiram, após algumas tentativas, recuperar o resultado.
Podemos observar que o resultado obtido pelo G2 no teste imediato teve um resultado
aproximado do alcançado pelo G1; levando em consideração a quantidade de alunos em cada
grupo, onde o G2 possuía, praticamente, a metade do total de alunos do G1 (G2: 6 alunos;
G1:14 alunos). Segundo alguns autores, pessoas submetidas à prática em blocos superam os
que são submetidos à prática randômica, quando estas pessoas possuem pouca quantidade
prática, no caso do presente estudo aqueles com pouca experiência na prática do handebol
escolar. (BRADY, 2004)
Tratando-se da diferença entre as duas formas de prática utilizadas no presente trabalho, alguns
autores concordam que a prática randômica supera a prática em blocos em algumas situações:
1) situações controladas em laboratório; 2) com sujeitos mais habilidosos; 3) mais na
transferência que na retenção e 4) com a prática extensa. (BRADY, 2004)
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Porém, segundo os mesmos autores citados anteriormente, os alunos submetidos às práticas em
bloco podem superar aqueles que utilizam a prática randômica, quando estes são indivíduos
com pouca vivencia prática.
Os resultados obtidos possibilitam a conclusão que a prática randômica é melhor que a prática
em blocos em alunos com mais experiências motoras, tendo em vista que o G1 mostrou
melhores resultados no teste de transferência imediata, provavelmente por terem realizados a
prática randômica anteriormente.
Em relação ao G2 podemos concluir que a prática foi mais favorável na retenção das
informações adquiridas e armazenadas foi a em blocos. Nos resultados da transferência
retardada podemos observar um aumentar em relação ao imediato, ou seja, houve uma
aprendizagem consolidada por mais tempo comparada a retenção do G1 nos testes de
transferência retardada.
Tendo em vista as informações obtidas nos testes da coleta de dados podemos confirmar que as
vivencias adquiridas e armazenadas na memória motora possibilitam a aprendizagem de novas
habilidades, dependendo do método de ensino utilizado pelo professor ao ensinar aos seus
alunos novas habilidades, sejam os alunos mais experientes ou pouco experientes.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada uma das experiências motoras que os alunos participantes tiveram em todo o decorrer de
seu desenvolvimento contribuiu significativamente no processo de aprendizagem e
desenvolvimento.
As aulas de Educação Física escolar, por meio de seus conteúdos, possibilitam uma vasta
diversidade de possibilidades de vivências motoras para seus alunos desde os anos iniciais e
essa influência na construção da memória motora dos alunos possibilita melhores níveis de
aprendizagem das habilidades motoras mais específicas, como as do Handebol.
Por meio da presente pesquisa, ficou evidente que mesmo alunos com pouca experiência motora
no handebol escolar, conseguiram resultados satisfatórios em relação à aprendizagem de outras
habilidades, resultados que foram possíveis por conta do repertório motor formado através das
demais experiências que esses alunos tiveram.
A pesquisa possibilitou uma melhor compreensão a respeito do repertório motor que os alunos
trazem consigo e como as mesmas podem servir como potencializadoras na aprendizagem de
outras habilidades motoras e reforçando a busca por conhecimentos específicos por parte dos
professores de Educação Física a respeito do desenvolvimento de seus alunos e quais estratégias
se tornam necessárias para favorecer o aluno fisicamente.
Trazendo a pesquisa para a prática e verificação de resultados, surgem métodos de ensino que,
por sua vez, possibilitam grandes resultados, dependendo de como são utilizados. Por meio de
dois tipos de prática motora, sendo em bloco e randômica, é notado que, para cada nível de
experiência, conteúdo já armazenado na memória motora e o tempo de vivencia em um
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determinado jogo, esporte ou brincadeira, há um tipo de prática mais favorável; logo há uma
metodologia na utilização dos mesmos.
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