Artigo - NBR 6122 Fundações

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 5

COMPARATIVO NBR 6122/2010 E 6122/2019 – PROJETO E EXECUÇÃO DE

FUNDAÇÕES

Joaz de Souza Batista


Geovana Santos Ferreira

RESUMO
O trabalho em questão promove um comparativo entre a norma 6122 do ano de 2010 com
a norma modificada do ano de 2019, evidenciando as principais alterações no que diz
respeito a projetos e execução de fundação.

Palavras-chave: fundação, alteração, norma, execução.

INTRODUÇÃO
A revisão e atualização de uma Norma Técnica é um procedimento importante e
essencial para adequação das exigências às novas práticas e inovações desenvolvidas pelo
mercado e pela área em questão.

A NBR 6122/2019 refere-se a norma regulamentadora de projetos e execução de


fundações de qualquer tipo de estrutura especificada como convencional na Engenharia
Civil, sendo criada em 1986, passou por alterações em 2010 e sua última modificação foi
realizada em 2019. Nesse contexto, evidencia-se que a nova revisão da norma engloba
alterações e incrementos importantes para o avanço e continuidade dos projetos de
fundações.

METODOLOGIA – PRINCIPAIS ALTERAÇÕES

3.1 1º Alteração - Análise de interação fundação-estrutura

A NBR de 2010 não definia exatamente quais tipos de estruturas nas quais seria
necessário realizar a análise de interação solo-estrutura, de modo que tal interação leva
em consideração as deformações da estrutura e como essas irão interagir com a super
estrutura. Nesse caso, a NBR de 2019 já faz essa especificação, presente no item 5.5.

Item 5.5 Análise de interação fundação-estrutura (NBR 6122/2019):


Em estruturas nas quais a deformabilidade das fundações pode influenciar na
distribuição de esforços, deve-se estudar a interação fundação-estrutura, sendo
obrigatório esse estudo nos seguintes casos:

a) estruturas nas quais a carga variável é significativa em relação à carga total, tais
como silos e reservatórios;

b) estruturas com mais de 55,0 m de altura, medida do térreo até a laje de cobertura
do último piso habitável;

c) relação altura/largura (menor dimensão) superior a quatro;

d) fundações ou estruturas não convencionais.

3.2 2º Alteração – Cálculo de fundações profundas através de métodos


estáticos

É válido ressaltar que as estacas escavadas possuem uma resistência de ponta


geralmente insatisfatória. Destaca-se que a NBR de 2010 limitava a resistência de ponta
a 20% da resistência total, sendo assim utilizava-se (Rponta + Rlateral)/2 e dessa forma
era obtida a resistência admissível da estaca. Na norma referente ao ano de 2019
considera-se que a resistência de ponta terá como limite superior o valor da resistência
por atrito lateral, sendo assim, temos Rponta < Rlaeteral – (Rponta + Rlateral)/2.

Item 8.2.1.2 Métodos estáticos


O projeto de estacas escavadas com estabilização das paredes auxiliada por fluido
estabilizante, bem como de estacas hélice contínua, deve, sempre que considerar a
contribuição da resistência de ponta, fazer menção explícita a esse critério. O executor
deve, antes da execução, assegurar que são cumpridos os procedimentos executivos
mínimos, especificados nos Anexos J e N, de forma a obter o contato efetivo entre a ponta
da estaca e o solo competente ou rocha. Nessas condições, na verificação do ELU a
resistência da ponta terá como limite superior o valor da resistência de atrito lateral: Rp
< R𝑙 e Padm (Rp + R𝑙)/2. Caso o contato efetivo entre o concreto e o solo firme ou rocha
não possa ser assegurado pelo executor, o projeto deve ser revisto: os comprimentos das
estacas devem ser ajustados, na verificação do ELU, à condição de resistência nula na
ponta: Rp e Padm R𝑙/2.
No caso específico de estacas escavadas com estabilização das paredes auxiliada
por fluido estabilizante há, no Anexo J, recomendações de procedimentos executivos
especiais (além dos mínimos) para garantir o contato entre a estaca e o solo competente
ou rocha. Se o executor assegurar a observância estrita desses procedimentos especiais, a
verificação do ELU será: Padm (R𝑙+ Rp)/2, Rp valor calculado da resistência de ponta.

3.3 3º Alteração – Simplificação do texto para bloco de concreto

A alteração se refere-se ao texto que foi reduzido e ao ângulo β que foi fixado com
um valor maior ou igual a 60°.

Item 7.8.2 Bloco (fundação rasa)

Os diagramas de tensão sob os blocos de fundação devem ser obtidos de forma


similar aos das sapatas.

Os blocos de fundação devem ser dimensionados de tal maneira que o ângulo ȕ,


mostrado na Figura 3, seja maior ou igual a 60º.

3.4 4º Alteração – Excentricidades de estacas isoladas e estacadas dispostas segundo


um único alinhamento
A norma de 2010 não permitia o uso de estacas com diâmetro ou bitolas menores
que 30 cm sem travamento e no caso de estacas metálica o diâmetro era considerado um
circulo circunscrito. Na NBR de 2019 o parágrafo referente a essa restrição foi eliminado.

Item 8.5.6.1 Excentricidades de estacas isoladas e estacas dispostas segundo


um único alinhamento
Estacas isoladas e estacas dispostas segundo um único alinhamento devem ser
projetadas com observância a 8.4.2, de modo a suportar os momentos introduzidos pelas
excentricidades executivas estimadas pelo projetista.

Pode ser dispensado da observância a 8.4.2 o projeto que incluir vigas de


travamento dimensionadas para equilibrar todos os momentos introduzidos por
excentricidades executivas.

3.5 5º Alteração – Efeito de vento de fundações

De acordo com a norma de 2019 referente a solicitações obtidas de combinações


de ações nas quais o vento é a principal ação variável, os valores de tensão admissível de
sapatas e tubulões e cargas admissíveis em estacas podem ser marjoradas em até 15%, na
norma de 2019 esse percentual era de 30%.

3.6 6º Alteração – Estacas escavadas moldadas in-loco

As alterações estão associadas ao tipo de concreto, seus coeficientes de segurança


e a armadura, evidenciadas na Tabela 4 de ambas as normas.

3.7 7º Alteração – Fundações em sapata ou tubulões

Segundo a NBR de 2019, assim como a NBR de 2010 preconiza a especificação


de que o solo deve ser aprovado por um profissional habilitado antes da realização da
concretagem. Anteriormente evidenciava-se que a aprovação deveria ser feita por um
engenheiro e a modificação foi feita para profissional habilitado.

3.8 8º Alteração – Quando a prova de carga

Nota-se que em ambas as normas o texto não se difere muito, no entanto, nas obras
nas quais os carregamentos principais provenientes da estrutura, nas condições de
utilização mais frequentes durante a vida útil, forem os esforços de tração ou os esforços
horizontais é obrigatória a execução de prova de carga específica à tração ou esforço
horizontal com os mesmos critérios citados nesta subseção.

3.9 9º Alteração – Avaliação Técnica de Projeto

Essa especificação não era encontrada na versão de 2010.

Item 10 – Avaliação técnica do projeto


A avaliação técnica do projeto é essencial e obrigatória nos casos citados em 9.1
e deve ser conduzida antes da construção, de preferência simultaneamente com a fase de
projeto.

A avaliação técnica do projeto de fundações é constituída pela verificação e


análise crítica do projeto, realizadas com o objetivo de avaliar se este projeto atende aos
requisitos das normas técnicas vigentes aplicáveis.

Você também pode gostar