Artigo 1e96f5b4 Arquivo
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INTRODUÇÃO
O presente artigo contempla o tema psicopatia, dando destaque a sua penalidade com
base no Código Penal Brasileiro, de forma geral iremos abordar os aspectos jurídicos e
psíquicos que envolvem o assunto. Diante do tema tem-se uma série de questionamentos que
podem ser feitos acerca do tema, dentre eles, destaca-se: “Qual seria o lugar do autor
psicopata?”. Questionamentos esses, que iremos no decorrer do artigo responder.
A partir desses questionamentos e dos objetivos do trabalho ora elencados iremos
analisar a psicopatia e sua penalidade frente ao sistema penal vigente, objetivando por fim
demonstrar se tais medidas penais tem tido o efeito esperado e identificando a melhor forma
de punir um psicopata.
O presente artigo inicia-se com uma abordagem histórica acerca da psicopatia, é
necessário, mesmo de que forma breve expor o conceito que mais se aproxima da definição
do perfil do portador de psicopatia.
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Instituto de Educação Superior Raimundo Sá, Direito,[email protected]
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Serão abordados no decorrer do trabalho os transtornos de personalidade ligados à
psicopatia, esclarecendo a cerca da psicopatia dentro do sistema jurídico penal, destacaremos
as excludentes de culpabilidade, tais como inimputabilidade, imputabilidade e semi-
imputabilidade de acordo com o Código Penal Brasileiro.
Nesse contexto o objetivo geral do presente artigo é demonstrar se as medidas penais
vigentes lhe proporcionam ou não o efeito esperado, identificando a melhor forma de punir
um psicopata de acordo com o Código Penal Brasileiro.
Diante do exposto, a importância do tema justifica-se acerca da compreensão do que
seria psicopatia e suas penalidades sob a analise do psicopata no sistema Judiciário brasileiro,
fazendo uma analise diante das medidas penais adotadas, por fim demonstrando a sua
eficácia.
Como procedimento metodológico, foi utilizada a pesquisa bibliográfica com a
finalidade de proporcionar melhores e mais precisas informações sobre o tema.
O artigo será dividido em quatro partes, a primeira parte aborda o conceito de
psicopatia e sua evolução história, a segunda parte sobre os transtornos de personalidade e a
psicopatia, a terceira parte destacará a psicopatia dentro do sistema jurídico penal e a quarta
parte será a conclusão do respectivo trabalho, fazendo uma análise sobre as medidas penais
vigentes, e sua eficácia.
Diante das inúmeras definições acerca da psicopatia e uma dificuldade por parte dos
especialistas para a real definição dessa palavra, destacamos que “a psicopatia se desvela
como um tipo de comportamento social em que os sujeitos são desprovidos de consciência
moral, ética e humana, possuem atitudes descompromissadas com o outro e com as regras
sociais, caracterizam-se por uma deficiência significativa de empatia”.
(https://psicologado.com/atuacao/psicologia-juridica/psicopatia-conceito-avaliacao-e
perspectivas-de-tratamento)
A partir do exposto podemos deduzir que se trata de uma pessoa controladora, que tem
a capacidade de mentir com facilidade para que possa atingir os seus objetivos, dos quais são
capazes de violar e explorar os direitos dos outros, tendo um comportamento que se torna
penalmente punível, diante do nosso ordenamento jurídico.
O termo psicopatia foi cunhado inicialmente por Kraepelin (1856-1925) em 1904
(“possuem personalidade psicopática aqueles que não se adaptam a sociedade e sentem
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necessidade de serem diferentes”); Seguiram-se a ele Morel, Megan, Schneider, Mira y
López, Cleckley, e mais recentemente Hare, entre outros. (FIORELLI, 2015, p.119).
“Quando pensamos em psicopatia, logo nos vem à mente um sujeito com cara de mau,
truculento, de aparência descuidada, pinta de assassino e desvios comportamentais tão óbvios
que poderíamos reconhecê-lo sem pestanejar. Isso é um grande equívoco. Reconhecê-los não
é uma tarefa tão fácil quanto se imagina. Os psicopatas enganam e representam muitíssimo
bem. Seus talentos teatrais e seu poder de convencimento são tão impressionantes que chegam
a usar as pessoas com a única intenção de atingir seus sórdidos objetivos, como já
mencionados no tópico anterior.” (SILVA, 2014).
É importante ressaltar que os psicopatas possuem níveis variados de gravidade: leve,
moderado e severo. Os primeiros se dedicam a trapacear, aplicar golpes e pequenos roubos,
mas provavelmente não "sujarão as mãos de sangue" ou matarão suas vítimas. Já os últimos,
botam verdadeiramente a "mão na massa", com métodos cruéis sofisticados, e sentem um
enorme prazer com seus atos brutais.
A respeito da psicopatia, SILVA, Ana Beatriz Barbosa (2014, p. 38) explana:
É importante ressaltar que o termo psicopata pode dar a falsa impressão de que se
trata de indivíduos loucos ou doentes mentais. A palavra psicopata literalmente
significa doença da mente (do grego psyche = mente; e pathos = doença). No
entanto, em termos médico-psiquiátricos, a psicopatia não se encaixada na visão
tradicional das doenças mentais. Esses indivíduos não são considerados loucos
nem apresentam algum tipo de desorientação. Também não sofrem de delírios ou
alucinações (como a esquizofrenia) e tampouco apresentam intenso sofrimento
mental (como a depressão ou o pânico, por exemplo).
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Redução de pena
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os esquizoides, que são emocionalmente distantes; os borderline, que têm tendências suicidas;
os histriônicos, que carecem de atenção; entre outros.
De fato, alguns especialistas veem a psicopatia como mais um transtorno de
personalidade, porém, essa classificação não é plenamente aceita, visto que há sutilezas que
diferem o psicopata dos demais casos documentados.
Até o começo dos estudos desenvolvidos por Hervey Milton Cleckley, em 1941, para
o fenômeno da psicopatia, seja na esfera da Medicina ou do Direito, não havia uma
abordagem diferenciada das demais patologias psíquicas. Dessa forma, indivíduos com traços
de insensibilidade moral, características antissociais, ora eram tidos como loucos, não lhes
cabendo punições, ora eram taxados como criminosos natos e, portanto, a eles sendo cabíveis
as mais severas penalizações.
(https://nessamiceli.jusbrasil.com.br/artigos/314024342/psicopatia-e-direito-penal)
A ausência de uma definição no Direito Penal quanto aos autores psicopatas é uma
problemática que atinge tanto esses próprios indivíduos, que não possuem um lugar definido
dentro do sistema criminal, quanto à sociedade que sofre com a violência causada por um
sistema carcerário que não cumpre a real função da pena.
Nas pessoas portadoras de algum tipo de sofrimento mental, deve-se apreciar a
intensidade e a qualidade do transtorno, a fim de conferir a possibilidade ou não de se
responsabiliza-la.
Assim, de acordo com o art. 149, §§ 1 e 2 do Código de Processo Penal:
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz
ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do
curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este
submetido a exame médico-legal.
Aos indivíduos que são portadores desse problema psíquico que praticaram ilícitos
penais, caberá, havendo constatação de distúrbio psíquico impeditivo de discernimento sobre
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o ato praticado, a determinação, em função deste entendimento, em lugar da pena, medida de
segurança na modalidade internação ou tratamento. Ocorre em algumas psicoses que podem
levar o indivíduo a cometer um crime, sem que tenha compreensão do ato causado.
Destacamos algumas considerações relevantes sobre imputabilidade, semi-imputabilidade e
inimputabilidade e suas penas relacionados a psicopatia:
3.1 Imputabilidade
A imputabilidade penal implica que a pessoa entenda a ação praticada como algo
ilícito, ou seja, contrário à ordem jurídica e que possa agir de acordo com esse entendimento,
compreensão esta que pode estar prejudicada em função de psicopatologias ou, ainda, de
deficiências cognitivas. (FIORELLI, 2015, p.124)
A imputabilidade apresenta um aspecto intelectivo, consistente na capacidade de
entendimento, e outro volitivo, que é a faculdade de controlar e comandar a própria vontade.
Faltando um desses elementos, o agente não será considerado responsável pelos seus atos.
(https://jus.com.br/artigos/60016/o-psicopata-frente-ao-codigo-penal-brasileiro)
Nosso ordenamento Penal Brasileiro classifica o psicopata como sendo semi-
imputável, alegando que o portador possui uma perturbação mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado que torna o indivíduo parcialmente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com tal entendimento, como dispõe o
parágrafo único do artigo 26 do Código Penal, já demonstrado na parte inicial deste artigo.
3.2 Semi-imputabilidade
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3.3 Inimputabilidade
Em resumo, para que o indivíduo seja considerado inimputável, será adotado o sistema
biopsicológico, diante disso, considerando inimputável o indivíduo que em razão de doença
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado no momento da prática ilícita não
tinha capacidade e discernimento suficiente de entender o caráter antijurídico dessa ação ou
omissão.
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3.5 Processo de avaliação
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Os psicólogos apresentam questionamentos se é realmente possível tratar indivíduos
nessa condição, por existir essa crença tão arraigada de que os psicopatas têm uma deficiência
na capacidade de formar vínculos, o que, consequentemente, impossibilita em resultados
positivos no processo terapêutico.
A psicopatia tem sido frequentemente considerada sem tratamento ou cura. Suas
características únicas a fazem um dos transtornos de personalidade mais refratários, uma
classe de doença mental que é tradicionalmente considerada de difícil tratamento.
Os psicopatas geralmente não têm motivação para procurar tratamento, e podem não
ser cooperativos com a terapia. Tentativas de tratar a psicopatia com as ferramentas
atualmente disponíveis para a psiquiatria têm sido desapontadoras.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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realmente possível tratar indivíduos nessa condição, por existir essa crença tão arraigada de
que os psicopatas têm uma deficiência na capacidade de formar vínculos, o que,
consequentemente, impossibilita em resultados positivos no processo terapêutico.
Diante exposto concluímos que há uma complicação jurídica em relação a psicopatia,
não ficando definido de forma clara qual a classificação para o mesmo, e em relação a
dificuldade para se ter um diagnóstico preciso.
Diante disso, indivíduos que são portadores desse problema psíquico que praticaram
ilícitos penais, caberá, havendo constatação de distúrbio psíquico impeditivo de discernimento
sobre o ato praticado, a determinação, em função deste entendimento, em lugar da pena,
medida de segurança na modalidade internação ou tratamento. Necessitando assim, de uma
maior apreciação por parte do nosso sistema judiciário.
REFERÊNCIAS
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
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SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado. 2. ed.
São Paulo: Globo, 2014.
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